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Modelagem Matemática de um Sistema Mecânico Automação e Controle 1 Prof. MSc. José Fábio Abreu de Andrade Automação e Controle 2 Introdução Ferramenta Matemática de Controle Transformada de Laplace Expansão em Frações Parciais Transformada Inversa de Laplace Método da Derivada Resolução de EDO Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos Função de TransferênciaControle Automação e Controle 3 Elementos de um Sistema Mecânico ➢ INTRODUÇÃO: Um sistema mecânico é composto por massas, molas e amortecedores, conectados entre si, ou a uma estrutura fixa. O sistema mecânico mais simples, com apenas um grau de liberdade, também denominado sistema padrão, é composto de apenas uma massa, uma mola e um amortecedor. Tal sistema servirá de modelo, daqui por diante, para a dedução da equação diferencial do movimento de sistemas com apenas um grau de liberdade. A seguir, vamos estudar cada um dos componentes básicos de um sistema mecânico. Automação e Controle 4 Elementos de um Sistema Mecânico ➢ Massa: No nosso sistema padrão a massa (ou a inércia dessa massa, no caso de movimento torcional) é considerada como um corpo rígido, podendo ganhar ou perder energia cinética conforme sua velocidade aumente ou diminua. Os problemas que normalmente surgem são: 1. Existem várias massas no sistema e há necessidade de se encontrar uma massa equivalente, de modo a se obter o sistema padrão, com apenas uma massa; 2. Existem vários eixos ligados entre si por engrenagens, correias ou correntes, etc., e há necessidade de reduzir o sistema original a um sistema padrão, constando de apenas um eixo de rigidez, amortecimento e inércia equivalente, isto é, há necessidade de transferir rigidezes, amortecimentos e inércias de um eixo para outro. Automação e Controle 5 Elementos de um Sistema Mecânico ➢ Mola: Entende-se por mola uma peça que possui flexibilidade elástica relativamente alta, isto é, que apresenta grandes deformações quando solicitada. A rigor, no entanto, todas as peças possuem alguma flexibilidade, já que não existe o corpo totalmente rígido. A mola opõe- se à força que a ela está aplicada, armazenando energia potencial elástica. Uma mola é dita linear quando as deformações que apresenta são diretamente proporcionais às cargas a que ela é submetida, ou seja, quando ela obedece à Lei de Hooke (o que equivale a dizer que ela obedece ao Princípio da Superposição dos Efeitos). Automação e Controle 6 Elementos de um Sistema Mecânico ➢ Mola: Rigidez: A inclinação da curva F = F(x) em um determinado ponto recebe o nome de rigidez da mola: onde α é o ângulo que a tangente geométrica no ponto faz com o eixo das abcissas. No caso particular de mola linear, a inclinação α é constante e é usual chamar a rigidez, então, de constante da mola: Automação e Controle 7 Elementos de um Sistema Mecânico ➢ Mola: Associações de Molas: É muito comum, na prática, encontrarmos duas ou mais molas associadas em um mecanismo. A fim de obter o sistema mecânico padrão, no qual existe apenas uma mola, há necessidade de encontrar uma mola fictícia cuja rigidez seja equivalente à da associação dada. Associação em Série: F = F1 = F2 x = x1 + x2 Automação e Controle 8 Elementos de um Sistema Mecânico ➢ Mola: Associação em Série: Desejamos encontrar a rigidez equivalente k. Pelo Princípio da Superposição dos Efeitos, temos: ➢ Mola: Associação em Paralelo: duas molas de rigidezes conhecidas, k1 e k2, solicitadas por uma força de tração F, aplicada paralela e eqüidistantemente das molas. Consideremos a existência de restrições laterais que obriguem as molas a se distenderem igualmente e que não permitam a rotação da barra sem massa sobre a qual atua a força F, assegurando ao sistema apenas um grau de liberdade. F = F1 + F2 x = x1 = x2 Automação e Controle 9 Elementos de um Sistema Mecânico ➢ Mola: Associação em Paralelo: Automação e Controle 10 Elementos de um Sistema Mecânico ➢ Mola: Exemplo de Associação de Molas: Automação e Controle 11 Elementos de um Sistema Mecânico ➢Amortecedor: Chama-se amortecimento o processo pelo qual a energia é retirada do sistema elástico. A energia é consumida por atrito entre as peças móveis do sistema e/ou pelo atrito interno entre as moléculas das peças do sistema, havendo uma dissipação de energia mecânica sob forma de calor e/ou som. Um amortecedor, pois, é o componente do sistema mecânico que dissipa energia mecânica do mesmo, assim como o resistor é o componente do sistema elétrico que dissipa energia elétrica do mesmo. Na modelagem consideramos que o amortecedor não tem nem massa e nem rigidez. Automação e Controle 12 Elementos de um Sistema Mecânico ➢Amortecedor: Amortecimento viscoso: É o que mais ocorre na prática da Engenharia. Ele resulta do atrito viscoso, isto é, aquele que acontece entre um sólido (uma peça) e um fluido viscoso (um óleo lubrificante, por exemplo) interposto entre as peças móveis do sistema mecânico. Assim, o atrito que ocorre entre um eixo e o seu mancal de deslizamento, quando há lubrificação, é um atrito viscoso. A força de atrito viscoso (ou resistência viscosa) é diretamente proporcional à velocidade relativa entre sólido e fluido. Matematicamente, a resistência viscosa, Fv, é dada por: Automação e Controle 13 Elementos de um Sistema Mecânico ➢Amortecedor: Amortecimento seco: Também denominado amortecimento constante ou de Coulomb. É o que ocorre quando o atrito é seco, isto é, quando atritam entre si dois sólidos sem lubrificação. Matematicamente, a força de atrito seco (também denominada força de Coulomb), Fd, é dada por: onde μ é o coeficiente de atrito dinâmico entre as superfícies em contato e N é a força normal entre as superfícies. Obviamente, μ é adimensional. Conforme podemos verificar facilmente, a força de atrito é constante, daí o nome de amortecimento constante. Automação e Controle 14 Elementos de um Sistema Mecânico ➢Amortecedor: Amortecimento estrutural (ou histerético): É o que ocorre pelo atrito interno entre moléculas quando o sólido é deformado, fazendo com que a energia seja dissipada pelo material. A medida do amortecimento estrutural é dada pela amplitude da tensão reinante durante a deformação. Como exemplo de amortecimento estrutural pode-se citar o que acontece na estrutura de uma prensa mecânica logo após a pancada do martelo: parte da energia é consumida pelo atrito intermolecular na estrutura da máquina. Automação e Controle 15 Elementos de um Sistema Mecânico ➢Amortecedor: Associações de Amortecedores: Do mesmo modo que as molas, também os amortecedores podem estar dispostos em série, em paralelo, articulados ou inclinados. Podemos demonstrar, de maneira semelhante à que foi feita para as molas, que os coeficientes de amortecimento viscoso equivalentes são dados por fórmulas análogas às das rigidezes equivalentes das molas, isto é: Associação em série: Associação em paralelo: Automação e Controle 16 Elementos de um Sistema Mecânico Automação e Controle 17 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos ➢ INTRODUÇÃO: A Dinâmica de muitos sistemas, sejam eles mecânicos, elétricos, térmicos, biológicos etc., pode ser descrita em termos de equações diferenciais. Tais equações diferenciais podem ser obtidas utilizando as leis físicas que governam um sistema em particular, como por exemplo as leis de Newton para sistemas mecânicos, as leis de Kirchhoff para sistemas elétricos. Deve-se sempre ter em mente que a obtenção de um modelo matemático razoável é a parte mais importante de toda a análise. Automação e Controle 18 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos ➢ SISTEMAS LINEARES: Um sistema é chamado linear se a ele se aplica o princípio da superposição. O princípio da superposição estabelece que a resposta produzida pela aplicação simultânea de duas excitações diferentes é igual à soma das duas respostas individuais a cada uma das excitações. Como resultado, para sistemaslineares, a resposta para várias entradas pode ser calculada considerando-se uma única entrada de cada vez e adicionando-se os resultados. Automação e Controle 19 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos ➢ SISTEMAS NÃO-LINEARES: Um sistema é não linear se à ele não se aplica o princípio da superposição. Assim, nos sistemas não-lineares a resposta á duas entradas não pode ser calculada tratando-se uma entrada de cada vez e adicionando-se os resultados. Exemplo: 0)1( 2 2 2 2 2 2 =+−+ =+ + x dt dx x dt xd Asenxx dt dx dt xd Automação e Controle 20 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos ➢ SISTEMAS NÃO-LINEARES: Embora muitas relações físicas sejam representadas por equações lineares, na maioria dos casos as relações reais não são exatamente lineares. Automação e Controle 21 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos ➢ Modelagem Matemática de Sistemas Mecânicos Translacionais pela Mecânica Newtoniana: Objetivo: obter o modelo matemático de sistemas mecânicos translacionais, a partir da aplicação da 2a Lei de Newton. Inicialmente, apresentaremos as equações constitutivas de cada um dos elementos que compõem o sistema mecânico e, após, mostraremos como tais equações são inseridas na EDO que descreve o modelo matemático do sistema. Automação e Controle 22 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos Sistemas Mecânicos de Translação Automação e Controle 23 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos Sistema Mecânico de Translação Massa – Mola –Atrito Viscoso Automação e Controle 24 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos Diagrama de Corpo Livre para o sistema Massa – Mola –Atrito Viscoso Automação e Controle 25 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos Sistema Mecânico de Translação Massa – Mola –Atrito Viscoso )(. 1 )(.. 2 2 tf m tx m k dt dx m c dt xd v = + + =++ )()(... 2 2 tftxk dt dx c dt xd m v Automação e Controle 26 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos Sistema Mecânico de Translação Massa – Mola )(. 1 )(. 2 2 tf m tx m k dt xd = + =+ )()(.. 2 2 tftxk dt xd m Automação e Controle 27 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos ➢ OUTROS EXEMPLOS: Seja o sistema massa-mola-amortecedor viscoso montado sobre uma carreta sem massa, conforme mostra a figura abaixo. Automação e Controle 28 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos A equação acima é um modelo matemático do sistema considerado. )(..)(.. 2 2 tu m k dt du m b ty m k dt dy m b dt yd + = + + )( 2 2 uyk dt du dt dy b dt yd m −− −−= Automação e Controle 29 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos ➢ CIRCUITO ELÉTRICO RLC: Seja o circuito indicado na figura abaixo: Automação e Controle 30 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos Aplicando-se as leis de Kirchoff ao sistema, obtêm-se as seguintes equações Que é o modelo matemático que representa a dinâmica do circuito. = =++ 0 1 1 eidt C eidt C Ri dt di L i Automação e Controle 31 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos ➢ SISTEMAS DE NÍVEL DE LÍQUIDO: Seja o sistema mostrado na figura abaixo: Automação e Controle 32 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos = valor da vazão em regime estacionário (antes da ocorrência de qualquer variação), m3/s qi = pequeno desvio da vazão de entrada em relação a seu valor de regime estacionário, m3/s q0 = pequeno desvio vazão de saída em relação a seu valor de regime estacionário, m3/s = altura do nível em regime estacionário (antes da ocorrência de qualquer variação) h = pequeno desvio na altura do nível em relação a seu valor em regime estacionário, m Q H Automação e Controle 33 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos Em mecânica dos fluidos, um sistema pode ser considerado linear se o fluxo for linear. Baseado na hipótese de que o fluxo seja linear, ou linearizado, a equação diferencial deste sistema pode ser obtido como segue. Uma vez que a vazão de entrada menos a vazão de saída, durante um pequeno intervalo dt, é igual à quantidade adicional armazenada no reservatório, constata-se que: Cdh=(qi-q0)dt Automação e Controle 34 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos Considerando-se a definição de resistência, a relação entre q0 e h é dada por: q0= h/R A equação diferencial para este sistema para um valor constante de R é a seguinte iRqh dt dh RC =+ Automação e Controle 35 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos Automação e Controle 36 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos A Figura (a) mostra o diagrama esquemático de um sistema de suspensão de automóvel. À medida que o carro se desloca ao longo da estrada, os deslocamentos verticais dos pneus agem como sinais de excitação do sistema de suspensão do automóvel. O movimento deste sistema é composto de uma translação do centro de massa e de uma rotação em tomo do centro de massa. A modelagem matemática do sistema completo é bastante complicada. Automação e Controle 37 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos Uma versão bastante simplificada do sistema de suspensão é mostrada na Figura (b). Admitindo-se que o deslocamento xi do ponto P seja a grandeza de entrada do sistema e que o deslocamento vertical xo da carroceria do carro seja a grandeza de saída (Considerar o movimento da carroceria somente segundo o eixo vertical.) O deslocamento xo é medido em relação a uma situação de equilíbrio, na ausência de sinal de entrada xi. Automação e Controle 38 Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos Solução: A equação do movimento referente ao sistema mostrado na Figura (b) é: ou 0).().(. =−+−+ ioioo xxkxxbxm iiooo x m k x m b x m k x m b x .... + = + +
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