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Questionário TGD AV1

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QUESTIONÁRIO DA MATÉRIA CORRESPONDENTE À PROVA AV1 – 2021 
 
 
1. Quais as espécies de enunciados linguísticos estudados em sala? De exemplos. 
a) descritivos – é o que traz uma explicação geral, uma definição ou descrição. 
Tem a função de informar outrem. Como exemplo, temos a definição de crime doloso 
no Código Penal brasileiro. 
b) prescrito ou normativo – é uma norma, comando, ordem, um imperativo, um 
comando. Tem a função de modificar comportamento. Essa é própria da linguagem 
normativa. Como exemplo uma portaria do Poder Executivo. 
c) interrogativo – é o que não admite atributo falso ou verdadeiro. Trata-se apenas de 
uma pergunta. 
d) exclamativo – exprime sentimentos e sensações. 
2. O que é uma proposição. 
É uma estrutura sintática em forma de enunciado que afirma ou nega um sujeito e um 
predicado. 
3. Diferencie enunciado prescritivo e enunciado descritivo. 
O descritivo apresenta predicações falsas ou verdadeiras e tem a função de informar 
outrem. Por sua vez, o prescritivo trata de comandos válidos ou inválidos e tem a 
função de modificar a conduta. 
4. Os enunciados prescritivos podem ser falsos ou verdadeiros? E os enunciados 
descritivos? 
Não. Os prescritivos são válidos ou inválidos. Por sua vez, os enunciados descritivos, 
podem ser falsos ou verdadeiros. 
5. É possível dar uma ordem através de um enunciado descritivo? Fundamente. 
Não, porque os dispositivos descritivos apenas descrevem, não há comandos. Como 
por exemplo a norma que define o crime doloso, previsto em no Código Penal: “Diz-se 
o crime: I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-
lo”. Como pode ser observado, não contém um dever, uma conduta, apenas descreve 
o que é crime doloso, não há comando. 
6. Defina metalinguagem e linguagem objeto, estabelecendo a relação entre ambas. 
 
 
Quando uma linguagem descreve outra linguagem estamos diante de uma 
metalinguagem. A ciência do direito é uma metalinguagem, pois descreve (analisa) os 
enunciados normativos (linguagem). Por sua vez, a linguagem objeto é aquela que é o 
objeto de estudo de um determinado campo. 
7. A ciência do direito é uma metalinguagem? Fundamente, indicando qual a sua 
linguagem objeto. 
Sim, a ciência do direito é uma metalinguagem, pois descreve (analisa) os enunciados 
normativos (linguagem). Dessa forma, o direito tem como linguagem objeto as normas 
jurídicas. 
8. Os enunciados da ciência do direito se submetem à disjunção “falso ou verdadeiro” 
ou a disjunção “válido ou inválido”? E os enunciados da sua linguagem objeto? 
A ciência jurídica é uma metalinguagem composta por enunciados descritivos, 
portanto falsos ou verdadeiros, com estrutura sintática proporcional, que tem por 
linguagem objeto a norma jurídica, composta por enunciados normativos, portanto 
válidos ou inválidos. 
9. Diferencie mundo do ser e mundo do dever ser. 
A forma de pensar o mundo do ser está ligada a casualidade. Por sua vez, a imputação 
diz respeito a forma de pensar o mundo do dever ser. Por causalidade entende-se que 
dado o fato antecedente como causa, será o consequente como efeito. Já a imputação 
considera que dado o fato antecedente como condição, deverá/será o consequente 
como imputação. 
10. O direito é uma ordem de verdades ou de validades? Fundamente e de exemplo. 
O direito é uma ordem de validades, e não verdades. Um exemplo clássico era o 
vivenciado no nosso ordenamento jurídico, na vigência do antigo código civil, no qual 
um filho biológico (no mundo ser), tido fora do casamento (bastardo), não era 
considerado filho para fins jurídicos (mundo dever ser). 
11. Diferencie conceito e categoria, indicando qual a importância da categoria da 
imputação para o direito? 
Conceito – Forma universal das coisas pensadas; 
Categoria – Forma universal do pensamento; 
Toda norma jurídica perfaz a categoria da imputação. Dado o fato antecedente como 
condição, deverá/será o consequente como imputação. 
 
 
12. Diferencie as categorias da imputação e da causalidade. 
Causalidade - Dado o fato antecedente como causa será o consequente como efeito; 
Imputação – Dado o fato antecedente como condição, deverá/será o consequente 
como imputação. 
13. Defina imperativo, estabelecendo as diferenças entre imperativo categórico e 
imperativo hipotético. 
O imperativo é o dever que emana de uma vontade supra ordenada (vontade de quem 
manda) e se dirige a uma vontade subordinada (vontade de quem obedece). 
Imperativos categóricos são ordens formuladas de forma categórica, tais como: não 
matarás. 
Imperativos hipotéticos ocorre quando o conteúdo da imputação é previsto antes da 
conduta, tais como o caso das normas jurídicas em geral. 
14. A norma jurídica é um imperativo? Fundamente. 
Sim, porém é um imperativo hipotético, ou seja, o conteúdo da imputação normativa é 
previsto na anterioridade da conduta. 
15. Defina norma jurídica desde cinco pontos de vistas 1. linguístico, 2. epistemológico, 
3. lógico e 4. psicológico e 6. funcional. 
Linguístico – É um enunciado normativo; 
Epistemológico – Perfaz a categoria da imputação; 
Lógico – Norma Jurídica = Hipótese Fática + Dever/Ser + Imputação Normativa; 
Psicológico – É um Imperativo (hipotético); 
Funcional - O papel da norma é dar uma definição jurídica aos fatos. 
16. Qual a relação entre norma jurídica e dispositivo legal, segundo o professor? 
Um dispositivo legal não é a norma jurídica e sim, apenas uma parte dela, um mero 
fragmento. 
17. “Cada dispositivo legal é uma norma jurídica”: você concorda com esta tese? 
Fundamente, a luz da perspectiva linguística, lógica, epistemológica e psicológica da 
norma jurídica. 
Não, pois existem dispositivos legais que são meramente descritivos, como por 
exemplo o artigo 18 do Código Penal Brasileiro, o qual segue transcrito, no que diz 
respeito a definição de crimes dolosos: “quando o agente quis o resultado ou assumiu 
o risco de produzi-lo”. Nesse exemplo observamos um dispositivo legal, e não uma 
 
 
norma jurídica, uma vez que, não é uma ordem, não é um comando, não é um dever 
dirigido a uma conduta, ele só está descrevendo o que é um crime em sua forma 
dolosa. 
18. Descreva a estrutura fragmentária da norma jurídica desenvolvida pelo professor em 
sala da aula. 
A norma jurídica é um enunciado linguístico normativo que está fragmentado no texto 
da lei e demais fontes do direito. Desse modo, a norma jurídica precisa ser 
reconstruída a partir do caso concreto. 
19. Qual o ponto de partida para o raciocínio jurídico-normativo? Os juristas constroem 
norma jurídicas em tese ou somente a partir de um fato concreto? Fundamente. 
O ponto de partida do raciocínio decisório é o fato e não a norma. O jurista inicia sua 
análise a partir de um fato concreto, construindo a norma jurídica relativa aquele fato, 
ou seja, a norma individual. 
20. Como a lei participa da norma jurídica? Os fragmentos legais são vinculantes ou têm 
poder meramente persuasivos? 
A lei é a principal fonte do direito. É a fonte formal do direito (principal), nas quais as 
decisões judiciais encontram fundamento, bem como a jurisprudência, a doutrina e o 
costume consideradas fontes complementares. Os fragmentos legais são vinculantes. 
21. Como a doutrina, o costume e a jurisprudência participam da norma jurídica? Os 
excertos jurisprudenciais e doutrinários tem força vinculante ou meramente 
persuasiva? 
A jurisprudência e a doutrina, em diversas hipóteses, cumprem uma função normativa 
complementar, ora delimitando o alcance de alguns tipos penais, ora definindo os 
limites de conceitos semanticamente vagos contidos em tais dispositivos legais. Elas 
disponibilizam aos aplicadores da lei interpretações possíveis do texto legal, 
cumprindo a função de especificar o sentido dos termos legais. Por sua vez, a costume, 
que já foi a principal fonte do direito no passado, hoje é o mais frágil. Por serem 
catalográficas, nãovinculam o juiz e atuam apenas como elementos de persuasão. 
22. Qual a relação entre valor e norma? O que é uma valoração objetivada? 
São dois lados de uma mesma moeda. Ou seja, se determinado indivíduo ou grupo 
tem um valor e outro determinado indivíduo ou grupo comunga um valor contrário, o 
primeiro é considerado diferente. Porém, se esse tal valor começa a ser comungado 
 
 
por todos, ele se transforma em norma para todos. Dessa forma, quando o grupo 
comunga do mesmo valor, para esse grupo tal valor torna-se objetivo, ou seja, torna-
se uma norma de conduta. Assim, norma é uma valoração objetivada pelo critério da 
comunhão paulatina do valor. 
23. Como um valor pode se objetivar? 
Ele se objetiva a partir do momento que um grupo de indivíduos o comungam do 
mesmo modo, passando a ser uma norma de conduta para todos daquele grupo, 
passando assim a ser objetivado. 
24. Como ocorre a objetivação do valor nas diversas fontes do direito (lei, doutrina, 
jurisprudência e costume)? 
Os costumes são objetivados pela repetição de condutas. Por sua vez, a jurisprudência 
é objetivada com reiteração de decisões em um mesmo sentido. Na doutrina a 
objetivação ocorre quando se tem uma opinião teórica devidamente fundamentada 
sob determinados textos legais isolados, ou institutos jurídicos inteiros, de forma a 
complementar a legislação, definindo alguma coisa que está indefinida no texto legal, 
lapidando o texto legal. Por fim, com relação a lei, cabe destacar que somos um 
sistema de direito legislado, sendo assim, ela é objetivada com seu vigor, obedecendo 
as regras de controle normativo estabelecidas, e sua aplicação pratica nos casos 
concretos. 
25. Em que consiste o sancionismo e o não-sancionismo? 
O sancionismo se refere à compreensão de que nas normas jurídicas que contém 
sanção possuem uma estrutura dúplice. Os chamados sancionistas, tais como Hans 
Kelsen, sustentam que todas as normas jurídicas possuem sanção. Por sua vez, os não 
sancionistas reconhecem que as normas que contém sanção possuem estrutura 
dúplice, mas sustentam que existem normas jurídicas que não contém sanção, e essas 
ostentam uma estrutura simples. 
26. Descreva a estrutura dúplice das normas que contém sanção, indicando a que 
conduta cada “dever ser” se dirige. 
A estrutura dúplice pode ser analisada da seguinte forma: “dado a hipótese fática, 
deve ser o preceito (P); entretanto, dado o descumprimento do preceito devido (não 
P), deve ser S (sanção) ”. O que significa que preceito (P) é aquilo que o direito manda 
fazer; se o preceito for descumprido, é imposta a sanção. 
 
 
27. O que é endonorma e perinorma? 
Endonorma: É implícita, na qual o dever se dirige ao cidadão – Preceito (P). Ex. 
Preceito: Não Matar. 
Perinorma: É Expressa. Por sua vez, o dever se dirige o aplicador (juiz). Ex. 
Descumprindo o preceito (Não Matar) recebe a sanção. 
28. Qual a importância dos princípios de identidade, de não-contradição e do terceiro 
excluído para a ideia de sistema? É possível um sistema que não respeite esses 
princípios lógicos fundantes da racionalidade ocidental? Fundamente. 
São fundamentais para a ideia de sistema, não sendo cabível um que não respeito 
esses princípios lógicos, pois são os traços fundamentais do modelo de racionalidade 
científica, que maneja o pensamento sistemático e persegue a verdade objetiva, 
alcançada através da demonstração. O princípio da identidade afirma que tudo é 
idêntico a si mesmo. Em fórmula, A é A. Por exemplo, podemos dizer a árvore é 
árvore. Por sua vez, o princípio de não-contradição, como o nome indica, afirma que 
não deve existir contradição no raciocínio: A não é não-A, e a árvore não é não-árvore. 
Por fim, o princípio do terceiro-excluído, pode ser visto como a forma disjuntiva do 
princípio da identidade: uma coisa é ou não é. Entre essas duas possibilidades 
contraditórias não há possibilidade de uma terceira que, assim, fica excluída. 
Formalmente, é assim expresso: A é B ou A não é B; como exemplo podemos dizer que 
ou aquilo é árvore ou não é árvore. 
29. Qual a importância da noção de sistema para a ciência do direito? 
É fundamental para ciência do direito, não somente porque ela se “cientificizou”, mas 
porque essa “cientificização” está ligada a necessidade de construção de sistemas 
conceituais que inspirassem a elaboração da lei sob a forma de sistemas normativos, 
diante da necessidade de construir a lei como um sistema normativo. Uma vez que, a 
única possibilidade de vinculação do magistrado a um direito construído previamente 
é que esse direto tenha sido construído através de um sistema normativo, tendo por 
base que os sistemas normativos oferecem uma única resposta para cada problema. 
30. Qual a importância da noção de sistema para o direito positivo? 
É de suma importância no que se refere aos elementos que formam o núcleo de um 
sistema de direito legislado eficaz: o sistema de normas legais positivadas, os 
aplicadores de normas com suas regras de competência jurisdicional e o princípio da 
 
 
legalidade, que vincula os aplicadores às normas, de modo que, toda decisão que não 
for fundamentada numa norma do sistema será considerada inválida. 
31. Qual a relação entre tripartição dos poderes, vinculação e sistema? 
O Brasil adota a tripartição dos poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) que são 
independentes e harmônicos entre si, não existindo uma hierarquia entre eles. Além 
disso, eles fiscalizam uns aos outros, mantendo assim o Estado Democrático de Direito. 
Dessa forma, a vinculação se faz importante, tendo em vista que este princípio é capaz 
de vincular o aplicador da lei ao sistema de normas, ou seja, obediência ao princípio da 
legalidade. 
32. Em que consiste a dupla sistematização do direito moderno? 
Para a operação do direito por meio de um pensamento sistemático é necessária a 
dupla sistematização, em que de um lado está a normativa (alcançada pela codificação 
do direito) e do outro lado as construções teoréticas e seus sistemas conceptuais, que 
somente podem ser possíveis de raciocinar sistematicamente no interior de uma 
teoria. Em tese, significa a cientificação do saber jurídico e na codificação das leis. 
33. Um sistema conceitual pode ter contradição interna e se manter sistema? E um 
sistema normativo? 
Não pode se manter. O conteúdo material da lei não pode estar em conflito como o 
conteúdo de outras leis, sob pena de ferir a sistematicidade do direito, a coerência 
lógica interna do ordenamento jurídico, o seu respeito ao princípio aristotélico da não-
contradição. 
34. O que é antinomia e quais os critérios de solução de antinomias no sistema legal 
brasileiro? Quais critérios traduzem regras de revogação e quais traduzem regras de 
afastamento da incidência? 
A antinomia é uma contradição entre normas dentro de um sistema jurídico, fazendo 
que seja dificultosa a sua interpretação, reduzindo assim a segurança jurídica. Os 
critérios de solução das antinomias são a organização hierárquica quando há conflito 
entre leis de graus hierárquicos distintos, lei superior revoga a anterior, naquilo em 
que estão em antinomia. Como duas leis não podem regular uma mesma conduta de 
modo distinto, ou seja, se ocorrer uma contradição deverão ser observados dois 
pontos: primeiro se o conflito for entre leis hierarquicamente distintas, valerá a lei 
hierarquicamente superior, que revogará a hierarquicamente inferior; no entanto, se o 
 
 
conflito for com uma lei de mesmo grau hierárquico, a lei posterior será a considerada 
válida, revogando a lei anterior do mesmo grau hierárquico (lex posterior derogat 
priori). 
35. Quais são as cinco principais características de um sistema normativo? Defina cada 
uma delas indicando qual a sua função no sistema. 
Sistema de normas legais positivadas: garantindo a segurança jurídica; 
Aplicabilidade de normas (magistratura): casta de aplicadores definida porregras de 
competência jurisdicional. Caso não existisse, todos iriam querer interpretar e aplicar 
as normas, cada qual do seu jeito, de acordo com seus interesses; 
Princípio de Vinculação (legalidade): princípio da legalidade, uma vez que as normas 
estão contidas nas leis, vinculando assim o aplicador ao sistema de normas; 
Axioma ontológico do direito: “tudo o que não está juridicamente proibido, está 
juridicamente permitido” de modo que o juiz não possa inventar novas proibições sem 
ofender o sistema; 
Proibição do non liquet: inafastabilidade do controle jurisdicional, no qual o juiz não 
pode deixar de julgar uma causa que lhe foi submetida. 
36. Defina e diferencie existência da lei, validade da lei, vigência da lei, eficácia legal e 
eficácia social. 
Em relação à existência, ainda existe uma discussão entre os estudiosos de quando a 
lei começa a tomar existência. De um lado defende-se que a existência ocorre quando 
ela for promulgada, por outro lado, outros defendem que ocorre quando ela é 
publicada. 
A validade se refere à discussão da materialidade da lei, pois o conteúdo material da 
lei não pode estar em conflito com as outras leis, ferindo o sistema. Todavia, se a lei 
existe, presume-se válida até essa presunção eventualmente ser afastada por 
procedimento próprio. 
Ao passo que a lei começa a ter vigência quando ela está apta a produzir seus efeitos, 
regular a conduta humana, ou seja, ser efetivamente aplicada. De modo que quando 
ela passa a ter vigência começa a produzir eficácia, ou seja, passa a incidir sobre os 
fatos da vida previstos hipoteticamente em seu suporte fático, transformando-os em 
fatos jurídicos. 
 
 
Isso mostra que a eficácia legal ocorre quando a lei, iniciada sua vigência no mundo em 
que o fato que ela prevê hipoteticamente, ou seja, que ela regula, começa a produzir 
seus e feitos, de modo que, ocorrendo esses fatos, norma incide neles, (eficácia legal), 
transformando-os em fatos jurídicos. 
Já a eficácia social ocorre quando a aplicação concreta da lei é efetivada pelo poder 
público. 
37. Uma lei pode ser inválida e produzir eficácia social? Fundamente. 
*Sim. Uma lei pode ser inválida, ou seja, ter sido produzida com vícios de formalidade 
ou materiais e ainda sim produzir efeitos no sistema e obter eficácia social, enquanto 
não ocorre a sua desconstituição jurídica. 
38. Uma lei pode viger e ser revogada sem produzir eficácia legal? Fundamente. 
Sim. Uma vez que pode ocorrer de uma determinada lei já vigente ser revogada antes 
mesmo de chegar a produzir os efeitos, como por exemplo uma lei, que regula uma 
hipótese que não venha a ocorrer no mundo dos fatos antes da sua revogação. 
39. Uma lei pode produzir eficácia legal e não produzir eficácia social? Fundamente. 
Sim. Uma lei pode ser eficaz legalmente, ou seja, reunindo todas as suas características 
que são indispensáveis para a transformação lógica-normativa dos fatos nela previstos 
em fatos jurídicos, contudo, não ser eficaz no ponto de vista social, porque pode 
acontecer de sua aplicação concreta não ser efetivada pelo poder público. 
40. Uma lei pode viger e não produzir eficácia legal? Fundamente. 
Sim. É possível uma lei existir e jamais vir a ser eficaz, ou seja, não chegar a produzir a 
eficácia legal, bastando que durante o período de sua vigência não ocorra o fato nela 
previsto hipoteticamente no mundo jurídico. 
41. Como se dá a validade da lei? 
Se a lei existe, presume-se válida até que essa presunção eventualmente seja afastada 
por procedimento próprio (a depender do tipo de ato legislativo). 
42. Porque a ciência não se vale da linguagem natural para elaborar o conhecimento 
teórico. 
Devido a sua forma vaga e ambiguidade, trazendo consigo uma imprecisão, que não 
pode ser admitida em conhecimento teórico, técnico-científico. 
43. A lei utiliza linguagem natural ou técnico-científica? Fundamente. 
 
 
Utiliza a linguagem natural, uma vez que no plano normativo o direito se vê obrigado a 
utilizar a linguagem natural, para que as pessoas as quais a normas jurídicas se 
dirigem, possam compreender a mensagem normativa. A linguagem técnico-científica 
fica relegada ao plano teórico e doutrinário. 
44. O que é um termo de classe? E um nome próprio? Dê exemplos. 
É o termo que reúne em uma mesma classe vários objetos, apresentando dois 
atributos semânticos, a conotação (o conjunto de atributos e características que dão 
significado) e a denotação (classe de objetos reunidos pela palavra). Exemplo: a 
palavra “chave”. Já o nome próprio designa um objeto único. Exemplo a palavra 
"Flórida". 
45. O que é conotação e denotação? Qual a relação entre intensidade conotativa e 
extensão denotativa? 
A conotação traduz o conjunto de atributos e características que lhe dão significado. 
Exemplo: palhaço, conota um homem brincalhão, vestido com roupas largas e 
coloridas, cara pintada. Por sua vez, a denotação corresponde à classe de objetos 
reunidos pela palavra. Exemplo: palhaço denota Bozo, Carequinha, Pirulito, etc. 
Quanto mais ampliamos as exigências de atributos que algo deve ostentar para 
pertencer a classe designada pela palavra (intensão conotativa), menor o número de 
objetos pertencentes a esta classe (extensão denotativa). Dessa forma, podemos 
observar a existência de uma relação inversamente proporcional entre a intensão 
conotativa e a extensão denotativa de um termo de classe. 
46. O que é vagueza e ambiguidade dos termos de classe da linguagem natural? Dê 
exemplos. 
Por vagueza e ambiguidade podemos entender como sendo uma zona em que os 
objetos podem ou não se enquadrar na classe, dependendo de como se articularem as 
exigências conotativas, ou seja, como se delimitar o significado do termo, como se 
interpretá-lo. Ex. Chave falsa, citada no Art. 155, §4º, inciso III do Código Penal 
Brasileiro. 
47. O que é heurística? 
Heurísticas são estratégias práticas que diminuem o tempo de tomada de decisão e 
permitem que as pessoas funcionem sem parar constantemente para pensar em seu 
 
 
próximo curso de ação. As heurísticas são úteis em muitas situações, mas também 
podem levar a vieses inconscientes. 
48. Diferencie legalidade estrita e legalidade mitigada, dando exemplos legais. 
Em relação à legalidade estrita somente é aceita a interpretação, seja ela extensiva ou 
restritiva, do texto legal, por exemplo, o Código Penal. Já na legalidade mitigada há a 
possibilidade de interpretação e de integração da norma jurídica, como por exemplo, o 
Código Civil. 
49. Quais são as três heurísticas jurídicas? Todas as três são permitidas? Porque? 
As 03 heurísticas são: secundum legem, a praeter legem, e a contra legem. Sendo 
permitida somente as duas primeiras, por não violarem o sistema jurídico normativo. 
Por sua vez, a contra legem (contra lei), viola o sistema jurídico normativo e por isso 
não é permitida. 
50. Diferencie interpretação da lei e integração da lei, indicando a que heurística jurídica 
cada uma corresponde. 
Interpretar a lei é dar o conteúdo e a extensão dos termos legais, se refere à heurística 
secundum legem. Por sua vez, integrar a lei é preencher a lacuna do sistema legal, suas 
omissões, a busca de um sistema normativo que não está explícito na lei e se relaciona 
com a heurística praeter legem. 
51. Defina lacuna da lei. 
A lacuna da lei é um vazio, uma omissão ou uma incompletude do ordenamento 
jurídico por inexistência de dispositivo legal ou critério para se saber qual norma 
aplicar. 
52. Como se interpreta uma lei extensivamente e restritivamente? Fundamente. 
A interpretação de uma lei extensivamente se faz ao diminuir a quantidade de 
predicados universais relativos à conotação. Por sua vez, a interpretação restritiva 
ocorre quando se aumenta o número desses predicados, diminuindo assim, a 
denotação do termo ou expressão apreciada. 
53. Quais são os limites da heurística secundum legem? Fundamente. 
Sãoos limites de possibilidade semântica do texto legal, com a interpretação restritiva 
de um lado e do outro lado a interpretação extensiva. 
54. Quais são as técnicas de integração da lei? 
A analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
 
 
55. A integração da lei por analogia ofende o axioma ontológico do direito? 
Fundamente. 
A integração da norma respeita o sistema legal adotado, ou seja, há a observância da 
lacuna legal como uma totalidade. Dito isso, não há ofensa ao axioma ontológico. 
56. Em que hipótese as três heurísticas podem se confundir? Fundamente. 
Na hipótese de vagueza, na área obscura de indefinição e também na sobreposição 
delas. Pois, nessa área é possível se utilizar de qualquer uma das heurísticas para 
resolução de um caso concreto. Como por exemplo, as três heurísticas poderão ser 
utilizadas na questão do que pode ou não pode ser considerado como chave falsa 
artigo 155, §4º, III, Código Penal Brasileiro.

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