Buscar

Modelo de alegações finais modificação de guarda do menor

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 00ª VARA DE 
FAMÍLIA DA CIDADE 
 
 
 
 
 
Ação de modificação de guarda de menor 
Proc. nº. 44556.11.8.2222.99.0001 
Autor: Francisco das Quantas 
Ré: Valquíria de Tal 
 
 Intermediado por seu mandatário ao final firmado, causídico inscrito na 
Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado, sob o nº. 112233, comparece o Autor 
para, na forma do art. 364, § 2º, da Legislação Adjetiva Civil, oferecer, no prazo 
fixado por Vossa Excelência, os presentes 
ALEGAÇÕES FINAIS 
 
nos quais, da apreciação ao quadro fático e probatório inserto, pede-se o que se segue. 
 
(1) – SÍNTESE DOS FATOS 
 
 A Promovente ajuizou ação de modificação de guarda de menor 
em desfavor da Ré. 
 A causa de pedir, naquela, concerne a alteração da guarda, de 
compartilhada para unilateral, para aquele, haja vista maus-tratos ao infante. 
 Os autos mostram que, aproximadamente após um ano do 
divórcio, o Autor passou a residir na cidade de São Paulo, na Capital. Isso ocorrera em 
virtude de oportunidade de trabalho que surgira. Portanto, atualmente trabalhando 
na empresa Fictícia de Alimentos Ltda. (fls. 17/39) 
 Diante desse aspecto, ou seja, sua mudança para o Estado de São 
Paulo, não tivera, com frequência de antes, mais contato direto e físico com seu filho. 
Porém, diariamente se comunicavam por telefone. 
 Foi justamente em uma dessas conversas que começou a 
desconfiar da ocorrência de maus-tratos ao filho. Na ocasião, o infante relatou que 
estava sendo severamente agredido por sua mãe (ora Ré) e pelo senhor Pedro Fictício, 
atual companheiro dessa. 
 Por cautela, até porque se tratavam de palavras advindas de um 
menor, tivera a prudência de levar ao conhecimento do Conselho Tutelar da Cidade. 
Em face disso, pedira providências de sorte a se apurarem esses fatos, na medida de 
responsabilidade de ambos em preservar os interesses do menor. 
 E o quadro, narrados pelo menor, de fato, eram verídicos. 
 Nesse compasso, colhe-se do Relatório de Visita, feito pelo 
Conselho Tutelar, a seguinte passagem, ad litteram: 
 
“Os conselheiros atendendo a seu pedido foram até a casa da senhora Valquíria Fictícia 
onde mora o menor Joaquim Fictício e, chegando lá, conversando com ele, este relatou 
que estava triste porque sua mãe e seu padrasto batiam muito nele, 
desnecessariamente e quase que diariamente. Na última vez o menor havia sido 
agredido pelo convivente com sua mãe, senhor Pedro Fictício, quando, segundo relato 
do menor, este havia puxado os cabelos dele e tinha surrado o mesmo com um cinto e 
a mãe estava vendo a situação e não fazia nada, apesar dos pedidos de socorro e 
clemência do menor. Disse o menor que eles (padrasto e mãe) eram muito malvados. 
“ 
 
 Foi ouvido, também, nesse Relatório de Visita, o vizinho da Ré, 
de nome Manoel das Quantas, que assim descreveu os fatos: 
 
“De fato realmente escuta do seu filho Renan que o menor Joaquim Fictício apanha 
muito de ´seus pais´(se referindo ao padrasto, no caso). Asseverou que certa feita, não 
mais que quinze dias atrás, ouviu gritos de desespero do menor Joaquim Fictício, o 
qual estava pedindo socorro quando estava apanhando de sua mãe, pois clamava pelo 
nome dela ao pedir para parar de surrá-lo. “ 
 
 Tais acontecimentos são gravíssimos. Merecem, por isso, a 
adequada reprimenda jurídica. 
 Lado outro, não se descure que este pedido de alteração da 
guarda deve ser analisado sob o manto do princípio da garantia prioritária do menor. 
É dizer, observando-se os direitos fundamentais previstos na Constituição Federal. 
 Exatamente por isso é a redação contida no ECA. In verbis: 
 
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) 
Art. 4º - É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público 
assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, 
à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. 
Art. 6º - Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se 
dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a 
condição peculiar da criança e do adolescente como pessoa em desenvolvimento. 
 
2 – PROVAS INSERTAS NOS AUTOS 
 
2.1. Depoimento pessoal da Ré 
 
 É de se destacar o depoimento pessoal prestado pela Promovida, 
o qual dormita na ata de audiência de fl. 97/98. 
 Indagada acerca das motivações do episódio e se existiu o 
referido maus-tratos, respondeu: 
 
QUE, Etiam posuere quam ac quam. Maecenas aliquet accumsan leo. Nullam dapibus 
fermentum ipsum. Etiam quis quam. Integer lacinia. Nulla est. Nulla turpis magna, 
cursus sit amet, suscipit a, interdum id, felis. Integer vulputate sem a nibh rutrum 
consequat. Maecenas lorem. Pellentesque pretium lectus id turpis. Etiam sapien elit, 
consequat eget, tristique non, venenatis quis, ante. Fusce wisi. Phasellus faucibus 
molestie nisl. Fusce eget urna. Curabitur vitae diam non enim vestibulum interdum. 
Nulla quis diam. Ut tempus purus at lorem. 
 
2.2. Prova testemunhal 
 
 A testemunha Francisca das Quantas, arrolada pelo Autor, 
também sob o tema, assim se manifestou em seu depoimento (fl. 101): 
 
Etiam posuere quam ac quam. Maecenas aliquet accumsan leo. Nullam dapibus 
fermentum ipsum. Etiam quis quam. Integer lacinia. Nulla est. Nulla turpis magna, 
cursus sit amet, suscipit a, interdum id, felis. Integer vulputate sem a nibh rutrum 
consequat. Maecenas lorem. Pellentesque pretium lectus id turpis. Etiam sapien elit, 
consequat eget, tristique non, venenatis quis, ante. Fusce wisi. Phasellus faucibus 
molestie nisl. Fusce eget urna. Curabitur vitae diam non enim vestibulum interdum. 
Nulla quis diam. Ut tempus purus at lorem. 
 
2.3. Prova documental 
 
 Às fls. 77/91, dormitam inúmeras provas concernentes às 
manifestações do Autor, que, seguramente, apontam a ratificarem as afirmações feitas 
na peça vestibular. 
 
3 – NO ÂMAGO DA LIDE 
3.1. Necessidade de alteração da guarda 
 
 De mais a mais, "prioritariamente" a criança e o adolescente têm 
direito à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Assim, 
compete aos pais, acima de tudo, assegurar-lhes tais condições. Vedada, pois, qualquer 
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (CF, 
art. 227, caput). 
 Ainda do enfoque fixado no Estatuto da Criança e do 
Adolescente, tenhamos em conta que: 
 
Art. 17 – O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica 
e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da 
autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. 
 
Art. 18 – É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os 
a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório e 
constrangedor. 
 
Art. 22 – Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores,cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as 
determinações judiciais. 
 
Art. 129 – São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: 
( . . . ) 
VIII – a perda da guarda; 
 
 Nessas pegadas desses princípios, preceitua o Código Civil, 
verbo ad verbum: 
 
Art. 1638 - Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: 
 
I - castigar imoderadamente o filho; 
 
II - deixar o filho em abandono; 
 
III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes; 
 
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente. 
 
 Quanto ao mais, não obstante haja disposição quanto à guarda no 
divórcio, em favor da mãe, isso, por si só, não impede que seja reavaliada tal condição. 
Por conseguinte, deve ser aferida a situação que melhor possibilitará o 
desenvolvimento estável e saudável do filho. Não apenas sob o aspecto material, mas 
também afetivo e social. 
 A esse respeito, Flávio Tartuce e José Fernando Simão 
assinalam, in verbis: 
 
A respeito da atribuição ou alteração da guarda, deve-se dar preferência ao genitor 
que viabiliza a efetiva convivência da criança e do adolescente com o outro genitor 
nas hipóteses em que seja inviável a guarda compartilhada (art 7º). Desse modo, a 
solução passa a ser a guarda unilateral, quebrando-se a regra da guarda 
compartilhada constantes dos arts. 1583 e 1584 do CC. [ ... ] 
 
 Não devemos olvidar as lições de Válter Kenji Ishida: 
 
A perda do poder familiar (pátrio poder) para ser decretada deve estar de acordo 
com as regras do ECA em combinação com o CC. Assim, incide a decisão de 
destituição do pátrio poder na conduta omissiva do genitor diante de suas obrigações 
elencadas no art. 22 do ECA e no art. 1.634 do CC, infra-assinalado. Mais, deve o 
genitor amoldar-se a uma ou mais hipóteses do art. 1638 do CC: [ ... ] 
 
 Nessa entoada, a prova documental levada a efeito, originária do 
Conselho Tutelar, revela, seguramente, a severidade e criminosa atuação da Ré (em 
conluio com seu convivente). É indisfarçável que se usurpou de seu poder familiar, 
máxime quando agredira o menor de forma aviltante. 
 Por conta disso, o Autor merece ser amparado com a medida 
judicial perquirida, especialmente do que dispõe no art. 1.583 da Legislação 
Substantiva Civil: 
 
 Art. 1.583 – a guarda será unilateral ou compartilhada 
( . . . ) 
§ 2o Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de 
forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas 
e os interesses dos filhos. 
I - (revogado); 
II - (revogado); 
III - (revogado). 
§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será 
aquela que melhor atender aos interesses dos filhos. 
( . . . ) 
§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os 
interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre 
será parte legítima para solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou 
subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física 
e psicológica e a educação de seus filhos.” (NR) 
 
 É certo que houvera alteração significante no que se refere à 
guarda compartilhada. É dizer, com a edição da Lei 13058/2014, a guarda 
compartilhada passa a ser a regra no nosso ordenamento jurídico. Tanto é assim que 
se optou por nominá-la de Lei da guarda compartilhada obrigatória. 
 Aparentemente, a nova regra impõe a guarda compartilhada 
entre o casal separando, sem qualquer exceção, por ser assim, como norma geral. 
Todavia, não é essa a vertente da lei. 
 Na realidade, comprovada a quebra dos deveres dos pais, seja por 
imposição legal ou definida por sentença, é permitida uma reavaliação concernente à 
guarda. Obviamente que isso deve ser grave e, mais, devidamente comprovada. 
 Por isso, excetua o art. 1584, § 5º, da Legislação 
Substantiva Civil, verbis: 
 
CÓDIGO CIVIL 
Art. 1.584. - A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: 
( . . . ) 
§ 5º - Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da 
mãe, deferirá a guarda a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, 
considerados, de preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e 
afetividade. 
(destacamos) 
 
 Perlustrando esse caminho, Maria Berenice Dias declara: 
 
Reconhecendo a inconveniência de estabelecer a guarda compartilhada, ao definir a 
guardar em favor de um dos genitores, deve ser regulamentada a convivência com 
o outro genitor. [ ... ] 
(negrito do texto original) 
 
 Flávio Tartuce, em nada discrepando do entendimento supra, 
ao comentar o enunciado 338 da IV Jornada de Direito Civil, afiança: 
 
De acordo com o teor do enunciado doutrinário, qualquer pessoa que detenha a 
guarda do menor, seja ela pai, mãe, avó, parente consanguíneo ou socioafetivo, 
poderá perdê-la ao não dar tratamento conveniente ao incapaz. O enunciado, com 
razão, estende a toda e qualquer pessoa os deveres de exercício da guarda de acordo 
com o maior interesse da criança e do adolescente. Tal premissa doutrinária deve 
ser plenamente mantida com a emergência da Lei 13.058/2014. [ ... ] 
 
 É assemelhado o entendimento de Conrado Paulino da Rosa. 
Veja-se: 
 
A gravidade do fato poderá justificar, em virtude do melhor interesse da criança, 
decisões emergenciais e provisórias baseadas no juízo da verossimilhança e do 
periculum in mora [ ... ] 
 
 Essa é, até mesmo, a compreensão da jurisprudência: 
 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE MODIFICAÇÃO DE GUARDA, SUSPENSÃO 
DE VISITAS C/C ALIMENTOS. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA. 
CONCEDIDA GUARDA UNILATERAL DOS FILHOS AO GENITOR AUTOR. 
CONVIVÊNCIA DA GENITORA REGULAMENTADA. VERBA ALIMENTAR 
ARBITRADA EM 40% DO SALÁRIO MÍNIMO. RECURSO DA REQUERIDA. 
Pretensão de reverter a guarda concedida ao requerente. Alegada modificação com 
base em incidente isolado. Inexistência de justificativa plausível para manter a guarda 
com o genitor. Insubsistência. Genitora que exerceu a guarda de fato por poucos meses 
após a separação do casal. Recorrente acometida por bipolaridade e alcoolismo. Prova 
técnica produzida que, a despeito de indicar o êxito no tratamento e controle das 
adversidades, aponta persistir a insegurança acerca da capacidade da ré para exercer 
sozinha os encargos de guardiã. Ademais, genitor que é guardião há 5 anos. Substrato 
probatório que indicou a plena aptidão para a responsabilidade. Inexistência de 
conduta que desabone o autor para exercer a guarda. Sentença mantida. Fixação de 
guarda unilateral que não enseja perda do poder familiar. Observância ao art. 1.589 do 
Código Civil. Honorários recursais devidos. Recurso conhecido e desprovido. [ ... ] 
 
FAMÍLIA. CRIANÇA E ADOLESCENTE. PROTEÇÃO INTEGRAL. 
GUARDA. UNILATERAL. MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA. 
1. O poder familiar é igualmente exercido pelos genitores e decorre da paternidade e 
da filiação, sendo que, nos termos do artigo 1.579 do Código Civil, mesmo no caso de 
dissolução da sociedade conjugal contraída entre os genitores, não se modificam os 
direitos e deveres dos pais em relação aos filhos, devendo tal poder ser exercido de 
forma conjunta entre estes, independentemente da situação conjugal existente. 2. 
Embora a guarda compartilhada sejapreferencial e a melhor forma de proteger os 
interesses do menor e de tornar a separação de seus genitores um evento menos 
gravoso, deve-se instituir a guarda unilateral quando há animosidade entre pais que 
possa comprometer o bem-estar e o desenvolvimento psíquico e emocional da criança. 
3. Inviabilizada a adoção da guarda compartilhada, a definição do responsável pela 
guarda unilateral deve observar o princípio constitucional da proteção integral e do 
melhor interesse da criança. 4. Para a definição da guarda, conquanto relevante a 
opinião da criança sobre a quem a deseja ver deferida, tendo em vista a sua condição 
de pessoa em desenvolvimento, deve ela, no seu melhor interesse, ser analisada em 
conjunto com as demais provas produzidas nos autos, em especial, a prova técnica, 
realizada por equipe multiprofissional especializada, especialmente porque não é 
incomum que os menores sejam influenciados pelo genitor que detém sua guarda no 
momento em que são ouvidas. 5. Na hipótese em concreto, do exame do conjunto 
probatório, constata-se que deve prevalecer a conclusão da prova técnica produzida 
nos autos, tendo em vista que, aliada à oitiva dos menores em audiência, é a que 
melhor atende às necessidades físicas, psíquicas e emocionais das crianças, sendo, 
inclusive, a única opção, que, no momento, possibilita o convívio fraterno. 6. Recurso 
conhecido e desprovido. [ ... ] 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE MODIFICAÇÃO DE GUARDA. 
DECISÃO QUE ATRIBUIU, EM CARÁTER DE CONCESSÃO DE TUTELA 
DE URGÊNCIA, GUARDA DO FILHO MENOR AO GENITOR AUTOR, DE 
FORMA UNILATERAL E PROVISÓRIA. 
Inconformismo da mãe, que sustenta ter a determinação do juízo originário se baseado 
em arquivos de áudio produzidos de forma clandestina, sem autorização judicial. Não 
obstante seja discutível a licitude de certos elementos de prova trazidos ao feito, há 
indícios outros que corroboram a versão dos fatos desenvolvida pelo genitor. Genitora 
que apresenta sinais de comportamento explosivo e agressivo, com influência 
perniciosa sobre o petiz, que por sua vez ostenta aspectos típicos de sofrimento 
psíquico. Menor que tem se mostrado bem adaptado ao lar paterno. Manutenção da 
guarda provisória paterna consentânea com o atendimento do melhor interesse da 
criança, por ora. Decisão mantida. Recurso não provido. [ ... ]

Outros materiais