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Soldado = Língua Portuguesa/Interpretação de Textos = Raciocínio Lógico-Matemático = Noções de Administração Pública/Ética no Serviço Público = Noções de Direito Constitucional = Noções de Direito Penal Militar/Processo Penal Militar = Noções de Direito Penal = Noções de Criminologia = Direitos Humanos (On-line) = Segurança Pública (On-line) PM-CE Polícia Militar do Ceará ON-LINE CONTEÚDO Atualidades DE ACORDO COM EDITAL Nº01 – SOLDADO PM-CE, DE 27 DE JULHO DE 2021 História do Ceará Polícia Militar do Ceará PM-CE Soldado NV-001AG-21 Cód.: 7908428800864 Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da editora Nova Concursos. Essa obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações. Dúvidas www.novaconcursos.com.br/contato sac@novaconcursos.com.br Obra PM-CE – Polícia Militar do Ceará Soldado Autores LÍNGUA PORTUGUESA/INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares, Giselli Neves e Isabella Ramiro RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO • Kairton Batista (Prof. Kaká) ATUALIDADES/HISTÓRIA DO CEARÁ (ON-LINE) • Carla Kurz NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA/ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO • Nágila Vilela, Ricardo Reis, Xico Kraemer, Lucas Afonso e Fernando Zantedeschi NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL • Samara Kich e Giovana Marques DIREITOS HUMANOS (ON-LINE) • Ana Philippini e Camila Cury NOÇÕES DE DIREITO PENAL MILITAR/PROCESSO PENAL MILITAR • Rodrigo Gonçalves NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL • Eduardo Gigante NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA • Nara Fernandes e Caio Laforga SEGURANÇA PÚBLICA (ON-LINE) • Rodrigo Varela e Renato Phillipini Edição: Agosto/2021 APRESENTAÇÃO Um bom planejamento é determinante para a sua preparação de sucesso na busca pela tão almejada aprovação. Por isso, pen- sando no máximo aproveitamento de seus estudos, esse livro foi organizado de acordo com os itens exigidos no Edital nº 01/2021 da PM-CE para o cargo de Soldado. O edital foi didaticamente sistematizado em um sumário subdividido para otimizar o seu tempo e o seu aprendizado. Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica – com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobra- dos nas provas, e a seção Hora de Praticar, trazendo exercícios gabaritados da banca organizadora do certame. A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos profes- sores e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas aulas que você encontra em nossos Cursos Online – o que será um diferencial na sua preparação. Nosso time faz tudo pensando no seu sonho de ser aprovado em um concurso público. Agora é com você! Intensifique ainda mais a sua preparação acessando os con- teúdos disponíveis online para este livro em nossa plataforma: Atualidades/História do Ceará, Direitos Humanos e Segurança Pública, conforme os assuntos exigidos no edital. Para acessar, basta seguir as orientações na próxima página. CONTEÚDO ON-LINE Para intensificar a sua preparação para concursos, oferecemos em nossa plataforma on- line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente. CONTEÚDO COMPLEMENTAR: • Atualidades/História do Ceará (disponível em videoaula). • Direitos Humanos (disponível para download). • Segurança Pública (disponível para download). COMO ACESSAR O CONTEÚDO ON-LINE Se você comprou esse livro em nosso site, o bônus já está liberado na sua área do cliente. Basta fazer login com seus dados e aproveitar. Mas, caso você não tenha comprado no nosso site, siga os passos abaixo para ter acesso ao conteúdo on-line. Acesse o endereço novaconcursos.com.br/bônus Digite o código que se encontra atrás da apostila (conforme foto ao lado) Siga os passos para realizar um breve cadastro e acessar seu conteúdo on-line sac@no vaconcursos.com.br VERSO DA APOSTILA NV-003MR-20 Código Bônus DÚVIDAS E SUGESTÕES NV-003MR-20 9 088121 44215 3 Código Bônus SUMÁRIO LÍNGUA PORTUGUESA/INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ...................................11 LEITURA, COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ......................................................... 11 ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS ........................................................................ 13 ARTICULAÇÃO DO TEXTO: PRONOMES E EXPRESSÕES REFERENCIAIS, NEXOS, OPERADORES SEQUENCIAIS ............................................................................................................ 14 SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL DE PALAVRAS E EXPRESSÕES ..................................................... 18 EQUIVALÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO DE ESTRUTURAS ............................................................... 20 SINTAXE: PROCESSOS DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO .................................................. 22 EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS .................................................................................... 24 PONTUAÇÃO....................................................................................................................................... 24 ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS ..................................................................................... 27 FUNÇÕES DAS CLASSES DE PALAVRAS ......................................................................................... 31 FLEXÃO NOMINAL E VERBAL ........................................................................................................... 41 PRONOMES: EMPREGO, FORMAS DE TRATAMENTO E COLOCAÇÃO .......................................... 43 CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL ........................................................................................... 46 REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL ....................................................................................................... 51 ORTOGRAFIA OFICIAL ....................................................................................................................... 53 ACENTUAÇÃO GRÁFICA ..................................................................................................................................53 RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO ........................................................................59 ESTRUTURA LÓGICA DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, LUGARES, OBJETOS OU EVENTOS FICTÍCIOS .................................................................................................................... 59 DEDUÇÃO DE NOVAS INFORMAÇÕES DAS RELAÇÕES FORNECIDAS E AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES USADAS PARA ESTABELECER A ESTRUTURA DAQUELAS RELAÇÕES .......................................................61 COMPREENSÃO E ANÁLISE DA LÓGICA DE UMA SITUAÇÃO, UTILIZANDO AS FUNÇÕES INTELECTUAIS: RACIOCÍNIO VERBAL, RACIOCÍNIO MATEMÁTICO, RACIOCÍNIO SEQUENCIAL, ORIENTAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL, FORMAÇÃO DE CONCEITOS, DISCRIMINAÇÃO DE ELEMENTOS ................................................................................................... 62 OPERAÇÕES COM CONJUNTOS ...................................................................................................... 77 RACIOCÍNIO LÓGICO ENVOLVENDO PROBLEMAS ARITMÉTICOS, GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS ........................................................................................................................................ 81 NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA/ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO .........................................................................................................105 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS ORGANIZAÇÕES FORMAIS MODERNAS: TIPOS DE ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, NATUREZA, FINALIDADES E CRITÉRIOSDE DEPARTAMENTALIZAÇÃO ..............................................................................................................105 PROCESSO ORGANIZACIONAL: PLANEJAMENTO, DIREÇÃO, COMUNICAÇÃO, CONTROLE E AVALIAÇÃO .......................................................................................................................................109 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO; ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO; ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA; AGÊNCIAS EXECUTIVAS E REGULADORAS ..............116 GESTÃO DE PROCESSOS ................................................................................................................123 GESTÃO DE CONTRATOS ................................................................................................................131 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ...................................................................................................137 INOVAÇÕES INTRODUZIDAS PELA CONSTITUIÇÃO DE 1988: AGÊNCIAS EXECUTIVAS; SERVIÇOS ESSENCIALMENTE PÚBLICOS E SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA; DELEGAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS A TERCEIROS; AGÊNCIAS REGULADORAS; CONVÊNIOS E CONSÓRCIOS ..........................................................................................................140 RELAÇÕES HUMANAS NO TRABALHO ..........................................................................................148 ÉTICA E CIDADANIA.........................................................................................................................152 NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................ 159 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ....................................................................................159 DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS ......................................................................................159 DIREITOS SOCIAIS ..........................................................................................................................................167 DIREITOS POLÍTICOS .....................................................................................................................................169 ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ...........................................................................................................169 ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA .............................................................................................170 União ...............................................................................................................................................................170 Estados ...........................................................................................................................................................171 Distrito Federal ...............................................................................................................................................172 Municípios ......................................................................................................................................................173 TERRITÓRIOS ..................................................................................................................................................173 PODER LEGISLATIVO .......................................................................................................................178 CONGRESSO NACIONAL ................................................................................................................................178 CÂMARA DOS DEPUTADOS E SENADO FEDERAL ........................................................................................179 PARLAMENTARES FEDERAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS .........................................................................181 PODER EXECUTIVO ..........................................................................................................................181 ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA E DOS MINISTROS DE ESTADO .....................................182 PODER JUDICIÁRIO .........................................................................................................................183 DISPOSIÇÕES GERAIS ...................................................................................................................................183 CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ) ..................................................................................................188 FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA ................................................................................................188 MINISTÉRIO PÚBLICO ....................................................................................................................................189 ADVOCACIA PÚBLICA ....................................................................................................................................189 DEFENSORIA PÚBLICA ...................................................................................................................................190 NOÇÕES DE DIREITO PENAL MILITAR/PROCESSO PENAL MILITAR ..... 195 APLICAÇÃO E ESPECIFICIDADES DA LEI PENAL MILITAR ..........................................................195 CRIME ................................................................................................................................................197 IMPUTABILIDADE PENAL ................................................................................................................203 CONCURSO DE AGENTES ................................................................................................................204 PENAS ...............................................................................................................................................206 APLICAÇÃO DA PENA ....................................................................................................................................206 SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA..........................................................................................................208 LIVRAMENTO CONDICIONAL ........................................................................................................................209 PENAS ACESSÓRIAS ......................................................................................................................................210 EFEITOS DA CONDENAÇÃO ...........................................................................................................................211 MEDIDAS DE SEGURANÇA ..............................................................................................................211 AÇÃO PENAL ....................................................................................................................................213 EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE .........................................................................................................215 CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ .......................................................................................217 CRIMES PROPRIAMENTE MILITARES E CRIMES IMPROPRIAMENTE MILITARES ..................221 CRIMES CONTRA A PESSOA ..........................................................................................................222 CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO ..................................................................................................230 CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR ..........................................................................239 CRIMES EM TEMPO DE GUERRA ....................................................................................................247 NOÇÕES DE DIREITO PENAL.....................................................................................253 APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO, NO ESPAÇO E EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS ....253INQUÉRITO POLICIAL ......................................................................................................................254 AÇÃO PENAL ....................................................................................................................................260 PRISÃO E LIBERDADE PROVISÓRIA ..............................................................................................262 LEI Nº 7.960/1989 (PRISÃO TEMPORÁRIA) ..................................................................................265 PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS .........................................................................................................................................266 O HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO ..........................................................................................266 LEI N. 8.072/1990 E ALTERAÇÕES POSTERIORES .......................................................................267 NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA .....................................................................................273 O CRIME COMO FATO SOCIAL ........................................................................................................273 INSTITUIÇÕES SOCIAIS RELACIONADAS COM O CRIME ...........................................................275 AS POLÍCIAS, O PODER JUDICIÁRIO, O MINISTÉRIO PÚBLICO, OS SISTEMAS PENITENCIÁRIOS ETC .275 A EXTENSÃO DA CRIMINALIDADE NO MUNDO E NO BRASIL .....................................................278 O CRIME COMO FENÔMENO DE MASSA .......................................................................................279 NARCOTRÁFICO, TERRORISMO E CRIME ORGANIZADO ............................................................................279 O CRIME COMO FENÔMENO ISOLADO ..........................................................................................281 ESTUDO DO HOMICÍDIO .................................................................................................................................281 CLASSIFICAÇÃO DE TIPOS CRIMINOSOS .....................................................................................283 CRIMINOSO NATO ..........................................................................................................................................284 CRIMINOSO OCASIONAL ...............................................................................................................................284 CRIMINOSO HABITUAL OU PROFISSIONAL .................................................................................................284 CRIMINOSO PASSIONAL ................................................................................................................................284 CRIMINOSO ALIENADO ..................................................................................................................................284 CRIMINOSO MENOR (DELINQUÊNCIA JUVENIL) .........................................................................................285 A MULHER CRIMINOSA ..................................................................................................................................285 AS ATIVIDADES REPRESSIVAS, PREVENTIVAS E EDUCACIONAIS PARA DIMINUIR OS ÍNDICES DE CRIMINALIDADE ...................................................................................................286 LÍ N G U A P O RT U G U ES A /I N TE R P R ET A Ç Ã O D E TE X TO S 11 LÍNGUA PORTUGUESA/ INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS LEITURA, COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS INTRODUÇÃO A interpretação e a compreensão textual são aspec- tos essenciais a serem dominados por aqueles candida- tos que buscam a aprovação em seleções e concursos públicos. Trata-se de um assunto que abrange questões específicas e de conteúdo geral nas provas; conhecer e dominar estratégias que facilitem a apreensão desse assunto pode ser o grande diferencial entre o quase e a aprovação. Além disso, seja a compreensão textual, seja a interpretação textual, ambas guardam uma relação de proximidade com um assunto pouco explorado pelos cursos de português: a semântica, que incide suas rela- ções de estudo sobre as relações de sentido que a forma linguística pode assumir. Portanto, neste material você encontrará recursos para solidificar seus conhecimentos em interpreta- ção e compreensão textual, associando a essas temá- ticas as relações semânticas que permeiam o sentido de todo amontoado de palavras, tendo em vista que, qualquer aglomeração textual é, atualmente, consi- derada texto e, dessa forma, deve ter um sentido que precisa ser reconhecido por quem o lê. Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma breve diferença entre os termos compreensão e interpretação textual. Para muitos, essas palavras expressam o mesmo sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste material, ainda que existam relações de sinonímia entre palavras do nosso vocabulário, a opção do autor por um termo ao invés de outro reflete um sentido que deve ser interpretado no texto, uma vez que a interpretação realiza ligações com o texto a partir das ideias que o leitor pode concluir com a leitura. Já a compreensão busca a análise de algo exposto no texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou uma expressão, e apresenta mais relações semânticas e sintáti- cas. A compreensão textual estipula aspectos linguísticos essencialmente relacionados à significação das palavras e, por isso, envolve uma forte ligação com a semântica. INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO A inferência é uma relação de sentido conhecida desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre interpretação de texto. Dica Interpretar é buscar ideias, pistas do autor do tex- to, nas linhas apresentadas. Porém, apesar de, aparentemente, parecer algo subjetivo, existem “regras” para se buscar essas pistas. A primeira e mais importante delas é identificar a orientação do pensamento do autor do texto, que fica perceptível quando identificamos como o raciocínio dele foi exposto, se de maneira mais racional, a partir da análise de dados, informações com fontes confiáveis ou se de maneira mais empirista, partindo dos efeitos, das consequências, a fim de se identificar as causas. Por isso, é preciso compreender como podemos interpretar um texto mediante estratégias de leitura. Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema, que é intrigante e de grande profundidade acadêmica; neste material, selecionamos as estratégias mais efica- zes que podem contribuir para sua aprovação em sele- ções que avaliam a competência leitora dos candidatos. A partir disso, apresentamos estratégias de leitura que focam nas formas de inferência sobre um texto. Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre o processo de inferência, que se dá por dedução ou por indução. Para entender melhor, veja esse exemplo: O marido da minha chefe parou de beber. Observe que é possível inferir várias informações a partir dessa frase. A primeira é que a chefe do enun- ciador é casada (informação comprovada pela expres- são “marido”), a segunda é que o enunciador está trabalhando (informação comprovada pela expressão “minha chefe”) e a terceira é que o marido da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada pela expres- são “parou de beber”). Note que há pistas contextuais do próprio texto que induzem o leitor a interpretar essas informações. Tratando-se de interpretação textual, os processos de inferência, sejam por dedução ou por indução, par- tem de uma certeza prévia para a concepção de uma interpretação, construída pelas pistas oferecidas no texto junto da articulação com as informações acessa- das pelo leitor do texto. A seguir, apresentamos um fluxograma que repre- senta como ocorre a relação desses processos: INFERÊNCIA DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA A partir desse esquema, conseguimosvisualizar melhor como o processo de interpretação ocorre. Agora, iremos detalhar esse processo, reconhecendo as estra- tégias que compõem cada maneira de inferir informa- ções de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópicos seguintes como usar estratégias de cunho dedutivo, indu- tivo e, ainda, como articular a isso o nosso conhecimento de mundo na interpretação de textos. A INDUÇÃO As estratégias de interpretação que observam métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certe- za na interpretação. Dessa forma, é fundamental bus- car uma ordem de eventos ou processos ocorridos no texto e que variam conforme o tipo textual. 12 Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos identificar uma organização cronológica e espacial no desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo, pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, pode- mos organizar as ideias do texto a partir da marcação de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argu- mentação, esse encadeamento de ideias fica marcado pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma ideia/ponto de vista. No processo interpretativo indutivo, as ideias são organizadas a partir de uma especificação para uma generalização. Vejamos um exemplo: Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no tempo em que estive na redação do O Globo, foi o bastan- te para não os amar, nem os imitar. São em geral de uma lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar, cur- vados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guia- dos por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. (BARRETO, 2010, p. 21) O trecho em destaque na citação do escritor Lima Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento indutivo compõe a interpretação e decodificação de um texto. Para deixar ainda mais evidente as estraté- gias usadas para identificar essa forma de interpretar, deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza- ção cronológica de um texto. PROCURE SINÔNIMOS A propriedade vocabular leva o cérebro a aproximar as pa- lavras que têm maior asso- ciação com o tema do texto ATENÇÃO AOS CONECTIVOS Os conectivos (conjunções, preposições, pronomes) são marcadores claros de opi- niões, espaços físicos e lo- calizadores textuais A DEDUÇÃO A leitura de um texto envolve a análise de diversos aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou de maneira implícita no enunciado. Em questões de concurso, as bancas costumam procurar nos enunciados implícitos do texto aspectos para abordar em suas provas. No momento de ler um texto, o leitor articula seus conhecimentos prévios a partir de uma informação que julga certa, buscando uma interpretação; assim, ocorre o processo de interpretação por dedução. Con- forme Kleiman (2016, p. 47): Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo temas, e ao testá-las ele estará depreendendo o tema; ele estará também postulando uma possí- vel estrutura textual; na predição ele estará ati- vando seu conhecimento prévio, e na testagem ele estará enriquecendo, refinando, checando esse conhecimento. Fique atento a essa informação, pois é uma das primeiras estratégias de leitura para uma boa inter- pretação textual: formular hipóteses, a partir da macroestrutura textual; ou seja, antes da leitura ini- cial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano, entre outras informações que podem vir como “aces- sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a leitura que deverá se seguir. Uma outra dica impor- tante é ler as questões da prova antes de ler o texto, pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme um objetivo mais definido. O processo de interpretação por estratégias de dedu- ção envolve a articulação de três tipos de conhecimento: z Conhecimento Linguístico; z Conhecimento Textual; z Conhecimento de Mundo. O conhecimento de mundo, por tratar-se de um assunto mais abrangente, será abordado mais adiante. Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir. Conhecimento Linguístico Esse é o conhecimento basilar para compreensão e decodificação do texto, envolve o reconhecimento das formas linguísticas estabelecidas socialmente por uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco- nhecimento das regras de uma língua. É importante salientar que as regras de reconhe- cimento sobre o funcionamento da língua não são, necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por- tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a, que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver- bo-objeto (SVO) etc. Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento sobre como pronunciar português, passando pelo conhe- cimento de vocabulário e regras da língua, chegando até o conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15). Um exemplo em que a interpretação textual é preju- dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir: Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acesso em: 22/09/2020. LÍ N G U A P O RT U G U ES A /I N TE R P R ET A Ç Ã O D E TE X TO S 13 Como é possível notar, o texto é uma peça publici- tária escrita em inglês, portanto, somente os leitores proficientes nessa língua serão capazes de decodificar e entender o que está escrito; assim, o conhecimento linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas são algumas estratégias de interpretação em que podemos usar métodos dedutivos. Conhecimento Textual Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conheci- mento linguístico e se desenvolve pela experiência leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de textos, melhor se dá a sua compreensão. Nesse conhe- cimento, o leitor desenvolve sua habilidade porque prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma reportagem como se lê um poema. Em outras palavras, esse conhecimento relaciona- -se com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais. Conhecimento de Mundo O uso dos conhecimentos prévios é fundamental para a boa interpretação textual, por isso, é sempre importante que o candidato a cargos públicos reserve um tempo para ampliar sua biblioteca e buscar fontes de informações fidedignas, para, dessa forma, aumen- tar seu conhecimento de mundo. Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso conhecimento de mundo que é relevante para a com- preensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso cérebro associar informações, a fim de compreender o novo texto que está em processo de interpretação. A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer- cício para atestarmos a importância da ativação do conhecimento de mundo em um processo de interpre- tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede: Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa- fiou valentemente todos os risos desdenhosos que tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enga- nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam corretamente esse planeta inexplorado.” Então as três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de provas, abrindo caminho, às vezes através de imen- sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e vales turbulentos (KLEIMAN, 2016, p. 24). Agora tente responder as seguintes perguntas sobre o texto: z Quem é o herói de que trata o texto? z Quem são as três irmãs? z Qual é o planeta inexplorado? Certamente, você não conseguiu responder nenhu- ma dessas questões, porém, ao descobrir o título des- se texto, sua compreensão sobre essas perguntas será afetada. O texto se chama “A descoberta da América por Colombo”.Agora, volte ao texto, releia-o e busque responder às questões; certamente você não terá mais as mesmas dificuldades. Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao vol- tar seus olhos por uma segunda vez a ele, já sabendo do que se trata, seu cérebro ativou um conhecimen- to prévio que é essencial para a interpretação de questões. ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS ORGANIZAÇÃO E HIERARQUIA DAS IDEIAS Ideia Principal e Ideias Secundárias Em se tratando da organização das ideias em um texto, podemos seguir por duas linhas de pensamento e estudo: a primeira refere-se ao produtor de um tex- to, a como o emissor deve organizar suas ideias, esta- belecer uma hierarquia e uma conexão entre o que deseja emitir. A segunda diz respeito ao intérprete do texto, como interpretar, compreender e responder corretamente às questões de interpretação textual. Para compreender bem um texto, é necessário conseguir interpretar a articulação entre as ideias dele. Uma leitura eficiente compreende a ideia geral que o texto deseja transmitir, e não somente decodifi- ca os signos (letras) a fim de formar palavras e frases. Cada texto apresenta uma intenção e, por trás dela, uma ideia principal – que pode estar implícita ou explícita – e algumas ideias secundárias, que dão suporte à ideia principal. Além disso, é necessário identificar a progressão das ideias ao longo do texto e como elas se conectam. z Ideias Principais: Apresentam o núcleo do texto, a mensagem primordial que o remetente/emissor deseja transmitir. Não há nenhum texto sem uma ideia principal, ou seja, um núcleo que norteia todo o restante da mensagem. Sem uma ideia prin- cipal, o texto não terá sentido e será incoerente. A ideia principal não precisa estar explícita no texto, e necessariamente não é a primeira a ser exposta, mas ela é compreendida ao longo da leitura atra- vés de recursos linguísticos e dos sinais que o emis- sor coloca no texto. Ela dá lógica ao texto e permite a construção deste; z Ideias Secundárias: Ao longo do discurso, o emis- sor utiliza recursos e argumentos para apresentar a ideia principal; esses recursos são as ideias se- cundárias. Elas são ligadas por conectores, como advérbios e conjunções, e seguem uma ideia ló- gica e sequencial ao longo do texto. Quanto mais ideias secundárias são apresentadas, mais fácil torna-se compreender a ideia principal e a inten- cionalidade do discurso, pois as ideias secundárias levam o leitor à ideia principal. As ideias secundárias podem ser apresentadas por alguns meios. Entre eles, temos: � Apresentação de sinônimos ou ideias sinôni- mas: Por meio de ideias ou palavras correlacio- nadas, é possível reforçar a ideia principal; � Antônimos: A apresentação de antônimos ou ideias contrárias reforça no entendimento do leitor o que não é a ideia principal e no que ela consiste; � Exemplificação: Por meio de exemplos, ca- sos reais ou dados estatísticos, o leitor pode compreender melhor do que se trata a ideia principal. 14 Identificação e Função do Parágrafo Um parágrafo é o conjunto de um ou mais períodos cujas orações se prendem pelo mesmo grupo de ideias e centro de interesse. Assim, um parágrafo é uma uni- dade de sentido, inserida num todo textual coeso. Como identificar um parágrafo? A primeira linha do parágrafo é iniciada um pouco à frente da margem esquerda da folha, ponto onde se iniciam as restantes linhas do parágrafo. Exemplos de parágrafos: Meu dia começou como habitualmente. Acor- dei, troquei de roupa, tomei o café da manhã e fui trabalhar. Chegando ao trabalho, algo inesperado aconteceu: o escritório estava alagado. Todos os funcionários foram dispensados, porque não havia condições para que fizéssemos nosso trabalho. ARTICULAÇÃO DO TEXTO: PRONOMES E EXPRESSÕES REFERENCIAIS, NEXOS, OPERADORES SEQUENCIAIS Tais elementos fazem parte do que chamamos de coerência e coesão textual e servem para, além de articular o texto, deixá-lo com sentido e com capaci- dade de cumprir a função que se propõe: informar, convencer, expor etc. COERÊNCIA E COESÃO Ao elaborarmos um texto, devemos buscar organi- zar as ideias apresentadas de modo a torná-lo coeso e coerente. Porém, como fazer para que essa organiza- ção mantenha esse padrão? Para descobrir, primeiro é preciso esclarecer o que é coesão e o que é coerência e por que buscar esse padrão é importante. Os textos não são somente um aglomerado de pala- vras e frases escritas. Suas partes devem ser articula- das e organizadas harmoniosamente de maneira que o texto faça sentido como um todo. A ligação, a rela- ção, os nexos entre essas partes estabelecem o que se chama de coesão textual. Os articuladores responsá- veis por essa “costura” do tecido (tessitura) do texto são conhecidos como recursos coesivos que devem ser articulados de forma que garanta uma relação lógica entre as ideias, fazendo com que o texto seja inteli- gível e faça sentido em determinado contexto. A res- peito disso, temos a coerência textual, que está ligada diretamente à significação do texto, aos sentidos que ele produz para o leitor. COESÃO COERÊNCIA Utiliza-se de elementos su- perficiais, dando-se ênfase na forma e na articulação entre as ideias Subjacente ao texto, enfa- tiza-se o conteúdo e a pro- dução de sentido/relação lógica Fonte: Elaborado pela autora. Podemos usar uma metáfora muito interessante quando se trata de compreender os processos de coe- são e coerência. Essa metáfora nos leva a comparar um texto com um prédio, tal qual uma boa construção precisa de um bom alicerce para manter-se em pé; um texto bem construí- do depende da organização das nossas ideias, da forma como elas estão dispostas no texto. Isso significa que pre- cisamos utilizar adequadamente os processos coesivos, a fim de defendermos nossas ideias adequadamente. Por isso, neste capítulo, iremos apresentar as prin- cipais formas de marcação, em um texto, de processos que buscam organizar as ideias em um texto, princi- palmente, os processos de coesão que, como dissemos, apresentam um apelo mais forte às formas linguísti- cas que os processos envolvendo a coerência. Antes, porém, faz-se mister indicar mais algumas características da coerência em um texto e como esse processo liga-se não apenas às formas gramaticais, mas, sobretudo, ao forte teor cognitivo. Tendo em vista que a coerência é construída, tal qual o sentido, coletivamente, não por acaso, o grande linguista e estudioso da língua portuguesa, Luis Antonio Marcus- chi (2007) afirmou que a coerência é “algo dinâmico que se encontra mais na mente que no texto”. Dito isso, usamos as palavras de Cavalcante (2013) para esclarecer ainda mais o conceito de coerência e passarmos ao estudo detalhado dos processos de coe- são. A autora afirma que a coerência: [...] Não está no texto em si; não nos é possível apontá-la, destacá-la ou sublinha-la. Ela se constrói [...] numa dada situação comunicativa, na qual o leitor, com base em seus conhecimentos sociocogni- tivos e interacionais e na materialidade linguística, confere sentido ao que lê (2013, p.31). A seguir iremos nos deter aos processos de coesão importantes para uma boa compreensão e elaboração textual. É importante destacar que esses processos de coesão não podem ser dissociados da construção de sentidos implícita no processo de organização da coerência. No entanto, como nossa finalidade é tornar seu aprendizado mais fácil, separamos esses conceitos com fins estritamente didáticos. COESÃO REFERENCIAL A coesão é marcada por processos referenciais relaciona termos e ideias a partir de mecanismos que inserem ou retomam uma porção textual. Os pro- cessos marcados pela referenciação caracterizam-se pela construção de referentes em um texto, os quais se relacionam com as ideias defendidas no texto. Esse processo é marcado por vocábulos gramaticais e pode ser reconhecido pelo uso de algumas classes de pala- vras, das quais falaremos a seguir. Antes, porém,faz-se mister reconhecer os proces- sos referenciais que envolvem o uso de expressões anafóricas e catafóricas. Conforme Cavalcante (2013), “as expressões que retomam referentes já apresenta- dos no texto por outras expressões são chamadas de anáforas”. Vejamos o exemplo a seguir: O Rocky Balboa era um humilde lutador de bairro, que vivia de suas discretas lutas, no início de sua car- reira. Segundo seu treinador Mickey, Rocky era um jovem promissor, mas nunca se interessou realmente em evoluir, preferiu trabalhar para um agiota italiano chamado Tony Gazzo, com quem manteve uma certa amizade. Gazzo gostava de Rocky por ele ser descenden- te de italiano e o ajudou dando US$ 500,00 para o seu treinamento, na primeira luta que fez com Apollo Creed. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rocky_Balboa. Acessado em: 30/09/2020. Adaptado. LÍ N G U A P O RT U G U ES A /I N TE R P R ET A Ç Ã O D E TE X TO S 15 A partir da leitura, podemos perceber que todos os termos destacados fazem referência a um mesmo refe- rente: Rocky Balboa. O processo de referenciação utiliza- do foi o uso de anáforas que assumem variadas formas gramaticais e buscam conectar as ideias do texto. Já os processos referenciais catafóricos apontam para porções textuais que ainda não foram mencio- nadas anteriormente no texto, conforme o exemplo a seguir: “Os documentos requeridos para os candidatos são estes: Identidade, CPF, Título de eleitor e reservista” Dica Em provas de concursos e seleções, ainda se encontra a terminologia “expressões referenciais catafóricas”, remetendo ao uso já indicado no material. No entanto, é importante salientar que, para linguistas e estudiosos, as anáforas são os processos referenciais que recuperam e/ou apon- tam para porções textuais. USO DE PRONOMES OU PRONOMINALIZAÇÃO Utilizar pronomes para manter a coesão de um texto é essencial, evitando-se repetições desnecessá- rias que tornam o texto cansativo para o leitor. Como a classe de pronomes é vasta, vamos enfatizar neste estudo os principais pronomes utilizados em recursos textuais para manter a coesão. A pronominalização é a base de recursos anafóri- cos e recuperam porções textuais ou ainda um nome específico a que o autor faz referência no texto. Veja- mos dois exemplos: O primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden foi quente, com diversas interrupções e acu- sações pesadas. […] O primeiro ponto discutido foi a indicação de Trump da juíza conservadora Amy Barrett para a Suprema Corte, depois da morte de Ruth Bader Ginsburg. O presidente defendeu que tem esse direito, pois os republicanos têm maioria no Senado [Casa que ratifica essa escolha] e criticou os democratas, dizendo “que eles ainda não aceita- ram que perderam a eleição”. […]. O segundo ponto discutido foi a covid-19. Os EUA são o país mais atingido pela pandemia - são 7 milhões de casos e mais de 200 mil mortos. O âncora Chris Wallace perguntou aos dois o que eles fariam até que uma vacina aparecesse. Biden ata- cou o republicano dizendo que Trump “não tem um plano para essa tragédia”. Já Trump começou sua resposta atacando a China - “deveriam ter fechado suas fronteiras no começo” -, colocou em dúvida as estatísticas da Rússia e da própria China e, com pou- ca modéstia, disse que fez um “excelente trabalho” nesse momento dos EUA. Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/eleicoes-eua- debate-025314998.html. Acessado em: 30/09/2020. Adaptado. Após a leitura do texto, é possível notar que a recu- peração da informação apresentada é feita a partir de muitos processos de coesão, porém, o uso dos pronomes destacados recupera o assunto informado e ajuda o lei- tor a construir seu posicionamento. É importante buscar sempre o elemento a que o pronome faz referência; por exemplo, o primeiro pronome pessoal destacado no texto refere-se ao termo “republicanos”, já o segundo, faz refe- rência aos presidenciáveis que participavam do debate. Nota-se, com isso, que esses pronomes apontam para uma parcela objetiva do texto, diferente do pro- nome “essa”, associado ao substantivo “tragédia”, que recupera uma parcela textual maior, fazendo refe- rência ao momento de pandemia pelo qual o mundo passa. O uso de pronomes pode ser um aliado na construção da coesão, porém, o uso inadequado pode gerar ambi- guidades, ocasionando o efeito oposto e prejudicando a coesão. Ex.: Encontrei Matheus, Pedro e sua mulher. Não é possível saber qual dos homens estava acompanhado. Por fim, destacamos que as classes de palavras relacionadas neste capítulo com os processos de coe- são não podem ser vistas apenas sob a ótica descriti- va-normativa, amplamente estudada nas gramáticas escolares. O interesse das principais bancas de con- cursos públicos é avaliar a capacidade interpreta- tiva e racional dos candidatos, dessa feita, a análise de processos coesivos visa analisar a capacidade do candidato de reconhecer a que e qual elemento está construindo as referências textuais. USO DE NUMERAIS Conforme mencionamos anteriormente, o uso de categorias gramaticais concorre para a progressão tex- tual; uma das classes gramaticais que auxilia esse pro- cesso é o uso de numerais. Neste subtópico, iremos focar no valor coesivo que essa classe promove, auxiliando na ligação de ideias em um texto. Dessa forma, as expressões quantitati- vas, em algumas circunstâncias, retomam dados ante- riores numa relação de coesão. Ex.: Foram deixados dois avisos sobre a mesa: o pri- meiro era para os professores, o segundo para os alunos. As formas destacadas são numerais ordinais que recuperam informação no texto, evitando a repetição de termos e auxiliando no desenvolvimento textual. USO DE ADVÉRBIOS Muitos advérbios auxiliam no processo de recupe- ração e instauração de ideias no texto, auxiliando o processo de coesão. As formas adverbias que marcam tempo e espaço podem também ser denominadas de marcadores dêiticos, caso dos seguintes elementos: Hoje, aqui, acolá, amanhã, ontem... Percebam que esses advérbios só podem ser asso- ciados a um referente se forem instaurados no discur- so, isto é, se mantiverem associação com as pessoas que produzem as falas. Assim, uma pessoa que lê “hoje não haverá aula” em um cartaz na porta de uma sala compreenderá que a marcação temporal refere- -se ao momento em que a leitura foi realizada. Por isso, esses elementos são conhecidos como dêiticos. Independentemente de como são chamados, esses elementos colaboram para a ligação de ideias no tex- to, auxiliando também a construção da coesão textual. USO DE NOMINALIZAÇÃO As expressões que retomam ideias e nomes, já apre- sentados no texto, mediante outras formas de expressão, podem ser analisadas como processos nominalizado- res, incluindo substantivos, adjetivos e outras classes nominais. 16 Essas expressões recuperam informações median- te novos nomes inseridos no texto, ou ainda, com o uso de pronomes. Vejamos um exemplo: Antonio Carlos Belchior, mais conhecido como Bel- chior foi um cantor, compositor, músico, produtor, artista plástico e professor brasileiro. Um dos mem- bros do chamado Pessoal do Ceará, que inclui Fagner, Ednardo, Amelinha e outros. Bel foi um dos primeiros cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso internacional, em meados da década de 1970. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Belchior. Acessado em: 30/09/2020. Adaptado. Todas as marcações em negrito fazem referência ao nome inicial Antônio Carlos Belchior; os termos que se referem a esse nome inicial são expressões nominaliza- dores que servem para ligar ideias e construir o texto. USO DE ADJETIVOS Os adjetivos também são considerados expressões nominalizadoras que fazem referência a uma porção textual ou a uma ideia referida no texto. No exemplo acima, a oração “Belchior foi um cantor, compositor, músico, produtor, artista plástico e professor” apre- senta seis nomes que funcionam como adjetivos de Belchior e, ao mesmo tempo, acrescentaminformações sobre essa personalidade, referida anteriormente. É importante recordar que não podemos identifi- car uma classe de palavra sem avaliar o contexto em que ela está inserida. No exemplo mencionado, as palavras cantor, compositor, músico, produtor, artis- ta, professor são substantivos que funcionam como adjetivos e colaboram na construção textual. USO DE VERBOS VICÁRIOS O vocábulo vicário é oriundo do latim vicarius e significa “fazer as vezes”; assim, os verbos vicários são verbos usados em substituição de outros que já foram muito utilizados no texto. Ex.: A disputa aconteceu, mas não foi como nós esperávamos. O verbo “acontecer” foi substituído na segunda oração pelo verbo “foi”. ALGUNS VERBOS VICÁRIOS IMPORTANTES Ser - “Ele trabalha, porém não é tanto assim” Fazer - “Poderíamos concordar plenamente, mas não o fizemos” Aceitar - “Se ele não acatar a promoção não aceita por falta de interesse” Foi - “Se desistiu da vaga, foi por motivos pessoais” USO DE ELIPSE A elipse é uma forma de omissão de uma infor- mação. Vamos ver, então, as propriedades recatego- rizadoras e referenciais da elipse, com o propósito de manter a coesão textual. Conforme Antunes (2005, p. 118), a elipse como recurso coesivo “corresponde à estratégia de se omitir um termo, uma expressão ou até mesmo uma sequên- cia maior (uma frase inteira, por exemplo) já introdu- zidos anteriormente em outro segmento do texto, mas recuperável por marcas do próprio contexto verbal”. Vejamos como ocorre, a partir do segmento abaixo: “O Brasil evoluiu bastante desde o início do século XXI. O país proporcionou a inclusão social de muitas pessoas. A nação obteve notoriedade internacio- nal por causa disso. A pátria, porém, ainda enfrenta certas adversidades...” Sem Elipse “O Brasil evoluiu bastante desde o início do século XXI e proporcionou a inclusão social de muitas pes- soas, por causa disso obteve noto- riedade internacional, porém ainda enfrenta certas adversidades...” Com Elipse COESÃO SEQUENCIAL A coesão sequencial é responsável por organi- zar a progressão temática do texto, isto é, garantir a manutenção do tema tratado pelo texto de maneira a promover a evolução do debate assumido pelo autor. Essa coesão pode ser garantida, em um texto, a par- tir de locuções que marcam tempo, conjunções, desi- nências e modos verbais. Neste material, iremos nos deter, sobretudo, aos processos de conjunções que são utilizadas para garantir a progressão textual. Conjunções Coordenativas As conjunções coordenativas são aquelas que ligam orações coordenadas, ou seja, orações de valor semântico independente. Na construção textual, elas são importantes, pois, com seus valores, adicionam informações relevantes ao texto. Exemplos de conjunções coordenativas atuando na coesão: ADITIVA Não apenas conversava com os de- mais alunos como também atrapalha- va o professor. ADVERSATIVA Eram ideias interessantes, porém nin-guém concordou com elas. ALTERNATIVAS Superou o estigma que pregava “ou estuda, ou trabalha” e conseguiu ser aprovada. EXPLICATIVA Ao final, faça os exercícios, pois é uma forma de praticar o que aprendeu. CONCLUSIVA O candidato não cumpriu sua promes- sa. Ficamos, portanto, desapontados com ele. Perceba que as ideias ligadas pelas conjunções precisam manter uma relação contextual, estabeleci- da pela coerência e demonstrada pela coesão. Por isso, orações como esta: “Não gosto de festas de aniversá- rio, mas não vou à sua” estão equivocadas, pois as ideias ligadas não estabelecem uma relação de adver- sidade, como demonstra a conjunção “mas”. LÍ N G U A P O RT U G U ES A /I N TE R P R ET A Ç Ã O D E TE X TO S 17 Conjunções Subordinativas Tal qual as conjunções coordenativas, as subordi- nativas estabelecem uma ligação entre as ideias apre- sentadas num texto, porém, diferentemente daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações subordi- nadas, ou seja, orações que precisam de outra para terem o sentido apreendido. Exemplos de conjunções subordinativas atuando na coesão: CAUSAL Como não havia estudado su- ficiente, resolvi não fazer essa prova. CONSECUTIVA Falaram tão mal do filme que ele nem entrou em cartaz. COMPARATIVA Trabalhou como um escravo. CONFORMATIVA Conforme o Ministro da Eco- nomia, os concursos não irão acabar. CONCESSIVA Ainda que vivamos um perío- do de poucos concursos, não podemos desanimar. CONDICIONAL Se estudarmos, conseguire-mos ser aprovados! PROPORCIONAL À proporção que aumenta- va seus horários de estudo, mais forte o candidato se tornava. FINAL Estudava sempre com afin-co, a fim de ser aprovado. TEMPORAL Quando o edital for publica- do, já estarei adiantado nos estudos. Importante! Não confundir: Afim de – Relativo à afinidade, semelhança: “Física e Química são disciplinas afins”. A fim de – Relativo a ter finalidade, ter como obje- tivo, com desejo de: “Estou a fim de comer pastel”. Conjunções Integrantes As conjunções integrantes fazem parte das orações subordinadas, na realidade, elas apenas integram, ligam uma oração principal a outra, subordinada. Como podemos notar, o papel dessas conjunções é essencialmente coesivo, tendo em vista que elas são “peças” que unem as orações. Existem apenas dois tipos de conjunções integrantes: que e se. Quando é possível substituir o que pelo pronome isso, esta- mos diante de uma conjunção integrante Quero que a prova esteja fácil. Quero = isso Sempre haverá conjunção inte- grante em orações substantivas e, consequentemente, em perío- dos compostos Perguntei se ele es- tava em casa. Perguntei = isso COESÃO RECORRENCIAL Uso de Repetições As recorrências de repetições em textos são comu- mente recusadas pelos mestres da língua portuguesa. Sobretudo, quando o assunto é redação, muitos pro- fessores recomendam em uníssono: evite repetir pala- vras e expressões! No entanto, a repetição é um recurso coesivo essencial para manter a progressão temática do texto, isto é, para que o tema debatido no texto não seja per- dido, levando o escritor a fugir da temática. Embora também não recomendemos as repetições exageradas no texto, sabemos valorizar seu uso ade- quado em um texto; por isso, apresentamos, a seguir, alguns usos comuns dessa estratégia coesiva. CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES Marcar ênfase O candidato foi encontra- do com duzentos milhões de reais na mala, duzen- tos milhões! Marcar contraste Existem Políticos e políticos. Marcar a continuidade temática “Agora que sentei na minha cadeira de madeira, junto à minha mesa de madeira, colocada em cima deste assoalho de madeira, olho minhas estantes de ma- deira e procuro um livro feito de polpa de madeira para escrever um artigo contra o desmatamento florestal” Millôr Fernandes. Uso de Paráfrase A paráfrase é um recurso de reiteração que propor- ciona maior esclarecimento sobre o assunto tratado no texto. A paráfrase é utilizada para voltar a falar sobre algo utilizando-se de outras palavras. Conforme Antu- nes (2005, p. 63), “alguma coisa é dita outra vez, em outro ponto do texto, embora com palavras diferentes”. Vejamos o seguinte exemplo: Ceará goleia Fortaleza no Castelão. Fortaleza é goleado pelo Ceará no Castelão. Os textos acima poderiam ser manchetes de jornais da capital cearense. A forma como o texto se apresen- ta indica que a ênfase dada ao nome dos times, em posições diferentes, cumpre um papel importante na progressão temática do texto. Além dessa função, a paráfrase pode ser marcada pelo uso de expressões textuais bem características, como: em outras palavras, em outros termos, isto é, quer dizer, em resumo, em suma, em síntese etc. Essas expressões indicam que algo foi dito e passará a ser ressignificado no texto, garantindo a informatividade do texto. 18 Uso de Paralelismo As ideias similares devem fazer a correspondência entre si; a essa organização de ideias no texto, dá-se o nome de paralelismo. Quando as construçõesde frases e orações são semelhantes, ocorre o paralelismo sin- tático. Quando há sequência de expressões simétricas no plano das ideias e coerência entre as informações, ocorre o paralelismo semântico ou paralelismo de sentido. ESTRUTURAS QUE SEMPRE DEVEM SER USADAS JUNTAS Não só..., mas também; não apenas..., mas ainda; não tanto...quanto; ora...ora; seja...seja, etc. Além disso, é preciso respeitar a estrutura sintáti- ca a qual a frase está inserida; vejamos um exemplo em que houve quebra de paralelismo: “É necessário estudar e que vocês se ajudem” – Errado. “É necessário que vocês se ajudem e que estudem” – Correto. Devemos manter a organização das orações, pois não podemos coordenar orações reduzidas com ora- ções desenvolvidas, é preciso manter o paralelismo e deixá-las ou somente desenvolvida ou somente reduzidas. No tocante ao paralelismo semântico, a ideia é a mesma, porém deixamos de analisar os pares no âmbito sintático e passamos ao plano das ideias. Veja- mos o seguinte exemplo: “Por um lado, os manifestantes agiram corre- tamente, por outro podem não ter agido errado” – Incorreto. “Por um lado, os manifestantes agiram correta- mente, por outro podem ter causado prejuízo à popu- lação” – Correto. “Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma foi sua irmã e a outra estava bem” – Incorreto. “Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma foi sua irmã e a outra foi minha prima” – Correto. SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL DE PALAVRAS E EXPRESSÕES DENOTAÇÃO O sentido denotativo da linguagem compreende o significado literal da palavra independente do seu contexto de uso. Preocupa-se com o significado mais objetivo e literal associado ao significado que aparece nos dicionários. A denotação tem como finalidade dar ênfase à informação que se quer passar para o recep- tor de forma mais objetiva, imparcial e prática. Por isso, é muito utilizada em textos informativos, como notícias, reportagens, jornais, artigos, manuais didá- ticos, entre outros. Ex.: O fogo se alastrou por todo o prédio. (fogo: chamas) O coração é um músculo que bombeia sangue para o corpo. (coração: parte do corpo) CONOTAÇÃO O sentido conotativo compreende o significado figurado e depende do contexto em que está inserido. A conotação põe em evidência os recursos estilísticos dos quais a língua dispõe para expressar diferen- tes sentidos ao texto de maneira subjetiva, afetiva e poética. A conotação tem como finalidade dar ênfase à expressividade da mensagem de maneira que ela possa provocar sentimentos ou diferentes sensações no leitor. Por esse motivo, é muito utilizada em poe- sias, conversas cotidianas, letras de músicas, anúncios publicitários e outros. Ex.: “Amor é fogo que arde sem se ver”. Você mora no meu coração. O SIGNIFICADO DAS PALAVRAS Quando escolhemos determinadas palavras ou expressões dentro de um conjunto de possibilidades de uso, estamos levando em conta o contexto que influencia e permite o estabelecimento de diferentes relações de sentido. Essas relações podem se dar por meio de: sinonímia, antonímia, homonímia, paroní- mia, polissemia, hiponímia e hiperonímia. Importante! Léxico: Conjunto de todas as palavras e expres- sões de um idioma. Vocabulário: Conjunto de palavras e expressões que cada falante seleciona do léxico para se comunicar. z Sinonímia São palavras ou expressões que, empregadas em um determinado contexto, têm significados seme- lhantes. É importante entender que a identidade dos sinônimos é ocasional, ou seja, em alguns contextos uma palavra pode ser empregada no lugar de outra, o que pode não acontecer em outras situações. O uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, por exemplo, pode ocorrer de maneira equivocada se uti- lizadas como sinônimos, uma vez que a intensidade de suas significações é diferente. O emprego dos sinônimos é um importante recur- so para a coesão textual, uma vez que essa estratégia revela, além do domínio do vocabulário do falante, a capacidade que ele tem de realizar retomadas coesi- vas, o que contribuiu para melhor fluidez na leitura do texto. z Antonímia São palavras ou expressões que, empregadas em um determinado contexto, têm significados opostos. As relações de antonímia podem ser estabelecidas em gradações (grande/pequeno; velho/jovem); reciproci- dade (comprar/vender) ou complementaridade (ele é casado/ele é solteiro). Vejamos o exemplo a seguir: LÍ N G U A P O RT U G U ES A /I N TE R P R ET A Ç Ã O D E TE X TO S 19 Fonte: https://bit.ly/3kETkpl. Acesso em: 16/10/2020. A relação de sentido estabelecida na tirinha é construída a partir dos sentidos opostos das palavras “prende” e “solta”, marcando o uso de antônimos, nes- se contexto. z Homonímia Homônimos são palavras que têm a mesma pro- núncia ou grafia, porém apresentam significados dife- rentes. É importante estar atento a essas palavras e a seus dois significados. A seguir, listamos alguns homô- nimos importantes: acender (colocar fogo) ascender (subir) acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta) acerto (ato de acertar) asserto (afirmação) apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido) bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto) bucho (estômago) buxo (arbusto) caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito) cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar) cela (pequeno quarto) sela (forma do verbo selar; arreio) censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo) céptico (descrente) séptico (que causa infecção) cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar) cerrar (fechar) serrar (cortar) cervo (veado) servo (criado) chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã) cheque (ordem de pagamento) xeque (lance no jogo de xadrez) círio (vela) sírio (natural da Síria) cito (forma do verbo citar) sito (situado) concertar (ajustar, combinar) consertar (reparar, corrigir) concerto (sessão musical) conserto (reparo) coser (costurar) cozer (cozinhar) esotérico (secreto) exotérico (que se expõe em público) espectador (aquele que assiste) expectador (aquele que tem esperança, que espera) esperto (perspicaz) experto (experiente, perito) espiar (observar) expiar (pagar pena) espirar (soprar, exalar) expirar (terminar) estático (imóvel) extático (admirado) esterno (osso do peito) externo (exterior) estrato (camada) extrato (o que se extrai de algo) estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar) incerto (não certo, impreciso) inserto (inserido, introduzido) incipiente (principiante) insipiente (ignorante) laço (nó) lasso (frouxo) ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia) tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo) tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa) Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman6.php. Acessado em: 17/10/2020. Parônimos Parônimos são palavras que apresentam sentido diferente e forma semelhante, conforme demonstra- mos nos exemplos a seguir: z Absorver/absolver � Tentaremos absorver toda esta água com esponjas. (sorver); � Após confissão, o padre absolveu todos os fiéis de seus pecados. (inocentar). z Aferir/auferir � Realizaremos uma prova para aferir seus conhecimentos. (avaliar, cotejar); � O empresário consegue sempre auferir lucros em seus investimentos. (obter). z Cavaleiro/cavalheiro � Todos os cavaleiros que integravam a cava- laria do rei participaram na batalha. (homem que anda de cavalo); � Meu marido é um verdadeiro cavalheiro, abre sempre as portas para eu passar. (homem edu- cado e cortês). z Cumprimento/comprimento � O comprimento do tecido que eu comprei é de 3,50 metros. (tamanho, grandeza); � Dê meus cumprimentos a seu avô. (saudação). z Delatar/dilatar � Um dos alunos da turma delatou o colega que chutou a porta e partiu o vidro. (denunciar); � Comendo tanto assim, você vai acabar dilatan- do seu estômago. (alargar, estender). z Dirigente/diligente � O dirigente da empresa não quis prestar decla- rações sobre o funcionamento da mesma. (pes- soa que dirige, gere);� Minha funcionária é diligente na realização de suas funções. (expedito, aplicado). z Discriminar/descriminar � Ela se sentiu discriminada por não poder entrar naquele clube. (diferenciar, segregar); 20 � Em muitos países se discute sobre descrimi- nar o uso de algumas drogas. (descriminalizar, inocentar). Fonte: https://www.normaculta.com.br/palavras-par onimas/. Acessado em 17/10/2020. Polissemia (Plurissignificação) Multiplicidade de sentidos encontradas em algu- mas palavras, dependendo do contexto. As palavras polissêmicas guardam uma relação de sentido entre si, diferenciando-as das palavras homônimas. A polis- semia é encontrada no exemplo a seguir: Fonte: https://bit.ly/3jynvgs. Acessado em: 17/10/2020. z Hipônimo e Hiperônimo Relação estabelecida entre termos que guardam relação de sentido entre si e mantém uma ordem gra- dativa. Exemplo: Hiperônimo – veículo; Hipônimos – carro, automóvel, moto, bicicleta, ônibus... EQUIVALÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO DE ESTRUTURAS A reescrita de textos é essencial em vários aspectos, como para corrigir erros e escrever mais claramente. No contexto dos concursos públicos, para responder às questões apresentadas, é necessário identificar qual é a opção cuja reescrita mantém o sentido do tex- to original, sem que haja mudança de compreensão, baseada na intenção do emissor da mensagem. A coesão é um dos principais pontos a se obser- var na produção de um texto e, consequentemente, na reescritura, para manter a coesão e a harmonia do texto. Conjunções, advérbios, preposições e pro- nomes, principalmente, apresentam aspectos que podem transformar completamente o sentido de um enunciado. Portanto, eles merecem especial atenção. Além disso, até mesmo uma vírgula pode mudar o sentido de um enunciado, assim, elas também devem ser observadas. As frases reescritas precisam manter a essência do texto base, ou seja, a informação principal. É impor- tante observar os tempos verbais empregados e a ordem das palavras também. Após a reescrita, as frases precisam: z Manter o significado original; z Manter a coesão; z Não expressar opinião que não esteja na frase original; z Respeitar a sequência das ideias apresentadas no texto original. Há algumas maneiras de rescrever um texto. Des- tacaremos aqui o deslocamento dos enunciados e a substituição de palavras ou trechos. SUBSTITUIÇÃO A substituição pode ser realizada por meio de recursos como sinônimos, antônimos, locução ver- bal, verbos por substantivos e vice-versa, voz verbal, conectivos, dentre outros. Sinônimos Palavras ou expressões que possuem significados iguais ou semelhantes. Ex.: z O carro está com algum problema / O automóvel apresentou defeitos. Antônimos Palavras que possuem significados diferentes, ou seja, significados opostos que podem ser usados para substituir a palavra anterior. Ex.: z O homem estava nervoso e inquieto / O senhor não estava calmo. Locução Verbal Ao invés de usar a forma única do verbo, é pos- sível substituir o verbo por uma locução verbal e vice-versa. Exs.: z Vou solicitar os documentos amanhã / Solicitarei os documentos amanhã. Verbo por Substantivo e Vice-versa Pode-se usar um substantivo correspondente no lugar de um verbo ou vice-versa, desde que isso faça sentido dentro do contexto. Exs.: z Caminhar: caminho; z Resolver: resolução; z Trabalhar: trabalho; z Necessitar: necessidade; z Estudar: estudos; z Beijar: beijo; z O trabalho enobrece o homem / Trabalhar eno- brece o homem. Voz Verbal É possível mudar a voz verbal sem mudar a men- sagem do enunciado. Exs.: z Eu fiz todo o trabalho / Todo o trabalho foi feito por mim. LÍ N G U A P O RT U G U ES A /I N TE R P R ET A Ç Ã O D E TE X TO S 21 Palavra por Locução Correspondente Pode-se, na reescrita, trocar uma palavra por locu- ção que corresponda a ela, ou vice-versa. Ex.: z O amor materno é singular / O amor de mãe é singular. Conectivos com Mesmo Valor Semântico Os conectivos são palavras ou expressões que têm a função de ligar os períodos e parágrafos do texto. Os conectores ou conectivos podem ser conjunções ou advérbios/locuções adverbiais e sempre promovem uma relação entre os termos conectados. Por meio da substituição de conectivos, é possí- vel modificar e reescrever um trecho sem que haja mudança de sentido. Importante! Identifique a relação que cada conector indica, pois, ao substituir um conector por outro que não possui relação semântica, pode ocorrer mudan- ça no sentido do texto. Ao usar um conectivo para substituir outro, é necessário que ambos estabeleçam o mesmo tipo de relação. A seguir, relembraremos algumas das principais relações que os conectores expressam: z Adição: E, também, além disso, mas também; z Oposição: Mas, porém, contudo, entretanto, no entanto; z Causa: Por isso, portanto, certamente; z Tempo: Atualmente, nos dias de hoje, na socieda- de atual, depois, antes disso, em seguida, logo, até que; z Consequência: Logo, consequentemente, por consequência; z Confirmação / Reafirmação: Ou seja, nesse sen- tido, nessa perspectiva, em suma, em outras pala- vras, dessa forma; z Hipótese / Probabilidade: A menos que, mesmo que, supondo que; z Semelhança: Do mesmo modo, assim como, bem como; z Finalidade: Afim de, para, para que, com a finali- dade de, com o objetivo de; z Exemplificação: Por exemplo, a exemplo de, isto é; z Ênfase: Na verdade, efetivamente, certamente, com efeito; z Dúvida: Talvez, por ventura, provavelmente, possivelmente; z Conclusão: Portanto, logo, enfim, em suma. Dentro de cada um dos grupos de conjunções aci- ma citados é possível haver substituição entre as con- junções sem que haja prejuízo no entendimento final do trecho reescrito. DESLOCAMENTO Deslocamento é o recurso utilizado para reescre- ver determinado trecho, que se baseia em modificar de lugar determinados termos. Ou seja: um termo que estava no início pode ir para o final do texto e vice-versa. Podemos citar como exemplo os períodos a seguir: z Faleceu, em São Paulo, o jornalista Ricardo Boechat; z O jornalista Ricardo Boechat faleceu em São Paulo. Para reescrever frases utilizando o deslocamen- to, é necessário observar se há mudança de sentido e se a correção gramatical foi mantida. Do mesmo modo, para analisar uma questão de reescritura, é necessário observar qual elemento foi deslocado e se esse deslocamento provocou mudança de sentido ou inadequação gramatical. É possível deslocar os seguintes termos em uma oração: Adjunto Adverbial Ex.: Na semana passada, participei de todas as aulas da faculdade. Participei de todas as aulas da faculdade na semana passada. Observando os pontos anteriormente menciona- dos, é possível perceber que neste caso não há mudan- ça de sentido, e que a correção gramatical foi mantida, já que o adjunto adverbial de tempo no final da ora- ção não precisa de vírgula. Adjetivo Ex.: Meu novo namorado trabalha com vendas. Meu namorado novo trabalha com vendas. Na frase original, o adjetivo “novo” está antes do substantivo, e na segunda frase, aparece depois. No entanto, é possível perceber não há mudança de sen- tido e que a correção gramatical foi mantida, já que essa mudança não implica necessidade de vírgula nem provoca erro gramatical. Pronome Indefinido Ex.: Não quero que alguma situação tire nossa paz. Não quero que situação alguma tire nossa paz. Neste caso, não há mudança de sentido e a cor- reção gramatical foi mantida, pois essa mudança não implica necessidade de vírgula nem provoca erro gramatical. Observe o quadro a seguir para sanar suas dúvidas sobre as diferenças entre os recursos: DIFERENÇAS ENTRE OS RECURSOS Deslocamento Substituição Muda um termo de lugar den- tro do próprio enunciado Substitui determinado termo do trecho, mantendo o mes- mo sentido 22 DIFERENÇAS ENTRE OS RECURSOS Antes Ex.: Dessa forma, todos po- deremos ir juntos ao local do evento AntesEx.: Dessa forma, todos po- deremos ir juntos ao local do evento Depois Ex.: Todos poderemos, dessa forma, ir juntos ao local do evento Depois Ex.: Assim, todos poderemos ir juntos ao local do evento Este tema da reescrita de textos pode ser aplicado tanto a questões de concursos quanto à produção de redações e textos diversos. Nas questões, é necessário analisar as opções dadas para encontrar aquela na qual a escrita esteja gramaticalmente correta e o sentido original do tex- to esteja presente, sem mudanças na compreensão. Já nas redações, a reescrita é essencial para corri- gir erros e escrever de forma mais clara. Ela auxilia, também, para poder utilizar o texto-base como sub- sídio para a escrita, fazendo modificações de alguns trechos e adaptando-os para a sua escrita. SINTAXE: PROCESSOS DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO As orações são sintaticamente independentes. Isso significa que uma não possui relação sintática com verbos, nomes ou pronomes das demais orações no período. Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.” (Fernando Pessoa) Oração coordenada 1: Deus quer Oração coordenada 2: o homem sonha Oração coordenada 3: a obra nasce. Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M. de Assis) Oração coordenada assindética: Subi devagarinho Oração coordenada assindética: colei o ouvido à porta da sala de Damasceno Oração coordenada sindética: mas nada ouvi Conjunção adversativa: mas nada Orações Coordenadas Sindéticas As orações coordenadas podem aparecer ligadas às outras através de um conectivo (elo), ou seja, atra- vés de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome sindética. Veremos agora cada uma delas: z Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade ou simultaneidade. Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas tam- bém, mas ainda, bem como, como também, se- não também, que (= e). Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos. Os convidados não compareceram nem explica- ram o motivo. z Adversativas: exprimem ideia de oposição, con- traste ou ressalva em relação ao fato anterior. Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, senão, não obs- tante, ao passo que, apesar disso, em todo caso. Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas. “A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a morte.” (Laurindo Rabelo) z Alternativas: exprimem fatos que se alternam ou se excluem. Conjunções constitutivas: (ou), (ou ... ou), (ora ... ora), (que ... quer), (seja ... seja), (já ... já), (talvez ... talvez). Ex.: Ora responde, ora fica calado. Você quer suco de laranja ou refrigerante? z Conclusivas: exprimem uma conclusão lógica sobre um raciocínio. Conjunções constitutivas: logo, portanto, por con- seguinte, pois isso, pois (o “pois” sem ser no início de frase). Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima semana. “Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo Mendes Campos) z Explicativas: justificam uma opinião ou ordem expressa. Conjunções constitutivas: que, porque, porquanto, pois. Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale a “pois”) Vamos almoçar de novo porque ainda estamos com fome. PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO Formado por orações sintaticamente dependentes, considerando a função sintática em relação a um ver- bo, nome ou pronome de outra oração. Tipos de orações subordinadas: z Substantivas; z Adjetivas; z Adverbiais. Orações Subordinadas Substantivas São classificadas nas seguintes categorias: z Orações subordinadas substantivas conectivas: são introduzidas pelas conjunções subordinativas integrantes que e se. Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de impostos. Não sei se poderei sair hoje à noite. z Orações subordinadas substantivas justapos- tas: introduzidas por advérbios ou pronomes interrogativos (onde, como, quando, quanto, quem etc.) z Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias roubadas. Não sei quem lhe disse tamanha mentira. z Orações subordinadas substantivas reduzidas: não são introduzidas por conectivo, e o verbo fica no infinitivo. Ex.: Ele afirmou desconhecer estas regras. LÍ N G U A P O RT U G U ES A /I N TE R P R ET A Ç Ã O D E TE X TO S 23 z Orações subordinadas substantivas subjetivas: exercem a função de sujeito. O verbo da oração principal deve vir na voz ativa, passiva analítica ou sintética. Em 3ª pessoa do singular, sem se refe- rir a nenhum termo na oração. Ex.: Foi importante o seu regresso. (sujeito) Foi importante que você regressasse. (sujeito ora- cional) (or. sub. subst. subje.) z Orações subordinadas substantivas objetivas diretas: exercem a função de objeto direto de um verbo transitivo direto ou transitivo direto e indi- reto da oração principal. Ex.: Desejo o seu regresso. (OD) Desejo que você regresse. (OD oracional) (or. sub. subst. obj. dir.) z Orações subordinadas substantivas completi- vas nominais: exercem a função de complemento nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio da oração principal. Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (comple- mento nominal) Tenho necessidade de que você me apoie. (com- plemento nominal oracional) (or. sub. subst. com- pl. nom.) z Orações subordinadas substantivas predicati- vas: funcionam como predicativos do sujeito da oração principal. Sempre figuram após o verbo de ligação ser. Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do sujeito) Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do sujeito oracional) (or. sub. subst. predic.) z Orações subordinadas substantivas apositivas: funcionam como aposto. Geralmente vêm depois de dois-pontos ou entre vírgulas. Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata. (aposto) Só quero uma coisa: que você volte imediata- mente. (aposto oracional) (or. sub. aposi.) z Orações subordinadas adjetivas: desempenham função de adjetivo (adjunto adnominal ou, mais raramente, aposto explicativo). São introduzidas por pronomes relativos (que, o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas etc.) As orações subordinadas adjetivas classificam-se em: explicativas e restritivas. z Orações subordinadas adjetivas explicativas: não limitam o termo antecedente, e sim acrescen- tam uma explicação sobre o termo antecedente. São consideradas termo acessório no período, podendo ser suprimidas. Sempre aparecem isola- das por vírgulas. Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos, cria trinta gatos. z Orações subordinadas adjetivas restritivas: especificam ou limitam a significação do termo antecedente, acrescentando-lhe um elemento indispensável ao sentido. Não são isoladas por vírgulas. Ex.: A doença que surgiu recentemente ainda é incurável. Dica Como diferenciar as orações subordinadas adje- tivas restritivas das orações subordinadas adjeti- vas explicativas? Ele visitará o irmão que mora em Recife. (restritiva, pois ele tem mais de um irmão e vai visitar apenas o que mora em Recife) Ele visitará o irmão, que mora em Recife. (explicativa, pois ele tem apenas um irmão que mora em Recife) z Orações subordinadas adverbiais: exprimem uma circunstância relativa a um fato expresso em outra oração. Têm função de adjunto adverbial. São introduzidas por conjunções subordinativas (exceto as integrantes) e se enquadram nos seguin- tes grupos: z Orações subordinadas adverbiais causais: são introduzidas por: como, já que, uma vez que, por- que, visto que etc. Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé por- que ficamos sem gasolina. z Orações subordinadas adverbiais comparati- vas: são introduzidas por: como, assim como, tal qual, como, mais etc. Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do) que a importada. z Orações subordinadas adverbiais concessivas: indica certo obstáculo em relação ao fato expres- so na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São introduzidas por: embora, ainda que, mesmo que, por mais que, se bem que etc. Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã. z Orações subordinadas adverbiais condicionais:
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