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Prévia do material em texto

Soldado
= Língua Portuguesa/Interpretação de 
Textos
= Raciocínio Lógico-Matemático
= Noções de Administração Pública/Ética 
no Serviço Público
= Noções de Direito Constitucional
= Noções de Direito Penal 
Militar/Processo Penal Militar
= Noções de Direito Penal
= Noções de Criminologia
= Direitos Humanos (On-line)
= Segurança Pública (On-line)
PM-CE
Polícia Militar do Ceará
ON-LINE
CONTEÚDO
Atualidades 
DE ACORDO COM EDITAL Nº01 – SOLDADO 
PM-CE, DE 27 DE JULHO DE 2021
História do Ceará 
Polícia Militar do Ceará
PM-CE
Soldado
NV-001AG-21
Cód.: 7908428800864
Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos 
pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total, 
por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da 
editora Nova Concursos.
Essa obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso 
de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site 
www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e 
Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações.
Dúvidas
www.novaconcursos.com.br/contato
sac@novaconcursos.com.br
Obra
PM-CE – Polícia Militar do Ceará
Soldado 
Autores
LÍNGUA PORTUGUESA/INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares, Giselli Neves e 
Isabella Ramiro
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO • Kairton Batista 
(Prof. Kaká)
ATUALIDADES/HISTÓRIA DO CEARÁ (ON-LINE) • Carla Kurz
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA/ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO • Nágila Vilela, Ricardo Reis, Xico 
Kraemer, Lucas Afonso e Fernando Zantedeschi
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL • Samara Kich e Giovana Marques
DIREITOS HUMANOS (ON-LINE) • Ana Philippini e Camila Cury
NOÇÕES DE DIREITO PENAL MILITAR/PROCESSO PENAL MILITAR • Rodrigo Gonçalves
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL • Eduardo Gigante
NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA • Nara Fernandes e Caio Laforga
SEGURANÇA PÚBLICA (ON-LINE) • Rodrigo Varela e Renato Phillipini
Edição:
Agosto/2021
APRESENTAÇÃO
Um bom planejamento é determinante para a sua preparação 
de sucesso na busca pela tão almejada aprovação. Por isso, pen-
sando no máximo aproveitamento de seus estudos, esse livro foi 
organizado de acordo com os itens exigidos no Edital nº 01/2021 
da PM-CE para o cargo de Soldado. O edital foi didaticamente 
sistematizado em um sumário subdividido para otimizar o seu 
tempo e o seu aprendizado. 
Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica 
– com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobra-
dos nas provas, e a seção Hora de Praticar, trazendo exercícios 
gabaritados da banca organizadora do certame.
A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência 
de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos profes-
sores e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas 
aulas que você encontra em nossos Cursos Online – o que será 
um diferencial na sua preparação. Nosso time faz tudo pensando 
no seu sonho de ser aprovado em um concurso público. Agora é 
com você! 
Intensifique ainda mais a sua preparação acessando os con-
teúdos disponíveis online para este livro em nossa plataforma: 
Atualidades/História do Ceará, Direitos Humanos e Segurança 
Pública, conforme os assuntos exigidos no edital. Para acessar, 
basta seguir as orientações na próxima página.
CONTEÚDO ON-LINE
Para intensificar a sua preparação para concursos, oferecemos em nossa plataforma on-
line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta 
deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.
CONTEÚDO COMPLEMENTAR:
•	 Atualidades/História do Ceará (disponível em videoaula).
•	 Direitos Humanos (disponível para download).
•	 Segurança Pública (disponível para download).
COMO ACESSAR O CONTEÚDO ON-LINE
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VERSO DA APOSTILA
NV-003MR-20
Código Bônus
DÚVIDAS E SUGESTÕES
NV-003MR-20
9 088121 44215 3
Código Bônus
SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA/INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ...................................11
LEITURA, COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ......................................................... 11
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS ........................................................................ 13
ARTICULAÇÃO DO TEXTO: PRONOMES E EXPRESSÕES REFERENCIAIS, NEXOS, 
OPERADORES SEQUENCIAIS ............................................................................................................ 14
SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL DE PALAVRAS E EXPRESSÕES ..................................................... 18
EQUIVALÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO DE ESTRUTURAS ............................................................... 20
SINTAXE: PROCESSOS DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO .................................................. 22
EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS .................................................................................... 24
PONTUAÇÃO....................................................................................................................................... 24
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS ..................................................................................... 27
FUNÇÕES DAS CLASSES DE PALAVRAS ......................................................................................... 31
FLEXÃO NOMINAL E VERBAL ........................................................................................................... 41
PRONOMES: EMPREGO, FORMAS DE TRATAMENTO E COLOCAÇÃO .......................................... 43
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL ........................................................................................... 46
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL ....................................................................................................... 51
ORTOGRAFIA OFICIAL ....................................................................................................................... 53
ACENTUAÇÃO GRÁFICA ..................................................................................................................................53
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO ........................................................................59
ESTRUTURA LÓGICA DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, LUGARES, OBJETOS 
OU EVENTOS FICTÍCIOS .................................................................................................................... 59
DEDUÇÃO DE NOVAS INFORMAÇÕES DAS RELAÇÕES FORNECIDAS E AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES 
USADAS PARA ESTABELECER A ESTRUTURA DAQUELAS RELAÇÕES .......................................................61
COMPREENSÃO E ANÁLISE DA LÓGICA DE UMA SITUAÇÃO, UTILIZANDO AS FUNÇÕES 
INTELECTUAIS: RACIOCÍNIO VERBAL, RACIOCÍNIO MATEMÁTICO, RACIOCÍNIO 
SEQUENCIAL, ORIENTAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL, FORMAÇÃO DE CONCEITOS, 
DISCRIMINAÇÃO DE ELEMENTOS ................................................................................................... 62
OPERAÇÕES COM CONJUNTOS ...................................................................................................... 77
RACIOCÍNIO LÓGICO ENVOLVENDO PROBLEMAS ARITMÉTICOS, GEOMÉTRICOS E 
MATRICIAIS ........................................................................................................................................ 81
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA/ÉTICA NO 
SERVIÇO PÚBLICO .........................................................................................................105
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS ORGANIZAÇÕES FORMAIS MODERNAS: TIPOS 
DE ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, NATUREZA, FINALIDADES E CRITÉRIOSDE 
DEPARTAMENTALIZAÇÃO ..............................................................................................................105
PROCESSO ORGANIZACIONAL: PLANEJAMENTO, DIREÇÃO, COMUNICAÇÃO, CONTROLE E 
AVALIAÇÃO .......................................................................................................................................109
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, 
CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO; ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO; 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA; AGÊNCIAS EXECUTIVAS E REGULADORAS ..............116
GESTÃO DE PROCESSOS ................................................................................................................123
GESTÃO DE CONTRATOS ................................................................................................................131
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ...................................................................................................137
INOVAÇÕES INTRODUZIDAS PELA CONSTITUIÇÃO DE 1988: AGÊNCIAS EXECUTIVAS; 
SERVIÇOS ESSENCIALMENTE PÚBLICOS E SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA; 
DELEGAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS A TERCEIROS; AGÊNCIAS REGULADORAS; 
CONVÊNIOS E CONSÓRCIOS ..........................................................................................................140
RELAÇÕES HUMANAS NO TRABALHO ..........................................................................................148
ÉTICA E CIDADANIA.........................................................................................................................152
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................ 159
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ....................................................................................159
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS ......................................................................................159
DIREITOS SOCIAIS ..........................................................................................................................................167
DIREITOS POLÍTICOS .....................................................................................................................................169
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ...........................................................................................................169
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA .............................................................................................170
União ...............................................................................................................................................................170
Estados ...........................................................................................................................................................171
Distrito Federal ...............................................................................................................................................172
Municípios ......................................................................................................................................................173
TERRITÓRIOS ..................................................................................................................................................173
PODER LEGISLATIVO .......................................................................................................................178
CONGRESSO NACIONAL ................................................................................................................................178
CÂMARA DOS DEPUTADOS E SENADO FEDERAL ........................................................................................179
PARLAMENTARES FEDERAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS .........................................................................181
PODER EXECUTIVO ..........................................................................................................................181
ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA E DOS MINISTROS DE ESTADO .....................................182
PODER JUDICIÁRIO .........................................................................................................................183
DISPOSIÇÕES GERAIS ...................................................................................................................................183
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ) ..................................................................................................188
FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA ................................................................................................188
MINISTÉRIO PÚBLICO ....................................................................................................................................189
ADVOCACIA PÚBLICA ....................................................................................................................................189
DEFENSORIA PÚBLICA ...................................................................................................................................190
NOÇÕES DE DIREITO PENAL MILITAR/PROCESSO PENAL MILITAR ..... 195
APLICAÇÃO E ESPECIFICIDADES DA LEI PENAL MILITAR ..........................................................195
CRIME ................................................................................................................................................197
IMPUTABILIDADE PENAL ................................................................................................................203
CONCURSO DE AGENTES ................................................................................................................204
PENAS ...............................................................................................................................................206
APLICAÇÃO DA PENA ....................................................................................................................................206
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA..........................................................................................................208
LIVRAMENTO CONDICIONAL ........................................................................................................................209
PENAS ACESSÓRIAS ......................................................................................................................................210
EFEITOS DA CONDENAÇÃO ...........................................................................................................................211
MEDIDAS DE SEGURANÇA ..............................................................................................................211
AÇÃO PENAL ....................................................................................................................................213
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE .........................................................................................................215
CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ .......................................................................................217
CRIMES PROPRIAMENTE MILITARES E CRIMES IMPROPRIAMENTE MILITARES ..................221
CRIMES CONTRA A PESSOA ..........................................................................................................222
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO ..................................................................................................230
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR ..........................................................................239
CRIMES EM TEMPO DE GUERRA ....................................................................................................247
NOÇÕES DE DIREITO PENAL.....................................................................................253
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO, NO ESPAÇO E EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS ....253INQUÉRITO POLICIAL ......................................................................................................................254
AÇÃO PENAL ....................................................................................................................................260
PRISÃO E LIBERDADE PROVISÓRIA ..............................................................................................262
LEI Nº 7.960/1989 (PRISÃO TEMPORÁRIA) ..................................................................................265
PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS 
PÚBLICOS .........................................................................................................................................266
O HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO ..........................................................................................266
LEI N. 8.072/1990 E ALTERAÇÕES POSTERIORES .......................................................................267
NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA .....................................................................................273
O CRIME COMO FATO SOCIAL ........................................................................................................273
INSTITUIÇÕES SOCIAIS RELACIONADAS COM O CRIME ...........................................................275
AS POLÍCIAS, O PODER JUDICIÁRIO, O MINISTÉRIO PÚBLICO, OS SISTEMAS PENITENCIÁRIOS ETC .275
A EXTENSÃO DA CRIMINALIDADE NO MUNDO E NO BRASIL .....................................................278
O CRIME COMO FENÔMENO DE MASSA .......................................................................................279
NARCOTRÁFICO, TERRORISMO E CRIME ORGANIZADO ............................................................................279
O CRIME COMO FENÔMENO ISOLADO ..........................................................................................281
ESTUDO DO HOMICÍDIO .................................................................................................................................281
CLASSIFICAÇÃO DE TIPOS CRIMINOSOS .....................................................................................283
CRIMINOSO NATO ..........................................................................................................................................284
CRIMINOSO OCASIONAL ...............................................................................................................................284
CRIMINOSO HABITUAL OU PROFISSIONAL .................................................................................................284
CRIMINOSO PASSIONAL ................................................................................................................................284
CRIMINOSO ALIENADO ..................................................................................................................................284
CRIMINOSO MENOR (DELINQUÊNCIA JUVENIL) .........................................................................................285
A MULHER CRIMINOSA ..................................................................................................................................285
AS ATIVIDADES REPRESSIVAS, PREVENTIVAS E EDUCACIONAIS PARA DIMINUIR 
OS ÍNDICES DE CRIMINALIDADE ...................................................................................................286
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LÍNGUA PORTUGUESA/
INTERPRETAÇÃO DE 
TEXTOS
LEITURA, COMPREENSÃO E 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
INTRODUÇÃO
A interpretação e a compreensão textual são aspec-
tos essenciais a serem dominados por aqueles candida-
tos que buscam a aprovação em seleções e concursos 
públicos. Trata-se de um assunto que abrange questões 
específicas e de conteúdo geral nas provas; conhecer 
e dominar estratégias que facilitem a apreensão desse 
assunto pode ser o grande diferencial entre o quase e 
a aprovação.
Além disso, seja a compreensão textual, seja a 
interpretação textual, ambas guardam uma relação de 
proximidade com um assunto pouco explorado pelos 
cursos de português: a semântica, que incide suas rela-
ções de estudo sobre as relações de sentido que a forma 
linguística pode assumir.
Portanto, neste material você encontrará recursos 
para solidificar seus conhecimentos em interpreta-
ção e compreensão textual, associando a essas temá-
ticas as relações semânticas que permeiam o sentido 
de todo amontoado de palavras, tendo em vista que, 
qualquer aglomeração textual é, atualmente, consi-
derada texto e, dessa forma, deve ter um sentido que 
precisa ser reconhecido por quem o lê.
Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma 
breve diferença entre os termos compreensão e 
interpretação textual. 
Para muitos, essas palavras expressam o mesmo 
sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste 
material, ainda que existam relações de sinonímia 
entre palavras do nosso vocabulário, a opção do autor 
por um termo ao invés de outro reflete um sentido 
que deve ser interpretado no texto, uma vez que a 
interpretação realiza ligações com o texto a partir 
das ideias que o leitor pode concluir com a leitura.
Já a compreensão busca a análise de algo exposto no 
texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou uma 
expressão, e apresenta mais relações semânticas e sintáti-
cas. A compreensão textual estipula aspectos linguísticos 
essencialmente relacionados à significação das palavras 
e, por isso, envolve uma forte ligação com a semântica.
INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO
A inferência é uma relação de sentido conhecida 
desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre 
interpretação de texto.
Dica
Interpretar é buscar ideias, pistas do autor do tex-
to, nas linhas apresentadas. 
Porém, apesar de, aparentemente, parecer algo 
subjetivo, existem “regras” para se buscar essas pistas. 
A primeira e mais importante delas é identificar a 
orientação do pensamento do autor do texto, que fica 
perceptível quando identificamos como o raciocínio 
dele foi exposto, se de maneira mais racional, a partir 
da análise de dados, informações com fontes confiáveis 
ou se de maneira mais empirista, partindo dos efeitos, 
das consequências, a fim de se identificar as causas.
Por isso, é preciso compreender como podemos 
interpretar um texto mediante estratégias de leitura. 
Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema, 
que é intrigante e de grande profundidade acadêmica; 
neste material, selecionamos as estratégias mais efica-
zes que podem contribuir para sua aprovação em sele-
ções que avaliam a competência leitora dos candidatos.
A partir disso, apresentamos estratégias de leitura 
que focam nas formas de inferência sobre um texto. 
Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre 
o processo de inferência, que se dá por dedução ou 
por indução. Para entender melhor, veja esse exemplo:
O marido da minha chefe parou de beber. 
Observe que é possível inferir várias informações 
a partir dessa frase. A primeira é que a chefe do enun-
ciador é casada (informação comprovada pela expres-
são “marido”), a segunda é que o enunciador está 
trabalhando (informação comprovada pela expressão 
“minha chefe”) e a terceira é que o marido da chefe do 
enunciador bebia (expressão comprovada pela expres-
são “parou de beber”). Note que há pistas contextuais 
do próprio texto que induzem o leitor a interpretar 
essas informações. 
Tratando-se de interpretação textual, os processos 
de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
tem de uma certeza prévia para a concepção de uma 
interpretação, construída pelas pistas oferecidas no 
texto junto da articulação com as informações acessa-
das pelo leitor do texto.
A seguir, apresentamos um fluxograma que repre-
senta como ocorre a relação desses processos:
INFERÊNCIA
DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR
INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA
A partir desse esquema, conseguimosvisualizar 
melhor como o processo de interpretação ocorre. Agora, 
iremos detalhar esse processo, reconhecendo as estra-
tégias que compõem cada maneira de inferir informa-
ções de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópicos 
seguintes como usar estratégias de cunho dedutivo, indu-
tivo e, ainda, como articular a isso o nosso conhecimento 
de mundo na interpretação de textos.
A INDUÇÃO
As estratégias de interpretação que observam 
métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto 
oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certe-
za na interpretação. Dessa forma, é fundamental bus-
car uma ordem de eventos ou processos ocorridos no 
texto e que variam conforme o tipo textual.
12
Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos 
identificar uma organização cronológica e espacial no 
desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo, 
pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, pode-
mos organizar as ideias do texto a partir da marcação 
de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argu-
mentação, esse encadeamento de ideias fica marcado 
pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma 
ideia/ponto de vista.
No processo interpretativo indutivo, as ideias são 
organizadas a partir de uma especificação para uma 
generalização. Vejamos um exemplo:
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa 
espécie de animal. O que observei neles, no tempo 
em que estive na redação do O Globo, foi o bastan-
te para não os amar, nem os imitar. São em geral 
de uma lastimável limitação de ideias, cheios de 
fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos 
detalhados e impotentes para generalizar, cur-
vados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, 
adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guia-
dos por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo 
critério de beleza.
(BARRETO, 2010, p. 21)
O trecho em destaque na citação do escritor Lima 
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías 
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento 
indutivo compõe a interpretação e decodificação de 
um texto. Para deixar ainda mais evidente as estraté-
gias usadas para identificar essa forma de interpretar, 
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza-
ção cronológica de um texto.
PROCURE SINÔNIMOS
A propriedade vocabular leva 
o cérebro a aproximar as pa-
lavras que têm maior asso-
ciação com o tema do texto
ATENÇÃO AOS 
CONECTIVOS
Os conectivos (conjunções, 
preposições, pronomes) são 
marcadores claros de opi-
niões, espaços físicos e lo-
calizadores textuais
A DEDUÇÃO
A leitura de um texto envolve a análise de diversos 
aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou de 
maneira implícita no enunciado. 
Em questões de concurso, as bancas costumam 
procurar nos enunciados implícitos do texto aspectos 
para abordar em suas provas.
No momento de ler um texto, o leitor articula seus 
conhecimentos prévios a partir de uma informação 
que julga certa, buscando uma interpretação; assim, 
ocorre o processo de interpretação por dedução. Con-
forme Kleiman (2016, p. 47): 
Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo 
temas, e ao testá-las ele estará depreendendo o 
tema; ele estará também postulando uma possí-
vel estrutura textual; na predição ele estará ati-
vando seu conhecimento prévio, e na testagem 
ele estará enriquecendo, refinando, checando esse 
conhecimento.
Fique atento a essa informação, pois é uma das 
primeiras estratégias de leitura para uma boa inter-
pretação textual: formular hipóteses, a partir da 
macroestrutura textual; ou seja, antes da leitura ini-
cial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual 
ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano, 
entre outras informações que podem vir como “aces-
sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a 
leitura que deverá se seguir. Uma outra dica impor-
tante é ler as questões da prova antes de ler o texto, 
pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme 
um objetivo mais definido.
O processo de interpretação por estratégias de dedu-
ção envolve a articulação de três tipos de conhecimento:
 z Conhecimento Linguístico;
 z Conhecimento Textual;
 z Conhecimento de Mundo.
O conhecimento de mundo, por tratar-se de um 
assunto mais abrangente, será abordado mais adiante. 
Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.
Conhecimento Linguístico
Esse é o conhecimento basilar para compreensão 
e decodificação do texto, envolve o reconhecimento 
das formas linguísticas estabelecidas socialmente por 
uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco-
nhecimento das regras de uma língua. 
É importante salientar que as regras de reconhe-
cimento sobre o funcionamento da língua não são, 
necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras 
que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por-
tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a, 
que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver-
bo-objeto (SVO) etc.
Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento 
linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento 
sobre como pronunciar português, passando pelo conhe-
cimento de vocabulário e regras da língua, chegando até 
o conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
Um exemplo em que a interpretação textual é preju-
dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir:
Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acesso em: 22/09/2020.
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Como é possível notar, o texto é uma peça publici-
tária escrita em inglês, portanto, somente os leitores 
proficientes nessa língua serão capazes de decodificar 
e entender o que está escrito; assim, o conhecimento 
linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas 
são algumas estratégias de interpretação em que 
podemos usar métodos dedutivos.
Conhecimento Textual
Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conheci-
mento linguístico e se desenvolve pela experiência 
leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de 
textos, melhor se dá a sua compreensão. Nesse conhe-
cimento, o leitor desenvolve sua habilidade porque 
prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que 
está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê 
uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma 
reportagem como se lê um poema.
Em outras palavras, esse conhecimento relaciona-
-se com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de 
discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais.
Conhecimento de Mundo
O uso dos conhecimentos prévios é fundamental 
para a boa interpretação textual, por isso, é sempre 
importante que o candidato a cargos públicos reserve 
um tempo para ampliar sua biblioteca e buscar fontes 
de informações fidedignas, para, dessa forma, aumen-
tar seu conhecimento de mundo.
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso 
conhecimento de mundo que é relevante para a com-
preensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso 
cérebro associar informações, a fim de compreender 
o novo texto que está em processo de interpretação.
A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer-
cício para atestarmos a importância da ativação do 
conhecimento de mundo em um processo de interpre-
tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede:
Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa-
fiou valentemente todos os risos desdenhosos que 
tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enga-
nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam 
corretamente esse planeta inexplorado.” Então as 
três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de 
provas, abrindo caminho, às vezes através de imen-
sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e 
vales turbulentos (KLEIMAN, 2016, p. 24).
Agora tente responder as seguintes perguntas 
sobre o texto:
 z Quem é o herói de que trata o texto?
 z Quem são as três irmãs?
 z Qual é o planeta inexplorado?
Certamente, você não conseguiu responder nenhu-
ma dessas questões, porém, ao descobrir o título des-
se texto, sua compreensão sobre essas perguntas será 
afetada. O texto se chama “A descoberta da América 
por Colombo”.Agora, volte ao texto, releia-o e busque 
responder às questões; certamente você não terá mais 
as mesmas dificuldades.
Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao vol-
tar seus olhos por uma segunda vez a ele, já sabendo 
do que se trata, seu cérebro ativou um conhecimen-
to prévio que é essencial para a interpretação de 
questões.
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS 
PARÁGRAFOS
ORGANIZAÇÃO E HIERARQUIA DAS IDEIAS
Ideia Principal e Ideias Secundárias
Em se tratando da organização das ideias em um 
texto, podemos seguir por duas linhas de pensamento 
e estudo: a primeira refere-se ao produtor de um tex-
to, a como o emissor deve organizar suas ideias, esta-
belecer uma hierarquia e uma conexão entre o que 
deseja emitir. A segunda diz respeito ao intérprete 
do texto, como interpretar, compreender e responder 
corretamente às questões de interpretação textual.
Para compreender bem um texto, é necessário 
conseguir interpretar a articulação entre as ideias 
dele. Uma leitura eficiente compreende a ideia geral 
que o texto deseja transmitir, e não somente decodifi-
ca os signos (letras) a fim de formar palavras e frases.
Cada texto apresenta uma intenção e, por trás 
dela, uma ideia principal – que pode estar implícita 
ou explícita – e algumas ideias secundárias, que dão 
suporte à ideia principal. Além disso, é necessário 
identificar a progressão das ideias ao longo do texto e 
como elas se conectam.
 z Ideias Principais: Apresentam o núcleo do texto, 
a mensagem primordial que o remetente/emissor 
deseja transmitir. Não há nenhum texto sem uma 
ideia principal, ou seja, um núcleo que norteia 
todo o restante da mensagem. Sem uma ideia prin-
cipal, o texto não terá sentido e será incoerente. A 
ideia principal não precisa estar explícita no texto, 
e necessariamente não é a primeira a ser exposta, 
mas ela é compreendida ao longo da leitura atra-
vés de recursos linguísticos e dos sinais que o emis-
sor coloca no texto. Ela dá lógica ao texto e permite 
a construção deste;
 z Ideias Secundárias: Ao longo do discurso, o emis-
sor utiliza recursos e argumentos para apresentar 
a ideia principal; esses recursos são as ideias se-
cundárias. Elas são ligadas por conectores, como 
advérbios e conjunções, e seguem uma ideia ló-
gica e sequencial ao longo do texto. Quanto mais 
ideias secundárias são apresentadas, mais fácil 
torna-se compreender a ideia principal e a inten-
cionalidade do discurso, pois as ideias secundárias 
levam o leitor à ideia principal.
As ideias secundárias podem ser apresentadas por 
alguns meios. Entre eles, temos:
 � Apresentação de sinônimos ou ideias sinôni-
mas: Por meio de ideias ou palavras correlacio-
nadas, é possível reforçar a ideia principal;
 � Antônimos: A apresentação de antônimos ou 
ideias contrárias reforça no entendimento do 
leitor o que não é a ideia principal e no que ela 
consiste;
 � Exemplificação: Por meio de exemplos, ca-
sos reais ou dados estatísticos, o leitor pode 
compreender melhor do que se trata a ideia 
principal.
14
Identificação e Função do Parágrafo
Um parágrafo é o conjunto de um ou mais períodos 
cujas orações se prendem pelo mesmo grupo de ideias 
e centro de interesse. Assim, um parágrafo é uma uni-
dade de sentido, inserida num todo textual coeso.
Como identificar um parágrafo? A primeira linha 
do parágrafo é iniciada um pouco à frente da margem 
esquerda da folha, ponto onde se iniciam as restantes 
linhas do parágrafo.
Exemplos de parágrafos:
Meu dia começou como habitualmente. Acor-
dei, troquei de roupa, tomei o café da manhã e fui 
trabalhar.
Chegando ao trabalho, algo inesperado aconteceu: 
o escritório estava alagado. Todos os funcionários 
foram dispensados, porque não havia condições para 
que fizéssemos nosso trabalho.
ARTICULAÇÃO DO TEXTO: PRONOMES 
E EXPRESSÕES REFERENCIAIS, NEXOS, 
OPERADORES SEQUENCIAIS
Tais elementos fazem parte do que chamamos de 
coerência e coesão textual e servem para, além de 
articular o texto, deixá-lo com sentido e com capaci-
dade de cumprir a função que se propõe: informar, 
convencer, expor etc.
COERÊNCIA E COESÃO
Ao elaborarmos um texto, devemos buscar organi-
zar as ideias apresentadas de modo a torná-lo coeso e 
coerente. Porém, como fazer para que essa organiza-
ção mantenha esse padrão? Para descobrir, primeiro 
é preciso esclarecer o que é coesão e o que é coerência 
e por que buscar esse padrão é importante.
Os textos não são somente um aglomerado de pala-
vras e frases escritas. Suas partes devem ser articula-
das e organizadas harmoniosamente de maneira que 
o texto faça sentido como um todo. A ligação, a rela-
ção, os nexos entre essas partes estabelecem o que se 
chama de coesão textual. Os articuladores responsá-
veis por essa “costura” do tecido (tessitura) do texto 
são conhecidos como recursos coesivos que devem ser 
articulados de forma que garanta uma relação lógica 
entre as ideias, fazendo com que o texto seja inteli-
gível e faça sentido em determinado contexto. A res-
peito disso, temos a coerência textual, que está ligada 
diretamente à significação do texto, aos sentidos que 
ele produz para o leitor. 
COESÃO COERÊNCIA
Utiliza-se de elementos su-
perficiais, dando-se ênfase 
na forma e na articulação 
entre as ideias
Subjacente ao texto, enfa-
tiza-se o conteúdo e a pro-
dução de sentido/relação 
lógica
Fonte: Elaborado pela autora.
Podemos usar uma metáfora muito interessante 
quando se trata de compreender os processos de coe-
são e coerência.
Essa metáfora nos leva a comparar um texto com um 
prédio, tal qual uma boa construção precisa de um bom 
alicerce para manter-se em pé; um texto bem construí-
do depende da organização das nossas ideias, da forma 
como elas estão dispostas no texto. Isso significa que pre-
cisamos utilizar adequadamente os processos coesivos, 
a fim de defendermos nossas ideias adequadamente.
Por isso, neste capítulo, iremos apresentar as prin-
cipais formas de marcação, em um texto, de processos 
que buscam organizar as ideias em um texto, princi-
palmente, os processos de coesão que, como dissemos, 
apresentam um apelo mais forte às formas linguísti-
cas que os processos envolvendo a coerência.
Antes, porém, faz-se mister indicar mais algumas 
características da coerência em um texto e como esse 
processo liga-se não apenas às formas gramaticais, 
mas, sobretudo, ao forte teor cognitivo. Tendo em 
vista que a coerência é construída, tal qual o sentido, 
coletivamente, não por acaso, o grande linguista e 
estudioso da língua portuguesa, Luis Antonio Marcus-
chi (2007) afirmou que a coerência é “algo dinâmico 
que se encontra mais na mente que no texto”.
Dito isso, usamos as palavras de Cavalcante (2013) 
para esclarecer ainda mais o conceito de coerência e 
passarmos ao estudo detalhado dos processos de coe-
são. A autora afirma que a coerência:
[...] Não está no texto em si; não nos é possível 
apontá-la, destacá-la ou sublinha-la. Ela se constrói 
[...] numa dada situação comunicativa, na qual o 
leitor, com base em seus conhecimentos sociocogni-
tivos e interacionais e na materialidade linguística, 
confere sentido ao que lê (2013, p.31).
A seguir iremos nos deter aos processos de coesão 
importantes para uma boa compreensão e elaboração 
textual. É importante destacar que esses processos 
de coesão não podem ser dissociados da construção 
de sentidos implícita no processo de organização da 
coerência. No entanto, como nossa finalidade é tornar 
seu aprendizado mais fácil, separamos esses conceitos 
com fins estritamente didáticos.
COESÃO REFERENCIAL
A coesão é marcada por processos referenciais 
relaciona termos e ideias a partir de mecanismos que 
inserem ou retomam uma porção textual. Os pro-
cessos marcados pela referenciação caracterizam-se 
pela construção de referentes em um texto, os quais 
se relacionam com as ideias defendidas no texto. Esse 
processo é marcado por vocábulos gramaticais e pode 
ser reconhecido pelo uso de algumas classes de pala-
vras, das quais falaremos a seguir.
Antes, porém,faz-se mister reconhecer os proces-
sos referenciais que envolvem o uso de expressões 
anafóricas e catafóricas. Conforme Cavalcante (2013), 
“as expressões que retomam referentes já apresenta-
dos no texto por outras expressões são chamadas de 
anáforas”. Vejamos o exemplo a seguir:
O Rocky Balboa era um humilde lutador de bairro, 
que vivia de suas discretas lutas, no início de sua car-
reira. Segundo seu treinador Mickey, Rocky era um 
jovem promissor, mas nunca se interessou realmente 
em evoluir, preferiu trabalhar para um agiota italiano 
chamado Tony Gazzo, com quem manteve uma certa 
amizade. Gazzo gostava de Rocky por ele ser descenden-
te de italiano e o ajudou dando US$ 500,00 para o seu 
treinamento, na primeira luta que fez com Apollo Creed.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rocky_Balboa. Acessado em: 
30/09/2020. Adaptado.
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A partir da leitura, podemos perceber que todos os 
termos destacados fazem referência a um mesmo refe-
rente: Rocky Balboa. O processo de referenciação utiliza-
do foi o uso de anáforas que assumem variadas formas 
gramaticais e buscam conectar as ideias do texto.
Já os processos referenciais catafóricos apontam 
para porções textuais que ainda não foram mencio-
nadas anteriormente no texto, conforme o exemplo a 
seguir: “Os documentos requeridos para os candidatos 
são estes: Identidade, CPF, Título de eleitor e reservista”
Dica
Em provas de concursos e seleções, ainda se 
encontra a terminologia “expressões referenciais 
catafóricas”, remetendo ao uso já indicado no 
material. No entanto, é importante salientar que, 
para linguistas e estudiosos, as anáforas são os 
processos referenciais que recuperam e/ou apon-
tam para porções textuais.
USO DE PRONOMES OU PRONOMINALIZAÇÃO
Utilizar pronomes para manter a coesão de um 
texto é essencial, evitando-se repetições desnecessá-
rias que tornam o texto cansativo para o leitor. Como 
a classe de pronomes é vasta, vamos enfatizar neste 
estudo os principais pronomes utilizados em recursos 
textuais para manter a coesão.
A pronominalização é a base de recursos anafóri-
cos e recuperam porções textuais ou ainda um nome 
específico a que o autor faz referência no texto. Veja-
mos dois exemplos:
O primeiro debate entre Donald Trump e Joe 
Biden foi quente, com diversas interrupções e acu-
sações pesadas. […] O primeiro ponto discutido foi 
a indicação de Trump da juíza conservadora Amy 
Barrett para a Suprema Corte, depois da morte de 
Ruth Bader Ginsburg. O presidente defendeu que 
tem esse direito, pois os republicanos têm maioria 
no Senado [Casa que ratifica essa escolha] e criticou 
os democratas, dizendo “que eles ainda não aceita-
ram que perderam a eleição”. […]. 
O segundo ponto discutido foi a covid-19. Os 
EUA são o país mais atingido pela pandemia - são 
7 milhões de casos e mais de 200 mil mortos. O 
âncora Chris Wallace perguntou aos dois o que eles 
fariam até que uma vacina aparecesse. Biden ata-
cou o republicano dizendo que Trump “não tem um 
plano para essa tragédia”. Já Trump começou sua 
resposta atacando a China - “deveriam ter fechado 
suas fronteiras no começo” -, colocou em dúvida as 
estatísticas da Rússia e da própria China e, com pou-
ca modéstia, disse que fez um “excelente trabalho” 
nesse momento dos EUA.
Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/eleicoes-eua-
debate-025314998.html. Acessado em: 30/09/2020. Adaptado.
Após a leitura do texto, é possível notar que a recu-
peração da informação apresentada é feita a partir de 
muitos processos de coesão, porém, o uso dos pronomes 
destacados recupera o assunto informado e ajuda o lei-
tor a construir seu posicionamento. É importante buscar 
sempre o elemento a que o pronome faz referência; por 
exemplo, o primeiro pronome pessoal destacado no texto 
refere-se ao termo “republicanos”, já o segundo, faz refe-
rência aos presidenciáveis que participavam do debate. 
Nota-se, com isso, que esses pronomes apontam 
para uma parcela objetiva do texto, diferente do pro-
nome “essa”, associado ao substantivo “tragédia”, que 
recupera uma parcela textual maior, fazendo refe-
rência ao momento de pandemia pelo qual o mundo 
passa.
O uso de pronomes pode ser um aliado na construção 
da coesão, porém, o uso inadequado pode gerar ambi-
guidades, ocasionando o efeito oposto e prejudicando a 
coesão. Ex.: Encontrei Matheus, Pedro e sua mulher.
Não é possível saber qual dos homens estava 
acompanhado.
Por fim, destacamos que as classes de palavras 
relacionadas neste capítulo com os processos de coe-
são não podem ser vistas apenas sob a ótica descriti-
va-normativa, amplamente estudada nas gramáticas 
escolares. O interesse das principais bancas de con-
cursos públicos é avaliar a capacidade interpreta-
tiva e racional dos candidatos, dessa feita, a análise 
de processos coesivos visa analisar a capacidade do 
candidato de reconhecer a que e qual elemento está 
construindo as referências textuais.
USO DE NUMERAIS
Conforme mencionamos anteriormente, o uso de 
categorias gramaticais concorre para a progressão tex-
tual; uma das classes gramaticais que auxilia esse pro-
cesso é o uso de numerais.
Neste subtópico, iremos focar no valor coesivo que 
essa classe promove, auxiliando na ligação de ideias 
em um texto. Dessa forma, as expressões quantitati-
vas, em algumas circunstâncias, retomam dados ante-
riores numa relação de coesão. 
Ex.: Foram deixados dois avisos sobre a mesa: o pri-
meiro era para os professores, o segundo para os alunos.
As formas destacadas são numerais ordinais que 
recuperam informação no texto, evitando a repetição 
de termos e auxiliando no desenvolvimento textual.
USO DE ADVÉRBIOS
Muitos advérbios auxiliam no processo de recupe-
ração e instauração de ideias no texto, auxiliando o 
processo de coesão. As formas adverbias que marcam 
tempo e espaço podem também ser denominadas de 
marcadores dêiticos, caso dos seguintes elementos:
Hoje, aqui, acolá, amanhã, ontem...
Percebam que esses advérbios só podem ser asso-
ciados a um referente se forem instaurados no discur-
so, isto é, se mantiverem associação com as pessoas 
que produzem as falas. Assim, uma pessoa que lê 
“hoje não haverá aula” em um cartaz na porta de uma 
sala compreenderá que a marcação temporal refere-
-se ao momento em que a leitura foi realizada. Por 
isso, esses elementos são conhecidos como dêiticos.
Independentemente de como são chamados, esses 
elementos colaboram para a ligação de ideias no tex-
to, auxiliando também a construção da coesão textual.
USO DE NOMINALIZAÇÃO
As expressões que retomam ideias e nomes, já apre-
sentados no texto, mediante outras formas de expressão, 
podem ser analisadas como processos nominalizado-
res, incluindo substantivos, adjetivos e outras classes 
nominais.
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Essas expressões recuperam informações median-
te novos nomes inseridos no texto, ou ainda, com o 
uso de pronomes. Vejamos um exemplo:
Antonio Carlos Belchior, mais conhecido como Bel-
chior foi um cantor, compositor, músico, produtor, 
artista plástico e professor brasileiro. Um dos mem-
bros do chamado Pessoal do Ceará, que inclui Fagner, 
Ednardo, Amelinha e outros. Bel foi um dos primeiros 
cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso 
internacional, em meados da década de 1970.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Belchior. Acessado em: 
30/09/2020. Adaptado.
Todas as marcações em negrito fazem referência ao 
nome inicial Antônio Carlos Belchior; os termos que se 
referem a esse nome inicial são expressões nominaliza-
dores que servem para ligar ideias e construir o texto.
USO DE ADJETIVOS
Os adjetivos também são considerados expressões 
nominalizadoras que fazem referência a uma porção 
textual ou a uma ideia referida no texto. No exemplo 
acima, a oração “Belchior foi um cantor, compositor, 
músico, produtor, artista plástico e professor” apre-
senta seis nomes que funcionam como adjetivos de 
Belchior e, ao mesmo tempo, acrescentaminformações 
sobre essa personalidade, referida anteriormente.
É importante recordar que não podemos identifi-
car uma classe de palavra sem avaliar o contexto em 
que ela está inserida. No exemplo mencionado, as 
palavras cantor, compositor, músico, produtor, artis-
ta, professor são substantivos que funcionam como 
adjetivos e colaboram na construção textual.
USO DE VERBOS VICÁRIOS
O vocábulo vicário é oriundo do latim vicarius e 
significa “fazer as vezes”; assim, os verbos vicários 
são verbos usados em substituição de outros que já 
foram muito utilizados no texto. 
Ex.: A disputa aconteceu, mas não foi como nós 
esperávamos. 
O verbo “acontecer” foi substituído na segunda 
oração pelo verbo “foi”.
ALGUNS VERBOS VICÁRIOS IMPORTANTES
Ser - “Ele trabalha, porém não é tanto assim”
Fazer - “Poderíamos concordar plenamente, mas não o 
fizemos”
Aceitar - “Se ele não acatar a promoção não aceita por 
falta de interesse”
Foi - “Se desistiu da vaga, foi por motivos pessoais”
USO DE ELIPSE
A elipse é uma forma de omissão de uma infor-
mação. Vamos ver, então, as propriedades recatego-
rizadoras e referenciais da elipse, com o propósito de 
manter a coesão textual.
Conforme Antunes (2005, p. 118), a elipse como 
recurso coesivo “corresponde à estratégia de se omitir 
um termo, uma expressão ou até mesmo uma sequên-
cia maior (uma frase inteira, por exemplo) já introdu-
zidos anteriormente em outro segmento do texto, mas 
recuperável por marcas do próprio contexto verbal”. 
Vejamos como ocorre, a partir do segmento abaixo:
“O Brasil evoluiu bastante desde 
o início do século XXI. O país 
proporcionou a inclusão social 
de muitas pessoas. A nação 
obteve notoriedade internacio-
nal por causa disso. A pátria, 
porém, ainda enfrenta certas 
adversidades...”
Sem Elipse
“O Brasil evoluiu bastante desde o 
início do século XXI e proporcionou 
a inclusão social de muitas pes-
soas, por causa disso obteve noto-
riedade internacional, porém ainda 
enfrenta certas adversidades...”
Com Elipse
COESÃO SEQUENCIAL
A coesão sequencial é responsável por organi-
zar a progressão temática do texto, isto é, garantir a 
manutenção do tema tratado pelo texto de maneira a 
promover a evolução do debate assumido pelo autor. 
Essa coesão pode ser garantida, em um texto, a par-
tir de locuções que marcam tempo, conjunções, desi-
nências e modos verbais. Neste material, iremos nos 
deter, sobretudo, aos processos de conjunções que são 
utilizadas para garantir a progressão textual.
Conjunções Coordenativas
As conjunções coordenativas são aquelas que 
ligam orações coordenadas, ou seja, orações de valor 
semântico independente. Na construção textual, elas 
são importantes, pois, com seus valores, adicionam 
informações relevantes ao texto.
Exemplos de conjunções coordenativas atuando 
na coesão:
ADITIVA
Não apenas conversava com os de-
mais alunos como também atrapalha-
va o professor.
ADVERSATIVA Eram ideias interessantes, porém nin-guém concordou com elas.
ALTERNATIVAS
Superou o estigma que pregava “ou 
estuda, ou trabalha” e conseguiu ser 
aprovada.
EXPLICATIVA Ao final, faça os exercícios, pois é uma forma de praticar o que aprendeu.
CONCLUSIVA
O candidato não cumpriu sua promes-
sa. Ficamos, portanto, desapontados 
com ele.
Perceba que as ideias ligadas pelas conjunções 
precisam manter uma relação contextual, estabeleci-
da pela coerência e demonstrada pela coesão. Por isso, 
orações como esta: “Não gosto de festas de aniversá-
rio, mas não vou à sua” estão equivocadas, pois as 
ideias ligadas não estabelecem uma relação de adver-
sidade, como demonstra a conjunção “mas”.
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Conjunções Subordinativas
Tal qual as conjunções coordenativas, as subordi-
nativas estabelecem uma ligação entre as ideias apre-
sentadas num texto, porém, diferentemente daquelas, 
estas ligam ideias apresentadas em orações subordi-
nadas, ou seja, orações que precisam de outra para 
terem o sentido apreendido.
Exemplos de conjunções subordinativas atuando 
na coesão:
CAUSAL
Como não havia estudado su-
ficiente, resolvi não fazer essa 
prova.
CONSECUTIVA Falaram tão mal do filme que ele nem entrou em cartaz.
COMPARATIVA Trabalhou como um escravo.
CONFORMATIVA
Conforme o Ministro da Eco-
nomia, os concursos não irão 
acabar.
CONCESSIVA
Ainda que vivamos um perío-
do de poucos concursos, não 
podemos desanimar.
CONDICIONAL Se estudarmos, conseguire-mos ser aprovados!
PROPORCIONAL
À proporção que aumenta-
va seus horários de estudo, 
mais forte o candidato se 
tornava.
FINAL Estudava sempre com afin-co, a fim de ser aprovado.
TEMPORAL
Quando o edital for publica-
do, já estarei adiantado nos 
estudos.
Importante!
Não confundir: 
Afim de – Relativo à afinidade, semelhança: 
“Física e Química são disciplinas afins”.
A fim de – Relativo a ter finalidade, ter como obje-
tivo, com desejo de: “Estou a fim de comer pastel”.
Conjunções Integrantes
As conjunções integrantes fazem parte das orações 
subordinadas, na realidade, elas apenas integram, 
ligam uma oração principal a outra, subordinada. 
Como podemos notar, o papel dessas conjunções é 
essencialmente coesivo, tendo em vista que elas são 
“peças” que unem as orações. Existem apenas dois 
tipos de conjunções integrantes: que e se.
Quando é possível substituir o 
que pelo pronome isso, esta-
mos diante de uma conjunção 
integrante
Quero que a prova 
esteja fácil.
Quero = isso
Sempre haverá conjunção inte-
grante em orações substantivas 
e, consequentemente, em perío-
dos compostos
Perguntei se ele es-
tava em casa.
Perguntei = isso
COESÃO RECORRENCIAL 
Uso de Repetições
As recorrências de repetições em textos são comu-
mente recusadas pelos mestres da língua portuguesa. 
Sobretudo, quando o assunto é redação, muitos pro-
fessores recomendam em uníssono: evite repetir pala-
vras e expressões! 
No entanto, a repetição é um recurso coesivo 
essencial para manter a progressão temática do texto, 
isto é, para que o tema debatido no texto não seja per-
dido, levando o escritor a fugir da temática.
Embora também não recomendemos as repetições 
exageradas no texto, sabemos valorizar seu uso ade-
quado em um texto; por isso, apresentamos, a seguir, 
alguns usos comuns dessa estratégia coesiva.
CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES
Marcar ênfase
O candidato foi encontra-
do com duzentos milhões 
de reais na mala, duzen-
tos milhões!
Marcar contraste Existem Políticos e políticos.
Marcar a continuidade 
temática
“Agora que sentei na minha 
cadeira de madeira, junto à 
minha mesa de madeira, 
colocada em cima deste 
assoalho de madeira, olho 
minhas estantes de ma-
deira e procuro um livro 
feito de polpa de madeira 
para escrever um artigo 
contra o desmatamento 
florestal” Millôr Fernandes.
Uso de Paráfrase
A paráfrase é um recurso de reiteração que propor-
ciona maior esclarecimento sobre o assunto tratado no 
texto. A paráfrase é utilizada para voltar a falar sobre 
algo utilizando-se de outras palavras. Conforme Antu-
nes (2005, p. 63), “alguma coisa é dita outra vez, em 
outro ponto do texto, embora com palavras diferentes”.
Vejamos o seguinte exemplo:
Ceará goleia Fortaleza no 
Castelão.
Fortaleza é goleado pelo 
Ceará no Castelão.
Os textos acima poderiam ser manchetes de jornais 
da capital cearense. A forma como o texto se apresen-
ta indica que a ênfase dada ao nome dos times, em 
posições diferentes, cumpre um papel importante na 
progressão temática do texto.
Além dessa função, a paráfrase pode ser marcada 
pelo uso de expressões textuais bem características, 
como: em outras palavras, em outros termos, isto é, 
quer dizer, em resumo, em suma, em síntese etc. Essas 
expressões indicam que algo foi dito e passará a ser 
ressignificado no texto, garantindo a informatividade 
do texto.
18
Uso de Paralelismo
As ideias similares devem fazer a correspondência 
entre si; a essa organização de ideias no texto, dá-se o 
nome de paralelismo. Quando as construçõesde frases 
e orações são semelhantes, ocorre o paralelismo sin-
tático. Quando há sequência de expressões simétricas 
no plano das ideias e coerência entre as informações, 
ocorre o paralelismo semântico ou paralelismo de 
sentido.
ESTRUTURAS QUE SEMPRE DEVEM SER USADAS 
JUNTAS
Não só..., mas também; não apenas..., mas ainda; não 
tanto...quanto; ora...ora; seja...seja, etc.
Além disso, é preciso respeitar a estrutura sintáti-
ca a qual a frase está inserida; vejamos um exemplo 
em que houve quebra de paralelismo:
“É necessário estudar e que vocês se ajudem” 
– Errado.
“É necessário que vocês se ajudem e que estudem” 
– Correto.
Devemos manter a organização das orações, pois 
não podemos coordenar orações reduzidas com ora-
ções desenvolvidas, é preciso manter o paralelismo 
e deixá-las ou somente desenvolvida ou somente 
reduzidas.
No tocante ao paralelismo semântico, a ideia é 
a mesma, porém deixamos de analisar os pares no 
âmbito sintático e passamos ao plano das ideias. Veja-
mos o seguinte exemplo:
“Por um lado, os manifestantes agiram corre-
tamente, por outro podem não ter agido errado” 
– Incorreto.
“Por um lado, os manifestantes agiram correta-
mente, por outro podem ter causado prejuízo à popu-
lação” – Correto.
“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma 
foi sua irmã e a outra estava bem” – Incorreto.
“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma 
foi sua irmã e a outra foi minha prima” – Correto.
SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL DE 
PALAVRAS E EXPRESSÕES
DENOTAÇÃO 
O sentido denotativo da linguagem compreende 
o significado literal da palavra independente do seu 
contexto de uso. Preocupa-se com o significado mais 
objetivo e literal associado ao significado que aparece 
nos dicionários. A denotação tem como finalidade dar 
ênfase à informação que se quer passar para o recep-
tor de forma mais objetiva, imparcial e prática. Por 
isso, é muito utilizada em textos informativos, como 
notícias, reportagens, jornais, artigos, manuais didá-
ticos, entre outros. 
Ex.: O fogo se alastrou por todo o prédio. (fogo: 
chamas)
O coração é um músculo que bombeia sangue para 
o corpo. (coração: parte do corpo)
CONOTAÇÃO
O sentido conotativo compreende o significado 
figurado e depende do contexto em que está inserido. 
A conotação põe em evidência os recursos estilísticos 
dos quais a língua dispõe para expressar diferen-
tes sentidos ao texto de maneira subjetiva, afetiva e 
poética. A conotação tem como finalidade dar ênfase 
à expressividade da mensagem de maneira que ela 
possa provocar sentimentos ou diferentes sensações 
no leitor. Por esse motivo, é muito utilizada em poe-
sias, conversas cotidianas, letras de músicas, anúncios 
publicitários e outros. 
Ex.: “Amor é fogo que arde sem se ver”. 
Você mora no meu coração.
O SIGNIFICADO DAS PALAVRAS 
Quando escolhemos determinadas palavras ou 
expressões dentro de um conjunto de possibilidades 
de uso, estamos levando em conta o contexto que 
influencia e permite o estabelecimento de diferentes 
relações de sentido. Essas relações podem se dar por 
meio de: sinonímia, antonímia, homonímia, paroní-
mia, polissemia, hiponímia e hiperonímia. 
Importante!
Léxico: Conjunto de todas as palavras e expres-
sões de um idioma.
Vocabulário: Conjunto de palavras e expressões 
que cada falante seleciona do léxico para se 
comunicar.
 z Sinonímia
São palavras ou expressões que, empregadas em 
um determinado contexto, têm significados seme-
lhantes. É importante entender que a identidade dos 
sinônimos é ocasional, ou seja, em alguns contextos 
uma palavra pode ser empregada no lugar de outra, 
o que pode não acontecer em outras situações. O 
uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, por 
exemplo, pode ocorrer de maneira equivocada se uti-
lizadas como sinônimos, uma vez que a intensidade 
de suas significações é diferente. 
O emprego dos sinônimos é um importante recur-
so para a coesão textual, uma vez que essa estratégia 
revela, além do domínio do vocabulário do falante, a 
capacidade que ele tem de realizar retomadas coesi-
vas, o que contribuiu para melhor fluidez na leitura 
do texto.
 z Antonímia
São palavras ou expressões que, empregadas em 
um determinado contexto, têm significados opostos. 
As relações de antonímia podem ser estabelecidas em 
gradações (grande/pequeno; velho/jovem); reciproci-
dade (comprar/vender) ou complementaridade (ele é 
casado/ele é solteiro). Vejamos o exemplo a seguir:
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 P
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G
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TO
S
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Fonte: https://bit.ly/3kETkpl. Acesso em: 16/10/2020.
A relação de sentido estabelecida na tirinha é 
construída a partir dos sentidos opostos das palavras 
“prende” e “solta”, marcando o uso de antônimos, nes-
se contexto.
 z Homonímia
Homônimos são palavras que têm a mesma pro-
núncia ou grafia, porém apresentam significados dife-
rentes. É importante estar atento a essas palavras e a 
seus dois significados. A seguir, listamos alguns homô-
nimos importantes:
acender (colocar fogo) ascender (subir)
acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta)
acerto (ato de acertar) asserto (afirmação)
apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido)
bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto)
bucho (estômago) buxo (arbusto)
caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito)
cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar)
cela (pequeno quarto) sela (forma do verbo selar; arreio)
censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo)
céptico (descrente) séptico (que causa infecção)
cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar)
cerrar (fechar) serrar (cortar)
cervo (veado) servo (criado)
chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã)
cheque (ordem de 
pagamento)
xeque (lance no jogo de 
xadrez)
círio (vela) sírio (natural da Síria)
cito (forma do verbo citar) sito (situado)
concertar (ajustar, combinar) consertar (reparar, corrigir)
concerto (sessão musical) conserto (reparo)
coser (costurar) cozer (cozinhar)
esotérico (secreto) exotérico (que se expõe em público)
espectador (aquele que 
assiste)
expectador (aquele que tem 
esperança, que espera)
esperto (perspicaz) experto (experiente, perito)
espiar (observar) expiar (pagar pena)
espirar (soprar, exalar) expirar (terminar)
estático (imóvel) extático (admirado)
esterno (osso do peito) externo (exterior)
estrato (camada) extrato (o que se extrai de algo)
estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar)
incerto (não certo, impreciso) inserto (inserido, introduzido)
incipiente (principiante) insipiente (ignorante)
laço (nó) lasso (frouxo)
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia)
tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)
tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa)
Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman6.php. 
Acessado em: 17/10/2020.
Parônimos
Parônimos são palavras que apresentam sentido 
diferente e forma semelhante, conforme demonstra-
mos nos exemplos a seguir:
 z Absorver/absolver
 � Tentaremos absorver toda esta água com 
esponjas. (sorver);
 � Após confissão, o padre absolveu todos os fiéis 
de seus pecados. (inocentar).
 z Aferir/auferir
 � Realizaremos uma prova para aferir seus 
conhecimentos. (avaliar, cotejar);
 � O empresário consegue sempre auferir lucros 
em seus investimentos. (obter).
 z Cavaleiro/cavalheiro
 � Todos os cavaleiros que integravam a cava-
laria do rei participaram na batalha. (homem 
que anda de cavalo);
 � Meu marido é um verdadeiro cavalheiro, abre 
sempre as portas para eu passar. (homem edu-
cado e cortês).
 z Cumprimento/comprimento
 � O comprimento do tecido que eu comprei é de 
3,50 metros. (tamanho, grandeza);
 � Dê meus cumprimentos a seu avô. (saudação).
 z Delatar/dilatar
 � Um dos alunos da turma delatou o colega que 
chutou a porta e partiu o vidro. (denunciar);
 � Comendo tanto assim, você vai acabar dilatan-
do seu estômago. (alargar, estender).
 z Dirigente/diligente
 � O dirigente da empresa não quis prestar decla-
rações sobre o funcionamento da mesma. (pes-
soa que dirige, gere);� Minha funcionária é diligente na realização de 
suas funções. (expedito, aplicado).
 z Discriminar/descriminar
 � Ela se sentiu discriminada por não poder 
entrar naquele clube. (diferenciar, segregar);
20
 � Em muitos países se discute sobre descrimi-
nar o uso de algumas drogas. (descriminalizar, 
inocentar).
Fonte: https://www.normaculta.com.br/palavras-par 
onimas/. Acessado em 17/10/2020.
Polissemia (Plurissignificação)
Multiplicidade de sentidos encontradas em algu-
mas palavras, dependendo do contexto. As palavras 
polissêmicas guardam uma relação de sentido entre 
si, diferenciando-as das palavras homônimas. A polis-
semia é encontrada no exemplo a seguir:
Fonte: https://bit.ly/3jynvgs. Acessado em: 17/10/2020.
 z Hipônimo e Hiperônimo
Relação estabelecida entre termos que guardam 
relação de sentido entre si e mantém uma ordem gra-
dativa. Exemplo: Hiperônimo – veículo; Hipônimos – 
carro, automóvel, moto, bicicleta, ônibus...
EQUIVALÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO 
DE ESTRUTURAS
A reescrita de textos é essencial em vários aspectos, 
como para corrigir erros e escrever mais claramente. 
No contexto dos concursos públicos, para responder 
às questões apresentadas, é necessário identificar 
qual é a opção cuja reescrita mantém o sentido do tex-
to original, sem que haja mudança de compreensão, 
baseada na intenção do emissor da mensagem.
A coesão é um dos principais pontos a se obser-
var na produção de um texto e, consequentemente, 
na reescritura, para manter a coesão e a harmonia 
do texto. Conjunções, advérbios, preposições e pro-
nomes, principalmente, apresentam aspectos que 
podem transformar completamente o sentido de um 
enunciado. Portanto, eles merecem especial atenção. 
Além disso, até mesmo uma vírgula pode mudar o 
sentido de um enunciado, assim, elas também devem 
ser observadas.
As frases reescritas precisam manter a essência do 
texto base, ou seja, a informação principal. É impor-
tante observar os tempos verbais empregados e a 
ordem das palavras também.
Após a reescrita, as frases precisam:
 z Manter o significado original;
 z Manter a coesão;
 z Não expressar opinião que não esteja na frase 
original;
 z Respeitar a sequência das ideias apresentadas no 
texto original.
Há algumas maneiras de rescrever um texto. Des-
tacaremos aqui o deslocamento dos enunciados e a 
substituição de palavras ou trechos.
SUBSTITUIÇÃO
A substituição pode ser realizada por meio de 
recursos como sinônimos, antônimos, locução ver-
bal, verbos por substantivos e vice-versa, voz verbal, 
conectivos, dentre outros.
Sinônimos
Palavras ou expressões que possuem significados 
iguais ou semelhantes.
Ex.: 
 z O carro está com algum problema / O automóvel 
apresentou defeitos.
Antônimos
Palavras que possuem significados diferentes, ou 
seja, significados opostos que podem ser usados para 
substituir a palavra anterior.
Ex.: 
 z O homem estava nervoso e inquieto / O senhor 
não estava calmo.
Locução Verbal
Ao invés de usar a forma única do verbo, é pos-
sível substituir o verbo por uma locução verbal e 
vice-versa.
Exs.: 
 z Vou solicitar os documentos amanhã / Solicitarei 
os documentos amanhã.
Verbo por Substantivo e Vice-versa
Pode-se usar um substantivo correspondente no 
lugar de um verbo ou vice-versa, desde que isso faça 
sentido dentro do contexto.
Exs.: 
 z Caminhar: caminho;
 z Resolver: resolução;
 z Trabalhar: trabalho;
 z Necessitar: necessidade;
 z Estudar: estudos;
 z Beijar: beijo;
 z O trabalho enobrece o homem / Trabalhar eno-
brece o homem.
Voz Verbal
É possível mudar a voz verbal sem mudar a men-
sagem do enunciado.
Exs.: 
 z Eu fiz todo o trabalho / Todo o trabalho foi feito 
por mim.
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Palavra por Locução Correspondente
Pode-se, na reescrita, trocar uma palavra por locu-
ção que corresponda a ela, ou vice-versa.
Ex.:
 z O amor materno é singular / O amor de mãe é 
singular.
Conectivos com Mesmo Valor Semântico
Os conectivos são palavras ou expressões que têm 
a função de ligar os períodos e parágrafos do texto. 
Os conectores ou conectivos podem ser conjunções ou 
advérbios/locuções adverbiais e sempre promovem 
uma relação entre os termos conectados.
Por meio da substituição de conectivos, é possí-
vel modificar e reescrever um trecho sem que haja 
mudança de sentido.
Importante!
Identifique a relação que cada conector indica, 
pois, ao substituir um conector por outro que não 
possui relação semântica, pode ocorrer mudan-
ça no sentido do texto.
Ao usar um conectivo para substituir outro, é 
necessário que ambos estabeleçam o mesmo 
tipo de relação.
A seguir, relembraremos algumas das principais 
relações que os conectores expressam:
 z Adição: E, também, além disso, mas também;
 z Oposição: Mas, porém, contudo, entretanto, no 
entanto;
 z Causa: Por isso, portanto, certamente;
 z Tempo: Atualmente, nos dias de hoje, na socieda-
de atual, depois, antes disso, em seguida, logo, até 
que;
 z Consequência: Logo, consequentemente, por 
consequência;
 z Confirmação / Reafirmação: Ou seja, nesse sen-
tido, nessa perspectiva, em suma, em outras pala-
vras, dessa forma;
 z Hipótese / Probabilidade: A menos que, mesmo 
que, supondo que;
 z Semelhança: Do mesmo modo, assim como, bem 
como;
 z Finalidade: Afim de, para, para que, com a finali-
dade de, com o objetivo de;
 z Exemplificação: Por exemplo, a exemplo de, isto 
é;
 z Ênfase: Na verdade, efetivamente, certamente, 
com efeito;
 z Dúvida: Talvez, por ventura, provavelmente, 
possivelmente;
 z Conclusão: Portanto, logo, enfim, em suma.
Dentro de cada um dos grupos de conjunções aci-
ma citados é possível haver substituição entre as con-
junções sem que haja prejuízo no entendimento final 
do trecho reescrito.
DESLOCAMENTO
Deslocamento é o recurso utilizado para reescre-
ver determinado trecho, que se baseia em modificar 
de lugar determinados termos. Ou seja: um termo 
que estava no início pode ir para o final do texto e 
vice-versa.
Podemos citar como exemplo os períodos a seguir:
 z Faleceu, em São Paulo, o jornalista Ricardo 
Boechat;
 z O jornalista Ricardo Boechat faleceu em São 
Paulo.
Para reescrever frases utilizando o deslocamen-
to, é necessário observar se há mudança de sentido 
e se a correção gramatical foi mantida. Do mesmo 
modo, para analisar uma questão de reescritura, é 
necessário observar qual elemento foi deslocado e 
se esse deslocamento provocou mudança de sentido 
ou inadequação gramatical.
É possível deslocar os seguintes termos em uma 
oração:
Adjunto Adverbial
Ex.: Na semana passada, participei de todas as 
aulas da faculdade. Participei de todas as aulas da 
faculdade na semana passada.
Observando os pontos anteriormente menciona-
dos, é possível perceber que neste caso não há mudan-
ça de sentido, e que a correção gramatical foi mantida, 
já que o adjunto adverbial de tempo no final da ora-
ção não precisa de vírgula.
Adjetivo
Ex.: Meu novo namorado trabalha com vendas.
Meu namorado novo trabalha com vendas.
Na frase original, o adjetivo “novo” está antes do 
substantivo, e na segunda frase, aparece depois. No 
entanto, é possível perceber não há mudança de sen-
tido e que a correção gramatical foi mantida, já que 
essa mudança não implica necessidade de vírgula 
nem provoca erro gramatical.
Pronome Indefinido
Ex.: Não quero que alguma situação tire nossa 
paz. Não quero que situação alguma tire nossa 
paz.
Neste caso, não há mudança de sentido e a cor-
reção gramatical foi mantida, pois essa mudança não 
implica necessidade de vírgula nem provoca erro 
gramatical.
Observe o quadro a seguir para sanar suas dúvidas 
sobre as diferenças entre os recursos:
DIFERENÇAS ENTRE OS RECURSOS
Deslocamento Substituição
Muda um termo de lugar den-
tro do próprio enunciado
Substitui determinado termo 
do trecho, mantendo o mes-
mo sentido
22
DIFERENÇAS ENTRE OS RECURSOS
Antes
Ex.: Dessa forma, todos po-
deremos ir juntos ao local do 
evento
AntesEx.: Dessa forma, todos po-
deremos ir juntos ao local do 
evento
Depois
Ex.: Todos poderemos, dessa 
forma, ir juntos ao local do 
evento
Depois
Ex.: Assim, todos poderemos 
ir juntos ao local do evento
Este tema da reescrita de textos pode ser aplicado 
tanto a questões de concursos quanto à produção de 
redações e textos diversos.
Nas questões, é necessário analisar as opções 
dadas para encontrar aquela na qual a escrita esteja 
gramaticalmente correta e o sentido original do tex-
to esteja presente, sem mudanças na compreensão.
Já nas redações, a reescrita é essencial para corri-
gir erros e escrever de forma mais clara. Ela auxilia, 
também, para poder utilizar o texto-base como sub-
sídio para a escrita, fazendo modificações de alguns 
trechos e adaptando-os para a sua escrita.
SINTAXE: PROCESSOS DE 
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
As orações são sintaticamente independentes. Isso 
significa que uma não possui relação sintática com 
verbos, nomes ou pronomes das demais orações no 
período.
Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.” 
(Fernando Pessoa) 
Oração coordenada 1: Deus quer
Oração coordenada 2: o homem sonha
Oração coordenada 3: a obra nasce.
Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da 
sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M. de Assis)
Oração coordenada assindética: Subi devagarinho
Oração coordenada assindética: colei o ouvido à 
porta da sala de Damasceno
Oração coordenada sindética: mas nada ouvi
Conjunção adversativa: mas nada
Orações Coordenadas Sindéticas
As orações coordenadas podem aparecer ligadas 
às outras através de um conectivo (elo), ou seja, atra-
vés de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome 
sindética. Veremos agora cada uma delas:
 z Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade ou 
simultaneidade.
Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas tam-
bém, mas ainda, bem como, como também, se-
não também, que (= e).
Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos.
Os convidados não compareceram nem explica-
ram o motivo.
 z Adversativas: exprimem ideia de oposição, con-
traste ou ressalva em relação ao fato anterior.
Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia, 
contudo, entretanto, no entanto, senão, não obs-
tante, ao passo que, apesar disso, em todo caso.
Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas.
“A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a 
morte.” (Laurindo Rabelo)
 z Alternativas: exprimem fatos que se alternam ou 
se excluem.
Conjunções constitutivas: (ou), (ou ... ou), (ora ... 
ora), (que ... quer), (seja ... seja), (já ... já), (talvez 
... talvez).
Ex.: Ora responde, ora fica calado.
Você quer suco de laranja ou refrigerante?
 z Conclusivas: exprimem uma conclusão lógica 
sobre um raciocínio.
Conjunções constitutivas: logo, portanto, por con-
seguinte, pois isso, pois (o “pois” sem ser no início 
de frase).
Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima 
semana.
“Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo 
Mendes Campos)
 z Explicativas: justificam uma opinião ou ordem 
expressa. Conjunções constitutivas: que, porque, 
porquanto, pois.
Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale 
a “pois”)
Vamos almoçar de novo porque ainda estamos 
com fome.
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
Formado por orações sintaticamente dependentes, 
considerando a função sintática em relação a um ver-
bo, nome ou pronome de outra oração.
Tipos de orações subordinadas:
 z Substantivas;
 z Adjetivas;
 z Adverbiais.
Orações Subordinadas Substantivas
São classificadas nas seguintes categorias:
 z Orações subordinadas substantivas conectivas: 
são introduzidas pelas conjunções subordinativas 
integrantes que e se.
Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de 
impostos.
Não sei se poderei sair hoje à noite.
 z Orações subordinadas substantivas justapos-
tas: introduzidas por advérbios ou pronomes 
interrogativos (onde, como, quando, quanto, 
quem etc.) 
 z Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias 
roubadas.
Não sei quem lhe disse tamanha mentira.
 z Orações subordinadas substantivas reduzidas: 
não são introduzidas por conectivo, e o verbo fica 
no infinitivo.
Ex.: Ele afirmou desconhecer estas regras.
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 z Orações subordinadas substantivas subjetivas: 
exercem a função de sujeito. O verbo da oração 
principal deve vir na voz ativa, passiva analítica 
ou sintética. Em 3ª pessoa do singular, sem se refe-
rir a nenhum termo na oração.
Ex.: Foi importante o seu regresso. (sujeito)
Foi importante que você regressasse. (sujeito ora-
cional) (or. sub. subst. subje.)
 z Orações subordinadas substantivas objetivas 
diretas: exercem a função de objeto direto de um 
verbo transitivo direto ou transitivo direto e indi-
reto da oração principal.
Ex.: Desejo o seu regresso. (OD)
Desejo que você regresse. (OD oracional) (or. sub. 
subst. obj. dir.)
 z Orações subordinadas substantivas completi-
vas nominais: exercem a função de complemento 
nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio 
da oração principal.
Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (comple-
mento nominal)
Tenho necessidade de que você me apoie. (com-
plemento nominal oracional) (or. sub. subst. com-
pl. nom.)
 z Orações subordinadas substantivas predicati-
vas: funcionam como predicativos do sujeito da 
oração principal. Sempre figuram após o verbo de 
ligação ser.
Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do 
sujeito)
Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do 
sujeito oracional) (or. sub. subst. predic.)
 z Orações subordinadas substantivas apositivas: 
funcionam como aposto. Geralmente vêm depois 
de dois-pontos ou entre vírgulas.
Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata. (aposto)
Só quero uma coisa: que você volte imediata-
mente. (aposto oracional) (or. sub. aposi.)
 z Orações subordinadas adjetivas: desempenham 
função de adjetivo (adjunto adnominal ou, mais 
raramente, aposto explicativo). São introduzidas 
por pronomes relativos (que, o qual, a qual, os 
quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas etc.) As 
orações subordinadas adjetivas classificam-se em: 
explicativas e restritivas.
 z Orações subordinadas adjetivas explicativas: 
não limitam o termo antecedente, e sim acrescen-
tam uma explicação sobre o termo antecedente. 
São consideradas termo acessório no período, 
podendo ser suprimidas. Sempre aparecem isola-
das por vírgulas.
Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos, 
cria trinta gatos.
 z Orações subordinadas adjetivas restritivas: 
especificam ou limitam a significação do termo 
antecedente, acrescentando-lhe um elemento 
indispensável ao sentido. Não são isoladas por 
vírgulas.
Ex.: A doença que surgiu recentemente ainda é 
incurável.
Dica
Como diferenciar as orações subordinadas adje-
tivas restritivas das orações subordinadas adjeti-
vas explicativas?
Ele visitará o irmão que mora em Recife.
(restritiva, pois ele tem mais de um irmão e vai 
visitar apenas o que mora em Recife)
Ele visitará o irmão, que mora em Recife.
(explicativa, pois ele tem apenas um irmão que 
mora em Recife)
z Orações subordinadas adverbiais: exprimem 
uma circunstância relativa a um fato expresso em 
outra oração. Têm função de adjunto adverbial. 
São introduzidas por conjunções subordinativas 
(exceto as integrantes) e se enquadram nos seguin-
tes grupos: 
z Orações subordinadas adverbiais causais: são 
introduzidas por: como, já que, uma vez que, por-
que, visto que etc.
 Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé por-
que ficamos sem gasolina.
z Orações subordinadas adverbiais comparati-
vas: são introduzidas por: como, assim como, tal 
qual, como, mais etc.
 Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do) 
que a importada.
z Orações subordinadas adverbiais concessivas: 
indica certo obstáculo em relação ao fato expres-
so na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São 
introduzidas por: embora, ainda que, mesmo que, 
por mais que, se bem que etc.
 Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã.
z Orações subordinadas adverbiais condicionais:

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