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MEDOTOLOGIA DA PESQUISA 1 PESQUISA CIENTÍFICA A pesquisa científica é definida por uma aplicação prática de um conjunto de processos metódicos de investigação, com característica objetiva e apoiados em um raciocínio lógico, sendo estes métodos científicos utilizados por um pesquisador (cientista), para encontrar soluções aos problemas levantados, também para o desenvolvimento de um experimento, a fim de produzir um novo conhecimento, além de integrá-lo àqueles pré-existentes. Ademais, é representado, portanto, em etapas ordenadamente definidas, de maneira lógica e racional, e o pesquisador (cientista) terá o dever de conhece-las para aplicá-las convenientemente, em momento oportuno. As referidas etapas da pesquisa científica, de maneira sucinta, compreendem primeiro a escolha do tema a ser pesquisado, segundo o planejamento da investigação, o desenvolvimento do método escolhido, a coleta e a tabulação dos dados, a análise dos resultados, a elaboração das conclusões, e por última, mas não menos importante a divulgação de seus resultados. 2 TIPOS DE PESQUISA Um pesquisador que planeja um experimento, segue uma sequência correta de procedimentos, um deles é selecionar entre os diversos tipos de pesquisa, aquele que melhor se encaixa na população a ser estudada e que melhor atende aos seus objetivos, posteriormente ele deve definir o melhor segmento a ser seguido para que os objetivos possam ser alcançados. Tendo em vista essa conjuntura, uma pesquisa pode ser classificada de variadas maneiras, essa classificação é definida quanto à finalidade (pesquisa do tipo básica ou fundamental e pesquisa aplicada ou tecnológica), quanto à natureza (Pesquisa observacional e Pesquisa experimental), quanto à forma de abordagem (Pesquisa qualitativa e Pesquisa quantitativa), quanto aos objetivos (Pesquisa exploratória e Pesquisa explicativa), quanto aos procedimentos técnicos (Pesquisa bibliográfica, Pesquisa documental, Pesquisa de laboratório e Pesquisa de campo), e quanto ao desenvolvimento no tempo (Pesquisa transversal, Pesquisa longitudinal e Pesquisa prospectiva). 2.1 Pesquisa Básica ou Fundamental Equivale a uma pesquisa que tem por objetivo identificar novos conhecimentos que venham a contribuir diretamente para o avanço da ciência, sem que haja uma aplicação prática prevista. Desse modo, neste tipo de pesquisa, o investigador (cientista) obtém conhecimentos e informações que podem, por ventura, levar a resultados acadêmicos ou ter uma aplicabilidade importante frente a pesquisa. Há autores que incluem, neste tipo, as pesquisas acadêmicas, aquelas realizadas na instituição de ensino superior como parte das atividades de ensino-aprendizagem, tal como nos trabalhos de conclusão de curso e trabalhos referentes a alguma disciplina da grade curricular em específico. 2.2 Pesquisa Aplicada ou Tecnológica É um tipo de pesquisa que, de maneira oportuna, objetiva levantar problemas concretos, específicos da vida moderna e em vista disso produzir conhecimentos científicos para aplicação prática e solução das mesmas. Mostra-se como uma pesquisa que, além de produzir conhecimento, agrega novos processos tecnológicos e novas descobertas, sobretudo, apresentando resultados práticos imediatos em termos econômicos e na melhoria da qualidade de vida. 2.3 Pesquisa Exploratória É definido por ser um tipo de pesquisa cuja finalidade é proporcionar uma primeira aproximação do pesquisador com o tema, dessa maneira possibilitando maior familiarização com os fatos e fenômenos relacionados ao problema que anteriormente foi levantado. Todavia, o investigador (cientista) deve procurar meios e subsídios, não apenas para determinar a relação existente, mas, sobretudo, para conhecer o tipo de relação entre os resultados da pesquisa em questão. 2.4 Pesquisa Descritiva É caracterizada por ser aquela pesquisa que tem a finalidade apenas de observação, registro e descrição das características de um determinado acontecimento ocorrido, em meio a uma determinada amostra ou população, sem, no entanto, analisar a justificativa de tal fato. Geralmente, na pesquisa quantitativa do tipo descritiva, o delineamento escolhido pelo pesquisador não possibilita a utilização dos dados para testes de hipóteses, embora hipóteses possam ser formuladas posteriormente, isso se justifica, pois, o objetivo do estudo é apenas descrever o fato em si, tal qual o ocorrido. 2.5 Pesquisa Analítica Consistir em um tipo de pesquisa quantitativa, a qual abrange uma avaliação mais detalhada e aprofundada das informações coletadas em um determinado estudo, observacional ou experimental, com o fito de tentar explicar o contexto de um fenômeno na esfera de um determinado grupo, variados grupos ou população. É definido como mais complexa do que a pesquisa descritiva, visto que busca justificar a relação existente entre causa e efeito. Vale destacar, que a diferenciação do estudo descritivo para o analítico é a competência do estudo analítico de fazer predições para a população de onde a amostra foi retirada, e fazer deduções estatísticas pela aplicação de testes de hipótese. 2.6 Pesquisa Bibliográfica É uma pesquisa que tem como base é a análise de materiais já publicados. Utiliza-se esse estudo para composição de uma fundamentação teórica a partir da avaliação atenta e sistemática de livros, periódicos, documentos, textos, mapas, fotos, manuscritos e, até mesmo, de material disponibilizado na internet etc. Este tipo de pesquisa oferece o suporte a todas as fases de um protocolo de pesquisa, uma vez que ajuda na escolha do tema, na definição da questão da pesquisa, na determinação dos objetivos, na formulação das hipóteses, na fundamentação da justificativa e na elaboração do relatório final. 2.7 Pesquisa Experimental É toda pesquisa que envolve algum tipo de experimento. Neste tipo de estudo, o pesquisador (cientista) tem participação ativa na condução do fenômeno, processo ou do fato avaliado, isto é, ele atua na causa, modificando-a, e avalia as modificações no desfecho. Assim, o investigador escolhe as variáveis que serão estudadas, define a forma de controle sobre elas e ressalta os efeitos sobre o objeto de estudo, em condições pré-estabelecidas. Ressalta-se que pelo fato das variáveis, ou da variável, poderem ser manipuladas pelo pesquisador, equívocos e vieses praticamente desaparecem, sendo, por esta razão, considerada como o melhor tipo de pesquisa científica, pois possibilita maior confiabilidade em seus resultados. Dentre os tradicionais tipos de delineamento da pesquisa experimental estão os estudos controlados (duplocego, randomizado, não-randomizado, autocontrolado e com controle externo) e não-controlados. 2.8 Pesquisa Quantitativa São pesquisas que levam em consideração as variáveis expressas sob a forma de dados numéricos e aplica rígidos recursos e técnicas estatísticas para classificá-los e analisá-los, como por exemplo a porcentagem, a média, o desvio padrão, o coeficiente de correlação e as regressões, entre outros. Devido sua maior precisão e confiabilidade, os estudos quantitativos são mais aconselhados para o planejamento de ações coletivas, pois seus resultados são passíveis de generalização, sobretudo quando as amostras pesquisadas representam, com fidelidade, a população de onde foram retiradas. 2.9 Pesquisa Qualitativa É um tipo de pesquisa adequada para quem busca o entendimento de fenômenos complexos específicos, em profundidade, de natureza, social e cultural, mediante descrições, interpretações e comparações, desconsiderando os seus aspectos numéricos em termos de regras matemáticas e estatísticas. Logo, diferente da quantitativa, a pesquisa qualitativa é mais participativa, porém menos controlável e, por esta razão, tem sido interrogada quanto a sua validade e confiabilidade. 2.10 Pesquisa de Campo Uma pesquisade campo tem o objetivo de coletar dados que lhes permitam responder as dificuldades enfrentadas por determinados grupos, comunidades ou instituições, compreendendo dessa forma, os mais diferentes aspectos de uma determinada realidade, sendo mais comumente utilizada pelas áreas das ciências humanas e sociais, mediante técnicas observacionais e com o emprego de questionários para a coleta de dados. 2.11 Pesquisa Laboratorial Esse tipo de pesquisa tem como principal característica a sua realização em ambiente controlado, seja um laboratório ou não. Estas pesquisas, que na maioria das vezes são experimentais, utilizam espaços de simulação para reproduzir o fenômeno objeto do estudo, além de fazer uso de instrumentos específicos e precisos de coleta e análise de material. 3 COLETA DE DADOS 3.1 Pesquisa experimental: A pesquisa experimental procura entender o motivo ou causas de um fenômeno ser produzido. Para atingir os resultados o pesquisador (cientista) faz uso de aparelhos e de instrumentos que a técnica moderna coloca ao seu alcance ou de procedimentos apropriados e capazes de tornar perceptíveis as relações existentes entre as variáveis envolvidas no objeto de estudo. Adota o critério da manipulação de uma ou mais variáveis independentes (causas), sob controle, observando e interpretando as reações e modificações ocorridas no objeto de pesquisa (efeito). O experimento é imprescindível, a interpretação deve ter fundamentação teórica, assim como deve explicitar os materiais e métodos (para cobaias) ou casuística e métodos (para pessoas). 3.2 Estudo de caso: O estudo de caso contribui para compreendermos melhor os fenômenos individuais, os processos organizacionais e políticos da sociedade. É uma ferramenta utilizada para entendermos a forma e os motivos que levaram a determinada decisão. Um tipo de estudo que serve como uma estratégia de pesquisa, cujo método abrange tudo em abordagens especificas de coletas e análise de dados. Este método é útil quando o fenômeno a ser estudado é amplo e complexo e não pode ser estudado fora do contexto onde ocorre naturalmente. Ele é um estudo empírico que busca determinar ou testar uma teoria, e tem como uma das fontes de informações mais importantes, as entrevistas. Através delas o entrevistado vai anunciar sua opinião sobre determinado assunto, utilizando suas próprias interpretações. 3.3 Levantamento: A pesquisa de levantamento tem o objetivo de descrever a distribuição das características ou de fenômenos que ocorrem naturalmente em grupos da população. Como por exemplo, quando queremos avaliar a opinião dos eleitores a respeito dos candidatos às próximas eleições, ou quando queremos estimar a opinião de estudantes a respeito da pena de morte, ou ainda quando queremos conhecer a distribuição de audiência da TV. Estamos também fazendo pesquisa de levantamento quando queremos descrever as características ou perfil dos pacientes que frequentam um ambulatório ou a emergência de um hospital ou de uma Clínica-escola de Psicologia. O levantamento das características de um determinado grupo estudado é feito através da aplicação de questionários auto administrados ou através de entrevistas dirigidas por um questionário, tais questionários são às vezes elaborados pelo próprio pesquisador, ou então se decide por utilizar questionários já validados ou testes psicológicos, dependendo do tipo de características que se quer avaliar na pesquisa. 3.4 Pesquisa-ação: A pesquisa-ação é um método de pesquisa que tem o duplo objetivo, a pesquisa para ampliar o conhecimento científico e a ação para promover uma melhoria na organização ou comunidade onde a pesquisa está sendo realizada. O método de pesquisa-ação deve ser empregado quando a ação é central para a pesquisa, quando o pesquisador faz parte do ambiente onde a pesquisa ocorre, quando o pesquisador tem interesse em aplicar seus conhecimentos teóricos atuando diretamente sobre um problema específico de um ambiente particular, ou quando uma instituição convida pesquisadores externos para resolver colaborativamente um problema identificado internamente. Os interessados numa pesquisa-ação são: os pesquisadores, a organização onde a pesquisa ocorre e os profissionais que lá trabalham. Dessa forma, os pesquisadores têm interesse no conhecimento científico, a organização, na resolução de problemas e os profissionais, em melhorar a prática de seu trabalho e sua capacitação. 3.5 Documental: Trata-se de uma técnica de pesquisa decisiva para as ciências sociais e humanas, a análise documental é indispensável porque a maior parte das fontes escritas, ou não, são quase sempre a base do trabalho de investigação, ou seja, a pesquisa documental é aquela realizada a partir de documentos, contemporâneos ou retrospectivos, considerados cientificamente autênticos. Este estudo é realizado em fontes como tabelas estatísticas, cartas, pareceres, fotografias, atas, relatórios, obras originais de qualquer natureza como pintura, escultura, desenho, notas, utiliza-se também diários, projetos de lei, ofícios, discursos, mapas, testamentos, inventários, informativos, depoimentos orais e escritos, certidões, correspondência pessoal ou comercial, documentos informativos arquivados em repartições públicas, associações, igrejas, hospitais, sindicatos, dentre outros. Logo, a pesquisa documental constitui uma técnica importante na pesquisa qualitativa, seja complementando informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de um tema ou problema. 3.6 Transversal: A estrutura de um estudo transversal é semelhante à de um estudo de coorte, entretanto, nos estudos transversais todas as medições são feitas num único "momento", não existindo, dessa maneira, período de seguimento dos indivíduos. Para dar sequência a um estudo transversal o investigador tem que, primeiro definir a questão a responder, depois definir a população a estudar e um método de escolha da amostra e, por último, definir os fenômenos a estudar e os métodos de medição das variáveis de interesse. Estes tipos de estudos são apropriados para descrever características das populações no que diz respeito a determinadas variáveis e os seus padrões de distribuição. Assim, os estudos transversais podem, também, ser utilizados para descrever associações entre variáveis. 3.7 Caso controle: Define-se como uma pesquisa, de modelo retrospectivo, na qual os participantes são selecionados entre indivíduos que já têm a doença (os casos) e entre indivíduos que não a têm (os controles), em cada um desses dois grupos, verifica-se o número de indivíduos expostos, a algum fator de risco. O objetivo é verificar a possível existência de associação causal entre a exposição aos fatores de risco e a doença em estudo. Se o fator está associado à doença, a proporção do fator entre os casos será maior que a mesma proporção entre os controles. Este tipo de estudo tem grande aplicação para as situações em que a doença é relativamente pouco frequente e o tempo decorrido entre a exposição ao risco e a evidenciação do seu efeito, é longo. Vale ressaltar, que os estudos caso controle têm limitada implicação ética uma vez que não existe intervenção nem observação prospectiva de exposições de risco. 3.8 Coorte: O modelo conceitual de um estudo de coorte é relativamente simples, é estabelecido uma amostra representativa da população a ser estudada, faz-se a seleção e coleta de informações a respeito de algum fator de risco ou característica de interesse. Esta amostra é dividida em dois grupos distintos: os expostos e os não expostos, de modo que os resultados a serem obtidos (ocorrência da enfermidade) possam ser comparados. Estudos de coorte, muitas vezes chamados de “estudos prospectivos”, têm sido realizados com fito de investigar a história natural (aspectos subclínicose clínicos) de patologias e estudar várias características relacionadas à transmissão e à manutenção destas doenças. 3.9 Bibliográfica: A pesquisa bibliográfica é a etapa inicial de todo o trabalho científico ou acadêmico, com o objetivo de reunir as informações e dados que servirão de base para a construção da investigação proposta a partir de determinado tema. Desta forma, além de traçar um histórico sobre o objeto de estudo, a pesquisa bibliográfica também ajuda a identificar contradições e respostas anteriormente encontradas sobre as perguntas formuladas. A partir da pesquisa bibliográfica pode-se descobrir qual a melhor metodologia a ser utilizada para produzir o trabalho. O levantamento bibliográfico é normalmente feito a partir da investigação de fontes secundárias que abordam, de diferentes maneiras, o tema escolhido para estudo, tais fontes podem ser livros, artigos, documentos monográficos, periódicos (jornais, revistas, etc), textos disponíveis em sites confiáveis, entre outros locais que apresentam um conteúdo documentado. REFERÊNCIA FONSECA, João José Saraiva. Metodologia da Pesquisa Científica. 2002. FONTELLES, Mauro José et al. Metodologia da pesquisa científica: diretrizes para a elaboração de um protocolo de pesquisa. Revista Paraense de Medicina, v. 23, n. 3, p. 1-8, 2009. GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2010. LAKATOS E.M.; MARCONI, M.A. Fundamentos de metodologia científica: Técnicas de pesquisa. 7 ed. São Paulo: Atlas; 2010. SANTOS, João Almeida; PARRA FILHO, Domingos. Metodologia científica. Cengage Learning, 2012. SILVA, Cassandra Ribeiro de O. Metodologia e organização do projeto de pesquisa: guia prático. Fortaleza, CE: Editora da UFC, 2004
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