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SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

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Disciplina
Sistemas de Gestão Ambiental
A partir da década de 1970 surgiu o conceito de desenvolvimento sustentável, que resultou no aumento significativo da pressão para a proteção do meio ambiente, de modo que as empresas se viram obrigadas a atuar de forma mais amigável com a natureza. Diante desse cenário, houve o surgimento de metodologias e processos, a fim de tornar o processo produtivo mais eficiente e menos agressivo ao ambiente. 
Os Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) podem ser definidos como um conjunto de procedimentos para gerir ou administrar uma organização, de forma a obter o melhor relacionamento com o meio ambiente. O SGA que é estabelecido pela NBR ISO 14001 faz parte de um conjunto de normas, a ISO 14000. A partir disso, uma nova variável chegou ao mercado e as empresas constataram que qualidade ambiental é um item considerado importante por seus clientes.
A norma ISO 14001 é uma ferramenta criada para auxiliar empresas a identificar, priorizar e gerenciar seus riscos ambientais como parte de suas práticas usuais, exigindo que as empresas se comprometam com a prevenção da poluição e com melhorias contínuas, como parte do ciclo normal de gestão empresarial. Tal norma é baseada no ciclo PDCA do inglês plan-do-check-act — planejar, fazer, checar e agir — e utiliza terminologia e linguagem de gestão conhecidas.
Objetivo
· Identificar os conceitos fundamentais associados ao desenvolvimento sustentável e à gestão ambiental;
· Relacionar sistemas de gestão ambiental com responsabilidade socioambiental;
· Examinar etapas e ferramentas de um Sistema de Gestão Ambiental e sua importância no ambiental empresarial.
Aula 1: Problemática ambiental e desenvolvimento sustentável
A problemática ambiental  
O homem está sempre preocupado com seu bem-estar, buscando isso a qualquer preço, esquecendo-se muitas vezes que alguns recursos naturais, outrora em abundância, vão ficando cada vez mais escassos podendo até comprometer a existência humana em um futuro não muito distante. 
Questões de infraestrutura determinarão a qualidade de vida da população, bem como o impacto ambiental causado. Como a infraestrutura possui custos, caso ela seja mal oferecida poderá causar vários problemas ambientais como poluição de águas, enchentes, acúmulo de lixo em locais inadequados, desmatamentos, desmoronamentos de construções, congestionamento de trânsito, entre outros.
 Shutterstock | Por Larina Marina 
 A sociedade moderna tem sido surpreendida com problemas socioambientais de dimensões cada vez maiores e de difíceis soluções. A legislação brasileira, embora positiva, ainda deixa brechas para impunidade quando se trata de atitudes prejudiciais ao meio ambiente, talvez até pela falta de uma fiscalização efetiva de órgãos oficiais e da sociedade civil, pois esta, embora sofra com tais atitudes, não sabe exatamente como agir. Podemos dizer ainda que o sistema educacional não tem sido eficiente no sentido de formar profissionais verdadeiramente comprometidos com a questão ambiental.
De acordo com Zaratini (2015), houve muitas alterações sociais, econômicas e tecnológicas na humanidade que influenciaram o meio ambiente. A sociedade interage com o ambiente em todas as suas ações, de modo diário, seja no trabalho ou na residência, dependendo da consciência e sensibilização de cada um.
Para atender às suas necessidades básicas, a sociedade interfere no ambiente provocando alterações nas suas condições e na sua disponibilidade e qualidade. A compreensão da problemática ambiental passa pela identificação das motivações e ações motrizes geradoras dessas alterações ambientais. Desse modo, torna-se indispensável o entendimento do processo de geração de impactos ocasionados pela sociedade na busca da satisfação de suas necessidades e de suas aspirações sociais.
As demandas sociais estão associadas aos objetivos de desenvolvimento de uma sociedade, e esses objetivos são determinados em função das pretensões de padrões de produção e consumo de cada sociedade. Esses padrões estão vinculados aos bens e produtos consumidos e/ou produzidos por uma determinada sociedade e se refletem nas demandas sobre os recursos naturais e nas intervenções. A realidade ambiental é, portanto, uma consequência de processos interativos que ocorrem entre os diversos componentes do ambiente natural e social.
Os impactos ambientais, sejam benéficos ou prejudiciais, geralmente se manifestam ou são identificados em virtude das alterações no meio ambiente ou de situações indesejáveis na qualidade ou das condições ambientais. 
Assim, o processo de geração dos impactos ambientais ocorre mediante o seguinte encadeamento de ações: as demandas sociais, movidas pelas necessidades e aspirações da sociedade, levam à condução de determinadas intervenções que constituem o conjunto de atividades sociais e econômicas para a produção de bens e serviços. Para isso, são feitas alterações nos sistemas ambientais e são utilizados recursos desses sistemas. As atividades humanas refletem as demandas sociais que impõem determinados usos de recursos e intervenções nos sistemas ambientais. 
Desse modo, o desafio da gestão ambiental reside em atingir resultados benéficos necessários para a sociedade sem prejuízo e comprometimento da disponibilidade e das condições ambientais. As alterações e situações indesejáveis resultam das intervenções e das formas de utilização de um determinado recurso natural, que podem comprometer outros usos deste ou de outros recursos e sistemas ambientais. Por exemplo, a qualidade das águas de um rio pode ser comprometida para o uso de consumo humano quando o mesmo rio é utilizado para destinação final de efluentes industriais ou de consumo humano ou de esgotos urbanos.
Os conflitos de uso surgem de demandas da sociedade de destinação dos recursos ou sistemas ambientais, e a problemática ambiental se origina a partir dos usos conflitantes gerados tanto pelas diversas demandas da sociedade em relação a um determinado recurso quanto pelas próprias alterações das condições ambientais. Ou seja, a problemática ambiental resulta do estilo ou modelo de desenvolvimento adotado em cada região ou sociedade, expresso nos seus padrões de produção e consumo. 
Podemos dizer que os problemas ambientais surgem do modo como a sociedade relaciona-se com a natureza. E essa relação com a natureza nada mais é do que parte da relação que se estabelece entre as sociedades e entre os indivíduos. A relação desequilibrada que se mantém com a natureza – na medida que se retira dela mais do que a sua capacidade de regeneração e se lança a ela mais do que a sua capacidade de absorção – nada mais é do que o resultado da relação desequilibrada que se estabeleceu entre os seres humanos. Habitualmente, atribuímos a essa relação os problemas sociais e econômicos, mas não os problemas ambientais.
Nesse sentido, a problemática ambiental está atrelada a uma crise muito maior que a destruição da natureza. Ela é expressão de uma crise mais ampla, cujo cerne está na sociedade e no modo de vida essencialmente voltado para fins econômicos. A problemática socioambiental postula uma mudança de paradigma que tem como base de sustentação uma racionalidade alternativa aos grandes conflitos da sociedade moderna. Esses conflitos são traduzidos pela difícil relação entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental. E a mudança de paradigma está no fato de inserir a sustentabilidade socioambiental como pré-requisito do desenvolvimento.
Os maiores problemas ambientais
Poluição atmosférica
As emissões atmosféricas de carbono provenientes das queimadas (desmatamento) e da queima de combustíveis fósseis (ex: poluição veicular) contribuem para o efeito estufa, e aquecem as temperaturas do planeta e as águas do oceano, com grandes concentrações de carbono. Para atenuar os efeitos dessas alterações, é necessário substituir os combustíveis fósseis por energias renováveis, incentivar ações de plantio de mudas nativas (reflorestamento) para reduzir as emissões de carbono da agricultura e pecuária,além de modificar os processos industriais que emitem poluição atmosférica utilizando lavadores de gás e filtros. 
Desmatamento
Um dos temas ambientais mais recorrentes nos noticiários é o desmatamento, em que grandes áreas verdes com grande diversidade de espécies são destruídas para a agricultura (monoculturas) e pecuária (criação intensa de gado). As áreas verdes naturais, além de garantir a biodiversidade de espécies (flora e fauna), ainda sequestram o carbono da atmosfera a partir do processo de fotossíntese. 
Extinção de espécies
As espécies estão sem habitat, com as queimadas e o desmatamento. Muitos animais estão sendo caçados até a extinção para a obtenção de carne, marfim ou para a produção de produtos medicinais. A pesca predadora industrial está diminuindo as populações de peixes, influenciando negativamente a cadeia alimentar. Toda a poluição ambiental é sentida principalmente na vida aquática, com microplásticos e mutações genéticas que podem causar a extinção de espécies. 
Poluição e degradação do solo
A agricultura da monocultura e a criação intensiva de gado, faz com que o solo fique compacto, o que acelera o processo de erosão, deixando-o exposto aos poluentes que são lixiviados por causa dos fenômenos climáticos, como é o caso da chuva.
Incremento populacional 
O incremento populacional também acaba por influenciar todo o cenário ambiental, pois cada vez mais a humanidade depende de mais recursos naturais, como a água. Esse crescimento acelerado e sem nenhum planejamento acaba por influenciar negativamente o próprio ambiente, deixando-o poluído pela falta de infraestrutura e recursos
Desenvolvimento sustentável 
Nas últimas três décadas, ouvimos muito os termos sustentabilidade e desenvolvimento sustentável.
Ambos estão ligados à busca de práticas de consumo consciente, de ações que visem ao desenvolvimento econômico sem prejudicar o meio ambiente e qualquer outro tipo de ação relacionado com cuidar da preservação do planeta e dos recursos finitos.
Desse modo, as gerações do presente e do futuro têm a missão de cuidar dos recursos não renováveis, trabalhar de forma a minimizar os impactos ambientais e educar para a sustentabilidade.
Os recursos naturais não renováveis, como o nome já diz, não podem ser renovados naturalmente ou mediante intervenção humana. Por exemplo, os minérios e o petróleo. Mesmo que existam recursos renováveis, como é o caso da água, não podemos pensar que eles sejam inesgotáveis, pois a utilização indevida poderá influenciar negativamente a sua disponibilidade.
Medidas de conservação dos recursos naturais são necessárias para que continuem disponíveis no futuro, também visando minimizar os impactos ambientais de sua utilização indevida, de modo que seja garantida a disponibilidade. Por exemplo, precisamos manter as áreas verdes naturais intactas para que os recursos naturais da água, solo e ar, estejam disponíveis para a sociedade.
· 1972 - Conferência das Nações Unidas 
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, foi realizada em 1972, quando foi declarado, pela primeira vez, o conceito de desenvolvimento sustentável, que é pautado na união do crescimento e desenvolvimento econômico juntamente com a preservação da natureza.
· 1987 – Relatório Nosso Futuro Comum 
Foi elaborado o Relatório Nosso Futuro Comum (Relatório Brundtland) que formalizou o termo desenvolvimento sustentável, divulgando-o mundialmente, para, em 1992, durante a ECO-92, tornar o conceito o eixo principal da conferência, concentrando os esforços internacionais para seu atendimento. A partir do objetivo do desenvolvimento sustentável, foi elaborada a Agenda 21, com a finalidade de minimizar os impactos gerados pelo consumo e incremento da economia.
· 1995 – conjunto de indicadores de desenvolvimento sustentável
Em 1995, a Comissão das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável aprovou um conjunto de indicadores de desenvolvimento sustentável, com o intuito de servirem como referência para os países em desenvolvimento ou revisão de indicadores nacionais de desenvolvimento sustentável, tendo sido aprovados em 1996, e revistos em 2001 e 2007.
Em 1995, a Comissão das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável aprovou um conjunto de indicadores de desenvolvimento sustentável, com o intuito de servirem como referência para os países em desenvolvimento ou revisão de indicadores nacionais de desenvolvimento sustentável, tendo sido aprovados em 1996, e revistos em 2001 e 2007. O quadro atual contém 14 temas, que são ligeiramente modificados a partir da edição anterior:
1 Pobreza
2 Perigos naturais
3 O desenvolvimento econômico
4 Governação
5 Ambiente
6 Estabelecer uma parceria global econômica
7 Saúde
8 Terra
9 Padrões de consumo e produção
10 Educação
11 Demografia
12 Água potável
13 Escassez de água e Recursos hídricos
14 Biodiversidade
Cada um desses temas encontra-se dividido em diversos subtemas, indicadores padrão e outros indicadores.
Três dimensões para a sustentabilidade
É possível observar na figura a seguir a relação entre as três dimensões para a sustentabilidade:
· A relação suportável entre o meio ambiente e a sociedade; 
· A relação equitativa entre a sociedade e a economia; 
· A relação viável entre a economia e o meio ambiente. 
O conceito da sustentabilidade está justamente no centro das três dimensões, onde é possível observar a convergência entre meio ambiente, sociedade e economia.
Esquema representativo dos vários componentes do desenvolvimento sustentável
Medidas para garantia do desenvolvimento sustentável 
De acordo com Pena (s/d), existem algumas medidas que podem ser tomadas pelo governo e pela sociedade no que tange a garantia do desenvolvimento sustentável:
1 Redução ou eliminação do desmatamento e queimadas;
2 Reflorestamento de áreas naturais devastadas, principalmente das matas ciliares e áreas de preservação permanente de nascentes;
3Preservação das áreas de proteção ambiental, como reservas e unidades de conservação;
4 Fiscalização, por parte do governo e da população, de atos de degradação ao meio ambiente;
5Adoção da política dos 5Rs (repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar);
6Diminuição na geração de resíduos, garantindo que os rejeitos sejam encaminhados para tratamento e disposição final adequada;
7Diminuição da emissão de poluentes na atmosfera, garantindo que os filtros e lavadores de gases nas chaminés das indústrias e os catalisadores nos veículos estejam com máxima eficiência; 
8Incentivo à utilização de energias alternativas e renováveis, consideradas limpas e que geram menor impacto ambiental;
9Adoção de formas de conscientização da população acerca das medidas acima já apresentadas: educação e sensibilização ambiental. 
Aula 2: Gestão ambiental para responsabilidade socioambiental
Apresentação 
A preocupação com o esgotamento dos recursos naturais surgiu com a percepção, após a Revolução Industrial, de que a capacidade do ser humano de alterar o meio ambiente aumentou significativamente, levando a consequências positivas e negativas e evidenciando uma interdependência entre a economia e o meio ambiente. A constatação de existência de limites ambientais ao crescimento econômico vem levando a uma preocupação crescente com a elaboração de políticas que permitam a conciliação da economia com o ambiente.
No século XXI, as empresas tendem a incorporar a gestão ambiental em suas práticas de forma proativa. Algumas já estão se antecipando às exigências legais ou indo além do que a lei exige. O efeito da produção é avaliado desde a seleção da matéria-prima até o descarte dos resíduos pelo consumidor, passando pelo melhor aproveitamento dos insumos e resíduos. 
Esse tipo de perspectiva na produção, mais do que trazer resultados em termos ambientais, é uma gestão que reduz desperdícios de recursos e, em geral, diminui custos, desmistificando a existência de um conflito inevitável entre economia e ecologia. 
Objetivo 
· Reconhecer as dimensões da sustentabilidade para a responsabilidade socioambiental;· Descrever as variáveis de padrão de consumo, sistema sociopolítico, tecnologias, recursos naturais e energia disponível, utilização do espaço e incremento populacional;
· Esclarecer os mecanismos de participação da sociedade nos sistemas decisórios de gestão ambiental.
Dimensões da sustentabilidade
A busca por um desenvolvimento sustentável reflete o consenso internacional, sobretudo quanto à íntima relação entre pobreza e degradação, o que permitiu a superação da visão tradicional que opõe a melhoria da qualidade ambiental ao desenvolvimento. 
Consolida-se a nova visão de que os problemas ambientais e sociais são resultantes da dinâmica e da estratégia de um determinado modelo de desenvolvimento, ou de um modelo de crescimento econômico que não promove o desenvolvimento social e se revela nefasto na apropriação do patrimônio natural.
Desse modo, há um consenso de que a condução do desenvolvimento sustentável abrange as dimensões sociais, econômicas e ecológicas. Esse desenvolvimento considera, como suas características fundamentais:
1 A equidade da distribuição dos bens econômicos e ecológicos.
2 O consenso social dos seus propósitos econômicos.
3 A prudência na apropriação dos recursos ambientais.
Para Sachs (1993), o planejamento do desenvolvimento deve considerar as seguintes dimensões da sustentabilidade:
	SOCIAL
	Visa à construção de uma civilização com maior equidade na distribuição de renda e de bens, de modo a reduzir o abismo entre os padrões de vida dos ricos e dos pobres.
	CULTURAL
	Inclui a procura de raízes endógenas de processos de modernização e de sistemas agrícolas integrados. Os processos devem buscar mudanças dentro da continuidade cultural e traduzir o conceito normativo de ecodesenvolvimento, em um conjunto de soluções específicas para o local, o ecossistema, a cultura e a área.
	ESPACIAL
	Deve ser dirigida para a obtenção da configuração rural-urbana mais equilibrada e de melhor distribuição territorial dos assentamentos humanos e das atividades econômicas, com ênfase na proteção da biodiversidade, na redução da concentração excessiva das áreas metropolitanas, na reversão da destruição de ecossistemas frágeis, na exploração do potencial da industrialização descentralizada, e na busca de nova geração de tecnologias, entre outros.
	ECONÔMICA
	Deve ser viabilizada pela alocação e pelo gerenciamento mais eficientes dos recursos de um fluxo constante de investimentos. A eficiência econômica deve ser avaliada em termos macrossociais, e não apenas pelo critério de rentabilidade empresarial de caráter microeconômicos.
	ECOLÓGICA
	Pode ser melhorada por:
• Ampliação da capacidade de carga da Terra;
• Intensificação do uso do potencial de recursos dos diversos ecossistemas, com um dano mínimo aos sistemas de sustentação da vida; 
• Limitação do consumo de combustíveis fósseis e de outros recursos e produtos, que são facilmente esgotáveis ou danosos ao meio ambiente, substituindo-os por recursos ou produtos renováveis e/ou abundantes, usados de forma não agressiva; 
• Redução do volume de resíduos e de poluição, conservação de energia e de recursos e da reciclagem; 
• Estímulo à pesquisa para obtenção de tecnologias de baixo teor de resíduos e eficientes no uso de recursos.
Os processos de intervenção e/ou apropriação dos recursos ambientais para o atendimento das necessidades básicas das atuais e futuras gerações devem ser priorizados e regidos pelo enfoque da sustentabilidade.
Entretanto, o advento da sustentabilidade como parte integrante do desenvolvimento torna-se um desafio na lógica de formulação e implementação das intervenções públicas.
O desafio primordial para a implementação dessa forma de desenvolvimento reside na efetivação da perspectiva de integração. Essa efetivação exige uma adoção e aplicação de novos enfoques metodológicos de condução do processo de planejamento governamental.
Gestão ambiental 
A crescente preocupação da sociedade com as questões relacionadas ao meio ambiente tem propiciado avanços importantes no que se refere às medidas tomadas pelos governos para o enfrentamento dos problemas ambientais. Com o imperativo de uma atuação efetiva para o equacionamento da problemática em relação ao meio ambiente, tornou-se indispensável a condução sistematizada de um conjunto de ações com o objetivo de promover a gestão ambiental.
A superação dos problemas ambientais é uma preocupação básica da gestão ambiental. Nesse sentido, a abordagem convencional da gestão ambiental enfatiza a ação de restringir o uso dos recursos ambientais, tornando esta forma de atuação a perspectiva de equacionamento da questão ambiental. 
Tal perspectiva exprime o senso comum de que a gestão ambiental se destina a controlar os limites de uso dos recursos biofísicos, ou seja, definir e fiscalizar as restrições de uso e de qualidade ambiental que devem ser considerados nas intervenções promovidas pelas atividades humanas. Caberia, então, o seguinte questionamento: 
Restringir ou estabelecer limites de uso seria satisfatório para lograr o equacionamento dos problemas ambientais?
O campo de atuação da gestão ambiental deve envolver ações que possam evitar os impactos indesejáveis, mediante a restrição de usos como também e, sobretudo, a indução de atividades que contribuam para a perspectiva da sustentabilidade do modelo de desenvolvimento.
À medida que as demandas sociais exigem tanto a disponibilidade dos recursos naturais e dos ecossistemas para o uso social e econômico quanto a preservação das suas condições de uso, impõem-se mediações que garantam a compatibilização desses propósitos potencialmente conflitantes, ou seja, a gestão ambiental. 
A gestão ambiental consiste na harmonização de conflitos de interesses sociais quanto às destinações dos recursos naturais e quanto aos requisitos para assegurar a manutenção das condições ambientais para a qualidade de vida da sociedade e outras formas de vida. 
O equacionamento adequado desses conflitos deve considerar o uso intrínseco ou de existência dos recursos e sistemas ambientais envolvidos como essencial para preservar a integridade de determinados recursos ou ecossistemas. O uso de existência representa a preservação de determinadas espécies ou ecossistemas e constitui um valor fundamental da ética da sustentabilidade. Negligenciar o uso de existência significa um reducionismo no equacionamento dos conflitos.
A efetivação da gestão da gestão ambiental consiste na condução harmoniosa dos diversos processos de intervenções humanas, visando à sustentabilidade do desenvolvimento. Isto significa exercer uma real influência ou interferência nas diversas atividades que constituem os diferentes modos de interação humana com o ambiente, mediante formas e instrumentos de gestão sociocultural que implementem um processo de desenvolvimento compatível com as capacidades ecológicas do ambiente natural e com as aspirações de qualidade de vida da população.
A gestão ambiental deve compreender ações destinadas a assegurar a manutenção das condições indispensáveis a um ambiente sadio, ou melhorar essas condições, bem como ações que promovam a condução de alternativas de desenvolvimento social com sustentabilidade ambiental. 
Desse modo, a gestão ambiental envolve ações para garantir as condições da qualidade ambiental indispensável para a vida em todas as suas formas e induz a produções de bens e serviços sustentáveis para atender as reais demandas da sociedade.
Diante desse universo de atuação, a condução da gestão ambiental não pode se restringir às ações governamentais e muito menos estar limitada a uma agência governamental específica. Ao contrário, conduzir a gestão ambiental torna-se um desafio para os atores sociais e gera uma responsabilidade coletiva. Assim, uma gestão ambiental efetiva deve superar a visão convencional de contrapor ambiente natural com ambiente social e concentrar-se na busca da construção coletiva de uma sustentabilidade para o desenvolvimento em suas distintas dimensões.
Abrangência e variáveis de atuação
Uma gestãoambiental comprometida com a sustentabilidade representa atuar na orientação ou indução dos processos de intervenção nos recursos ambientais, visando à promoção da condução de alternativas ambientalmente sustentáveis para o desenvolvimento social, sem o comprometimento de sua base de sustentação, o patrimônio ambiental.
Agir a partir da perspectiva de viabilizar a sustentabilidade ambiental do desenvolvimento significa equacionar as demandas e formas de intervenções sociais. A necessidade de identificar alternativas que compatibilizem essas duas dimensões tem promovido o surgimento de visões e proposições estratégicas. A compatibilização dessas dimensões requer uma estratégia de harmonização do processo de desenvolvimento com a gestão ambiental, envolvendo áreas críticas de ação:
Padrão de consumo
Sistema sociopolítico
Tecnologias utilizadas a partir de recursos naturais e de energia
Padrão de uso do espaço
População (número, taxa de crescimento e distribuição)
Esse equacionamento requer determinações orientadas pelas seguintes variáveis-chave:
Estrutura de produção e consumo
Definição das demandas e os bens essenciais para a sociedade. Essa variável é a função do regime sociopolítico e suas implicações em termos dos padrões de produção e consumo que se pretende promover.
Fatores
locacionais
Determinação sobre a ocupação do território, indicando onde as intervenções podem ser desenvolvidas, ou seja, a definição dos fatores locacionais que devem determinar a compatibilidade das intervenções com as condições ambientais.
Opções
tecnológicas
Como fazer as intervenções, ou seja, os fatores tecnológicos requeridos na definição das tecnologias poupadoras de recursos naturais ou que suscitem poucas perdas de materiais e não geradoras de resíduos.
deve, sobretudo, atuar nos componentes determinantes do modelo de desenvolvimento, expressos na estrutura de consumo, na organização especial e nas opções tecnológicas. Diante dessa abrangência de ações, o processo de gestão do ambiente exige uma atuação sistêmica que possa influenciar as diversas instâncias de decisão da sociedade.
As ações de gestão ambiental devem se voltar para a incorporação da questão ambiental na formulação e execução das políticas, que precisam ser condicionadas pelo grau de conhecimento sobre as formas de exploração e de transformação dos recursos, bem como pelo conhecimento das potencialidades. Desse modo, torna-se fundamental a adoção de mecanismos de participação da sociedade nos sistemas decisórios da gestão ambiental.
A perspectiva da sustentabilidade ambiental impõe novas concepções de atuação das instituições responsáveis, visando à superação das concepções vigentes, orientadas essencialmente para ações relativas aos problemas ambientais e constituídas das seguintes características:
Para efetivar a gestão ambiental regida pela sustentabilidade, essa concepção reativa deve ser substituída pela concepção global e prospectiva de caráter proativo, cuja característica fundamental compreende a abordagem dos princípios da precaução e prevenção, integrando os diferentes componentes do ambiente natural e social e os agentes intervenientes no processo de desenvolvimento. Nesse propósito, torna-se indispensável uma abrangência maior do universo de atuação que compreenda os aspectos a seguir:
· Interrelações entre sistemas socioeconômicos e sistemas naturais;
· Participação nas definições sobre as opções de desenvolvimento;
· Planejamento inscrito em um contexto mais amplo de gestão permanente de recursos, espaço e da qualidade do ambiente natural e construído;
· Estratégias buscando modular as demandas sociais; 
· Inserção no processo de desenvolvimento sustentável;
· Adoção do enfoque sistêmico como alternativa de interação e integração dos diferentes enforques de gestão e das ações dos diferentes níveis de governo;
· Incorporação da dimensão ambiental nos processos decisórios;
· Responsabilidade setorial (gestão corresponsável);
· Materialização da participação pública;
· Participação na formulação das políticas públicas;
· Conhecimento e dimensionamento da realidade ambiental (diagnóstico integrado).
Conforme se pode depreender observando as principais características dessas duas concepções, a gestão ambiental proativa requer um esforço de coordenação e integração do poder público e a efetivação satisfatória da participação pública. Nesse sentido, a gestão ambiental demanda um arranjo institucional que determine a responsabilidade de todas as instituições públicas e estabeleça mecanismos de participação pública nas suas instâncias decisórias.
Participação da sociedade civil 
A participação da sociedade civil em processos de gestão ambiental ocorre com o intuito de oferecer uma resposta efetiva à incessante busca por um regime democrático capaz de confrontar problemas e conflitos ambientais que são, extremamente complexos e, portanto, não fáceis de serem resolvidos por uma perspectiva unidisciplinar, mas, sim, por uma ótica multidisciplinar.
Representantes da sociedade civil participam praticamente de todas as decisões em todos os conselhos e comitês gestores estaduais e federais. De nada adianta se a participação efetiva não ocorrer. O problema associado a isso é a falta de reconhecimento da necessidade de participação prévia e contínua e, igualmente, uma ausência de abertura para repensar um projeto na ocasião em que o público seja efetivamente envolvido.
Segundo Coletti (2012), os tipos de participação podem ser representados por uma escada ascendente como descrito na sequência:
Nos dois primeiros degraus – manipulação e terapia
É entendido que não existe participação, visto que é o setor público quem conduz todo o processo. Desse modo, a real pretensão desses degraus é não deixar que as pessoas participem do planejamento e/ou tomadas de decisões. Objetivam, assim, permitir que os detentores do poder eduquem ou curem os participantes. Ou seja, as pessoas são colocadas em comitês de consultoria com o expresso desejo de obter seu apoio. Mascara-se, por conseguinte, a participação.
Nos três degraus seguintes – informação, consulta e aplacação 
Que são chamados de graus intermediários, os atores sociais não participam da tomada de decisão, mas podem ouvir e são ouvidos. Nesse nível, não há nenhuma garantia de que o status quo será mudado. É um nível em que ocorre uma participação demagógica.
Nos três últimos degraus – aliança, poder delegado e controle cidadão
Que são considerados o máximo em participação, pretende-se que o cidadão governe junto com o governante. O degrau seis permite apenas negociação e acordos. Já nos degraus sete e oito, os cidadãos possuem a maioria dos assentos nas tomadas de decisão, mantendo um poder administrativo completo. Esse é um objetivo utópico, mas considerado o ideal para se obter a sustentabilidade ambiental.
Por fim, a participação da sociedade na gestão ambiental não diz respeito apenas a um princípio democrático, mas, essencialmente, a uma parte indispensável na construção de um novo processo de gestão dos recursos públicos. Tal forma de intervenção social permitirá que a sociedade atue como representantes da coletividade que, ao compartilharem uma determinada situação, têm a oportunidade de se sentirem sujeitos integrantes de um mesmo processo, com interesses, expectativas e demandas comuns, detendo, igualmente, a autonomia necessária para transformá-los em ação coletiva, frente a outros atores sociais e políticos”.
Aula 3: Política ambiental no Brasil e normas ambientais
A política ambiental no Brasil 
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), estabelecida como uma política pública com a edição da Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981, foi um marco divisor na evolução da gestão ambiental no Brasil.
As primeiras iniciativas institucionais da gestão ambiental no Brasil foram conduzidas com a perspectiva da administração dos recursos naturais. As preocupações ambientais eram consideradas nos códigos de recursos naturais — água, floresta, mineração e pesca —, e havia a predominância de uma orientaçãopara assegurar a disponibilidade desses recursos para as atividades econômicas e uma visão sobre a gestão ambiental de natureza reativa.
As ações de gestão ambiental conduzidas até então, restritas basicamente às políticas de controle da poluição industrial e dos seus efeitos na saúde, caracterizam a atuação baseada em uma abordagem reativa e limitada aos componentes ambientais específicos: água, ar e solo. Nesse período de controle da poluição, emergiram os primeiros órgãos estatuais de meio ambiente, com atribuições restritas à fiscalização da qualidade do ar e das águas.
No âmbito federal, foi instituída a Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA), com atribuições muito limitadas e sem estrutura para atuação nacional, além de não dispor de competência institucional para exercer funções de articulação e coordenação de uma política nacional.
Visão integrada da questão ambiental, em substituição à abordagem setorial existente, considerando a problemática ambiental como um reflexo do modelo de desenvolvimento.
Visão abrangente da problemática ambiental, compreendendo as diversas relações entre os fatores ou componentes do ambiente, bem como suas distintas dimensões (social, ecológica e econômica).
A integração e descentralização institucional da gestão ambiental, visando ao compromisso com a questão ambiental em todos os níveis de decisão governamental, mediante uma ação administrativa integrada e coordenada envolvendo e corresponsabilizando todas as instituições da administração pública.
A necessidade de efetivar a participação pública nas diferentes instâncias decisórias.
A Política Nacional de Meio Ambiente definiu uma nova fase na abordagem da gestão ambiental, enfatizando o reconhecimento da relação do desenvolvimento socioeconômico com a questão ambiental. Desse modo, a política dispõe sobre:
1 Os objetivos e princípios da Política Nacional do Meio Ambiente.
2A constituição do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA).
3A criação do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA).
4Os instrumentos de atuação e condução da gestão ambiental.
"Artigo 2º — A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia a vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana (...)."
Princípios norteadores da Política Nacional do Meio Ambiente 
Para o cumprimento dos propósitos da Política Nacional do Meio Ambiente a mesma lei determina, também em seu artigo 2º, os princípios norteadores das formas de sua condução:
I. Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II. Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III. Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV. Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V. Controle e Zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI. Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e para proteção dos recursos ambientais;
VII. Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII. Recuperação de áreas degradadas;
IX. Proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X. Educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.
Os instrumentos estabelecidos na Política Nacional de Meio Ambiente se caracterizam pelas diversas formas de sua aplicação:
Instrumentos que incidem diretamente nas atividades e agentes potencialmente impactantes (licenciamento ambiental, padrões de efluentes e emissão e avaliação de impactos ambientais).
Instrumentos que incidem indiretamente mediante o estabelecimento de restrição de uso e intervenções em recursos e ecossistemas específicos (padrões de qualidade, áreas protegidas, zoneamento ambiental e instrumentos econômicos).
Instrumentos que subsidiam a aplicação e o acompanhamento aos demais (relatórios de qualidade, penalidades, entre outros).
Desse modo, é possível afirmar que os instrumentos estabelecidos na política abrangem o perfil básico de formas de aplicação, havendo ainda outros mecanismos subsidiários de acompanhamento do desempenho e de resultados de sua aplicação. 
Em consonância com a nova abordagem da gestão ambiental adotada pela Política Nacional de Meio Ambiente, os instrumentos estabelecidos rompem com a visão tradicional de órgão ambiental meramente fiscalizador e incorporam a perspectiva do planejamento nas ações de gestão ambiental, e os exemplos mais ilustrativos são:
A inclusão do zoneamento ambiental
A avaliação de impactos ambientais
Além disso, podem ser incluídos os padrões ambientais, que cumprem as funções de fiscalização, com uma perspectiva de planejamento determinando a classificação de rios. À medida que a efetividade de cada instrumento requer o suporte dos demais, é impossível eleger algum como determinante.
A efetividade da gestão ambiental é determinada pela capacidade de integração da aplicação conjunta dos instrumentos previstos na política ambiental, bem como com outros, disponíveis nas políticas setoriais.
Quanto à gestão ambiental brasileira, como se desenvolveu?
A gestão ambiental brasileira teve sua evolução associada à desarticulação entre as instituições envolvidas, o que resultou em ausência de coordenação e insuficiência de recursos financeiros para sua estruturação.
Essa situação é proveniente da exploração dos recursos naturais sem nenhum controle, que proporcionou desenvolvimento econômico, mas em detrimento do meio ambiente, causando hoje muitos problemas ambientais.
Exemplo
Nos países desenvolvidos em que já houve o desenvolvimento de leis e normas na área ambiental, as exigências são diferenciadas, de modo que o próprio mercado já considera tais parâmetros como exigências mais restritivas, ou seja, as multinacionais instaladas no Brasil devem seguir padrões internacionais de legislação, bem como selos verdes. Isso faz com que as empresas nacionais sejam obrigadas a instalar programas de gestão ambiental.
A legislação brasileira foi evoluindo a partir da necessidade de crescimento do setor empresarial, que, mesmo considerando os problemas ambientais como secundários, publicou as primeiras normativas a partir de 1980, restringindo a poluição industrial, principalmente a poluição atmosférica. Gradativamente, os processos de licenciamento de áreas foram alterados, levando-se em consideração a localização e a dispersão dos poluentes, e surgiu a exigência de coleta e tratamento de efluentes industriais.  
A ideia de que políticas orientadas pelo mercado são mais eficientes do que mecanismos de imposição ou regulamentações ambientais vem crescendo entre os governos. Em virtude disso, normas estão sendo desenvolvidas e alternativas de taxação, cujos valores são proporcionais aos níveis de poluição produzidos, são criadas. Entretanto, a decisão sobre as prioridades de investimentos e políticas de produção é deixada ao encargo das empresas. 
Normas da Série ISO 14000 
As normas da ISO 14000 surgiram como resultado de garantir a sustentabilidade ambiental, que prevê o crescimento econômico, social e ambiental, para que ocorra o desenvolvimento de uma gestão ambiental efetiva no âmbito empresarial.
Esse conjunto de normativas foi criado, levando-se em consideração diversas discussões acerca da problemática ambiental associada ao setor de produção e manutenção.
Qual o objetivo da empresa ao obter a certificação das normas?
O objetivo principal da empresa é obter uma imagem ambientalmente mais adequada.
Entretanto, para seu estabelecimento, é necessário alterar os hábitos de consumo e garantir que toda a cadeia de produção seja de fornecedores identificados e ambientalmente corretos, se possível, também certificados. Ou seja, o consumo de matéria-prima e serviços em uma organização deve ser pautadopela gestão ambiental.
Ao longo do tempo, percebemos que a sociedade e as empresas estão mudando seus hábitos de consumo, preocupadas com o que as catástrofes ambientais podem ocasionar. Desse modo, surgiram normas na área ambiental, pois as empresas buscam, cada vez mais, uma imagem ambientalmente correta, em que só são consumidos produtos e matérias-primas provenientes de indústrias e produtos identificados como sustentáveis. Ou seja, a alteração dos hábitos de consumo pressiona as empresas a buscarem a gestão ambiental. 
A partir da implantação da gestão ambiental, as organizações definem e revisam seus objetivos e metas associadas à proteção ambiental, à saúde dos colaboradores, clientes e sociedade, de modo que sejam definidas também estratégias e meios para alcançar esses objetivos mediante cronograma e melhoria contínua. Ou seja, a gestão ambiental é um processo contínuo e que pode ser adaptado conforme necessidade da organização. Por isso, a gestão ambiental contempla alguns itens essenciais:
Política ambiental
Planejamento ambiental
Gerenciamento ambiental
Itens da gestão ambiental 
Política ambiental
Conjunto de princípios que contemplam as pretensões sociais e governamentais acerca de utilização, controle e proteção dos recursos naturais e conservação do meio ambiente.
Planejamento ambiental
Associado ao estudo que caracteriza as ações de planejamento no que concerne à utilização dos recursos naturais, de modo que o planejamento está atrelado à política ambiental para implantação de projetos de intervenções estruturais e não estruturais no meio ambiente.
Gerenciamento ambiental
Conjunto de ações designadas para regular a utilização, controle, proteção e conservação do meio ambiente, de modo que seja avaliada a conformidade com os requisitos legais e também ao que foi estabelecido na política ambiental.
Quando as leis e as normativas são seguidas, é muito mais fácil estabelecer parâmetros para verificar se um processo produtivo é ambientalmente adequado, sendo este um aspecto básico da gestão ambiental.
Entretanto, somente isso não atende as normas da série ISO 14000, que buscam a padronização de processos e o controle do desempenho ambiental, bem como o cumprimento de metas estabelecidas pela organização.
Existem muitas tecnologias que podem ser utilizadas de diversas formas para garantir o bom desempenho ambiental dos processos. A direção escolherá qual a melhor e mais adequada para a empresa, para assegurar o alcance dos objetivos ambientais da organização. Essa é a explicação que está interligada a todas as normas da série ISO 14000, a fim de manter uma base comum entre elas, atestando uma gestão ambiental uniforme, eficiente e eficaz quando aplicada.
As normas ISO 14000 são uma resposta a exigências legais e do mercado, que estão associadas às possibilidades abertas para a organização, já que o mercado é muito mais receptivo para empresas que não poluem ou poluem em menor escala.
Muitas empresas que implementam um Sistema de Gestão Ambiental, de acordo com a ISO 14001, também se interessam pela certificação para evitar barreiras não tarifárias ao comércio de seus produtos, tornando-as competitivas no mercado nacional e internacional.
Exemplo
Nos Estado Unidos, muitas empresas implementaram sistemas de gestão ambiental para evitar problemas futuros e custos desnecessários com remediação, enquanto outras elaboraram sistemas para estarem em conformidade com a legislação. Elas estabeleceram o levantamento de aspectos e impactos ambientais, a partir do gerenciamento dos riscos potenciais da organização.
A gestão ambiental nos países em desenvolvimento 
Enquanto nos Estados Unidos houve evolução na gestão ambiental, nos países em desenvolvimento, há um interesse maior na industrialização a qualquer custo, com legislações ambientais pouco restritivas, o que faz deles polos atrativos para indústrias sujas. Algumas multinacionais se instalam para ter maior margem de lucro, pois há redução de custos e de segurança, já que não há cobranças legais de controle ambiental.
A série da norma ISO 14000 vem diminuindo esse cenário, pois, com o aumento da conscientização entre os consumidores, não se pode consumir matéria-prima e produtos de empresas poluidoras que se instalam em países emergentes para obter vantagens competitivas. 
Mesmo que as normas da ISO 14000 não sejam consideradas instrumentos de gestão ambiental do tipo de comando e controle, como são as leis e normas ambientais legais, elas passam a funcionar como tal de maneira indireta. O sistema obriga a organização a atender os requisitos legais de sua atividade quando se é certificado.
Quando há Sistemas de Gestão Ambiental implantados, diminui-se o risco de problemas relacionados à fiscalização ambiental por parte dos órgãos governamentais, que contam com número reduzido de corpo técnico e diversos empreendimentos para verificar. O ônus do processo de fiscalização ambiental do governo é reduzido porque a empresa se autofiscaliza por meio de auditorias. Conforme cresce a distribuição dessas empresas no espaço, há um efeito que podemos chamar de potencializador da conservação ambiental, a partir da acumulatividade.
Desse modo, a soma dos efeitos positivos de um cluster 1 de empresas operando de forma ambientalmente responsável pode ter o seguinte significado:
Teremos um instrumento de gestão ambiental em nível micro, funcionando com uma abrangência de nível macro.
Quando consideramos a participação de empresas de pequeno e médio porte, isso é ainda mais relevante, pois esse grupo é mais numeroso e pode produzir maior diversidade de poluentes. Os padrões ambientais estabelecidos legalmente não contemplam as potencialidades dos danos ambientais associados à acumulatividade e reatividade 2 de compostos em determinado espaço físico.
Enfoques das Normas ISO 14000 
O enfoque no produto está associado a normas de rotulagem ambiental, avaliação de ciclo de vida e aspectos ambientais em normas de produtos. Veja a seguir.
Rotulagem ambiental 
As normas de rotulagem ambiental (ISO 14020, ISO 14021, ISO 14024 e ISO 14025) determinam diferentes escopos para a concessão de selos ambientais; e, diferentemente da ISO 14001, não certificam processo e, sim, linhas de produto que devem apresentar características específicas, tomando como base critérios estruturais tecnicamente válidos.
Avaliação de ciclo de vida 
As normas associadas à avaliação de ciclo de vida (ISO 14040, ISO 14041, ISO 14042, ISO 14043, ISO 14048 e ISO 14049) estabelecem a sistemática para avaliação de ciclo de vida de produto, sendo que essa deve ser feita a partir da abordagem do berço ao túmulo, ou seja, tudo o que entra no processo produtivo, desde energia, água, matéria-prima, insumos, entre outros, até a fase de descarte do produto e suas implicações ambientais.
Aspectos ambientais em normas de produtos
Os aspectos ambientais em normas de produtos, conforme estabelecido na ISO 14060, visa orientar os elaboradores de normas de produtos, por meio da especificação de critérios que reduzam os efeitos ambientais.
Todas essas normas estão associadas à área ambiental e fornecem uma base conceitual e estrutural importante para implantação da ISO 14001 e posterior certificação. Exclusivamente os requisitos da norma ISO 14001 são indispensáveis e auditados para obtenção de uma certificação. Portanto, é primordial enfocar a ISO 14001 como um instrumento de gestão ambiental.
Aula 4: Análise de ciclo de vida e produção mais limpa
Análise de ciclo de vida
A análise de ciclo de vida é um método consagrado no ambiente empresarial, voltado para a avaliação dos impactos ambientais associados a toda a cadeia produtiva de um produto ou serviço, ao longo de toda a sua vida, desde a matéria-prima até o descarte final ou retorno ao processo produtivo.
Aplicada no âmbito da avaliação de impacto ambiental de empreendimentos, possibilita analisar todos os impactos ambientais associados a um determinado produto ou serviço, desde sua concepção e desenvolvimento inicial até sua implementação, permitindo englobartoda a cadeia de impactos indiretos ou induzidos. 
O surgimento de tal avaliação ocorreu em 1970, quando a empresa Coca-Cola solicitou um estudo da Midwest Research Institute (MRI), cujo objetivo era comparar vários tipos de embalagens de refrigerante e eleger a mais adequada do ponto de vista ambiental, a fim de preservar os recursos naturais.
A análise do ciclo de vida (ACV) é dirigida pela norma ISO 14040 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e tem como objetivo auxiliar na identificação de oportunidades de melhoria nos aspectos ambientais dos produtos, considerando as diversas fases do ciclo de vida, de modo que seja minimizada a utilização de substancias tóxicas, e reduzido o consumo de água e energia.
Além disso, é necessário garantir a diminuição na geração dos resíduos, encontrando meios para reutilização como subprodutos, como é o caso do coprocessamento de resíduos perigosos ao invés de enviá-los à aterros, para que eles sejam tratados e dispostos de maneira sustentável.
A norma também prevê que a ACV deve objetivar diminuir os custos nos processos, para avaliar a utilização de máquinas e equipamentos onerosos e que influenciam diretamente no processo industrial, e consequentemente, no meio ambiente.
Portanto, a partir da ACV, as indústrias podem avaliar o que estão fazendo de incorreto em relação ao meio ambiente e corrigir as falhas. Assim, o consumir poderá escolher, produtos e serviços mais sustentáveis.
1) Um estudo realizado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), comparou os impactos ambientais da utilização de embalagens de PET em relação às embalagens de alumínio a partir da metodologia de análise de ciclo de vida. A conclusão do estudo informa que as embalagens de PET afetam mais negativamente o meio ambiente do que as de alumínio, pois, as embalagens de alumínio utilizam menos energia e recursos naturais para sua produção, além de emitirem menores concentrações de poluentes atmosféricos e gerarem menos resíduos sólidos. As embalagens de alumínio oferecem um campo mais estruturado de reciclagem e o PET é uma embalagem feita a partir do plástico, fabricado a partir de um recurso não renovável.
2) A Franklin Associates (1990) realizou um estudo para avaliar os impactos energéticos e ambientais associados à utilização de sacolas de polietileno e de papel não branqueado. Os resultados revelaram que a energia necessária para a confecção de sacolas de plástico foi de 20% a 40% menor do que para produzir a sacola de papel; e as emissões atmosféricas das sacolas de plástico foram de aproximadamente 63% a 70% menores do que o papel. Ou seja, analisando nesses pontos de vista, a sacola plástica é melhor. Porém, no final do ciclo de vida, as sacolas plásticas geralmente não são recicladas e demoram mais tempo para se decompor que o papel quando descartadas em aterro. 
A metodologia da análise de ciclo de vida envolve a realização de pelo menos quatro etapas: 
	Definição dos objetivos
	Alternativas a serem avaliadas, limites dos sistemas e escopo (por exemplo, comparações entre disposição de resíduos em aterro e possibilidades da coleta seletiva e reciclagem para os próximos dez anos).
	Elaboração de um inventário
	Com a descrição das entradas (matéria-prima e energia) e saídas (emissões atmosféricas, lançamentos na água e no solo) relevantes para cada uma das alternativas avaliadas.
	Avaliação
	Avaliação da magnitude e relevância dos impactos potenciais associados a cada uma das entradas e saídas identificadas, o que pode incluir o agrupamento dos dados em categorias de impactos (poluição hídrica, aquecimento global).
	Interpretação dos resultados
	Para a indicação da alternativa escolhida, e as modificações a serem incorporadas pelas atividades e definição de medidas mitigadoras.
A estrutura metodológica e as principais aplicações diretas da análise de ciclo de vida podem ser visualizadas na figura a seguir.
A estrutura metodológica e as principais aplicações diretas da análise de ciclo de vida podem ser visualizadas na figura a seguir.
 Fonte: Adaptado de ABNT (2009). 
A gestão do ciclo de vida é, atualmente, o modelo mais sistêmico de buscar a melhoria ambiental relacionada à produção e ao consumo de produtos.
Do ponto de vista ambiental, abordagens ao ciclo de vida de produtos justificam-se pela natureza da relação entre produtos e impactos ambientais. Embora os produtos (bens e serviços) guardem relação com a qualidade de vida de que usufruímos, as crescentes taxas com que são produzidos e consumidos estão nas origens da maior parte da poluição e esgotamento dos recursos naturais causados pela humanidade.
Na gestão ambiental baseada no ciclo de vida do produto são fundamentais as definições de soluções para o fim de vida ambientalmente correto do produto. A remanufatura pode ser vista como uma boa opção de fechamento do ciclo de vida dos produtos, pois se trata de um processo no qual produtos usados são restaurados à condição de novos, possuindo a mesma função, garantia e qualidade fornecidas pelo fabricante original. As partes que não podem ser reutilizadas ou remanufaturas podem seguir para a reciclagem.
A figura a seguir mostra um esquema de ciclo de vida de um produto sob a ótica do fluxo de materiais (direto e reservo), com algumas alternativas complementares para o fim de vida do produto (reúso, remanufatura e reciclagem). 
Ciclo de vida de um produto segundo o fluxo de materiais
 Fonte: Calijuri e Cunha (2013) 
A análise de ciclo de vida se apresenta como principal técnica de subsidiar, a partir da compilação de informações e de avaliações técnicas, do desenvolvimento do produto, a gestão da produção, do pós-uso, da logística convencional e da reversa, ou seja, a gestão do ciclo de vida.
Desse modo, as empresas necessitam incorporar as questões ambientais, sociais e econômicas, com a visão do ciclo de vida, nas decisões de suas principais áreas funcionais ou de seus processos de negócios, tanto estratégicos como operacionais. 
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Esse é o grande desafio da gestão do ciclo de vida, sendo que a principal técnica para subsidiar tais decisões é a avaliação de ciclo de vida de modo a integrar a visão do ciclo de vida e as dimensões da sustentabilidade nos processos de negócios.
Produção mais limpa
O ideal é não gerar os impactos ambientais para não precisar gerenciá-los e tratá-los depois. Desse modo, surge um modelo de gerenciamento ambiental que visa priorizar as ações de redução na fonte dentro do contexto da minimização dos impactos ambientais.
Hierarquia de gerenciamento ambiental de resíduos
 Fonte: Calijuri e Cunha (2013) e CETESB (2004). 
Os benefícios da redução na fonte podem ser:
1Redução dos custos operacionais
No consumo de água, no consumo de energia, no consumo de insumos auxiliares, no tratamento e disposição de resíduos, e com conformidade legal. 
2 Redução dos custos operacionais
Redução dos riscos de acidentes, aumento da satisfação e conforto do trabalhador, redução de substâncias tóxicas no ambiente de trabalho.
3 Aumento da produtividade
Uso eficiente de matérias-primas, otimização do processo produtivo, melhores práticas operacionais.
Surgem estratégias de produção que buscam a redução na fonte e a prevenção da poluição como a produção mais limpa (P+L) e a produção limpa.
Embora existam algumas diferenças entre esses termos, principalmente quanto ao escopo e à aplicação, ambos são estratégias proativas voltadas aos processos produtivos e cujo objetivo comum é reduzir a geração de poluentes na fonte geradora, promovendo o uso racional dos recursos naturais e evitando as abordagens tradicionais de fim de processos: tratamento e disposição de resíduos.
O Programa de produção mais limpa foi lançado pela United Nations Environmental Program (UNEP) ou Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em 1989 e refere-se à aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva, integrada e aplicada a processos, produtos e serviços. Incorpora o uso mais eficiente dos recursos naturais e, consequentemente, minimizaa geração de resíduos e a poluição, bem como os riscos à saúde humana e ao meio ambiente.
· Para processos produtivos, a P+L inclui a conservação de matérias-primas e energia, buscando a eliminação do uso de materiais tóxicos e da quantidade e toxicidade de todas as possíveis emissões e resíduos.
· Para produtos, a P+L inclui a redução dos efeitos negativos do produto ao longo de seu ciclo de vida, desde a extração das matérias-primas até a disposição final do produto.
· Para serviços, a P+L incorpora questões ambientais no planejamento e execução de serviços.
O processo de implementação de um programa de P+L em uma empresa segue os seguintes passos:
O planejamento e a organização envolvem o comprometimento da gerência e dos colaboradores, a identificação das barreiras e as respectivas soluções para implementação do programa, a determinação das metas e a organização do grupo de trabalho. 
 Fonte: Calijuri e Cunha (2013). 
Ecoeficiência
Como uma meta para a produção mais limpa é a forma de medir os ganhos de sua implementação, surgiu, no contexto das estratégias proativas de gerenciamento ambiental, o conceito de ecoeficiência.
Ela foi introduzida em 1992 pelo World Business Council for Sustainable Development, para o qual a ecoeficiência é alcançada mediante o fortalecimento de bens e serviços a preços competitivos que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida, ao mesmo tempo em que reduz progressivamente o impacto ambiental e o consumo de recursos ao longo do ciclo de vida, em um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada da Terra. 
São elementos da ecoeficiência:
• Redução do consumo de materiais, energia e substâncias tóxicas;
• Reciclagem de materiais;
• Uso sustentável de recursos renováveis;
• Prolongamento da durabilidade de produtos;
• Agregação de valor aos bens e serviços.
A ecoeficiência é uma métrica para quantificar e expressar o atendimento das demandas humanas que ocorrem por meio dos subsistemas existentes (os sistemas de manufatura, por exemplo) em função do impacto ambiental gerado pelo mesmo subsistema ao atender tal demanda. 
Essa métrica é dada pelo quociente entre o que se obtém como produto de um processo ou produto em relação à soma dos insumos e impactos ambientais gerados para sua obtenção.
A etapa de identificação de oportunidades é composta por:
1 Análise do processo e identificação das fontes geradoras.
2 Análise das causas.
3 Geração de oportunidades de P+L. 
Nessa fase, é feita a identificação (qualitativa e quantitativa) das fontes geradoras de resíduos, são analisadas as possíveis causas da geração de resíduos durante o processo produtivo e as possíveis soluções a serem adotadas.
Para a identificação das fontes geradoras, as principais técnicas utilizadas são fluxogramas dos processos e seus balanços de massa e energia. Estes indicam a medida da eficiência com que insumos e matérias-primas são convertidos em produtos. 
Possíveis causas da geração de aspectos e impactos ambientais durante um processo produtivo
 Fonte: Calijuri e Cunha (2013) 
Práticas utilizadas para a geração de opções de P+L
Boas práticas de housekeeping
É uma abordagem associada à qualidade, que tem por objetivo manter a organização em ordem, com medidas como o melhor aproveitamento do espaço, eliminação das causas dos acidentes, entre outros. Envolve mudanças organizacionais de baixo custo e rápido retorno, geralmente relacionadas à padronização de procedimentos e operações, além da mudança cultural dos funcionários. Pode ser aplicada por meio da metodologia 5S (classificação, ordem, limpeza, padronização e manutenção), que pode proporcionar maior produtividade, segurança, motivação dos funcionários, entre outros.
Modificação/substituição de matérias-primas
As substituições podem ser por materiais menos tóxicos, renováveis, recicláveis, com maior ciclo de vida e que gerem menor impacto ambiental.
Melhor controle do processo de produção
Revisar parâmetros do processo; atualizar instruções operacionais como de utilização de máquinas; melhorar os procedimentos de trabalho; realizar manutenção preventiva e preditiva; monitorar e controlar melhor o processo de produção. Esse monitoramento dos dados do processo busca a melhoria da eficiência e a redução das perdas e aspectos ambientais.
Modificação de equipamentos
Atualização dos equipamentos, a remanufatura ou a substituição destes na busca da otimização do processo; redução da geração de perdas, resíduos, efluentes e emissões.
Mudanças tecnológicas
Utilização de tecnologias mais limpas no processo e/ou no produto; mudança no fluxograma do processo de produção para reduzir perdas e desperdícios e otimização de layout; mudanças operacionais no processo de produção.
Recuperação/reúso
Reutilização das perdas geradas no próprio processo ou para outras aplicações na companhia.
Geração de resíduos úteis a outros processos
Considerar a possibilidade de transformar resíduos em matérias-primas úteis a serem utilizadas em outras empresas.
Modificação do produto
Modificar as características do produto para minimizar os seus impactos durante o ciclo de vida, desde a extração e beneficiamento da matéria-prima, a produção, o uso, a reciclagem, reúso ou remanufatura, até a disposição final. Isso é conhecido como projeto para o ambiente ou ecodesign.
A análise de viabilidade é formada por uma série de verificações, desde uma preliminar até as análises técnicas, econômicas e ambientais, para que as opções mais viáveis em todos esses critérios sejam selecionadas.
A implementação ocorre com a preparação do plano de implementação das ações escolhidas como de P+L e é seguida pela instalação destas. As técnicas de prevenção à poluição, aqui vistas como de P+L podem ser utilizadas em conjunto e aplicadas em muitos estágios do processo industrial.
A manutenção ocorre com o monitoramento dos aspectos e impactos ambientais mais relevantes por meio de indicadores de desempenho ambiental antes e depois da implementação e com a verificação destes resultados com os objetivos e metas propostas. Além disso, o programa se mantém baseado no ciclo PDCA, reiniciando-se na busca da melhoria continua.
Como indicado, a P+L pode ser utilizada de forma complementar ao Sistema de Gestão Ambiental, mesmo que sejam procedimentos independentes. Embora a P+L aborde de forma pioneira o conceito de ciclo de vida, o que se verifica é que se trata de uma estratégia de gerenciamento ambiental voltada para o processo de produção. A P+L representa a transição para aquelas estratégias voltadas ao ciclo de vida dos produtos.
Empresa: Robert Bosch Ltda
A atividade principal da empresa é a fabricação de material elétrico para veículos, aparelhos e ferramentas elétricas. A iminência da expiração da vida útil dos equipamentos de abastecimento de ar comprimido com compressores e secadores de ar e o alto custo para sua reforma justificaram a busca de alternativas para sua substituição. Foi realizada aquisição de equipamentos mais modernos com foco na redução do consumo de energia elétrica e com sistema de secagem de ar isentos de gases refrigerantes. Um sistema de supervisão automático foi implantado, com melhor escalonamento dos equipamentos em função da demanda e garantindo, além da redução de energia, a maior uniformidade da pressão oferecida. Com isso, a empresa obteve redução de 9,23% de consumo de energia por forma, aumento da oferta de 116% do volume de ar produzido pela fábrica, aumento na qualidade da pressão e do ar comprimido, eliminação dos serviços de compras de gás refrigerante, eliminação da manutenção do sistema de secadores, redução de manutenções em geral e eliminação de grande quantidade de gás refrigerante. As ações futuras da empresa visam à integração do gerenciador do processo com o sistema central de gerenciamento de dados da empresa, possibilitando monitoramento e controle à distância dos dados gerados pelo sistema.
Empresa: Usina São José da Estima S/A
Os principais produtos da empresa são açúcar e álcool com produção média de 3,2milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Usinas de açúcar a álcool são empresas que utilizam quantidades significativas de água em seus processos, sendo a operação de lavagem da sana uma das maiores. Essa usina utiliza o sistema de limpeza da cana a seco, com ar ao invés de água. Dois ventiladores são fixados na esteira, lançando toda palha e terra que chegam com a cana das lavouras. A palha é jogada em outra esteira e segue para a queima na caldeira para a produção de energia. A terra, depositada no chão, é lavada e esse efluente não é totalmente descartado, pois essa água passa por um sistema fechado, obtendo redução expressiva no consumo. De acordo com o balanço hídrico da Usina Estiva, para lavar 630 toneladas de cana era necessário captar 50 mil litros de água por hora, para compensar as perdas por evaporação, drenagem, arraste da água no sistema, que circula em circuito fechado. Com a limpeza da cana a seco, baixou-se essa captação para 10 mil litros de água por hora, o que significa quase um milhão de litros de água por dia, com uma redução de 80% na captação de água para este circuito.
Aula 5: Sistema de Gestão Ambiental (SGA) – ISO 14001
Apresentação 
Um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) pode ser definido como um conjunto de políticas, práticas e procedimentos técnicos e administrativos de uma empresa, com o objetivo de obter melhor desempenho ambiental. O SGA é estabelecido pela NBR ISO 14001 e suas implementação e certificação estão atreladas à prevenção dos danos ambientais e à aplicação da metodologia PDCA.
Você já ouviu falar do ciclo PDCA? Ele tornou-se popular na gestão da qualidade, mas também é utilizado na área de meio ambiente. Tal ciclo refere-se à abreviação de PLAN (Planejar), DO (fazer), CHECK (checar), ACT (agir/ação de correção) e pode ser utilizado em diversos processos e projetos. Essa ferramenta é cíclica e objetiva a repetição para melhoria contínua de um processo, obedecendo cada fase por meio de um sistema de gestão.
Objetivos
· Esclarecer os conceitos de melhoria contínua, aspecto ambiental, impacto ambiental, auditoria em SGA, objetivo ambiental, desempenho ambiental, meta ambiental e prevenção de poluição;
· Descrever a implementação de um sistema de gestão ambiental;
· Definir o Ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act).
Conceitos associados à gestão ambiental
Melhoria contínua
O termo melhoria contínua significa seguir uma rotina almejando que cada dia seja melhor do que o outro. No caso de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), devemos inicialmente criar indicadores que demonstrem seu desempenho e monitorá-los o tempo todo.
Exemplo
Imagine uma empresa que, em 2019, consumiu em média 1000 litros de diesel para produzir um determinado material. Em 2020, ela deve tomar ações para reduzir esse consumo, suponha, para 900 litros, e assim por diante.
Quando um determinado indicador atingir um valor de excelência ou um patamar em que se torna tecnicamente impossível melhorar, a organização deve direcionar seus esforços para outro ponto que considere ter oportunidades de melhoria. 
Um exemplo de indicador que não pode melhorar é o lançamento de óleo no rio. Após uma boa ação de engenharia, esse indicador pode ser zero por vários meses ou anos, nesse caso, a melhoria contínua deve ser redirecionada.
De acordo com a NBR ISO 14001, a melhoria contínua é um processo recorrente de avançar com o sistema da gestão ambiental, com o propósito de atingir o aprimoramento do desempenho ambiental.
Aspecto ambiental x impacto ambiental
Aspecto ambiental
“Elemento das atividades ou produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com o meio ambiente.”
NBR ISO 14001
Um aspecto ambiental é a forma como sua atividade, serviço ou produto impacta o ambiente. Por exemplo, um aspecto ambiental da lavagem de carros pode ser um agente de limpeza que tem o potencial de poluir a água, tal poluição é o impacto ambiental.
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Impacto ambiental
“Qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais da organização.”
NBR ISO 14001
O impacto ambiental já é a mudança no ambiente, causado por aspectos ambientais. 
Atividades e serviços e seus aspectos e impactos ambientais
	Atividade/serviço
	Aspecto ambiental
	Impacto ambiental
	Lavagem de carro
	Agente de limpeza na água servida
Uso da água
	Potencial de poluição da água
Impacto em recursos naturais
	Aquecimento
	Emissão da caldeira
	Poluição do ar
	Armazenamento de combustível em tanque subterrâneo ou superfície
	Potencial para vazamento ou derramamento
	Contaminação do solo ou de águas subterrâneas
	Descarregamento de material em pó
	Geração de poeira e ruído
	Poluição do ar e sonora
Para reconhecer os aspectos ambientais de uma atividade, serviço, ou produto, precisamos entender:
ATIVIDADE
É uma parte do negócio (ex.: etapas do processo de produção).
SERVIÇO
Está associado ao apoio das atividades (ex.: caldeiras, aquecedores e resfriamento, manutenção).
PRODUTO
É a mercadoria oferecida para o mercado. Um aspecto ambiental do produto pode ser, por exemplo, embalagem excessiva.
ASPECTOS AMBIENTAIS
podem ser divididos em:
Diretos – são os estão associados com atividades, produtos e serviços da empresa, sobre os quais ela tem controle e os quais gerencia diretamente (ex.: gerenciamento de resíduos nas instalações).
Indiretos - para organizações não industriais, o foco frequentemente será em aspectos ambientais indiretos das atividades (ex.: como os subcontratados gerenciam resíduos nas instalações).
Para conhecer os aspectos ambientais é necessário estudar como as atividades, produtos e serviços da instituição afetam o ambiente.
A identificação de aspectos ambientais é o estágio principal para implementação do sistema de gestão ambiental. Por isso, a empresa deve estabelecer seu mapeamento de processos com o objetivo de facilitar essa etapa, que considera, por exemplo, emissões no ar, água e solo; uso e desperdício de matéria-prima; utilização de recursos naturais, entre outros. 
Nessa fase, é fundamental contar com uma equipe multidisciplinar, que atuará na identificação dos aspectos e impactos ambientais de suas atividades, produtos e serviços.
Para examinar os aspectos ambientais é preciso verificar qual é mais significativo, ou seja, o de maior importância de acordo com os critérios definidos pela organização. 
Dependendo do tipo, natureza, e complexidade de uma empresa, existem muitas técnicas disponíveis para determinar a significância dos aspectos ambientais.
Para isso, deve-se considerar:
• Potencial para causar dano ambiental;
• Tamanho e frequência do aspecto;
• Importância para as partes interessadas da empresa;
• Requisitos de legislação ambiental relevante.
O desenvolvimento do sistema de gestão ambiental depende de um processo eficaz do levantamento de aspectos ambientais, para que a instituição priorize seus controles, quantifique seu risco ambiental e transforme essa ferramenta no ponto principal da melhoria contínua.
Auditoria ambiental
"É um processo sistemático e documentado de verificação, executado para obter e avaliar, de forma objetiva, evidências de auditoria para determinar se as atividades, eventos, sistemas de gestão e condições ambientais específicos ou as informações relacionadas a estes estão em conformidade com os critérios de auditoria e para comunicar os resultados deste processo ao cliente."
NBR ISO 14.010
Características da auditoria ambiental
• É considerada um procedimento realizado por profissionais técnicos ou empresas terceirizadas, gerido por um auditor líder e executado por uma equipe preparada, visando analisar o desempenho e o comprometimento ambiental de empresas e indústrias. Atualmente, questões ambientais vêm sendo amplamente discutas em todo o mundo, e novas leis e normas são propostas a fim de atingir um desenvolvimento cada vez mais sustentável.
• É um instrumento de fiscalização dos processos de adequação ambiental, verificando o comprometimento de diferentes organizações com tais questões, principalmente em relação ao desenvolvimentosustentável.
• Pode apresentar diferentes etapas, e considera questões importantes as fontes de poluição e suas medidas de controle e prevenção; o uso de energia, água e recursos naturais; os processos de produção e distribuição; uso, manuseio e transporte de produtos controlados; e reformas de prédios e instalações.
• É o retrato do desempenho ambiental da empresa em um determinado momento, ou seja, verifica se até aquele ponto a empresa atende os padrões ambientais estabelecidos pela legislação ambiental vigente. A partir da realização de uma auditoria, são identificadas áreas de risco e problemas de desvio no cumprimento das normas, apontando tanto os pontos fortes da operação quanto os fracos.
É importante diferenciar que a auditoria ambiental é uma ferramenta de gestão ambiental e não um instrumento de controle ambiental. A auditoria não estabelece normas e padrões a serem seguidos, nem a tecnologia necessária para tal, mas, sim, busca avaliar se as normas existentes são observadas pela operação, se a empresa possui uma política ambiental e se é capaz de melhorar o seu desempenho ambiental constantemente — melhoria contínua.
O sistema de gestão ambiental passou a sistematizar a auditoria ambiental como a prática que permite melhoria contínua, pois sua metodologia permite identificar ações que não estão em conformidade (atos não adequados são chamados comumente de práticas não conformes) e quais as medidas necessárias para corrigir esses erros. 
Objetivo, desempenho e meta ambiental
Objetivo ambiental
É o ponto em que a empresa deseja chegar com as atividades do sistema de gestão ambiental. Quando se define uma política ambiental, assume-se uma série de compromissos e, para que esses compromissos se tornem mais claros, é necessário estabelecer alguns objetivos ambientais relacionados à ela. 
Suponha que exista a seguinte política ambiental:
… compromete-se a gerar o mínimo de resíduos…
Nesse caso, para satisfazer esse trecho da política, os seguintes objetivos ambientais podem ser estipulados:
1 Reduzir a geração de papel contaminado.
2 Reutilizar as embalagens plásticas.
3 Destinar adequadamente os resíduos dos escritórios.
É mais fácil compreender o que deve ser feito a partir da leitura dos objetivos ambientais, em vez da política ambiental.
Meta ambiental
É o fim a que se dirigem as ações definidas no sistema de gestão ambiental para atender ao desempenho ambiental desejado. 
Imagine uma empresa com a seguinte frase na política ambiental:
(…) contribuir para a prevenção da poluição (…)
Com base no trecho da política, o gestor ambiental definiu o seguinte objetivo ambiental
Reduzir a emissão de gases do efeito estufa.
Embora o objetivo esclareça melhor o que deve ser feito, não é possível medir, gerenciar ou tomar ações adequadas porque falta detalhamento. Para isso, as metas ambientais devem ser estabelecidas.
Para esse caso, são definidas as seguintes metas:
• Substituir todas as empilhadeiras a gás por empilhadeiras elétricas até dezembro de 2019;
• Banir o uso de Freon CFC até julho de 2019;
• Reduzir 5% a cada ano o consumo de Diesel usado nos caminhões de entrega de mercadorias.
Desempenho ambiental
Quando a empresa determina e cumpre as metas ambientais, ela efetiva os objetivos ambientais e a política ambiental, melhorando seu desempenho ambiental.
Desse modo, o conceito de desempenho ambiental está associado aos resultados mensuráveis da gestão de uma organização sobre seus aspectos ambientais.
Prevenção de poluição
A prevenção da poluição é o ato de evitar ou tentar evitar que a ação do homem venha a causar prejuízo ao meio ambiente ou à saúde do homem. 
Em um sistema de gestão ambiental, a prevenção da poluição pode ser feita de diversas maneiras:
• Redução/eliminação de fontes poluidoras;
• Alteração de processos, produtos e serviços;
• Uso eficiente de recursos, materiais e energia;
• Substituição de energia;
• Reutilização, recuperação, reciclagem e tratamento.
A prevenção da poluição é definida pelo uso de processos, práticas, técnicas, materiais, produtos, serviços ou energia para evitar, reduzir ou controlar (de forma separada ou combinada) a geração, emissão ou descarga de qualquer tipo de poluente ou rejeito, para reduzir os impactos ambientais adversos.
Introdução para implantação de sistemas de gestão ambiental – SGA e ciclo PDCA
O grande desafio para a implantação de SGAs é estabelecer um fundamento metodológico que sirva de suporte ao seu desenvolvimento e, sobretudo, implantação e manutenção.
A abordagem cooperativa de implantação pode ser utilizada principalmente como um mecanismo de redução de custos e agilização do processo de implantação em empresas de pequeno a médio porte.
A melhoria contínua de um SGA necessita de orientações consistentes para execução. Essas diretrizes são estabelecidas pela ISO 14001, que apresenta sua concepção baseada no ciclo PDCA.
Ciclo PDCA e suas interfaces com o método de análise e solução de problemas
1 A essência do ciclo PDCA é coordenar continuamente os esforços no sentido da melhoria contínua. Ele enfatiza e demonstra que programas de melhoria devem iniciar com uma fase cuidadosa de planejamento. 
2 É materializado por meio de ações, cuja efetividade é verificada por meio da análise crítica, direcionando-se novamente a uma etapa de replanejamento em ciclo contínuo de melhoria. É um modelo dinâmico em que a melhoria contínua é atingida em ciclos contínuos, como em uma espiral evolutiva.
3 O ciclo de PDCA é uma maneira organizada de empreender tarefas na solução de um problema, na hora de se fazer algo novo, ou até mesmo nas tarefas do dia a dia. 
4 A maioria das empresas que tem um sistema de gestão utiliza essa mesma sequência, garantindo que o que se quis executar ficou bem feito e sempre será realizado do mesmo modo, a menos que se faça um novo PDCA para melhorar ainda mais.

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