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PRODUÇÃO TEXTUAL II
ARGUMENTAÇÃO: A LINGUAGEM QUE FAZ 
BRILHAR
- -2
Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Entender a lógica argumentativa para os diversos textos do cotidiano;
2. refletir acerca da estrutura argumentativa;
3. relacionar seus elementos a alguns gêneros textuais argumentativos.
Antes de começarmos assista ao vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=qYbLv9u88fo
Na última aula, estudamos o texto expositivo ou dissertativo, ou seja, aquele que vai fornecer-nos informações
para que se divulgue determinado conhecimento. Agora, vamos estudar o texto argumentativo.
Mãos à obra?!
Se pensarmos nas mais rotineiras situações, veremos que precisamos convencer pessoas a todo instante. Seja
numa simples conversa com o cônjuge, ou numa reunião de negócios: a argumentação faz parte da nossa vida
cotidiana.
Os estudos a respeito da linguagem humana são antigos. Desde os filósofos gregos havia preocupação com a
maneira de se comunicar, tendo em vista, principalmente, o convencimento do outro. Segundo o Prof. José Luis
Fiorin, da USP:
A argumentação engloba a demonstração, mas não se restringe a ela, pois trabalha não só com o que
é necessariamente verdadeiro, o que é logicamente demonstrável, mas também com aquilo que é
plausível, possível, provável. Argumentar, em sentido lato, é fornecer razões em favor de
determinada tese. Enquanto a demonstração lógica implica que, se duas ideias forem contraditórias,
uma será verdadeira e a outra falsa, a argumentação em sentido lato mostra que uma ideia pode ser
mais válida que outra. Isso significa que a adesão não se faz somente a teses verdadeiras, mas
também a teses que parecem oportunas, socialmente justas, úteis, equilibradas, etc. Assim, a
argumentação opera não só com o necessário, mas também com o preferível, isto é, com juízos de
valor, em que alguma coisa é considerada superior a outra, melhor do que outra, etc. [...]
Estamos, pois, tomando argumentação num sentido bastante amplo. São argumentos tanto as provas
demonstrativas, ou seja, aquelas que mostram a verdade de uma conclusão ou, pelo menos, sua
https://www.youtube.com/watch?v=qYbLv9u88fo
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relação necessária com as premissas, aquelas cuja validade independe de opinião pessoal, quanto as
persuasivas, isto é, aquelas que buscam a adesão de indivíduos para uma determinada tese, apelando
para o preferível. A adesão pode ter intensidade variável e depender de diferentes razões: a tese
pode ser considerada verdadeira, oportuna, socialmente justa, útil, equilibrada etc. Enquanto nas
provas demonstrativas a verdade de uma tese implica a falsidade da outra, as provas persuasivas
mostram que uma tese é melhor que a outra. Essa concepção de argumentação está de acordo com a
etimologia da palavra argumento, que vem do latim argumentum, vocábulo formado com o tema argu
-, que está também presente nos termos e significa “fazerarguto, argúcia, argênteo, argentum
brilhar”, “fazer cintilar”.
Argumento é, pois, tudo aquilo que ressalta, faz brilhar, faz cintilar uma ideia. Argumento é todo
procedimento linguístico utilizado pelo enunciador com vistas a fazer seu interlocutor aceitar o que
está sendo dito, a persuadi-lo, a levá-lo a crer, a conduzi-lo a fazer o que foi proposto. (FIORIN, 1998,
p.127-130.).
Nesse sentido, argumentar significa fazer brilhar uma ideia, ou seja, tornar visível ao outro aquilo que lhe é
relevante em determinado contexto, a ideia que se quer transmitir.
Do ponto de vista da organização clássica das disciplinas, a argumentação (em seu sentido lato) vincula-se à
lógica, à retórica e à dialética, a partir de como foi pensada desde Aristóteles até o fim do século XIX (cf.
PLANTIN, 2008).
Dessa forma, argumentar tem a ver com a utilização estratégica de um sistema significante, além de configurar-
se como essência persuasiva da linguagem, a arte do convencimento, seja oralmente ou por escrito. Ainda
trilhando Plantin (op.cit., p. 12), a argumentação corresponde, no plano discursivo, ao raciocínio no plano
cognitivo, uma vez que aquela opera verbalmente essa última.
Sob o paradigma histórico, a argumentação alcançou uma virada significativa no final do século XIX. O estudo das
práticas discursivas foi repensado no quadro da análise do discurso, da comunicação institucional e das
interações verbais. Além disso, a argumentação mostra-se diretamente ligada a campos do conhecimento bem
específicos, tais como a política, o direito e a teologia, pois essas áreas investem sobremaneira na argumentação
a partir do momento que objetivam convencer terceiros.
Em relação ao texto dissertativo-argumentativo escolar, que tem como intenção básica o interlocutorconvencer
a respeito de determinado tema sob certo ponto de vista, Charaudeau (2008) o considera um modo de 
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, mais complexo do que o narrativo, uma vez que está em contato apenas com umorganização argumentativo
saber que tenta levar em conta a experiência humana, enquanto o narrativo confronta-se com uma forma de
realidade, visível e tangível.
Perelman; Olbrechts-Tyteca (2005, p.30) afirmam haver diferença entre os termos “convencer” e “persuadir”.
Segundo esses autores, para quem se preocupa com o resultado da ação, persuadir é mais que convencer, ou
seja, o convencimento eleva à persuasão quando há mudança de atitude do interlocutor.
O linguista francês afirma ainda que a tradição escolar nunca esteve muito à vontade com tal modalidade textual,
em contraste com os modos narrativo e o descritivo. Isso acontece porque a escola, tradicionalmente, demonstra-
se extremamente preocupada com questões metalinguísticas e, por seu turno, a argumentação privilegia o
âmbito da organização do discurso.
Argumentação
O Prof. Fábio Simas, em sua dissertação de mestrado, afirma o seguinte a respeito da argumentação:
Charaudeau (2008) ainda enfatiza o modo pelo qual se organiza a lógica argumentativa, aspecto este
relevante para nosso trabalho analítico. Segundo o autor, toda relação argumentativa se compõe de
pelo menos três elementos: uma asserção de partida (dado, premissa), uma asserção de chegada
(conclusão, resultado), e uma ou várias asserções de passagem que permite passar de uma a outra,
comumente chamadas de provas ou argumentos. Amiúde, tal relação imbrica-se com o que
invariavelmente se ensina no dia a dia das salas de aula: um texto dissertativo deve possuir
introdução (asserção de partida), desenvolvimento (asserção de passagem) e conclusão (asserção de
chegada), assim especificadas:
• Asserção de partida (A1) – Trata-se de um dado, ou premissa a partir da qual podem ser feitas 
justificativas ou questionamentos. Geralmente, carece de uma ou mais conclusões no transcorrer do texto.
• Asserção de chegada (A2) – Representa o que deve ser aceito em decorrência da asserção de partida 
passando pela asserção de passagem. É, segundo Charaudeau, sempre uma relação de causalidade em 
relação a A1 ou pode representar também sua consequência. Representa a legitimidade da proposta.
• Asserção de passagem – Deve justificar a relação entre A1 e A2. Ainda conforme o linguista francês, 
representa um universo de crença sobre a maneira como os fatos se determinam na experiência ou no 
conhecimento do mundo. Por isso, esse universo de crença deve ser compartilhado pelos interlocutores 
implicados pela argumentação, a fim de que seja estabelecida a prova da validade da relação que une A1 e 
A2, o argumento que, do ponto de vista do sujeito argumentante, deveria incitar o interlocutor ou o 
destinatário a aceitar a proposta como verdadeira. Tal asserção (ou sequência de asserções), 
frequentemente repleta de implícitos, pode ser chamada de prova, inferência ou argumento conforme o 
contexto de questionamento em que se inscreve.
•
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Em resumo
Figura 1 - Quadro – A lógica da estrutura argumentativa – Adaptação de Charaudeau (2008)
A partir de agora, trilhando os caminhos propostos por Platão e Fiorin (2006) em seu livro “Lições de Texto:leitura e redação”, vamos verificar algumas estratégias e percursos do texto de natureza argumentativa.
Os autores inauguram o capítulo acerca da argumentação com a seguinte frase:
Um argumento não é necessariamente uma prova de verdade. Trata-se, acima de tudo, de um recurso de
natureza linguística destinado a levar o interlocutor a aceitar os pontos de vista daquele que fala.
Comunicar não é somente transmitir informações, mas, como vimos no vídeo de abertura desta aula, é como o
outro recebe aquilo que você comunicou. Por isso, é essencial saber escolher estratégias argumentativas eficazes
para que o ato comunicativo se efetive atingindo os objetivos do sujeito comunicante.
Dessa forma, comunicar não é somente um fazer saber, mas um fazer crer e um fazer fazer (cf. Platão; Fiorin,
2010, p.284). Em outras palavras, é fazer com que o interlocutor “compre sua ideia” e, posteriormente, possa
agir de maneira afetada por aquilo que ouviu/leu.
Assim, vamos verificar alguns tipos de argumentos elencados por Platão e Fiorin (2010):
• Argumento de autoridade
Quando citamos autores renomados em determinada área do conhecimento, a fim de corroborar com
uma determinada tese, sustentamo-na com base nas palavras desse autor. Citar argumentos de
autoridade mostra não só validação da tese, mas também conhecimento acerca da literatura destinada
para aquele assunto. Quando um repórter, por exemplo, entrevista o presidente da OAB, a fim de saber
sua opinião acerca do número de faculdades de direito no Brasil, ele está consultando um argumento de
autoridade, não é mesmo?
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• Argumento baseado no consenso
São máximas ou proposições aceitas como verdadeiras em determinada época e que, portanto, não
precisam de demonstração. Os nossos autores fornecem-nos o seguinte exemplo: “A educação é a base
do desenvolvimento”. Alguém discorda?
• Argumentos baseados em provas concretas
Opiniões de pessoas não costumam ter validação científica, ao menos que sejam dadas por um
argumento de autoridade. Dessa forma, a opinião terá mais “peso” se for comprovada por meio de fatos.
Algo que, por exemplo, fazem os autores de reportagens. Segundo Platão e Fiorin (2010, p.286), os dados
apresentados devem ser pertinentes, suficientes, adequados, fidedignos. Assim, podemos ter imagens,
relatos, rastros, gravações etc., como exemplos de argumentos baseados em provas concretas.
• Argumentos com base no raciocíniológico
Esse tipo de raciocínio demonstra as causas e consequências de determinados problemas, que são os
próprios argumentos a respeito de uma tese. Um dos riscos desse tipo de argumentação é fugir do tema,
uma vez que os argumentos podem, via de regra, constituir um novo tema. Veja um exemplo:
Tema: Constatamos que no Brasil existe um grande número de correntes migratórias que se deslocam
do campo para as médias ou grandes cidades. 
Para encontrarmos uma causa, perguntamos: Por quê? Referente ao tema acima. Dentre as respostas
possíveis, poderíamos citar o seguinte fato:
Causa: A zona rural apresenta inúmeros problemas que dificultam a permanência do homem no campo.
No sentido de encontrar uma consequência para o problema enfocado no tema acima, cabe a seguinte
pergunta: O que acontece em razão disso? Uma das possíveis respostas seria:
Consequência: As cidades encontram-se despreparadas para absorver esses migrantes e oferecer-lhes
condições de subsistência e de trabalho. Veja que a causa e a consequência citadas neste exemplo podem
ser perfeitamente substituídas por outras, encontradas por você, desde que tenham relação direta com o
assunto. As sugestões apresentadas de maneira nenhuma são as únicas possíveis.
Exemplo retirado de: http://www.alcioneideoliveira.pro.br/REDACAO_CAUSA_CONSEQUENCIA.htm
• Argumento da competência linguística
O modo de dizer pode garantir-lhe eficácia maior ou menor em seu ato comunicativo. Em muitas
situações, o uso da norma culta da língua, a escolha do vocabulário adequado – ou até mesmo mais
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http://www.alcioneideoliveira.pro.br/REDACAO_CAUSA_CONSEQUENCIA.htm
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rebuscado – podem ser ferramentas argumentativas bem interessantes. Um exemplo disso é quando
uma pessoa de menos escolaridade atribui prestígio ao falar de pessoas mais escolarizadas, como
advogados ou médicos, simplesmente pela competência linguística que eles possuem.
O que vem na próxima aula
• A prática da argumentação;
• A utilidade dos textos argumentativos no cotidiano;
• Os textos argumentativos na prática cotidiana.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu a dinâmica de alguns gêneros argumentativos;
• Aprendeu a estrutura básica desses textos;
• Analisou e aplicou alguns pontos teóricos relevantes a fim de fixar a matéria.
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	Olá!
	
	Argumentação
	Argumento de autoridade
	Argumento baseado no consenso
	Argumentos baseados em provas concretas
	Argumentos com base no raciocíniológico
	Argumento da competência linguística
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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