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RESUMO PRONTO NEGÓCIOS JURÍDICOS

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Direito Civil – Negócios Jurídicos
Ato e Fato Jurídico 
Art. 104 - 188
Fatos: quaisquer acontecimentos da vida. 
Acontecimentos da vida que geram consequências jurídicas: o fato passa a ser denominado fato jurídico.
O fato jurídico é uma ocorrência que interessa ao Direito, ou seja, que tenha relevância jurídica.
Fatos Jurídicos em Sentido Amplo – dividem-se em:
Fato jurídico em sentido estrito (stricto sensu) – quando os fatos jurídicos não dependem da vontade humana
Obs: algumas situações que dependem da vontade humana podem ser previsíveis ou imprevisíveis – são os fatos imprevisíveis.
Outras situações dependem da vontade humana, ou ao menos da previsibilidade, como o passar do tempo, e a morte.
Fato jurídico de sentido estrito podem ser fatos ordinários ou extraordinários.
Fato ordinário é o acontecimento previsível: decurso do tempo, morte, nascimento, maioridade (relacionada com o decurso do tempo);
Fato extraordinário é o acontecimento imprevisível: relacionado ao caso fortuito ou força maior.
Ato jurídico – quando os fatos jurídicos dependem da vontade humana
Trata-se de um fato jurídico com elemento volitivo e conteúdo lícito
Ato Jurídico = Fato + Direito + Vontade + Licitude.
Ato jurídico stricto sensu é objetivo de mera realização da vontade do titular de um determinado direito, não havendo a criação de instituto jurídico próprio para regular direitos e deveres, muito menos a composição de vontade entre as partes envolvidas. No ato jurídico stricto sensu os efeitos da manifestação de vontade estão predeterminados pela lei.
Podem ser citados como exemplos de atos jurídicos stricto sensu a ocupação de um imóvel, o pagamento de uma obrigação e o reconhecimento de um filho.
A vontade humana pode ser praticada em conformidade ou em desconformidade com o ordenamento jurídico.
O ato praticado em conformidade com a lei classifica-se como ato lítico, que é praticado de acordo com o ordenamento jurídico;
Havendo ato ilícito, há a incidência da responsabilidade civil, havendo necessidade de demonstração de requisitos caracterizadores da responsabilidade civil.
Requisitos para a responsabilidade civil:
Conduta humana
Dano
Nexo causal entre a conduta e o dano
Culpa (em alguns casos)
OBS: A responsabilidade civil pode ser objetiva, quando há conduta, dano e nexo – art. 187
Art. 187: Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
A responsabilidade civil pode ser subjetiva, quando há conduta, dano, nexo e culpa – art. 186
Art. 186: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Importante: artigo 927!
Art. 927: Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
OBS: Qualquer conduta humana que gera dano, mesmo não sendo ilícito, se causar dano, gerará responsabilidade civil!
O ato praticado em desconformidade com a lei classifica-se como ato ilícito, que vai de encontro ao ordenamento jurídico.
OBS: Pode acontecer, ao mesmo tempo, de um ilícito ser criminal e civil ao mesmo tempo. 
Um caso de agressão, por exemplo, será violação das leis penais e civis ao mesmo tempo, sendo punido em ações separadas, uma na esfera Criminal e uma na esfera Civil. 
A sentença penal transitada em julgado pode ser executada na esfera Cível. O efeito primário é a punição, e o efeito secundário é se tornar título executivo na esfera cível.
Art. 935 CC importante! -> Porém, se ficar constatado na esfera Penal que não foi o sujeito que praticou o dano, também não será punido na esfera Cível.
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
Atos lícitos dividem-se em dois (em ambos existem a vontade humana de acordo com o ordenamento jurídico):
Ato jurídico em sentido estrito -> Se a vontade humana está direcionada apenas à prática do ato, é um ato jurídico em sentido estrito.
Artigo 185 - Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que couber, as disposições do Título anterior.
Por exemplo: fixação de domicílio.
OBS: as consequências estão na lei e não podem ser alteradas pelas partes.
Negócio jurídico 
Se a vontade está direcionada não para o ato, mas para a consequência deste ato, é um negócio jurídico.
Importante: contratos e testamentos são sempre negócios jurídicos.
Negócio Jurídico: Ato jurídico em que há uma composição de interesses das partes com uma finalidade específica.
O negócio jurídico constitui a principal forma de exercício da autonomia privada, da liberdade negocial. 
É todo fato jurídico consistente em declaração de vontade, a que todo o ordenamento jurídico atribui os efeitos designados como queridos, respeitados os pressupostos de existência, validade e eficácia impostos pela norma jurídica que sobre ele incide.
Negócio Jurídico = Fato + Direito + Vontade + Licitude + Composição de interesses das partes com finalidade específica.
Por exemplo: fazer um contrato de compra e venda de um carro. O ato do contrato não é o objetivo, e sim é um meio para alcançar a consequência do ato, que é a compra e venda do carro.
OBS: as consequências serão definidas pelas partes, pois o ato é apenas um meio de alcançar as consequências deste ato.
Resumo: quando visa-se o ATO, é um ato jurídico em sentido estrito. Quando visa-se o RESULTADO, as CONSEQUÊNCIAS, é um negócio jurídico.
Ato-fato: situações em que existe vontade humana, mas a vontade é inconsciente, então há o tratamento como fato jurídico, pois a pessoa não tem noção de que está fazendo um negócio jurídico, como, por exemplo, uma criança comprar um salgadinho.
É um ato jurídico lícito cuja vontade humana está voltada para as consequências do ato, SEMPRE ligada a uma finalidade negocial para adquirir, modificar, extinguir ou conservar direitos.
CLASSIFICAÇÕES DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS 
Quanto às manifestações de vontade dos envolvidos:
Negócios jurídicos unilaterais – Atos e negócios em que a declaração de vontade emana apenas de uma pessoa.
Exemplo: testamento
Subdividem-se em:
Negócios unilaterais receptícios – a declaração deve ser levada a conhecimento do seu destinatário para que possa produzir efeitos
Exemplo: promessa de recompensa
Negócios unilaterais não receptícios – o conhecimento do destinatário é irrelevante
Exemplo: testamento
Negócios jurídicos bilaterais: há duas manifestações de vontade coincidentes sobre o objeto ou bem jurídico tutelado
Exemplo: contrato
Negócios jurídicos plurilaterais: envolvem mais de duas partes, com interesses coincidentes no plano jurídico. 
Exemplos: contrato de consórcio e contrato de sociedade entre várias pessoas.
Quanto às vantagens patrimoniais para os envolvidos:
Negócios jurídicos gratuitos: atos que outorgam vontades sem impor contraprestação ao beneficiado.
Exemplo: contrato de doação pura
Negócios jurídicos onerosos: envolvem sacrifícios e vantagens patrimoniais para todas as partes no negócio (prestação + contraprestação). 
Exemplos: compra e venda e locação.
Negócios jurídicos bifrontes: aqueles que tanto podem ser gratuitos como onerosos, o que depende da intenção das partes. 
Exemplos: depósito e mandato, que podem assumir as duas formas.
Quanto aos efeitos no aspecto temporal:
Negócios jurídicos inter vivos: destinados a produzir efeitos desde logo, isto é, durante a vida dos negociantes ou interessados. 
Exemplo: contratos em geral.
Negócios jurídicos mortis causa: efeitos só ocorrem após a morte de determinada pessoa.
Exemplo: testamento.Quanto à necessidade ou não de solenidades e formalidades:
Negócios jurídicos formais ou solenes – obedecem a uma forma ou solenidade prevista em lei para a sua validade e aperfeiçoamento.
Exemplo: casamento e testamento.
Negócios jurídicos informais ou não solenes – admitem forma livre, constituindo regra geral, pelo que prevê o art. 107 do CC. 
Exemplos: locação e prestação de serviços.
Quanto à independência ou autonomia:
Negócios jurídicos principais ou independentes – negócios que têm vida própria e não dependem de qualquer outro negócio jurídico para terem existência e validade
Exemplo: Locação
Negócios jurídicos acessórios ou dependentes – aqueles cuja existência está subordinada a um outro negócio jurídico, denominado principal 
Exemplo: fiança em relação à locação.
Quanto às condições pessoais especiais dos negociantes:
Negócios jurídicos impessoais – não dependem de qualquer condição especial dos envolvidos, podendo a prestação ser cumprida tanto pelo obrigado quanto por um terceiro 
Exemplo: compra e venda.
Negócios jurídicos personalíssimos ou intuitu personae – dependentes de uma condição especial de um dos negociantes, havendo uma obrigação infungível. Deve ser aquela pessoa a cumprir a obrigação, não podendo ninguém substitui-la.
Exemplo: contratação de um pintor com arte única para fazer um quadro.
Quanto à sua causa determinante:
Negócios jurídicos causais ou materiais – o motivo consta expressamente do seu conteúdo.
Exemplo: termo de divórcio.
Negócios jurídicos abstratos ou formais – razão não se encontra inserida no conteúdo, decorrendo dele naturalmente.
Exemplo: termo de transmissão de propriedade.
Quanto ao momento de aperfeiçoamento:
Negócios jurídicos consensuais – geram efeitos a partir do momento em que há o acordo de vontades entre as partes.
Exemplo: compra e venda pura, art. 482 CC
Negócios jurídicos reais – são aqueles que geram efeitos a partir da entrega do objeto, do bem jurídico tutelado.
Exemplos: contrato de comodato e contrato de mútuo, que são contratos de empréstimo.
Quanto à extensão dos efeitos:
Negócios jurídicos constitutivos – geram efeitos ex nunc (dali para frente), a partir da sua conclusão, pois constituem positiva ou negativamente determinados direitos.
Exemplo: compra e venda.
Negócios jurídicos declarativos – geram efeitos ex tunc (dali para trás), a partir do momento do fato que constitui o seu objeto. 
Exemplo: partilha de bens no inventário.
Em contratos e testamentos, existem planos de análise do negócio jurídico. 
EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS 
Todo negócio jurídico deve ser analisado sob os seguintes planos: existência, validade e eficácia.
Degrau 1: Análise do plano de existência -> são analisados os elementos
Degrau 2: Análise do plano de validade -> são analisados os requisitos
Degrau 3: Análise do plano de eficácia -> são analisados os pressupostos
Para que se verifiquem os elementos da validade, é preciso que o negócio seja existente. Para que o negócio seja eficaz, deve ser existente e válido.
Entretanto, nem sempre isso ocorre. Isso porque é perfeitamente possível que o negócio seja existente, inválido e eficaz, caso de um negócio jurídico anulável que esteja gerando efeitos.
Só é verificada validade e eficácia, se há a existência. 
PARA VERIFICAR OS EFEITOS, O NEGÓCIO JURÍDICO DEVE EXISTIR!
Porém, mesmo que um negócio não seja válido, este pode produzir efeitos, dependendo apenas do plano da existência.
Negócio jurídico válido pode ter efeitos ou não ter efeitos;
Negócio jurídico inválido também pode ou não ter efeitos.
Importante! Se a ação para invalidar um negócio jurídico não for proposta no prazo decadencial previsto em lei, o negócio será convalidado. Pela convalidação, o negócio inválido passa a ser válido. A convalidação pode se dar pela conversão do negócio jurídico, pela confirmação pelas partes ou pelo convalescimento temporal (cura pelo tempo).
PLANO DA EXISTÊNCIA
Elementos mínimos. Suporte fático do negócio jurídico. Pressupostos de existência.
São estes:
Vontade 
Agente 
Objeto
Forma – meio pelo qual se exterioriza a vontade (verbal, escrita, gestual)
Não havendo algum desses elementos, o negócio jurídico é inexistente.
Os atos inexistentes se incluem entre os atos NULOS.
PLANO DA VALIDADE
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz; (relembrar art. 3 e 4 do Código Civil, que dispõe sobre as capacidades) - Enquanto os absolutamente incapazes devem ser representados por seus pais, tutores e curadores; os relativamente incapazes devem ser assistidos pelas pessoas que a lei determinar. Todavia, pode o relativamente incapaz celebrar determinados negócios, como fazer testamento, aceitar mandato ad negotia e ser testemunha. O negócio praticado pelo absolutamente incapaz sem a devida representação é nulo, por regra (art. 166, I, do CC). O realizado por relativamente incapaz sem a correspondente assistência é anulável (art. 171, I, do CC).
No que toca às pessoas jurídicas, essas devem ser representadas ativa e passivamente, na esfera judicial ou não, por seus órgãos, constituídos conforme as formalidades previstas em lei.
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; - Somente será considerado válido o negócio jurídico que tenha como conteúdo um objeto lícito, nos limites impostos pela lei, não sendo contrário aos bons costumes, à ordem pública, à boa-fé e à sua função social ou econômica de um instituto. Como se sabe, ilícito o objeto, nulo será o negócio jurídico (art. 166, II, do CC). Eventualmente, pode estar caracterizado no negócio jurídico o abuso de direito, justamente pelo desrespeito aos conceitos que constam do art. 187 da atual codificação, o que por si só, constitui justificativa para a declaração de nulidade, combinando-se os dois dispositivos legais transcritos. Além disso, o objeto deve ser possível no plano fático. Se o negócio implicar em prestações impossíveis, também deverá ser declarado nulo. Tal impossibilidade pode ser física ou jurídica. A impossibilidade física está presente quando o objeto não pode ser apropriado por alguém ou quando a prestação não puder ser cumprida por alguma razão. Por outra via, a impossibilidade jurídica está presente quando a lei vedar o seu conteúdo.
Segundo o art. 106 do CC, a impossibilidade inicial do objeto não gera a nulidade do negócio se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. Em suma, somente a impossibilidade absoluta é que tem o condão de nulificar o negócio. Se o negócio ainda puder ser cumprido ou executado, não há que se falar em invalidade.
III - forma prescrita ou não defesa em lei 
Não defesa = não proibida.
O conjunto de solenidades, que se devem observar, para que a declaração da vontade tenha eficácia jurídica
Como regra, a validade da declaração de vontade não depende de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir – art. 107 CC
Entretanto, em casos especiais, visando conferir maior certeza e segurança nas relações jurídicas, a lei prevê a necessidade de formalidades, relacionadas com a manifestação da vontade. Nessas situações, o negócio não admitirá forma livre, sendo conceituado como negócio formal.
Art. 166, IV e V – quando necessárias solenidades, havendo desrespeito à forma ou sendo preterida alguma solenidade prevista para o negócio, esse será nulo
Portanto, podem as partes, por ato de vontade e visando à segurança, prever que o negócio deva atender a solenidades. A imposição do negócio solene pode ser, portanto, convencional entre as partes.
IV – Vontade livre e de boa-fé – art. 112, 113 e 114
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
§ 1º  A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que:
I - for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio;  
II - corresponderaos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio;  
III - corresponder à boa-fé;  
IV - for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e
V - corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as informações disponíveis no momento de sua celebração.  
§ 2º  As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de lacunas e de integração dos negócios jurídicos diversas daquelas previstas em lei.  
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
OBS: A forma livre (regra). Porém, quando a lei exigir forma específica, deve ser respeitada.
Atenção para os art. 110 e 111 do Código Civil:
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
Silêncio só admitido como sinal de consentimento quando a lei determinar, por exemplo, em caso de doação simples.
O consentimento pode ser expresso – escrito ou verbal, no primeiro caso de forma pública ou particular –, ou tácito – quando resulta de um comportamento implícito do negociante, que importe em concordância ou anuência. Nesse sentido, preconiza o art. 111 do CC que o silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
Aduz o art. 114 da atual codificação que os negócios jurídicos benéficos interpretam-se estritamente. Desse modo, em contratos gratuitos como são a doação e o comodato, à vontade das partes nunca pode se dar um efeito ampliativo, sempre restritivo. Especializando o seu teor, prevê o art. 819 do CC que a fiança não admite interpretação extensiva. Como é notório, a fiança é um típico contrato de garantia gratuita, em regra.
OBS: Na falta dos elementos de existência, o negócio é INEXISTENTE.
Se houver falta de um dos requisitos de validade, sendo grave, torna o negócio jurídico NULO. Se for pouco grave, o negócio jurídico torna-se ANULÁVEL.
Importante: Leitura do art. 104 ao art. 114!
NEGÓCIOS JURÍDICOS NULOS E ANULÁVEIS 
A invalidade pode ser total – quando atinge todo o negócio jurídico ou parcial – quando atinge parte do negócio jurídico.
Princípio da conservação dos negócios jurídicos: Utile per inutile non vitiatur
A respeito da invalidade parcial, é fundamental a regra do art. 184 do CC/2002 pelo qual respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável.
O art. 178, somado ao art. 177, ambos do CC, justificam o fato de a anulabilidade não poder ser reconhecida de oficio pelo juiz, devendo ser sempre arguida ou alegada pela parte interessada, mediante ação específica, regra geral. Ademais, diante da sua natureza privada, não cabe ao Ministério Público intervir nas ações que a envolvem.
NEGÓCIO JURÍDICO NULO – Nulidade absoluta
Art. 166 e art. 167
Art. 166: celebrado com absolutamente incapaz;
Motivo do negócio para ambas as partes seja ilícito;
Quando houver violação da forma definida em lei;
Quando violar solenidade quando a lei determinar;
Quando o objeto for ilícito, impossível ou indeterminável;
Quando o objetivo for celebrar contrato para fraudar a lei;
Quando a lei declarar nulo ou proibir a prática – exemplo art. 426
Art. 167: negócio jurídico simulado é NULO.
Simulação: entrar em conluio com alguém para fraudes.
CARACTERÍSTICAS DO NEGÓCIO JURÍDICO NULO:
Ofende interesse público
Não pode ser convalidado pelas partes
Não se torna válido pelo decurso do tempo
O juiz pode e até deve conhecer de ofício
Ação declaratória de nulidade – ação para fins de discutir a nulidade do contrato – pode ser proposta por qualquer interessado ou pelo MP, a sentença é declaratória e a demanda é imprescritível, possui efeito ex tunc.
NEGÓCIO JURÍDICO ANULÁVEL – Nulidade relativa
Art. 171
Celebrados com relativamente incapazes – art. 4°
Celebrado com erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude contra credores.
Outros casos previstos em lei – exemplo art. 496.
CARACTERÍSTICAS DO NEGÓCIO JURÍDICO ANULÁVEL:
Ofende interesse privado
Pode ser convalidado ou confirmado pelas partes
Torna-se válido com o decurso do tempo
O juiz não pode conhecer de ofício
Ação anulatória – pode ser proposta pelas partes envolvidas, a sentença é constitutiva negativa ou também chamada de desconstitutiva, o efeito é ex nunc.
A ação tem prazo de 04 anos para ser ajuizada, é prazo decadencial. 
Prazo para ação anulatória – art. 171 
Negócios celebrados com relativamente incapazes – art. 4
Negócios celebrados mediante erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude contra credores.
04 anos – art. 178 – prazo decadencial 
Se a parte não requerer a anulação neste prazo, perderá o direito de anular. Neste caso, o negócio passa a ser válido.
A contagem do prazo ocorre de duas formas:
Da data da celebração do negócio jurídico em caso de dolo, perigo, lesão, fraude contra credores;
Do momento em que cessar a coação, a incapacidade relativa.
OBS: Quando a lei dispuser que um ato é anulável e não estabelecer prazo para ação anulatória, deve-se aplicar o prazo de 02 anos.
Exemplo: Art. 496.
SIMULAÇÃO – art. 167
É um vício social que gera negócio jurídico nulo!
Na simulação celebra-se um negócio jurídico aparentemente normal, mas, na verdade, estão as partes fraudando a lei ou enganando um terceiro.
A simulação é sempre bilateral, pois existem duas pessoas em conluio para fraudar a lei ou enganar um terceiro.
Exemplo: negócio jurídico simulado (contrato de compra e venda feito para ocultar doação de um carro), negócio dissimulado (doação do carro). A compra e venda é nula, mas o ato dissimulado pode ser conservado, se previsto em lei.
OBS: Negócio jurídico simulado é o formalmente celebrado – SEMPRE NULO!
Negócio jurídico dissimulado é o que foi acobertado pelo simulado – PODE SER VÁLIDO;
ERRO
Também chamado pelo código de ignorância 
É caso de anulabilidade
Art. 138 – 144
Falsa percepção da realidade, sem interferência de alguém, ou seja, a pessoa engana-se sozinha.
Para que o erro invalide o NJ, ele deve ser essencial ou substancial, ou seja, um erro que recai sobre as circunstâncias e aspectos relevantes. Só houve o negócio porque estava em erro, pois se não estivesse, não celebraria o negócio.
Erro acidental: não é causa determinante, possui pouca relevância. Não invalida. Só induz perdas e danos.
Exemplo: até compraria, mas não por aquele preço.
A parte contrária deve saber do erro?
Existem duas posições.
Sim. Se souber, é dolo.
Não, a parte contrária não precisa saber.
IMPORTANTE: 
Falso motivo: art. 140
Podem ser anulados se no NJ for expressa a causa.
Mensagem truncada: art. 141
DOLO – art. 145 a 150
É o artifício ou expediente astucioso empregado para conduzir alguém à prática de um ato que o prejudique e aproveite ao autor do dolo ou um terceiro.
Alguém é enganado por outrem.
DOLO PRINCIPAL: art. 145
Causa determinante
Anulável
O NJ só teria sido celebrado se soubesse a verdade.
DOLO ACIDENTAL: art. 146
Não é causa determinante
Não anulável
Gera perdas e danos
ATENÇÃO:
Dolo bilateral: Ambos se enganam, mutuamente. 
Art. 150.
Não anula nada!
Dolo de terceiro: Terceiro, alheio ao negócio jurídico, prejudicando alguém. 
Art. 148.
Se o beneficiado SABIA do dolo ou DEVERIA SABER: anula NJ
Se o beneficiado NÃO SABIA do dolo: não anula NJ – mas quem agiu com dolo vai indenizar com perdas e danos quem teve o prejuízo.
Dolo do representante – art. 149
Representante convencional – casos de procuração, acordo entre as partes para representar – representante age com dolo 
Neste caso, o representado responde solidariamente por perdas e danos.
OBS: Solidariedade NUNCA se presume, decorre dalei ou da vontade das partes!
Representante legal – casos de incapacidade – representante legal age com dolo
Neste caso, o representado responde apenas no limite do proveito que teve.
COAÇÃO – art. 151 a 155
É uma ameaça ou pressão injusta exercida sobre um sujeito, capaz de induzir o sujeito a praticar um ato, por medo, por receio.
Ameaça ou pressão injusta exercida sobre um sujeito para força-lo, contra sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio.
OBS: Temor reverencial, exercício regular do direito não são considerados coação.
Prazo para ação anulatória: 04 anos
Prazo se inicia da data do término da coação.
COAÇÃO ABSOLUTA OU COAÇÃO FÍSICA OU VIS ABSOLUTA: violência física
Negócio jurídico é INEXISTENTE, pois não há vontade.
COAÇÃO RELATIVA OU COAÇÃO MORAL OU VIS COMPULSIVA: violência psicológica
Negócio jurídico é ANULÁVEL. Gera anulabilidade. Deve ser um fundado temor, que cause dano considerável e iminente.
Art. 151 e 152
A coação pode ter incidência na própria pessoa, na família desta, nos bens ou pessoas fora da família (neste último caso, o juiz analisa se havia fundamento na coação).
Coação principal – causa determinante. É o que causa a anulabilidade.
Coação acidental – não é causa determinante. Influi apenas nas condições, nos anexos do NJ. Gera a possibilidade de buscar perdas e danos, mas NÃO anula.
A coação pode ser exercida por terceiro, mas a favor de alguém. Se esse alguém favorecido tem ciência, ANULA – art. 154
Se o beneficiado NÃO TEM CIÊNCIA, há chance de busca de reparação por perdas e danos – art. 155 o autor da coação responde por perdas e danos.
ESTADO DE PERIGO art 156
Obrigação excessivamente onerosa
Pagando algo excessivo para salvamento: a si próprio, familiar ou membro de fora da família (juiz analisará o caso concreto para verificar se o estado de perigo se aplica)
Há dolo de aproveitamento, pois quem cobra excessivamente tem conhecimento do estado de perigo.
Exemplos: 
Seu filho precisa de oxigênio que custa R$100,00 e você acaba tendo que pagar R$5.000,00 pois o vendedor sabia do seu desespero e se aproveitou da situação.
Hospital pede cheque de caução para atender uma situação de urgência e emergência, e a pessoa, no desespero, paga os cheques.
LESÃO art 157
Prestação manifestamente desproporcional
Pagando algo excessivo por qualquer necessidade que não seja o salvamento ou por inexperiência
Uma pessoa se aproveita da inexperiência, falta de conhecimento ou da necessidade do outro para obter vantagem, “se dar bem”. Não necessita de dolo de aproveitamento, pois quem cobra excessivamente não necessariamente precisa saber da necessidade ou inexperiência do outro.
Exemplo:
Houve uma enchente e, o dono de uma embarcação começa a cobrar um valor absurdo para fazer o transporte das pessoas de um local para outro. Lembrar: NÃO há risco de vista neste caso.
Art. 157 §2 – Atenção – aplica-se à lesão e ao estado de perigo por analogia.
FRAUDE CONTRA CREDORES – art. 158 – 165
Chamada de Fraude Pauliana – É um vício social do negócio jurídico
Quando há uma relação obrigacional (relação entre credor e devedor) há um vínculo obrigacional, de prestação, que envolve obrigação de dar, fazer ou não fazer.
Nesta situação, o devedor deixa de cumprir a obrigação. Para não perder os bens em execução por ação judicial, se desfaz destes, transferindo para outra pessoa.
A fraude contra credores ocorre quando o devedor aliena (ou de forma onerosa - venda ou de forma gratuita - doação) seus bens para fraudar o credor.
Frauda o credor transferindo seus bens para terceiros a ponto de, quando houver eventual penhora em futuro processo, esta reste infrutuosa, inútil.
Com a transferência, o devedor não terá bens para pagar a dívida, sendo considerado INSOLVENTE.
O credor, tendo ciência de uma fraude, deve agir, ajuizando ação anulatória.
Exemplo: Roberta celebrou um contrato de mútuo com Raquel. Roberta emprestou R$50.000,00 com pagamento para 10/02/2021. 
Roberta é credora e Raquel é devedora. O vínculo formado é pela obrigação de pagar quantia.
Raquel, visando não pagar, transfere seus bens para um terceiro. Roberta, credora, deve entrar com ação contra Raquel, devedora, e o terceiro que adquiriu os bens de Raquel.
A ação: ação anulatória (também chamada de Ação Pauliana ou ação revocatória)
Raquel, na ação, pede a anulação do negócio jurídico (doação ou venda) entre Raquel e o terceiro, solicitando a procedência do pedido.
Para conseguir a procedência, Raquel deve demonstrar requisitos:
Requisito subjetivo – consilium fraudis – conluio fraudulento: deve provar que o devedor e o terceiro estavam em conluio para fraudar o credor. Necessária na transferência onerosa.
OBS: QUANDO HÁ UMA TRANSFERÊNCIA GRATUITA (DOAÇÃO), O REQUISITO SUBJETIVO É PRESUMIDO. 
STJ, em 2018, determina a possibilidade de apenas ser demonstrada scientia fraudis, ou seja, demonstrar que o terceiro adquirente estava ciente de que o devedor estava tentando fraudar o credor.
Requisito objetivo – eventus damni – dano (devedor não ter bens para pagar a dívida)
Sendo a ação Pauliana procedente, os bens transferidos podem ser penhorados.
FRAUDE À EXECUÇÃO – relevante para o Processo Civil
Discutida no próprio processo em andamento
Semelhante a fraude contra credores, porém, a transferência dos bens ocorre após a ciência, por citação, por parte do devedor, de ação de cobrança.
OBS: Se a alienação ocorre antes da ação de cobrança: FRAUDE CONTRA CREDORES – ajuíza-se ação Pauliana
Se a alienação ocorre depois da ação de cobrança, com o processo em andamento: FRAUDE À EXECUÇÃO – considerado ato atentatório contra a dignidade da Justiça.
STJ determina que não se trata apenas do processo estar em andamento, mas sim de que o devedor tenha ciência de que existe um processo contra ele. O ato processual pelo qual o devedor tem ciência da ação é a CITAÇÃO.
OBS: AÇÃO PAULIANA DE UM CREDOR NÃO BENEFICIA OUTROS CREDORES!!!
CADA CREDOR DEVE AJUIZAR UMA AÇÃO PAULIANA PARA SUA RELAÇÃO OBRIGACIONAL.
Credor x devedor + adquirente (litisconsórcio passivo necessário)
PLANO DA EFICÁCIA
Elementos relacionados com a suspensão e resolução de direitos e deveres das partes envolvidas;
Efeitos gerados pelo negócio em relação às partes e em relação a terceiros, ou seja, as suas consequências jurídicas e práticas.
São os seguintes elementos:
Condição (evento futuro e incerto);
Termo (evento futuro e certo);
Encargo ou modo (ônus introduzido em ato de liberalidade);
Regras relativas ao inadimplemento do negócio jurídico (resolução). Juros, cláusula penal (multa) e perdas e danos;
Direito à extinção do negócio jurídico (resilição);
Regime de bens do negócio jurídico casamento;
Registro imobiliário.
Importante: art. 2.035!
Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução.
Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos.
ELEMENTOS ACIDENTAIS DO NEGÓCIO JURÍDICO – CONDIÇÃO, TERMO E ENCARGO 
São aqueles que as partes podem adicionar em seus negócios para modificar uma ou algumas de suas consequências naturais.
Sua presença pode gerar a nulidade do negócio, situando-se no plano da validade.
São elementos acidentais do negócio jurídico a condição, o termo e o encargo ou modo.
Art. 121 a 137
CONDIÇÃO
Derivando exclusivamente da vontade das partes, faz o mesmo depender de um evento futuro e incerto (art. 121 do CC).
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Condições subclassificam-se em:
Condições lícitas: são aquelas que estão de acordo com o ordenamento jurídico,nos termos do art. 122 do CC, por não contrariarem a lei, a ordem pública ou os bons costumes.
Condições ilícitas: – são aquelas que contrariam a lei, a ordem pública ou os bons costumes; gerando a nulidade do negócio jurídico a ela relacionado.
Condições possíveis: são aquelas que podem ser cumpridas, física e juridicamente, não influindo na validade do negócio.
Condições impossíveis: são aquelas que não podem ser cumpridas, por uma razão natural ou jurídica, influindo na validade do ato e gerando a sua nulidade absoluta, nos termos do que prevê a lei.
Condições causais ou casuais: são aquelas que têm origem em eventos naturais, em fatos jurídicos stricto sensu.
Condições potestativas: são aquelas que dependem do elemento volitivo, da vontade humana.
Subdivide-se em:
Condições simplesmente ou meramente potestativas: dependem das vontades intercaladas de duas pessoas, sendo totalmente lícitas.
Condições puramente potestativas: – dependem de uma vontade unilateral, sujeitando-se ao puro arbítrio de uma das partes (art. 122 do CC, parte final). São ilícitas, segundo esse mesmo dispositivo.
Condições mistas: são aquelas que dependem, ao mesmo tempo, de um ato volitivo, somado a um evento natural.
Condições suspensivas: são aquelas que, enquanto não se verificarem, impedem que o negócio jurídico gere efeitos (art. 125 do CC). De acordo com o art. 126 do CC, se alguém dispuser de alguma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas últimas não terão valor, caso ocorra o implemento do evento futuro e incerto, sendo a condição incompatível com essas novas disposições.
Como demonstrado, as condições suspensivas física ou juridicamente impossíveis geram a nulidade absoluta do negócio jurídico (art. 123, I, do CC).
Condições resolutivas: são aquelas que, enquanto não se verificarem, não trazem qualquer consequência para o negócio jurídico, vigorando o mesmo, cabendo inclusive o exercício de direitos dele decorrentes (art. 127 do CC).
Por outro lado, sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, os direitos que a ela se opõem, segundo art. 128 do CC. Segundo o mesmo dispositivo, se a condição resolutiva for aposta em um negócio de execução periódica ou continuada, a sua realização não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente, respeitada a boa-fé. Isso salvo previsão em contrário no instrumento negocial.
IMPORTANTES: Art. 129 e 130 CC
Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento.
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.
TERMO
É o elemento do negócio jurídico que faz com que a eficácia desse negócio fique subordinada à ocorrência de evento futuro e certo.
Termo inicial: quando se tem o início dos efeitos negociais
Termo final: com eficácia resolutiva e que põe fim às consequências derivadas do negócio jurídico.
Prazo é o lapso temporal que se tem entre o termo inicial e o termo final.
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito, o que diferencia o instituto em relação à condição suspensiva.
	Condição Suspensiva
	- Suspende o exercício e a aquisição do direito;
- Subordina a eficácia do negócio a evento futuro e incerto
	Ambos permitem a prática de atos de conservação do direito.
	Termo inicial (ou suspensivo)
	- Suspende o exercício, mas não a aquisição do direito;
- Subordina a eficácia do negócio a evento futuro e certo
	
Especificamente para os testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esse, se do teor do instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os contratantes. Essa é a regra constante do art. 133 do CC
Conforme o art. 135 do CC, ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à condição suspensiva e resolutiva, respectivamente. Desse modo, quanto às regras, o termo inicial é similar à condição suspensiva; o termo final à condição resolutiva.
Os termos podem ser classificados em:
Termo legal: é o fixado pela norma jurídica.
Exemplo: termo inicial para atuação de um inventariante (mandado judicial) ocorre quando assume esse compromisso.
Termo convencional: é o fixado pelas partes.
Exemplo: Termo inicial e final de um contrato de locação.
Termo certo ou determinado: sabe-se que o evento ocorrerá e quando ocorrerá. 
Exemplo: o fim de um contrato de locação celebrado por tempo determinado.
Termo incerto e indeterminado: sabe-se que o evento ocorrerá, mas não se sabe quando. Exemplo: a morte de uma determinada pessoa
ENCARGO OU MODO
traz um ônus relacionado com uma liberalidade. Geralmente, tem-se o encargo na doação, testamento e legado.
O negócio gratuito ou benévolo vem assim acompanhado de um ônus, um fardo, um encargo.
Exemplo que pode ser dado ocorre quando a pessoa doa um terreno a outrem para que o donatário construa em parte dele um asilo. O encargo é usualmente identificado pelas conjunções para que e com o fim de.
Doação modal: art. 540 - somente haverá liberalidade na parte que exceder o encargo imposto. Não sendo executado o encargo, caberá revogação da doação, forma de resilição unilateral que gera a extinção contratual (arts. 555 a 564).
De acordo com o art. 136 do atual CC, “o encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.” Desse modo, no exemplo apontado, o donatário já recebe o terreno. Caso não seja feita a construção em prazo fixado pelo doador, caberá revogação do contrato.
Em regra, o encargo diferencia-se da condição suspensiva justamente porque não suspende a aquisição nem o exercício do direito, o que ocorre no negócio jurídico se a última estiver presente.
	CONDIÇÃO 
	TERMO
	ENCARGO OU MODO
	Negócio dependente de evento futuro + incerto
	Negócio dependente de evento futuro + certo
	Liberalidade + ônus
	Identificado pelas conjunções “se” ou “enquanto”
	Identificado pela conjunção “quando”
	Identificado pelas conjunções “para que” e “como fim de”
	Suspende (condição suspensiva) ou resolve (condição resolutiva) os efeitos do negócio jurídico
	Suspende (termo inicial) ou resolve (termo final) os efeitos do negócio jurídico
	Não suspende nem resolve a eficácia do negócio. Não cumprido o encargo, cabe revogação da liberalidade.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
PRESCRIÇÃO -> P -> Perda da Pretensão – art. 189 a 206
Prazo que o credor tem para cobrar o devedor – tem a ver com direito subjetivo de crédito
TODO prazo prescricional é previsto em lei, e é contado em anos.
Art. 205 
Art. 206 
Quando NÃO é previsto no 206, o prazo prescricional é o de 10 anos do art. 205
Pretensão é a intenção de ajuizar uma demanda, ver seu direito satisfeito judicialmente. A prescrição causa a perda da pretensão, ou seja, não se perde o direito. Sendo assim, a dívida não pode mais ser cobrada, mas segue existindo. O devedor pode, espontaneamente, pagar a dívida, só não pode mais ser cobrado por ela.
OBS: Devedor que paga dívida prescrita não pode pedir de volta o que pagou, porque a dívida existe, passando a ser uma obrigação natural após a prescrição.
Na prescrição:
Os prazos não podem ser alterados pelas partes;
Pode ser alegada em qualquer tempo dentro do processo;
Pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, de acordo com o CPC/2015;
Prazo prescricional pode sofrer renúncia: o devedor pode renunciar a prescrição, após o término do prazo prescricional. Essa renúncia pode ser tácita ou expressa.
Art. 197, 198 e 199 Causas que impedem ou suspendemo prazo prescricional
· Impedem – o prazo nem começa a contar
· Suspende – o prazo começou e parou
Art. 202, 203 e 204 Causas que interrompem 
· Zera o prazo prescricional, o que ocorre apenas UMA única vez.
DECADÊNCIA -> D -> Perda do Direito – art. 207 – 211
Direito potestativo;
Prazos podem ser previstos em dias, meses ou anos.
Prazos podem ser previstos em lei – decadência legal – NÃO pode ser alterados pelas partes e pode ser alegada em qualquer tempo.
OBS: NULA É A RENÚNCIA À DECADÊNCIA LEGAL
Prazos podem ser convencionados entre as partes – decadência convencional
CABE RENÚNCIA À DECADÊNCIA CONVENCIONAL
Art. 208 Não se aplicam a decadência as causas de impedimento, suspensão e impedimento.
À DECADÊNCIA, APLICAM-SE AS REGRAS DO ART 195 E ART 198, I 
Dica: Procure identificar a contagem de prazos. Se a contagem for em dias, meses ou ano e dia, o prazo é decadencial. Se o prazo for em anos, poderá ser o prazo de prescrição ou de decadência. Premissa 2 – Aplicável quando se tem prazo em anos. Procure identificar a localização do prazo no Código Civil. Se o prazo em anos estiver previsto no art. 206 será de prescrição, se estiver fora do art. 206 será de decadência. Premissa 3 – Aplicável quando se tem prazo em anos e a questão não mencionou em qual artigo o mesmo está localizado. Utilizar os critérios apontados por Agnelo Amorim Filho: se a ação correspondente for condenatória, o prazo é prescricional. Se a ação for constitutiva positiva ou negativa, o prazo é decadencial.
Importante:
SÚMULA 278 STJ: teoria da actio nata, pela qual o prazo deve ter início a partir do conhecimento da violação ou lesão ao direito subjetivo.
De acordo com o art. 191 do atual Código, é admitida a renúncia à prescrição por parte daquele que dela se beneficia, ou seja, o devedor.
Como é notório, os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes, outra inovação que consta do art. 192 do CC.
Dispõe o art. 193 da codificação atual que a prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita (o devedor ou qualquer interessado). Ilustrando, a prescrição pode ser alegada em sede de apelação, ainda que não alegada em contestação, conforme já se pronunciou o Superior Tribunal de Justiça.

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