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SERVIÇO SOCIAL SYLVIA GOMES DOS SANTOS BARBOZA A SOCIEDADE UNIVERSITÁRIA UNIREDENTOR S.A EM SEUS DESAFIOS E LIMITES NO ATENDIMENTO DE PORTADORES DO ESPECTRO AUTISTA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO CAMPO DE ESTÁGIO Itaperuna 2020 1 SYLVIA GOMES DOS SANTOS BARBOZA A SOCIEDADE UNIVERSITÁRIA UNIREDENTOR S.A EM SEUS DESAFIOS E LIMITES NO ATENDIMENTO DE PORTADORES DO ESPECTRO AUTISTA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO CAMPO DE ESTÁGIO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social ao Centro Universitário Redentor. Orientador: Maria Luiza Lacerda Carvalhido Coorientadora: Thiara Mourão Fernandes da Costa Itaperuna 2020 FOLHA DE APROVAÇÃO Autor (a) (es): SYLVIA GOMES DOS SANTOS BARBOZA Título: A SOCIEDADE UNIVERSITÁRIA UNIREDENTOR S.A EM ITAPERUNA/RJ EM SEUS DESAFIOS E LIMITES NO ATENDIMENTO DE PORTADORES DO ESPECTRO AUTISTA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO CAMPO DE ESTÁGIO Natureza: Trabalho de Conclusão de Curso Objetivo: Título de Bacharel em Serviço Social Instituição: Centro Universitário Redentor Área de Concentração: Serviço Social no Âmbito do Autismo e os Direitos Sócios Jurídicos. Aprovada em:____/_____/______ Banca Examinadora: ___________________________________________ Profª Maria Luiza Lacerda Carvalhido (Orientadora) Doutoranda e Mestre em Sociologia Política pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF Instituição: Centro Universitário Redentor ___________________________________________ Profª. Ariana Costa Pascoal Especialista em Docência do Ensino Superior Instituição: Centro Universitário Redentor ____________________________________________ Profª. Gutielle Carvalhal Botelho Bustilho Faria Mestre em Políticas Sociais Instituição: Centro Universitário Redentor 8 SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT 1 INTRODUÇÃO...............................................................................................15 1.1 Objetivos.................................................................................................17 1.2 Metodologia ...........................................................................................17 1.3 Justificativa ...........................................................................................18 1.4 Hipóteses ...............................................................................................19 1.5 Problemática ..........................................................................................19 2 O ESPECTRO AUTISTA NO CONTEXTO BRASILEIRO E O ORDENADO JURÍDICO.................................................................................................................20 2.1 A Evolução dos estudos e o conhecimento sobre o espectro autista no Brasil .................................................................................................20 2.2 A composição jurídica brasileira que ampara o portador do Espectro Autista ....................................................................................................26 3 O ATENDIMENTO AOS PORTADORES DO ESPECTRO AUTISTA NA SOCIEDADDE UNIVERSITÁRIA REDENTOR CLINICA ESCOLA EM ITAPERUNA/RJ ...............................................................................................33 3.1 Conhecendo a Clínica Escola .............................................................33 3.2 Relato de Experiência de Campo de Estágio e a Aplicação de um Projeto de Intervenção..........................................................................40 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................47 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................46 6 ANEXO .........................................................................................................50 7 APÊNDICE ....................................................................................................51 9 LISTA DE ABREVIATURAS ABRA – Associação Brasileira de Autismo ABRAÇA – Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas com Autismo AMA-SP – Associação de Amigos do Autista BPC – Benefício de Prestação Continuada CAPS – Centro de Atenção Psicossocial CAPSi – Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil CID- 10 – Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde CF/1988 – Constituição Federal de 1988. CNSM – Conferência Nacional de Saúde Mental DSM-5 – Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais ou Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais ECA – Estatuto da Criança e Adolescente. EUA – Estados Unidos da América ONU – Organização das Nações Unidas. SUS – Sistema Único de Saúde TEA – Transtorno do Espectro Autista TGD – Transtornos Globais de Desenvolvimento 10 Dedicatória Dedico este trabalho primeiramente a OLORUM (Deus) por ser essencial em minha vida e por me ensinar a andar com muita fé nesse frio chão, ao meu Pai OXALÁ (Jesus Cristo) por todas as vezes que me soprou ao pé do ouvido “que o mundo é grande e caminha extensa, mas que nada que uma pitada de fé não resolva”. Ao meu Padrinho Espiritual Pai Joaquim da Angola, por todas as vezes que me deite em seu colo aos prantos pensando em numeras vezes desistir até mesmo de viver e ele sempre com amor e carinho me ouviu e aconselhou obrigada padrinho, este trabalho é totalmente fruto de cada ensinamento que o senhor me passou nas madrugadas em que chamava pelo senhor aos prantos no meu quarto. Dedico também, parte desse momento há todos os Guias e Orixás por estarem sempre me segurando pelas mãos e me apoiando em todas as minhas decisões, ao Centro Espírita São Sebastião, por manter suas portas abertas para que esses Guias de Luz possam trazer palavras de Luz, Amor, Fé e Renovação todas as noites em que este terreiro está em festa. A minha mãe Marilane Gomes dos Santos por sempre estar ao meu lado me incentivando a ser cada dia que passa uma pessoa melhor, a essa “Sargenta” que brilhantemente Oxalá escolheu para ser minha raiz no plano terreno e que nunca me deixou esquecer meu potencial e principalmente do significado da palavra FÉ, obrigada mãe por tudo o que fez no passado e vem feito no presente. Eu te amo. Jamais poderia encerras meus agradecimentos sem citar quatro grandes mulheres que Oxalá enviou para minha vida nos momentos mais difíceis que vivi a Professora Ariana Costa Pascoal que sempre me ensinou que “no grito não ganhamos nada” e por simplesmente me acolher e me abraçar no momento tão delicado da minha vida! Obrigada, Professora Ariana por cada palavra de consolo e carinho, jamais me esquecerei disso. A professora Fernanda Lopes que por motivos particulares não é minha professora no campo universitário, mas que continua sendo minha professora fora da universidade. Para você minha eterna gratidão, amor, carinho e respeito pois, dificilmente ouvi de você um “você não é capaz”, pelo contrário, sempre me disse que “, o mundo é lindo e que muitas pessoas precisam de mim ao lado delas, que confia e acredita no meu potencial”, este projeto de conclusão de curso foi construído por meio das sementinhas que plantou indiretamente no meu jardim de fé, todas as vezes em que lhe procurei pedindo ajuda. 11 A minha Supervisora de Campo de Estágio, Mariana Defáveri por não ter virado as costas para mim e ter desistido de me segurarpelas mãos num momento tão impactante em que vivemos num primeiro contato e aos poucos me transformar na mulher que sou hoje. Peço a Deus todas as noites que me permita ser apenas 1% da profissional que você é! Carregarei todos os seus ensinamentos por onde eu passar e em cada fala minha você será lembrada. Obrigada por não ter desistido de mim! Não posso encerrar meus agradecimentos sem citar essa mulher e profissional extraordinária que é a minha orientadora de TCC a professora Maria Luiza Carvalhido, meu muito obrigada por ter aceito meu convite de orientação e por nunca ter deixado eu abandonar o barco, mesmo quando a tempestade foi maior que minha vontade de nadar. Jamais irei esquecer as palavras de apoio e incentivos que me passou nas madrugadas acordadas na elaboração do meu TCC I, só eu sei o quanto foi sofrido e doido, mas você jamais me deixou sozinha. Que fique aqui registrado o meu MUITO OBRIGADA! E por último, mas não menos importante dedico ao melhor presente de Oxalá que eu pude receber no ano de 2018, quando retorno para Itaperuna/RJ deixando meus sonhos para trás e tendo que recomeçar uma parte da minha história que para mim já estava encerrada, foi neste momento de maior tristeza e frustração que essas pessoinhas entraram na minha vida para mostras, que podemos sim voltar atrás quantas vezes for necessário, pois só assim conseguiremos retornar com mais força e coragem. A vocês Ana Carolina Tavares e Eliza Mariana, Obrigada meninas por sempre me mostrarem que por pior que esteja “tudo pode piorar”, além de amigas de sala, hoje tenho vocês como amigas de vida! Sem vocês essa minha reta final não seria concluída, a vocês dedico todo amor que carrego no coração minhas meninas. Ou seja, por pior que esteja neste momento e por mais que realmente possa piorar o importante é não desistir e jamais deixar de sonhar. Que fique registado aqui também o meu muito obrigado a essas pessoas tão importantes e incentivadoras da minha vida que são minhas primas (Maria Clara e Maria Eduarda) por sempre terem ficado ao meu lado nos momentos mais críticos, sem você minha vida não teria luz e muito menos alegrias, minha base familiar são vocês duas minhas amadas e queridas primas que para mim são como irmãs, as amo muito pequenas. E a você também Luiz Felipe por mesmo com todos os motivos em questão você jamais saiu do meu lado, esteve presente nos meus piores momentos e nas 12 minhas maiores perdas. Jamais irei esquecer o quão importante você é em minha vida, te amarei para a eternidade Meu VIDA! Obrigada a todos que contribuíram por este momento único! Amo há todos! 13 RESUMO O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é definido como uma desorganização que ocorrente no neurodesenvolvimento, causando assim um déficit na comunicação social e em padrões repetitivos do comportamento. Devido este déficit a pessoa que apresenta sinais de desordem no comportamento normalmente necessita de uma atenção mais especifica composta por uma equipe interdisciplinar, pois a mesma vai afetar seu desenvolvimento na sua totalidade. Diante este cuidado especifico a Constituição Federal de 1988 assegura ações, projetos e leis que estabelecem uma linha de cuidados e diretrizes de reabilitação na rede pública e privada de saúde. O trabalho foi desenvolvido através de uma revisão bibliográfica por meios dos canais virtuais, revistas e livros específicos que tratam especificamente do autismo e as leis que os amparam, bem como do relato de experiência de campo de estágio. A necessidade de falar sobre o tema partiu da observação participativa ocorrida no campo de estágio junto a Clínica Universitária CACI onde foi notado que a falta de conhecimentos dos pais e/ou responsáveis das crianças em tratamentos terapêuticos na Clínica gerava um desconforto e principalmente um preconceito familiar e social. Palavras-chave: Serviço Social, Direitos, Transtorno do Espectro Autista. 14 ABSTRACT Autistic Spectrum Disorder (ASD) is defined as a disorganization that occurs in neurodevelopment, thus causing a deficit in social communication and repetitive patterns of behavior. Due to this deficit, the person who shows signs of disorder in behavior usually needs a more specific attention composed by an interdisciplinary team, as it will affect their development in its entirety. In view of this specific care, the 1988 Federal Constitution ensures actions, projects and laws that establish a line of care and rehabilitation guidelines in the public and private health system. The work was developed through a bibliographic review by means of virtual channels, magazines and specific books that deal specifically with autism and the laws that support them, as well as the report of experience of internship field. The need to talk about the topic came from the participatory observation that took place in the internship field at the Clínica Universitária CACI where it was noted that the lack of knowledge of parents and / or guardians of children in therapeutic treatments at the Clinic generated discomfort and especially family prejudice. and social. Keywords: Social Work, Rights and Autism Spectrum Disorder. 15 1 INTRODUÇÃO No ano de 2018 a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11) o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA – código 6A02) passa a ser reconhecido em apenas um diagnóstico, ao inverso do CID-R10 em que apresentava ele em variáveis diagnósticos dentro dos Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) e sucessivamente como: Autismo Infantil , Autismo Atípico, Síndrome de Rett, Transtorno de Desintegrativo da Infância, Transtorno com Hipercinética Associada a Retardo Metal e Movimentos Estereotipado e Síndrome de Asperger entres outros TGD sem especificações. A finalidade se encontra na facilitação e simplificação da encriptação na atenção dos serviços de saúde (BRASIL, 2018). Vale ressaltar que independentemente de a pessoa ser diagnosticada ou não com o TEA, a mesma é um cidadão comum e possuidor dos direitos sociais previstos no artigo 6º da Constituição Federal de 1988 (CF/88) a saber: “educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados” de forma igualitária aos demais membros da sociedade (BRASIL, 1988). Nos últimos anos, muitos foram os avanços no campo dos direitos das pessoas com deficiência, sobretudo às pessoas com Transtorno do Espectro do Autista (TEA). Com a instituição da Lei nº 12.764 em 2012, indivíduos com transtorno do espectro do autista passaram ser considerados pessoas com deficiência, para todos os efeitos legais, o que confere o direito ao acesso às políticas e benefícios, inclusive o acesso à saúde. Segundo o artigo 196 da Constituição Federal de 1988, a saúde é um direito de todos e um dever que cabe ao Estado, e este tem que garantir as políticas sociais e econômicas que visem os serviços voltados para a sua promoção, proteção e recuperação de todos os cidadãos que dela precisar (BRASIL, 1988). Distingue-se como Transtorno toda e qualquer alteração do estado normal de saúde, que pode vir ocasionar desconfortos no assistido. Os transtornos são atuantes na esfera da saúde mental que virá a afetar suas atividades decorrentes do dia a dia e de sua personalidade, gerando desta forma sofrimentos e preconceitos. 16 O termo Transtorno é muito utilizado nas áreas Psicossomática e Psicoterapêutica. Já a noção de Deficiência é dada por meios das manifestações apresentadas logo na primeira infância e estão associadas a uma média inferior do funcionamento intelectual em duas ou mais esferas de habilidadesadaptativas “tais como comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, utilização de recursos da comunidade, saúde e segurança, habilidades acadêmicas, lazer e trabalho” (BRASIL, 2004). Dentro do contexto legal supracitado, é importante mencionar que, na época em que as leis foram estabelecidas, o autismo ainda não era considerado uma deficiência clara, pois indivíduos do espectro não demostravam deficiência intelectual e/ou física como comorbidades. Isto gerou uma grande barreira para os portadores quanto aos acessos e serviços. No ano de 2011, com o decreto n. 7.612 de 17 de novembro, institui-se o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que traz como objetivo propor a unificação de variadas políticas e programas para pessoas com deficiência, possuindo, assim, diretrizes que vão garantir ações inclusivas como: a acessibilidade; a melhoria do acesso a serviços de intervenção e reabilitação; acesso à educação, entre outras (BRASIL, 2011). O TEA passou a ser reconhecido como uma deficiência em com a Política Nacional dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo, onde o objetivo principal é trabalhar com as diretrizes pautadas na intersetorialidade das políticas e ações de atendimentos, nas consultas da comunidade e na atenção integral. Esta atenção engloba ações que vai deste o diagnóstico até as os métodos de intervenção (habilitação/reabilitação) (BRASIL, 2013). Para fornecer uma visão global da discussão proposta nesse trabalho, no primeiro capítulo relatarei sobre o Espectro Autista no contexto brasileiro e o ordenamento jurídico, onde dissertarei sobre a evolução dos estudos e conhecimentos sobre do TEA no Brasil e a composição jurídica brasileira que ampara o portador do TEA. Adentrando ao segundo capitulo dissertarei sobre o atendimento aos portadores do Espectro junto a Sociedade Universitária Redentor S.A, onde apresentarei a história de construção da Sociedade Universitária por meio de um relato de experiência de campo de estágio e finalizarei meu trabalho de conclusão de curso apresentando o projeto de intervenção. 17 1.1OBJETIVOS O presente trabalho tem por objetivo geral compreender a importância da Sociedade Universitária Redentor S.A em Itaperuna/RJ no atendimento e garantia dos direitos dos portadores do Espectro Autista a partir de seus desafios e limites e, por objetivos específicos apresentar a evolução histórica acerca da compreensão do autismo, compreender o ordenamento jurídico brasileiro em relação aos direitos dos portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA), discutir sobre a importância da família para os portadores do TEA e apresentar a importância do Serviço Social no atendimento aos portadores do TEA. 1.2 METODOLOGIA Como base metodologia para a construção desta monografia será utilizada uma revisão bibliográfica através de materiais eletrônicos, livros, artigos, revistas científicas, teses, dissertações, monografias e etc., a revisão bibliográfica é o elemento imprescindível no direcionamento efetivo de um problema de pesquisa (MAZZOTTI, 2012). Será utilizado ainda um relato de experiência oriundo das atividades realizadas junto ao campo de estágio da autora. Esse relato traz como objetivo a descrição do funcionamento da Sociedade Universitária pelo víeis de um olhar particularizado e crítico de uma estagiaria do Curso de Serviço Social do Centro Universitário UniRedentor, campus de Itaperuna – RJ. O mesmo parte de uma observação participante, onde além de observar foi possível atuar junto à supervisora de campo em alguns atendimentos. A observação participante é entendida e aplicada pelos pesquisadores de várias formas, e seu objetivo é fazer com que o pesquisador desenvolva um convívio regado de confianças, oportuno aos "os bastidores das realidades de sua experiência, que geralmente são escondidos de estranhos” (PATERSON et al, 2003). A observação participante proporciona a percepção e aquisição de informações eventualmente não compreendido por meio de outros métodos, exige do pesquisador uma postura rígida e sistemática que seja capaz de descrever de forma cientifica os contextos sociais e sua influência diante as relações humanas em que está observando, deixando suas crenças e “achados” de lado (CANO & SAMPAIO, 2007). 18 1.3 JUSTIFICATIVA Falar sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é muito relevante na atual sociedade, uma vez que o autismo ainda é um tabu até mesmo para os próprios familiares de quem possui o TEA. A partir das experiências vivenciadas no campo de estágio na Sociedade Universitária, foi possível notar que muitos pais, mesmo com o apoio e atenção voltados especialmente para eles dentro dessa instituição, ainda não conheciam os direitos de seus filhos e deles mesmos. Juntamente com essa constatação e com as discussões em sala de aula, na disciplina de Projeto Integrador VI com a turma do 6º período do Curso de Serviço Social do Centro Universitário UniRedentor/Afya do campus de Itaperuna/RJ, foi realizado um projeto onde, de fato, foi possível interagir com esses pais que possuem seus filhos inseridos nas atividades da Sociedade Universitária. E foi por meio deste projeto fomentado no ano de 2019 que me salientou o questionamento sobre a importância da Sociedade Universitária Redentor para essa população, bem como seus limites e desafios. Ademais, o autismo ainda é um campo de estudo pouco explorado pelo o mundo acadêmico do Serviço Social o que ocasiona um déficit de informações, principalmente sobre as questões ligadas aos direitos. No que se refere aos direitos da criança ou adolescente com autismo, o papel do Assistente Social, para Nietsche (2011), deve ser voltado para a efetivação dos direitos através dos programas de intervenções de forma que leve a contribuição da socialização e a consolidação dos direitos do indivíduo e sua família. Por esse motivo, a atuação destes profissionais não pode se resumir apenas aos indivíduos com TEA, mas, deve se estender também para todo seu núcleo familiar. É competência do Assistente Social observar e entender as mudanças societárias e lutar por uma sociedade mais democrática, que haja na consolidação da cidadania e da justiça social. Portanto, é indispensável na atuação do profissional a compreensão das especificidades dessas expressões da questão social e as particularidades de cada indivíduo, tornando assim seu trabalho mais qualificado e eficaz. 19 A Lei 8.662/1993 que faz referência a Regulamentação da Profissão afirma que é de competência dos Assistentes Sociais que atue junto a outras áreas de saúde, orientar indivíduos ou grupos de diferentes camadas sociais, identificando e fazendo uso de recursos, defender seus direitos e trabalhar no planejamento, organização e administração dos benefícios e serviços sociais. (BRASIL, 1993). Por fim, cabe ao profissional de Serviço Social intervir conjuntamente com a família através da socialização de informações e da inserção em programas e serviços que garantam os direitos da pessoa com TEA. Contribuindo assim para um melhor tratamento e qualidade de vida. Logo, é mister que essa discussão perpasse o campo de atuação do assistente social. 1.4 HIPÓTESE Acredita- se que a falta de orientação e conhecimentos a respeito do transtorno, gera um desconforto familiar podendo acarretar a negação inicial ao diagnóstico desses indivíduos, ocasionando também um desequilíbrio emocional e psíquico da conjuntura familiar. Conhecer apenas o transtorno não é o que de fato faça com que esses indivíduos e sua família obtenham um amparo para sua inclusão social. Se faz necessário que eles reconheçam seus direitos. Sendo assim, o Assistente Social se deve se fazer presente viabilizando tais direitos de forma com que cada um atravésde suas particularidades busquem uma autonomia social e pessoal. 1.5 PROBLEMÁTICA Quais os desafios encontrados pelo profissional de Serviço Social junto aos portadores do Espectro Autistas e seus familiares ao fazer valer os direitos judiciários dos mesmos? 20 2 O ESPECTRO AUTISTA NO CONTEXTO BRASILEIRO E O ORDENAMENTO JURÍDICO 2.1 A EVOLUÇÃO DOS ESTUDOS E O CONHECIMENTO SOBRE O ESPECTRO AUTISTA NO BRASIL A precarização de recursos e intuições públicas voltadas para o amparo das pessoas com autismo e em especial seus familiares, fizeram com que alguns pais se empenhassem na construção próprias de grupos de apoio e divulgações sobre o TEA e amparo mútuo, baseados aos modelos já existentes nos Estados Unidos da América (EUA) e na Europa (MELLO, 2005). O primeiro grupo de apoio no Brasil foi a Associação dos Amigos dos Autistas de São Paulo AMA, no ano de 1983. Esse grupo partia da iniciativa básica de elaborar e fomentar buscas pelo conhecimento sobre o TEA e, em especial, estabelecer uma troca de experiências vivenciadas por cada família que possui filhos com o espectro. O AMA-SP surge em um período antecedente ao Sistema Único de Saúde (SUS), e onde o Estado brasileiro não possuía nenhuma política voltada para o acolhimento das crianças e adolescentes que sofriam de qualquer tipo de transtorno mental, e ess a fala de políticas públicas fez com que o AMA-SP desenvolvesse suas próprias “frentes assistenciais, e a buscar conhecimento, por meio de intercâmbios com instituições estrangeiras” (MELLO, 2005 apud MELLO, 2013). Concomitante a criação do AMA-SP, na década de 80 surgia o Movimento da Reforma Psiquiátrica, que delineava uma revisão dos princípios assistenciais e teóricos em relação às pessoas com transtornos mentais, tendencionando a superar o modelo de assistência centralizado nas práticas institucionalizadas, de forma a propagar o resgate do âmbito social desta população e a implementar uma rede comunitária para o cuidado em liberdade (AMARANTE, Paulo,1994, v.1, pág. 61). Pela atuação do Movimento e da publicação da Lei nº 10.216/01 que foi um dos maiores marcos da história da reforma psiquiátrica, a mesma é o resultado da persistente luta contra o movimento antimanicomial, vai apresentar numerosas renovações no que compete aos recursos terapêuticos das pessoas portadoras de deficiência mental. A saúde mental se firmou anos após, como uma política de Estado - estendida com a Atenção Psicossocial – que ampara em consistentes aparatos 21 jurídicos, políticos e clínicos, que reestruturaram a rede de serviços e matricularam os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), como fundamentais estratégias de cuidado em saúde mental (DELGADO et al., 2011;). No ano de 1987 ocorreu, na cidade do Rio de Janeiro, a I Conferência Nacional de Saúde Mental (CNSM), que tinha como objetivo discutir a Saúde Mental pelo víeis da unificação entre: Economia, Estado e Sociedade, enfatizando a primordialidade de amplificar o conceito de saúde, considerando-se no encalço relevantes situações materiais de vida. Situando a saúde mental no bojo da luta de classes, podemos afirmar que seu papel tem consistido na classificação e exclusão dos ‘incapacitados’ para a produção (...). É urgente, pois o reconhecimento da função de dominação dos trabalhadores de saúde mental e a sua revisão crítica, redefinindo seu papel, reorientando a sua prática e configurando a sua identidade ao lado das classes trabalhadoras (BRASIL/MS, 1992, p. 15). Ou seja, a I Conferência se destaca em grande proporção no âmbito político ideológico e no âmbito jurídico, tratando-se assim de elaborar e produzir normas práticas ao executar ordenamentos inversos ao asilar. Vale registrar, que a proposta antimanicomial, vai percorrer os movimentos históricos integralmente favoráveis as práticas da Reforma Psiquiátrica, de modo que até os tempos atuais, se apresenta com uma postura clara e universalmente patenteada. A II Conferência Nacional de Saúde Mental (1992) vai destacar a importância da junção entre Cidadania, Estado e Sociedade, tornando assim seus cidadãos mais ativos, em especial no âmbito educacional. Essa conferência demonstra a necessidade de “transformação das relações cotidianas entre trabalhadores de saúde mental, usuários, famílias, comunidade e serviços, em busca da desinstitucionalização, bem como da humanização das relações no campo da saúde mental”. (II CNSM/1992, item.16) Sendo assim, a II Conferência Nacional de Saúde Mental, deixa seu marco na história da Reforma Psiquiátrica enfatizando a importância de novas pesquisas relacionadas a saúde metal, a importância da capacitação de novos profissionais e mais uma vez vem reforçando a ideia sobre os direitos legais de sobrevivência de qualquer cidadão, destacando assim, o processo sofrido pela saúde mental no âmbito teórico, assistência, jurídico e cultural. 22 “III. O processo saúde/doença mental deverá ser entendido a partir de uma perspectiva contextualizada, onde qualidade e modo de vida são determinantes para a compreensão do sujeito, sendo de importância fundamental vincular o conceito de saúde ao exercício de cidadania, respeitando-se as diferenças e as diversidades”. (BRASIL, 1994, pg. 11) No entanto, Couto & Delgado (2015), apontam que a incorporação da saúde mental infanto-juvenil na pauta das políticas públicas nacionais se consolidou tardiamente na esfera intrínseca da saúde mental, elemento que coopera para o entendimento dos impasses enfrentados nos dias de hoje pela rede de cuidados outorgados pelo SUS para as pessoas com autismo. A elaboração de uma rede de atenção voltada para crianças e adolescentes que apresentava algum transtorno mental, leve, moderado ou grave, incorporada à saúde mental pelo SUS, só foi ofertada e instituída mediante a III Conferência Nacional de Saúde Mental, no ano de 2001 (BRASIL, 2002), obtendo o objetivo da implantação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), a partir da portaria nº 336/02 (BRASIL, 2002b). Os Caps podem se constituir em 5 modalidades: Caps I, Caps II e Caps III, diferenciando-se apenas no que se refere à ordem crescente de porte/complexidade e abrangência populacional. E outros 2 serviços específicos de atenção psicossocial: Capsi (Criança e Adolescente), voltado à atenção psicossocial para atendimentos de crianças e adolescentes; e Caps ad (Álcool e outras Drogas), responsável pela atenção psicossocial de pessoas com transtornos decorrentes de uso e dependência de substâncias psicoativas infanto-juvenil (CAPSi). O Serviço de atenção psicossocial para atendimentos a crianças e adolescentes, constituindo-se na referência para uma população de cerca de 200.000 habitantes, ou outro parâmetro populacional a ser definido pelo gestor local, deve atender a critérios epidemiológicos, com as seguintes características: constituir-se em serviço ambulatorial de atenção diária destinado a crianças e adolescentes com transtornos mentais; possuir capacidade técnica para desempenhar o papel de regulador da porta de entrada da rede assistencial no âmbito do seu território e/ou do módulo assistencial, definido na Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS), de acordo com a determinação do gestor local; responsabilizar-se, sob coordenação do gestor local, pela organização da demanda e da rede de cuidados em saúde mental 23 de crianças e adolescentes no âmbito do seu território; coordenar, por delegação do gestor local, as atividades de supervisão de unidades de atendimento psiquiátrico a crianças e adolescentes no âmbito do seu território; supervisionar e capacitar as equipes de atenção básica, serviços e programas de saúde mental no âmbito do seu território e/ou do módulo assistencial, na atenção à infância e adolescência; realizar,e manter atualizado, o cadastramento dos pacientes que utilizam medicamentos essenciais para a área de saúde mental; funcionar de 8:00 às 18:00 horas, em 02 (dois) turnos, durante os cinco dias úteis da semana, podendo comportar um terceiro turno que funcione até às 21:00 horas. (BRASIL, 2002b). A assistência prestada ao paciente no CAPS i inclui as seguintes atividades: atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre outros); atendimento em grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte social, entre outros); atendimento em oficinas terapêuticas executadas por profissional de nível superior ou nível médio; visitas e atendimentos domiciliares (BRASIL, 2002b). Além do atendimento à família; atividades comunitárias enfocando a integração da criança; do adolescente na família, na escola, na comunidade ou quaisquer outras formas de inserção social; desenvolvimento de ações intersetoriais, principalmente com as áreas de assistência social, educação e justiça; os pacientes assistidos em um turno (04 horas) receberão uma refeição diária, os assistidos em dois turnos (08 horas) receberão duas refeições diárias. (BRASIL, 2002b). Os Centros de Atenção Psicossocial devem ser compostos por uma equipe multiprofissional, e esses profissionais devem trabalhar com perspectiva interdisciplinar, sendo responsáveis pela unidade durante todo o seu período de funcionamento, o que inclui criar uma ambiência terapêutica acolhedora. A equipe técnica mínima para atuação no CAPS i, para o atendimento de 15 (quinze) crianças e/ou adolescentes por turno, tendo como limite máximo 25 (vinte e cinco) pacientes/dia, será composta por: 01 (um) médico psiquiatra, ou neurologista ou pediatra com formação em saúde mental; 01 (um) enfermeiro; 04 (quatro) profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: psicólogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico; 05 (cinco) profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão. (BRASIL, 2002b). 24 A inclusão tardia da saúde mental infanto-juvenil na agenda das políticas de saúde mental pode ser atribuída a diversos fatores. De acordo com Couto, Duarte e Delgado (2008), alguns exemplos que podem ser destacados são: a extensa e variada gama de problemas relacionados à saúde mental da infância e da adolescência; a complexidade da avaliação diagnóstica e situacional; Há também uma dificuldade de encontrar estudos sistematizados sobre as consequências dos transtornos mentais originados na infância e na adolescência sobre a vida adulta; poucas evidências empíricas de qualidade sobre a eficácia e a efetividade de tratamentos para transtornos mentais infantis; e a dificuldade de inclusão da saúde mental infantil no campo da saúde pública (COUTO, et al, 2008). Nos anos anteriores a dificuldade era bem maior e, na maioria das vezes, essas famílias iam buscar apoio, orientação e cuidado em grupos criados por pais que passavam pela mesma situação e, de alguma forma, iam desempenhando funções que competiam ao Estado. Couto, Duarte e Delgado (2008, P. 392) asseveram que há ainda um significativo hiato a ser recoberto quanto ao desenvolvimento de modalidades de intervenção para o cuidado à saúde mental de crianças e adolescentes que sejam aplicáveis a diferentes contextos. Concomitantemente à implementação dos primeiros CAPSi, dadas associações, como a AMA-SP, passaram a conquistar um maior luteranismo nos âmbitos políticos, assistencialismo e técnico, num período em que ainda vinculava grandes carências de políticas públicas para o amparo de pessoas com TEA. Desta forma, a AMA-SP abrangeu todo território brasileiro (CAVALCANTE, 2003), tornando-se distinguida como um campo de frutos técnicos e instruções profissionais e persuadindo novas associações, tais como a Associação Brasileira de Autismo (ABRA), Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas com Autismo (ABRAÇA), Fundação Mundo Azul, entre outras. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 (DSM-5, 2013), o TEA é definido como um atraso do desenvolvimento motor e social, ou seja, o indivíduo, para ser diagnosticado com TEA ou Transtorno do Desenvolvimento Global (TDG), tem que apresentar um déficit de comunicação, uma restrição padronizada e contínua no seu comportamento, movimentos permanentes, 25 interesses contínuos e hipo e hipersensibilidade nos estímulos sensoriais. (DSM-5, 2013) Todos os pacientes com autismo compartilham dessas mesmas dificuldades, porém cada um dentro da sua individualidade e forma de encarar o mundo em que vive. Apesar de ser conhecido como Autismo Infantil, esta nomenclatura se deu por conta da grande massa de diagnósticos definidos ainda na primeira infância, o que não significa que as mudanças ocorridas nas fases do desenvolvimento infantil fazendo com que a criança chegue até a fase adulta. Mesmo com todas essas mudanças, nenhuma delas irá definir do TEA na vida do indivíduo, até porque esses transtornos são condições permanecentes que irão acompanhar essas pessoas por toda sua trajetória de vida. Ao que se refere especificamente ao TEA há um mundo totalmente variado de causas e circunstâncias, mas ao mesmo tempo um mundo totalmente desconhecido tanto no âmbito acadêmico como no âmbito cientifico. O motivo que leva o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) a rotular esses transtornos como espectro é que, apesar dos sintomas serem padronizados em cada indivíduo, ele vai se apresentar em diferentes graus e potências. É justamente essa diferença de níveis e intensidades que acabam gerando a particularidade de cada indivíduo que apresenta o TEA, pois, enquanto uns vão apresentar dificuldade de aptidão para quase tudo, outros vão se destacar em alguma atividade específica obtendo uma vida mais tranquila dentro das suas limitações e desafios diários. Anteriormente, o processo de atendimento as Pessoas com TEA não era de fácil acesso, pois, na verdade, não se falava muito no assunto e não havia diagnósticos e nem legislações voltadas a essas pessoas, porém, atualmente com as conquistas apresentadas, o assunto remete uma maior visibilidade. 26 2.2 A COMPOSIÇÃO JURÍDICA BRASILEIRA QUE AMPARA O PORTADOR DO ESPECTRO AUTISTA Ao que se refere aos direitos da pessoa com TEA, a primeira e maior conquista veio junto à Constituição Federal de 88 e com a Lei 7.853/89, que garantem tanto os direitos das pessoas portadoras de deficiências quanto às políticas de acessibilidade, possibilitando à legislação infraconstitucional a tutela do acesso, que vai afetar diretamente a quaisquer cidadãos que apresente uma deficiência. O artigo 1°, parágrafo 1º da Lei n. 7.853/89, garante os valores básicos da igualdade de tratamento e oportunidade, da justiça social, do respeito à dignidade da pessoa humana, do bem-estar, e outros, indicados na Constituição, ou justificados pelos princípios gerais de direito. Já a Constituição Federal de 1988 (CF/88) passou para o Ministério Público (MP) o papel de defensor dessas parcelas da população, quanto aos interesses individuais e coletivos (BRASIL, 1988). No caso especifico de criança ou adolescente, tem-se ainda, regulando juntamente com a CF/88, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que assegura a criança e ao adolescente gozarem de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral assegurando-se lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dedignidade (BRASIL, 1990). É importante destacar que antes do diagnóstico de Autismo, os portadores do espectro possuem seus direitos humanos e deveres respaldados pela Constituição Federal de 88, conforme estipulado e consolidado no artigo 5º do referido diploma legal, aonde diz que todo e qualquer cidadão é igual perante a lei, e que devem ser tratados sem que haja distinção de qualquer natureza, fazendo desta forma a “inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” (BRASIL, 1988). Assim, é que a grande maioria dos portadores do espectro são diagnosticados ainda na primeira infância, e, portanto, eles possuem também o respaldo e segurança de seus direitos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, onde o Parágrafo Único da Legislação vai nos dizer que todas as crianças e adolescentes, sem 27 discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, assim como, as condições de moradia, econômicas, região ou local de moradia, que se refere a criança, sua família ou comunidade em que se vivem (ECA, 1990). Dito isto, a condecoração dos direitos das pessoas que se apresentam em indefensabilidade, e se tratando do TEA, esses direitos devem possuir uma compreensão voltada para as particularidades de cada indivíduo e expandir suas competências para o âmbito da saúde, educação, assistência social e da inclusão. Assim, é possível perceber que quanto mais se adensa com os estudos sobre o TEA, mas se adquire conhecimentos sobre o mesmo e, concomitantemente, o amparo jurídico se expande e, desta forma, mais cidadãos passariam a ter uma tomada de conhecimentos sobre seus direitos e amparos legais. No Brasil, a multiplicidade das normativas estão conjecturadas pela Política Nacional de Proteção dos Direitos das Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (Lei nº 12.764, 2012) em vivacidade desde 2012. Portanto, percebe-se que os amparos jurídicos não se estagnaram em 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Com tudo isso, destaca-se as principais Leis Jurídicas em que a pessoa diagnosticada com TEA e sua família poderão se assegurar. A partir de uma ordem cronológica, é possível destacar o Decreto de nº 3.298/1999, que regulamenta a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e consolida as normas de proteção. No seu art. 1ª, a referida lei acima, informa que a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência compreende o conjunto de orientações normativas que objetivam assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiência e traz como objetivo a garantia do acesso, ingresso e a participação em todos os serviços ofertados pela comunidade, assim como a incorporação aos órgãos públicos e unidades privadas nos âmbitos da saúde, transporte, trabalho, lazer, previdência social, assistência social, edificação pública, educação, previdência social, cultura, lazer. Os incisos III, IV e V o artigo vão homologar que a pessoa portadora de transtornos mentais necessitam de programas setoriais designados aos atendimentos https://www.sinonimos.com.br/indefensabilidade/ https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm 28 de formar particularizada as suas necessidades, de profissionais técnicos respaldados de conhecimentos especializados para a pessoa possuidora de deficiência, bem como os órgãos públicos devem garantir a efetuação de programas de prevenção e de atendimentos especializados e voltados para a inclusão social da pessoa portadora de transtorno mental. (BRASIL, 1999). Ainda nessa discussão tem-se a Lei 10.098/2000 que institui diretrizes sociais fundamentadas para a efetivação da acessibilidade de pessoas provindas de uma deficiência ou locomobilidade cerceada. Traz como objetivo a efetivação do acesso das pessoas portadoras de deficiência intelectual ou de locomobilidade, sendo um dever do Estado e do Legislativo garantir com que essas pessoas possam ter acesso as via urbanas e rurais sem que sobre nenhum tipo de discriminação ou exclusão social. (BRASIL, 2000). Dando seguimento na discussão o Decreto 3.956 de 2001 vai apresentar a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Aqui, é preciso mencionar que de acordo com o art. 84, inciso VIII da Constituição Federal de 1988, e compreendendo que o Congresso Nacional outorgou o teor da Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência por meio do Decreto Legislativo no 198, de 13 de junho de 200l. (BRASIL, 2001). Levando em conta que a Convenção só foi instituída pelo Brasil, no dia 14 de setembro de 2001, a mesma tende como meta a prevenção e a eliminação dos modeles de discriminação contra o cidadão portador de deficiência, assegurando-se a sua absoluta inserção junto à sociedade. Para que esse objetivo seja alcançado se faz necessário à união do por legislativo junto ao Estado na elaboração e implementação de políticas públicas que sejam capazes de minimizar as discriminações sofridas pelas pessoas portadoras de deficiência e seus familiares, para que de fato essas pessoas possam se sentir incluídas numa sociedade pela qual não irá descriminá-las (BRASIL, 2001). A lei 10.216/2001, conhecida como a lei da Reforma Psiquiátrica, foi implementada no dia 06 de abril de 2001, traz em sua estrutura legal treze artigos e irá tratar sobre os direitos e proteções para as pessoas possuidoras de transtornos mentais. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10098.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10098.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10098.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10098.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10098.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10098.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm 29 Considera-se que sua estrutura textual não foi construída por itens isolados e sim pelas variadas lutas e transformações que o cenário de saúde mental veio sofrendo ao longo da sua história. Contudo, mesmo a lei discorrendo sobre os direitos e proteções a mesma não deixa claro as ações que punem aqueles que descumprem suas diretrizes e de que forma podemos estar garantindo a efetivação do mesmo. (BRASIL, 2001). A referida lei se volta especialmente para os paradigmas assistenciais em saúde mental, e em seus textos são trabalhadas as diferentes formas de transtornos mentais e suas particularidades no campo pessoal e social. A partir destas questões que é possível trabalhar os itens voltados para a proteção desses portadores de transtornos mentais, seus direitos e o espelho assistencial. Em seu art. 1º trata dos direitos e proteção dessas pessoas, assegurando que não ocorra nenhum tipo de discriminação que estejam relacionados “à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra”. (BRASIL, 2001) O art. 2º informa acerca dos atendimentos em saúde mental, para essas pessoas ou seus familiares e/ou responsáveis. Cabendo ao parágrafo único deste artigo a descrição desses direitos, que são: acesso integral e adequado as suas necessidades, tratamentos humanizados e respeitosos, recuperação da inserção da família, do trabalho e comunidade. (BRASIL, 2001). Cabe a referida lei, ainda, resguardar e garantir proteção contra qualquer ação abusiva ou exploratória que essas pessoas sofram, bem como o sigilo das informações prestadas e caso necessário à presença de um médico para o esclarecimento da necessidade de uma hospitalização voluntária ou involuntária. (BRASIL, 2001). Assim como os cidadãos comuns e livres de qualquer transtorno mental, o cidadão possuidor desses transtornos também possui livre acesso aos meios de comunicação, para que possam receber todas as informações referentes ao seu transtorno e o modo como será tratado. A referida lei expressa de uma forma bem clara e transparente, afirmando que é responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos mentais, 30 com a devida participação da sociedade e da família, a qual será prestada em estabelecimento de saúde mental, assim entendidas as instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde aos portadores de transtornos mentais. (BRASIL, 2001). Já a lei nº. 12.764/2012 ou Lei Berenice Piana, prescreve a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3º do art. 98 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Essa lei trata sobre a promoção da inclusão das pessoas com TEA e garante que elas possam ter acesso aos bens jurídicos fundamentais, como: saúde, educação e lazer, através da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. A partir da Lei Berenice Piana fica estabelecido às diretrizes, considerando assim pessoa com transtorno do espectro autista aquela portadora de síndrome clínica caracterizada na forma de uma deficiência consistente e clinicamente expressiva da comunicação e interação social, exteriorizada como uma deficiência presente na comunicação verbal e não verbal, na falta de reciprocidade e escassez de construir ou manter relações propicias ao seu nível de desenvolvimento. A pessoa portadora de TEA é entendida como uma pessoa que possui princípios restritivos e repetitivos em seu comportamento, interesses ou atividades, apresentados pelos seus comportamentos motores ou verbais, bem como, comportamentos atípicos, amplo apoio em suas rotinas, comportamentos metódicos e interesses extremamente privados e permanentes. (BRASIL, 2012). Diante disso, percebe-se que a Pessoa com Transtorno do Espectro Autista tem seus direitos assegurados como qualquer outro cidadão e o Estado é o responsável por levar a igualdade e a cidadania a elas e que seus atendimentos são voltados para o âmbito da saúde devem ser aplicados de forma igualitária e fidedigna a essas pessoas, assim como o acesso a ações e serviços de saúde, com vistas à atenção integral às suas necessidades de saúde, incluindo: a) o diagnóstico precoce, ainda que não definitivo; b) o atendimento multiprofissional; c) a nutrição adequada e a terapia nutricional; d) os medicamentos; e) informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento (BRASIL, 2012). http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2012/lei-12764-27-dezembro-2012-774838-publicacaooriginal-138466-pl.html http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2012/lei-12764-27-dezembro-2012-774838-publicacaooriginal-138466-pl.html http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2012/lei-12764-27-dezembro-2012-774838-publicacaooriginal-138466-pl.html http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2012/lei-12764-27-dezembro-2012-774838-publicacaooriginal-138466-pl.html http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2012/lei-12764-27-dezembro-2012-774838-publicacaooriginal-138466-pl.html http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2012/lei-12764-27-dezembro-2012-774838-publicacaooriginal-138466-pl.html 31 Sobre a Lei 13.146/2015 ou Estatuto da Pessoa com Deficiência, implementa a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência que vai trazer como objetivo principal a promoção de ações de igualdade no exercício dos direitos e liberdades vitais para a pessoa portadora de deficiência, acima de tudo no exercício da inclusão social. Procurando ressaltar os conceitos, obrigações e os direitos específicos para a pessoa deficiente, nela podemos encontrar temas específicos como a acessibilidade, tecnologia assistida, atendente pessoal, acompanhante, assim como, elementos penais, com a descrição de crimes e infrações administrativas praticados e duas expectativas punições (BRASIL, 2015). A Lei 13.146/15 institui que pessoa com deficiência é aquela que possui um impedimento, seja de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, contudo esse impedimento deve conter uma característica: ser uma condição de longo prazo. O Estatuto também assegura a avaliação biopsicossocial, ou seja, a lei vai garantir que essa avaliação seja realizada pelo víeis público de saúde, onde a pessoa contará com profissionais capacitados para este tipo de avalição. É de suma importância ressaltar que esta avaliação tem como princípio da fomentação de laudos onde especificará os aspectos que possam causar um impedimento dessa pessoa ao se interagir no âmbito socioambiental, bem como descrever suas limitações no que tange o desempenho de atividades psicomotoras que possa ocasionar retenções em sua atuação social (BRASIL, 2015). A lei também vai retratar pontos como acessibilidade, não obrigatoriedade da fruição, extensão da capacidade, importância do consentimento e a condição competitiva no mercado de trabalho. Ao que se retrata a ação profissional de um assistente social é primordial que ele compreenda cada um desses aspectos retratados para lei, para que assim elepossa de fato validar e assegurar que seu usuário, ou família, compreenda que as pessoas com deficiências são detentoras de direitos, bem como as demais pessoas que compõem a sociedade. (BRASIL, 2015). Dito isto a Lei 13.438/2017 vai modificar a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), para torna-se devida a adoção pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de regras e padrões que disponham de atendimentos http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Lei/L13438.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Lei/L13438.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Lei/L13438.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Lei/L13438.htm 32 que comprovem os riscos encontrados no desenvolvimento psíquico das crianças (BRASIL, 2017). Essa lei foi sancionada com a intencionalidade de alterar o artigo 14º do ECA que contém em seu teor a adesão de todas as crianças, tendo elas de 0 à 18 meses de vida, aos atendimentos ofertados pelo SUS, que possam detectar qualquer risco psíquico na criança. Esses atendimentos vão desde as consultas pediátricas até os exames, protocolos, instrumentos e diagnósticos que detectam qualquer traço psíquico (BRASIL, 2017). A mesma, não altera nenhum conteúdo legal apresentado e assegurado pelo ECA no que se refere aos direitos da criança ou do adolescente, ao inverso, ela vem para agregar e contribuir ainda mais na garantia de uma vida digna e segura para essas crianças, seja pelo víeis, da segurança, educação, guarda, políticas públicas ou saúde. Nesse ponto do trabalho é importante mencionar que existem outros direitos que contribuem direta ou indiretamente para o tratamento do TEA, como: a redução da carga horaria trabalhada por pais e/ou responsáveis de crianças portadoras de TEA, com a finalidade dos pais e/ou responsáveis possam acompanhá-los em seus atendimentos terapêuticos. Contudo, o principal destaque fica para o Benefício de Prestação Continuada – BPC e o passe livre. O BPC é um benefício previdenciário e independe de contribuição. Nele todo deficiente (e idoso) de baixa renda tem direito ao recebimento de apenas 1/4 do salário mínimo por pessoa. Não podemos considerar que esse benefício é para custear terapias ou remédios, pois isso é atribuição e responsabilidade do SUS. Salienta-se que o BPC é restrito a uma parcela bem reduzida da população. O Passe Livre oferece transporte interestadual gratuito para deficientes, o que inclui pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista. Tem direito ao Passe Livre qualquer deficiente comprovadamente carente, ou seja, aquele que tem uma renda per capta (por pessoa que mora dentro da mesma casa) de até 1 salário mínimo. Lembrando que essa renda per capta é diferente do BPC/LOAS. Para solicitar o Passe Livre é necessário o preenchimento de um formulário especial e o processo é todo online. 33 3. O ATENDIMENTO AOS PORTADORES DO ESPECTRO AUTISTA NA SOCIEDADE UNIVERSITÁRIA 05 – CLÍNICA ESCOLA EM ITAPERUNA/RJ. 3.1. CONHECENDO A CLÍNICA ESCOLA E A ATUAÇÃO DO SETOR DE SERVIÇO SOCIAL. A atual Clínica Escola 05, no ano de 2002, inicia suas atividades com o nome Vida Saber junto até então da Faculdade Redentor, que atualmente é o Centro Universitário Redentor (Uniredentor). O objetivo inicial da clínica era inserir seus alunos ao campo de estágio, fornecendo atividades voltadas para a área saúde para a comunidade, com a finalidade de minimizar as problemáticas apresentadas pela população de Itaperuna/RJ. As primeiras atividades eram realizadas pelo curso de fonoaudiologia que prestava atendimentos para a população municipal, distrital da Região Noroeste Fluminense. Mediante o aumento das demandas e de usuários, e dá a procura pelas atividades oferecidas pela instituição se fez necessário a criação de um projeto de expansão. Nessa expansão, a Vida Saber passou a se chamar Centro de Atendimento Clínico de Itaperuna (CACI). No ano de 2004, o CACI tinha como objetivo, desenvolver atividades práticas de formação profissional na prestação dos serviços de saúde, mas, logo foi necessário mais uma ampliação e dessa maneira foi inserido nas práticas da clínica os atendimentos sociais e educacionais que permitiram a junção entre o espaço acadêmico e a comunidade vigente. Os cursos de graduação que disponibilizarem alunos e profissionais para atender a população foram dos cursos de: Fonoaudiologia, Fisioterapia, Nutrição, Enfermagem, Biologia, Serviço Social e posteriormente Psicologia. Assim, com a intenção de também atender a população que se apresentava com Espectro Autista, passaram a ocorrer atendimentos pelas demais profissões que na instituição estavam inseridas, atingindo o máximo de usuários e suas mais variáveis demandas. Dessa forma, a instituição possuía como princípio o fornecimento de 34 serviços de qualidade e de fundamentos contemporâneos para cuidar arduamente da produção de seus dados e informações para a melhora de suas atividades. A Clínica Escola, tem como área de atuação a Saúde e a Assistência, aonde o setor de Serviço Social acolhe os pacientes da junta médica realizando com eles uma triagem. Essa triagem traz como objetivo uma escuta mais apurada através de uma entrevista estruturada, da qual a mesma vai absorver desses pacientes suas principais queixas e desta forma saber qual tratamento ela pode ser ativamente inserida. Com o intuito de ser um centro referencial na atuação e prestação de seus serviços nas áreas de atuação dos cursos graduação da Faculdade Redentor, se baseando sempre nos mais elevados padrões técnicos, o trabalho realizado se materializava de forma transdisciplinar conforme descrito no artigo 3 da Carta da Transdisciplinaridade que diz: Artigo 3: “A Transdisciplinaridade é complementar à abordagem disciplinar; ela faz emergir novos dados a partir da confrontação das disciplinas que os articulam entre si; ela nos oferece uma nova visão da Natureza e da Realidade. A Transdisciplinaridade não procura o domínio de várias disciplinas, mas a abertura de todas as disciplinas ao que as une e as ultrapassa” - Convento da Arrábida, 6 de novembro de 1994 - Ou seja, cada profissional contribuía com o saber de sua área profissional em prol de melhor atender seus usuários, unindo suas técnicas e seus saberes metodológicos, contribuindo na valorização e na qualidade funcional na vida da população usuária das atividades institucionais. Dessa forma, o CACI realizava atendimentos de formas variáveis e atendia a todos sem distinção de classe social e desta forma o mesmo veio se especializando ainda mais dentro das suas demandas, alcançando diante da sua comunidade, um lugar de referência. No primeiro trimestre de 2020, a referida instituição passou por uma transição, sendo adquirida e integrada ao Grupo Educacional AFYA. Dessa forma, no mês de fevereiro do referido ano, a instituição passa a ser nomeada como Clínica Escola do grupo UniRedentor/Itaperuna, filial Unidade 05. Essa mudança atinge, também, o 35 enfoque institucional e consequentemente o público alvo. Logo, passou-se a atender um seguimento mais amplo nas seguintes especialidades: Fonoaudiologia, Fisioterapia, Psicologia e Psicopedagogia, consultas médicas de rotina e especializadas nas áreas especializadas como: reumatologia, neurologia adulto, hematologia, geriatria, gastroenterologia, psiquiatria, endocrinologia, otorrinolaringologia, pediatria, ginecologia, cardiologia, clínica médica, dermatologia, ortopedia, neurologiainfantil, além de novas modalidades como os acompanhamentos de puericultura também, que são credenciados ao SUS. A instituição trabalha vinculada com as políticas sociais de Saúde, Assistência e Educação e em casos especiais judiciárias, as mesmas são trabalhadas de acordo com as particularidades de cada usuário. As articulações de atendimentos da instituição são de natureza privada, porém a mesma possui convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS), segundo a Lei nº8.080, art. 4º inciso 2º “a iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde, em caráter complementar” bem como apresenta o art. 7º aonde diz: Art7º “as ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde, são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no artigo 198 da Constituição Federal de 1988.” Esse convênio com o SUS é a garantia dos direitos dos usuários. Respaldada na lei a instituição consegue viabilizar e garantir da melhor forma que suas demandas sejam concretizadas com sucesso, realizando assim todas as atividades e atendimentos que os usuários necessitam. Mediante a isso esse convênio com o SUS – Sistema Único de Saúde é o pilar para a garantia dos direitos de toda a população que da instituição necessitar. Os serviços dos setores técnicos possuem agendamentos na própria Instituição. Já os atendimentos das áreas médicas são prestados de contra rede, ao qual os pacientes marcam as consultas no setor de regulação da Prefeitura Municipal de Saúde de Itaperuna com instalação no Posto de Saúde Raul Travassos. Após a autorização do procedimento são encaminhados com data marcada para realização da consulta. 36 As atividades do Serviço Social, inserido na instituição, tiveram início em janeiro de 2006 com o objetivo de oferecer serviços que possam ser ampliados para a comunidade de Itaperuna, seus distritos e toda região noroeste fluminense, em sua totalidade. Os usuários chegam encaminhados pelas instituições do município e dos diversos setores desta que atua de forma interdisciplinar. Outra característica do setor é a construção/aplicação de projetos voltados para os usuários, colaboradores e alunos da UniRedentor. O Setor de Serviço Social é o responsável pela orientação ao acesso dos serviços prestados pela instituição, trabalhando sempre na identificação das possíveis demandas para os determinados encaminhamentos para a rede de assistência. Implementando um trabalho transdisciplinar com os profissionais que na mesma estão inseridos, em prol de um melhor atendimentos aos usuários. Tendo em vista a elaboração de critérios de atendimentos aos usuários e em sua formulação, implementação e avaliação de projetos sociais e em sua formação. A Assistente Social tem participação ativa em alguns critérios de atendimento e plena autonomia na formulação dos projetos sociais. As atividades utilizadas pelo setor é a porta de entrada para todos seus usuários, pois, é neste setor que se faz o reconhecimento de todos seus usuários, esse reconhecimento se dar através de alguns instrumentos como: anamnese, acolhimentos, entrevistas, estudo de caso clínico, sala de espera, oficinas, triagem entre outros. A instrumentalidade: “[...] por possibilitar o atendimento das demandas e o alcance de objetivos (profissionais e sociais) constitui-se uma possibilidade concreta de reconhecimento social da profissão” (GUERRA, 2000a, p. 53). Ou seja, os instrumentos utilizados pela assistente social em suas atividades vão auxiliar no entendimento da realidade vivida pelos seus usuários, viabilizando os direitos de seus usuários. Cada instrumento será utilizado de acordo com a intencionalidade do profissional de Serviço Social e os objetivos e as respostas mediante as demandas. Os instrumentos são de suma importância para a efetivação do trabalho do Assistente Social, pois eles vão aproximar o profissional de seus usuários de forma igualitária e sem nem pré-julgamento. O mecanismo mais utilizado é a socialização de informações e encaminhamentos para a rede de serviços assistenciais do município. Mas se faz 37 necessário relembrar que no ano de 2010 foi criado um prontuário único, ou seja, uma ficha única para todos os profissionais da Clínica, reforçando assim o conceito de transdisciplinaridade. Os prontuários utilizados pelo setor de Serviço Social são únicos e comum a todos demais setores, além disso, o Assistente Social utiliza um formulário próprio, que chamamos de livro de registro das atividades diárias. Ao fim de cada atendimento do setor de serviço social que é acompanhado dos estagiários é realizado o processo de evolução do mesmo e posteriormente um breve bate-papo sobre o caso, que nos permite um melhor entendimento entre teoria e prática, e ao termino e cada mês setor de Serviço Social realiza a construção estatística sobre os trabalhos realizados ao longo dos dias. Contudo existem limites e possibilidades na intervenção do assistente social. A principal limitação ocorre através das relações para com os usuários pois, há precariedade para a criação das políticas públicas e sociais. As possibilidades surgem através do trabalho realizado no atendimento individual que possibilita o fortalecimento da interação do profissional para com os usuários. A instituição é composta por apenas uma Assistente Social, ou seja, ela é a responsável técnica do setor de Serviço Social, e a única responsável por todas as demais atividades realizadas pelo setor. Sendo assim a mesma não possui subordinação hierárquica dentro do organograma, e é ela quem fica responsável pelo acompanhamento de todos os setores presentes na instituição. A mesma faz semanalmente o acompanhamento dos projetos em todos os usuários inseridos nesta instituição fazem parte, inclusive no projeto Primeiro Passo, Semiologia e os projetos voltados para as famílias. Os grupos de interação familiar têm por objetivo levar informações a respeito do tratamento, e o compartilhamento de experiências entre as famílias atendidas pela Clínica Escola, encorpando a interação e a comunicação entre as famílias e os profissionais, os encontros são quinzenais e tem o intuito de promover um ambiente comum e prazeroso entre ambas as partes, é um momento de troca de experiência, orientações sobre as mais variadas demandas em especial o Autismo. Sua proposta central é criar um bate papo descontraído entres os pais, para que eles possam trocar suas experiências e juntos irem moldando a melhor forma de colaborarem com a melhora de seus filhos no conviveu familiar. 38 O perfil da população atendida pelo Serviço Social dentro da instituição é composto por famílias com baixo/médio poder aquisitivo, muitas delas possuem atendimentos conveniados com o SUS para assim garantir seu atendimento junto à instituição. Possui ainda um público de alto poder aquisitivo ao qual contam com atendimentos especializados do seu próprio recurso. São apresentadas ao Serviço Social as demandas de diversas vertentes. Alguns casos já estão cadastrados e só buscam a Assistente Social pontualmente para uma orientação específica. Mas existem os casos que são agendados por algum outro profissional da equipe onde seja notada necessidade de algum amparo ou esclarecimento sobre as atividades desenvolvidas e os casos mais comuns são de demandas imediatas onde à família busca o acolhimento e desenvolve o cadastro através de uma anamnese, para tal processo são realizadas entrevistas com as famílias para posteriormente serem recadastrados na rede institucional. A anamnese é um documento aonde contém os dados pessoais do usuário, a composição familiar e/ou dados socioeconômicos escolaridade e os atendimentos necessários que o determinado paciente passará de demandas conveniadas ao SUS e acompanhamentos as famílias do projetodo Centro de Desenvolvimento Infantil (CDI) que seria um projeto de integração as crianças e o desenvolvimento infantil, para o melhor acompanhar o desenvolvimento da criança na instituição. Sendo necessário algum tipo de encaminhamento, o Serviço Social possui legitimidade somente para área social, sendo assim, cada profissional desenvolvendo orientações em sua área. Foi necessário ter uma leitura sobre as causas de suas demandas para que haja uma pesquisa científica que nos aponte quais os motivos relevantes. Portanto podemos observar que o maior entrave para a emancipação dos usuários é a falta de acesso às políticas públicas e a falta de informação no que se refere aos direitos. Os instrumentos realizados para o registro das intervenções na instituição são: Acolhimento, Entrevista – realizadas com as famílias, Encaminhamento – para determinadas áreas e Prontuários – que serão arquivadas. Os instrumentos fazem parte do fazer profissional do Assistente Social, pois: 39 A razão instrumental é uma racionalidade subordinada e funcional: subordinada ao alcance dos fins particulares, dos resultados imediatos, e funcional às estruturas. Constitui-se num conjunto de atividades, num conjunto de funções, não se importando nem com a correção dos meios nem com a legitimidade dos fins. Limita-se a garantir eficácia e eficiência (GUERRA, 2000b, p. 16). Ou seja, os instrumentos são de suma importância para a realização de suas atividades, pois ela permite o profissional a viabilizar os direitos desses usuários e conhecer a realidade vivenciada por cada um deles, dentro da intencionalidade e da racionalidade no modo de ser, agir e pensar mediante as normas impostas pela sociedade. Fazendo assim que os profissionais atuem na através de uma intervenção microscópica, fragmentada e singular diante as expressões da questão social e a validação das políticas públicas. A instrumentalidade aplicada ao Serviço Social muitas vezes é entendida como o conjunto de instrumentos e técnicas pertinentes a profissão. Porém, ao analisar o sufixo “idade” por meio de uma reflexão mais profunda, chega-se ao conceito de capacidade, tornando esta capacidade propriedade constitutivo do Serviço Social, norteando as ações profissionais com princípios éticos, rumo a efetivação e ampliação dos direitos sociais. Segundo Guerra, “A instrumentalidade do Serviço Social pode ser pensada como uma condição sócia histórica da profissão em três níveis: 1- ao projeto burguês, [...] 2- das respostas profissionais [...] e a 3- racionalidade burguesa”. O primeiro se refere à maneira como a profissão é convertida em instrumentos, em face de seu caráter reformista e integrador em relação às políticas sociais; O segundo nível está ligado ao reconhecimento social da profissão por meio de suas respostas profissionais (aspecto instrumental-operativo) frente às demandas das classes, principalmente as antagônicas advindas do capital e do trabalho. As relações profissionais/usuários no campo das necessidades pessoais evidenciam a urgência em respostas dinâmicas e criativas, articulada em conjunto a outros profissionais e o reconhecimento de sua rede de atuação. 40 3.2. RELATO DE EXPERIÊNCIA DE CAMPO DE ESTÁGIO E A APLICAÇÃO DE UM PROJETO DE INTERVENÇÃO Ao iniciar meu estágio junto à clínica em abril de 2019, o principal público dela eram as crianças, adolescentes e adultos que apresentam Transtorno de Espectro Autista (TEA), Transtorno de déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Paralisia Cerebral (PC), Transtorno de Desenvolvimento e Síndrome de Down. Seu público não fica estagnado apenas as crianças, mas também a sua família e a todos que estão diretamente ou indiretamente envolvidas com o desenvolver dessas crianças. No período de março a junho de 2019, foi construído um perfil dos usuários da Clínica, a partir dos atendimentos do setor de Serviço Social. Pude acompanhar uma parte da realização desse trabalho. A construção deste perfil teve como base 200 usuários e tal quantitativo corresponde a 100% dos atendimentos realizados. Ressalta-se que os dados quantitativos, coletados, foram analisados articulando-os com os dados qualitativos. Percebe-se que os usuários que mais procuram atendimentos na Clínica Escola possuem uma faixa etária entre 05 e 08 anos de idade e são do sexo masculino. Isso pode ser explicado por pesquisas que demostram que o autismo está mais marcante e presente nos homens do que nas mulheres e também por conta de todas serem menores de idade e serem levados até a instituições por suas mães que acabam sendo as provedoras e cuidadoras da saúde de seus filhos, afinal estudos apontam que quando mais velhos eles vão ficando seus cuidados com a saúde vão diminuindo. Storino, Souza, Silva (2013), vai dizer que essa diluição da figura masculina nos consultórios médicos se dá pela dificuldade em que eles possuem de reconhecer sua vulnerabilidade em relação a sua própria saúde. Colocando assim uma barreira na frente das suas necessidades, no que se refere a sua própria saúde. Nos tempos atuais o público alvo da instituição foi reduzido ficando assim um total de apenas 12 famílias ainda em tratamentos terapêuticos, essa redução ocorreu após, a nova roupagem da Clínica, aonde passou a ter um olhar voltado para o âmbito da medicina clínica, globalizando assim, seus atendimentos médicos. 41 Os horários de atendimentos na Clínica ocorrem das 08:00h às 17:00h no setor de Serviço Social e das 07:00h às 20:00hs para os demais profissionais. No cenário atual de pandemia da COVID-19, e das medidas de isolamento social, ocorreu uma mudança nos horários de atendimentos, passando assim, funcionar das 07:00h às 16:00h para os alunos de medicina e os demais alunos de áreas terapêutica que ainda se encontram em atendimentos junto a instituição. Já as estagiárias do Setor de Serviço Social, se encontram na Clínica por meio de escalas de horários, passando assim, a realizar seus atendimentos junto a supervisora de estágio das 13:00 ás 17:00h. Atualmente, passamos a desenvolver um atendimento duplo aonde junto com o acolhimento dos pacientes que vão até a clínica para os atendimentos médicos, acabamos fazendo uma breve triagem. Além de darmos continuidade aos trabalhos já desenvolvidos pela Assistente Social, atualmente o papel principal do setor é informar e alertar cada paciente sobre o que é o COVID-19 e os principais cuidados que devem ser tomados. No processo de observação utilizado no estágio obrigatório supervisionado percebi que a atuação do profissional de serviço social e de suma importância dentro da instituição. Uma característica do setor é a construção/aplicação de projetos voltados para os usuários, colaboradores e alunos da UniRedentor. O Setor de Serviço Social é o responsável pela orientação ao acesso dos serviços prestados pela instituição, trabalhando sempre na identificação das possíveis demandas para os determinados encaminhamentos para a rede de assistência. Implementando um trabalho transdisciplinar - com os profissionais que na mesma estão inseridos, em prol de um melhor atendimentos aos usuários. Constata-se que o estágio é um campo que apresenta oportunidade de aprendizagens e preparação para o campo profissional dos discentes, tornando assim o estágio curricular obrigatório como a parte indispensável para a formação profissional. Pois, é por meio do mesmo que nós, futuros assistentes sociais, criamos maturidade profissional, fora que é por meio do mesmo que aprendemos a identificar as instrumentalidades da atuação profissional e a lidar com o código de ética profissional na prática. A junção do teórico metodológico com a prática é o que de fato irá fazer a diferença de cada aluno ao ingressar no meio profissional. 42 Instrumentalidade a prática profissional
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