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TCC - Sylvia PRONTO PARA POSTAGEM (1)

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SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
 
 
SYLVIA GOMES DOS SANTOS BARBOZA 
 
 
 
 
 
 
A SOCIEDADE UNIVERSITÁRIA UNIREDENTOR S.A EM SEUS 
DESAFIOS E LIMITES NO ATENDIMENTO DE PORTADORES DO 
ESPECTRO AUTISTA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO CAMPO 
DE ESTÁGIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Itaperuna 
2020 
1 
 
 
 
 SYLVIA GOMES DOS SANTOS BARBOZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A SOCIEDADE UNIVERSITÁRIA UNIREDENTOR S.A EM SEUS 
DESAFIOS E LIMITES NO ATENDIMENTO DE PORTADORES DO 
ESPECTRO AUTISTA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO CAMPO 
DE ESTÁGIO 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como requisito parcial 
para a obtenção do título de 
Bacharel em Serviço Social ao 
Centro Universitário Redentor. 
 
 
Orientador: Maria Luiza Lacerda Carvalhido 
Coorientadora: Thiara Mourão Fernandes da Costa 
 
 
 
 
 
Itaperuna 
2020 
 
 
 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
Autor (a) (es): SYLVIA GOMES DOS SANTOS BARBOZA 
Título: A SOCIEDADE UNIVERSITÁRIA UNIREDENTOR S.A EM ITAPERUNA/RJ 
EM SEUS DESAFIOS E LIMITES NO ATENDIMENTO DE PORTADORES DO 
ESPECTRO AUTISTA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO CAMPO DE ESTÁGIO 
Natureza: Trabalho de Conclusão de Curso 
Objetivo: Título de Bacharel em Serviço Social 
Instituição: Centro Universitário Redentor 
Área de Concentração: Serviço Social no Âmbito do Autismo e os Direitos Sócios 
Jurídicos. 
Aprovada em:____/_____/______ Banca 
Examinadora: 
 
 ___________________________________________ 
Profª Maria Luiza Lacerda Carvalhido (Orientadora) 
Doutoranda e Mestre em Sociologia Política pela Universidade Estadual do Norte 
Fluminense Darcy Ribeiro - UENF 
Instituição: Centro Universitário Redentor 
 
___________________________________________ 
Profª. Ariana Costa Pascoal 
Especialista em Docência do Ensino Superior 
Instituição: Centro Universitário Redentor 
 
____________________________________________ 
Profª. Gutielle Carvalhal Botelho Bustilho Faria 
Mestre em Políticas Sociais 
Instituição: Centro Universitário Redentor 
 
 
 
8 
 
 
SUMÁRIO 
RESUMO 
ABSTRACT 
1 INTRODUÇÃO...............................................................................................15 
1.1 Objetivos.................................................................................................17 
1.2 Metodologia ...........................................................................................17 
1.3 Justificativa ...........................................................................................18 
1.4 Hipóteses ...............................................................................................19 
1.5 Problemática ..........................................................................................19 
2 O ESPECTRO AUTISTA NO CONTEXTO BRASILEIRO E O ORDENADO 
JURÍDICO.................................................................................................................20 
2.1 A Evolução dos estudos e o conhecimento sobre o espectro autista no 
Brasil .................................................................................................20 
2.2 A composição jurídica brasileira que ampara o portador do Espectro 
Autista ....................................................................................................26 
3 O ATENDIMENTO AOS PORTADORES DO ESPECTRO AUTISTA NA 
SOCIEDADDE UNIVERSITÁRIA REDENTOR CLINICA ESCOLA EM 
ITAPERUNA/RJ ...............................................................................................33 
3.1 Conhecendo a Clínica Escola .............................................................33 
3.2 Relato de Experiência de Campo de Estágio e a Aplicação de um 
Projeto de Intervenção..........................................................................40 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................47 
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................46 
6 ANEXO .........................................................................................................50 
7 APÊNDICE ....................................................................................................51 
 
 
 
 
 
9 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
ABRA – Associação Brasileira de Autismo 
ABRAÇA – Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas com Autismo 
AMA-SP – Associação de Amigos do Autista 
BPC – Benefício de Prestação Continuada 
CAPS – Centro de Atenção Psicossocial 
CAPSi – Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil 
CID- 10 – Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à 
Saúde 
CF/1988 – Constituição Federal de 1988. 
CNSM – Conferência Nacional de Saúde Mental 
DSM-5 – Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais ou Manual 
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 
ECA – Estatuto da Criança e Adolescente. 
EUA – Estados Unidos da América 
ONU – Organização das Nações Unidas. 
SUS – Sistema Único de Saúde 
TEA – Transtorno do Espectro Autista 
TGD – Transtornos Globais de Desenvolvimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 Dedicatória 
 
Dedico este trabalho primeiramente a OLORUM (Deus) por ser essencial em 
minha vida e por me ensinar a andar com muita fé nesse frio chão, ao meu Pai OXALÁ 
(Jesus Cristo) por todas as vezes que me soprou ao pé do ouvido “que o mundo é 
grande e caminha extensa, mas que nada que uma pitada de fé não resolva”. Ao meu 
Padrinho Espiritual Pai Joaquim da Angola, por todas as vezes que me deite em seu 
colo aos prantos pensando em numeras vezes desistir até mesmo de viver e ele sempre 
com amor e carinho me ouviu e aconselhou obrigada padrinho, este trabalho é 
totalmente fruto de cada ensinamento que o senhor me passou nas madrugadas em 
que chamava pelo senhor aos prantos no meu quarto. Dedico também, parte desse 
momento há todos os Guias e Orixás por estarem sempre me segurando pelas mãos 
e me apoiando em todas as minhas decisões, ao Centro Espírita São Sebastião, por 
manter suas portas abertas para que esses Guias de Luz possam trazer palavras de 
Luz, Amor, Fé e Renovação todas as noites em que este terreiro está em festa. 
A minha mãe Marilane Gomes dos Santos por sempre estar ao meu lado me 
incentivando a ser cada dia que passa uma pessoa melhor, a essa “Sargenta” que 
brilhantemente Oxalá escolheu para ser minha raiz no plano terreno e que nunca me 
deixou esquecer meu potencial e principalmente do significado da palavra FÉ, obrigada 
mãe por tudo o que fez no passado e vem feito no presente. Eu te amo. 
Jamais poderia encerras meus agradecimentos sem citar quatro grandes 
mulheres que Oxalá enviou para minha vida nos momentos mais difíceis que vivi a 
Professora Ariana Costa Pascoal que sempre me ensinou que “no grito não 
ganhamos nada” e por simplesmente me acolher e me abraçar no momento tão 
delicado da minha vida! Obrigada, Professora Ariana por cada palavra de consolo e 
carinho, jamais me esquecerei disso. 
 A professora Fernanda Lopes que por motivos particulares não é minha 
professora no campo universitário, mas que continua sendo minha professora fora da 
universidade. Para você minha eterna gratidão, amor, carinho e respeito pois, 
dificilmente ouvi de você um “você não é capaz”, pelo contrário, sempre me disse que 
“, o mundo é lindo e que muitas pessoas precisam de mim ao lado delas, que confia e 
acredita no meu potencial”, este projeto de conclusão de curso foi construído por meio 
das sementinhas que plantou indiretamente no meu jardim de fé, todas as vezes em 
que lhe procurei pedindo ajuda. 
11 
 
A minha Supervisora de Campo de Estágio, Mariana Defáveri por não ter virado 
as costas para mim e ter desistido de me segurarpelas mãos num momento tão 
impactante em que vivemos num primeiro contato e aos poucos me transformar na 
mulher que sou hoje. Peço a Deus todas as noites que me permita ser apenas 1% da 
profissional que você é! Carregarei todos os seus ensinamentos por onde eu passar e 
em cada fala minha você será lembrada. Obrigada por não ter desistido de mim! 
Não posso encerrar meus agradecimentos sem citar essa mulher e profissional 
extraordinária que é a minha orientadora de TCC a professora Maria Luiza Carvalhido, 
meu muito obrigada por ter aceito meu convite de orientação e por nunca ter deixado 
eu abandonar o barco, mesmo quando a tempestade foi maior que minha vontade de 
nadar. Jamais irei esquecer as palavras de apoio e incentivos que me passou nas 
madrugadas acordadas na elaboração do meu TCC I, só eu sei o quanto foi sofrido e 
doido, mas você jamais me deixou sozinha. Que fique aqui registrado o meu MUITO 
OBRIGADA! 
E por último, mas não menos importante dedico ao melhor presente de Oxalá 
que eu pude receber no ano de 2018, quando retorno para Itaperuna/RJ deixando meus 
sonhos para trás e tendo que recomeçar uma parte da minha história que para mim já 
estava encerrada, foi neste momento de maior tristeza e frustração que essas 
pessoinhas entraram na minha vida para mostras, que podemos sim voltar atrás 
quantas vezes for necessário, pois só assim conseguiremos retornar com mais força e 
coragem. A vocês Ana Carolina Tavares e Eliza Mariana, Obrigada meninas por 
sempre me mostrarem que por pior que esteja “tudo pode piorar”, além de amigas de 
sala, hoje tenho vocês como amigas de vida! Sem vocês essa minha reta final não seria 
concluída, a vocês dedico todo amor que carrego no coração minhas meninas. Ou seja, 
por pior que esteja neste momento e por mais que realmente possa piorar o importante 
é não desistir e jamais deixar de sonhar. 
Que fique registado aqui também o meu muito obrigado a essas pessoas tão 
importantes e incentivadoras da minha vida que são minhas primas (Maria Clara e 
Maria Eduarda) por sempre terem ficado ao meu lado nos momentos mais críticos, sem 
você minha vida não teria luz e muito menos alegrias, minha base familiar são vocês 
duas minhas amadas e queridas primas que para mim são como irmãs, as amo muito 
pequenas. E a você também Luiz Felipe por mesmo com todos os motivos em questão 
você jamais saiu do meu lado, esteve presente nos meus piores momentos e nas 
12 
minhas maiores perdas. Jamais irei esquecer o quão importante você é em minha vida, 
te amarei para a eternidade Meu VIDA! 
 
Obrigada a todos que contribuíram por este momento único! 
Amo há todos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
RESUMO 
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é definido como uma desorganização 
que ocorrente no neurodesenvolvimento, causando assim um déficit na comunicação 
social e em padrões repetitivos do comportamento. Devido este déficit a pessoa que 
apresenta sinais de desordem no comportamento normalmente necessita de uma 
atenção mais especifica composta por uma equipe interdisciplinar, pois a mesma vai 
afetar seu desenvolvimento na sua totalidade. Diante este cuidado especifico a 
Constituição Federal de 1988 assegura ações, projetos e leis que estabelecem uma 
linha de cuidados e diretrizes de reabilitação na rede pública e privada de saúde. O 
trabalho foi desenvolvido através de uma revisão bibliográfica por meios dos canais 
virtuais, revistas e livros específicos que tratam especificamente do autismo e as leis 
que os amparam, bem como do relato de experiência de campo de estágio. A 
necessidade de falar sobre o tema partiu da observação participativa ocorrida no 
campo de estágio junto a Clínica Universitária CACI onde foi notado que a falta de 
conhecimentos dos pais e/ou responsáveis das crianças em tratamentos terapêuticos 
na Clínica gerava um desconforto e principalmente um preconceito familiar e social. 
 
Palavras-chave: Serviço Social, Direitos, Transtorno do Espectro Autista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
ABSTRACT 
Autistic Spectrum Disorder (ASD) is defined as a disorganization that occurs in 
neurodevelopment, thus causing a deficit in social communication and repetitive 
patterns of behavior. Due to this deficit, the person who shows signs of disorder in 
behavior usually needs a more specific attention composed by an interdisciplinary team, 
as it will affect their development in its entirety. In view of this specific care, the 1988 
Federal Constitution ensures actions, projects and laws that establish a line of care and 
rehabilitation guidelines in the public and private health system. The work was 
developed through a bibliographic review by means of virtual channels, magazines and 
specific books that deal specifically with autism and the laws that support them, as well 
as the report of experience of internship field. The need to talk about the topic came 
from the participatory observation that took place in the internship field at the Clínica 
Universitária CACI where it was noted that the lack of knowledge of parents and / or 
guardians of children in therapeutic treatments at the Clinic generated discomfort and 
especially family prejudice. and social. 
 
Keywords: Social Work, Rights and Autism Spectrum Disorder.
15 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
No ano de 2018 a Classificação Estatística Internacional de Doenças e 
Problemas Relacionados à Saúde (CID-11) o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA 
– código 6A02) passa a ser reconhecido em apenas um diagnóstico, ao inverso do 
CID-R10 em que apresentava ele em variáveis diagnósticos dentro dos Transtornos 
Globais do Desenvolvimento (TGD) e sucessivamente como: Autismo Infantil , 
Autismo Atípico, Síndrome de Rett, Transtorno de Desintegrativo da Infância, 
Transtorno com Hipercinética Associada a Retardo Metal e Movimentos Estereotipado 
e Síndrome de Asperger entres outros TGD sem especificações. A finalidade se 
encontra na facilitação e simplificação da encriptação na atenção dos serviços de 
saúde (BRASIL, 2018). 
Vale ressaltar que independentemente de a pessoa ser diagnosticada ou não 
com o TEA, a mesma é um cidadão comum e possuidor dos direitos sociais previstos 
no artigo 6º da Constituição Federal de 1988 (CF/88) a saber: “educação, a saúde, a 
alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a 
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados” de forma 
igualitária aos demais membros da sociedade (BRASIL, 1988). 
Nos últimos anos, muitos foram os avanços no campo dos direitos das pessoas 
com deficiência, sobretudo às pessoas com Transtorno do Espectro do Autista (TEA). 
Com a instituição da Lei nº 12.764 em 2012, indivíduos com transtorno do espectro do 
autista passaram ser considerados pessoas com deficiência, para todos os efeitos 
legais, o que confere o direito ao acesso às políticas e benefícios, inclusive o acesso 
à saúde. 
Segundo o artigo 196 da Constituição Federal de 1988, a saúde é um direito de 
todos e um dever que cabe ao Estado, e este tem que garantir as políticas sociais e 
econômicas que visem os serviços voltados para a sua promoção, proteção e 
recuperação de todos os cidadãos que dela precisar (BRASIL, 1988). 
Distingue-se como Transtorno toda e qualquer alteração do estado normal de 
saúde, que pode vir ocasionar desconfortos no assistido. Os transtornos são atuantes 
na esfera da saúde mental que virá a afetar suas atividades decorrentes do dia a dia 
e de sua personalidade, gerando desta forma sofrimentos e preconceitos. 
16 
 
O termo Transtorno é muito utilizado nas áreas Psicossomática e 
Psicoterapêutica. Já a noção de Deficiência é dada por meios das manifestações 
apresentadas logo na primeira infância e estão associadas a uma média inferior do 
funcionamento intelectual em duas ou mais esferas de habilidadesadaptativas “tais 
como comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, utilização de recursos da 
comunidade, saúde e segurança, habilidades acadêmicas, lazer e trabalho” (BRASIL, 
2004). 
Dentro do contexto legal supracitado, é importante mencionar que, na época 
em que as leis foram estabelecidas, o autismo ainda não era considerado uma 
deficiência clara, pois indivíduos do espectro não demostravam deficiência intelectual 
e/ou física como comorbidades. Isto gerou uma grande barreira para os portadores 
quanto aos acessos e serviços. 
No ano de 2011, com o decreto n. 7.612 de 17 de novembro, institui-se o Plano 
Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que traz como objetivo propor a 
unificação de variadas políticas e programas para pessoas com deficiência, 
possuindo, assim, diretrizes que vão garantir ações inclusivas como: a acessibilidade; 
a melhoria do acesso a serviços de intervenção e reabilitação; acesso à educação, 
entre outras (BRASIL, 2011). 
O TEA passou a ser reconhecido como uma deficiência em com a Política 
Nacional dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo, onde o 
objetivo principal é trabalhar com as diretrizes pautadas na intersetorialidade das 
políticas e ações de atendimentos, nas consultas da comunidade e na atenção 
integral. Esta atenção engloba ações que vai deste o diagnóstico até as os métodos 
de intervenção (habilitação/reabilitação) (BRASIL, 2013). 
Para fornecer uma visão global da discussão proposta nesse trabalho, no 
primeiro capítulo relatarei sobre o Espectro Autista no contexto brasileiro e o 
ordenamento jurídico, onde dissertarei sobre a evolução dos estudos e conhecimentos 
sobre do TEA no Brasil e a composição jurídica brasileira que ampara o portador do 
TEA. Adentrando ao segundo capitulo dissertarei sobre o atendimento aos portadores 
do Espectro junto a Sociedade Universitária Redentor S.A, onde apresentarei a 
história de construção da Sociedade Universitária por meio de um relato de 
experiência de campo de estágio e finalizarei meu trabalho de conclusão de curso 
apresentando o projeto de intervenção. 
17 
 
1.1OBJETIVOS 
O presente trabalho tem por objetivo geral compreender a importância da 
Sociedade Universitária Redentor S.A em Itaperuna/RJ no atendimento e garantia dos 
direitos dos portadores do Espectro Autista a partir de seus desafios e limites e, por 
objetivos específicos apresentar a evolução histórica acerca da compreensão do 
autismo, compreender o ordenamento jurídico brasileiro em relação aos direitos dos 
portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA), discutir sobre a importância da 
família para os portadores do TEA e apresentar a importância do Serviço Social no 
atendimento aos portadores do TEA. 
 
1.2 METODOLOGIA 
 Como base metodologia para a construção desta monografia será utilizada 
uma revisão bibliográfica através de materiais eletrônicos, livros, artigos, revistas 
científicas, teses, dissertações, monografias e etc., a revisão bibliográfica é o 
elemento imprescindível no direcionamento efetivo de um problema de pesquisa 
(MAZZOTTI, 2012). 
Será utilizado ainda um relato de experiência oriundo das atividades realizadas 
junto ao campo de estágio da autora. Esse relato traz como objetivo a descrição do 
funcionamento da Sociedade Universitária pelo víeis de um olhar particularizado e 
crítico de uma estagiaria do Curso de Serviço Social do Centro Universitário 
UniRedentor, campus de Itaperuna – RJ. 
O mesmo parte de uma observação participante, onde além de observar foi 
possível atuar junto à supervisora de campo em alguns atendimentos. A observação 
participante é entendida e aplicada pelos pesquisadores de várias formas, e seu 
objetivo é fazer com que o pesquisador desenvolva um convívio regado de confianças, 
oportuno aos "os bastidores das realidades de sua experiência, que geralmente são 
escondidos de estranhos” (PATERSON et al, 2003). 
A observação participante proporciona a percepção e aquisição de informações 
eventualmente não compreendido por meio de outros métodos, exige do pesquisador 
uma postura rígida e sistemática que seja capaz de descrever de forma cientifica os 
contextos sociais e sua influência diante as relações humanas em que está 
observando, deixando suas crenças e “achados” de lado (CANO & SAMPAIO, 2007). 
18 
 
1.3 JUSTIFICATIVA 
 Falar sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é muito relevante na atual 
sociedade, uma vez que o autismo ainda é um tabu até mesmo para os próprios 
familiares de quem possui o TEA. 
A partir das experiências vivenciadas no campo de estágio na Sociedade 
Universitária, foi possível notar que muitos pais, mesmo com o apoio e atenção 
voltados especialmente para eles dentro dessa instituição, ainda não conheciam os 
direitos de seus filhos e deles mesmos. 
Juntamente com essa constatação e com as discussões em sala de aula, na 
disciplina de Projeto Integrador VI com a turma do 6º período do Curso de Serviço 
Social do Centro Universitário UniRedentor/Afya do campus de Itaperuna/RJ, foi 
realizado um projeto onde, de fato, foi possível interagir com esses pais que possuem 
seus filhos inseridos nas atividades da Sociedade Universitária. 
E foi por meio deste projeto fomentado no ano de 2019 que me salientou o 
questionamento sobre a importância da Sociedade Universitária Redentor para essa 
população, bem como seus limites e desafios. 
Ademais, o autismo ainda é um campo de estudo pouco explorado pelo o 
mundo acadêmico do Serviço Social o que ocasiona um déficit de informações, 
principalmente sobre as questões ligadas aos direitos. 
No que se refere aos direitos da criança ou adolescente com autismo, o papel 
do Assistente Social, para Nietsche (2011), deve ser voltado para a efetivação dos 
direitos através dos programas de intervenções de forma que leve a contribuição da 
socialização e a consolidação dos direitos do indivíduo e sua família. 
Por esse motivo, a atuação destes profissionais não pode se resumir apenas 
aos indivíduos com TEA, mas, deve se estender também para todo seu núcleo familiar. 
É competência do Assistente Social observar e entender as mudanças societárias e 
lutar por uma sociedade mais democrática, que haja na consolidação da cidadania e 
da justiça social. Portanto, é indispensável na atuação do profissional a compreensão 
das especificidades dessas expressões da questão social e as particularidades de 
cada indivíduo, tornando assim seu trabalho mais qualificado e eficaz. 
19 
 
A Lei 8.662/1993 que faz referência a Regulamentação da Profissão afirma que 
é de competência dos Assistentes Sociais que atue junto a outras áreas de saúde, 
orientar indivíduos ou grupos de diferentes camadas sociais, identificando e fazendo 
uso de recursos, defender seus direitos e trabalhar no planejamento, organização e 
administração dos benefícios e serviços sociais. (BRASIL, 1993). 
Por fim, cabe ao profissional de Serviço Social intervir conjuntamente com a 
família através da socialização de informações e da inserção em programas e serviços 
que garantam os direitos da pessoa com TEA. Contribuindo assim para um melhor 
tratamento e qualidade de vida. Logo, é mister que essa discussão perpasse o campo 
de atuação do assistente social. 
 
 
1.4 HIPÓTESE 
Acredita- se que a falta de orientação e conhecimentos a respeito do transtorno, 
gera um desconforto familiar podendo acarretar a negação inicial ao diagnóstico 
desses indivíduos, ocasionando também um desequilíbrio emocional e psíquico da 
conjuntura familiar. 
Conhecer apenas o transtorno não é o que de fato faça com que esses 
indivíduos e sua família obtenham um amparo para sua inclusão social. Se faz 
necessário que eles reconheçam seus direitos. Sendo assim, o Assistente Social se 
deve se fazer presente viabilizando tais direitos de forma com que cada um atravésde suas particularidades busquem uma autonomia social e pessoal. 
 
1.5 PROBLEMÁTICA 
Quais os desafios encontrados pelo profissional de Serviço Social junto aos 
portadores do Espectro Autistas e seus familiares ao fazer valer os direitos judiciários 
dos mesmos? 
 
 
 
20 
 
2 O ESPECTRO AUTISTA NO CONTEXTO BRASILEIRO E O 
ORDENAMENTO JURÍDICO 
 
2.1 A EVOLUÇÃO DOS ESTUDOS E O CONHECIMENTO SOBRE O ESPECTRO 
AUTISTA NO BRASIL 
 
A precarização de recursos e intuições públicas voltadas para o amparo das 
pessoas com autismo e em especial seus familiares, fizeram com que alguns pais se 
empenhassem na construção próprias de grupos de apoio e divulgações sobre o TEA 
e amparo mútuo, baseados aos modelos já existentes nos Estados Unidos da América 
(EUA) e na Europa (MELLO, 2005). 
O primeiro grupo de apoio no Brasil foi a Associação dos Amigos dos Autistas 
de São Paulo AMA, no ano de 1983. Esse grupo partia da iniciativa básica de elaborar 
e fomentar buscas pelo conhecimento sobre o TEA e, em especial, estabelecer uma 
troca de experiências vivenciadas por cada família que possui filhos com o espectro. 
O AMA-SP surge em um período antecedente ao Sistema Único de Saúde 
(SUS), e onde o Estado brasileiro não possuía nenhuma política voltada para o 
acolhimento das crianças e adolescentes que sofriam de qualquer tipo de transtorno 
mental, e ess a fala de políticas públicas fez com que o AMA-SP desenvolvesse suas 
próprias “frentes assistenciais, e a buscar conhecimento, por meio de intercâmbios 
com instituições estrangeiras” (MELLO, 2005 apud MELLO, 2013). 
Concomitante a criação do AMA-SP, na década de 80 surgia o Movimento da 
Reforma Psiquiátrica, que delineava uma revisão dos princípios assistenciais e 
teóricos em relação às pessoas com transtornos mentais, tendencionando a superar 
o modelo de assistência centralizado nas práticas institucionalizadas, de forma a 
propagar o resgate do âmbito social desta população e a implementar uma rede 
comunitária para o cuidado em liberdade (AMARANTE, Paulo,1994, v.1, pág. 61). 
Pela atuação do Movimento e da publicação da Lei nº 10.216/01 que foi um dos 
maiores marcos da história da reforma psiquiátrica, a mesma é o resultado da 
persistente luta contra o movimento antimanicomial, vai apresentar numerosas 
renovações no que compete aos recursos terapêuticos das pessoas portadoras de 
deficiência mental. A saúde mental se firmou anos após, como uma política de Estado 
- estendida com a Atenção Psicossocial – que ampara em consistentes aparatos 
21 
 
jurídicos, políticos e clínicos, que reestruturaram a rede de serviços e matricularam os 
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), como fundamentais estratégias de cuidado 
em saúde mental (DELGADO et al., 2011;). 
No ano de 1987 ocorreu, na cidade do Rio de Janeiro, a I Conferência Nacional 
de Saúde Mental (CNSM), que tinha como objetivo discutir a Saúde Mental pelo víeis 
da unificação entre: Economia, Estado e Sociedade, enfatizando a primordialidade de 
amplificar o conceito de saúde, considerando-se no encalço relevantes situações 
materiais de vida. 
Situando a saúde mental no bojo da luta de classes, podemos 
afirmar que seu papel tem consistido na classificação e exclusão 
dos ‘incapacitados’ para a produção (...). É urgente, pois o 
reconhecimento da função de dominação dos trabalhadores de 
saúde mental e a sua revisão crítica, redefinindo seu papel, 
reorientando a sua prática e configurando a sua identidade ao 
lado das classes trabalhadoras (BRASIL/MS, 1992, p. 15). 
 
Ou seja, a I Conferência se destaca em grande proporção no âmbito político 
ideológico e no âmbito jurídico, tratando-se assim de elaborar e produzir normas 
práticas ao executar ordenamentos inversos ao asilar. Vale registrar, que a proposta 
antimanicomial, vai percorrer os movimentos históricos integralmente favoráveis as 
práticas da Reforma Psiquiátrica, de modo que até os tempos atuais, se apresenta 
com uma postura clara e universalmente patenteada. 
A II Conferência Nacional de Saúde Mental (1992) vai destacar a importância 
da junção entre Cidadania, Estado e Sociedade, tornando assim seus cidadãos mais 
ativos, em especial no âmbito educacional. Essa conferência demonstra a 
necessidade de “transformação das relações cotidianas entre trabalhadores de saúde 
mental, usuários, famílias, comunidade e serviços, em busca da 
desinstitucionalização, bem como da humanização das relações no campo da saúde 
mental”. (II CNSM/1992, item.16) 
Sendo assim, a II Conferência Nacional de Saúde Mental, deixa seu marco na 
história da Reforma Psiquiátrica enfatizando a importância de novas pesquisas 
relacionadas a saúde metal, a importância da capacitação de novos profissionais e 
mais uma vez vem reforçando a ideia sobre os direitos legais de sobrevivência de 
qualquer cidadão, destacando assim, o processo sofrido pela saúde mental no âmbito 
teórico, assistência, jurídico e cultural. 
22 
 
“III. O processo saúde/doença mental deverá ser entendido a 
partir de uma perspectiva contextualizada, onde qualidade e 
modo de vida são determinantes para a compreensão do sujeito, 
sendo de importância fundamental vincular o conceito de saúde 
ao exercício de cidadania, respeitando-se as diferenças e as 
diversidades”. (BRASIL, 1994, pg. 11) 
 
No entanto, Couto & Delgado (2015), apontam que a incorporação da saúde 
mental infanto-juvenil na pauta das políticas públicas nacionais se consolidou 
tardiamente na esfera intrínseca da saúde mental, elemento que coopera para o 
entendimento dos impasses enfrentados nos dias de hoje pela rede de cuidados 
outorgados pelo SUS para as pessoas com autismo. 
A elaboração de uma rede de atenção voltada para crianças e adolescentes 
que apresentava algum transtorno mental, leve, moderado ou grave, incorporada à 
saúde mental pelo SUS, só foi ofertada e instituída mediante a III Conferência Nacional 
de Saúde Mental, no ano de 2001 (BRASIL, 2002), obtendo o objetivo da implantação 
dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), a partir da portaria nº 336/02 (BRASIL, 
2002b). 
Os Caps podem se constituir em 5 modalidades: Caps I, Caps II e Caps III, 
diferenciando-se apenas no que se refere à ordem crescente de porte/complexidade 
e abrangência populacional. E outros 2 serviços específicos de atenção psicossocial: 
Capsi (Criança e Adolescente), voltado à atenção psicossocial para atendimentos de 
crianças e adolescentes; e Caps ad (Álcool e outras Drogas), responsável pela 
atenção psicossocial de pessoas com transtornos decorrentes de uso e dependência 
de substâncias psicoativas infanto-juvenil (CAPSi). 
O Serviço de atenção psicossocial para atendimentos a crianças e 
adolescentes, constituindo-se na referência para uma população de cerca de 200.000 
habitantes, ou outro parâmetro populacional a ser definido pelo gestor local, deve 
atender a critérios epidemiológicos, com as seguintes características: constituir-se em 
serviço ambulatorial de atenção diária destinado a crianças e adolescentes com 
transtornos mentais; possuir capacidade técnica para desempenhar o papel de 
regulador da porta de entrada da rede assistencial no âmbito do seu território e/ou do 
módulo assistencial, definido na Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS), 
de acordo com a determinação do gestor local; responsabilizar-se, sob coordenação 
do gestor local, pela organização da demanda e da rede de cuidados em saúde mental 
23 
 
de crianças e adolescentes no âmbito do seu território; coordenar, por delegação do 
gestor local, as atividades de supervisão de unidades de atendimento psiquiátrico a 
crianças e adolescentes no âmbito do seu território; supervisionar e capacitar as 
equipes de atenção básica, serviços e programas de saúde mental no âmbito do seu 
território e/ou do módulo assistencial, na atenção à infância e adolescência; realizar,e manter atualizado, o cadastramento dos pacientes que utilizam medicamentos 
essenciais para a área de saúde mental; funcionar de 8:00 às 18:00 horas, em 02 
(dois) turnos, durante os cinco dias úteis da semana, podendo comportar um terceiro 
turno que funcione até às 21:00 horas. (BRASIL, 2002b). 
A assistência prestada ao paciente no CAPS i inclui as seguintes atividades: 
atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre outros); 
atendimento em grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte social, 
entre outros); atendimento em oficinas terapêuticas executadas por profissional de 
nível superior ou nível médio; visitas e atendimentos domiciliares (BRASIL, 2002b). 
Além do atendimento à família; atividades comunitárias enfocando a 
integração da criança; do adolescente na família, na escola, na comunidade ou 
quaisquer outras formas de inserção social; desenvolvimento de ações intersetoriais, 
principalmente com as áreas de assistência social, educação e justiça; os pacientes 
assistidos em um turno (04 horas) receberão uma refeição diária, os assistidos em 
dois turnos (08 horas) receberão duas refeições diárias. (BRASIL, 2002b). 
Os Centros de Atenção Psicossocial devem ser compostos por uma equipe 
multiprofissional, e esses profissionais devem trabalhar com perspectiva 
interdisciplinar, sendo responsáveis pela unidade durante todo o seu período de 
funcionamento, o que inclui criar uma ambiência terapêutica acolhedora. 
A equipe técnica mínima para atuação no CAPS i, para o atendimento de 15 
(quinze) crianças e/ou adolescentes por turno, tendo como limite máximo 25 (vinte e 
cinco) pacientes/dia, será composta por: 01 (um) médico psiquiatra, ou neurologista 
ou pediatra com formação em saúde mental; 01 (um) enfermeiro; 04 (quatro) 
profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: psicólogo, 
assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, pedagogo ou 
outro profissional necessário ao projeto terapêutico; 05 (cinco) profissionais de nível 
médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico 
educacional e artesão. (BRASIL, 2002b). 
24 
 
A inclusão tardia da saúde mental infanto-juvenil na agenda das políticas de 
saúde mental pode ser atribuída a diversos fatores. De acordo com Couto, Duarte e 
Delgado (2008), alguns exemplos que podem ser destacados são: a extensa e variada 
gama de problemas relacionados à saúde mental da infância e da adolescência; a 
complexidade da avaliação diagnóstica e situacional; 
Há também uma dificuldade de encontrar estudos sistematizados sobre as 
consequências dos transtornos mentais originados na infância e na adolescência 
sobre a vida adulta; poucas evidências empíricas de qualidade sobre a eficácia e a 
efetividade de tratamentos para transtornos mentais infantis; e a dificuldade de 
inclusão da saúde mental infantil no campo da saúde pública (COUTO, et al, 2008). 
Nos anos anteriores a dificuldade era bem maior e, na maioria das vezes, essas 
famílias iam buscar apoio, orientação e cuidado em grupos criados por pais que 
passavam pela mesma situação e, de alguma forma, iam desempenhando funções 
que competiam ao Estado. 
Couto, Duarte e Delgado (2008, P. 392) asseveram que há ainda um 
significativo hiato a ser recoberto quanto ao desenvolvimento de modalidades de 
intervenção para o cuidado à saúde mental de crianças e adolescentes que sejam 
aplicáveis a diferentes contextos. 
Concomitantemente à implementação dos primeiros CAPSi, dadas 
associações, como a AMA-SP, passaram a conquistar um maior luteranismo nos 
âmbitos políticos, assistencialismo e técnico, num período em que ainda vinculava 
grandes carências de políticas públicas para o amparo de pessoas com TEA. 
Desta forma, a AMA-SP abrangeu todo território brasileiro (CAVALCANTE, 
2003), tornando-se distinguida como um campo de frutos técnicos e instruções 
profissionais e persuadindo novas associações, tais como a Associação Brasileira de 
Autismo (ABRA), Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas com 
Autismo (ABRAÇA), Fundação Mundo Azul, entre outras. 
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 
(DSM-5, 2013), o TEA é definido como um atraso do desenvolvimento motor e social, 
ou seja, o indivíduo, para ser diagnosticado com TEA ou Transtorno do 
Desenvolvimento Global (TDG), tem que apresentar um déficit de comunicação, uma 
restrição padronizada e contínua no seu comportamento, movimentos permanentes, 
25 
 
interesses contínuos e hipo e hipersensibilidade nos estímulos sensoriais. (DSM-5, 
2013) 
Todos os pacientes com autismo compartilham dessas mesmas dificuldades, 
porém cada um dentro da sua individualidade e forma de encarar o mundo em que 
vive. 
Apesar de ser conhecido como Autismo Infantil, esta nomenclatura se deu por 
conta da grande massa de diagnósticos definidos ainda na primeira infância, o que 
não significa que as mudanças ocorridas nas fases do desenvolvimento infantil 
fazendo com que a criança chegue até a fase adulta. Mesmo com todas essas 
mudanças, nenhuma delas irá definir do TEA na vida do indivíduo, até porque esses 
transtornos são condições permanecentes que irão acompanhar essas pessoas por 
toda sua trajetória de vida. 
Ao que se refere especificamente ao TEA há um mundo totalmente variado de 
causas e circunstâncias, mas ao mesmo tempo um mundo totalmente desconhecido 
tanto no âmbito acadêmico como no âmbito cientifico. 
O motivo que leva o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 
(DSM-5) a rotular esses transtornos como espectro é que, apesar dos sintomas serem 
padronizados em cada indivíduo, ele vai se apresentar em diferentes graus e 
potências. 
É justamente essa diferença de níveis e intensidades que acabam gerando a 
particularidade de cada indivíduo que apresenta o TEA, pois, enquanto uns vão 
apresentar dificuldade de aptidão para quase tudo, outros vão se destacar em alguma 
atividade específica obtendo uma vida mais tranquila dentro das suas limitações e 
desafios diários. 
Anteriormente, o processo de atendimento as Pessoas com TEA não era de 
fácil acesso, pois, na verdade, não se falava muito no assunto e não havia diagnósticos 
e nem legislações voltadas a essas pessoas, porém, atualmente com as conquistas 
apresentadas, o assunto remete uma maior visibilidade. 
 
 
26 
 
2.2 A COMPOSIÇÃO JURÍDICA BRASILEIRA QUE AMPARA O PORTADOR DO 
ESPECTRO AUTISTA 
Ao que se refere aos direitos da pessoa com TEA, a primeira e maior conquista 
veio junto à Constituição Federal de 88 e com a Lei 7.853/89, que garantem tanto os 
direitos das pessoas portadoras de deficiências quanto às políticas de acessibilidade, 
possibilitando à legislação infraconstitucional a tutela do acesso, que vai afetar 
diretamente a quaisquer cidadãos que apresente uma deficiência. 
O artigo 1°, parágrafo 1º da Lei n. 7.853/89, garante os valores básicos da 
igualdade de tratamento e oportunidade, da justiça social, do respeito à dignidade da 
pessoa humana, do bem-estar, e outros, indicados na Constituição, ou justificados 
pelos princípios gerais de direito. 
Já a Constituição Federal de 1988 (CF/88) passou para o Ministério Público 
(MP) o papel de defensor dessas parcelas da população, quanto aos interesses 
individuais e coletivos (BRASIL, 1988). 
No caso especifico de criança ou adolescente, tem-se ainda, regulando 
juntamente com a CF/88, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que assegura 
a criança e ao adolescente gozarem de todos os direitos fundamentais inerentes à 
pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral assegurando-se lhes, por lei ou por 
outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o 
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade 
e dedignidade (BRASIL, 1990). 
É importante destacar que antes do diagnóstico de Autismo, os portadores do 
espectro possuem seus direitos humanos e deveres respaldados pela Constituição 
Federal de 88, conforme estipulado e consolidado no artigo 5º do referido diploma 
legal, aonde diz que todo e qualquer cidadão é igual perante a lei, e que devem ser 
tratados sem que haja distinção de qualquer natureza, fazendo desta forma a 
“inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade” (BRASIL, 1988). 
Assim, é que a grande maioria dos portadores do espectro são diagnosticados 
ainda na primeira infância, e, portanto, eles possuem também o respaldo e segurança 
de seus direitos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, onde o Parágrafo 
Único da Legislação vai nos dizer que todas as crianças e adolescentes, sem 
27 
 
discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião 
ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, assim 
como, as condições de moradia, econômicas, região ou local de moradia, que se 
refere a criança, sua família ou comunidade em que se vivem (ECA, 1990). 
Dito isto, a condecoração dos direitos das pessoas que se apresentam em 
indefensabilidade, e se tratando do TEA, esses direitos devem possuir uma 
compreensão voltada para as particularidades de cada indivíduo e expandir suas 
competências para o âmbito da saúde, educação, assistência social e da inclusão. 
Assim, é possível perceber que quanto mais se adensa com os estudos sobre 
o TEA, mas se adquire conhecimentos sobre o mesmo e, concomitantemente, o 
amparo jurídico se expande e, desta forma, mais cidadãos passariam a ter uma 
tomada de conhecimentos sobre seus direitos e amparos legais. 
 No Brasil, a multiplicidade das normativas estão conjecturadas pela Política 
Nacional de Proteção dos Direitos das Pessoas com Transtorno do Espectro Autista 
(Lei nº 12.764, 2012) em vivacidade desde 2012. Portanto, percebe-se que os 
amparos jurídicos não se estagnaram em 1948, com a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos. 
Com tudo isso, destaca-se as principais Leis Jurídicas em que a pessoa 
diagnosticada com TEA e sua família poderão se assegurar. A partir de uma ordem 
cronológica, é possível destacar o Decreto de nº 3.298/1999, que regulamenta a 
Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e consolida 
as normas de proteção. 
No seu art. 1ª, a referida lei acima, informa que a Política Nacional para a 
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência compreende o conjunto de orientações 
normativas que objetivam assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e sociais 
das pessoas portadoras de deficiência e traz como objetivo a garantia do acesso, 
ingresso e a participação em todos os serviços ofertados pela comunidade, assim 
como a incorporação aos órgãos públicos e unidades privadas nos âmbitos da saúde, 
transporte, trabalho, lazer, previdência social, assistência social, edificação pública, 
educação, previdência social, cultura, lazer. 
Os incisos III, IV e V o artigo vão homologar que a pessoa portadora de 
transtornos mentais necessitam de programas setoriais designados aos atendimentos 
https://www.sinonimos.com.br/indefensabilidade/
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm
28 
 
de formar particularizada as suas necessidades, de profissionais técnicos respaldados 
de conhecimentos especializados para a pessoa possuidora de deficiência, bem como 
os órgãos públicos devem garantir a efetuação de programas de prevenção e de 
atendimentos especializados e voltados para a inclusão social da pessoa portadora 
de transtorno mental. (BRASIL, 1999). 
Ainda nessa discussão tem-se a Lei 10.098/2000 que institui diretrizes sociais 
fundamentadas para a efetivação da acessibilidade de pessoas provindas de uma 
deficiência ou locomobilidade cerceada. Traz como objetivo a efetivação do acesso 
das pessoas portadoras de deficiência intelectual ou de locomobilidade, sendo um 
dever do Estado e do Legislativo garantir com que essas pessoas possam ter acesso 
as via urbanas e rurais sem que sobre nenhum tipo de discriminação ou exclusão 
social. (BRASIL, 2000). 
Dando seguimento na discussão o Decreto 3.956 de 2001 vai apresentar a 
Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação 
contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Aqui, é preciso mencionar que de 
acordo com o art. 84, inciso VIII da Constituição Federal de 1988, e compreendendo 
que o Congresso Nacional outorgou o teor da Convenção Interamericana para a 
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de 
Deficiência por meio do Decreto Legislativo no 198, de 13 de junho de 200l. (BRASIL, 
2001). 
Levando em conta que a Convenção só foi instituída pelo Brasil, no dia 14 de 
setembro de 2001, a mesma tende como meta a prevenção e a eliminação dos 
modeles de discriminação contra o cidadão portador de deficiência, assegurando-se 
a sua absoluta inserção junto à sociedade. Para que esse objetivo seja alcançado se 
faz necessário à união do por legislativo junto ao Estado na elaboração e 
implementação de políticas públicas que sejam capazes de minimizar as 
discriminações sofridas pelas pessoas portadoras de deficiência e seus familiares, 
para que de fato essas pessoas possam se sentir incluídas numa sociedade pela qual 
não irá descriminá-las (BRASIL, 2001). 
A lei 10.216/2001, conhecida como a lei da Reforma Psiquiátrica, foi 
implementada no dia 06 de abril de 2001, traz em sua estrutura legal treze artigos e 
irá tratar sobre os direitos e proteções para as pessoas possuidoras de transtornos 
mentais. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10098.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10098.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10098.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10098.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10098.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10098.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm
29 
 
Considera-se que sua estrutura textual não foi construída por itens isolados e 
sim pelas variadas lutas e transformações que o cenário de saúde mental veio 
sofrendo ao longo da sua história. Contudo, mesmo a lei discorrendo sobre os direitos 
e proteções a mesma não deixa claro as ações que punem aqueles que descumprem 
suas diretrizes e de que forma podemos estar garantindo a efetivação do mesmo. 
(BRASIL, 2001). 
A referida lei se volta especialmente para os paradigmas assistenciais em 
saúde mental, e em seus textos são trabalhadas as diferentes formas de transtornos 
mentais e suas particularidades no campo pessoal e social. A partir destas questões 
que é possível trabalhar os itens voltados para a proteção desses portadores de 
transtornos mentais, seus direitos e o espelho assistencial. 
Em seu art. 1º trata dos direitos e proteção dessas pessoas, assegurando que 
não ocorra nenhum tipo de discriminação que estejam relacionados “à raça, cor, sexo, 
orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos 
econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou 
qualquer outra”. (BRASIL, 2001) 
O art. 2º informa acerca dos atendimentos em saúde mental, para essas 
pessoas ou seus familiares e/ou responsáveis. Cabendo ao parágrafo único deste 
artigo a descrição desses direitos, que são: acesso integral e adequado as suas 
necessidades, tratamentos humanizados e respeitosos, recuperação da inserção da 
família, do trabalho e comunidade. (BRASIL, 2001). 
Cabe a referida lei, ainda, resguardar e garantir proteção contra qualquer ação 
abusiva ou exploratória que essas pessoas sofram, bem como o sigilo das 
informações prestadas e caso necessário à presença de um médico para o 
esclarecimento da necessidade de uma hospitalização voluntária ou involuntária. 
(BRASIL, 2001). Assim como os cidadãos comuns e livres de qualquer transtorno 
mental, o cidadão possuidor desses transtornos também possui livre acesso aos 
meios de comunicação, para que possam receber todas as informações referentes ao 
seu transtorno e o modo como será tratado. 
A referida lei expressa de uma forma bem clara e transparente, afirmando que 
é responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a 
assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos mentais, 
30 
 
com a devida participação da sociedade e da família, a qual será prestada em 
estabelecimento de saúde mental, assim entendidas as instituições ou unidades que 
ofereçam assistência em saúde aos portadores de transtornos mentais. (BRASIL, 
2001). 
Já a lei nº. 12.764/2012 ou Lei Berenice Piana, prescreve a Política Nacional 
de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 
3º do art. 98 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. 
Essa lei trata sobre a promoção da inclusão das pessoas com TEA e garante 
que elas possam ter acesso aos bens jurídicos fundamentais, como: saúde, educação 
e lazer, através da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com 
Transtorno do Espectro Autista. 
A partir da Lei Berenice Piana fica estabelecido às diretrizes, considerando 
assim pessoa com transtorno do espectro autista aquela portadora de síndrome clínica 
caracterizada na forma de uma deficiência consistente e clinicamente expressiva da 
comunicação e interação social, exteriorizada como uma deficiência presente na 
comunicação verbal e não verbal, na falta de reciprocidade e escassez de construir ou 
manter relações propicias ao seu nível de desenvolvimento. 
 A pessoa portadora de TEA é entendida como uma pessoa que possui 
princípios restritivos e repetitivos em seu comportamento, interesses ou atividades, 
apresentados pelos seus comportamentos motores ou verbais, bem como, 
comportamentos atípicos, amplo apoio em suas rotinas, comportamentos metódicos 
e interesses extremamente privados e permanentes. (BRASIL, 2012). 
Diante disso, percebe-se que a Pessoa com Transtorno do Espectro Autista tem 
seus direitos assegurados como qualquer outro cidadão e o Estado é o responsável 
por levar a igualdade e a cidadania a elas e que seus atendimentos são voltados para 
o âmbito da saúde devem ser aplicados de forma igualitária e fidedigna a essas 
pessoas, assim como o acesso a ações e serviços de saúde, com vistas à atenção 
integral às suas necessidades de saúde, incluindo: a) o diagnóstico precoce, ainda 
que não definitivo; b) o atendimento multiprofissional; c) a nutrição adequada e a 
terapia nutricional; d) os medicamentos; e) informações que auxiliem no diagnóstico e 
no tratamento (BRASIL, 2012). 
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2012/lei-12764-27-dezembro-2012-774838-publicacaooriginal-138466-pl.html
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2012/lei-12764-27-dezembro-2012-774838-publicacaooriginal-138466-pl.html
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2012/lei-12764-27-dezembro-2012-774838-publicacaooriginal-138466-pl.html
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2012/lei-12764-27-dezembro-2012-774838-publicacaooriginal-138466-pl.html
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2012/lei-12764-27-dezembro-2012-774838-publicacaooriginal-138466-pl.html
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2012/lei-12764-27-dezembro-2012-774838-publicacaooriginal-138466-pl.html
31 
 
Sobre a Lei 13.146/2015 ou Estatuto da Pessoa com Deficiência, implementa a 
Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência que vai trazer como objetivo 
principal a promoção de ações de igualdade no exercício dos direitos e liberdades 
vitais para a pessoa portadora de deficiência, acima de tudo no exercício da inclusão 
social. 
Procurando ressaltar os conceitos, obrigações e os direitos específicos para a 
pessoa deficiente, nela podemos encontrar temas específicos como a acessibilidade, 
tecnologia assistida, atendente pessoal, acompanhante, assim como, elementos 
penais, com a descrição de crimes e infrações administrativas praticados e duas 
expectativas punições (BRASIL, 2015). 
A Lei 13.146/15 institui que pessoa com deficiência é aquela que possui um 
impedimento, seja de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, contudo esse 
impedimento deve conter uma característica: ser uma condição de longo prazo. 
O Estatuto também assegura a avaliação biopsicossocial, ou seja, a lei vai 
garantir que essa avaliação seja realizada pelo víeis público de saúde, onde a pessoa 
contará com profissionais capacitados para este tipo de avalição. É de suma 
importância ressaltar que esta avaliação tem como princípio da fomentação de laudos 
onde especificará os aspectos que possam causar um impedimento dessa pessoa ao 
se interagir no âmbito socioambiental, bem como descrever suas limitações no que 
tange o desempenho de atividades psicomotoras que possa ocasionar retenções em 
sua atuação social (BRASIL, 2015). 
A lei também vai retratar pontos como acessibilidade, não obrigatoriedade da 
fruição, extensão da capacidade, importância do consentimento e a condição 
competitiva no mercado de trabalho. Ao que se retrata a ação profissional de um 
assistente social é primordial que ele compreenda cada um desses aspectos 
retratados para lei, para que assim elepossa de fato validar e assegurar que seu 
usuário, ou família, compreenda que as pessoas com deficiências são detentoras de 
direitos, bem como as demais pessoas que compõem a sociedade. (BRASIL, 2015). 
Dito isto a Lei 13.438/2017 vai modificar a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, 
o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), para torna-se devida a adoção pelo 
Sistema Único de Saúde (SUS) de regras e padrões que disponham de atendimentos 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Lei/L13438.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Lei/L13438.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Lei/L13438.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Lei/L13438.htm
32 
 
que comprovem os riscos encontrados no desenvolvimento psíquico das crianças 
(BRASIL, 2017). 
Essa lei foi sancionada com a intencionalidade de alterar o artigo 14º do ECA 
que contém em seu teor a adesão de todas as crianças, tendo elas de 0 à 18 meses 
de vida, aos atendimentos ofertados pelo SUS, que possam detectar qualquer risco 
psíquico na criança. Esses atendimentos vão desde as consultas pediátricas até os 
exames, protocolos, instrumentos e diagnósticos que detectam qualquer traço 
psíquico (BRASIL, 2017). 
A mesma, não altera nenhum conteúdo legal apresentado e assegurado pelo 
ECA no que se refere aos direitos da criança ou do adolescente, ao inverso, ela vem 
para agregar e contribuir ainda mais na garantia de uma vida digna e segura para 
essas crianças, seja pelo víeis, da segurança, educação, guarda, políticas públicas ou 
saúde. 
 Nesse ponto do trabalho é importante mencionar que existem outros direitos 
que contribuem direta ou indiretamente para o tratamento do TEA, como: a redução 
da carga horaria trabalhada por pais e/ou responsáveis de crianças portadoras de 
TEA, com a finalidade dos pais e/ou responsáveis possam acompanhá-los em seus 
atendimentos terapêuticos. Contudo, o principal destaque fica para o Benefício de 
Prestação Continuada – BPC e o passe livre. 
O BPC é um benefício previdenciário e independe de contribuição. Nele todo 
deficiente (e idoso) de baixa renda tem direito ao recebimento de apenas 1/4 do salário 
mínimo por pessoa. Não podemos considerar que esse benefício é para custear 
terapias ou remédios, pois isso é atribuição e responsabilidade do SUS. Salienta-se 
que o BPC é restrito a uma parcela bem reduzida da população. 
O Passe Livre oferece transporte interestadual gratuito para deficientes, o que 
inclui pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista. Tem direito ao Passe Livre 
qualquer deficiente comprovadamente carente, ou seja, aquele que tem uma renda 
per capta (por pessoa que mora dentro da mesma casa) de até 1 salário mínimo. 
Lembrando que essa renda per capta é diferente do BPC/LOAS. Para solicitar o Passe 
Livre é necessário o preenchimento de um formulário especial e o processo é todo 
online. 
 
33 
 
3. O ATENDIMENTO AOS PORTADORES DO ESPECTRO AUTISTA NA 
SOCIEDADE UNIVERSITÁRIA 05 – CLÍNICA ESCOLA EM ITAPERUNA/RJ. 
 
3.1. CONHECENDO A CLÍNICA ESCOLA E A ATUAÇÃO DO SETOR DE 
SERVIÇO SOCIAL. 
 
 A atual Clínica Escola 05, no ano de 2002, inicia suas atividades com o nome 
Vida Saber junto até então da Faculdade Redentor, que atualmente é o Centro 
Universitário Redentor (Uniredentor). O objetivo inicial da clínica era inserir seus 
alunos ao campo de estágio, fornecendo atividades voltadas para a área saúde para 
a comunidade, com a finalidade de minimizar as problemáticas apresentadas pela 
população de Itaperuna/RJ. As primeiras atividades eram realizadas pelo curso de 
fonoaudiologia que prestava atendimentos para a população municipal, distrital da 
Região Noroeste Fluminense. 
Mediante o aumento das demandas e de usuários, e dá a procura pelas 
atividades oferecidas pela instituição se fez necessário a criação de um projeto de 
expansão. Nessa expansão, a Vida Saber passou a se chamar Centro de Atendimento 
Clínico de Itaperuna (CACI). 
 No ano de 2004, o CACI tinha como objetivo, desenvolver atividades práticas 
de formação profissional na prestação dos serviços de saúde, mas, logo foi necessário 
mais uma ampliação e dessa maneira foi inserido nas práticas da clínica os 
atendimentos sociais e educacionais que permitiram a junção entre o espaço 
acadêmico e a comunidade vigente. 
Os cursos de graduação que disponibilizarem alunos e profissionais para 
atender a população foram dos cursos de: Fonoaudiologia, Fisioterapia, Nutrição, 
Enfermagem, Biologia, Serviço Social e posteriormente Psicologia. 
Assim, com a intenção de também atender a população que se apresentava 
com Espectro Autista, passaram a ocorrer atendimentos pelas demais profissões que 
na instituição estavam inseridas, atingindo o máximo de usuários e suas mais variáveis 
demandas. Dessa forma, a instituição possuía como princípio o fornecimento de 
34 
 
serviços de qualidade e de fundamentos contemporâneos para cuidar arduamente da 
produção de seus dados e informações para a melhora de suas atividades. 
A Clínica Escola, tem como área de atuação a Saúde e a Assistência, aonde 
o setor de Serviço Social acolhe os pacientes da junta médica realizando com eles 
uma triagem. Essa triagem traz como objetivo uma escuta mais apurada através 
de uma entrevista estruturada, da qual a mesma vai absorver desses pacientes 
suas principais queixas e desta forma saber qual tratamento ela pode ser 
ativamente inserida. 
Com o intuito de ser um centro referencial na atuação e prestação de seus 
serviços nas áreas de atuação dos cursos graduação da Faculdade Redentor, se 
baseando sempre nos mais elevados padrões técnicos, o trabalho realizado se 
materializava de forma transdisciplinar conforme descrito no artigo 3 da Carta da 
Transdisciplinaridade que diz: 
 
Artigo 3: “A Transdisciplinaridade é complementar à abordagem 
disciplinar; ela faz emergir novos dados a partir da confrontação 
das disciplinas que os articulam entre si; ela nos oferece uma 
nova visão da Natureza e da Realidade. A Transdisciplinaridade 
não procura o domínio de várias disciplinas, mas a abertura de 
todas as disciplinas ao que as une e as ultrapassa” - Convento 
da Arrábida, 6 de novembro de 1994 - 
 
 Ou seja, cada profissional contribuía com o saber de sua área profissional em 
prol de melhor atender seus usuários, unindo suas técnicas e seus saberes 
metodológicos, contribuindo na valorização e na qualidade funcional na vida da 
população usuária das atividades institucionais. 
Dessa forma, o CACI realizava atendimentos de formas variáveis e atendia a 
todos sem distinção de classe social e desta forma o mesmo veio se especializando 
ainda mais dentro das suas demandas, alcançando diante da sua comunidade, um 
lugar de referência. 
No primeiro trimestre de 2020, a referida instituição passou por uma transição, 
sendo adquirida e integrada ao Grupo Educacional AFYA. Dessa forma, no mês de 
fevereiro do referido ano, a instituição passa a ser nomeada como Clínica Escola do 
grupo UniRedentor/Itaperuna, filial Unidade 05. Essa mudança atinge, também, o 
35 
 
enfoque institucional e consequentemente o público alvo. Logo, passou-se a atender 
um seguimento mais amplo nas seguintes especialidades: Fonoaudiologia, 
Fisioterapia, Psicologia e Psicopedagogia, consultas médicas de rotina e 
especializadas nas áreas especializadas como: reumatologia, neurologia adulto, 
hematologia, geriatria, gastroenterologia, psiquiatria, endocrinologia, 
otorrinolaringologia, pediatria, ginecologia, cardiologia, clínica médica, dermatologia, 
ortopedia, neurologiainfantil, além de novas modalidades como os acompanhamentos 
de puericultura também, que são credenciados ao SUS. 
A instituição trabalha vinculada com as políticas sociais de Saúde, Assistência 
e Educação e em casos especiais judiciárias, as mesmas são trabalhadas de acordo 
com as particularidades de cada usuário. As articulações de atendimentos da 
instituição são de natureza privada, porém a mesma possui convênio com o Sistema 
Único de Saúde (SUS), segundo a Lei nº8.080, art. 4º inciso 2º “a iniciativa privada 
poderá participar do Sistema Único de Saúde, em caráter complementar” bem como 
apresenta o art. 7º aonde diz: 
 
Art7º “as ações e serviços públicos de saúde e os serviços 
privados contratados ou conveniados que integram o Sistema 
Único de Saúde, são desenvolvidos de acordo com as diretrizes 
previstas no artigo 198 da Constituição Federal de 1988.” 
 
 Esse convênio com o SUS é a garantia dos direitos dos usuários. Respaldada 
na lei a instituição consegue viabilizar e garantir da melhor forma que suas demandas 
sejam concretizadas com sucesso, realizando assim todas as atividades e 
atendimentos que os usuários necessitam. Mediante a isso esse convênio com o SUS 
– Sistema Único de Saúde é o pilar para a garantia dos direitos de toda a população 
que da instituição necessitar. 
Os serviços dos setores técnicos possuem agendamentos na própria 
Instituição. Já os atendimentos das áreas médicas são prestados de contra rede, ao 
qual os pacientes marcam as consultas no setor de regulação da Prefeitura Municipal 
de Saúde de Itaperuna com instalação no Posto de Saúde Raul Travassos. Após a 
autorização do procedimento são encaminhados com data marcada para realização 
da consulta. 
36 
 
As atividades do Serviço Social, inserido na instituição, tiveram início em janeiro 
de 2006 com o objetivo de oferecer serviços que possam ser ampliados para a 
comunidade de Itaperuna, seus distritos e toda região noroeste fluminense, em sua 
totalidade. Os usuários chegam encaminhados pelas instituições do município e dos 
diversos setores desta que atua de forma interdisciplinar. Outra característica do setor 
é a construção/aplicação de projetos voltados para os usuários, colaboradores e 
alunos da UniRedentor. 
O Setor de Serviço Social é o responsável pela orientação ao acesso dos 
serviços prestados pela instituição, trabalhando sempre na identificação das possíveis 
demandas para os determinados encaminhamentos para a rede de assistência. 
Implementando um trabalho transdisciplinar com os profissionais que na mesma estão 
inseridos, em prol de um melhor atendimentos aos usuários. Tendo em vista a 
elaboração de critérios de atendimentos aos usuários e em sua formulação, 
implementação e avaliação de projetos sociais e em sua formação. 
A Assistente Social tem participação ativa em alguns critérios de atendimento e 
plena autonomia na formulação dos projetos sociais. As atividades utilizadas pelo 
setor é a porta de entrada para todos seus usuários, pois, é neste setor que se faz o 
reconhecimento de todos seus usuários, esse reconhecimento se dar através de 
alguns instrumentos como: anamnese, acolhimentos, entrevistas, estudo de caso 
clínico, sala de espera, oficinas, triagem entre outros. 
A instrumentalidade: “[...] por possibilitar o atendimento das demandas e o 
alcance de objetivos (profissionais e sociais) constitui-se uma possibilidade concreta 
de reconhecimento social da profissão” (GUERRA, 2000a, p. 53). 
 Ou seja, os instrumentos utilizados pela assistente social em suas atividades 
vão auxiliar no entendimento da realidade vivida pelos seus usuários, viabilizando os 
direitos de seus usuários. Cada instrumento será utilizado de acordo com a 
intencionalidade do profissional de Serviço Social e os objetivos e as respostas 
mediante as demandas. Os instrumentos são de suma importância para a efetivação 
do trabalho do Assistente Social, pois eles vão aproximar o profissional de seus 
usuários de forma igualitária e sem nem pré-julgamento. 
O mecanismo mais utilizado é a socialização de informações e 
encaminhamentos para a rede de serviços assistenciais do município. Mas se faz 
37 
 
necessário relembrar que no ano de 2010 foi criado um prontuário único, ou seja, uma 
ficha única para todos os profissionais da Clínica, reforçando assim o conceito de 
transdisciplinaridade. Os prontuários utilizados pelo setor de Serviço Social são únicos 
e comum a todos demais setores, além disso, o Assistente Social utiliza um formulário 
próprio, que chamamos de livro de registro das atividades diárias. 
Ao fim de cada atendimento do setor de serviço social que é acompanhado dos 
estagiários é realizado o processo de evolução do mesmo e posteriormente um breve 
bate-papo sobre o caso, que nos permite um melhor entendimento entre teoria e 
prática, e ao termino e cada mês setor de Serviço Social realiza a construção 
estatística sobre os trabalhos realizados ao longo dos dias. 
Contudo existem limites e possibilidades na intervenção do assistente social. A 
principal limitação ocorre através das relações para com os usuários pois, há 
precariedade para a criação das políticas públicas e sociais. As possibilidades surgem 
através do trabalho realizado no atendimento individual que possibilita o fortalecimento 
da interação do profissional para com os usuários. 
A instituição é composta por apenas uma Assistente Social, ou seja, ela é a 
responsável técnica do setor de Serviço Social, e a única responsável por todas as 
demais atividades realizadas pelo setor. 
Sendo assim a mesma não possui subordinação hierárquica dentro do 
organograma, e é ela quem fica responsável pelo acompanhamento de todos os 
setores presentes na instituição. A mesma faz semanalmente o acompanhamento dos 
projetos em todos os usuários inseridos nesta instituição fazem parte, inclusive no 
projeto Primeiro Passo, Semiologia e os projetos voltados para as famílias. 
Os grupos de interação familiar têm por objetivo levar informações a respeito 
do tratamento, e o compartilhamento de experiências entre as famílias atendidas pela 
Clínica Escola, encorpando a interação e a comunicação entre as famílias e os 
profissionais, os encontros são quinzenais e tem o intuito de promover um ambiente 
comum e prazeroso entre ambas as partes, é um momento de troca de experiência, 
orientações sobre as mais variadas demandas em especial o Autismo. Sua proposta 
central é criar um bate papo descontraído entres os pais, para que eles possam trocar 
suas experiências e juntos irem moldando a melhor forma de colaborarem com a 
melhora de seus filhos no conviveu familiar. 
38 
 
O perfil da população atendida pelo Serviço Social dentro da instituição é 
composto por famílias com baixo/médio poder aquisitivo, muitas delas possuem 
atendimentos conveniados com o SUS para assim garantir seu atendimento junto à 
instituição. Possui ainda um público de alto poder aquisitivo ao qual contam com 
atendimentos especializados do seu próprio recurso. 
São apresentadas ao Serviço Social as demandas de diversas vertentes. 
Alguns casos já estão cadastrados e só buscam a Assistente Social pontualmente 
para uma orientação específica. Mas existem os casos que são agendados por algum 
outro profissional da equipe onde seja notada necessidade de algum amparo ou 
esclarecimento sobre as atividades desenvolvidas e os casos mais comuns são de 
demandas imediatas onde à família busca o acolhimento e desenvolve o cadastro 
através de uma anamnese, para tal processo são realizadas entrevistas com as 
famílias para posteriormente serem recadastrados na rede institucional. 
A anamnese é um documento aonde contém os dados pessoais do usuário, a 
composição familiar e/ou dados socioeconômicos escolaridade e os atendimentos 
necessários que o determinado paciente passará de demandas conveniadas ao SUS 
e acompanhamentos as famílias do projetodo Centro de Desenvolvimento Infantil 
(CDI) que seria um projeto de integração as crianças e o desenvolvimento infantil, para 
o melhor acompanhar o desenvolvimento da criança na instituição. 
Sendo necessário algum tipo de encaminhamento, o Serviço Social possui 
legitimidade somente para área social, sendo assim, cada profissional desenvolvendo 
orientações em sua área. Foi necessário ter uma leitura sobre as causas de suas 
demandas para que haja uma pesquisa científica que nos aponte quais os motivos 
relevantes. Portanto podemos observar que o maior entrave para a emancipação dos 
usuários é a falta de acesso às políticas públicas e a falta de informação no que se 
refere aos direitos. 
Os instrumentos realizados para o registro das intervenções na instituição são: 
Acolhimento, Entrevista – realizadas com as famílias, Encaminhamento – para 
determinadas áreas e Prontuários – que serão arquivadas. Os instrumentos fazem 
parte do fazer profissional do Assistente Social, pois: 
 
39 
 
A razão instrumental é uma racionalidade subordinada e 
funcional: subordinada ao alcance dos fins particulares, dos 
resultados imediatos, e funcional às estruturas. Constitui-se num 
conjunto de atividades, num conjunto de funções, não se 
importando nem com a correção dos meios nem com a 
legitimidade dos fins. Limita-se a garantir eficácia e eficiência 
(GUERRA, 2000b, p. 16). 
 
Ou seja, os instrumentos são de suma importância para a realização de suas 
atividades, pois ela permite o profissional a viabilizar os direitos desses usuários e 
conhecer a realidade vivenciada por cada um deles, dentro da intencionalidade e da 
racionalidade no modo de ser, agir e pensar mediante as normas impostas pela 
sociedade. Fazendo assim que os profissionais atuem na através de uma intervenção 
microscópica, fragmentada e singular diante as expressões da questão social e a 
validação das políticas públicas. 
A instrumentalidade aplicada ao Serviço Social muitas vezes é entendida como o 
conjunto de instrumentos e técnicas pertinentes a profissão. Porém, ao analisar o 
sufixo “idade” por meio de uma reflexão mais profunda, chega-se ao conceito de 
capacidade, tornando esta capacidade propriedade constitutivo do Serviço Social, 
norteando as ações profissionais com princípios éticos, rumo a efetivação e ampliação 
dos direitos sociais. 
Segundo Guerra, “A instrumentalidade do Serviço Social pode ser pensada como 
uma condição sócia histórica da profissão em três níveis: 1- ao projeto burguês, [...] 2- 
das respostas profissionais [...] e a 3- racionalidade burguesa”. O primeiro se refere à 
maneira como a profissão é convertida em instrumentos, em face de seu caráter 
reformista e integrador em relação às políticas sociais; 
O segundo nível está ligado ao reconhecimento social da profissão por meio de 
suas respostas profissionais (aspecto instrumental-operativo) frente às demandas das 
classes, principalmente as antagônicas advindas do capital e do trabalho. 
 As relações profissionais/usuários no campo das necessidades pessoais 
evidenciam a urgência em respostas dinâmicas e criativas, articulada em conjunto a 
outros profissionais e o reconhecimento de sua rede de atuação. 
 
 
40 
 
3.2. RELATO DE EXPERIÊNCIA DE CAMPO DE ESTÁGIO E A APLICAÇÃO DE 
UM PROJETO DE INTERVENÇÃO 
 
Ao iniciar meu estágio junto à clínica em abril de 2019, o principal público dela 
eram as crianças, adolescentes e adultos que apresentam Transtorno de Espectro 
Autista (TEA), Transtorno de déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Paralisia 
Cerebral (PC), Transtorno de Desenvolvimento e Síndrome de Down. Seu público não 
fica estagnado apenas as crianças, mas também a sua família e a todos que estão 
diretamente ou indiretamente envolvidas com o desenvolver dessas crianças. 
No período de março a junho de 2019, foi construído um perfil dos usuários da 
Clínica, a partir dos atendimentos do setor de Serviço Social. Pude acompanhar uma 
parte da realização desse trabalho. A construção deste perfil teve como base 200 
usuários e tal quantitativo corresponde a 100% dos atendimentos realizados. 
Ressalta-se que os dados quantitativos, coletados, foram analisados articulando-os 
com os dados qualitativos. 
 Percebe-se que os usuários que mais procuram atendimentos na Clínica 
Escola possuem uma faixa etária entre 05 e 08 anos de idade e são do sexo 
masculino. Isso pode ser explicado por pesquisas que demostram que o autismo está 
mais marcante e presente nos homens do que nas mulheres e também por conta de 
todas serem menores de idade e serem levados até a instituições por suas mães que 
acabam sendo as provedoras e cuidadoras da saúde de seus filhos, afinal estudos 
apontam que quando mais velhos eles vão ficando seus cuidados com a saúde vão 
diminuindo. 
Storino, Souza, Silva (2013), vai dizer que essa diluição da figura masculina nos 
consultórios médicos se dá pela dificuldade em que eles possuem de reconhecer sua 
vulnerabilidade em relação a sua própria saúde. Colocando assim uma barreira na 
frente das suas necessidades, no que se refere a sua própria saúde. 
Nos tempos atuais o público alvo da instituição foi reduzido ficando assim um 
total de apenas 12 famílias ainda em tratamentos terapêuticos, essa redução ocorreu 
após, a nova roupagem da Clínica, aonde passou a ter um olhar voltado para o âmbito 
da medicina clínica, globalizando assim, seus atendimentos médicos. 
41 
 
Os horários de atendimentos na Clínica ocorrem das 08:00h às 17:00h no setor 
de Serviço Social e das 07:00h às 20:00hs para os demais profissionais. No cenário 
atual de pandemia da COVID-19, e das medidas de isolamento social, ocorreu uma 
mudança nos horários de atendimentos, passando assim, funcionar das 07:00h às 
16:00h para os alunos de medicina e os demais alunos de áreas terapêutica que ainda 
se encontram em atendimentos junto a instituição. Já as estagiárias do Setor de 
Serviço Social, se encontram na Clínica por meio de escalas de horários, passando 
assim, a realizar seus atendimentos junto a supervisora de estágio das 13:00 ás 
17:00h. 
Atualmente, passamos a desenvolver um atendimento duplo aonde junto com 
o acolhimento dos pacientes que vão até a clínica para os atendimentos médicos, 
acabamos fazendo uma breve triagem. Além de darmos continuidade aos trabalhos já 
desenvolvidos pela Assistente Social, atualmente o papel principal do setor é informar 
e alertar cada paciente sobre o que é o COVID-19 e os principais cuidados que devem 
ser tomados. 
No processo de observação utilizado no estágio obrigatório supervisionado 
percebi que a atuação do profissional de serviço social e de suma importância dentro 
da instituição. Uma característica do setor é a construção/aplicação de projetos 
voltados para os usuários, colaboradores e alunos da UniRedentor. 
O Setor de Serviço Social é o responsável pela orientação ao acesso dos 
serviços prestados pela instituição, trabalhando sempre na identificação das possíveis 
demandas para os determinados encaminhamentos para a rede de assistência. 
Implementando um trabalho transdisciplinar - com os profissionais que na mesma 
estão inseridos, em prol de um melhor atendimentos aos usuários. 
Constata-se que o estágio é um campo que apresenta oportunidade de 
aprendizagens e preparação para o campo profissional dos discentes, tornando assim 
o estágio curricular obrigatório como a parte indispensável para a formação 
profissional. Pois, é por meio do mesmo que nós, futuros assistentes sociais, criamos 
maturidade profissional, fora que é por meio do mesmo que aprendemos a identificar 
as instrumentalidades da atuação profissional e a lidar com o código de ética 
profissional na prática. A junção do teórico metodológico com a prática é o que de fato 
irá fazer a diferença de cada aluno ao ingressar no meio profissional. 
42 
 
 Instrumentalidade a prática profissional

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