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A Reforma Tributária: Vantagens e desvantagens nos setores de comercio e serviços

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DIREITO TRIBUTARIO 
 
Grupo: Luana Batista Guasti, Luiz Henrique Poton Souza, Marcela Coutinho, 
Ramon Rodrigues Claudiano, Ruhan Lucas Sabino Severiano. 
Turma: Direito 10º BN 
 
“A Reforma Tributária: Vantagens e desvantagens nos 
setores de comercio e serviços” 
 
O presente tema ganha destaque na cena política em 2021, contudo se faz 
necessário compreender em que medida as Propostas de Emenda Constitucional 
(PEC) que tramitam no Congresso Nacional – PEC n° 45 e n° 110 – atendem a 
situação social do Brasil. Diante da conjuntura que se encontra o atual Sistema 
Tributário Nacional, existe uma enorme pressão, principalmente por parte da 
sociedade, para que mudanças profundas sejam feitas no atual modelo. As queixas 
a respeito do STN atual são inúmeras, indo desde a sua extrema complexidade em 
decorrência da quantidade de tributos, passando também pelo alto custo e a grande 
quantidade de obrigações que o contribuinte tem para se chegar ao valor correto 
(custo de conformidade) e chegando a maciça tributação sobre bens e serviços, o 
que torna o sistema tributário brasileiro regressivo. A ideia de um sistema 
progressivo – cuja tributação incidente é proporcionalmente maior sobre aquele que 
tem maior capacidade contributiva – e que respeite o mínimo existencial surge 
sempre diante do oferecimento de uma nova proposta de reforma tributária. 
O Brasil tem quatro principais tributos indiretos que incidem sobre o consumo de 
bens e serviços: os federais são Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição 
para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); Imposto Sobre Circulação de 
Mercadorias e Serviços (ICMS) sendo este estadual; e municipal: Imposto Sobre 
Serviços (ISS). 
Esta gama de tributos consome tempo excessivo das empresas e aumenta o risco 
de erro, de autuação e de insegurança. Além disso, essa multiplicidade de tributos 
gera distorções na economia, como a guerra fiscal provocada pelo ICMS. A 
problemática da guerra fiscal diz respeito à coesão, pois interfere negativamente na 
consolidação e ampliação do mercado interno. Tanto que a: 
[...] política regional de concessão de benefícios fiscais do ICMS, que culminou em 
uma guerra fiscal predatória entre os governos estaduais. Por isso, uma eventual 
revisão desse tipo de benefício tributário não significa que os objetivos das políticas 
de desenvolvimento devam ser abandonados, e inclusive abre espaço para o reforço 
dessas políticas via instrumentos mais apropriados para a consecução dos seus 
objetivos. (ORAIR; GOBETTI, 2018, p.217) 
Com a fragmentação das bases tributárias, a produção, a venda e o consumo são 
tributados simultaneamente pela União, Estados e Municípios. Assim, os serviços e 
mercadorias seguem regras distintas, causando uma difícil distinção entre eles. Em 
decorrência dessa realidade, uma empresa tem que informar várias vezes as 
 
 
 
 
mesmas coisas a diferentes entes, pois há um grande volume e sobreposição de 
obrigações acessórias quanto a União, Estados e municípios, há incidência de mais 
um tributo sobre uma base. 
A PEC 45/2019 é proposta que tramita na Câmara dos deputados e é baseada no 
projeto idealizado pelo economista Bernard Appy, a proposta substitui cinco tributos 
já existentes (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) pelo Imposto sobre Bens e Serviços 
(IBS), nos moldes dos impostos sobre valor agregado (IVA) cobrados na maioria 
dos países desenvolvidos. Essa alíquota uniforme do IBS será uma única alíquota 
para tributar todas as operações com bens e serviços que tenham como destino 
determinado estado ou município. Além disso, a proposta também prevê o IBS com 
crédito financeiro e tributação no local de destino, crédito imediato nas aquisições 
de bens destinados a ativo imobilizado (investimentos), manutenção do tratamento 
favorecido hoje às micro e pequenas empresas, além de não haver previsão de 
incentivos fiscais. 
Além disso, outro aspecto abordado na proposta de reforma tributária, o imposto 
monofásico, sistema pelo qual se atribui a um contribuinte a responsabilidade pelo 
tributo devido em toda a cadeia, terá cobrança nacional de forma eletrônica. 
Nos modelos monofásico/bifásico na produção e/ou distribuição, a arrecadação do 
tributo se dá uma única vez sobre o produtor/indústria (ou também na distribuição, se 
bifásico). A vantagem é a grande facilidade de arrecadação e fiscalização, 
principalmente em cadeias concentradas. (DE CARVALHO; LUKIC; SACHSIDA; 
OLIVEIRA; LOZARDO, 2018, p.11-12) 
É necessária uma adaptação à evolução estrutural da economia brasileira e de uma 
recuperação dos princípios constitucionais fundamentais da justiça fiscal, de 
equidade, progressividade e capacidade contributiva. Por isso, é frequente a alusão 
à reforma tributária como solução de muitos problemas que o Brasil enfrenta. A 
simplificação do recolhimento tributário resulta no aumento da eficiência econômica 
e da produtividade; deve haver a convergência entre esses princípios e objetivos. 
A PEC 110/2019 tramita no Senado Federal, assim como a PEC da Câmara dos 
Deputados, é um projeto de Reforma do STN, que tem como máxima a simplificação 
do atual modelo e o consequente progresso econômico do país. A PEC 110/2019 
teve como base para a construção do seu texto o Projeto de Emenda n° 293/2004 
do idealizador e relator ex-deputado Luiz Carlos Hauly do PR, todavia, este último 
projeto se encontra estagnado na Câmara dos Deputados, conforme noticia o site 
do Senado Federal. 
A PEC n° 110 do ano de 2019 se justifica por trazer um conteúdo “desenvolvido e 
maturado”, conforme menciona o próprio projeto, tendo por tanto o intuito de ter seu 
texto aprovado sem muitas dificuldades. No presente momento a PEC 110/2019, de 
autoria do Senador Davi Alcolumbre e outros, encontra-se na Comissão de 
Constituição e Justiça (CCJ) aguardando a análise do relator Senador Roberto 
Rocha. 
 
 
 
 
A ideia de unir nove tributos em apenas um do tipo Imposto Sobre Valor Agregado 
(IVA) também está presente no Projeto do Senado. A justificativa é a de que o 
modelo IVA de tributação proporcione maior segurança jurídica e menor custo aos 
contribuintes. 
Caso o projeto seja aprovado, os tributos que serão reunidos são: IPI, IOF, 
PIS/Pasep, Cofins, Cide-Combustíveis, Salário-Educação, ICMS e o ISS, dando 
origem ao que será chamado de Imposto Sobre Bens e Serviços (IBS), de 
competência dos Estados. Ademais, um Imposto Seletivo (IS), de competência da 
União, será criado para incidir sobre bens e serviços disponíveis de forma taxativa 
em Lei Complementar. Como se observa acima, diferente do que acontece na PEC 
45, o projeto do Senado colocou a competência do IBS nas mãos dos Estados, 
contudo, importa salientar que o imposto será regulado por Lei Federal, única em 
todo território nacional. 
Outro aspecto interessante é o de que a PEC 110 traz em seu texto a extinção da 
Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL), que será incorporada ao Imposto 
de Renda (IR). Por tanto, o IR terá sua alíquota aumentada e se manterá – junto 
com o ITR – no campo da competência da União. Outra alteração proposta no 
Projeto de Emenda é a mudança de competência do ITCMD, que hoje pertence aos 
Estados, mas que passaria para as mãos da União. Contudo, a receita deverá ser 
destinada aos municípios. 
O projeto também inova ao ampliar a base de incidência do IPVA, abarcando 
aeronaves e embarcações, com exceção dos veículos comerciais utilizados para 
pesca e para o transporte de passageiros e cargas. Outra novidade é que todo valor 
arrecadado pela cobrança do IPVA será destinado aos municípios. Por fim, a PEC 
110/2019 propõe que parte da receita do IBS seja destinada para o financiamento 
da Seguridade Social e para o financiamento de programas do BNDES. Ademais, 
sua transição, no tocante as alíquotas, ocorrerá na razão de um quinto após o 
primeiro exercício, sendo que neste a contribuiçãoserá de 1% ocorrendo através 
da criação de um tributo para Contribuição Sobre Operações de Bens e Serviços 
(CBS). A CBS se encerra com o fim do primeiro exercício, e a sua criação, que 
ocorrerá nos termos da lei, será de competência do Governo Federal. 
Já o projeto de lei, proposto pelo governo federal, de n° PL 3887/2020 a proposta 
cria a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), em substituição ao PIS/Pasep e 
à Cofins, que deverão ser extintos. A alíquota da CBS será de 12% para empresas 
em geral e de 5,9% para entidades financeiras como bancos, planos de saúde e 
seguradoras. As empresas optantes pelo regime do Simples Nacional seguirão com 
o tratamento tributário favorecido. Contudo, o crédito transferido será baseado no 
valor efetivamente pago pelas empresas do Simples. A proposta do Governo 
Federal (PL 3887/2020) prevê o prazo de seis meses, a partir da publicação da lei, 
para que o novo tributo de Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) entre em vigor. 
 
 
 
 
 
De acordo com o projeto de lei, a alíquota seria única, de 12%, e aplicável sobre o 
valor líquido de tributos, o que torna o cálculo muito mais fácil. Por falar nisso, a 
simplicidade é o maior trunfo do projeto. Comparativamente a todos os tributos não 
cumulativos existentes no Brasil (ICMS, IPI e PIS/Cofins), a CBS é, de longe, a mais 
simples. Por outro lado, contudo, aqueles que hoje pagam PIS/Cofins no regime 
cumulativo (se créditos) experimentarão aumento de complexidade. 
Uma pergunta que não quer calar é se haverá aumento de carga tributária. O 
governo federal garante que não, pois a arrecadação da CBS seria igual à do 
PIS/Cofins. Se isso for verdade, o que existirá é uma redistribuição da carga 
tributária. Como a alíquota é única, alguns setores devem ter redução de carga 
(como os comerciantes em geral) e outros devem ter aumento (especialmente os 
prestadores de serviço que hoje estão no lucro presumido). 
 
REFERÊNCIAS 
Portal da indústria. Reforma tributária: O que é e quais são as propostas 
<http://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/reforma-tributaria/> acesso 
em: 6 de setembro de 2021. 
 
ORAIR, Rodrigo; GOBETTI, Sérgio. REFORMA TRIBUTÁRIA NO BRASIL: 
Princípios norteadores e propostas em debate. Novos estud. CEBRAP, São 
Paulo, v.37, n.2, p.213-244, Aug.2018. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S01013300201800020021
3&lng=en&nrm=iso> acesso em: 6 de setembro de 2021. 
 
DE CARVALHO, Alexandre Ywata; LUKIC, Melina Rocha; SACHSIDA, Adolfo; 
OLIVEIRA, Carlos Wagner de Albuquerque; LOZARDO, Ernesto (2018): Uma 
reforma dual e modular da tributação sobre o consumo no Brasil, Texto para 
Discussão, No. 2418, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Brasília. 
p.11-12. 
 
MARQUES SILVA, Gabriela Eduarda; GAIOSO NASCIMENTO, Júlia; RESQUETTI 
TARIFA ESPOLADOR, Rita de Cássia; MARQUES SILVA, Thiago Eduardo. 
“Reforma tributária: seria afinal uma solução econômica diante da pandemia 
que o país enfrenta?” Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 10, p.79755-79772, 
oct. 2020. 
 
Jornal da Lei. CBS: principais aspectos da 1ª fase da Reforma Tributária. 
<https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/especiais/jornal_da_lei/2020/07/75
0205-cbs-principais-aspectos-da-1-fase-da-reforma-tributaria.html> acesso em: 6 
de setembro de 2021.

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