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RESUMO: Política Nacional da Atenção Básica (PNAB)

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Portaria de Consolidação n° 02/2017 e suas atualizações
- É classificada como: POLÍTICA DE ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE
~ A PNAB com vistas à revisão da regulamentação de implantação e
operacionalização vigentes, no âmbito do SUS, estabelecendo as diretrizes
para a organização do componente atenção básica.
~ A PNAB considera os termos atenção básica - AB e atenção primária à
saúde - APS, nas atuais concepções, os termos são semelhantes.
↳ A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e
coletivas que envolvem:
- promoção;
- prevenção;
- redução de danos;
- cuidados paliativos;
- diagnóstico;
- tratamento;
- reabilitação;
- vigilância em saúde
Desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada,
realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território
definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária.
~ A atenção básica será a principal porta de entrada e o centro de
comunicação das RAS, coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e
serviços disponibilizados na rede;
~ A atenção básica será ofertada integralmente e gratuitamente a todas as
pessoas, de acordo com suas necessidades e demandas do território,
considerando os determinantes e condicionantes de saúde.
~ É vedada qualquer exclusão baseada em idade, gênero, raça/cor, etnia,
crença, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, estado de
saúde, condição socioeconômica, escolaridade, limitação física, intelectual ou
funcional, entre outras;
~ Para o cumprimento disso, serão adotadas estratégias que permitam
minimizar desigualidades/iniquidades, de modo a evitar a exclusão social de
grupos que possam vir a sofrer estigmatização ou discriminação, de maneira
que impacte na autonomia e na situação de saúde.
Princípios:
- Universidade;
- Equidade;
- Integralidade
Diretrizes:
- Regionalização e hierarquização;
- Territorialização;
- Resolutividade;
- População adscrita;
- Cuidado centrado na pessoa;
- Longitudinalidade do cuidado;
- Coordenação do cuidado;
- Ordenação da rede;
- Participação da comunidade.
~ A PNAB tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e
consolidação da Atenção Básica.
~ Serão reconhecidas, outras estratégias de AB, desde que observados os
princípios e diretrizes previstos nesta portaria e tenham caráter transitório,
devendo ser estimulada sua conversão em Estratégia Saúde da Família (ESF).
~ A integração entre a Vigilância em Saúde e AB é condição essencial para o
alcance de resultados que atendam às necessidades de saúde da população,
na ótica da integralidade da atenção à saúde e visa estabelecer processos de
trabalho que considerem os determinantes, os riscos e danos à saúde na
perspectiva da intra e intersetorialidade.
~ Os estabelecimentos de saúde que ofertem ações e serviços de APS, no
âmbito do SUS, serão denominados:
Unidade Básica de Saúde (UBS):
- Estabelecimento que não possui equipe de Saúde da Família;
Unidade de Saúde da Família (USF):
- Estabelecimento com pelo menos 1 equipe de saúde da família, que
possui funcionamento com carga horária mínima de 40 horas semanais,
no mínimo 5 dias da semana e 12 meses por ano, possibilitando acesso
facilitado à população.
~ As USF e UBS são consideradas potenciais espaços de educação, formação
de recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço, inovação e avaliação
tecnológica para as RAS.
~ Aplicam-se à USF os dispositivos referentes à UBS, quando estes dispuserem
sobre estabelecimentos de saúde com equipe de Saúde da Família.
~ São responsabilidades comuns a todas as esferas de governo:
I. contribuir para a reorientação do modelo de atenção e de gestão com
base nos princípios e nas diretrizes contidas nesta portaria;
II. apoiar e estimular a adoção da ESF como estratégia prioritária de
expansão, consolidação e qualificação da AB;
III. garantir a infraestrutura adequada e com boas condições para o
funcionamento das UBS, garantido espaço, mobiliário e equipamentos,
além de acessibilidade de pessoas com deficiência, de acordo com as
normas vigentes;
IV. contribuir com o financiamento tripartite para o fortalecimento da AB;
V. assegurar ao usuário o acesso universal, equânime e ordenado às
ações e serviços de saúde do SUS, além de outras atribuições que
venham a ser pactuadas pelas Comissões Intergestores.
VI. estabelecer, nos respectivos planos municipais, estaduais ou nacional
de saúde, prioridades, estratégias e metas para a organização da AB;
VII. desenvolver mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de
qualificação da força de trabalho;
VIII. garantir provimento e estratégias de fixação de profissionais de saúde
para a AB com vistas a promover ofertas de cuidado e o vínculo;
IX. desenvolver, disponibilizar e implantar os sistemas de informação da
AB vigentes, garantindo mecanismos que assegurem o uso qualificado
dessas ferramentas nas UBS, de acordo com suas responsabilidades.
X. garantir, de forma tripartite, dispositivos para transporte em saúde,
compreendendo as equipes, pessoas para realização de procedimentos
eletivos, exames, dentre outros, buscando assegurar a resolutividade e
a integralidade do cuidado da rede, conforme necessidades do
território e planejamento de saúde;
XI. planejar, apoiar, monitorar e avaliar as ações da AB nos territórios;
XII. estabelecer mecanismos de autoavaliação, controle, regulação e
acompanhamento sistemático dos resultados alcançados pelas ações
de AB, como parte do processo de planejamento e programação;
XIII. divulgar as informações e resultados alcançados pela equipe;
XIV. promover o intercâmbio de experiências entre gestores e
trabalhadores, por meio da cooperação horizontal e estimular o
desenvolvimento de estudos e pesquisas que busquem o
aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias e conhecimentos
voltados à AB.
XV. estimular a participação popular e controle social;
XVI. garantir espaços físicos e ambientes adequados para a formação de
estudantes e trabalhadores de saúde;
XVII. desenvolver as ações de assistência farmacêutica e do uso racional de
medicamentos, garantindo a disponibilidade e acesso a medicamentos
e insumos em conformidade com a RENAME, os protocolos clínicos e
diretrizes terapêuticas, e com a relação específica complementar
estadual, municipal, da união, ou DF.
XVIII. adotar estratégias para garantir um amplo escopo de ações e serviços
a serem ofertados na AB, compatíveis com as necessidades de saúde de
cada localidade.
XIX. estabelecer mecanismos reguladores de auto avaliação para as equipe;
XX. articulação com subsistema Indígena nas ações de educação
permanente e gestão da rede assistencial.
~ Compete ao Ministério da Saúde a gestão das ações de AB no âmbito da
União, sendo responsabilidades da União:
I. definir e rever periodicamente, de forma pactuada, na CIT, as diretrizes
da PNAB;
II. garantir fontes de recursos federais para compor o financiamento da
AB;
III. destinar recurso federal para compor o financiamento tripartite da AB,
de modo mensal, regular e automático, prevendo, entre outras formas, o
repasse fundo a fundo para custeio e investimento das ações e
serviços;
IV. prestar apoio integrado aos gestores dos Estados, DF e municípios no
processo de qualificação e de consolidação da AB;
V. definir, de forma tripartite, estratégias de articulação junto às gestões
estaduais e municipais do SUS, com vistas à institucionalização da
avaliação e qualificação da AB.
VI. estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais e disponibilizar
instrumentos técnicos e pedagógicos que facilitem o processo de
gestão, formação e educação permanente dos gestores e profissionais
da AB;
VII. articular com o Ministério da Educação estratégias de indução às
mudanças curriculares nos cursos superiores;
VIII. apoiar a articulação de instituições, em parceria com as secretarias de
saúde municipais, estaduais e do DF, para formação e garantia de
educação permanente e continuada para os profissionais de saúde da
AB, de acordo com asnecessidades locais.
~ A PNAB é o resultado da experiência acumulada por um conjunto de atores
envolvidos historicamente com o desenvolvimento e a consolidação do SUS,
como movimentos sociais, população, trabalhadores e gestores das três
esferas de governo.
~ Essa portaria, conforme normatização vigente no SUS, que define a
organização em RAS como estratégia para um cuidado integral e direcionado
às necessidades de saúde da população, destaca a AB como:
- Primeiro ponto de atenção;
- Porta de entrada preferencial do SUS;
- Que deve ordenar os fluxos e contrafluxos de pessoas, produtos e
informações, em todos os pontos de atenção à saúde.
Essa PNAB tem na saúde da família sua estratégia prioritária para expansão e
consolidação da AB. Contudo reconhece outras estratégias de organização
da AB nos territórios, que devem seguir os princípios e diretrizes da atenção
básica e do SUS, configurando um processo progressivo e singular que
considera e inclui as especificidades locorregionais ressaltando a
dinamicidade do território e a existência, itinerantes e dispersas que também
são de responsabilidade da equipe, enquanto estiverem no território, em
consonância com a política de promoção da equidade em saúde.
A AB considera a pessoa em sua singularidade e inserção sociocultural
buscando produzir a atenção integral, incorporar as ações de vigilância em
saúde, a qual constitui um processo contínuo e sistemático de coleta,
consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados à
saúde, além disso, visa o planejamento e a implementação de ações públicas
para a proteção da saúde, a prevenção e controle de riscos e agravos, bem
como a promoção da saúde.
Destaca-se ainda o desafio de superar compreensões simplistas, nas quais,
entre outras, há dicotomia e oposição entre a assistência e a promoção da
saúde. Para tal, deve-se partir da compreensão de que a saúde possui
múltiplos determinantes e condicionantes e que a melhora das condições de
saúde, passa por diversos fatores, os quais grande parte podem ser
abordados na AB.
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA ATENÇÃO BÁSICA
Os princípios e diretrizes, a caracterização e a relação de serviços ofertados
na AB serão orientadores para a sua organização nos municípios, conforme:
Princípios:
Universalidade: Possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde
e qualidade e resolutivos. Caracterizados como a porta de entrada aberta e
preferencial da RAS, acolhendo as pessoas e promovendo a vinculação e
corresponsabilização pela atenção às suas necessidades.
Equidade: ofertar o cuidado reconhecendo as diferenças nas condições de
vida e saúde e de acordo com as necessidades das pessoas, considerando
que o direito à saúde passa pelas diferenciações sociais e deve atender à
diversidade.
Integralidade: É o conjunto de serviços executados pela equipe de saúde que
atendam às necessidades da população adscrita nos campos do cuidado, da
promoção e manutenção da saúde, da prevenção de doenças e agravos, da
cura, reabilitação, redução de danos e cuidados paliativos. Inclui a
responsabilização pela oferta de serviços em outros pontos de atenção, e o
reconhecimento adequado das necessidades biológicas, psicológicas,
ambientais e sociais, causadores das doenças, e manejo das diversas
tecnologias de cuidado e de gestão necessárias a estes fins, além da
ampliação da autonomia das pessoas e coletividade.
DIRETRIZES
Regionalização e Hierarquização: Dos pontos de atenção da RAS, tendo a AB
como ponto de comunicação entre esses. Considera-se regiões de saúde
como um recorte espacial para fins de planejamento, organização e gestão de
redes de ações e serviços em determinada localidade e a hierarquização
como forma de organizar os pontos de atenção da RAS entre si, com fluxos e
referências estabelecidos.
Territorialização e Adscrição: De forma a permitir o planejamento, a
programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e
intersetoriais com foco em um território específico, com impacto na situação,
nos condicionantes e determinantes da saúde das pessoas e coletividades
que constituem o território.
Para efeitos desta portaria, considera-se território a unidade geográfica
única, de construção descentralizada do SUS na execução das ações
estratégicas destinadas à vigilância, promoção, prevenção, proteção e
recuperação de saúde. Os territórios são destinados para dinamizar a ação
em saúde, o estudo social, econômico, epidemiológico, assistencial, cultural e
identitário, possibilitando uma ampla visão de cada unidade, e subsidiando a
atuação da AB, de forma que atendam a necessidade da população adscrita
e ou as populações específicas.
População adscrita é a população que está presente no território da
UBS/USF, de forma a estimular o desenvolvimento de relações de vínculo e
responsabilização entre as equipes e a população, garantindo a continuidade
das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado e com o objetivo de ser
referência para o seu cuidado.
Cuidado Centrado na Pessoa: Aponta para o desenvolvimento de ações de
cuidado de forma singularizada, que auxilie as pessoas a desenvolverem os
conhecimentos, aptidões, competências e a confiança necessária para gerir e
tomar decisões embasadas sobre sua própria saúde e seu cuidado de saúde
de forma mais efetiva. O cuidado é construído com as pessoas, de acordo
com suas necessidades e potencialidades na busca de uma vida
independente e plena. A família, a comunidade e outras formas de
coletividade, são elementos relevantes, muitas vezes condicionantes ou
determinantes na vida das pessoas.
Resolutividade: Reforça a importância da AB em ser resolutiva. Utilizando e
articulando diferentes tecnologias de cuidado individual ou coletivo. Por meio
de uma clínica ampliada capaz de construir vínculos positivos e intervenções
clínica e sanitariamente efetivas, centrada na pessoa, na perspectiva de
ampliação dos graus de autonomia dos indivíduos e grupos sociais. Deve ser
capaz de resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população,
coordenando o cuidado do usuário em outros pontos da rede, quando
necessário.
Longitudinalidade do cuidado: Pressupõe a continuidade da relação do
cuidado, com construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e
usuários ao longo do tempo e de modo permanente e consistente,
acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos
na vida das pessoas, evitando a perda de referências e diminuindo os riscos
de iatrogenia que são decorrentes do desconhecimento das histórias de vida
e da falta de coordenação do cuidado.
Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários
entre os pontos de atenção da rede, atuando como o centro de comunicação
entre os pontos de atenção, responsabilizando-se pelo cuidado dos usuários
em qualquer dos pontos através de forma horizontal, contínua e integrada.
Articulando também as outras estruturas das redes.
Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da população
adscrita, organizando as necessidades desta população em relação aos
outros pontos de atenção, contribuindo para que o planejamento e
programação dos serviços, parta das necessidades de saúde das pessoas.
Participação da comunidade: estimular a participação das pessoas, a
orientação comunitária das ações, na AB e a competência cultural do
cuidado.
A ATENÇÃO BÁSICA NA RAS
Esta portaria, conforme normatização vigente do SUS, define a organização
na RAS, como estratégia para um cuidado integral e direcionado às
necessidades de saúde da população.
As RAS constituem-se em: arranjos organizativos formados por ações e
serviços de saúde com diferentes configurações tecnológicas e missões
assistenciais, articulados de forma complementar e com base territorial, e têm
diversos atributos.
~ Destaca-se a AB estruturada como primeiro ponto de atenção e principal
porta de entrada do sistema, constituída de equipe multiprofissional que
cobre toda a população, integrando, coordenando o cuidado e atendendo as
necessidades daspessoas do seu território.
Para que a AB possa ordenar a RAS, é preciso:
- Reconhecer as necessidades de saúde da população;
- Organizando-as em relação aos outros pontos de atenção,
contribuindo para que a programação dos serviços dos serviços de
saúde parta das necessidades das pessoas, com isso fortalecendo o
planejamento ascendente.
~ A AB é caracterizada como porta de entrada preferencial do SUS, possui um
espaço privilegiado de gestão do cuidado das pessoas e cumpre papel
estratégico na rede de atenção, servindo como base para seu ordenamento e
para a efetivação da integralidade. Para tanto, é necessário que a AB tenha
alta resolutividade, com capacidade clínica e de cuidado e incorporação de
tecnologias leves, leve duras e duras (diagnósticas e terapêuticas), além da
articulação da AB com outros pontos da RAS.
~ Os Estados, Municípios e o DF, devem articular ações intersetoriais, assim
como a organização da RAS, com ênfase nas necessidades locorregionais,
promovendo a integração das referências de seu território.
~ Recomenda-se a articulação e implementação de processos que aumentem
a capacidade clínica as equipes, que fortaleçam práticas de microrregulação
nas UBS, tais como gestão de filas próprias da UBS e dos exames e consultas
descentralizadas/programados para cada UBS, que propiciem a
comunicação entre UBS, centrais de regulação e serviços especializados, com
pactuação de fluxos e protocolos, apoio matricial presencial e/ou a distância,
entre outros.
~ A gestão municipal deve articular e criar condições para que a referência
aos serviços especializados ambulatoriais, sejam realizados preferencialmente
pela AB, sendo de sua responsabilidade:
a. ordenar o fluxo das pessoas nos demais pontos de atenção da rede;
b. gerir a referência e contrarreferência em outros pontos da atenção;
c. estabelecer relação com os especialistas que cuidam das pessoas do
território.
INFRAESTRUTURA, AMBIÊNCIA E FUNCIONAMENTO DA AB
Infraestrutura e ambiência: deve estar adequada ao quantitativo de
população adscrita e suas especificidades, bem como aos processos de
trabalho em equipe e à atenção;
Os parâmetros de estrutura devem, portanto, levar em consideração:
- densidade demográfica;
- a composição, atuação e os tipos de equipes;
- perfil da população;
- ações e serviços que serão ofertados.
AS UBS poderão ter:
- pontos de apoio para o atendimento de populações dispersas (rurais,
ribeirinhas, assentamentos, áreas pantaneiras).
A ambiência de uma UBS refere-se ao espaço físico, entendendo como lugar
social, profissional e de relações interpessoais, que deve proporcionar uma
atenção acolhedora e humana para as pessoas, além de um ambiente
saudável para o trabalho dos profissionais de saúde.
- Para um ambiente adequado em uma UBS, existem componentes que
atuam como modificadores e qualificadores do espaço, como:
a. recepção sem grades;
b. identificação dos serviços existentes;
c. escala dos profissionais
d. horários de funcionamento e sinalização de fluxos;
e. conforto térmico e acústico;
f. espaços adaptados para pessoas com deficiências.
Além da garantia de infraestrutura, é necessário disponibilizar equipamentos
adequados, recursos humanos, capacidades e materiais e insumos
suficientes.
Devem ter:
- consultório médico e de enfermagem;
- consultório com sanitário;
- sala de procedimentos;
- sala de vacinas;
- farmácia;
- sala de inalação coletiva;
- sala de coleta/exames;
- sala de expurgo;
- sala de esterilização;
- sala de observação;
- sala de atividades coletivas.
Se forem compostas por equipe de saúde bucal, será necessário também um
consultório odontológico completo.
PROGRAMA SAÚDE NA HORA - PORTARIA 397 DE MARÇO DE 2020
Fica instituído o Programa Saúde na Hora no âmbito da PNAB, com objetivo
de implementar o horário estendido de funcionamento das USF e UBS, no
SUS.
População adscrita: 2.000 a 3.500 pessoas em seu território.
~ Em municípios ou territórios com menos de 2.000 habitantes, que uma
equipe de Saúde da Família (eSF) ou de Atenção Primária (eAP) seja
responsável por toda a população.
Reitera-se a possibilidade de definir outro parâmetro populacional de
responsabilidade da equipe de acordo com
- especificidades territoriais;
- vulnerabilidades;
- riscos e dinâmica comunitária respeitando critérios de equidade, ou,
ainda;
- pela decisão de possuir um número inferior de pessoas por equipe de
atenção básica ou de saúde da família para avançar no acesso e na
qualidade da atenção básica.
~ A oferta de ações e serviços na Atenção Básica devem considerar políticas e
programas prioritários, as diversas realidades e necessidades dos territórios
e das pessoas, em parceria com o controle social.
As ações e serviços da AB, deverão seguir padrões essenciais e ampliados,
sendo eles:
- Padrões Essenciais: Ações e procedimentos básicos relacionados a
condições básicas/essenciais de acesso e qualidade na AB;
- Padrões Ampliados: ações e procedimentos considerados estratégicos
para se avançar e alcançar padrões elevados de acesso e qualidade na
AB, considerando especificidades locais, indicadores e parâmetros
estabelecidos nas regiões de saúde.
Caberá a cada gestor municipal
- realizar análise de demanda do território e ofertas das UBS/USF para
mensurar sua capacidade resolutiva; adotando as medidas necessárias
para ampliar o acesso, a qualidade e resolutividade das equipes e
serviços da sua UBS/USF.
A oferta de ações e serviços na AB deverá estar disponível aos usuários de
forma clara, concisa e de fácil visualização, conforme padronização pactuada
nas instâncias gestoras.
Toda UBS/USF deve monitorar a satisfação de seus usuários, oferecendo o
registro de elogios, críticas ou reclamações, por meio de livros, caixas de
sugestões ou canais eletrônicos.
Tipos de Equipes
Equipe de Saúde da Família (eSF):
Composição MÍNIMA da eSF (equipe de saúde da família):
- médicos preferencialmente da especialidade medicina de família e
comunidade;
- Enfermeiro preferencialmente especialista em saúde da família;
- Auxiliares de enfermagem e / ou técnicos de enfermagem;
- Agentes comunitários de saúde (ACS).
~ Poderão agregar outros profissionais como: dentistas, auxiliares de saúde
bucal e / ou técnicos de saúde bucal e agentes de combate à endemias.
~ O número de ACS por equipe deverá ser definido de acordo com base
populacional, critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos, de
acordo com definição local. Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de
risco e vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura de 100% da
população com número máximo de 750 pessoas por ACS.
Equipe de Atenção Primária (eAP):
Difere-se da eSF em sua composição de modo a atender às características e
necessidades de cada município, e deverá observar as diretrizes da PNAB e os
atributos essenciais da Atenção Primária, como acesso de primeiro contato,
longitudinalidade, coordenação e integralidade.
Composição MÍNIMA:
- Médico preferencialmente da especialidade medicina de família e
comunidade;
- Enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde da família,
cadastrado em uma Unidade de Saúde.
As eAP poderão ser de duas modalidades, de acordo com a carga horária:
Modalidade I: A carga horária individual dos profissionais deverá ser de 20
(vinte) horas semanais, com população adscrita correspondente a 50% da
população adscrita para uma eSF.
Modalidade II: A carga horária mínima individual dos profissionais deverá ser
de 30 horas semanais, com população adscrita correspondente a 75% da
população adscrita para uma eSF.
~ Não se aplica aos profissionais da eAP a vedação à participação em mais de
uma eAP ou eSF, não sendo hipótese de suspensão de repasse a duplicidade
de profissional.
Equipe de Saúde Bucal (eSB):
Os profissionais de saúde bucal que compõem as eSF e as eAP e devem estar
vinculados à uma UBS ou Unidade Odontológica Móvel, podendo se
organizar em modalidades:
Modalidade I: Cirurgião-dentista e auxiliar em saúde bucal ou técnico em
saúde bucal (TSB);
- 20 horassemanais, atendendo a população adscrita correspondente a
50% da população adscrita pela eSF.
Modalidade II: Cirurgião-dentista, técnico de saúde bucal + auxiliar de saúde
bucal ou outro técnico de saúde bucal.
- 30 horas semanais, atendendo a população adscrita correspondente a
75% da população adscrita pela eSF.
Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB)
Constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por
categorias de profissionais da saúde, complementar às equipes que atuam na
AB. É formada por diferentes ocupações da área da saúde, atuando de
maneira integrada para dar suporte aos profissionais das equipes eSF e eAP.
Ressalta-se que o NASF-AB não se constitui como serviços com unidades
físicas independentes ou especiais, e não são de livre acesso para
atendimento individual ou coletivo, devem ser regulados pelas equipes que
atuam na AB.
Devem, a partir das demandas identificadas no trabalho conjunto com as
equipes, atuar de forma integrada à RAS e seus diversos pontos de atenção,
além de outros equipamentos sociais, públicos e privados.
- Realizar discussão de casos, atendimento individual ,compartilhado,
interconsulta, construção conjunto de PTS, educação permanente,
intervenções de território e na saúde de grupos populacionais de todos
os ciclos de vida e coletividade, ações intersetoriais, ações de
prevenção e promoção, discussão do processo de trabalho das
equipes, no território.
Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS)
São itens necessários à implantação desta estratégia:
- A existência de uma Unidade Básica de Saúde, inscrita no SCNES
vigentes que passa a ser a UBS de referência para a equipe de ACS;
- O número de ACS e ACE por equipe deverá ser definido de acordo com
base populacional (critérios demográficos, epidemiológicos e
socioeconômicos), conforme legislação vigente.
~ O cumprimento da carga horária integral de 40 horas semanais por toda a
equipe de agentes, por cada membro da equipe composta por ACS e
enfermeiro supervisor.
~ O enfermeiro supervisor e os ACS devem estar cadastrados no SCNES
vigente, vinculados à equipe;
~ Cada ACS deve realizar as ações previstas nas regulamentações vigentes e
nesta portaria e ter uma microárea sob sua responsabilidade, cuja população
não ultrapasse 750 pessoas.
Equipes de AB para populações específicas
Considerando as especificidades locorregionais, os municípios da Amazônia
Legal e Pantaneiras podem optar entre 2 arranjos organizacionais para
equipes de Saúde da Família, além dos existentes para o restante do país:
- Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR);
- Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF);
- Equipe de Consultório na Rua (eCR);
- Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP).

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