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Autor: Rafael Zardo Crevelari Ficou com alguma dúvida? Entre em contato com a gente nas redes ao lado. O escritor Gilberto Freyre sistematizou, divulgou e ajudou a sedimentar a ideia do Brasil como um país mestiço, atrelando à identidade nacional a miscigenação. Todavia, apesar de seus esforços, a mídia brasileira ainda não possibilita espaço para o negro, seja pelos comerciais de TV, que priorizam atores brancos para obtenção de lucros, seja pela sua subordinação histórica aos brancos, o que impede o desenvolvimento de papeis de destaque. Desse modo, faz-se necessário debater se há espaço na mídia para o negro brasileiro. Em primeiro lugar, é preciso entender que os comerciais de TV optam por atores brancos para agradar esse público de maior poder aquisitivo. De fato, o Brasil é um país desigual, em que os ricos, em sua maioria, são a população clara, o que impulsiona as redes de massa optarem por atores semelhantes em suas propagandas, para atrair essa parcela populacional, prova disso são os comerciais de margarina, que, em muitas das vezes, apresentam uma família branca e feliz com os produtos. Segundo a escola de Frankfurt, o mundo contemporâneo busca criar meios de vendas para agradar a maioria, ou seja, a presença de atores claros em comerciais atrai a maior parte rica, ampliando o segregacionismo na TV. Desse modo, o espaço para o negro torna-se inacessível na mídia brasileira. Outrossim, a subordinação histórica dos negros em relação aos brancos prejudica o desenvolvimento deles em papeis de destaque na mídia. Decerto, o Brasil, desde sua colonização, ampliou a ideia dessa etnia como raça inferior, por exemplo, a escravidão por mais de 300 anos desse povo, idealizando, hoje, sua imagem como incapazes de alcançar mobilidade social. Evidência disso são as novelas, que exibem as pessoas negras com papel secundário e empregos braçais, como jardinagem. De acordo com o filósofo Aristóteles, devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade, isto é, sem a mídia apoiando a raça negra, a presença destes será mais desigual. Dessa forma, esse grupo social não estará incluso na mídia, urgindo medidas para a solução desses impasses. Portanto, deliberações são necessárias para inserir o negro na mídia brasileira. Logo, cabe ao Ministério da Cidadania, por meio de subsídios estatais, criar cotas publicitárias, as quais devem dedicar 25% das vagas para atores negros, para inserção desses na mídia, bem como promover novelas que priorizem atores negros e busquem explicar a cultura afrodescendente no Brasil, a fim de definir a presença do negro no Brasil. Somente assim o Brasil mestiço proposto por Gilberto Freyre chegará no meio midiático.