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Lívi� Coelh� Redação Modelo ENEM Tema: Caminhos para combater o analfabetismo no Brasil Nota: 960 Inicialmente restrita à parcela masculina economicamente favorecida da população, por meio dos colégios jesuítas durante o período Colonial, a educação brasileira passou a ser, a partir da Constituição de 1988, um direito a ser usufruído por todos os integrantes da sociedade. Contudo, embora o acesso universal à formação educacional seja garantido legalmente, os índices de analfabetismo no Brasil ainda estão acima do limite estipulado. Tal cenário, que apresenta consequências tanto no âmbito individual como no coletivo, retarda o crescimento intelectual e econômico do país, de modo que sua transformação deve ser uma prioridade. Na tentativa de minorar a taxa de analfabetismo da população brasileira, o Governo Federal, em parceria com Governos Estaduais e com as prefeituras, incentivou o fortalecimento do programa de Educação para Jovens e Adultos (EJA), a fim de oferecer oportunidade de início ou de continuidade dos estudos àqueles que, em sua infância e juventude, não puderam frequentar a escola ou foram obrigados a abandoná-la para começar a trabalhar. Entretanto, assim como no curso regular ministrado no ensino público do país, o EJA padece com a insuficiência de infraestrutura, de professores e de material didático, pré-requisitos para o sucesso do projeto. Essas carências se somam às dificuldades encontradas pelos alunos em conciliar a própria educação e os seus empregos, pois, muitas vezes, as empresas não permitem a redução da carga horária de seus funcionários para que estes possam frequentar as aulas, o que reduz as chances de acompanharem as turmas nos horários disponíveis. Na ausência de condições favoráveis à aprendizagem e sem estímulo à conquista da alfabetização, muitas pessoas desistem do processo, sentindo-se excluídas do acesso à educação previsto por lei. Consequentemente, devido às dificuldades em ler, escrever e realizar pequenos cálculos, os analfabetos tendem a ser prejudicados em situações cotidianas, como diálogos e debates, orientações no trânsito, idas a lojas e supermercados e uso de aparelhos de comunicação, uma vez que todas essas atividades dependem de habilidades adquiridas por meio da alfabetização. Além disso, como o mercado de trabalho majoritariamente exige capacitação profissional, é comum que tais pessoas sejam limitadas a empregos que demandam grande esforço físico sem, contudo, serem bem remunerados. Na esfera coletiva, o analfabetismo também é um fator influente, pois, como enunciou o educador Paulo Freire, a educação é um dos pilares da transformação social. Desse modo, na ausência de formação educacional de forma equânime é impossível haver progresso efetivo no país. Procurar soluções para a questão do analfabetismo no Brasil, portanto, é imperativo. Cabe ao Ministério da Educação, em parceria com o Ministério do Trabalho, concretizar as condições necessárias para o êxito do EJA. Assim, no âmbito educacional, é necessário que as verbas disponíveis para o projeto sejam melhor distribuídas, num planejamento que garanta infraestrutura de qualidade, material didático atualizado e profissionais capacitados que garantam a aprendizagem dos alunos. No âmbito do trabalho, faz-se necessária a criação de leis que garantam o acesso dos funcionários que desejam se alfabetizar ao Lívi� Coelh� programa, sem penalizações em seus salários, com compensações às empresas, como a redução de impostos.
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