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Reforma da Previdência e suas Implicações

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PREVIDÊNCIA SOCIAL 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Joziane Cirilo 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
A reforma da previdência social nos remete, originalmente, à crise do 
sistema capitalista, à disputa pelo fundo público e aos impactos no sistema de 
proteção social. O conteúdo da aula parte de uma análise crítica e propõe a 
análise de temas que se encontram no centro do debate por toda a sociedade 
brasileira. Bons estudos! 
TEMA 1 – A CRISE ESTRUTURAL DO CAPITALISMO 
Para Mészáros (2009), o capitalismo é marcado por crises cíclicas e, no 
Brasil, esta crise tem se dado de forma periódica, afetando a economia e a forma 
estrutural do trabalho com grande impacto na década de 1990, refletindo em 
aumento dos índices de desemprego, baixos salários, trabalho informal, dando 
início ao processo de contrarreforma do Estado brasileiro, afetando diretamente 
a Previdência Social. 
Com a reforma, a Previdência Social se distancia das características e do 
conceito de seguridade social, reforçando a lógica do seguro social com redução 
dos direitos previdenciários e expansão da previdência complementar. 
As medidas não foram suficientes e, a partir de 2008, com a crise 
imobiliária americana, ocorre o aprofundamento da crise com impacto direto na 
arrecadação do PIB brasileiro, provocando forte pressão do mercado financeiro 
para a retomada de uma política econômica de recessão com corte dos gastos 
públicos (SILVA, 2015). 
TEMA 2 – A REFORMA DA PREVIDÊNCIA E AS IMPLICAÇÕES PARA A 
SEGURIDADE SOCIAL 
Com um discurso que vai da crise econômica com desequilíbrio 
orçamentário ao comprometimento da sustentabilidade previdenciária, 
envelhecimento da população e o combate às fraudes previdenciárias, os 
governos justificam as medidas duras e restritivas dos direitos. Este discurso é 
reproduzido pela mídia como se fossem os/as trabalhadores responsáveis pela 
crise econômica no Brasil. 
Se por um lado existe a afirmação do déficit previdenciário, por outro, Ana 
Elizabete Mota (1995) alerta que, nos tempos atuais, a crise “forjada” serve para 
 
 
3 
justificar a redução e precarização das políticas sociais a exemplo da reforma da 
legislação previdenciária, que tem papel central nas reformas dos Estados 
neoliberais em virtude da parcela que representa no gasto público. 
A negação da previdência social como política da seguridade social 
também se dá pela divulgação do suposto déficit orçamentário, sem a divulgação 
da arrecadação com base nas diversas fontes de custeio, direta e indiretamente 
e que, segundo a ANFIP (2014), apresenta balanço superavitário. 
TEMA 3 – SISTEMA DE FINANCIAMENTO E CONTRIBUIÇÕES 
PREVIDENCIÁRIAS 
O artigo 195 da CF 1988 dispõe que a seguridade social será financiada 
por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante 
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
 Contribuição dos Empregadores e Trabalhadores Segurados do INSS; 
 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); 
 Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL); 
 Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS-Pasep), parcela 
do seguro-desemprego; 
 Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF) – já 
extinta; 
 Contribuição sobre a Comercialização Rural; 
 Receita de Concursos de Prognósticos. 
 
O conjunto destas contribuições, segundo Gentil (2008), gera recurso 
suficiente para o pagamento dos benefícios previdenciários e as políticas 
públicas vinculadas à seguridade social. A autora afirma que é o desvio dos 
recursos da seguridade que ajuda a financiar outros gastos do orçamento fiscal, 
desconstruindo o mito do déficit previdenciário. 
 
 
 
4 
TEMA 4 – A PREVIDÊNCIA SOCIAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS – RPPS 
 Segundo dados estatísticos do extinto Ministério da Previdência Social, 
até dezembro/2014 existiam aproximadamente 2.000 unidades da Federação 
com Regimes Próprios de Previdência Privada. Estes regimes, em 2012, cobriam 
9.783.389 servidores, destes 2.097.429 eram da União (MPS, 2013). 
 Para Silva (2015), desde 1998 as reformas da legislação previdenciária 
abrangem os dois regimes, RGPS e RPPS, com maior intensidade nos últimos 
12 anos, especialmente em 2003 com a EC 41, que promoveu o fim da 
aposentadoria integral; a vinculação do tempo de contribuição à idade para fins 
de aposentadoria; a contribuição previdenciária para aposentados; a instituição 
da previdência complementar e a possibilidade de teto para aposentadoria 
destes servidores, entre outras. Em abril de 2012, com a autorizada criação da 
FUNPRESP, que passou a funcionar em fevereiro de 2013, quando o teto de 
aposentadoria dos servidores públicos passou a ser igual aos dos trabalhadores 
do regime geral. Também, quando da edição da Medida Provisória 664 de 2014, 
convertida na Lei nº 13.135, em junho de 2015, que trouxe um conjunto de 
medidas restritivas sobre pensões por morte, reforçando a uniformização dos 
direitos entre os beneficiários dos dois regimes com base na minimização do 
direito previdenciário. 
 Foi o sucesso destas etapas de reformas neoliberais que garantiram a 
expansão dos fundos de pensão. 
TEMA 5 – A CONTRADIÇÃO DO DÉFICIT PREVIDENCIÁRIO 
No sistema capitalista, em especial no Brasil, o orçamento da Seguridade 
Social é transferido para o orçamento fiscal. Salvador (2012) explica que os 
recursos são transferidos por meio da desvinculação da receita da união (DRU), 
para composição do superávit primário, revelando que o discurso sobre o déficit 
orçamentário da Seguridade Social, nas palavras de Mota (2000), é uma falácia. 
Ao mesmo tempo que o governo afirma o déficit para justificar a reforma 
da Previdência Social, mantém medidas contraditórias de apoio ao setor 
empresarial, como redução das alíquotas de IPI, desoneração da folha de 
pagamento e renúncia fiscal, que, segundo a ANFIP (2014), representou 200 
bilhões que o Tesouro Nacional deixou de receber no ano de 2013. 
 
 
5 
Salvador (2010) afirma que os juros da dívida pública pagos pelo fundo 
público, conhecidos como juros e amortização, são combustíveis do capital, os 
chamados correntistas e conhecidos como fundos de pensão, fundos coletivos 
de aplicação, sociedades de seguros, bancos que administram sociedades de 
investimentos. 
Para o autor, em média, cerca de 1/3 do fundo público brasileiro tem sido 
destinado ao capital financeiro, ou seja, para o pagamento de juros e 
amortizações da dívida pública. 
NA PRÁTICA 
 Apesar da Constituição Federal de 1988 instituir a Previdência Social 
como política social que compõe a Seguridade Social, a tendência do 
fortalecimento da lógica do seguro social se revela para o/a trabalhador/a, 
ficando cada vez mais restrito e longínquo o acesso aos benefícios 
previdenciários. 
 A cada reforma o tempo de contribuição aumenta, os critérios e regras de 
acesso se tornam mais restritivos e os valores dos benefícios, próximos do 
mínimo. 
Os organismos internacionais não reconhecem as políticas públicas como 
instrumentos de promoção da igualdade, assim, recomendam uma seguridade 
social mínima, seletiva e focalizada em grupos mais vulneráveis, ou seja, o gasto 
público com políticas sociais não pode e não deve ser excessivo. 
FINALIZANDO 
 Chegamos ao final da aula e vimos que a Previdência Social ocupa um 
papel central nas reformas do Estado neoliberal porque os benefícios 
previdenciários representam a maior parte do gasto social. 
Neste sentido, após estudar as justificativas para a reforma da 
Previdência Social e dos mecanismos de desvinculação de orçamento da 
seguridade social para cobrir dívida pública, parecem óbvios os motivos de 
pressão para a reforma previdenciária que passa pela liberação do orçamento 
público do gasto social, a desoneração dos empresários dosencargos sociais e 
incentivo ao mercado privado para a previdência. 
 
 
 
6 
REFERÊNCIAS 
ANFIP. Análise da Seguridade social 2014. Brasília: Anfip, 2015. 
BEHRING, E. Crise do capital, fundo público e valor. In: BOSCHETTI, I. et al 
(Org.) Capitalismo em crise, política social e direitos. São Paulo: Cortez, 
2010. 
GENTIL, D. L. Política ECONÔMICA E SEGURIDADE SOCIAL NO PERÍODO 
PÓS-1994. In: Previdência social: como incluir os excluídos? São Paulo: LTr, 
2008. p. 355-371. 
MÉSZÀROS, I. A crise estrutural do capital. São Paulo: Boitempo, 2009. 
SALVADOR, E.; BOSCHETTI, I. A reforma da Previdência Social no Brasil e os 
impactos sobre o mercado de trabalho. Revista Serviço Social e Sociedade, n. 
70. São Paulo: Cortez, 2002. 
SALVADOR, E. Crise do capital e socorro do fundo público. In: BOSCHETTI, I.; 
BERINGH, E.; SANTOS, S.; MIOTO, R. (Org.). Capitalismo em crise, política 
social e direitos. São Paulo: Cortez, 2010, p. 35-63. 
_____. Fundo público e financiamento das políticas sociais no contexto Brasil. 
Serviço Social em Revista (online), v. 14, p. 4-22, 2012. 
SILVA, M. L. L. Trabalho e previdência social no Brasil no contexto de crise do 
capital. Revista: O social em questão. Ano XVIII, n. 34, 2015. Disponível em: 
<http://www.previdencia.gov.br/noticias/rpps-atuarios-dos-regimes-proprios-de-
todo-o-pais-se-reunem-em-brasilia/>. Acesso em: 28 set. 2017.

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