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Revista do Professor Língua Portuguesa S E A M A 2 0 1 9 Sistema Estadual de Avaliação do Maranhão FICHA CATALOGRÁFICA MARANHÃO. Secretaria de Estado da Educação. SEAMA – 2019 / Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd. V. 1 (2019), Juiz de Fora – Anual Conteúdo: Revista do Professor – Língua Portuguesa. CDU 373.3+373.5:371.26(05) 4 6 1 5 2 6 3 4 3 6 3 8 4 5 5 4 9 2 Apresentação Indicadores educacionais e construção de diagnósticos Desempenho nos campos temáticos (subescalas) Orientações para análise e uso dos resultados da avaliação externa Estratégias de ensino e desenvolvimento de habilidades Resultados de desempenho escolar Resultados da avaliação Leitura e interpretação dos indicadores Padrões e níveis de desempenho Glossário S U M Á R I O APRESENTAÇÃO 1 Esta é a Revista do Professor, volume integrante da coleção de divulgação dos resultados do Sistema Estadual de Avaliação do Maranhão (SEAMA) 2019. Pensada para você, o objetivo desta publicação é contribuir para a leitura, a interpretação e a utiliza- ção dos resultados alcançados pelos estudantes sua escola nos testes de Língua Portuguesa, na avaliação do SEAMA 2019, e dos demais indica- dores, apresentados na plataforma de avaliação e monitoramento do programa. Conhecer e com- preender todas essas informações poderá ajudá-lo na elaboração de um diagnóstico mais completo sobre a qualidade da educação oferecida por sua escola e sua rede, bem como sobre o processo de aprendizagem dos alunos de suas turmas e, com isso, ser possível elaborar estratégias mais efica- zes, focadas nas características de cada um. Organizada em seções, na primeira parte desta publicação apresentamos uma pequena reflexão sobre a importância dos indicadores educacionais para a construção de um diagnóstico sobre os prin- cipais problemas enfrentados pelas redes de ensi- no e escolas brasileiras e a necessidade de uma análise mais detalhada sobre esses indicadores. Na seção seguinte, você vai conhecer uma nova forma de divulgação dos resultados da avaliação educacional no âmbito do SEAMA 2019. Fruto do aprimoramento da pesquisa em avaliação realiza- da pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd/UFJF), os campos temáticos (ou subescalas) apresentam os resultados de de- sempenho dos estudantes , organizados dentro de áreas ou campos específicos, em cada componen- te curricular. Analisados nessa perspectiva, os re- sultados por campo temático permitem uma maior aplicabilidade pedagógica, pois informam justa- mente em quais áreas do currículo os estudantes apresentam maiores dificuldades, distinguindo aqueles alunos que, dentro de uma mesma turma, se encontram em momentos diferentes do desen- volvimento das habilidades. Em seguida, a quarta seção discute possíveis estratégias de ensino para o desenvolvimento de habilidades de leitura nos anos iniciais e finais do ensino fundamental e no ensino médio. A quinta seção, por sua vez, esclarece como os re- sultados da avaliação externa são apresentados na plataforma de avaliação e monitoramento do programa, enquanto a sexta seção traz uma pro- posta de roteiro para a leitura, a interpretação e o posterior uso dos resultados. Na penúltima se- ção desta Revista do Professor, você pode conferir a descrição pedagógica dos padrões e níveis de desempenho de Língua Portuguesa estabelecidos para o SEAMA, além de um exemplo de item que caracteriza uma das habilidades contidas em cada padrão. Por fim, é possível consultar um Glossário com os principais conceitos utilizados na avalia- ção educacional externa em larga escala. O ob- jetivo desse glossário é ajudá-lo na interpretação das informações veiculadas nesta publicação e na plataforma de avaliação e monitoramento. Você é convidado também a acessar, na plata- forma de avaliação e monitoramento, o ambiente virtual de aprendizagem, onde está disponível um conjunto de aulas com orientações e reflexões sobre as áreas do conhecimento avaliadas no SEAMA, com sugestões de estratégias para a sua sala de aula, elaboradas pelos pesquisadores do CAEd e por professores da Universidade Federal de Juiz de Fora. Não deixe de conhecer esse es- paço! Ele foi todo elaborado pensando em você e no seu trabalho em sala de aula. Caro(a) Professor(a), 5 S E A M A | 2 0 1 9 INDICADORES EDUCACIONAIS E CONSTRUÇÃO DE DIAGNÓSTICOS 2 Esta é uma seção que trata de um tema de suma importância para a reflexão sobre instrumentos que nos ajudam a monitorar a qualidade da educação ofertada pelas escolas brasileiras. Por isso, reco- mendamos que toda a equipe pedagógica da es- cola – além da equipe gestora – tenha acesso a essas informações e possa, com isso, enriquecer o debate e o diálogo sobre este tema e as possibi- lidades de contribuir para melhorar sempre a qua- lidade da educação que oferecemos. Leia e, ten- do dúvidas, há um espaço no ambiente virtual de aprendizagem para aprofundar e esclarecer cada indicador aqui apresentado. O s indicadores, de modo geral, são in- dispensáveis para a compreensão da complexidade inerente às sociedades contemporâneas. De modo objetivo e sintético, eles revelam, numericamente, um retrato da nossa realidade social, a partir de diferentes perspecti- vas, permitindo a sua organização e a tomada de decisões mais adequadas a cada contexto. Por meio de indicadores é possível, por exemplo, monitorar a evolução – ou involução – da quali- dade de determinada política social, como a edu- cação, a saúde, a assistência etc. Mas você pode estar se perguntando: quem define ou escolhe quais aspectos ou dimensões da sociedade serão traduzidos em indicadores? É importante ressaltar, antes de qualquer coisa, que os indicadores vão se (re)definindo ao longo do tempo. Na medida em que os problemas vão ficando mais claros, assim como as metas e os objetivos para solucioná-los vão se ampliando, novos indicadores podem ser criados. A própria dinâmica de mudança social ao longo do tempo requer novos parâmetros de or- ganização e, portanto, novos indicadores. Por trás desses números, estão a garantia de direitos e o cumprimento de deveres por parte das diferentes instituições da nossa sociedade. Esses indicadores podem ser definidos a partir de acordos e metas nos níveis macro – como aqueles definidos por organismos como a ONU, UNESCO, OMS, INEP, MEC etc. – e micro, como uma rede municipal, uma escola ou mesmo uma turma. Uma secretaria de educação pode definir indica- dores próprios, além daqueles definidos nacional- mente, tendo em vista seus objetivos mais particu- lares e suas estratégias específicas. Por exemplo, se um município decide que seus estudantes de- vem estar alfabetizados ao final dos 6 anos. Para isso, pode criar seu próprio indicador, sem dispen- 1 PONTES, L. F. 2012. sar os oficiais e que dizem respeito ao país como um todo. Esses continuam necessários, até mesmo para que seja possível acompanhar o desenvolvi- mento da aprendizagem das crianças, comparan- do com outras realidades. Confira, a seguir, uma definição do que seriam indicadores, em particular, os educacionais, que são o foco de interesse nesta publicação: Indicadores são medidas específicas que têm por objetivo transmitir uma informação referente a uma dimensão particular e rele- vante da educação, expressando-se através de números que sintetizam essa dimensão. Por sua vez, os números que expressam os indicadores são calculados a partir de uma fórmula pré-definida e com base em dados levantados segundo critérios específicos e rigorosos, como censos e pesquisas sociais, demográficas, econômicas ou educacionais.1 Outra finalidade importante dos indicadores é que, quando combinados, permitem a construção de índices. Os índices resultam da associação de diferentes indicadores.Há exemplos de índices bastante conhecidos, como o IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, que con- juga dois importantes indicadores: o desempenho e o fluxo. Quanto maior for cada um desses dois indicadores, melhor será o índice de desenvolvi- mento da Educação Básica. Outro exemplo que podemos citar e que está diretamente relaciona- do aos indicadores educacionais é o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. Para construir esse índice – que é tão importante para informar sobre as condições do desenvolvimento social entre os países membros da ONU –, são utilizados diferen- tes indicadores sociais, a saber: dois indicadores 7 S E A M A | 2 0 1 9 educacionais (a taxa de analfabetismo, a partir dos 15 anos de idade, e o número de pessoas matriculadas em todos níveis de ensino); um indicador de expectati- va de vida (que é resultado de vários outros como taxa de mortalidade, de salubridade etc.); e o indicador de renda per capita do país. Por que tratar deste tema com você, professor(a)? Especificamente, na área educacional, os indicadores são considerados instrumentos indispensáveis para que gestores de secretarias e das escolas, bem como os professores, monitorem a qualidade da educação oferecida no contexto atual e ao longo do tempo. Nes- se sentido, os indicadores revelam determinados as- pectos e dimensões da realidade educacional, os quais podem ser identificados como prioritários, como mais relevantes etc. Os indicadores – ou as correlações que fazemos a partir dos mesmos – não explicam todas as nuances de uma realidade social, nem tampouco esgo- tam todas as possibilidades de leitura e interpretação desta realidade, mas oferecem pistas valiosas para en- frentarmos, de forma mais eficaz os nossos problemas sociais, dentre eles, os da educação. Quais seriam os indicadores produzidos para a educação? Dada a complexidade do processo educativo, sabe- mos que ele é perpassado por uma série de fatores que interferem, direta ou indiretamente, nos seus re- sultados. Portanto, falar de indicadores educacionais é falar de uma multiplicidade de fatores. Entretanto, não pretendemos, nesta publicação, apresentar uma lista exaustiva ou aprofundada sobre esse tema, mas sim trazer algumas das principais referências que estão diretamente relacionadas às condições e à qualidade da educação ofertada no Brasil. Poderíamos ter esco- lhido outros tantos indicadores, mas optamos por dis- cutir aqueles que tratam das questões mais elementa- res para a garantia do direito à educação. Partimos, assim, da premissa de que o atendimento pleno do direito à educação só se concretiza quando alguns padrões mínimos de qualidade são observa- dos. Por exemplo, é preciso que sejam oferecidas as condições necessárias e seguras para que a criança ou o jovem em idade escolar possa chegar à sala de aula. Além disso, a escola precisa estar adequada às necessidades desse estudante, para que seja garanti- A população e a escola A experiência na escola Resultados • Acesso • Eficiência • Jornada • Recursos • Ambiente • Escolaridade • Desempenho Para acessar o ambiente virtual de aprendizagem, entre na área restrita da plataforma: https://avaliacaoemonitoramentomaranhao.caeddigital.net/#!/login 8 R E V I S T A D O P R O F E S S O R - L Í N G U A P O R T U G U E S A da a sua permanência e a conclusão de cada etapa de escolaridade na idade certa. O Plano Nacional de Educação, aprovado pela Lei 13.005/2014, define um conjunto de metas que devem ser alcançadas na primeira metade da atual década para diminuirmos o fosso da desigualdade educacional, histórica em nos- so país. Para tanto, diferentes indicadores são utiliza- dos para fins de monitoramento dessas metas. Nesse sentido, a partir de quatro grandes dimensões, selecionamos, para cada uma, um conjunto de indi- cadores. As principais fontes desses números foram o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os testes e questionários contex- tuais aplicados pelo CAEd/UFJF. Como usar esses indicadores? Sabemos que o simples fato de produzir diferentes indicadores e colocá-los à disposição para que se- jam consultados não altera a realidade em si. É preci- so criar condições para que sejam incorporados nas reflexões do dia a dia, na construção de diferentes diagnósticos, na elaboração de estratégias e ações que visem à alteração das situações que não estão adequadas. Para isso, depois de conhecer os indicadores de ofer- ta e qualidade apresentados nesta publicação e na plataforma de avaliação e monitoramento do SEAMA, você, professor, é nosso convidado para visitar, na mesma plataforma, o ambiente virtual de aprendiza- gem, projetado com o intuito de contribuir para o seu desenvolvimento profissional. Desse modo, todos os temas tratados de forma mais sintética nesta seção são aprofundados e discutidos, de maneira mais am- pla, nos três módulos que compõem esse ambiente. Desempenho Cada subdimensão reúne os indicadores corres- pondentes (caracterizados a seguir), sempre com o mesmo propósito: fornecer dados que permitam (re)pensar a atuação da rede e da escola, no sen- tido de garantir o direito constitucional a uma edu- cação equânime e de qualidade. Indicadores de oferta e qualidade da educação Nesta seção, você tem acesso aos principais índices relacionados à qualidade e à oferta da educação básica do Maranhão. • Ideb • IDE-Seama 9 S E A M A | 2 0 1 9 A população e a escola Para que o direito à educação seja efetivamente assegurado, é preciso que a relação entre a população e o sistema educacional seja consolidada mediante o compromisso com a qualidade do atendimento à população em idade escolar. Esse compromisso passa pela garantia de acesso à escola e de eficiência do sistema escolar. Levando em consideração o fato de que alguns parâmetros básicos de qualidade devem ser observa- dos, é muito importante conhecer os indicadores de acesso e de eficiência referentes à educação no Brasil e no seu estado. A análise desses dados poderá ajudá-lo na elaboração de um diagnóstico mais preciso, baseado em evidências, sobre a realidade educacional da sua rede. Acesso O indicador de acesso considerado nesta aborda- gem corresponde à taxa ajustada de frequência escolar líquida no estado e no Brasil, para os anos iniciais e os anos finais do ensino fundamental e para o ensino médio. Essa taxa consiste (de acordo com o IBGE) no percentual de estudantes em de- terminada faixa etária que deve estar frequentando a etapa de ensino equivalente ou a seguinte, em relação ao total de estudantes dessa faixa etária As faixas etárias consideradas adequadas para as etapas da educação básica no país são: De 0 a 5 anos – Educação Infantil De 6 a 14 anos – Ensino Fundamental De 15 a 17 anos – Ensino Médio Na plataforma SEAMA 2019, você pode conferir os dados referentes à taxa de frequência escolar líquida do Brasil e do estado, cuja fonte é a Pesqui- sa Nacional por Amostra de Domicílio 2018 (PNAD Contínua / IBGE). Eficiência Os indicadores de eficiência apresentados na pla- taforma correspondem às taxas de conclusão do ensino fundamental e do ensino médio e às taxas de aprovação nas etapas de escolaridade. Por meio desses indicadores, é possível verificar se os estudantes estão avançando pelas etapas confor- me a expectativa e se a conclusão da educação básica está ocorrendo na idade certa. Isso signifi- ca que, quanto menores as taxas de evasão, repe- tência e distorção idade-série e maiores as taxas de aprovação e de conclusão, mais eficiente é o sistema educacional. Os dados do Censo Escolar da Educação Básica 2018 foram utilizados no cálculo desses indicado- res, para o Brasil e para o estado. A partir dessas informações, pode-se averiguara eficiência do in- vestimento público em educação. 1 0 R E V I S T A D O P R O F E S S O R - L Í N G U A P O R T U G U E S A A experiência na escola A qualidade da experiência vivenciada pelos estudantes na escola pode ser avaliada considerando in- dicadores relacionados a três subdimensões: jornada escolar, recursos e ambiente. É essencial verificar a duração da jornada do estudante na escola, quais são os recursos humanos e materiais disponíveis e como pode ser considerado o ambiente escolar, de acordo com o porte da escola, o indicador socioeco- nômico e o índice de clima escolar – esses dois últimos, conforme a percepção do estudante registrada nos questionários contextuais. Jornada escolar O indicador de jornada escolar ajuda a verificar a relação entre o tempo que o estudante passa na escola e a qualidade da educação ofertada. Para tanto, deve ser observado se esse tempo é sufi- ciente para atender às atividades previstas pelas equipes escolares. Com base nos dados do Censo Escolar da Edu- cação Básica 2018, esse indicador foi dividido em três categorias, considerando o tempo diário em que o estudante permanece na escola: até 4 horas; de 4 a 6 horas; mais de 6 horas por dia. Recursos Uma jornada adequada às atividades escolares não constitui, por si só, elemento suficiente para avaliar a qualidade do ensino. As instalações também pre- cisam ser apropriadas às atividades educacionais, e os profissionais devem ser qualificados para exercer suas funções. Desse modo, é necessário levar em consideração, nesta abordagem, os recursos humanos e a infraes- trutura do espaço escolar, além de outros indicado- res não relacionados aqui. Por recursos humanos, considera-se, nesta análise, os indicadores de esco- laridade do corpo docente e infraestrutura das es- colas – especificamente a disponibilidade de qua- dras esportivas (cobertas ou não) e acesso à internet banda larga. Mais uma vez, essas informações são extraídas dos dados do Censo Escolar 2018. 1 1 S E A M A | 2 0 1 9 O indicador porte da escola contribui para a percepção de que escolas muito grandes ou muito pequenas não apresentam um clima favorável a um bom desempenho, de acordo com pesquisas conduzidas na área. Esse indicador é calculado de acordo com as seguintes categorias: • Número de alunos que estudam em escolas com até 600 alunos. • Número de alunos que estudam em escolas que atendem entre 600 e 900 alunos. • Número de alunos que estudam em escolas que atendem mais de 900 alunos. O nível socioeconômico é um dos elementos contextuais extraescolares que mais in- terferem no desempenho dos estudantes. Os dados obtidos a partir das respostas aos questionários contextuais, aplicados junto aos testes da avaliação, permitem calcular o Índice Socioeconômico – Inse. O Inse faz parte das análises contextuais de diversos programas de avaliação em larga escala. Cada escola apresenta características próprias, no que se refere à organização, ao funcionamento e às interações entre os atores escolares. A percepção do chamado clima escolar relaciona-se às ações dos sujeitos, podendo simplesmente reproduzir ou modificar a estrutura da escola. Sabe-se que alunos, professores e diretores têm consciência de que as escolas com melhor clima, ambiente mais organizado, cordial e atrativo favorecem o desenvolvimento dos estudantes, o que significa que o desempe- nho dos estudantes guarda relação com a capacidade de a escola gerar um ambiente acadêmico adequado ao processo de ensino e aprendizagem. Porte da escola Indicador de Nível Socioeconômico (Inse) Índice de Clima Escolar (ICE) Ambiente A subdimensão ambiente está associada aos indicadores referentes ao porte das uni- dades educativas, ao nível socioeconômico das escolas e ao clima escolar. Os ques- tionários contextuais aplicados junto à Prova Brasil vêm reunindo dados importantes relacionados a esses indicadores. 1 2 R E V I S T A D O P R O F E S S O R - L Í N G U A P O R T U G U E S A Resultados A dimensão fundamental que revela a qualidade da educação ofertada são os resultados obtidos por um determinado sistema escolar. Assim, o nível de aproveitamento alcançado pelos estudantes, ao final de uma etapa de escolaridade, pode ser conferido por meio das subdimensões escolaridade da popula- ção e desempenho, esta última em associação com o Índice Socioeconômico (Inse) das redes e escolas. Escolaridade O grau de escolaridade da população de um país corresponde ao seu nível educacional. Esse nível é um dos componentes do Índice de Desenvol- vimento Humano (IDH). Ainda que o Brasil tenha avançado no que se refere ao acesso da popu- lação à educação básica, existem obstáculos que precisam ser superados para que a escolaridade e a qualidade do ensino atinjam um patamar ideal. Na plataforma de avaliação e monitoramento, é possível verificar o indicador de escolaridade para pessoas com 25 ou mais anos de idade. Esse indi- cador é extremamente importante para o monito- ramento dos resultados educacionais do país, dos estados e dos municípios. Desempenho e Inse Nesta subdimensão, pode-se observar a relação entre desempenho médio dos estudantes e o perfil socioeconômico da escola. Para a análise dispo- nibilizada na plataforma de avaliação e monitora- mento, as escolas foram agrupadas nos seguintes níveis, conforme o índice socioeconômico médio de seus estudantes: Baixo – Escolas com os menores índices so- cioeconômicos Médio Baixo – Escolas com índices socioe- conômicos medianos (para baixo) Médio Alto – Escolas com índices socioeco- nômicos medianos (para cima) Alto – Escolas com índices socioeconômicos mais altos que as demais A comparação entre o nível socioeconômico das escolas e o desempenho de seus estudantes na avaliação externa, apresentada na plataforma, permite refletir sobre as desigualdades educacio- nais, em busca de estratégias para minimizar seus efeitos sobre a vida acadêmica desses estudantes. 1 3 S E A M A | 2 0 1 9 Índice de qualidade Com o objetivo de aprimorar a percepção sobre a qualidade da educação brasileira, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) criou, em 2007, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Trata-se de um importante indicador da qualidade da educação ofertada, pois leva em consideração duas dimensões fundamentais na efetivação do direito à educação: a apren- dizagem (por meio do desempenho em testes cognitivos) e o fluxo escolar, permitindo o estabelecimento e o monitoramento de metas educacionais para a Educação Básica. A consolidação do Ideb serviu como uma importante referência para a criação de um indicador equiva- lente, nas redes estaduais que possuem sistemas próprios de avaliação externa. Você pode consultar os dados do Ideb e do (IDE-Seama) na plataforma do programa. IDEB O Ideb monitora a qualidade da educação pública e privada com base em indicadores de rendimento e desempenho. As fontes que subsidiam a cons- trução desse índice correspondem aos dados do Saeb – Sistema de Avaliação da Educação Básica – e do Censo Escolar da Educação Básica. IDE-SEAMA Com base no IDE-SEAMA, a rede de ensino e as escolas podem realizar o monitoramento da qua- lidade da educação que oferecem, de modo mais sistematizado, com menor periodicidade, podendo fazer intervenções mais focadas e alcançar os re- sultados desejados. Confira os indicadores relacionados nesta seção na plataforma de avaliação e monitoramento do SEAMA 2019. Acompanhe, na próxima seção, as explanações sobre a nova ferramenta desenvolvida para a análise dos resultados da avaliação externa em larga escala: o desempenho nos campos temáticos ou subescalas. 1 4 R E V I S T A D O P R O F E S S O R - L Í N G U A P O R T U G U E S A DESEMPENHO NOS CAMPOS TEMÁTICOS (SUBESCALAS) 3 Uma nova análise sobre o desenvolvimentode habilidades N a vida cotidiana, lidamos frequentemente com informações apresentadas por meio de escalas. Um exemplo é quando dese- jamos saber se uma pessoa está com febre e usa- mos um termômetro para aferir a temperatura. O resultado dessa aferição é dado por meio de um número, parte de uma escala de temperatura. Mas o número, por si só, não é suficiente para esclare- cer a dúvida: é necessário interpretá-lo com base no que se considera uma temperatura normal e aquilo que está abaixo ou acima dessa normali- dade. Só assim é possível saber se o resultado obtido deve suscitar alguma intervenção: adminis- trar um antitérmico? Aquecer a pessoa? É preciso interpretar o resultado. Em avaliações internas à escola, cujo objetivo é aferir o desempenho de um número reduzido de estudantes de uma mesma turma ou de um mesmo grupo, a interpretação dos resultados é feita, em geral, pelo professor, com base no instrumento de avaliação aplicado. Para isso é considerado o nú- mero de acertos às questões propostas e/ou o tipo de resposta dada pelos estudantes às questões de resposta construída, ou questões “abertas”, como são comumente denominadas. Nas avaliações em larga escala, cujo objetivo é aferir o desempenho de um grupo maior de es- tudantes por meio de testes padronizados, são necessárias outras estratégias para aferir e co- municar os resultados das avaliações. Essas es- tratégias precisam considerar todo o processo de elaboração do teste, que é bastante detalhado. Em primeiro lugar, é preciso ter clareza do que se pretende avaliar, ou seja, do construto a ser ava- liado por meio do teste. A definição de um único construto a ser avaliado é importante, pois os tes- tes que compõem as avaliações em larga escala devem ser unidimensionais, ou seja, avaliar uma única dimensão do conhecimento. Nas avaliações de Língua Portuguesa, essa dimensão, ou cons- truto, é a leitura. No caso das avaliações de Mate- mática, é o raciocínio lógico matemático. Uma vez definido o construto, é preciso detalhar quais competências e habilidades a ele relacio- nadas se pretende avaliar. Esse é o momento em que se elaboram as Matrizes de Referência para a avaliação, onde estão descritas as habilidades que serão avaliadas por meio dos itens que com- porão o teste. Assim, o construto inicial é avaliado por meio de diferentes habilidades, em separado. Uma vez elaborados e aplicados os itens, é pre- ciso ter um modelo estatístico que permita avaliar os resultados alcançados pelos estudantes. No caso das avaliações do SEAMA, esse modelo é a TRI – Teoria da Resposta ao Item. Dentre as várias possibilidades que esse modelo estatístico ofere- ce para analisar os resultados dos estudantes no teste, está a de colocar, numa mesma métrica, ou escala, os estudantes e os itens do teste que fo- ram respondidos por eles. Assim como no exemplo do termômetro, uma es- cala de proficiência apresenta valores que vão de uma menor a uma maior proficiência. Na escala, é possível organizar os itens mais fáceis e que, portanto, foram acertados por estudantes com habilidades que se mostraram, no teste, menos complexas, até os itens mais difíceis, acertados por estudantes com habilidades que se mostraram 1 6 R E V I S T A D O P R O F E S S O R - L Í N G U A P O R T U G U E S A mais complexas. A proficiência do aluno no teste é, portanto, representativa do seu desempenho em relação àquele construto que se pretendia avaliar: a leitura, no caso da Língua Portuguesa; o racio- cínio lógico matemático, no caso da Matemática. Quando se afirma que um estudante tem uma de- terminada proficiência em leitura, expressa por um número, é possível saber se isso está mais ou menos próximo do que seria desejável, assim como é possível comparar o desempenho de um grande grupo de estudantes, inclusive ao longo do tempo. Não é possível dizer, porém, que tipo de habilidade esses estudantes desenvolveram, ou, ao contrário, ainda não desenvolveram, o que se- ria uma informação valiosa para o professor. Isso porque um mesmo construto é constituído por di- ferentes domínios de habilidades. Por exemplo, o desenvolvimento do raciocínio matemático requer habilidades relacionadas ao trato com números, o que representa um domínio desse construto. En- tretanto, o raciocínio matemático requer também habilidades relacionadas à percepção do espaço e das formas, o que representa um outro domínio desse mesmo construto. Em geral, as avaliações em larga escala buscam suprir a ausência de informações sobre o desem- penho dos estudantes em domínios específicos dos conhecimentos avaliados pelos testes, anali- sando quais foram os descritores (ou habilidades) da matriz de referência mais ou menos acertados por esses estudantes. Mas esse também é um pro- cedimento que pode ser melhorado, uma vez que seria importante compreender o que há em co- mum entre esses descritores e o que eles revelam sobre o desenvolvimento do construto que se está avaliando. É na tentativa de melhor qualificar essa informação que, a partir do ano de 2020, os resul- tados obtidos pelos estudantes nos testes estão sendo apresentados, também, por meio de cam- pos temáticos (subescalas). Os campos temáticos constituem meios de organi- zar os itens que compuseram um teste com base em traços que apresentam em comum, relativa- mente ao construto que está sendo avaliado. Por exemplo, todos os itens que compõem os testes de Língua Portuguesa avaliam habilidades de leitura. Entretanto essas habilidades não são todas de um mesmo tipo. Algumas habilidades apresentam as- pectos em comum com outras quanto à natureza do conhecimento que avaliam. Assim, como resul- tado da aplicação do teste, obtém-se a proficiên- cia dos estudantes na escala de leitura. Essa es- cala, por sua vez, pode ser subdividida em outras dimensões, que nada mais são que agrupamentos de itens que apresentam características comuns. Tais agrupamentos são os campos temáticos, que permitem um diagnóstico mais detalhado acerca da natureza das habilidades desenvolvidas pelos estudantes que realizaram os testes. Com o intuito de favorecer a produção desse diag- nóstico mais detalhado, equipes compostas por especialistas de Língua Portuguesa e Matemática e da área de psicometria do CAEd desenvolveram três campos temáticos, ou subescalas, para Língua Portuguesa e quatro para Matemática. 1 7 S E A M A | 2 0 1 9 Campos temáticos de Língua Portuguesa LÍNGUA PORTUGUESA Campo Temático 1 Campo Temático 2 Campo Temático 3 D D D D D D Compreensão de textos verbais e/ou multimodais Conhecimentos sobre tipologias e gêneros textuais Conhecimentos metalinguísticos Descritor ou habilidade avaliada por um item está indicado por D. Campo Temático 1: Compreensão de textos verbais e/ou multimodais Este campo temático reúne o desempenho dos estudantes em descritores cujas habilidades são aquelas que dizem respeito, estritamente, à compreensão dos textos, realizada através de estratégias que se apoiam, essencialmente, nas sinalizações textuais e não em conhecimentos metalinguísticos. Essas habilidades podem apre- sentar maior ou menor nível de complexidade, a depender da extensão dos textos, do tema de que tratam e do tipo de conhecimento de mundo que demandam, do léxico empregado, assim como do tipo de sinalização que o texto oferece para que o leitor produza sentido para aquilo que lê. São habilidades fundamentais à formação do leitor, pois estão relacionadas à possibilidade de ler com compreensão textos de diferentes gêneros, envol- vendo a capacidade de compreender informações que se encontram na superfície textual e também a realização de inferências. Podemos falar, no caso desta subescala, em habilidades de leitura “em sentido estrito” em comparação com aquelas que claramente envolvemconhecimento metalin- guístico na atividade de compreensão textual e que estão reunidas nas subescalas 2 e 3. Campo Temático 2: Conhecimentos sobre tipologias e gêneros textuais Este campo temático reúne o desempenho dos es- tudantes em descritores cujas habilidades envol- vem conhecimentos sobre a natureza dos textos, tanto no que se refere às tipologias – a estrutura de uma narrativa ou de um texto argumentativo – quanto no que se refere ao gênero textual – o reconhecimento de um determinado gênero e sua Confira, a seguir, a descrição pedagógica dos campos temáticos de Língua Portuguesa: 1 8 R E V I S T A D O P R O F E S S O R - L Í N G U A P O R T U G U E S A Campos temáticos de Matemática finalidade. Essas habilidades envolvem conheci- mentos sobre os textos e, ao contrário daquelas da subescala 1, se referem a metaconhecimentos. Esse tipo de conhecimento demanda do estudan- te, neste caso, do leitor, uma reflexão sistemática sobre a estrutura de um texto. Isso se evidencia, por exemplo, quando o estudante é solicitado a identificar determinadas partes de uma narrativa, como o tempo e o lugar onde ela se dá ou, ainda, qual é o conflito gerador da narrativa. O nível de complexidade das habilidades desta subescala vai depender principalmente da tipologia dos tex- tos e se eles se apresentam numa estrutura mais ou menos canônica – narrativas na estrutura orien- tação, complicação, desfecho, por exemplo, são mais fáceis para o leitor do que aquelas que apre- sentam, de algum modo, uma subversão dessa estrutura. Por ouro lado, textos narrativos tendem a ser mais acessíveis ao leitor do que os textos argumentativos. No caso das habilidades reunidas nesta subescala, mais do que uma compreensão global do que é lido o estudante deve mobilizar um conhecimento sobre como determinados tex- tos se estruturam, sendo esses conhecimentos teóricos mais específicos. Campo Temático 3: Conhecimentos metalinguísticos Este campo temático reúne o desempenho dos es- tudantes em descritores cujas habilidades envol- vem conhecimentos sobre algumas categoriais lin- guísticas. A exemplo do que ocorre na subescala 2, nesta subescala estão reunidas habilidades que dizem respeito a metaconhecimentos. Entretanto, enquanto na subescala 2 os conhecimentos teó- ricos demandados aos estudantes são relativos à estrutura dos textos, neste caso esses conhe- cimentos são relativos à estrutura da língua, por exemplo, reconhecer o tipo de relação que uma determinada conjunção permite estabelecer en- tre dois períodos de um texto ou, ainda, identificar, num texto, o referente que um determinado pro- nome retoma. Contribui para um maior ou menor nível de complexidade das habilidades relacio- nadas a este descritor principalmente a estrutura sintática dos textos. No caso das habilidades reu- nidas nesta subescala, o estudante deve mobilizar um conhecimento sobre a estrutura da língua para produzir sentido para o que está lendo. MATEMÁTICA Campo Temático 1 Campo Temático 2 Campo Temático 3 D D D D D D Álgebra Números, probabilidade e estatística Geometria Campo Temático 4 D D Grandezas e medidas 1 9 S E A M A | 2 0 1 9 Resultados por campos temáticos Como são apresentados os resultados por campo temático? Os resultados por meio de campos temáticos podem ser apresentados de três maneiras diferentes, considerando o nível da escola, da turma e do aluno, visto que o objetivo é fornecer informações para possíveis intervenções pedagógicas. Veja a seguir quais são as formas de se obter resultados por meio dos campos temáticos. Para verificar esses resultados, acesse o card Resultados da Avaliação na área restrita da plataforma SEAMA 2019 e clique no botão Resultados de Desempenho por Campo Temático. DESEMPENHO NOS CAMPOS TEMÁTICOS POR TURMA Turma Língua Portuguesa Compreensão dos textos Tipologias e gêneros textuais Conhecimentos metalinguísticos T 501 35 35 39 36 T 502 34 35 32 35 Veja um exemplo de como essa informação pode ser visualizada na plataforma. 1. Pontuação de 0 a 100 pontos A Teoria da Resposta ao Item (TRI) utilizando a modelagem Rasch multifacetas permite apresen- tar o desempenho dos estudantes em uma esca- la geral de 0 a 100 pontos e, posteriormente, em cada um dos campos temáticos definidos para as disciplinas contempladas na avaliação. Há, portanto, uma pontuação geral para os se- guintes níveis de agregação: escola, turma e alu- no. Em seguida, apresenta-se, para os mesmos agregados, uma pontuação para cada um dos campos temáticos. 2 0 R E V I S T A D O P R O F E S S O R - L Í N G U A P O R T U G U E S A Nesse exemplo, observam-se os resultados na escala de 0 a 100, em Língua Portuguesa, para o 5º ano do ensino fundamental de duas turmas de uma determinada escola. Há, portanto, o nome da turma e, para cada uma delas, a pontuação geral na disciplina e, na sequência, a pontuação alcan- çada em cada um dos campos temáticos. IMPORTANTE A pontuação de 0 a 100 não pode ser confundida com uma nota, aquela atribuída pelo professor em sala de aula. A pontuação obtida pelo estudante diz respeito à sua proficiência nessa escala específi- ca, construída por meio de uma modelagem da TRI. O diferencial dessa medida reside no fato de que, através da modelagem pela TRI, essa relação de- sempenho do aluno em cada item é quantificada por meio de uma escala única para todo o sistema e que mantém suas propriedades de medidas ao longo do tempo, ou seja, os resultados de 2019 poderão ser comparados com avaliações futuras nas quais se utilize a mesma metodologia, o que não pode ser obtido por meio de resultados processados pela Teoria Clássica dos Testes (TCT). 2. Percentuais de estudantes que consolidaram as habilidades avaliadas Além da pontuação de 0 a 100, também é possível determinar o percentual de estudantes que já con- solidaram as habilidades avaliadas em cada um dos campos temáticos, tanto de Língua Portugue- sa quanto de Matemática. Ao acessar esse resultado, é possível visualizar todas as turmas da etapa de escolaridade selecio- nada anteriormente e, para cada campo temático, o percentual de estudantes que já consolidaram as habilidades que compõem os respectivos campos. 2 1 S E A M A | 2 0 1 9 Observam-se, na imagem abaixo, os resultados das duas turmas dessa escola. As habilidades que compõem cada um dos campos temáticos são os descritores elencados na matriz de referência para avaliação da referida etapa de escolaridade avaliada. Os dados percentuais em cada uma das habilidades indicam, em cada uma das turmas, os estudantes que já consolidaram tais habilidades. Essa informação é extremamente relevante para o planejamento das aulas, pois o professor pode organizar a turma e suas atividades pedagógicas, articulando o que é estabelecido pelo currículo da etapa avaliada e o que foi observado nos resulta- dos da avaliação em larga escala, a partir das ha- bilidades constantes na matriz de referência para avaliação. Contudo ainda é possível conhecer mais detalha- damente esses resultados, pois, na plataforma, ao clicar no nome da turma, é possível visualizar o re- sultado de cada estudante dessa turma, em cada uma das habilidades. CONSOLIDAÇÃO DAS HABILIDADES DO CAMPO: COMPREENSÃO DE TEXTOS Turma D02 D08 D03 D19 D06 D09 D07 D01 D05 D04 T 501 56% 56% 50% 50% 50% 50% 44% 38% 38% 19% T 502 67% 67% 40% 40% 40% 40% 27% 20% 20% 7% CONSOLIDAÇÃO DAS HABILIDADES DO CAMPO: CONHECIMENTOS SOBRE TIPOLOGIAS E GÊNEROS TEXTUAIS Turma D14 T 501 50% T 502 27% CONSOLIDAÇÃO DAS HABILIDADES DO CAMPO: CONHECIMENTOS METALINSGUÍSTICOS Turma D11 D20 D12 D13 D24 T 501 44% 44% 31% 25% 19% T 502 47% 40% 27% 27% 27% Veja um exemplo de resultado de Língua Por- tuguesa do 5º ano do ensino fundamental, para essa situação. 2 2 R E V I S T A D O P R O F E S S O R - L Í N G U A P OR T U G U E S A 3. Desempenho individual dos estudantes em cada habilidade Os resultados produzidos por meio dessa nova metodologia permitem uma aproximação da rea- lidade do desenvolvimento das aprendizagens minimamente esperadas para cada estudante avaliado, o que, consequentemente, deve levar o professor a articular três pontos essenciais do pro- cesso educacional: currículo, ensino e avaliação, sendo a avaliação entendida em uma perspectiva diagnóstica e formativa, ou seja, uma avaliação cujos resultados oferecem: • ao gestor – indicadores para uma gestão edu- cacional mais eficaz; • ao professor – ferramentas para orientar e/ou enriquecer suas práticas de ensino. Para os resultados individuais relacionados ao de- senvolvimento das habilidades de cada um dos campos temáticos, utilizou-se uma progressão de 0 a 2, onde: 0 habilidade não desenvolvida; 1 habilidade em processo de desenvolvimento; 2 habilidade consolidada. Veja, na imagem acima, como essa informação é apresentada na plataforma. Esse é um exemplo de resultados de Língua Por- tuguesa extraídos de uma turma de 5º ano do en- sino fundamental de uma escola que possui duas turmas para essa etapa de escolaridade. Observa- -se, nessa imagem, que cada linha corresponde a um aluno da turma, enquanto as colunas à direita trazem as habilidades e a indicação do nível de desenvolvimento de cada uma das habilidades. Essa forma de apresentação oferece ao profes- sor um diagnóstico muito concreto para o conhe- cimento de sua turma. É importante analisar essa informação, pois permite verificar que os alunos se encontram em momentos diferentes do de- senvolvimento das habilidades. Pode-se concluir, portanto, que se trata de uma turma bastante he- terogênea, o que exigirá do professor estratégias de ensino diversificadas, de modo a permitir que aqueles que ainda não desenvolveram as habili- dades (0) possam fazê-lo; que aqueles que estão desenvolvendo essas habilidades (1) as consoli- dem; e os que já as consolidaram (2) sejam desa- fiados a avançarem ainda mais. Aluno D11 D20 D12 D13 D24 ALUNO 1 2 2 1 1 1 ALUNO 2 1 1 0 0 0 ALUNO 3 0 0 0 0 0 ALUNO 4 1 1 1 0 0 ALUNO 5 1 0 0 0 0 ALUNO 6 0 0 0 0 0 ALUNO 7 2 2 2 2 2 ALUNO 8 1 1 0 0 0 ALUNO 9 2 2 2 1 1 ALUNO 10 2 2 2 0 2 2 3 S E A M A | 2 0 1 9 Para o estabelecimento dessa progressão, foram utilizadas as demarcações dos pontos notáveis de cada item, na Curva Característica do Item (CCI), calculados por meio da modelagem da TRI, como pode ser visto no gráfico a seguir. Nessa curva, observa-se: AMARELO CLARO VERDE CLARO VERDE ESCURO de zero até o ponto “b” – cor- responde ao 0 (zero), ou seja, indica habilidade não desen- volvida pelo estudante. Isso significa que a probabilidade de um estudante acertar o item é menor que 50%. a partir do ponto “s” – cor- responde ao 2, o que indica a consolidação da habili- dade. Isso significa que a probabilidade de o estudan- te acertar o item é superior a 80%. 1 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 PROFICIÊNCIA P ro b a b ili d a d e d e A ce rt o s b de “b” até “s” – corresponde ao 1, indicando que a habi- lidade está em desenvolvi- mento. Isso significa que a probabilidade de o estudan- te acertar o item está entre 50% e 80%. 2 4 R E V I S T A D O P R O F E S S O R - L Í N G U A P O R T U G U E S A Para cada item da avaliação, foi construída uma curva como a apresentada, de modo que se pu- desse estabelecer em que ponto do desenvolvi- mento da habilidade os estudantes avaliados se encontram. Nesse sentido, ao se trazer os resultados alcan- çados para cada estudante em cada habilidade, a avaliação diagnostica possíveis dificuldades nas aprendizagens, verificando se as habilidades es- peradas já são dominadas pelos estudantes. Isso contribui para que o professor conheça a realida- de de sua escola, de suas turmas e de cada estu- dante, o que levará ao desenvolvimento de ações mais efetivas de modo a garantir o direito de aprender de cada um dos estudantes da escola. IMPORTANTE As informações relativas aos percentuais de es- tudantes que consolidaram a habilidade, assim como a indicação do estágio de desenvolvimento da habilidade em que cada estudante se encontra, dizem respeito ao item mais fácil de cada descri- tor/habilidade. Assim, se o aluno ainda não con- solidou a habilidade considerando esse item mais fácil, significa que sua aprendizagem está aquém do que seria esperado para a etapa avaliada. Os resultados por campo temático não substituem os resultados apresentados na escala do Saeb. Por meio dos resultados de proficiência na esca- la Saeb, obtêm-se informações importantes para monitoramento da rede, que podem subsidiar a im- plementação de políticas públicas voltadas para educação. Portanto, as duas formas de apresentar os resultados – por Campo Temático (modelagem Rasch) e pela escala do Saeb (três Parâmetros) – são complementares no sentido de fornecer as mesmas informações com enfoques e objetivos distintos. Essa nova metodologia tem o objetivo de fornecer informações para cada turma e aluno, sendo, por- tanto, direcionada ao professor. O desempenho dos estudantes da sua escola por campo temático (ou subescala) pode ser conferido na plataforma do SEAMA. Você pode conferir, na próxima seção, algumas sugestões de estratégias de ensino para o desenvolvimento de habilidades em leitura. 2 5 S E A M A | 2 0 1 9 ESTRATÉGIAS DE ENSINO E DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES 4 Leitura no Ensino Fundamental e no Ensino Médio Os resultados da avaliação externa podem sinali- zar para você, professor, quais são as necessida- des dos estudantes. O exercício de se debruçar sobre as informações do diagnóstico apoia o en- tendimento acerca das práticas do ensino de leitu- ra mais eficientes e busca ajudá-lo na compreen- são do papel da avaliação no processo de ensino e aprendizagem. Antes de indicarmos estratégias de ensino possí- veis a partir da apropriação dos resultados, é pre- ciso apontar qual é a concepção de leitura adota- da por nós. A concepção de leitura que aqui apresentamos se assenta em duas premissas fundamentais: • A leitura é uma construção subjetiva de signifi- cados, ou seja, o sujeito leitor atua sobre o texto a partir de um vasto conjunto de conhecimentos acumulados e estruturados em função da vi- vência em uma determinada cultura. Diante de um texto, o leitor aciona os seus conhecimentos de mundo, que podem ser menos formalizados ou mais formalizados, como aqueles sobre os textos e a língua adquiridos na escola. • O texto não porta um sentido, ou seja, o “signi- ficado” não está no texto; este nos oferece um conjunto de pistas que guia o leitor na tarefa de construção de sentido que é a leitura O trabalho a ser realizado em sala de aula, tendo como base os resultados da avaliação, envolve que seja possível reconhecer quais são os crité- rios de progressão do ensino de leitura, antes de redirecionar as ações didático-pedagógicas para melhoria do desempenho dos estudantes. Critérios de progressão do ensino de leitura Destacamos aqui alguns desses critérios, ressal- tando que eles não devem restringir o seu trabalho em sala de aula, mas orientá-lo. Categoria gênero textual A categoria “gênero textual” é o principal critério de progressão na formulação de muitas propostas curriculares e, mais recentemente, da própria Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Como você sabe, essas propostas influenciam diretamente o seu planejamento e, por isso, considerar esse cri- tério pode apoiar as suas escolhas para a forma- ção leitora e o desenvolvimento de competências associadas. Acompanhando o que é reconhecido pela pesqui- sa em linguagens, sugerimos a seleção de gêne- ros com os quais os estudantes já têm (mais) conta- to. Não perca de vista, claro,que a escola também deve, aos poucos, introduzir outros textos na vida do estudante. Você pode partir, por exemplo, de textos do cam- po da vida cotidiana para alcançar, progressiva- mente, aqueles que demandam maior domínio de conhecimento, como os de gêneros referentes aos campos de atuação da vida pública e das práticas de estudo e pesquisa. 2 7 S E A M A | 2 0 1 9 BNCC: a proposta para linguagens e suas tecnologias Para a área de linguagens, a organização das práticas indicadas na BNCC – leitura de textos, produção de textos, oralidade e análise linguística/semiótica – leva em consideração os campos de atuação. Esses campos assinalam a relevância de contextualizar o conhecimento escolar, fazendo com que essas práti- cas decorram de situações da vida social e, ao mesmo tempo, sejam situadas em contextos significativos para o estudante. São cinco os campos de atuação considerados: • campo da vida cotidiana (exclusivo para os anos iniciais do ensino fundamental); • campo artístico-literário. • campo das práticas de estudo e pesquisa; • campo jornalístico-midiático (para os anos iniciais, contido no campo da vida pública); • campo de atuação na vida pública (para os anos iniciais, contido no campo da vida pública). Os campos de atuação orientam a seleção de gêneros, práticas, atividades etc. e exercem a função di- dática de possibilitar o entendimento, tanto do professor quanto do aluno e sua família, de que os textos circulam dinamicamente na prática escolar e na vida social. Complexidade do texto Outro critério de progressão a ser considerado é a complexidade do texto. Tão importante quan- to selecionar textos a partir da categoria gênero é selecionar textos cada vez mais complexos do ponto de vista da sintaxe, do léxico, dos recursos coesivos, da temática e da macroestrutura, confor- me os alunos desenvolvem competências leitoras. Nos anos iniciais do ensino fundamental, costu- mam predominar textos com estrutura e sintaxe mais canônicas, com períodos mais curtos e sem muitas subversões na estrutura da frase, como in- versões de componentes ou intercalações longas. Nessa etapa, o léxico é, também, mais simples, aproximando-se do uso cotidiano da linguagem. Por isso, a seleção de textos deve considerar que as narrativas são o primeiro tipo textual com o qual temos contato. Afinal, são diversas as si- tuações em que o aluno se apropria da estrutura de narrativas, especialmente daquelas que en- volvem práticas de oralidade: rodas de conversa, quando contam e escutam sobre fatos e aconte- cimentos de seu cotidiano; atividades de conta- ção ou leitura de histórias; práticas familiares de ouvir e contar casos etc. 2 8 R E V I S T A D O P R O F E S S O R - L Í N G U A P O R T U G U E S A Nos anos finais do ensino fundamental, a seleção de textos deve considerar estruturas e linguagens mais complexas, como narrativas que desconstroem a ordem orientação-complicação-desfecho, com lé- xico cada vez mais próprio do discurso formal, com períodos mais longos etc. Essa complexidade pode ou não ser determinada pelo gênero de texto. O gênero “fábula”, por exemplo, costuma apresen- tar traços de linguagem que determinam sua larga utilização nos anos iniciais; no entanto, há fábulas que apresentam certo grau de complexidade lexi- cal e sintática, a partir do qual sua leitura constitui um desafio até para os anos finais. Portanto, para- lelamente à seleção de texto segundo o seu gê- nero, é importante considerar a complexidade da sua linguagem para que possam ser elaboradas tarefas cada vez mais complexas de leitura. No ensino médio, é esperada a leitura proficiente de textos de diferentes gêneros, como contos (in- clusive os da nossa tradição literária), crônicas, ro- mances, poemas, notícias, reportagens, artigos de opinião, editoriais, resenhas, artigos de divulgação científica (menos especializados), instruções etc. Esse é o momento de os estudantes ampliarem o seu repertório de gêneros. Nessa etapa, os estudantes precisam ter consolida- do, no interior das práticas de leitura, um conheci- mento sobre o arcabouço estrutural desses gêneros e sobre os principais recursos de linguagem mobi- lizados, ampliando capacidades linguísticas funda- mentais a uma atuação competente como leitor. Dificuldade das tarefas O nível de dificuldade das tarefas que você, pro- fessor, propõe nas práticas de leitura – sejam elas escritas ou orais – também é critério importante para o desenvolvimento progressivo de habilida- des de leitura. A complexidade de uma tarefa de leitura é deter- minada pelo tipo de apoio que o texto oferece à busca de significado pelo leitor. O seu papel, como professor mediador, é orientar o leitor em formação na seleção das pistas textuais que podem facilitar a leitura de um texto. Há textos que apresentam sinalizações de apoio muito claras à construção de sentidos e outros que exigem que o leitor estabeleça relações entre um conjunto de sinalizações dispersas pelo texto. Nes- se último caso, a tarefa de leitura é mais complexa. 2 9 S E A M A | 2 0 1 9 Estratégias de ensino de leitura para o Ensino Fundamental Quando o processo de sistematização da alfabe- tização é iniciado, as estratégias de ensino de lei- tura devem acompanhar o ensino sistemático das relações entre grafemas e fonemas, visando à for- mação do leitor. Esse ensino sistemático envolve também práticas de oralidade e de escrita. Tais práticas são iniciadas ainda na Educação Infantil, com a contação de his- tórias rotineiras e a identificação de elementos es- truturados nos livros, como capa e ilustrações, para apontamento do enredo. Com o passar dos anos, as estratégias vão enfatizar a leitura do texto em si. Dentre inúmeras estratégias possíveis, apresenta- mos as seguintes, para apoiar o aperfeiçoamento do seu trabalho. Atenção às sinalizações do texto A formação leitora tem início antes mesmo que os alunos estejam alfabetizados. Na Educação Infantil, quando o professor conta histórias iniciadas com a estrutura própria das narrativas ficcionais (“Era uma vez”) ou mostra a capa de um livro e pergunta so- bre ela, está adotando a estratégia de antecipação, que prepara o leitor para sua interação com o texto. As práticas de leitura incluem a mediação, que, por sua vez, deve considerar a formulação de perguntas que leve o leitor a identificar e utilizar pistas, como: • ser capaz de observar como um pronome pes- soal retoma um referente citado anteriormente, ainda que não seja necessário que o leitor sai- ba que classe de palavras é essa; • perceber como uma explicação entre vírgulas ajuda a inferir uma informação que não está ex- plícita no texto; • ser capaz de identificar o título, o contexto, o su- porte, o autor e o público-alvo de um texto, se for o caso, e utilizá-los na antecipação do seu conteúdo, de modo a facilitar a compreensão. Quando você, professor, realiza esse trabalho de me- diação, atento às sinalizações do texto, promove o desenvolvimento de diversas habilidades de leitura. Tome, por exemplo, a habilidade “reconhecer o as- sunto de um texto”. Essa é uma habilidade consi- derada complexa, porque envolve a construção do sentido global do texto; entretanto, pode ter o seu desenvolvimento facilitado pela presença de sinali- zações de apoio. Certamente você leva em conta que os seus alunos são capazes de reconhecer o assunto de um texto quando sinalizado em pistas muito claras, como tí- tulo ou subtítulo, imagem que acompanha o texto ou início do primeiro parágrafo, mas sabe que é im- portante orientá-los a observar esses elementos, de modo a antecipar informações sobre o que vão ler com base neles. Você não apenas “ensina” o leitor em formação a lidar com as sinalizações textuais, mas também a atuar de maneira consciente sobre o texto e tornar sua leitura maiseficiente. Para os anos finais do ensino fundamental, o reco- nhecimento do assunto de um texto requer a reali- zação de tarefas mais complexas, como a conside- ração de sua estrutura tópica e a relação entre suas partes a fim de compreender a hierarquia das infor- mações, ou seja, o que é principal ou secundário. 3 0 R E V I S T A D O P R O F E S S O R - L Í N G U A P O R T U G U E S A Discussões após a leitura de textos Conversar com os estudantes a respeito do con- teúdo e da estrutura do texto é uma estratégia utilizada desde o início da alfabetização. Após a leitura de uma história, por exemplo, você pode conversar a respeito tanto do conteúdo do texto – o tema tratado e as percepções e opiniões acer- ca desse tema – quanto da sua estrutura – onde se passa a história, quais são os personagens que dela participam, quando as ações acontecem, qual é a parte mais emocionante ou de maior sus- pense na narrativa (o clímax) e como tudo se resol- ve (o desfecho). Nos anos finais, é possível propor textos mais insti- gantes, capazes de gerar debates em sala de aula, como os argumentativos que apresentam mais de um ponto de vista sobre determinado tema; ou tex- tos narrativos que exigem maior interpretação dos estudantes, ou que apresentem alguma problemá- tica – social, ética, moral – passível de discussão. Pode, também, promover uma reflexão sobre os recursos da língua utilizados nesses textos: por exemplo, a pessoa e o tempo verbal. As questões formuladas por você, professor, auxi- liam na apropriação desses elementos que com- põem a narrativa e na compreensão do texto como um todo. Porém, para que isso ocorra, tais pergun- tas não devem funcionar como uma espécie de questionário sobre o texto, mas como orientação de leitura, caminho a ser seguido pelos próprios alunos. Essas questões precisam “guiar” os estu- dantes na apropriação de estratégias adequadas para interagir com esse tipo de texto e com os gê- neros, mas não limitá-los. Atividades de reconto e reescrita de textos Outra estratégia que pode render importantes re- sultados são as atividades de reconto e reescrita de textos, a partir das quais se pode, por exemplo, pe- dir que os estudantes façam o reconto de um conto tradicional para que você registre o texto por escri- to, atuando como uma espécie de escriba. Nessas atividades, eles vão se apropriando da estrutura da narrativa e observando os seus elementos indis- pensáveis, o emprego do léxico mais adequado e o uso mais ajustado dos elementos de coesão, para que o texto flua e faça sentido. Leitura e elaboração de textos Você pode promover a elaboração conjunta, em sala de aula, de textos que circulam no campo da vida cotidiana e depois lê-los com a turma. Para tal, gêneros próximos, como bilhetes para estabelecer comunicação com as famílias, receitas culinárias e instruções de jogos são os mais recomendados. Além disso, pode desenvolver situações em que os alunos vão aprendendo quais as estratégias ade- quadas à leitura desses textos, face ao seu objetivo comunicativo. No caso dos bilhetes, por exemplo, é preciso observar quem é o emissor e o destinatá- rio da mensagem, quais são as informações impor- tantes que estão sendo veiculadas; já no caso dos textos instrucionais, verificar orientações sobre os materiais necessários para realizar uma receita, ou confeccionar um brinquedo, e quais são os modos de proceder para a execução da tarefa. 3 1 S E A M A | 2 0 1 9 Resumos de textos Pedir que os estudantes façam o resumo de um texto é sempre uma boa forma de estimulá-los a realizar uma leitura mais cuidadosa. Essa prática pode ser ainda mais exitosa quando realizada em dupla ou em grupo, de modo que o resumo seja apresentado oralmente ao resto da turma. Isso por- que, quando a atividade é realizada coletivamente, os estudantes aprendem com as estratégias dos colegas; além disso, a apresentação oral faz com que eles se esforcem em torno da compreensão global do texto, em vez de simplesmente copiar as partes principais. Nos anos iniciais, é comum focar em textos narrativos, para, mais à frente, investir no gênero argumentativo. Estratégias de ensino de leitura para o Ensino Médio No ensino médio, é necessário garantir que a com- petência leitora se expanda ainda mais e que, so- bretudo, seja refinada. Esse objetivo pode ser al- cançado, por exemplo, se você, professor, propuser práticas focadas na capacidade de os estudantes: • lerem com compreensão textos ainda mais de- safiadores que aqueles apresentados no en- sino fundamental, como os textos literários de elaboração mais complexa (sobretudo os da tradição literária), ensaios e textos argumen- tativos mais longos, leis e estatutos, textos de temas especializados e diferentes áreas do co- nhecimento etc.; • relacionarem os textos com os seus contextos de produção, de modo a construir uma leitura mais informada e crítica; • relacionarem a forma ao conteúdo dos textos, de modo a refletir/avaliar as escolhas linguísti- co-discursivas feitas pelos autores; • construírem hipóteses sobre a “intencionalida- de” dos textos, em atenção a sinalizações que desvelam a posição do autor em relação ao seu discurso; • reconhecerem como um texto dialoga com ou- tro(s) texto(s) para a produção de seu discurso. O desenvolvimento das capacidades descritas está relacionado à garantia de maior criticidade e apti- dão analítica no ato da leitura. Estamos falando da formação de um leitor mais vertical, capaz de cons- truir um diálogo mais aprofundado com os textos, um leitor mais reflexivo. Um trabalho importante a ser realizado ao longo de todo o ensino fundamental diz respeito à forma- ção de um leitor que saiba selecionar as sinaliza- ções relevantes à compreensão do texto. No ensino médio, o leitor deve ser estimulado a fa- zer mais, ou seja, a atentar para escolhas discursi- vas e refletir sobre essas escolhas, sobre seus efei- tos, sobre o que as justifica. Trata-se, portanto, de buscar níveis maiores de aprofundamento da leitura. Os desafios do ensino médio estão voltados a con- solidar a formação leitora que leve em considera- ção a tradição literária, o que envolve sensibilida- de docente à descoberta da experiência estética e prestígio de clássicos, para ampliação do léxico e, por que não, do conhecimento de mundo. E, nesse ponto, não podemos deixar de indicar a importância 3 2 R E V I S T A D O P R O F E S S O R - L Í N G U A P O R T U G U E S A de você, professor, lidar com as dificuldades pre- gressas da formação leitora para somar aprendiza- gens mais abstratas, como as figuras de linguagem tão presentes na literatura. Outro ponto essencial, que requer a proposição de estratégias mais ativas da formação leitora no en- sino médio, é a necessidade de contribuir para a constituição de um sujeito que se posiciona, argu- menta e emite juízos. Mais do que mediar e instruir a leitura, é preciso pensar a progressão no aprendi- zado da leitura no ensino médio. Para isso, são indi- cadas as práticas com os gêneros argumentativos. Uma boa formação para a leitura de textos argu- mentativos, por exemplo, demanda mais que a identificação da tese e dos argumentos que a sus- tentam, exigindo uma reflexão que alcance o grau de envolvimento do autor em relação ao conteúdo do que afirma. Essa reflexão passa pelo reconhe- cimento de sinalizações que revelam aspectos da construção de um discurso, pela investigação da relação entre esse discurso e seu contexto de pro- dução, pela identificação de vozes em confronto, como também por inconsistências, incoerências, contradições. O desenvolvimento dessas habilida- des, por sua vez, pressupõe a consolidação daque- las que foram alvo do trabalho no ensino funda- mental, tanto nos anos iniciais quanto finais. Esse aprendizado pode ser facilitado se os estudan-tes construírem, no interior das práticas de leitura, uma reflexão sobre algumas categorias linguísticas, uma reflexão funcional, sobre os recursos linguísti- cos e seu papel na tessitura dos discursos. Enquan- to no ensino fundamental essa reflexão deve ser essencialmente epilinguística, ou seja, mais restrita à reflexão sobre o texto lido/escrito para compreen- são e atribuição de sentidos, no ensino médio os es- tudos metalinguísticos são reforçados, com ênfase na análise linguística voltada para a sistematização dos conhecimentos. Levando em consideração o que conversamos até aqui, é muito importante que você organize o seu trabalho com a contribuição do diagnóstico externo. A análise dos resultados da avaliação externa fornece elementos importantes para compreen- der como os estudantes estão se desenvolven- do como leitores. A interpretação pedagógica do desempenho dos estudantes é capaz de nortear suas necessidades, de modo que você, professor, possa, por exemplo, organizar e/ou elaborar ma- teriais didáticos que contemplem a diversidade de textos presentes nos diferentes campos de atua- ção definidos pela BNCC, considerando a circula- ção deles na sociedade; ou, ainda, (re)planejar o trabalho pedagógico baseado em evidências, a fim de subsidiar ações mais proveitosas para o de- senvolvimento dos estudantes. A sua atuação em sala de aula apoia a constitui- ção de leitores proficientes e plurais, garantindo uma aprendizagem equânime e de qualidade dos seus estudantes. Para isso, é preciso também per- mitir que eles trabalhem com a sua própria história de leitura, fazendo com que sua trajetória apare- ça no seu percurso de formação leitora, ou seja, permitindo que os estudantes sejam protagonistas desse percurso. A próxima seção esclarece como os resulta- dos do SEAMA são apresentados na platafor- ma de avaliação e monitoramento. É importante, também, a utilização do roteiro de leitura e análise dos resultados da ava- liação do SEAMA, proposto na sexta seção deste volume, para sistematizar o exercício de apropriação das informações do diagnóstico. 3 3 S E A M A | 2 0 1 9 RESULTADOS DE DESEMPENHO ESCOLAR 5 Os resultados da sua escola nos testes do SEAMA 2019, em Língua Portuguesa, podem ser consultados de duas formas: * Informados ao gestor da escola pela secretaria de educação. 1. Ambiente restrito da plataforma do programa (MINHA PÁGINA). • Card: Resultados da avaliação. • Acesso: login e senha*. • Link: https://avaliacaoemonitoramentomaranhao.caeddigital.net/#!/login 2. Ambiente público da plataforma do programa • Menu: Resultados. • Acesso: login e senha*. • Link: https://avaliacaoemonitoramentomaranhao.caeddigital.net/#!/resultados 3 5 S E A M A | 2 0 1 9 Resultados Gerais Clicando no botão Resultados gerais, é possível acessar os resultados de desempenho de todos os estudantes da rede que participaram da avaliação do SEAMA 2019: distribuição por padrão de desempenho e proficiência média, bem como dados referentes à participação na avaliação (quantitativos de estudantes previstos e de estu- dantes avaliados). Resultados Escola Ao selecionar o botão Resulta- dos da escola, são exibidos os resultados de desempenho es- pecíficos da escola – distribui- ção de estudantes por padrão de desempenho e proficiência média –, além dos dados de participação na avaliação, por componente curricular e etapa avaliada. Ler, interpretar e se apropriar dessas informações é imprescindível para a tomada de decisões baseadas em um diagnóstico mais preciso sobre a aprendizagem dos estudantes. Resultados da avaliação Nas abas que compõem o card Resultados da avaliação – disponível no ambiente restrito da plata- forma do SEAMA, é possível consultar os resultados gerais da escola, das turmas e de cada estudante, para a alfabetização, os anos iniciais do ensino fundamental, anos finais do ensino fundamental e ensino médio. Estão disponibilizados, nessas abas, os resultados gerais da rede, das regionais e municípios, das escolas, das turmas e de cada estudante, por etapa e componente curricular avaliados. A seguir, são apresentadas as principais informações contidas em cada página. Você deve clicar no botão desejado para acessá-las O processo de avaliação em larga escala não se encerra quando os resultados chegam à secretaria e à escola. Ao contrário, faz-se necessário que todos os agentes educacionais apropriem-se das diferentes informações produzidas a partir dos resultados das avaliações, incorporando-os às suas reflexões sobre as dinâmicas de funcionamento da escola, detalhadas no Projeto Político-Pedagógico e no currículo. 3 6 R E V I S T A D O P R O F E S S O R - L Í N G U A P O R T U G U E S A Desempenho nos campos temáticos O objetivo desse indicador é trazer um conjunto de informa- ções sobre os resultados dos estudantes que permitam uma melhor compreensão dos dados divulgados e uma maior aplica- bilidade pedagógica desses re- sultados. As informações conti- das nesse indicador poderão ser uteis para a análise de desem- penho de cada aluno, de grupo de alunos e até de uma turma inteira, tendo como referência os campos temáticos avaliados. Exemplos de item por habilidade Nesta página, você tem acesso a um conjunto de itens relacio- nados a determinadas habilida- des avaliadas, em cada etapa e componente curricular. Para essas habilidades, há um item de exemplo com a indicação do descritor correspondente e o respectivo gabarito. BNCC e currículo da rede A Base Nacional Comum Curri- cular (BNCC) estabelece, com maior detalhamento, o conjunto de aprendizagens essenciais e indispensáveis a que todos os estudantes têm direito e que de- vem ser desenvolvidas ao longo das etapas e modalidades da educação básica. Nesta pági- na, você tem acesso ao texto da BNCC e, ainda, ao currículo da sua rede. Para prosseguir na leitura e interpretação dos resultados da escola, é preciso retomar alguns conceitos básicos da avaliação externa em larga escala. Resultados da avaliação Aqui, você encontra os resultados de desempenho dos estudantes, organizados com base nos objetivos curriculares 3 7 S E A M A | 2 0 1 9 Para dar início ao processo de apropriação e uso dos resultados da avaliação externa em larga escala, é preciso compreender o signifi- cado dos indicadores que constituem esses re- sultados. Em primeiro lugar, é preciso conhecer a carac- terização dos indicadores de desempenho e de participação da sua escola, divulgados na pla- taforma do programa. Leitura e interpretação dos indicadores PARTICIPAÇÃO Esse indicador é muito importante, uma vez que, por se tratar de avaliação censitária, quanto maior a participação dos estudantes, mais fidedignos são os resultados dos testes cognitivos. Isso signi- fica dizer que é possível generalizar os resultados para toda a escola quando a participação efetiva for igual ou superior a 80% do total de alunos pre- vistos para realizar a avaliação. Neste exemplo, é possível perceber que a partici- pação dos alunos dessa escola na avaliação ex- terna foi superior a 80% dos estudantes previstos, nos anos de 2018 e 2019. Verifique, nos resultados da sua escola, os percen- tuais de participação dos estudantes nos testes de Língua Portuguesa, em cada etapa avaliada. Participação • Nº previsto de estudantes • Nº efetivo de estudantes • Percentual de participação Desempenho teoria da resposta ao item • Proficiência média • Distribuição dos estudantes por padrão de desempenho • Desempenho por campo temático teoria clássica dos testes • Percentual de acerto por descritor Participação 3 8 R E V I S T A D O P R O F E S S O R - L Í N G U A P O R T U G U E S A Proficiência média Esse indicador contribui para o monitoramento da qualidade da educação ofertada pelas escolas epelas redes, especialmente quando se observa sua evolução entre ciclos de avaliação sucessivos. Neste exemplo, observa-se a proficiência média alcançada pelos alunos de uma escola na avalia- ção externa, em determinada disciplina e etapa, nos anos de 2018 e 2019. I. Proficiência média DESEMPENHO A proficiência média da escola corresponde à média aritmética das proficiências dos estudantes em cada componente curricular e etapa avaliada. Valor estimado do conhecimento do estudante, calculado a partir das tarefas que ele é capaz de realizar na resolução dos itens do teste. Proficência 332,5 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 191,2 260,3 374,5 313,4 427,8 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Proficiência média da escola 3 9 S E A M A | 2 0 1 9 A escala de proficiência do SEAMA é a mesma escala utilizada pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), cuja variação vai de 0 a 500 pontos. Essa escala é dividida em intervalos de 25 pontos, chamados de níveis de desempenho. Com base nas expectativas de aprendizagem para cada etapa de escolaridade e nas projeções educacionais estabelecidas pelo SEAMA, os níveis da escala são agrupa- dos em intervalos maiores, chamados de padrões de desempenho. Etapas de alfabetização, por sua vez, utilizam uma escala própria, que varia de 0 a 1.000 e é dividida em intervalos de 50 pontos. Para entender a relação entre a proficiência e o desempenho dos estudantes, é importante observá-la na escala de proficiência. COMPETÊNCIAS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Identifica letras Reconhece convenções gráficas Manifesta consciência fonológica Lê palavras Localiza informação Identifica tema Realiza inferência Identifica gênero, função e destinatário de um texto Estabelece relações lógico-discursivas Identifica elementos de um texto narrativo Estabelece relações entre textos Distingue posicionamentos Identifica marcas linguísticas DOMÍNIOS Apropriação do sistema da escrita Estratégias de leitura Processamento do texto 4 0 R E V I S T A D O P R O F E S S O R - L Í N G U A P O R T U G U E S A COMPETÊNCIAS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Identifica letras Reconhece convenções gráficas Manifesta consciência fonológica Lê palavras Localiza informação Identifica tema Realiza inferência Identifica gênero, função e destinatário de um texto Estabelece relações lógico-discursivas Identifica elementos de um texto narrativo Estabelece relações entre textos Distingue posicionamentos Identifica marcas linguísticas DOMÍNIOS Apropriação do sistema da escrita Estratégias de leitura Processamento do texto Padrões de desempenho É importante observar que a média de proficiência da escola a coloca em um determinado padrão de desempenho. Mas isso não significa que todos os estudantes obtiveram o mesmo desempenho. Por isso, é fundamental conhecer a distribuição dos estudantes pelos padrões de desempenho, de acordo com a proficiência alcançada no teste. Intervalos da escala de proficiência correspondentes ao desenvolvimento de determinadas habilidades e competências, nos quais estão alocados estudantes com desempenho similar. Os intervalos correspondentes a cada padrão de desempenho são estabelecidos pela SEDUC-MA, e cada um desses padrões corres- ponde a um conjunto de tarefas que os alunos são capazes de rea- lizar, de acordo com as habilidades que desenvolveram. Níveis de desempenho 363 Média de proficência da escola Essa escala é dividida em intervalos de 25 pontos, chamados de níveis de desempenho. 4 1 S E A M A | 2 0 1 9 ABAIXO DO BÁSICO BÁSICO ADEQUADO AVANÇADO Estudantes revelam carência de aprendizagem em relação às habilidades previstas para sua etapa de escolaridade. Estudantes ainda não demonstram um desenvolvimento adequado das habilidades esperadas para sua etapa de escolaridade. Estudantes revelam ter consolidado as habilidades consideradas mínimas e essenciais para sua etapa de escolaridade. Estudantes conseguiram atingir um patamar um pouco além do que é considerado essencial para sua etapa de escolaridade. II. Distribuição dos estudantes por padrão de desempenho estudantil De acordo com a proficiência alcançada no teste, o estudante apresenta um perfil que nos permite alocá-lo em um dos padrões de desempenho. Em uma mesma turma e escola, podemos ter vários alunos em cada um dos padrões de desempenho. Esta distribuição pode ser representada por núme- ros absolutos e por percentual. Importante saber quantos estudantes se encontram em cada pa- drão e o que eles são capazes de realizar, tendo em vista o seu desempenho. Esse indicador é imprescindível ao monitoramento da equidade da oferta educacional em sua escola, ao se constatar que os dois últimos padrões são considerados desejáveis, enquanto os dois primei- ros sinalizam para a necessidade de ações de in- tervenção pedagógica. Percentuais de estudantes em cada padrão de desempenho 2019 Padrão 01 dos estudantes encontram-se no padrão Baixo Nº de estudantes que se encontram neste padrão: 7755 Nº de estudantes que se encontram neste padrão: 17401 Nº de estudantes que se encontram neste padrão: 24999 Nº de estudantes que se encontram neste padrão: 24210 dos estudantes encontram-se no padrão Intermediário dos estudantes encontram-se no padrão Recomendado dos estudantes encontram-se no padrão Avançado 10% 23% 34% 33% Padrão 02 Padrão 03 Padrão 04 A descrição pedagógica de cada padrão de desempenho pode ser conferida na seção Padrões de desempenho e níveis, bem como na plataforma do programa, no menu O PROGRAMA > Padrões de Desempenho. 4 2 R E V I S T A D O P R O F E S S O R - L Í N G U A P O R T U G U E S A III. Desempenho nos campos temáticos Os resultados de desempenho nos campos temá- ticos foram apresentados na seção 3 desta revista. Retome a sua leitura e conheça as formas como são apresentados esses resultados e como eles podem ser interpretados. Como se trata de um novo indicador, é importante fazer mais de uma leitura para compreender o que é divulgado. Uma dica! Tenha sempre à mão um caderno (diário de bordo) para fazer suas anotações sobre a aná- lise dos resultados da avaliação. Elas poderão ser muito úteis nas reuniões pedagógicas da sua es- cola e no processo de avaliação interna dos seus alunos. IV. Percentual de acerto por descritor Além da proficiência, da distribuição dos estudantes pelos padrões de desempenho e da participação, nos resultados da avaliação do SEAMA, você pode conferir quais foram as habilidades avaliadas e o desempenho dos estudantes em relação a cada uma. Essas habilidades vêm descritas na matriz de re- ferência por meio dos seus descritores. Para conhecer esses resultados, acesse a página de resultados na plataforma de avaliação e monito- ramento, pelo link abaixo: https://avaliacaoemonitoramentomaranhao.caeddigital.net/#!/resultados Turma D01 D02 D03 D04 A - TARDE 78,45 68,49 62,97 74,52 B - TARDE 68,37 67,54 61,12 54,44 D07 D08 D01 D02 D03 D04 D05 D06 MATRIZ DE REFERÊNCIA 4 3 S E A M A | 2 0 1 9 Uma vez compreendidos os conceitos relativos a uma ava- liação externa
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