Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO: PSICOLOGIA – 4º PERÍODO DISCIPLINA: Fundamentos da Psicologia Fenomenologia-Existencial ACADÊMICO: Bruna Silva de Oliveira Análise do filme “Um homem sério" O filme “Um homem sério (2009)” retrata a história de professor universitário Larry Gopnik, um homem de família que vê, toda a sua vida entrar em estado de calamidade. Larry vivia em casamento, com dois filhos e seu irmão com problemas de saúde que recentemente foi morar em sua casa, na faculdade viva em relações com os alunos, que atualmente vinha tendo problemas, pois além disso estava em processo de uma possível efetivação, que mais parecia que não ocorreria devido as relações com os alunos, além da crise financeira que havia o abalando. Sendo assim, o ser humano é o conjunto das relações que o indivíduo estabelece com seu corpo, o ambiente, a materialidade, os demais seres humanos e o tempo, entre outras relações (SCHNEIDER, 2002). A relação com a materialidade presente no ambiente o qual nos cerca é a primeira condição de existência do sujeito, pois todos nós nos encontramos inseridos em um dado momento histórico, em uma sociedade, e também em um determinado composto de relações sociais que constituem a materialidade das condições materiais na qual o sujeito se encontra inserido (SCHNEIDER, 2002). Larry vive um momento tão tenso que depois de tudo busca uma resposta divina que acaba não dando em nada. Para ele Deus se calou e cada rabino que Larry procura ajuda parece desesperá-lo ainda mais. Com o pouco caso familiar, o incomodo da comunidade religiosa da qual faz parte e o silêncio de Deus, Larry busca desesperadamente um significado para a vida, mas acaba mais uma vez frustrado com sua situação atual de falta de liberdade em suas atitudes e tudo que ocorre a sua volta. A liberdade vivida por Larry é “acessível pelo engajamento de sua consciência no mundo e toda ação, ao longo da construção de si”, não havendo princípio a priori capaz de acabar com sua autonomia, sua liberdade (MOURA, p. 120, 2012). A luta desesperada de Larry para manter a calma enquanto tudo ruim ao seu redor é a atitude típica da sociedade comunitariamente feliz de hoje. E a relação com o titulo d filme, nos vem algumas reflexões a respeito do que é e de como se forma o caráter ou a vida de “um homem sério” onde “ser sério” é aceitar pacificamente tudo que acontece e continuarmos exibindo a postura de “classe realizada”. Lidando assim com as pessoas permitindo que o faça o que quiserem. Sartre diz sobre a objetividade do outro perante o sujeito através do olhar, na mesma medida em que o sujeito me objetifica eu também objetifico o sujeito (SCHNEIDER, 2002). O inicio do filme quando tem um determinado casal, que a esposa alega terem sido amaldiçoados por Deus, faz com que abra o espaço para a reflexão sobre a crença nestes momentos de dificuldade, assim como posteriormente acontece com Larry. A tragédia, o crime e a dúvida aparecem nessa introdução surreal do filme. Mais para Larry falará do Princípio da Incerteza. Eis o espírito: tudo converge para que Um Homem Sério seja (sem ser) uma história urbano-judaica de terror. Tendo durante o filme todo a dualidade dos mundos do pai e do filho. Até no desfecho, tanto um quanto outro estão frente a frente com uma possível tragédia. A segunda é que a relação espiritual também está posta nesse molde. O filme é a contraposição de um mundo de fé cujo Deus nunca se pronuncia; e o mundo dos homens sérios, dos filhos desse Deus silencioso. A essa narrativa de dois mundos, tragédias e vícios são inseridos. Assim sobre tudo em base de sua fé e a relação e diferença da fé do filho pode afirmar que Larry sofre angustias, porém deseja recorrer de forma religiosa, e quando não é atendido entra em questionamento sobre tudo que acredita. Assim como para Sartre a má-fé é caracterizada como uma conduta de fuga, uma válvula de escape que o indivíduo utiliza para fugir da sua angústia, isto é, o sentimento de horror que aparece quando o sujeito toma consciência de sua liberdade e de suas escolhas. “Na má-fé eu mesmo escondo a verdade de mim mesmo”. A crise pessoal e as lições morais de Larry parecem encontrar o elo de ligação. Nada se conclui exatamente, mas todas as respostas pareçam delineadas, é como se uma das falas dele no fim criasse um certo poder, ao fim, o que nos resta, é "aceitar o mistério". Referências SCHNEIDER, Daniela R. Novas Perspectivas para a Psicologia Clínica – um estudo a partir da obra de “Saint Genet: comédien et martyr” de Jean-Paul Sartre. 2002. 01-338. Disponível em: <file:///C:/Users/andre/Downloads/SCHNEIDER,%20Daniela%20R.%20Novas%20 perspectivas%20para%20a%20Psicologia%20Cl%C3%ADnica%20(tese).pdf>. Acesso em: 21/11/2020. FURLAN, Reinaldo. A relação com o outro em Sartre. Cindedi, 2013. 85-99. Disponível em:<http://www.cindedi.com.br/file/6003b471e3d7f70f6a74a0b45d34ac08#:~:text=Sart re%20entende%20a%20rela%C3%A7%C3%A3o%20com,transcendido%20pelo%20ol har%20do%20outro>. Acessado em: 24/11/2020. MOURA, Carlos E. Sartre e a consciência no processo da construção de si: o “Eu” como valor e projeto. UFSCar. 2012. 116-122. Disponível em: <http://www.ufscar.br/~semppgfil/wpcontent/uploads/2012/05/carloseduardomoura.pdf >. Acessado em: 24/11/2020. Silva, Franklin Leopoldo e. Ética e literatura em Sartre: ensaios introdutórios. 2004, p 33.
Compartilhar