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TGP - Apostila (43)

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Professor: Dr. Miguel Horvath Junior
DISCIPLINA: DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Capítulo 2 - Aula 7
OS CRIMES PREVIDENCIÁRIOS 
E SUA EVOLUÇÃO LEGISLATIVA 
Coordenação: Prof. Dr. Wagner Balera
DE APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL
01
Tutelas de urgência e Mandado de Segurança
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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Tutela de urgência é gênero que comporta duas espécies: tutela antecipada e tutela cautelar.
Finalidade da tutela cautelar: assegurar o resultado eficaz do processo, a sua utilidade. CHIOVENDA já 
ensinava que o processo só será efetivo se capaz de proporcionar ao credor a satisfação da obrigação como 
se ela tivesse sido cumprida espontaneamente.
Finalidade da tutela antecipada: visa satisfazer o direito ainda que de forma provisória o direito do 
jurisdicionado.
 
Gênese da Tutela Antecipada no Brasil: Lei n.º 8.952 de 13 de dezembro de1994 no direito pátrio que se 
coaduna com a preocupação hodierna dos processualistas na efetivação da entrega da prestação 
jurisdicional. RUI BARBOSA já afirmava que justiça tardia é injustiça.
Fundamentos Constitucionais: a tutela antecipada lança suas bases no art. 5º inciso XXXV (acesso à justiça) e 
LIV da Constituição Federal (segurança jurídica).
Fundamentos Infraconstitucionais: A tutela antecipada está prevista no artigo 273 do Código de Processo 
Civil (CPC).
A tutela antecipada consiste na antecipação total ou parcial do provimento que se pretende ao final.
A decisão interlocutória que antecipa a tutela é passível de recurso de agravo de instrumento. 
Espécies de Tutela Antecipada:
a) de urgência ou assecuratória (a do inciso I). Nesta é imprescindível o periculum in mora e a 
verossimilhança
b) a punitiva ou de proteção do autor (a do inciso II) .Esta espécie se efetiva após a apresentação de defesa 
pelo réu
c) sobre pedido ou parte de pedido incontroverso (a do § 6º introduzido pela Lei n.º 10.444, de 07 de maio 
de 2002)
Quem pode requerer: somente o autor de acordo com a exegese do art. 273 do CPC. 
Momento da antecipação da tutela: a antecipação da tutela pode ser concedida a qualquer tempo, ab initio, 
após a contestação, na sentença e na fase recursal.
A decisão de antecipação da tutela tem cunho mandamental, daí porque o mais adequado é falar em 
efetivação da tutela antecipada e não em execução stricto sensu.
Capítulo 2
02
Requisitos para a concessão da antecipação da tutela:
1) comprovação do periculum in mora (perigo da demora), ou seja, comprovação do risco de dano 
irreparável ou de difícil reparação. Este requisito é fundamental para a concessão da antecipação de tutela 
de urgência. 
2) Verossimilhança
A aparência de verossimilhança há de ser mais forte do que apenas a fumaça do bom direito, deve ser 
revestida de forma inequívoca, ou seja, deve dar condições ao juiz da criação de um convencimento 
razoável.
3) Prova inequívoca
A prova inequívoca refere-se ao fato, ou seja, a causa de pedir. Para Calmon de Passos: "prova inequívoca é 
aquela que possibilita uma fundamentação convincente do magistrado".
4) A irreversibilidade dos efeitos práticos da antecipação
A irreversibilidade dos efeitos práticos da tutela há de sopesar entre os bens jurídicos protegidos: acesso à 
justiça x celeridade na entrega da tutela jurisdicional. A decisão que antecipa a tutela é provisória razão pela 
qual exigil-se como condição para sua concessão a possibilidade de reversão. Neste aspecto a relação 
jurídica previdenciária suscita polêmica. É possível a antecipação da tutela em face da natureza alimentar 
das prestações previdenciárias ?!
Os Juizados Especiais e a antecipação da tutela
Conquanto o texto da lei que criou os juizados utilize a expressão "medida cautelar" devemos interpretá-la 
como tutela de urgência, expressão que abrange também a tutela antecipada. Acerca da possibilidade de 
antecipação da tutela ex officio que a lei menciona, em que pese o princípio da informalidade, em face da 
responsabilidade objetiva do requerente da medida, a doutrina e a jurisprudência vem entendendo que 
mesmo diante da ope legis, a antecipação da tutela deve ser requerida expressamente pelo autor. 
A tutela antecipada e a Fazenda Pública: A jurisprudência entende que mesmo com a previsão do art. 8º, 
caput da Lei n. 8.620/93 que equipara o INSS a Fazenda Pública em face de estarmos diante de direitos 
fundamentais é cabível a antecipação da tutela em lides previdenciárias.
PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. BENEFÍCIO DE AMPARO SOCIAL. LEI 8.742/93.AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. TUTELA ANTECIPADA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA.POSSIBILIDADE. PRESENÇA DOS 
REQUISITOS DO ART. 273 DO CPC.
Vide artigo 154 do Decreto 3048 de 1999 nas páginas 07, 08 e 09.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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03
1. Prova inequívoca resultante de documentos e testemunhas demonstrando preenchimento dos requisitos 
legais, daí decorrendo o juízo de probabilidade de suas afirmações, convencendo da Verossimilhança das 
alegações, o que autoriza, assim, o provimento antecipatório da tutela para a concessão do benefício de 
amparo social, com fundamento no art. 273 do Código de Processo Civil e no art. 20 da Lei 8.742/93.2. A 
não-concessão da tutela pode acarretar um dano de difícil reparação ante a natureza alimentar que 
envolve a matéria (TRF - 1ª Região, Primeira Turma, AG 2000.01.119963-7/MG, rel. Juiz Luiz Gonzaga 
Barbosa Moreira, DJU de 07/06/02, p. 82).3. O entendimento de que não pode haver antecipação de 
tutela contra a Fazenda Pública está ultrapassado, pois fere os comezinhos princípios de direito, o direito que 
todos têm de um tratamento igualitário. Inclusive o Supremo Tribunal Federal entende que, em questões 
previdenciárias, não se aplica o que foi decidido na ADC (cf. Reclamações 1.157, 1.022 e 1.104 ajuizadas 
pelo INSS). 
Acordão Origem: TRF -PRIMEIRA REGIÃO
Classe: AG- AGRAVO DE INSTRUMENTO 01000058769.
Processo: 200301000058769 UF: MG Órgão Julgador: SEGUNDA TURMA Fonte DJ DATA: 28/10/2003 
PG. 80 Relator(a) DESEMBARGADOR FEDERAL TOURINHO NETO Decisão : A Turma, por maioria,venceu 
o Juiz Carlos Eduardo Moreira Alves, conheceu do agravo de instrumento, e, no mérito, por unanimidade, 
lhe negou provimento.
 A ANTECIPAÇÃO DA TUTELA E AS AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
A antecipação da tutela é utilizada notadamente nas ações concessórias de benefícios (pensão por morte, 
aposentadoria por tempo de contribuição, aposentadoria por idade, aposentadoria por invalidez), ações 
revisionais (de recálculo da renda mensal inicial e de reajustamento) e ações de restabelecimento de 
benefícios suspensos ou cancelados administrativamente. Cabível ainda nas ações de assistência social 
(benefício de prestação continuada LOAS Lei Orgânica de Assistência Social).
Objeto da antecipação da tutela previdenciária: a obrigação de fazer (implantar o benefício) e a obrigação 
de pagar (parcelas vincendas do benefício).
Efetivação da antecipação da tutela: Como a decisão da antecipação da tutela tem natureza mandamental, 
caso ela não seja cumprida, o juiz de ofício ou a requerimento da parte pode determinar o pagamento de 
astreintes mesmo em face de pessoa jurídica de direito público como é o caso da autarquia federal 
denominada INSS Instituto Nacional do SeguroSocial em que pese opiniões doutrinárias e decisões em 
sentido contrário. 
Antecipação de tutela e ação civil pública: O Ministério Público pode tutelar direitos individuais 
homogêneos, envolvendo direitos da seguridade social (previdência social, saúde, assistência social). 
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
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MEDIDAS CAUTELARES (Art. 796 e ss do CPC)
As cautelares previdenciárias como qualquer cautelar têm por finalidade assegurar a utilidade do processo.
Por força do art. 273, § 7º do CPC o juiz com base no poder geral de cautela (art.798) pode converter a 
cautelar em antecipação de tutela e vice-versa, de ofício ou a requerimento. Verifica-se então, a natureza 
fungível do pedido da cautelar e da antecipação da tutela.
Os requisitos indispensáveis para a concessão da medida cautelar são: periculum in mora (perigo da 
demora, receio de lesão) e fumus boni juris (fumaça, aparência do bom direito).
As cautelares e o direito previdenciário
Podem ser utilizadas nas lides previdenciárias a antecipação da prova como v.g., oitiva de testemunha-chave 
para fortalecimento ou criação da convicção do juiz, antecipação da produção da prova pericial, cautelar 
para exibição de documento ou coisa (principalmente nos casos de não localização de procedimento 
administrativo que contenha informações ou documentos indispensáveis para a comprovação do direito 
pretendido), justificação judicial.
Mandado de Segurança
Conceito: é o meio constitucional posto à disposição de toda pessoa física ou jurídica, órgão com 
capacidade processual ou universidade reconhecida por lei para a proteção de direito individual ou coletivo, 
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, lesado ou ameaçado de lesão, por ato 
de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
O mandado de segurança pode ser: preventivo (visa a não efetivação de lesão iminente a direito líquido e 
certo) ou repressivo (para reparar ilegalidade, ofensa a direito líquido e certo já cometida);Individual ( para 
tutelar direito individual); Coletivo ( para tutelar direitos dos filiados a partidos políticos,sindicatos ou 
associações, etc). 
Natureza: é ação civil de procedimento especial e tem por finalidade o afastamento de lesão, ofensa a direito 
individual ou coletivo.
Finalidade: visa a invalidação de atos de autoridade ou à supressão de defeitos de omissões administrativas 
capazes de lesar direito individual ou coletivo líquido e certo.
Não se admite também mandado de segurança contra atos meramente normativos ( lei em tese). A Súmula 
260 do STF determina que lei em tese não é atacável por mandado de segurança.
Interessante destacar-se que é cabível mandado de segurança para atacar previsões contidas no decreto 
regulamentar da previdência social ,que ultrapassem o limite previsto na lei, desde que esta previsão atinja 
direito do beneficiário. 
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
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Prazo para interposição: 120 dias contados da data em que o interessado tiver conhecimento oficial do ato a 
ser impugnado. No caso de impetração de mandado de segurança contra decreto o prazo decadencial 
conta-se a partir do ato administrativo que concretiza a ofensa a direito líquido e certo.
Competência: quanto aos mandados de segurança contratos das autoridades federais não indicadas em 
normas especiais, a competência é da Justiça Federal, nos limites de sua jurisdição territorial com recurso 
para o s Tribunais Regionais Federais respectivos. 
Em face do deslocamento de competência prevista no § 3º do art. 109 da CF/88 os mandados de segurança 
envolvendo matéria de benefícios previdenciários serão impetrados e julgados em primeira instância pela 
justiça estadual, onde não haja justiça federal. 
Mandado de segurança e Juizados Especiais: 
Contra ofensa a direito líquido e certo praticada por juiz federal atuante em juizados especiais quem 
apreciará o mandado de segurança não é a turma recursal, mas sim o próprio TRF, por força do 
entendimento do art.108 da Constituição Federal.
Situações de cabimento de mandado de segurança em matéria de benefícios previdenciários à luz da 
jurisprudência. 
ACIDENTE DO TRABALHO - BENEFÍCIO - AUXÍLIO ACIDENTE - CASSAÇÃO ADMINISTRATIVA - PEDIDO 
DE DESARQUIVAMENTO DA AÇÃO ACIDENTÁRIA PARA SEU RESTABELECIMENTO - INADMISSIBILIDADE 
- MANDADO DE SEGURANÇA OU AÇÃO DECLARATÓRIA COM ANTECIPAÇÃO DA TUTELA - VIA 
ADEQUADA - Benefício acidentário cassado administrativamente pelo INSS. Pretensão do obreiro de 
desarquivar o processo que deu origem ao auxílio acidente, para nele se restabelecer o benefício. 
Inadmissibilidade. Hipótese que exige a impetração de Mandado de Segurança ou Ação Declaratória com 
Antecipação de Tutela. (2TACSP - AI 726.317-00/7 - 10ª Câm. - Rel. Juiz Soares Levada - DJ 23.08.2002)
BENEFÍCIO - CASSAÇÃO - MANDADO DE SEGURANÇA -DECADÊNCIA - ART. 18, LEI 1.533/51 - 
EXTINÇÃO DO FUNDO DE DIREITO. 1 - A cessação do pagamento do benefício previdenciário é ato único, 
de caráter permanente, que caracteriza o ato coator ensejador da propositura de medida jurisdicional. 2 - 
Consoante art. 18, da Lei 1.533/51, extingue-se o direito de impetração de Mandado de Segurança, 
decorridos 120 (cento e vinte) dias do ato impugnado. 3 - Recurso conhecido e desprovido. (STJ - REsp 
254450 - RJ - 5ª T. - Rel. Min. Jorge Scartezzini - DJU 18.12.2000)
PREVIDENCIÁRIO - MANDADO DE SEGURANÇA - PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA - VIA COMPATÍVEL - 
APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO - ATIVIDADE ESPECIAL - TELEFONISTA - ALÍQUOTAS 
DIFERENCIADAS PARA HOMENS E MULHERES - INSALUBRIDADE RECONHECIDA - LEGISLAÇÃO 
APLICÁVEL.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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 1 - Não havendo necessidade de dilação probatória, porquanto existente prova pré-constituída, afigura-se 
a via compatível do mandado de segurança. 2 - Nos casos de aposentadoria especial, o enquadramento das 
atividades por agentes nocivos deve ser feito conforme a legislação vigente à época da prestação laboral, e 
sua prova depende da regra incidente em cada período. 3 - Comprovando o formulário emitido pela 
Empresa, o desenvolvimento da atividade sob os efeitos de agente insalubre, em conformidade com o 
disposto nos Decretos 53.831/64 e 83.080/79, é possível o reconhecimento da especialidade do trabalho 
prestado. 4 - O reconhecimento da penosidade apenas pelo enquadramento em atividade especial somente 
é possível até 13.10.96, pois a partir de 14.10.96 seria exigível que houvesse laudo que trouxesse específica 
prova da penosidade ou insalubridade. 5 - Inexiste ofensa ao princípio da isonomia com a diferenciação das 
alíquotas de acréscimo ao tempo de serviço especial para homens e mulheres, uma vez que a igualdade 
deve ser observada em relação às situações iguais. 6 - Presentes os requisitos de tempo de serviço e carência, 
é devidaa aposentadoria por tempo de serviço.(TRF4ª R. - AMS 2000.72.00.009195-4 - SC - 6ª T. - Rel. 
Des. Federal Néfi Cordeiro - DJU 18.06.2003)
MANDADO DE SEGURANÇA - APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO - ATIVIDADE ESPECIAL . O 
tempo de serviço prestado em condições especiais, consoante a legislação da época, configura direito 
adquirido, fazendo jus o segurado à conversão do tempo de serviço considerado como em condições 
especiais, ainda que atualmente seja outro o regime jurídico aplicável. A partir da Lei nº 9.032/95 passou a 
ser necessária a demonstração efetiva de exposição aos agentes nocivos através da apresentação de laudo 
pericial para o período posterior à referida Lei. Apelação e remessa oficial conhecidas e improvidas. (TRF4ª 
R. - AMS 2000.72.00.008178-0 - SC - 6ª T. - Rel. Juiz Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz - DJU 
19.09.2001)
PREVIDENCIÁRIO - MANDADO DE SEGURANÇA - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - GREVE DOS 
FUNCIONÁRIOS DO INSS - IMPOSSIBILIDADE DA REALIZAÇÃO DE PERÍCIA MÉDICA - UTILIZAÇÃO DE 
ATESTADOS MÉDICOS APRESENTADOS PELO SEGURADO ADMISSIBILIDADE.
 1 - Em questões que envolvem benefícios de natureza urgente, como o auxílio-doença, a concessão do 
benefício se justifica, mesmo que com base em atestados médicos, como meio de tornar efetiva a prestação 
jurisdicional que, se retardada, causaria ao segurado um dano irreparável, ou por ser obrigado a trabalhar 
sem ter condições de saúde para tanto, ou por se ver privado de sua fonte de sustento. 2 - O segurado não 
pode ficar desamparado em virtude de obstáculos de ordem interna do INSS e o mandado de segurança é o 
instrumento viável para evitar que lesão aos seus direitos se efetive. (TRF4ª R. - AMS 2001.71.00.028955-0 - 
RS - 5ª T. - Rel. Des. Fed. A A Ramos de Oliveira - DJU 25.06.2003)
MANDADO DE SEGURANÇA - PREVIDENCIÁRIO - TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL - CONVERSÃO - 
OS/INSS Nº 600/98 - PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI - LAUDO PERICIAL - MP Nº 1.523 .
 1 - O disposto no item 7 da Ordem de Serviço INSS/DSS 600, de 02.06.1998 ofende o princípio da 
irretroatividade de lei no tempo, razão pela qual atinge o direito líquido e certo do impetrante em ter 
processado, em conformidade com a lei vigente à época do requerimento administrativo, seu pedido para 
concessão de aposentadoria por tempo de serviço. 2 - A exigência do laudo pericial é devida até a Medida 
Provisória nº 1.523, publicada em 14 de outubro de 1996 que, entre outras providências, determinou que a 
efetiva exposição aos agentes nocivos à saúde somente poderá ser comprovada por meio de laudo pericial. 
(TRF4ª R. - AMS 2000.71.02.002239-0 - RS - 6ª T. - Rel. p/Acórdão Tadaaqui Hirose - DJU 05.09.2001)
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
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MANDADO DE SEGURANÇA - INSS - PENSÃO - ALIMENTOS - DESCONTO - RESTITUIÇÃO DE 
PAGAMENTO A MAIOR - O benefício de pensão alimentícia ao alimentado e paga pelo alimentante, 
que é segurado da previdência social, não constitui benefício previdenciário, não se enquadrando na 
hipótese do art. 115, II, da Lei nº 8.213/91, e, portanto, não pode sofrer redução de valor a título de 
desconto de pagamento efetuado a maior. (TRF4ª R. - AMS 2001.71.10.001896-5 - RS - 4ª T. - Rel. 
Des. Fed. Edgard A. Lippmann Júnior - DJU 03.12.2003) Ref. Legislativa: Lei nº 8.213-91, art. 115 II
PREVIDENCIÁRIO - MANDADO DE SEGURANÇA - EXIGÊNCIA DE PAGAMENTO DE DÉBITOS 
PREVIDENCIÁRIOS PARA PAGAMENTO DE BENEFÍCIO - ILEGALIDADE - OS/MPAS 623/99. 1 - Ilegal 
a prática do INSS consubstanciada na exigência de quitação de débitos previdenciários, decorrentes do 
não recolhimento de contribuições como contribuinte individual, para liberar valores correspondentes 
ao auxílio-doença acidentário concedido ao impetrante, uma vez que tal benefício foi calculado 
considerando-se, tão-somente, as contribuições de sua atividade como empregado, estando presentes 
todos os requisitos legais necessários à concessão. 2 - As normas internas do INSS, no caso a OS/MPAS 
623/99, não têm o condão de condicionar direitos legalmente obtidos pelo segurado (concessão do 
benefício) ao cumprimento de exigências que a lei não contempla. (TRF4ª R. - AMS 
2000.71.00.033170-7 - RS - 6ª T. - Rel. Des. Fed. Tadaaqui Hirose - DJU 12.06.2002)
o
DECRETO N 3.048, DE 6 DE MAIO DE 1999.
 
REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
Art. 154. O Instituto Nacional do Seguro Social pode descontar da renda mensal do benefício:
I - contribuições devidas pelo segurado à previdência social;
II - pagamentos de benefícios além do devido, observado o disposto nos §§ 2º ao 5º;
III - imposto de renda na fonte;
IV - alimentos decorrentes de sentença judicial; e
V - mensalidades de associações e demais entidades de aposentados legalmente reconhecidas, desde 
que autorizadas por seus filiados, observado o disposto no § 1º.
VI - pagamento de empréstimos, financiamentos e operações de arrendamento mercantil concedidos por 
instituições financeiras e sociedades de arrendamento mercantil, públicas ou privadas, quando 
expressamente autorizado pelo beneficiário, até o limite de trinta por cento do valor do benefício.
§ 1º O desconto a que se refere o inciso V do caput ficará na dependência da conveniência 
administrativa do setor de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social.
§ 2º A restituição de importância recebida indevidamente por beneficiário da previdência social, nos 
casos comprovados de dolo, fraude ou má-fé, deverá ser feita de uma só vez, atualizada nos moldes do 
art. 175, independentemente de outras penalidades legais.
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violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
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07
§ 3º Caso o débito seja originário de erro da previdência social, o segurado, usufruindo de benefício 
regularmente concedido, poderá devolver o valor de forma parcelada, atualizado nos moldes do art. 
175, devendo cada parcela corresponder, no máximo, a trinta por cento do valor do benefício em 
manutenção, e ser descontado em número de meses necessários à liquidação do débito.
§ 4º Se o débito for originário de erro da previdência social e o segurado não usufruir de benefício, o 
valor deverá ser devolvido, com a correção de que trata o parágrafo anterior, da seguinte forma:
I - no caso de empregado, com a observância do disposto no art. 365; e
II - no caso dos demais beneficiários, será observado:
a) se superior a cinco vezes o valor do benefício suspenso ou cessado, no prazo de sessenta dias, 
contados da notificação para fazê-lo, sob pena de inscrição em Dívida Ativa; e
b) se inferior a cinco vezes o valor do benefício suspenso ou cessado, no prazo de trinta dias, contados 
da notificação para fazê-lo, sob pena de inscrição em Dívida Ativa.
§ 5º No caso de revisão de benefícios em que resultar valor superior ao que vinha sendo pago, em 
razão de erro da previdência social, o valor resultante da diferença verificada entre o pago e o devido 
será objeto de atualização nos mesmos moldes do art. 175.
o
§ 6 O INSS disciplinará, em ato próprio, o desconto de valores de benefícios com fundamento no inciso 
VI do caput, observadas as seguintes condições:
I - a habilitação das instituições consignatárias deverá ser definida de maneira objetiva e transparente;
II - o desconto somente poderá incidir sobre os benefíciosde aposentadoria, qualquer que seja sua 
espécie, ou de pensão por morte, recebidos pelos seus respectivos titulares; 
III - a prestação de informações aos titulares de benefícios em manutenção e às instituições 
consignatárias necessária à realização do desconto deve constar de rotinas próprias; 
IV - os prazos para o início dos descontos autorizados e para o repasse das prestações às instituições 
consignatárias devem ser definidos de forma justa e eficiente; 
V - o valor dos encargos a serem cobrados pelo INSS deverá corresponder, apenas, ao ressarcimento 
dos custos operacionais, que serão absorvidos integralmente pelas instituições consignatárias; 
VI - o próprio titular do benefício deverá firmar autorização expressa para o desconto; 
VII - o valor do desconto não poderá exceder a trinta por cento do valor disponível do benefício, assim 
entendido o valor do benefício após a dedução das consignações de que tratam os incisos I a V do 
caput, correspondente a última competência paga, excluída a que contenha o décimo terceiro salário, 
estabelecido no momento da contratação;
VIII - o empréstimo poderá ser concedido por qualquer instituição consignatária, independentemente de 
ser ou não responsável pelo pagamento de benefício;
IX - os beneficiários somente poderão realizar as operações previstas no inciso VI do caput se receberem 
o benefício no Brasil;
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violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
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08
X - a retenção recairá somente sobre as parcelas mensais fixas integrais, vedada a administração de 
eventual saldo devedor;
XI - o titular de benefício poderá autorizar mais de um desconto em favor da mesma instituição 
consignatária, respeitados o limite consignável e a prevalência de retenção em favor dos contratos mais 
antigos; 
XII - a eventual modificação no valor do benefício ou das consignações de que tratam os incisos I a V do 
caput que resulte margem consignável inferior ao valor da parcela pactuada, poderá ensejar a 
reprogramação da retenção, alterando-se o valor e o prazo do desconto, desde que solicitado pela 
instituição consignatária e sem acréscimo de custos operacionais; e
XIII - outras que se fizerem necessárias.
o
§ 7 Na hipótese de coexistência de descontos relacionados nos incisos II e VI do caput, prevalecerá o 
desconto do inciso II.
o
§ 8 É vedado ao titular do benefício que realizar operação referida no inciso VI do caput, por intermédio 
da instituição financeira responsável pelo pagamento do respectivo benefício, solicitar alteração dessa 
instituição financeira enquanto houver saldo devedor em amortização.
o o
§ 9 Ressalvado o disposto no § 8 , é facultado ao titular do benefício solicitar alteração da instituição 
financeira pagadora do benefício por outra, para fins de realização de operação referida no inciso VI do 
caput.
Art. 154-A. O INSS poderá arredondar, para a unidade de real imediatamente superior, os valores em 
centavos dos benefícios de prestação continuada pagos mensalmente a seus beneficiários.
Parágrafo único. Os valores recebidos a maior pelo beneficiário serão descontados no pagamento do 
abono anual ou do último valor do pagamento do benefício, na hipótese de sua cessação.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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