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1) Analisar a etiologia das fraturas, entendendo as causas, fatores de risco e epidemiologia O tipo de fratura pode ser classificado com base nas causas, ou, ainda, no tipo de lesão envolvida. 40% dos casos acontecem na própria casa do paciente ou em ambientes domésticos de forma aleatória. A maior ocorrência de casos de fraturas ósseas está em grupos específicos, como: mulheres após a menopausa (pela maior incidência de doenças como a osteoporose, que diminuem a densidade do osso), e pessoas da terceira idade (por possuírem estrutura óssea e muscular mais frágeis, além do maior risco de quedas). TIPOS DE FRATURA Com Base nas Causas: Fraturas traumáticas: são os tipos de fraturas mais frequentes e são caracterizadas quando a quebra no osso ocorre por uma força externa maior que a resistência óssea, causando um grande impacto no osso, como pancadas ou acidentes. Uma situação que representa esse tipo de fratura, por exemplo, é quando o paciente cai no chão de repente e se apoia com a mão, fraturando a clavícula. Fraturas patológicas: são fraturas que estão ligadas a patologias, isto é, a doenças diretamente relacionadas com os ossos e que fragilizam a sua estrutura, como osteoporose ou algum tumor ósseo. Com Base na Lesão: Fraturas simples: quando somente o osso sofre o impacto e não há nenhum dano em outras estruturas do corpo, além de ser uma fratura interna e não ter perfuração da pele. Fraturas expostas: ao contrário da fratura simples, há a perfuração da pele e o osso fica exposto para fora do corpo, sendo possível visualizar claramente a estrutura óssea de fora. Por esse motivo, esse tipo de fratura oferece riscos de infecção ao paciente. Fraturas complicadas: nesse caso, a fratura vai além dos ossos e acaba prejudicando também outras estruturas do corpo, como músculos, órgãos, vasos sanguíneos e/ou nervos. Fratura incompleta: quando é diagnosticada a fratura, mas não chegou a ocorrer, de fato, a perda completa da continuidade do osso e quebrar a estrutura. CAUSAS DA FRATURA Externas: acidentes, pancadas, contrações musculares violentas Internas: condições de saúde que enfraquecem os ossos (osteoporose) FRATURAS O estrógeno regula a atividade do PTH, que dá o freio na ação do osteoclasto. Paratormônio (PTH) ativa os osteoclastos para reabsorção óssea. user Máquina de escrever Alice Iris T15 SINTOMAS Dores, inchaço no local, dificuldade ou até incapacidade de se movimentar, deformidades ou anomalias no corpo; hematomas e lesões são alertas COMPLICAÇÕES Dependendo do caso do paciente, do local e se não for tratadauma fratura no osso pode levar à necrose (morte de parte do osso), já que pode chegar a dificultar ou até mesmo interromper a passagem do sangue nos vasos sanguíneos para a região. Além disso, no caso de fraturas expostas, o paciente pode acabar contraindo infecções. Nesse quadro, além da exposição do osso ao meio externo que aumenta as chances de infecção, a baixa irrigação sanguínea e a falta de células vivas nos ossos causados pela fratura também potencializam a complicação. O osso cicatrizar em uma posição incorreta também é uma possível consequência. RISCOS - Deficiência de vitamina D; É na verdade um hormônio. Cada unidade a menos de vitamina D aumentou em 15% a chance de o paciente apresentar pseudoartroses e a presença de diabetes aumentou a chance de deiscência (abertura dos pontos cirúrgicos) em 30 vezes. De 3 a 5% do código genético humano é modulado pela vitamina D. Absorção de cálcio. Obesidade: O excesso de peso nas extremidades em conjunto com o estresse mecânico acaba levando a problemas como tendinite, artrite e bursite, e aumentando a ocorrência de fraturas nessa região devido ao “uso excessivo”. 1,9milhões de adultos tem IMC superior ao ideal (OMS, 2018) - Diabetes: Diabetes melittus leva a um estado inflamatório crônico e a glicosilação que estimula a produção de osteoclastos e diminui a produção de osteoblastos. Doentes com esta patologia apresentam o dobro do risco de fratura. Excesso de peso; Hiperglicemia promove o aumento de espécies reativas, aumentando o stress oxidativo e atenuando a osteoblastogênese (Diabetes e Osso; Mestrado; Universidade de Lisboa) FRATURA POR ESTRESSE Revista Brasileira de Ortopedia, 2015 A fratura por estresse foi descrita inicialmente em soldados prussianos por Breithaupt em 1855 e ocorre como o resultado de um número repetitivo de movimentos em determinada região que pode levar a fadiga e desbalanço da atuação dos osteoblastos e osteoclastos e favorecer a ruptura óssea. Além disso, quando usamos uma determinada região do corpo de maneira errônea, a fratura por estresse pode ocorrer mesmo sem que ocorra um número excessivo de ciclos funcionais. Essa fratura pode ser o estágio final da fadiga ou insuficiência do osso acometido. Elas ocorrem após a formação e o acumulo de microfraturas nas trabéculas ósseas normais Bailarinas estão especialmente susceptíveis às fraturas por estresse no segundo metatarso, especialmente naquelas que apresentam o segundo dedo mais comprido do que os outros. Isso ocorre em decorrência da distribuição de forças quando a bailarina está na ponta. - Afetam de 4% a 12% mais mulheres e 2x mais em mulheres que não menstruam - Pé com pronação é fator de risco para fratura por estresse - Fratura por estresse: Reação óssea a um aumento muito grande de volume de treino, gera uma expansão. -Fratura De Insuficiência: pessoa tem erros de metabolismo ósseo e faz atividades que acabam gerando reações (osteopenia) - Período de recovering: recuperação PÉ COM PRONAÇÃO OU SUPINADA Pequenas alterações de anatomia humana podem influenciar na maneira como você dança. Bailarinos podem ter pés pronadados ou supinados. Se há uma rotação interna excessiva do pé e do tornozelo, ele é pronado. Desta forma, mais tensão é posta na estrutura do pé, o que pode desalinhar o tornozelo, os joelhos e os quadris. A pronação desperdiça energia, aumentando o risco de dores na canela e articulações, ou até mesmo lesões. A supinação é o oposto da pronação e descreve uma situação em que o pé rola para o lado de fora. Neste caso, as forças durante o ciclo da pisada não são distribuídas igualmente pelo pé, que possui o arco alto e não tem sua mobilidade afetada. O peso do corpo fica nos dedos de fora, o que pode gerar lesões, principalmente nos joelhos, pés e nas costas. Os professores de dança percebem a pronação do tarso, quando os alunos estão de pé, pois os ossos no interior do pé são maiores e mais pesados do que os de fora. A gravidade tem uma tendência para puxar o pé em pronação se os músculos usados para levantar o arco não são treinados para fazê-lo. Supinação é mais comum quando dançarinos estão fazendo ponta ou em relevé (en pointe ou demi-pointe) porque não há mais flexibilidade nos músculos e tendões do lado de fora do pé. Ao tentar subir para a meia-ponta, alguns dançarinos, que possuem uma gama limitada de movimento, irão empurrar para além do seu limite. É preciso manter o alinhamento neutro e torná-lo um hábito. Isso leva tempo, diligência e dança consciente. Alguns bailarinos fazem ponta com tanta força que ele coloca o pé em uma “posição de foice”. Nessa hora, é preciso relaxar os músculos da perna e suavemente reposicionar seu pé na colocação adequada. Manter o alinhamento correto no pé enquanto dança é muito importante. Problemas na parte inferior do corpo causam lesões nos joelhos, quadris, costas, entre outros membros. Entorse do tornozelo A entorse do tornozelo é a lesão traumática mais comum em bailarinos, e ocorrem normalmente em uma aterrissagem mal executada de um salto. Apresentam gravidade variável de acordo com qual ligamento foi acometido e se ocorreu apenas uma distensão do ligamento, uma rotura parcial ou uma rotura completa. Deve-se avaliar também eventuais lesõesassociadas e o histórico de entorses prévios no tornozelo. Principalmente nas entorses mais graves, o tratamento adequado é fundamental para a evitar uma instabilidade crônica, que tende a ser menos tolerada pelos bailarinos em comparação com outros atletas. A cirurgia é raramente indicada em um primeiro episódio, podendo ser indicado em casos de entorses de repetição. MECANISMO DE TRAUMA - Muito importante para todos os profissionais responsáveis pelo atendimento destes casos, já sendo considerado no atendimento inicial padronizado; é possível prever a frequência e a gravidade das lesões em vítimas de trauma fechado; envolve os acidentes automobilísticos, as quedas e as agressões físicas 2) Compreender a fisiopatologia das fraturas, analisando a constituição histológica das regiões afetadas, bem como o processo inflamatório e de cicatrização. O tecido ósseo é um tecido conjuntivo especializado, formado por um material extracelular calcificado – a Matriz Óssea – e alguns tipos celulares: os osteócitos os osteoblastos e os osteoclastos FRATURA: solução de continuidade óssea (perda de continuidade do tecido ósseo; a solução óssea fica na região descontinuada, composto por sangue, tecido líquido, componentes provenientes do tecido ósseo) 2 Fatores para a consolidação óssea: Fator mecânico (estabilização da fratura) e Fator Biológico: Nutrição (aporte sanguíneo e a chegada de substâncias essenciais na consolidação óssea, incluindo o aporte de oxigênio e nutriente). Senão houver esses dois fatores haverá pseudoartroses, uma não consolidação óssea. - Pseudoartroses: Osso permanece por muito tempo no caso mole e o calo cartilaginoso não foi substituído por calo ósseo, o tecido fibrocartilaginoso entre as duas bordas ósseas é uma falsa articulação. Pode dar deformidade e diminuição dos membros. - Não consolidação: osso está com dificuldade, dificuldade até para formar a cola óssea. ESTÁGIOS I. Hematoma e Inflamação: bastante vascularizados, o que implica na formação de sangramento local e acúmulo de células inflamatórias no foco da fratura. Sendo assim, essa fase cursa clinicamente com dor e edema no local da fratura. Corpo tenta limpar isso com o processo inflamatório. Não é algo ruim, é um sinal que o corpo está tentando se reerguer; alta atividade fagocitária. Hematoma e inflamação duram cerca de 2 semanas. o hematoma fraturário recruta plaquetas para reduzir o processo de sangramento. As plaquetas liberam fatores de crescimento, gerando o recrutamento de células inflamatórias, como neutrófilos, linfócitos e monócitos, os quais também participam da cascata imunológica da consolidação óssea. Todo esse processo culmina na diferenciação celular de células mesenquimais presentes no periósteo, gerando a diferenciação do Pré-osteoblasto a Osteoblasto, as células responsáveis pela deposição óssea III. Calo Mole: “osso colando”; cola biológica. Vasos sanguíneos começam a crescer no hematoma da fratura e fagócitos começam a limpar as células ósseas mortas. Osteoclastos e fibroblastos convertem o hematoma em tecido de granulação. Os fibroblastos do periósteo invadem o local da fratura e produzem fibras de colágeno. Além disso, as células do periósteo se desenvolvem em condroblastos e começam a produzir fibrocartilagem nessa região. Esses eventos promovem o desenvolvimento de um calo fibrocartilaginoso (mole), que consiste em massa de tecido de reparação composta por fibras de colágeno e cartilagem que une as extremidades do osso. A formação do calo fibrocartilaginoso leva cerca de 3 semanas. Tecido fibrocartilaginoso (não é tão mole quanto cartilagem e nem tão resistente quanto um tecido fibroso). Aumenta a estabilidade do seguimento. Fratura não está consolidada, apenas colada. IV: Calo Duro: Substituição do tecido fibrocartilaginoso por tecido ósseo (consolidação da fratura). Bordas hipertróficas é aonde houve a consolidação de fato. O primeiro é o esponjoso, mas as estruturas trabeculares se fundem e formam o osso compacto. Maior qntd de oxigênio facilita a formação de calo ósseo com a diferenciação de células mesenquimais em osteoblastos. Relação com chocolate aerado V: Remodelação: Tecido ósseo maduro (pode durar a vida inteira). Depende do sexo da pessoa, da idade, do osso que foi fraturado, da região do osso fraturada. No mesmo osso pode haver tempos diferentes de consolidação. Mais prolongada, durante até 2 anos após a fratura. Nesse momento, o excesso de tecido ósseo será absorvido, remodelando-o. Osso compacto substitui osso esponjoso na periferia da fratura. Às vezes, o processo de reparo é tão completo que a linha de fratura é indetectável, mesmo na radiografia. Entretanto, uma área espessada na superfície do osso permanece como evidência da fratura consolidada. TIPOS DE CONSOLIDAÇÃO Primário ou Endocondral: não há formação de calo ósseo. Fratura ocorre normalmente na região de metáfase (ponta do osso e diáfise). São fixadas com placas, parafusos, uma estabilidade absoluta da fratura, pois a região da metáfase é uma área de crescimento ósseo. Região de osso esponjoso. Ocorre quando não há nenhum grau de mobilidade no foco da fratura. Nesse tipo de consolidação, os fragmentos fraturados não se movimentam em relação uns aos outros, usualmente pela utilização de imobilizações interfragmentárias cirúrgicas. Ocorre o contato direto nas corticais (região compacta) dos fragmentos fraturados. Esse contato direto possibilita a proliferação dos canais de Havers (Ósteons). Ou seja, formam-se túneis ósseos, contendo capilares, células mesenquimais e osteoblastos que se proliferam conjuntamente, entre ambos os fragmentos, através dos canais de Havers, possibilitando a consolidação óssea. Secundária ou Intramembranosa: estabilidade relativa no foco da fratura; tratamento não cirúrgico; uso de gesso para estabilizar com micro movimentos que possibilita formação de calo ósseo. Periósteo e tecidos moles mandam respostas para a formação de um calo. Há uma movimentação controlada no foco da fratura, utilizando- -se processos de estabilização que permitam esse grau de mobilidade. ESTABILIDADES Estabilidade Absoluta: Existem métodos que podem ser utilizados de forma cirúrgica para promover a estabilidade absoluta, como certos tipos de placa e parafusos, parafusos interfragmentárias, entre outros. Nesse caso, não existe no foco fraturário a formação de hematoma ou calo ósseo. A estabilidade absoluta implica que não há movimentação no foco de fratura. Ou seja, o paciente será submetido nesse caso a uma consolidação primária. Na estabilidade absoluta não há formação de calo ósseo, não há movimentação e a consolidação é primária! Utilizada usualmente para fraturas intra-articulares. Estabilidade Relativa: Gera uma movimentação controlada no foco da fratura, o que promove uma consolidação do tipo secundário, como já foi explicitado. Sendo assim, existe uma movimentação interfragmentárias adequada e controlada para a formação do calo ósseo. Podem ser utilizadas sínteses flexíveis. COMO SABER SE O OSSO COLOU? - Consolidação clínica do osso: somente com exame físico do paciente é possível saber se o osso está colando (melhora da dor, movimentação, sem dor à palpação, sem movimento no foco de fratura, formação de um calombo) - Raio-X: feito em 2 ou 3 posições diferentes (formação de ao menos 3 pontes ósseas em 2 raio-x) Via de regra, não há necessidade de utilização de medicamentos ou suplementos para favorecer o processo de consolidação, que ocorre de forma natural! TURNOVER: Processo simultâneo de osteoclastos (absorve cálcio da estrutura e leva para a corrente sanguínea) e osteoblastos (deposita osso novo) em diferentes ossos - A cada 5 ou 10 anos há praticamente uma troca de toda a massa óssea; 10 a 20% de remodelação por ano. HORMÔNIOS A troca de Ca2+ é regulada por hormônios, sendo o paratormônio (PTH), secretado pelas glândulas paratireoideso mais importante deles. Paratormônio aumenta o nível de Ca2+ sanguíneo. A secreção de PTH opera via (feedback) negativa. Se algum estímulo faz com que o nível sanguíneo de Ca2+ caia, as células da glândula paratireoide (receptores) detectam essa alteração e intensificam sua produção de uma molécula conhecida como monofosfato de adenosina cíclico (AMP cíclico). O gene para o PTH no núcleo de uma célula da glândula paratireoide (o centro de controle) detecta o aumento intracelular do AMP cíclico. Em consequência disso, a síntese de PTH aumenta e mais PTH é liberado no sangue. A presença de níveis mais elevados de PTH aumenta a quantidade e a atividade dos osteoclastos (efetores), acelerando o ritmo de reabsorção óssea. A liberação resultante de Ca2+ do osso para o sangue traz de volta o nível sanguíneo de Ca2+ ao normal. - O PTH também atua nos rins (efetores) para diminuir a perda de Ca2+ pela urina, aumentando a calcemia. - Além disso, o PTH estimula a formação de calcitriol (a forma ativa da vitamina D), um hormônio que promove a absorção de cálcio dos alimentos do sistema digestório para o sangue. Essas duas ações também ajudam a elevar o nível de Ca2+ do sangue. - Durante a infância, os hormônios mais importantes para o crescimento ósseo são os fatores de crescimento insulinasímiles (IGFs), produzidos pelo fígado e tecido ósseo. Os IGFs estimulam os osteoblastos, promovem a divisão celular na lâmina epifisial e no periósteo e intensificam a síntese das proteínas necessárias para construir osso novo. Os IGFs são produzidos em resposta à secreção do hormônio de crescimento do lobo anterior da glândula hipófise. Os hormônios da tireoide (T3 e T4) secretados pela glândula tireoide também provocam o crescimento ósseo por estimulação dos osteoblastos. Além disso, o hormônio insulina do pâncreas promove o crescimento ósseo pelo aumento da síntese de proteínas ósseas. OSTEOGÊNESE O reparo ósseo envolve eventos tanto de ossificação Intramembranosa como de ossificação endocondral. Os danos decorrentes de uma fratura envolvem destruição da matriz óssea, morte de células, rompimento do periósteo e do endósteo, e um possível deslocamento das extremidades quebradas do osso (fragmentos). Vasos sanguíneos são rompidos perto lesão e uma hemorragia localizada preenche a zona da fratura a qual será invadida por pequenos capilares e por fibroblastos provenientes do tecido conjuntivo circundante, havendo formação de tecido de granulação. A falta de um leito capilar abundante resulta em baixa tensão de oxigênio e as células osteoprogenitoras tornam-se células condrogênicas, originando condroblastos, que formam cartilagem hialina nas partes externas do colar. A camada mais profunda das células osteoprogenitoras em proliferação do periósteo se diferencia em osteoblastos e começa a produzir um colar ósseo, cimentando-o ao tecido ósseo morto em volta do local da lesão. Esse colar ósseo é formado por três zonas que se fundem (uma camada de novo tecido ósseo cimentado ao tecido ósseo do fragmento, uma camada intermediária de cartilagem e uma camada superficial osteogênica em proliferação), formando um só colar, denominado calo externo, levando à união destes fragmentos. O crescimento continuado do colar externo deriva principalmente da proliferação de células osteoprogenitoras e, em certo grau, do crescimento intersticial da cartilagem da zona intermediária. Os colares formados sobre as extremidades de cada fragmento se fundem à matriz da cartilagem adjacente ao novo tecido ósseo formado na região mais profunda do colar, torna-se calcificada e acaba sendo substituída por tecido ósseo esponjoso. Finalmente, toda a cartilagem acaba sendo substituída por tecido ósseo primário formado por ossificação endocondral. Subsequentemente, será necessário remodelar o local da lesão pela substituição do tecido ósseo primário por tecido ósseo secundário e reabsorver o calo. Parece que o processo de cicatrização e de remodelamento do local da fratura é uma resposta direta às tensões aplicadas sobre ele; finalmente, a região da fratura que sofreu reparo retoma sua forma e força originais. Endocondral: A ossificação endocondral é responsável pela formação dos ossos curtos e longos. Ocorre sobre uma peça de cartilagem hialina, se assemelhando ao osso que será formado, porém menor. Este processo é dividido em duas etapas: • Primeiro: Ocorrem algumas modificações na cartilagem hialina, como a hipertrofia dos condrócitos, redução e mineralização da matriz cartilaginosa e a morte dos condrócitos, deixando cavidades na matriz. • Segundo: As cavidades deixadas pelos condrócitos são invadidas por capilares sanguíneos e por células osteoprogenitoras (células indiferenciadas) provenientes do conjuntivo. As células osteoprogenitoras se diferenciam em osteblastos e começam a produzir matriz óssea sobre os restos de cartilagem calcificada. Com a produção de matriz óssea, os osteoblastos acabam se “aprisionando”, originando as lacunas e os canalículos, sendo agora chamado de osteócitos. Juntamente com a produção da matriz óssea, ocorre a invasão do osso pelos osteoclastos que pelo processo de reabsorção óssea cria um canal interno, formando o canal medular. Intramembranosa: Na superfície óssea, células periosteais se diferenciam em osteoblastos, que secretam fibras colágenas e outras moléculas orgânicas que formam matriz extracelular óssea. Os osteoblastos ficam rodeados por matriz extracelular e passam a ser osteócitos. Esse processo forma elevações ósseas nos dois lados de um vaso sanguíneo periosteal. As elevações lentamente crescem e criam um sulco para o vaso sanguíneo periosteal. - Por fim, as elevações se dobram e se fundem, e o sulco torna-se um túnel que encerra o vaso sanguíneo. Agora, o periósteo anterior é o endósteo que reveste o túnel. - Os osteoblastos no endósteo depositam matriz extracelular óssea, formando novas lamelas concêntricas. A formação de lamelas concêntricas adicionais ocorre para dentro, no sentido do vaso sanguíneo periosteal. Dessa maneira, o túnel se completa e um novo ósteon é criado. - Ao mesmo tempo que o ósteon está sendo formado, os osteoblastos debaixo do periósteo depositam novas lamelas circunferenciais, aumentando ainda mais a espessura do osso. Com mais vasos sanguíneos periosteais sendo encerrados como na etapa, o processo de crescimento continua. COMPLICAÇÕES Osteomielite: Existe um risco associado às fraturas de ocorrência de infecções, principalmente as fraturas expostas, as quais possuem um contato do foco fraturário com o meio externo, possibilitando o contato com bactérias que, inoculadas no osso, podem gerar uma complicação. A osteomielite é uma complicação muito séria e de difícil tratamento, já que na grande maioria das vezes há uma cronificação e necessidade de antibioticoterapia estendida. Lesão Arterial: As fraturas podem estar associadas a lesões vasculares da região de partes moles envolvida, sendo que devemos ressaltar as lesões arteriais, as quais possuem um maior nível de gravidade. Muitas vezes o fragmento ósseo se torna muito “afiado”, possibilitando as lesões vasculares Necrose Avascular: A depender do tipo e localização da fratura, pode ocorrer um rompimento tão acentuado dos vasos da região que o suporte sanguíneo para uma área do osso pode ficar comprometido, gerando isquemia e necrose óssea avascular Síndrome Compartimental: Os grupamentos musculares humanos são divididos em compartimentos, circundados por fortes fáscias membranosas. Quando há um aumento da pressão nesses compartimentos, devido principalmente ao acúmulo de edema ou sangramento, pode ocorrer a Síndrome Compartimental. É uma importante complicação das fraturas, sendo uma emergência cirúrgica, justamente por implicar em compressão de estruturas como vasos e nervos, gerando isquemia tecidual e sintomas de compressão nervosa periférica, devendoser imediatamente abordadas através de fasciotomia. A fasciotomia consiste na aberta cirúrgica dos compartimentos musculares para aliviar a pressão interna e, assim, reestabelecer a circulação sanguínea para os tecidos e evitar lesões nervosas irreversíveis. Entretanto, resulta em uma ferida cirúrgica aberta que necessita de cuidados otimizados, em prol de acelerar a sua cicatrização e minimizar o risco de infecções ou outras complicações 3) Delinear o diagnóstico, tratamento, e condutas pré-hospitalares e hospitalares realizando o ABCDE do trauma, relacionando-os com a assistência oferecida pelo SUS e seu papel na prevenção. Tratamento: identificar a causa; se existe alguma endocrinopatia, se toma algum remédio, deficiência de vitamina D. Repouso relativo: nadar, pedalar, fisioterapia. Aumento gradual DIAGNÓSTICO A avaliação clínica das suspeitas de fratura de pé e/ou tornozelo inclui um histórico detalhado do paciente, exames físico e radiológico. anamnese e no exame físico detalhado do paciente, dando ênfase ao histórico anterior à lesão. No caso de pacientes politraumatizados, a avaliação clínica se baseará nas respostas sobre o histórico do trauma através de exame físico detalhado. Durante a anamnese os pacientes são questionados sobre a presença de comorbidades clínicas como neuropatias, diabetes, distúrbios congênitos ou neurológicos, tabagismo e antecedentes de traumas ou fraturas na região acometida, Palpação; HOSPITALARES Já o tratamento definitivo envolve o alívio da dor, a redução da fratura (recolocação do osso em sua posição habitual, podendo ser realizado de forma aberta (cirúrgica) ou fechada), a imobilização (manter o contato estável entre os fragmentos fraturários para favorecer a consolidação) e restaurar a função do paciente (após a consolidação, buscar a reabilitação) O tratamento das fraturas ósseas depende do tipo e das características delas, mas a cirurgia deve ser considerada como a última opção, reservada para casos especiais como fraturas expostas ou complicadas. O tratamento conservador procura favorecer condições para que ocorra o processo natural de reparação do osso e é variável conforme o osso que tenha sido atingido e o tipo de lesão em causa. Nas fraturas em que tenha havido desvio ósseo é necessário fazer-se a redução da fratura, exercendo tração sobre o membro afetado e fazendo com que as extremidades ósseas voltem a ficar alinhadas e na sua posição anatômica natural. Depois desse alinhamento, o membro afetado deve ser imobilizado, para que não haja dor e possa ocorrer uma reparação da fratura, o que pode ser feito por vários meios. O mais frequente é que seja usada uma tala gessada ou o suporte com ligaduras elásticas. Concomitantemente, podem ser usados analgésicos e anti- inflamatórios para alívio da dor e da inflamação local. Alimentos que contenham cálcio favorecem a consolidação óssea. O tratamento cirúrgico fica reservado para aqueles casos em que não possa ser feito um tratamento conservador e ele também procura restabelecer o alinhamento normal do osso e manter esse alinhamento até a reparação da fratura. Adicionalmente, permite também corrigir algumas lesões de partes moles, como vasos sanguíneos rompidos, por exemplo. O restabelecimento da continuidade óssea por meio cirúrgico pode ser feito com a utilização de placas, parafusos, varetas endomedulares ou fios metálicos. TIPOS DE IMOBILIZAÇÃO Contenção Externa: Utilização do aparelho gessado, em torno de todo o membro onde houve a fratura ou com uma tala gessada, apenas em uma face do local onde houve a fratura. Fixação Cirúrgica Externa: Utilização de fixadores externos, como os fixadores circulares Ilizarov, com estabilização do foco fraturário, possibilitando a consolidação. Fixação Cirúrgica Interna: Categoria usualmente mais conhecida no âmbito das cirurgias ortopédicas, pautada pelo uso de placas e parafusos que realizam a fixação óssea EXERCÍCIO FÍSICO Fisiopatologia da Osteoporose e o Exercício físico como medida preventiva Efeito da atividade física no osso normal e na prevenção e tratamento da osteoporose* Cada osso tem seu limiar específico para a quantidade de estresse necessário para produzir hipertrofia. As trabéculas ósseas se adaptam às direções das cargas impostas, provocando alterações na estrutura do osso, bem como na forma externa e função, tornado o osso mais forte na direção de maior exigência conforme o exercício. Quanto maior a pressão exercida sobre o osso, maior será a deposição de cálcio e consequentemente a reorganização da estrutura óssea para suportar cargas semelhantes impostas mais tarde. As respostas ósseas à sobrecarga de exercícios e a contração muscular acarretam em aumento de força muscular e modificações na estrutura interna do organismo. Estudos mostram diferenças significativas na densidade óssea quando se compara atletas de modalidades diferentes, sendo que a modalidade que mais apresenta incrementos na densidade mineral óssea é o fisiculturismo, seguido pelas jogadoras de vôlei. Exercício físico “freia” a redução da massa óssea. E a osteoporose é a perda acelerada da massa óssea durante o envelhecimento. Numa avaliação, em todo o esqueleto, do efeito da atividade física no tratamento da osteoporose, foi observado que, após três meses de atividade física, a espessura do osso nasal das ratas com osteoporose, submetidas a atividade física diária, era significativamente maior em relação aos animais com osteoporose sedentários e até mesmo em relação aos animais normais - A cada 5 ou 10 anos há praticamente uma troca de toda a massa óssea; 10 a 20% de remodelação por ano.
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