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APS - FUNÇÃO E DISFUNÇÃO I

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Camila Fernandes Nunes Bezerra 
RA: 20739453 - Período Matutino Medicina Veterinária (3° Semestre) 
 
 
 
APS DE DISFUNÇÃO – SISTEMA CARDIOVASCULAR 
Leia com atenção o seguinte relato clínico para poder responder as questões propostas: 
Um tutor levou seu gato macho, raça Persa, 8 anos de idade, ao hospital veterinário alegando que o animal estava com 
dificuldade respiratória e dificuldade em se locomover com os membros pélvicos. Ao fazer perguntas para o tutor, o 
veterinário soube que o animal vinha apresentando, ao longo dos meses, letargia e cansaço fácil. Ao exame clínico o 
profissional observou: 
- taquipneia 
- sopro sistólico à auscultação cardíaca em nível de região ventricular esquerda 
- aumento de estertores úmidos à auscultação pulmonar 
- paresia dos membros pélvicos com extremidades pálidas, frias e cianóticas. 
- Dor aguda dos membros pélvicos. 
 
Diante da anamnese e do exame clínico, o veterinário pediu como exames específicos um ecocardiograma e um 
eletrocardiograma de urgência. No entanto, o animal veio a óbito antes. O gato foi submetido ao exame necroscópico, 
tendo sido observadas algumas lesões, as quais são ilustradas nas fotos dos slides subsequentes. 
De acordo com o casos clínico proposto acima, responda: 
1- Qual o provável diagnóstico da doença desse felino? 
 
Possível diagnóstico -> Cardiomiopatia hipertrófica associado ao Tromboembolismo Arterial, 
ocasionada por uma ICC. 
 
2- Descreva as alterações macroscópicas observadas nas fotos de necropsia (siga alguns critérios de 
descrição, tais como localização, aspecto morfológico da alteração, coloração, distribuição, etc...) 
 
É possível observar uma difusa hipertrofia das paredes cardíacas, em especial a parede do ventrículo 
esquerdo, na 3° figura observa-se um espessamento fibroso de coloração pálida/esbranquiçada na 
parede do endocárdio, sendo possível ainda verificar um trombo de coloração esbranquiçada aderida 
na parede do ventrículo esquerdo. Na 5° figura é possível observar também um tromboembolismo 
de coloração vermelho escuro e aspecto gelatinoso por toda extensão da aorta abdominal 
adentrando também na aorta femoral. 
3- Descreva a fisiopatologia da doença. Faça isso correlacionando as alterações clínicas (aquelas do relato 
do tutor e do exame clínico) com os achados de necropsia (lesões observadas no exame do cadáver). Em 
resumo: descreva as alterações funcionais dos órgãos acometidos em decorrência das alterações 
patológicas observadas nas fotos. Dê hipóteses para a causa da morte do animal (imaginando, também, 
as consequências em órgãos não contemplados nas fotos, como os pulmões). 
 A cardiomiopatia hipertrófica felina é caracterizada por alterações fisiopatológicas e morfológicas 
no coração, que ocasionam um espessamento da parede do ventrículo esquerdo, e 
consequentemente a diminuição da cavidade do VE. Essa hipertrofia interfere no relaxamento 
ventricular causando uma disfunção diastólica, que por sua vez ocasiona também uma alteração da 
pressão de enchimento ventricular, promovendo então uma ICC, e conforme a doença vai 
evoluindo, pode ocorrer aumento da pressão venosa pulmonar e edema pulmonar, o que pode 
justificar o aumento de estertores úmidos à auscultação pulmonar, verificado no exame clinico. 
O sopro sistólico também avaliado no exame clinico pode estar diretamente ligado ao 
comprometimento das valvas cardíacas, uma vez que esse comprometimento causa o denominado 
‘sopro’ durante a ausculta cardíaca. As falhas morfológicas provocadas pela hipertrofia leva a uma 
congestão pulmonar, dada pela disfunção diastólica do VE, dando então origem aos demais 
sintomas apresentados pelo paciente citado: cansaço fácil, taquipnéia, e sintomas respiratórios. 
O aumento da pressão atrial e estase sanguínea no interior do átrio, pode resultar na formação de 
trombos, que pode evoluir para um tromboembolismo. No caso apresentado é possível observar 
uma trombose arterial, onde há a presença de um trombo por toda extensão da aorta abdominal 
adentrando a artéria femoral (figura 5), apesar dos trombos poderem permanecer no apêndice 
atrial, alguns podem migrar para a aorta distal, a artéria ilíaca, femoral até obstruir alguma de 
menor calibre, é claro na necropsia a migração desse trombo, o que justifica a dor aguda seguida 
da paresia dos membros pélvicos com extremidades pálidas, frias, cianóticas. 
Com esses sinais clínicos é possível considerar que uma provável hipótese para o óbito do animal 
seja a falta de vascularização adequada (hipóxia), falha essa ocasionada pela presença de um 
trombo que evoluiu para um tromboembolismo, que levou a uma área de necrose isquêmica na 
região cortical dos rins caracterizando um infarto do miocárdio causado pelo trombo visível na 
aorta abdominal. 
 
Figuras 
 
FIGURA 1 Observe a foto do lado. Para a descrição, pense primeiro que órgão 
é esse. Veja que há algumas siglas em inglês para auxiliar na identificação das 
estruturas. A partir disso, identifique o que está alterado e descreva essas 
alterações. Já vá imaginando quais as consequências para a funcionalidade 
desse órgão em decorrência dessas alterações. 
R: Trata-se de um coração em corte sagital. É possível observar um 
espessamento das paredes ventriculares, bem como o estreitamento da via 
de saída do VE indicado por uma seta. 
 
 
 
 
 
FIGURA 2 -Corte transversal do órgão da figura 1. Observe a foto do lado. 
Identifique as estruturas indicadas pelas letras A, B, C e D. Onde estão as 
alterações a alterações? Descreva essas alterações. 
R: 
A e B -> miocárdio com vasto denso espessamento das paredes; 
C -> Parede lateral do VD, com visível estreitamento devido a hipertrofia; 
D -> Cavidade ventricular esquerda, onde é possível observar com hipertrofia 
concêntrica do VE. 
 
 
 
FIGURA 3 Observe a foto abaixo. Consideremos ser um outro corte 
transversal da figura 1. Descreva alteração indicada pela seta e 
pelos asteriscos (indique o aspecto da lesão, coloração, localização, 
etc...). Não esqueça de dizer qual o diagnóstico desse processo 
patológico geral, indicado pelos asteriscos, que vimos na disfunção 
1. 
R: É possível observar um espessamento fibroso, de coloração 
esbranquiçada, aderido à parede do endocárdio no ventrículo 
esquerdo (indicado na seta). 
(*) -> Região da aorta não afetada pela patologia 
(**) -> Trombo de coloração esbranquiçada/amarelada (opaco) 
aderido às paredes do ventrículo. 
 
FIGURA 4 A figura 4 indica os membros posteriores do cadáver conjuntamente com a porção lombar do tronco. A figura 5 
é um detalhe da figura 4. Na figura 5, identifique a estrutura delimitada pelas setas. Descreva a lesão observada na seta A 
(não esqueça de determinar formato, coloração e localização e o diagnóstico do processo patológico geral). Qual o órgão 
indicado pela seta B e descreva a lesão observada no mesmo (formato, coloração e localização e o diagnóstico do processo 
patológico gera). 
R: É possível observar na necropsia do felino um trombo 
oclusivo de coloração vermelho escuro com aspecto 
gelatinoso (este indicado pela seta A e em toda a 
extensão da Aorta abdominal, indicado pelas demais 
setas), adentrando a artéria femoral, o que justifica a 
paresia dos membros pélvicos e as extremidades pálidas, 
frias e cianóticas. 
Observa-se área de necrose isquêmica na região cortical 
dos rins (indicado na seta B) caracterizando um infarto 
devido à falta de vascularização adequada (hipóxia) 
ocasionada pela presença do trombo.

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