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Biofísica da Visão A visão é a habilidade de detectar a luz, cor, forma, movimento e o espaço através de estruturas fotossensíveis. LUZ VISÍVEL O trânsito de energia no universo ocorre por meio de radiações eletromagnéticas. O espectro eletromagnético possui ondas de variados comprimentos. Ondas eletromagnéticas com comprimento curto transportam mais energia podendo interagir com as moléculas biológicas. Por isso, a camada de ozônio, ao filtrar esse tipo de onda muito curta, tornou possível a vida no planeta). As radiações com comprimento de onda muito grande não transportam energia suficiente para causar um estímulo sensorial. Com isso, animais e plantas foram selecionados para utilizar uma faixa desse espectro intermediária que nem fosse tão danosa nem tão insensível. O que chamamos de “luz visível” é justamente essa faixa no espectro eletromagnético que vai entre 400 nm a 800 nm. O OLHO HUMANO O olho é um órgão fotorreceptor composto por: córnea, humor aquoso, íris, cristalino, humor vítreo e retina. Na retina há receptores sensoriais sensíveis à luz e circuitos neurais que processam a informação visual. Além da retina, o olho precisa de um componente que faça a projeção de uma imagem nessa camada fotorreceptora. Para isso, a córnea e o cristalino atuam como lentes convexas projetando a imagem na retina.Dois fatores definem a capacidade dessas estruturas refratarem os raios luminosos incidentes na córnea: a) curvatura b) diferença do índice de refração entre o ar (1) e a córnea (1,37-1,38). Cristalino O poder de refração de um sistema óptico é dado pela unidade dioptria (D). A dioptria representa a convergência do olho definida como o inverso da distância focal (medida em metros). 𝐷 = 1𝑓 A convergência do olho é variável devido ao cristalino que pode ser relaxado ou contraído pela ação dos músculos ciliares. O cristalino é uma lente biconvexa responsável pelo processo de acomodação visual, que é o mecanismo fisiológico que permite ter a visão de um objeto em diversas distâncias. Os músculos ciliares auxiliam na capacidade de mudança de convergência do cristalino, tornando-o mais ou menos convexo. Quando os músculos contraem, o cristalino fica mais convergente trazendo o foco para mais perto. Para objetos localizados muito próximos ao olho, mesmo após uma intensa contração dos músculos ciliares não é suficiente para uma acomodação adequada. Há um limite para a acomodação. A distância mínima é chamada, então, de ponto próximo. É cerca de 25 cm em olhos normais. Ponto próximo ≅ 25 cm A convergência do olho humano pode ser medida, sabendo que: 1 𝑓 = 1 𝑜 + 1 𝑖 A distância da imagem (i) é a distância do cristalino à retina, que é aproximadamente 2 cm. Para um objeto colocado a grande distância do olho (infinito visual), sua distância pode ser considerada infinita, assim a distância do objeto (o) sendo ∞, teríamos que: 1 𝑓 = 1 ∞ + 1 2 𝑐𝑚 Sabendo que 1/∞ tende a zero, essa razão ficaria zero na equação, restando: 1 𝑓 = 1 2 𝑐𝑚 Passando a distância da imagem (i) de cm para m: 50 di 1 𝑓 = 1 0,02 𝑚 = A convergência distante do ponto remoto é de 50 di. Para um objeto próximo ao olho, considerando a mínima distância que pode ser vista pela acomodação. Temos que a distância do objeto é 25 cm, então: 54 di 1 𝑓 = 1 25 𝑐𝑚 + 1 2 𝑐𝑚 = A convergência perto do ponto próximo é de 54 di. O poder de acomodação de um olho é definido pela diferença entre as convergências do ponto distante e do ponto próximo. 𝐶𝑝 − 𝐶𝑑 = 54 − 50 = 4𝑑𝑖 Humor aquoso Atrás da córnea há um fluido chamado de humor aquoso que mantém a pressão do olho em 15 mmHg. Esse fluido é produzido constantemente e o excesso é eliminado pelo canal de Schlemm, além de fornecer nutrientes à córnea e ao cristalino. Íris É um diafragma composto por músculos circulares e radiais que se contraem ou distendem para aumentar a abertura por onde entra a luz, a pupila. Humor vítreo Substância gelatinosa que preenche o espaço entre o cristalino e a retina. Por ter seu índice de refração igual ao cristalino, mantém os raios luminosos em seu curso. Retina É onde ocorre a conversão de imagem luminosa em impulsos nervosos que serão enviados ao SNC para serem processados. O fóton precisa ter energia suficiente para causar um potencial de ação. Por isso, os olhos humanos são sensíveis apenas a faixa de comprimento de onda entre 400 nm e 800 nm. Na retina, há dois tipos de fotorreceptores: os cones e os bastonetes. Os cones estão concentrados na região central da retina, a fóvea. São responsáveis pela percepção de cores. Identificam cores primárias (azul, vermelho e verde), mas conseguem interpretar cores intermediárias pela combinação de vários cones. Já os bastonetes estão por toda a retina menos na fóvea. Funcionam sob luz fraca, sendo pouco sensíveis a cores, permitem uma visão no escuro. Na retina, há também o nervo óptico que gera um ponto cego porque não há fotorreceptores nesta região. AMETROPIAS São doenças oculares devido a erros refrativos nos quais a luz chega de forma inadequada à retina gerando problemas na formação de imagens. 1) Miopia O indivíduo não consegue focalizar objetos que estão longe, pois a imagem se forma antes da retina devido a um alongamento no olho. Pode ser corrigido por uso de lentes divergentes. 2) Hipermetropia O indivíduo é incapaz de focalizar na retina objetos próximos, pois a imagem se forma após a retina devido ao encurtamento do olho. Pode ser corrigido com o uso de lentes convergentes. 3) Presbiopia Com o envelhecimento, os músculos ciliares que movem o cristalino diminuem sua amplitude de movimento, causando a redução da acomodação visual. Pode ser corrigido com lentes bifocais convergentes. 4) Astigmatismo É quando a córnea ou o cristalino apresentam uma curvatura irregular produzindo uma imagem distorcida na retina. Pode ser corrigido com uma lente cilíndrica convergente ou divergente. 5) Daltonismo O indivíduo não apresenta cones sensíveis a determinadas cores 6) Glaucoma A pressão ocular alta provoca dificuldade na irrigação sanguínea da retina podendo levar a cegueira 7) Catarata Com a idade, devido a luz ultravioleta ou outras radiações, o cristalino vai se tornando opaco perdendo a acomodação.
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