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Aula 04
Criminologia p/ Carreira Jurídica 2021
(Curso Regular)-Profs. Paulo Bilynskyj e
Beatriz Pestilli
Autores:
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo
Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
Aula 04
1 de Março de 2021
35881692373 - Batista Lima Souza
 
 
Sumário 
1 – Introdução .................................................................................................................................................... 3 
1.1 – Teorias Criminológicas Etiológicas e Teorias Criminológicas Sociológicas ........................................... 5 
1.1.1 – Quais classificações adotaremos em nosso estudo? ............................................................................................ 7 
2 – Teorias Sociológicas ..................................................................................................................................... 8 
2.1 – Teorias do Consenso ................................................................................................................................................ 8 
2.2 – Teorias do Conflito ................................................................................................................................................... 9 
3 – Teorias Sociológicas: do Conflito .................................................................................................................. 9 
3.1 – Teoria do Etiquetamento – Labelling Approach .................................................................................. 10 
3.1.1 - Teoria da Coculpabilidade Tradicional e Coculpabilidade às Avessas ................................................................. 14 
3.1.2– Coculpabilidade às Avessas ................................................................................................................................. 15 
3.1.3 – Teorias do Controle Social Informal.................................................................................................................... 17 
3.2 – CRIMINOLOGIA CRÍTICA – TEORIA CRÍTICA, RADICAL ou NOVA CRIMINOLOGIA ............................... 21 
3.2.1 – A Criminologia de Alessandro Baratta ................................................................................................................ 28 
3.2.2 – Teoria do minimalismo Penal ........................................................................................................................... 32 
3.2.3 – Realismo de Esquerda – Neorrealismo ............................................................................................................. 34 
3.2.4 – Abolicionismo ..................................................................................................................................................... 34 
4 – Outros modelos Teóricos ........................................................................................................................... 35 
4.1 – Teoria Behaviorista ............................................................................................................................. 35 
4.1.1 - Behaviorista Clássico ........................................................................................................................................... 36 
4.1.2 - Behaviorista Metodológico ................................................................................................................................. 36 
4.1.3 - Behaviorista Radical ............................................................................................................................................ 36 
4.1.4 – Teoria dos instintos ............................................................................................................................................. 37 
4.2 – Teoria do Delito como Eleição ............................................................................................................. 37 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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4.3 – Teoria dos vínculos sociais .................................................................................................................. 38 
Resumo ............................................................................................................................................................. 40 
Considerações finais ......................................................................................................................................... 46 
Questões comentadas...................................................................................................................................... 47 
Lista de exercícios ............................................................................................................................................ 67 
Gabarito ....................................................................................................................................................... 76 
 
 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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TEORIAS DO CONFLITO 
1 – INTRODUÇÃO 
Guerreiro, 
Vimos na aula passada que a partir do momento em que a Criminologia se expandiu, tornando-se uma 
ciência criminológica, houve consequentemente um senso de responsabilidade no sentido de 
compreender, explicar e prevenir o crime, privilegiando: 
 I) os diversos modelos de reação social e também; 
 II) a intervenção na pessoa do criminoso. 
Por isso, a fim de cumprir esse senso de responsabilidade, surgiram várias teorias com o objetivo de 
fornecer uma resposta racional ao problema da violência, ou seja, o trio: crime, criminoso e afetados. 
Falamos que, neste caso, prevalecem as explicações etiológicas (causa), como resposta ao fenômeno 
criminal, mas não se pode negar que, outras vertentes intermediárias surgem, e até mesmo aquelas que 
negam qualquer possibilidade explicativa, e que, como Ciência, a Criminologia contou com colaborações 
teóricas de ordem biológica, criminológica, sociológica. Assim, a doutrina fala em diversos modelos 
teóricos explicativos como: 
• Modelo teórico de Biologia Criminal; 
• Modelo teórico de Psicologia Criminal; 
• Modelo teórico de Sociologia Criminal; 
Por tal razão, não há que se falar em única Criminologia, já que a Criminologia se diversificou em várias 
vertentes. 
Expliquei que quando falamos em modelos teóricos explicativos, podemos encontrar diversas classificações 
e divisões utilizadas pela doutrina brasileira a fim de explicar tais modelos. Que uma parte da doutrina, ao 
chegar no capítulo de modelos teóricos explicativos da Criminologia, divide os modelos teóricos em: 
Teorias de Níveis individuais e Teorias Sociológicas. Outra parte da doutrina vai dividir os modelos 
teóricos explicativos em Teorias Etiológicas e Teorias Sociológicas, apenas. 
E finalmente, há quem reconheça os modelos explicativos da Biologia criminal, da Psicologia criminal e da 
Sociologia criminal. 
Seja como for, os conceitos dessas classificações não são excludentes. Por isso, quero que você os saiba 
com firmeza, assim, caso sua prova utilize qualquer nomenclatura, você estará familiarizado. 
Por isso, vamos rever: 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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Trata-se de uma classificação encabeçada por Peluzo1 e adotada por José Cesar Naves de Lima Júnior2. 
Para o autor, os estudos dos modelos teóricos explicativos podem ser vistos a partir de dois paradigmas,o 
individual e o sociológico. 
• Individual: essas teorias visam fornecer uma explicação das causas individuais do crime. 
 
• Sociológico: essas teorias tentam compreender a criminalidade a partir de um 
fenômeno social. Adota-se, portanto, uma terminologia muito adotada em prova: 
sociedade criminógena. 
Além disso, para os autores, os paradigmas se subdividem, o que podemos resumir a partir do seguinte 
quadro sinóptico: 
 
 
Isso significa que as teorias que têm o objetivo de explicar as causas individuais do fenômeno criminal 
acrescentam: 
 Se biológica ou bioantropológicas, a intenção de localizar e identificar em alguma parte do 
funcionamento do organismo o que possa justificar a sua conduta criminosa. Isso significa que, 
para essas teorias, o crime é uma consequência patológica ou disfuncional do indivíduo. Para Lima 
 
 
1 PELUSO, Vinícius de toledo Piza. Introdução às Ciências Criminais. Salvador: Editora Juspodiwm, 
2015, p. 110. 
2 LIMA JÚNIOR, José César Naves. Manual de Criminologia. Salvador: Editora Juspodiwm, 2018, p. 
122. 
Teorias 
Individual
Teorias 
biológicas ou 
bioantropológicas
Teorias 
psicológicas 
Sociológico
Teorias 
Etiológicas 
Teorias 
Interacionistas
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Júnior, a prática do crime está associada a variáveis congênitas do indivíduo, ou melhor, a sua 
própria estrutura orgânica. O delinquente é um ser organicamente distinto dos demais cidadãos3. 
 
 Se psicológicas, tentam explicar o comportamento criminoso a partir dos processos psíquicos do 
indivíduo, supervalorizando o mundo anímico. Noutras palavras, a explicação do crime está no 
comportamento criminoso que se justifica nas vivências subconscientes do criminoso, assim como, 
em seus processos de socialização e aprendizagem. 
 
Por outro lado, as teorias de cunho sociológico, se subdividem em: 
 Etiológicas: quando propõem compreender e explicar a criminalidade como um fenômeno social 
nas perspectivas etiológicas (causas); ou 
 
 Interacionistas: quando propõem compreender e explicar a criminalidade a partir das (reações 
sociais). 
Embora Lima Júnior faça tais classificações iniciais, não se pode extrair de seu manual quais teorias, 
especificamente, ele classifica como uma ou outra. No entanto, a partir do conceito acima, é possível 
chegar a essa conclusão ao estudar cada uma das teorias. 
 
1.1 – TEORIAS CRIMINOLÓGICAS ETIOLÓGICAS E TEORIAS 
CRIMINOLÓGICAS SOCIOLÓGICAS 
Embora a conceituação seja a mesma e até complementada pela divisão de Peluzo e Lima Júnior, os 
autores Eduardo Fontes e Henrique Hoffmann, preferem apenas duas divisões como clássicas: as Teorias 
Criminológicas Etiológicas e Teorias Criminológicas Sociológicas. 
Para eles: 
 
 
3 Ibid. 
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• Teorias Criminológicas Etiológicas: são aquelas que pertencem a uma criminologia tradicional, cujo 
foco está na pessoa do criminoso (perceba que este é o nível individual de Peluzo, trabalhado 
acima), no entanto, valorizam-se apenas as causas do crime, atribuindo-as à pessoa do delinquente. 
Os autores citam como exemplo dessa Criminologia Tradicional: 
 Escola Clássica; 
 Escola Positiva 
 
• Teorias Criminológicas Sociológicas ou Macrossociológicas: aquelas que surgiram pós período da 
Luta das Escolas, ou seja, posteriores à Escola Clássica e Positiva e, por isso, as chamam de teorias 
modernas. De acordo com os doutrinadores, essas teorias se importam com o contexto social em 
que o criminoso está inserido, sendo que, o delito ocorre por múltiplos fatores. Até porque, o foco 
é o contexto social que envolve o criminoso. Os autores vão dizer que essas teorias de cunho 
sociológico causam uma ruptura trazendo uma virada sociológica ou giro sociológico4. Isso 
porque, elas rompem com o mito da causalidade, discutido pelo modelo etiológico, aceitando que a 
explicação criminológica não se subordina à determinismos e previsibilidade, mas apenas ao da 
probabilidade, por isso, ciência. Para os autores, estão inseridas neste modelo moderno, as: 
 
 Teorias do consenso: acredita-se que a sociedade foi formada por um consenso entre 
indivíduos e, todo elemento, indivíduo, possui importância na estrutura social. 
 
 Teorias do conflito: A sociedade não é formada por um consenso e sim pela coerção, 
imposição de membros dessa sociedade sobre os demais. 
 
 
 
 
4 Ibid.,p.80 
Teorias 
Etiológicas
Sociológicas
Teorias do 
Consenso 
Teorias do 
Conflito
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1.1.1 – Quais classificações adotaremos em nosso estudo? 
Em nosso estudo, somaremos todas as classificações acima e, acompanhando a doutrina majoritária, as 
dividiremos no seguinte modelo metodológico: 
 
 
 
Hoje veremos as teorias de cunho sociológico, em especial, as do conflito, bem como os demais modelos 
teóricos ofertados pela Biologia Criminal, Psicologia e também não deixaremos de falar sobre os modelos 
etiológicos. 
É o que faremos a partir de agora. 
Vamos lá? 
 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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2 – TEORIAS SOCIOLÓGICAS 
Como já fora dito, as teorias de cunho sociológico analisam o contexto social que o indivíduo está inserido, 
bem como esse contexto tem o poder de influenciar, ou não, no cometimento de crimes. 
Lima Júnior vai dizer que: 
As teorias sociológicas propõem compreender e explicar a criminalidade como um fenômeno social nas 
perspectivas etiológicas (causa) ou interacionistas (reações sociais). 
Nesse sentido, Natacha Masson concorda: 
As teorias criminológicas de base macrossociológicas explicam a criminalidade como um fenômeno social nas 
perspectivas etiológicas (causas) ou ainda interacionistas (reações sociais). 
 Eduardo Fontes e Henrique Hoffmann completam dizendo que: 
[...] fazem parte da Criminologia moderna, levam em conta o criminoso, reconhecendo que o delito decorre de 
uma multiplicidade de fatores. Há uma ruptura de mito da causalidade, aceitando que a explicação 
criminológica não se subordina ao modelo de determinismo e previsibilidade, mas apenas ao da 
probabilidade. Ocorre uma virada sociológica (ou giro sociológico), pois a ciência criminológica passa a levar 
em conta todas as estruturas que não têm como paradigmas fatores patológicos individuais. 
Nesse sentido, majoritariamente, a doutrina clássica dividirá as teorias sociológicas em dois grandes 
grupos, quais sejam: teorias sociológicas do consenso e teorias sociológicas do conflito. 
 
2.1 – Teorias do Consenso 
De um lado, portanto, temos a teoria do Consenso. 
 
As TEORIAS DO CONSENSO são aquelas que, de acordo com Paulo Sumariva (2017, p.65), 
concentram suas análises nas consequências do delito e defendem a tese de que a finalidade 
da sociedade é atingida quando as pessoas partilham objetivos comuns e aceitam normas 
vigentes na sociedade, havendo o perfeito funcionalismo das instituições. 
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Em outras palavras, é dizer que por intermédio do consenso é que a sociedade se estrutura em elementos 
que integrados serão funcionais e que se tornarão inesgotáveis, garantindo, consequentemente, a 
harmonia social. São exemplos de modelos teóricos com bases consensuais que estudamos na aula 
passada: a Escola de Chicago, Teoria da Associação Diferencial, Teoria da Subcultura Delinquente e a 
Teoria da Anomia. 
 
2.2 – Teorias do Conflito 
Por outro lado, temos as teorias do Conflito. 
 
As TEORIAS DO CONFLITO são de cunho argumentativo e sustém que a sociedade não se limita 
ao modelo de consenso, pois está em contínuas mudanças. Sendo assim, consequentemente, 
os elementos de uma sociedade cooperam para a dissolução e não cooperação ou consenso, 
de forma que cabe ao controle social, a partir da coerção, do uso da força, quando da não 
voluntariedade dos indivíduos que habitam nessa sociedade, promover a harmonia social. 
Perceba que é um discurso muito atual e que o meio da força, dos sangues nos olhos DEVE SER IMPOSTO 
pelos sistemas de controle social. Diga-se de passagem, o controle social é representado pela família, 
escola, vizinhos, opinião pública, mídia, - modelo (IN)formal - e pela Polícia, Ministério Público, 
Magistratura e Administração Penitenciária, em seu modelo Formal. 
Para teorias de cunho conflitual, a ideia é de que com a IMPOSIÇÃO da ordem e da coesão social, é 
possível GARANTIR o poder vigente e ESTABELECER relações de dominação e sujeição. São exemplos de 
modelos teóricos com bases conflituais: A teoria do etiquetamento também chamada de Labelling 
Approach e a Criminologia (teoria) Crítica. 
 
3 – TEORIAS SOCIOLÓGICAS: DO CONFLITO 
Passaremos agora ao estudo dos modelos teóricos conflituais a saber: as teorias desenvolvidas pela Teoria 
do Etiquetamento também chamada de Labelling Approach, e finalmente, as teorias estruturais-
funcionalistas como a Criminologia (Teoria) Crítica. 
 
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3.1 – TEORIA DO ETIQUETAMENTO – LABELLING APPROACH 
Guerreiro, a Teoria do Etiquetamento, muito chamada de Labbeling Approach, foi considerada a escola 
criminológica mais rica em teorias. 
Antes de analisarmos, é importante que você saiba que esta teoria recebe outros nomes e que estes 
poderão ser explorados em sua prova. Assim, a Teoria do Etiquetamento, também é chamada de: 
 
1. Labelling Approach; 
2. Teoria da Rotulação Social; 
3. Teoria da Reação Social; 
4. Teoria do Interacionismo Simbólico. 
 
A Criminologia Interacionista estudava o aspecto social do criminoso e do delinquente. Sua tese incluía a 
responsabilidade da sociedade na contribuição da formatação do criminoso, não sendo o livre-arbítrio 
sozinho, uma vertente capaz de causar o “surgimento” do crime e do criminoso. 
 
– Principais Representantes da Escola 
A teoria do Labelling Approach (Interacionismo Simbólico, Etiquetamento, Rotulação ou reação social), 
surgiu nos anos 1960, nos Estados Unidos. 
Suas principais referências foram: 
✓ Erving Goffman e; 
✓ Howard Becker. 
 
 
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– Tese defendida 
A ideia central desta Teoria fundou-se na possibilidade de a intervenção da justiça (modelo formal de 
Controle Social) na esfera criminal acentuar a criminalidade. Trata-se de uma teoria com teses 
intimamente ligadas aos processos de reação social, procedimento responsável pelo processo de criação 
de normas penais e também sociais relacionadas com o comportamento desviante. 
Na doutrina, há quem explique a Teoria do Etiquetamento (teoria do Labelling Approach, 
Interacionismo Simbólico, Rotulação ou reação social) como aquela que sustenta que a criminalidade, que 
na verdade, é resultado de um processo social de interação. 
De acordo com a doutrina, esse processo tende a ser seletivo e também discriminatório, que tem como 
premissa maior, atribuir meras qualidades de condutas desviadas a comportamento do autor, e, por isso, 
rotula-o ou dá-lhe um etiquetamento de delinquente, mas por interesse de um sistema social. 
Para essa corrente, o crime e a reação social são processos de interação social, como já dito, seletivo e 
discriminatório. Em outras palavras, pode-se explicar que, um delinquente primário, ou seja, quando 
pratica um crime pela primeira vez, produz um rótulo social de delinquente, ensejando um processo de 
estigmatização e como consequência a marginalização dos meios sociais que esse indivíduo vive, como por 
exemplo, sociedade, família, trabalho. Esse etiquetamento, ou rotulação, de acordo com a doutrina, é a 
CRIMINALIZAÇÃO PRIMÁRIA. 
De acordo com a teoria, assim surge a aproximação de outros indivíduos que já cometeram crime e 
também foram rotulados como delinquentes, nascendo, consequentemente, uma expectativa social de 
que a conduta desviante será novamente praticada. Essa expectativa negativa da sociedade, sobre o 
indivíduo, faz com que até ele se rotule como tal, gerando, automaticamente, uma perpetuação do 
comportamento criminoso, que resulta na CRIMINALIZAÇÃO SECUNDÁRIA, REINCIDENTE. 
Para essa corrente, a criminalidade não é uma qualidade da conduta humana, mas a consequência de um 
processo de estigmatização. É o mesmo que dizer que o criminoso só é diferente do homem comum por 
razões do rótulo que recebe e do estigma que sofre. 
Nesse sentido, Christiano Gonzaga, in verbis: 
A sociedade define, por meio dos controles sociais informais, o que se entende por comportamento desviado, 
isto é, todo comportamento considerado perigoso, constrangedor, impondo sanções àqueles que se 
comportarem dessa forma. Condutas desviantes são aquelas que as pessoas de uma sociedade rotulam às 
outras que as praticam. A teoria da rotulação de criminosos cria um processo de estigmatização para os 
condenados, funcionando a pena como algo que acentua as desigualdades. Nessa interação estigmatizante, o 
sujeito acaba sofrendo reação da família, de amigos, conhecidos e colegas, acarretando a marginalização nos 
diferentes meios sociais. De forma a ilustrar o pensamento desse importante marco teórico da Criminologia, 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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pode ser apontado o determinismo como um fenômeno social que cria o criminoso tendo em vista o local em 
que ele vive e relaciona-se com outras pessoas. Veja-se o exemplo de um menino que mora numa comunidade 
carente. Ora, essa pessoa é vítima constante do Estado, uma vez que não possui os direitos básicos como 
cidadão, apesar de a Constituição Federal pugnar em seu art. 6º. Esse mesmo menino tem sua matrícula 
indeferida na escola local por ausência de vagas; ele também perde a sua mãe em virtude de uma infecção 
generalizada adquirida na unidade de pronto-atendimento da comunidade carente, uma vez que os órgãos 
sanitários não fizeram a devida fiscalização; por fim, seu pai é baleado por um policial quando voltava do 
trabalho, pois fora confundido com um traficante local. O Estado, em vez de dar educação, saúde e segurança 
pública, ao contrário, retirou os seus entes queridos de sua convivência. 
É por razões como esta, citada no exemplo do Ilmo. Professor, que a fragilização, faz da pessoa, alguém 
vulnerável aos traficantes locais, que muito provavelmente, o assediam para trabalhar, fazendo com que se 
torne um criminoso. Significa dizerque o meio social é que o transformou num criminoso que veio a 
praticar crimes, sendo o Estado o grande incentivador com sua ausência constante nos grotões de pobreza. 
Como se pode perceber, a Teoria do Etiquetamento se apresenta sob uma perspectiva de NEGAÇÃO AO 
PRINCÍPIO DA IGUALDADE. 
Diante desse cenário, notadamente, o foco deixa de ser o fenômeno do crime, 
abordado por teorias anteriores, e passa a ser a reação social, de forma que, teorias para compreender os 
processos da criminalização e estigmatização social, a partir dos comportamentos definidos como crime, 
seletividade penal, meios de reação social, vão surgindo. 
 
O tema em provas de Delegado de Polícia Civil 
CESPE/PCPE DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – 2016 
Acerca dos modelos teóricos explicativos do crime, oriundos das teorias específicas que, na 
evolução da história, buscaram entender o comportamento humano propulsor do crime, 
assinale a opção correta. 
A. O modelo positivista analisa os fatores criminológicos sob a concepção do delinquente como 
indivíduo racional e livre, que opta pelo crime em virtude de decisão baseada em critérios 
subjetivos. 
B. O objeto de estudo da criminologia é a culpabilidade, considerada em sentido amplo; já o 
direito penal se importa com a periculosidade na pesquisa etiológica do crime. 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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C. A criminologia clássica atribui o comportamento criminal a fatores biológicos, psicológicos e 
sociais como determinantes desse comportamento, com paradigma etiológico na análise 
causal-explicativa do delito. 
D. Entre os modelos teóricos explicativos da criminologia, o conceito definitorial de delito 
afirma que, segundo a teoria do labelling approach, o delito carece de consistência material, 
sendo um processo de reação social, arbitrário e discriminatório de seleção do comportamento 
desviado. 
E. O modelo teórico de opção racional estuda a conduta criminosa a partir das causas que 
impulsionaram a decisão delitiva, com ênfase na observância da relevância causal etiológica do 
delito. 
 
GABARITO: D 
 
Podemos destacar que, uma das consequências jurídicas dessa teoria, no Brasil, pode ser 
encontrada a partir da Reforma Penal de 1984. 
Na Reforma, parte do Código Penal foi alterada, em especial, a progressão dos regimes de 
pena, bem como as penas alternativas, seguindo, portanto, uma tendência garantista não 
intervencionista, abordado pelo que alguns vão chamar de Direito Penal Mínimo. 
É a partir de realidades como esta, que outras teorias foram desenvolvidas a fim de explicar compreender 
os processos da criminalização e estigmatização social dentro do panorama reação social. 
A título de exemplo, citamos: 
1. Teoria da Coculpabilidade Tradicional e Coculpabilidade às Avessas; 
2. Controles Sociais Informais, Formais e o Bullying. 
 
 
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3.1.1 - Teoria da Coculpabilidade Tradicional e Coculpabilidade às Avessas 
A ideia de coculpabilidade encabeçada por Zaffaroni está concentrada na ideia de que a sociedade deve 
arcar com a alta vulnerabilidade a que está exposta grande parcela da população, desenhando uma ideia 
de (CO)culpa. 
Neste caso, é dizer que a (co)culpabilidade permitiria que o Estado-Juiz pudesse conceder algum tipo de 
benefício penal para os chamados “vulneráveis sociais”, sendo no Direito Penal brasileiro a aplicação da 
atenuante inominada do art. 66 do Código Penal a sua correta manifestação5. 
Vejamos: 
 Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao 
crime, embora não prevista expressamente em lei. 
 
Em outras palavras, como o Estado-Executivo não conseguiu prover os direitos sociais citados acima 
(saúde, educação, moradia, etc.), agora, o Estado-Juiz, ao aplicar a pena por algum tipo de infração penal 
cometida pelo vulnerável-delinquente, deverá arcar com sua parcela de culpa na prática da infração 
penal, daí porque o nome “coculpabilidade” remeter à ideia de concorrência de culpas entre delinquente e 
Estado-Executivo; este último assume a mea-culpa e, por meio do Estado-Juiz, aplica a atenuante do art. 
66 do Código Penal6. 
Finalmente, podemos aplicar a teoria da coculpabilidade a partir de vários pontos, neste sentido, 
destacamos os principais7: 
 
1. Coculpabilidade à medida de pena: esta será dividida entre Estado e criminoso, ou seja, 
culpabilidade não enquanto elemento do crime na visão tripartida ou analítica, mas sim, 
aquela que incide na dosimetria da pena e está inserida no art. 59, caput, do CP, 
permitindo-se a adequação da pena de forma a compensar a ausência estatal na 
consecução dos direitos sociais básicos; 
 
 
5 GONZAGA, Christiano. Op. Cit. p.41. 
6 GONZAGA, Christiano. Op. Cit. p.41. 
7 Op. Cit. 
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Vejamos o que dispõe o art. 59: 
 Fixação da pena 
 Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do 
agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, 
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: 
 I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
 II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; 
 III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; 
 IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. 
 
Outro ponto que se pode analisar a coculpabilidade é a seguinte: 
2. Coculpabilidade, como a ideia da baixa vulnerabilidade por parte dos integrantes das 
classes sociais mais elevadas, conhecida como “elite social”: Tais pessoas gozam de 
todos os direitos sociais, podendo educar seus filhos nas melhores escolas nacionais e 
estrangeiras; usufruindo de segurança particular; tratando-se nos melhores hospitais 
privados em caso de doença; entre outros privilégios que o dinheiro pode comprar. 
Todavia, como a infração penal é algo inerente a todo ser humano, o qual deve lutar 
diariamente para não enveredar pelo caminho da facilidade que a prática criminosa 
permite, as “elites sociais” também infringem as leis. Nesse diapasão, cada pessoa 
pratica o tipo de crime que lhe é peculiar. No caso dos excluídos socialmente, a prática 
criminosa cinge-se a delitos patrimoniais e tráfico de drogas, enquanto os ricos praticam 
crimes de violação difusa, tais como lavagem de dinheiro, contra o Sistema Financeiro 
Nacional, sonegação fiscal e contra a Administração Pública. 
 
Superado o tema acima, veremos a tese da Coculpabilidade às Avessas. 
 
 
3.1.2– Coculpabilidade às Avessas 
A coculpabilidade às avessas ocorre quando há um aumento da intensidade da pena como consequência 
da baixa vulnerabilidade social. 
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Conforme nos explica o Professor Christiano Gonzaga, em seu manual já citado, in verbis: 
A prática criminosa por pessoas que gozam da totalidade dos direitos sociais deve ser 
repudiada mais severamente, uma vez que eles optaram pelo “mundo do crime” apenas paraaumentar ainda mais a sua satisfação de todos os direitos sociais que já possuíam. Essa busca 
desenfreada pelo aumento em progressão geométrica dos seus bens materiais deve ser mais 
rígida pelo Estado-Juiz quando for aplicar a pena pela infração da lei, como exemplo no caso da 
famosa operação “Lava-Jato”, em que políticos e empreiteiros reuniram-se para surrupiar os 
cofres públicos em cifras bilionárias. O mesmo ocorreu na ação penal 470/STF (“Mensalão”), 
em que o Ministro-Relator Joaquim Barbosa aplicou penas severas para os chamados 
“mensaleiros”. Assim, na fase da dosimetria da pena, o Magistrado deverá utilizar-se do art. 59, 
caput, do Código Penal, para aumentar a reprimenda tendo em vista a baixa vulnerabilidade a 
que está exposto o integrante das elevadas classes sociais. A esse fenômeno de aumento da 
intensidade da pena por causa da baixa vulnerabilidade social, podemos denominar de 
coculpabilidade às avessas, pois estaria aumentando-se a punição do agente por parte do 
Estado-Juiz na análise dos elementos do art. 59, caput, do CP, tais como “os antecedentes, à 
conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do 
crime”, sendo o oposto da coculpabilidade tradicional. 
 
Noutras palavras, significa dizer que ao aumentar a punição do agente por parte do Estado-Juiz, na análise 
dos elementos do art. 59, caput, do CP, tais como “os antecedentes, à conduta social, à personalidade do 
agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime”, por exemplo, temos o fenômeno da 
coculpabilidade às avessas, sendo o oposto da coculpabilidade tradicional. 
É o que dispõe o art. 59; 
 Fixação da pena 
 Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do 
agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, 
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: 
 I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
 II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; 
 III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; 
 IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. 
 
 
 
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O tema em provas de Defensoria Pública 
NC UFPR/ DPE PR DEFENSOR PÚBLICO – 2014 
Em relação às distintas teorias criminológicas, a ideia de que o “desviante” é, na verdade, 
alguém a quem o rótulo social de criminoso foi aplicado com sucesso foi desenvolvido pela 
Teoria: 
a. da anomia 
b. da associação diferencial 
c. da ecologia criminal 
d. da subcultura delinquente 
e. da reação social ou Labelling Aproach 
 
Gabarito: Letra E 
 
3.1.3 – Teorias do Controle Social Informal 
Os controles sociais constituem formas de influência no modo de agir e pensar do ser humano. 
Sabemos que, desde cedo, somos influenciados pelas mais variadas formas de controle, a título de 
exemplo citamos: a escola, a Igreja e a família, etc. Isso auxilia a construção da nossa personalidade e, é a 
partir dessas construções que passamos a obedecer aos mais diversos dogmas impostos socialmente. 
É a partir dessa noção que as teorias visam a explicar o comportamento criminoso, levando em 
consideração as regras sociais, só que, pelo viés do controle informal, que é exercido pela própria 
sociedade, sem a participação direta do Estado. 
 
 Controle social informal explica o comportamento delinquente de acordo com as regras 
sociais, sem a intervenção do Estado. São espécies de controles sociais informais: a 
escola, a família, a Igreja e, atualmente, a opinião pública. 
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 Controle social formal representa a intervenção estatal no surgimento e na rotulação 
dos comportamentos desviados ou criminosos, sendo exemplo dele a Polícia, o 
Ministério Público e o Poder Judiciário. 
 
Escola 
É onde as crianças aprendem as primeiras lições da vida, pode-se dizer que esse é um controle 
extremamente marcante. Na escola é onde são lecionadas as primeiras regras do que é certo e errado, 
bem como onde os comportamentos são estigmatizados, sempre tomando por base o status social das 
pessoas que se relacionam. Trata-se de fato notório que os mais abastados da escola gozam de uma certa 
superioridade sobre os demais, sendo aqueles jovens que lançam tendências e ditam o que é certo e 
errado fazer. A escola é o primeiro contato do indivíduo com uma instituição de controle alheia à família, 
em que se permeiam vários relacionamentos entre crianças das mais variadas classes sociais. Esse 
intercâmbio cultural gera padrões de comportamentos, pois as crianças passam a falar, vestir-se e portar-
se como os integrantes daquele grupo escolar, haja vista a “febre” entre eles de usar roupas, objetos e 
marcas referentes a um determinado grupo musical que tenha caído no gosto popular em dado momento 
histórico. Tais padrões comportamentais são forjados desde cedo, sendo a Professora ou a Diretora da 
escola outro personagem importante em tal padronização, pois ela está numa posição de ensinar e 
repreender quando alguém comporta-se de forma desviante ao que se exige. Aquela Professora, então, lá 
do jardim de infância, também é responsável por criar um padrão de comportamento que o adulto de hoje 
possui, não sendo esse um fator único na formatação do caráter de alguém, mas se trata de elemento 
importante e marcante na vida das pessoas8. 
 
Família 
A outra forma de controle social informal é a família, que desde a infância ensina a noção de certo e 
errado, principalmente com os exemplos paternos. Os pais funcionam como espelhos para a educação dos 
filhos, que imitam tudo o que eles fazem. Se os pais praticam atos ilícitos ou reprováveis em casa, como 
abusos sexuais, uso de drogas e tabagismo, há uma tendência de os filhos também seguirem por esse 
caminho, pois desde cedo estão tendo esse tipo de exemplo diário no seio familiar. Percebe-se que o 
determinismo social está agindo dentro da própria família, pois o meio em que a criança vive poderá 
fatalmente influenciar nas suas escolhas. Por essa ótica, o surgimento do crime pode ocorrer em virtude 
dos maus exemplos que os filhos possuem dentro da própria casa, sendo o comportamento parental muito 
importante para ditar o que os filhos devem seguir. Se tiver bons exemplos, vai praticar boas condutas. Ao 
 
 
8 GONZAGA, Christiano. Op. Cit., p. 52. 
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contrário, se presenciar péssimos exemplos, natural que tenha isso como o correto e pratique condutas 
semelhantes. Daí a importância dos pais na educação dos filhos como meio de impedir o surgimento de 
condutas criminosas. Nessa linha de pensamento, fica claro que o controle social informal representado 
pela família pode ser tanto ensejador quanto impeditivo de condutas criminosas, a depender da forma com 
que se analisa a questão9. 
 
Igreja 
Todas as religiões que ditam as condutas certas e, em alguns casos raros, fornece maus exemplos, como os 
casos de abusos sexuais cometidos por padres, pastores, etc. Os comportamentos tidos como corretos são 
salutares e permitem que as pessoas sigam práticas virtuosas. Todavia, como já se viu em mais de uma 
ocasião, algunsdesvios e abusos são cometidos dentro do próprio local onde se exerce a liberdade de culto 
e de religião, o que torna o exemplo bem negativo, podendo influenciar o comportamento futuro daqueles 
que foram abusados. Ora, se aquele que deveria primar por bons ensinamentos, valendo-se do natural 
temor reverencial que possui, pratica condutas criminosas, como estupros e crimes contra a dignidade 
sexual, mais uma vez o determinismo social irá atuar e incutir nas vítimas dos crimes a ideia do que vem a 
ser o “correto”, tornando-se, eles próprios, num futuro não tão distante, abusadores sexuais. O mau 
exemplo aprendido outrora é muito danoso por forjar futuros comportamentos criminosos, daí a 
importância para que esse tipo de controle social seja corretamente exercido, sob pena de estimular 
potenciais delinquentes10. 
 
Opinião Pública 
Por meio dela, as pessoas passam a ter a ideia do certo e errado conforme a opinião ditada por uma 
influente parcela do meio em que vive. A mídia tem um poder muito grande de criar rótulos que ela 
considera corretos e fundamentais na sociedade moderna. Muitos programas jornalísticos, notadamente 
os de cunho policial, tacham as pessoas de delinquentes conforme as condutas praticadas, muitas vezes 
antes mesmo de qualquer processo criminal com trânsito em julgado. Como exemplo, citam-se os casos de 
homicídios praticados por pessoas conhecidas: a mídia faz uma cobertura exaustiva, apontando como 
assassino o suposto autor do crime. Essa pecha de criminoso atribuída a ele desde o início e maciçamente é 
 
 
9 Op. Cit. 
10 Op. Cit. 
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dificilmente retirada ao longo do devido processo legal, e os jurados, quando forem julgar o acusado, já 
possuem uma predisposição para a condenação, tudo isso em razão do que já foi noticiado11. 
 
Teoria da contenção 
Teoria desenvolvida nos EUA por Walter Reckless. Para os que compõem esta teoria, o controle social pode 
ser feito de duas formas: controle interno e controle externo. 
 
 Controle Interno: se relaciona com a autoestima, à capacidade de autocontrole, e à 
visão que o agente tem de si próprio. 
 Controle Externo: por sua vez, manifesta-se nas mais diversas instituições em que as 
pessoas estão inseridas: Família, igreja, escola, local de trabalho, etc. 
Dessa forma, as expectativas relacionadas a cada indivíduo, bem como juízo negativo que outros possam 
fazer da pessoa do agente, são fatores que, juntamente com o controle interno, pode conter eventual 
conduta desviante. Dessa maneira, para Recklees, o crime ocorre quando esses dois níveis de controle 
falham.12 
 
 
 
 
 
11 Op. Cit. 
12 FONTES, Eduardo & HOFFAMANN Henrique. Op. Cit., p. 131 
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3.2 – CRIMINOLOGIA CRÍTICA – TEORIA CRÍTICA, 
RADICAL OU NOVA CRIMINOLOGIA 
Guerreiro, 
Até aqui, podemos resumir que a Criminologia “tradicional” apontou aspectos significativos, deixando 
traços de seu perfil. Pode-se dizer que foi uma Criminologia marcada por ideias difundidas em: 
➔ O criminoso é visto como uma pessoa diferente das demais, nesse sentido, ele é integrante, sob 
esse ponto de vista, como integrante da minoria. 
➔ O viés patológico do crime; 
➔ O viés etiológico do crime é destacado com a finalidade de descobrir as causas do crime. 
Contudo, conforme já destacado, esse perfil é modificado com a chegada da Teoria do 
Etiquetamento/Labelling Approach, que passa a ver a criminalidade sobre outra perspectiva, 
completamente diferente dessa Criminologia “tradicional”, uma vez que focou suas lentes criminológicas 
na reação social, assim, o foco deixou de ser o fenômeno do crime, abordado por teorias anteriores, para 
ser a reação social. 
É exatamente nessa ruptura que surge, precisamente, no final dos anos 60, um outro panorama 
criminológico um tanto quanto heterogêneo também, o movimento que ganhou repercussão, foi 
denominado de: 
1. Criminologia Crítica, na Europa; 
2. Nova Criminologia, na Grã-Bretanha; 
3. Criminologia Radical, nos EUA. 
Seja como for, a ideia central da teoria, converteu as estruturas e interações sociais como foco de seu 
conteúdo programático. Daí porque, parte da doutrina refere-se a esse giro como um segundo dos mais 
significativos na história da Criminologia. 
Sem desconsiderar a ideia significativa, vale lembrá-lo que estudamos até agora, 04 marcos, na verdade, 05 
com este, na história da Criminologia. Convém destacar: 
 
1. - Marco fase pré-científica e científica; 
2. - Lutas das Escolas: Escola Clássica e Escola Positiva; 
3. - Criminologias Tradicionais (sociológicas do conflito); 
4. - Giro e rompimento dos ideais da Criminologia Tradicional, com a Teoria do Etiquetamento / 
Labelling Approach 
5. - Giro por completo com uma Nova Criminologia; 
 
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Nesse sentido, é possível assegurar que essa Nova Criminologia, como o próprio nome sugere, não faz 
investidas na compreensão da Criminalidade como uma via de mão única, mas pelo viés da multiplicidade 
de fatores de riscos que se integram para formar o problema da criminalidade. 
Logo, pode-se dizer que o objeto da Criminologia é redimensionado, surgindo, portanto, 
uma nova forma de compreender o fenômeno criminal. Pois bem, se o objeto anterior da Criminologia 
consistia no estudo do Crime e do Criminoso, agora, com esse redimensionamento, a vítima, bem como, os 
órgãos de controle social formal, passam ao objeto de estudo e ganham espaço, passando à tessitura 
criminológica como novos objetos de investigação da Criminologia. 
Logo, esse é o marco destacado pela doutrina e, de acordo com ela, é a partir dessa remodelagem que 
ganhou força e destaque nos anos 70, é que surge a Criminologia Crítica ou Nova Criminologia. 
Fato é que, esse novo modelo Criminológico se espalhou como vírus. Fundamentado na influência cultural 
da época, em especial do movimento científico que pregava o relevante papel desempenhado pelas 
estruturas de poder no estudo criminológico, até então, ignorado pelos criminólogos da época, muitos 
foram os criminólogos que aderiram ao movimento. 
Nesse sentido, havia, inclusive, enumeração de motivos preponderantes para tamanha popularidade da 
Criminologia Crítica ou Nova Criminologia. Conforme destaca Eduardo Fontes (2018, p. 327): 
Em pouco tempo este no olhar criminológico ganhou forte adesão científica e, consequentemente, elevada 
popularidade. 
 
O autor continua a dizer que foram os motivos listados por Sykes, para tamanha popularidade do 
movimento: 
 
1. Descredito das teorias que tentam explicar a delinquência a partir de paradigmas de 
deficiência biológica, teorias psicológicas ou defeito de socialização; 
2. Certeza de que o sistema não somente funciona de forma delituosa e seletiva, mas 
também que é estruturalmente injusto, funcionando para manter o status quo de 
quem detém o poder; 
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3. Crise de legitimidade do Direito Penal a partir de recusa à ideia de que ele seja fruto do 
consenso social; 
4. Dúvida quanto à precisão das estatísticas oficiais. 
 
 
– PrincipaisRepresentantes 
A Nova Criminologia (Criminologia Crítica, Criminologia Radical) teve um conteúdo programático extenso, 
processado por diversos autores, sendo que, naquela época, três se destacaram nos principais centros de 
desenvolvimento da Nova Criminologia, a saber, o centro; 
 
✓ Britânico, sendo os autores que se destacaram: Ian Taylor, Paul Walton e Jock Youn; 
✓ O Norte Americano, tendo como destaque o autor Chambliss; 
✓ O Italiano, cujo principal autor foi Alexandre Baratta 
 
Na América Latina, esse novo ramo criminológico teve as contribuições de: 
1. Lola Aniyar; 
2. Rosa del Omo 
3. Zaffaroni 
 
Importante destacar que o tema despertou diversas obras que deram origens a incontáveis vertentes. 
 
Por sua difusão, a doutrina destaca Alessandro Baratta. 
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– Tese Defendida 
A doutrina conta-nos sobre uma bifurcação nesse novo giro criminológico em que é possível identificar 
duas correntes. 
A primeira tem uma origem marxista, chamada de Criminologia Radical de corte marxista. Trata-se de um 
movimento crítico atuante no campo criminológico e que se iniciou pela obra The New Criminology: For a 
Social Theory of Deviance, publicada na Inglaterra em 1973, por: 
1. Ian Taylor; 
2. Paul Walton e 
3. Jock Young. 
Este ramo da Criminologia propõe uma análise na sociedade capitalista, destacando sempre, fatores de 
ordem econômica para explicar a delinquência. 
Em outro giro, é possível identificar uma ala crítica. 
Curiosamente, essa corrente surge como uma própria Crítica à Criminologia Crítica. 
 
Para estes críticos, não é possível compreender e explicar o fenômeno criminal, limitando-o à fatores 
econômicos. É necessário que se acrescente componentes de ordem sociológica, cultural e política, a fim 
de chegar a um resultado mais seguro. 
 
Tese da ordem econômica 
Se de um lado, há quem proponha uma análise na sociedade capitalista, destacando sempre, fatores de 
ordem econômica para explicar a delinquência e o Direito Penal, utilizando como fundamento desta tese, o 
próprio Código Penal, uma vez que este não apresenta consenso, mas interesses garantidos com 
preferência da Classe dominante. 
A propósito, para esta tese, a sociedade não tem os mesmos valores, a sociedade é multiplicidade, 
pluralidade, o que traz impactos diretos na análise criminológica. É que para eles, uma Criminologia 
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desenvolvida a partir de fatores, não pode partilhar da análise desses indivíduos anormais que violam a lei, 
castigá-los, melhorá-los, ou mesmo adaptá-los, restando apenas libertá-los da camisa de força, dos códigos 
e estabelecer autonomamente seu objeto de estudo, uma vez que se trata de seres, como o próprio nome 
diz, ANORMAIS. Por isso, preferem levantar a bandeira econômica, justificando, portanto, a nova tese. 
Isso significa que a Nova Criminologia fundamenta sua tese na separação das estruturas da criminalidade 
que corresponde à classe dominante versus classe dominada, proveniente da acumulação legal e ilegal de 
capital, juntamente com o controle dos processos de incriminação legal e de criminalização pelos 
instrumentos coibitórios. 
Nas Palavras de José Naves de Lima Júnior (2018, pg.134): 
 
A teoria crítica está diretamente associada à estrutura política e econômica da sociedade. 
Assim, o rótulo de criminoso atribuído a uma pessoa não decorre da prática de um fato 
intolerável pelo corpo social, mas por servir aos interesses da classe dominante. 
 
Parte da ideia de que a divisão de classe no sistema capitalista gera desigualdades e violências 
contidas pela legislação penal. Desse modo a norma busca assegurar uma provisória 
estabilidade, contendo as confrontações violentas entre classes de uma determinada 
sociedade. 
Enxerga o delito como um fenômeno proveniente do sistema de produção capitalista13. 
 
Como bem lembrado por Henrique Hoffmann e Eduardo Fontes, as teorias conflitais e do Labelling 
Approach fora campo fértil para a passagem da Criminologia Liberal para a Criminologia Crítica. A 
Criminologia apresenta como traço principal a construção de uma teoria do desvio e da criminalização. 
Com base teórica marxista, combina-se com trabalho de observação empírica, a fim de que a Criminologia 
se construa a partir do ponto de vista das classes subalternas. Como contraponto no enfoque 
biopsicológico ao macrossociológico, esta Criminologia analisa a realidade comportamental do desvio a 
partir do contexto histórico em que este se insere. Trata-se inequivocamente de oposição ao modelo 
 
 
13 FONTES, Eduardo & HOFFMANN Henrique. Op. Cit., p.152. 
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tradicional de Criminologia, promovendo um ataque à ordem legal instituída pelo Direito Penal. Deixa de 
conceber o criminoso como um anormal14. 
 
 
Tese dos críticos à Nova Criminologia 
Por isso, de outro lado, surgem os críticos (dentro da própria Criminologia Crítica), rebatendo a tese. Como 
já dissemos, este lado vai dizer que não é possível compreender e explicar o fenômeno criminal, 
limitando-o à fatores econômicos. É necessário que se acrescente componentes de ordem sociológica, 
cultural e política, a fim de chegar à um resultado mais seguro. 
 
 
 
Pontos em comum 
 
Embora estejam ligadas ao mesmo tronco científico criminológico, mas com propostas 
divergentes acerca da resposta ao fenômeno criminal, alguns autores falam em Criminologias 
Críticas. 
 
Seja como for, mesmo com tantas polêmicas, é possível afirmar que compõem a espinha dorsal dessas 
Criminologias Críticas (Fontes, 2018, p. 328/329): 
 
 
14 FONTES, Eduardo & HOFFMANN Henrique. Op. Cit., p.151. 
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1. Oposição ao modelo tradicional da Criminologia que era a-histórica ou universal. A 
Adequada compreensão do processo de Criminalização exige a análise sob um marco 
histórico, social e economicamente definido; 
2. Ataque à ordem legal constituída e ao Direito Penal. O fenômeno criminal é 
compreendido, eminentemente, sob a base de condições econômicas e marginalização 
social. Assim mesmo, estimam que o Direito Penal é aplicado com maior proporção nas 
classes sociais economicamente desfavorecidas. 
3. Os criminólogos críticos não disfarçam certa empatia com o delinquente. O Criminoso 
passa a ser visto não como uma irracional ou anormal, razão pela qual o crime deve ser 
estudado a partir de sua perspectiva, bem por isto elegem o método qualitativo 
(entrevistas, históricos de vida) para desenvolver as investigações. 
4. Criminologia de inspiração marxista. Em linhas gerais, compreende o Estado capitalista 
como principal fator criminógeno, razão pela qual a luta contra a criminalidade passa, 
necessariamente, pela reforma das estruturas sociais que geram pobreza e 
desigualdade. 
5. Como consequência anterior, defendem um intervencionismo econômico. 
 
Além disso, não é exagero acrescentar que as Criminologias Críticas se contrapõem à 
qualquer ideia de ressocialização do “desviante”, ao contrário do que propõem outras criminologias, para 
a Criminologia Críticaa sociedade punitiva é que deve ser transformada. 
 
 
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3.2.1 – A Criminologia de Alessandro Baratta 
Como demonstrado, muitas foram as correntes que surgiram ao longo da formação da 
Criminologia Crítica/Nova Criminologia ou Criminologia Radical, por isso, é muito comum a utilização de 
expressões como “ A Criminologia norte-americana” cujos nomes de influência foram de Plait, Takagi, 
Schwndinger’s, Chambliss e Quinney e Wright Mills, ou ainda “Criminologia Crítica Britânica” vinculada à 
pessoa de Taylor, Walton e Yong e também a “Criminologia Crítica Italiana” ligada à figura de Alessandro 
Baratta. 
 
 
De todas, para nós, é muitíssimo relevante a Criminologia Crítica Italiana de Alexandre 
Baratta, uma vez que autor exerceu enorme influência em toda a América Latina, 
especialmente, no Brasil. 
 
Inicialmente, Baratta dedicou especial atenção ao caráter filosófico do Direito Penal, ao menos, é o que 
demonstra sua tese de doutorado em que destacou o pensamento de Radbruch. 
No entanto, ao final de 70, Baratta se inclina à Sociologia do Direito Penal. 
Em 1975, trabalhou na Revista La Questione Criminale, que funcionou como uma espécie de laboratório 
para desenvolver sua principal obra chamada Criminologia Crítica do Direito Penal. Introdução à 
sociologia jurídico-penal (de 1982). A doutrina aponta a obra como uma das principais influenciadoras do 
campo científico da Criminologia. 
 
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– Tese Defendida 
Na obra, Alessandro Baratta defendeu uma Criminologia aproximada do Direito Penal. Em outras palavras, 
o autor apresentou uma proposta de uma Sociologia Jurídico-Penal15 fundamentada no diálogo entre esse 
novo modelo criminológico, chamado Criminologia Crítica e a crítica do Direito Penal. 
Nesse sentido, é possível afirmar que a ideia foi transferir a crítica sobre a desigualdade das sociedades 
capitalistas para o Direito Penal. 
Para guia de uma política criminal, tanto de curto como de médio prazo, Baratta fazia um discurso de ideia 
mínima de intervenção penal. Para ele, era necessário um modelo capaz de substituir as formas de 
controle, sem que esse modelo interferisse nas garantias. Logo, o modelo precisava substituir, sem que 
fosse necessário abdicar garantias. Seria, basicamente, “a superação do sistema penal tradicional em 
direção a um sistema de defesa e garantia dos direitos humanos16”. 
Além disso, Baratta afirmava que a principal função de um criminólogo é elaborar uma “teoria 
materialista”, ou seja, com viés econômico-político sobre o desvio do criminoso, dos comportamentos 
socialmente negativos e da própria criminalização, a fim de traçar uma “linha de política criminal 
alternativa, de uma política das classes determinadas.17” 
Com isso, é dizer que compete sim à Criminologia Crítica questionar os fatos como expressão da 
decadência dos sistemas sócio-econômicos e políticos. Mas não é só isso, não é exagero dizer que, 
Alessandro Baratta defendeu a tese de que, cabe à Criminologia Crítica reter como material de interesse 
para o Direito Penal apenas o que efetivamente mereça punição reclamada pelo consenso social, e 
denunciando todos os expedientes destinados a incriminar condutas que, apenas por serem contrárias 
aos poderosos do momento, política ou economicamente, venham a ser transformadas em crimes. 
Podemos resumir os principais destaques de Alessandro Baratta com o quadro sinóptico da questão abaixo 
que, inclusive, foi tema de prova no concurso do MPE/PR. Veja: 
 
 
 
15 VIANA, Eduardo. Criminologia. 6ª. Edição. Revista atualizada e ampliada. Salvador: Editora 
JusPodivm,2018. Pg. 336. 
16 Op. Cit. 
17 Op. Cit. 
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O tema em provas do Ministério Público 
MPE/ MPE PR Promotor de Justiça – 2011 
I-A criminologia crítica parte da premissa de que a Criminologia não deve ter por objeto apenas 
o crime e o criminoso como institucionalizados pelo direito positivo, mas deve questionar 
também as bases estruturais econômicas e sociais que caracterizam a sociedade na qual vive o 
autor da infração penal. 
 
II-Entende a doutrina que cabe à criminologia crítica questionar os fatos como expressão da 
decadência dos sistemas sócio-econômicos e políticos. 
 
III-Conforme entendimento doutrinário, cabe à criminologia crítica reter como material de 
interesse para o Direito Penal apenas o que efetivamente mereça punição reclamada pelo 
consenso social, e denunciando todos os expedientes destinados a incriminar condutas que, 
apenas por serem contrárias aos poderosos do momento, política ou economicamente, 
venham a ser transformadas em crimes. 
 
IV-Na visão dos doutrinadores da criminologia crítica, o princípio do fim ou da prevenção da 
pena é questionado a partir do entendimento de que a ressocialização não pode ser obtida 
numa instituição como a prisão, que sempre seria convertida num microcosmo no qual se 
reproduzem e agravam as graves contradições existentes no sistema social exterior. 
 
V-No entendimento dos doutrinadores da criminologia crítica, o princípio da culpabilidade é 
questionado a partir da teoria das subculturas, segundo a qual o comportamento humano não 
representa a expressão de uma atitude interior dirigida contra o valor que tutela a norma 
penal, pois não existe apenas o sistema de valor oficial, mas uma série de subsistemas de 
valores decorrentes dos mecanismos de socialização e de aprendizagem dos grupos e do 
ambiente em que o indivíduo se encontra inserto. 
A. todas as afirmativas estão corretas. 
B. as afirmativas I, III, IV e V são as únicas corretas. 
C. as afirmativas IV e V são as únicas corretas. 
D. as afirmativas II e III são incorretas. 
E. todas as afirmativas são incorretas. 
 
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Gabarito: A 
 
 
– Críticas à Criminologia Italiana de Alessandro Baratta 
Guerreiro, 
O modelo da Criminologia Radical, em geral, trouxe várias críticas. As principais, relacionadas à 
desconstrução relacionada ao sistema penal sem qualquer alternativa, diferente de outras linhas 
criminológicas que também professavam essa força demolidora, mas ofertavam alternativas, 
considerando, por exemplo, alternativas para expandir o controle social as propostas para reformar e 
melhorar o sistema penal, como conversão da prisão em liberdade vigiada, ou a introdução da mediação do 
conflito entre vítima e como alternativa ao processo penal18. 
Ocorre que a doutrina destaca algumas críticas de Aebi, à Criminologia Crítica dirigida por Alessandro 
Baratta. Embora as críticas tenham sido elaboradas, num modelo especialmente à tese de Baratta, a 
doutrina entende que pode ser estendida às concepções globais da teoria, sem quaisquer problemas. 
Eduardo Fontes (2018, p. 337/338) destaca sete críticas apontadas por Aebi, as quais reproduzimos: 
 
 
1. A Criminologia Crítica tradicional não pode ser considerada uma teoria científica, eis que 
calcada em uma concepção não suscetível de refutação por meio de investigação 
científica; 
2. A suposta revolução epistemológica agregada ao pensamento da CriminologiaCrítica 
não ocorreu como tal. A Criminologia Crítica enriqueceu a Criminologia com um novo 
paradigma que põe ênfase no controle social e na justiça criminal. 
 
 
18 Op. Cit. 
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3. É incoerente negar um determinismo defendido pela Criminologia Científica e, ao 
mesmo tempo, postular uma explicação totalmente determinista baseada em um único 
fator explicativo: o pertencimento do delinquente e determinada classe social; 
4. Utiliza metodologia cega e seletiva; 
5. Não basta alegar o caráter discriminatório do sistema de justiça, é necessária uma 
investigação empírica que a prove ou a refute; 
6. A previsão de que as sociedades solícitas teriam como consequência a abolição do 
sistema penal e a erradicação da delinquência não estão devidamente demonstradas na 
prática; 
7. Provocou um estancamento de propostas político-criminais progressistas distintas e 
alternativas à pura repressão penal. 
 
Finalmente, cumpre esclarecer que a doutrina considera as críticas de Aebi um tanto quanto exageradas e, 
inclusive, citam o modelo Brasileiro para contradizê-la. A Criminologia Crítica, ainda que taxada de 
intensamente desconstrutiva e, por isso mesmo, pouco propositiva, não lhe pode ser sacado o mérito de 
advertir o criminólogo sobre a importância de observar com muito cuidado o seletivo funcionamento do 
sistema penal. Em solo brasileiro, por exemplo, uma simples mirada nas cifras fornecidas pelo 
Departamento Nacional de Política Penal e Penitenciária indica que as engrenagens do sistema penal 
funcionam com “maior eficiência” no setor mais marginalizado da sociedade. Isso significa que, ao menos 
em plano hipotético, que a Criminologia crítica pode ter alguma razão em suas conclusões, mas nada além 
disso, é dizer, o ponto de chegada – seletividade penal – está correto, mas os caminhos que a conduzem a 
esta conclusão, não. Talvez em razão de todas as duras críticas dirigidas à Criminologia Crítica, tem-se 
afirmado que ela teve muitos filhos, mas agora, estão todos órfãos19. 
 
 
3.2.2 – Teoria do minimalismo Penal 
Minimalismo Penal ou Direito Penal Mínimo é considerado uma das 03 principais vertentes da 
Criminologia Crítica. Para se ter noção de tamanha importância, é o seu movimento ideológico que atribui 
ao Direito Penal apenas a tutela dos bens jurídicos mais importantes, ou seja, indispensável ao convívio 
social. 
 
 
19 Op. Cit. p. 338 
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Paulo Queiroz20 nos ensina que a corrente minimalista pode ser dividida em 02 vertentes, quais sejam: 
 
1. MINIMALISMO RADICAL; 
2. MINIMALISMO MODERADO. 
 
 
 
MINIMALISMO RADICAL21 MINIMALISMO MODERADO22 
As ideias se assemelham em muitos pontos ao 
abolicionismo, e que admite a intervenção 
somente em situações excepcionais. 
Índole garantista, o qual atribui ao Direito Penal 
apenas a tutela de bens jurídicos relevantes, ou 
seja, indispensáveis ao convívio social. Esta última 
vertente pauta-se no princípio da intervenção 
mínima, do qual decorre seus corolários: 
subsidiariedade, fragmentariedade e ofensividade. 
 
Nas palavras de Christiano Gonzaga: “Forte no princípio da intervenção mínima, em que o Direito Penal 
deve ser utilizado apenas como ultima ratio, a ideia de combate ao crime deve ser feita apenas em casos 
extremos, como nos crimes de homicídios, roubos, tráficos e outros que são praticados com violência ou 
grave ameaça à pessoa”. 
 
 
 
20 QUEIROZ, Paulo. Direito Penal: Parte Geral. Rio de Janeiro: Editora Lumem Juris, 2008. p.97. 
21 FONTES, Eduardo & HOFFAMANN Henrique. Criminologia. 1ª. Edição. 2ª. tir.:ago/2018. Salvador: 
Editora JusPodivm, 2018. p. 160. 
22 Op. cit., 
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3.2.3 – Realismo de Esquerda – Neorrealismo 
Essa corrente se opõe à política criminal de Direito segundo a qual se exige a repressão imediata mesmo 
das infrações mais simples como forma de manter a ordem e a coerção máxima e urgente a qualquer 
deleito. 
O realismo de esquerda, ao contrário, prega que a Criminologia regresse à investigação 
completa das causas e circunstâncias do delito. Assim, seria possível denunciar os padrões de 
injustiça social como pobreza decorrente do sistema capitalista, além de outros fatores como 
expectativa superdimensionada, individualismo exagerado, competitividade, etc.23 
 
 
3.2.4 – Abolicionismo 
A doutrina24 classifica o abolicionismo como uma das principais vertentes da Criminologia Crítica. 
O abolicionismo defende um niilismo penal, e considera nocivos os instrumentos de repressão 
a criminalidade, a exemplo, o Direito Penal, o Processo Penal, devendo, por isso, ser 
definitivamente abolido25. 
Nesse sentido, diz-se que o sistema punitivo deve ser abolido por inúmeros motivos: 
✓ Porque o sistema penal como um todo é alheio à valores sociais; 
✓ Porque o sistema penal como um todo irracional 
✓ Porque o sistema penal como um todo é seletivo 
✓ Porque o sistema penal como um todo é estigmatizante; 
✓ Porque o sistema penal como um todo é marginalizador 
✓ Porque o sistema penal como um todo forma delinquentes 
 
 
 
23 Op. Cit.,p.155. 
24 LIMA JÚNIOR, José César Naves de. Criminologia. Salvador: Juspodivm 
25 FONTES, Eduardo & HOFFAMANN Henrique. Op. Cit.,p.153. 
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==1bd1c7==
 
 
 
Não é demais ressaltar que, a teoria do abolicionismo é completamente incompatível com a Carta 
Constitucional. 
 
4 – OUTROS MODELOS TEÓRICOS 
Guerreiro, 
Falamos no decorrer de nossas aulas em nosso estudo, que prevalecem as explicações etiológicas (causa), 
como resposta ao fenômeno criminal, no entanto, há outras vertentes intermediárias que foram surgindo 
ao longo dos anos, algumas que até mesmo negam qualquer possibilidade explicativa. 
Dissemos que, como Ciência, a Criminologia contou com colaborações teóricas de ordem sociológica e, 
como demonstramos, este modelo apresentado sofre uma bifurcação fazendo com que surja um modelo 
consensual e um modelo de conflito. 
Superado estes modelos teóricos, sabemos que não se pode falar em um único modelo criminológico, que 
além do modelo sociológico a doutrina destaca: Modelo teórico de Biologia criminal; Modelo teórico de 
Psicologia criminal. 
Por isso, seguindo em nosso estudo, veremos agora, esses outros modelos teóricos, sendo que, nem todas, 
serão classificá-las como biológicas, sociológicas ou psicológicas. Primeiro porque há uma ausência 
doutrinária em classificá-las assim, segundo, pela imensa divergência doutrinária que paira sobre tema e 
que não tende a ser objeto de prova. Como será visto, com a quantidade de teorias que surgem, alguns 
modelos chegam a adotar uma tese dupla psicológica, biológica, outras surgem apenas para criticar, sendo, 
portanto, impossível estabelecer uma classificação exata. 
 
 
4.1 – TEORIA BEHAVIORISTA 
Esta teoria está vinculada a uma área da psicologia denominada behaviorismo, que por sua vez, trata do 
comportamento humano26. 
 
 
26 FONTES, Eduardo & HOFFAMANN Henrique. Op. Cit.,p.145 
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O behaviorismo pode ser considerado uma corrente que se posiciona contrariamente ao estudo 
da Psicologia baseado em questões filosóficas, transcendentais ou introspectivas. Em virtude 
disso, direciona seus estudos ao comportamento objetivos, captados por meio da observação. 
O behaviorismo se preocupa com o estudo das interações entre o sujeito, o ambiente e suas 
ações, isto é, o seu comportamento corresponde a uma resposta causa que o levaram a pratica 
do crime27. 
A doutrina divide a Teoria Behaviorista em: Behaviorista Clássico e Behaviorista Metodológico e 
Behaviorista Radical. 
 
4.1.1 - Behaviorista Clássico 
Tem por referência os estudos de Ivan Pavlov, que desenvolveu o meio de condicionamento clássico 
através de um trabalho com estímulos e respostas, através de experiências para o condicionamento, de 
cães. Para clássicos, o comportamento é sempre uma resposta a determinado estimulo28. 
 
4.1.2 - Behaviorista Metodológico 
O expoente é John Watson, e este sugere uma oposição à introspecção e ao mentalismo, de modo que, 
sem dar grande importância aos processos internos do indivíduo, utilizava a observação das manifestações 
comportamentais, a fim de prever e controlar o comportamento29. 
 
4.1.3 - Behaviorista Radical 
Liderado por Burrhus Skinner, que publicou em 1953, o livro Science and Human Behavior. 
 
 
27 Op. Cit 
28 Op. Cit 
29 Op. Cit, p.146 
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O Behaviorismo radical nega absolutamente a existência de algo que escape ao mundo físico, que não 
possua existência de algo que escape ao mundo físico, que não possua existência identificável no tempo e 
no espaço, enquanto aceita integralmente todos os fenômenos comportamentais30. 
 
4.1.4 – Teoria dos instintos 
Trata-se de uma teoria de origem freudiana, conhecida pelo sentimento de culpa. 
De acordo com a tese, mesmo que o instinto delituoso seja reprimido pelo superego, ele não é destruído, 
por isso, continua latente do subconsciente do indivíduo. Nesse sentido, é possível dizer que em sua órbita 
gravitam o sentimento de culpa, bem como, a vontade de confessar. 
O ciclo jamais se encerra, pois, é só com a prática do comportamento criminoso que se supera o 
sentimento de culpa e, assim, realiza sua tendência à confissão. 
 
4.2 – TEORIA DO DELITO COMO ELEIÇÃO 
Originou-se na Escola Clássica e tinha como fundamento o reconhecimento do livre arbítrio do homem. 
Atualmente, fala-se em teoria do delito como eleição racional, ideia difundida por James Wilson, e Richard 
Herrnstein na obra Crime e Natureza Humana, bem como por Donald Clarke e Derek Cornish, segundo os 
quais a infração penal é furto de uma decisão racional. 
Os que são adeptos a esta teoria, a fundamentam a partir da seguinte concepção: 
 
O agente elege se vai praticar o crime ou não. Ou seja, antes de levar a cabo seus intentos 
criminosos, o indivíduo, que possui pleno domínio de suas faculdades mentais, realiza um 
cálculo mental, sopesando as chances de obter com a prática delituosa e a probabilidade de ser 
castigado por sua conduta31. 
 
 
30 Op. Cit. 
31 FONTES, Eduardo & HOFFAMANN Henrique. Op. Cit.,p. 129. 
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É diante desse panorama, que a pena vai desempenhar a funções preventivas, sejam elas gerais ou 
especiais. 
De forma resumida, temos que: 
 
A função de prevenção GERAL: o próprio nome nos dá uma ideia intuitiva, é a função em relação a TODA a 
sociedade. Enquanto isso, a função especial, é direcionada ao próprio delinquente, tornando-se um 
influente instrumento de dissuasão daqueles que cogitam cometer alguma infração penal, pois reafirma o 
Estado não tolera o crime, e demonstra que a punição é certa e inevitável32. 
Nas palavras de Beccaria, o castigo tem por finalidade impedir o culpado de ser nocivo futuramente à 
sociedade e desviar seus concidadãos da cena do crime33. 
 
4.3 – TEORIA DOS VÍNCULOS SOCIAIS 
Formulada por Travis Hirschi, um sociólogo americano, a teoria dos vínculos sociais foi considerada uma 
das mais importantes da Criminologia moderna34. 
 
 
32 Op. Cit. 
33 Op. Cit. 
Prevenção da Pena 
Geral 
Positiva 
Tem função 
integradora. A 
sociedade gosta de 
segurança. 
Negativa 
Tem função 
exemplificadora. 
eona serve de ex.
Especial
Positiva 
Tem função 
ressocializadora.
Negativa 
Tem função 
preventiva. P/ 
impedir que cometa 
mais crime, prende.
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Para Travis, autor da teoria: 
O fator responsável por evitar que um indivíduo siga o caminho do crime é justamente a ligação 
que o mantém com a sociedade em que está inserido. 
Note que se trata de uma datação a teoria da neutralização de Matza e Sykes (criminoso tem mais chances 
de delinquir na medida em que sua crença nas normas sociais diminui). 
A partir da teoria dos vínculos sociais, são 04 os elementos35 sociais que formam o elo indivíduo e 
sociedade: 
 Relacionamento e ligação do indivíduo com outras pessoas; esse elemento se manifesta 
através do cuidado com as demais pessoas, respeito pela opinião alheia. 
 Compromisso com os modos convencionais de agir; 
 Envolvimento: tempo despendido em atividades convencionais; 
 Crença na ordem social legítima: ou seja, o indivíduo precisa acreditar, mediante 
atribuição de valor moral, nas convenções e regras que regem a vida em sociedade. 
 
Nas palavras de Rogério Greco36, essa teoria está ligada com a afetividade, por isso, para ela, a 
probabilidade de um jovem se envolver em ilícitos penais diminuirá gradativamente na medida em que 
mantiver boa relação, seja com amigos, pais, igrejas e até mesmo escolas. 
 
Guerreiro, 
Nós finalizamos as teorias sociológicas em especial, as do conflito. Passaremos agora ao estudo de outros 
modelos teóricos. 
 
 
34 GRECO, Rogério. Direito Penal do Equilíbrio: uma visão minimalista do Direito Penal. Niteroi, Rj: 
Impetus, 2009. p.39. 
35 FONTES, Eduardo & HOFFAMANN Henrique. Op. Cit., p. 133 
 
36 GRECO, Rogério. Op. Cit. 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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RESUMO 
 
Dentro da moldura sociológica, é possível extrair duas espécies. Vejamos: 
 
 
Essa dicotomia é formada a partir das perguntas que vão surgindo sobre o significado dos valores sociais e 
o papel que eles influenciam na sociedade. 
 
▪ TEORIAS DO CONSENSO 
As teorias do consenso ou funcionalistas ou de interação 
como prefere chamar alguns doutrinadores, pertence a 
uma Criminologia tradicional. 
A perspectiva adotada por esta corrente parte da 
“Existência de uma constelação de valores fundamentais, 
comuns a todos os membros da sociedade, em que a ordem 
social se baseia e por cuja promoção se orienta” (Eduado 
Viana, Criminologia 2018, pg. 2010). 
São esses valores que definem a identidade do sistema e asseguram, em última instância, uma coesão 
social. É que, entende-se que a sociedade é concebida em termos de se excluir a hipótese de conflito 
estruturalmente

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