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Aula 8 - A Revolução Inglesa

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Introdução
História moderna: da formação do sist. Internac.
Aula 8: A Revolução Inglesa
Apresentação
Nesta aula, veremos o processo revolucionário inglês e a breve experiência republicana de Cromwell. Estudaremos a
reforma politica da Inglaterra e a formação do regime monárquico parlamentar, mantido até os dias atuais.
Objetivo
Avaliar a crise do modelo de Estado inglês que levaria à revolução do século XVI;
Distinguir entre as diversas fases da Revolução Inglesa;
Reconhecer a importância do processo revolucionário para o estabelecimento da Inglaterra Contemporânea.
Conforme vimos nas aulas anteriores, a característica
formadora da Idade moderna, no campo da política, foi a
centralização de poder dando origem aos estados
nacionais europeus.
Essa centralização só foi possível graças à aliança entre o
rei e a burguesia, na qual essa classe apoiaria o monarca
em troca do desenvolvimento comercial de que os
burgueses necessitavam para se desenvolver. Isso
acabaria por atingir os Estados absolutistas, que
conferiam todo o poder decisório nas mãos do monarca.
Mas, conforme a classe burguesa se estruturava, o
absolutismo tornou-se um empecilho ao pleno
desenvolvimento comercial.
Se, no século XV, vimos a consolidação desses Estados,
dois séculos depois o que temos é uma crise do modelo
absolutista e da sociedade do antigo regime. Uma série
de fatores agregados acabaria por terminar com o poder
absoluto dos reis, proporcionando o nascimento do
Estado contemporâneo.
Um destes fatores foram as ideias iluministas, que
estudamos nas aulas anteriores. A concepção de estado,
a divisão de poderes e os princípios de cidadania e
participação política, defendido pelos iluministas iam de
encontro aos interesses da classe burguesa. Na
Inglaterra, teremos no século XVII, a primeira das
revoluções burguesas.
 Jean Rousseau (1712-1778): Foi um dos princiais iluministase propôs que o
homem nasce bom, mas o meio socia o corrompe. Sua obramais importante é O
Contrato Social. (Fonte: Wikipedia)
Cenário europeu no século XVII
Quando falamos em revolução burguesa pensamos, quase de imediato, na Revolução Francesa.
Isso acontece tanto devido ao absolutismo francês ter se tornado praticamente um modelo desse tipo de Estado, quanto
ao fato das ideias iluministas terem sido aplicadas em diversas fases dessa revolução.
Mas a França não foi a primeira a passar por esse processo. Ele
ocorre antes na Inglaterra.
Sobre a conjuntura europeia do século XVII, vejamos o que nos diz o historiador Christopher Hill.
“Durante este período, a Alemanha e a Itália não conseguiram consolidar
Estados nacionais baseados em um único mercado nacional, e �caram para
trás na corrida. O mesmo sucedeu com a Espanha, onde o poder dos
interesses agrários e da Igreja se contrapôs ao ímpeto inicial que a conquista
da América do Sul parecia ter desencadeado. 
 
Na França, após uma série de convulsões na primeira metade do século, a
unidade nacional foi assegurada pela monarquia, com aquiescência das
classes comerciais, que aceitaram uma posição de reconhecimento, apesar de
subordinada, na estrutura de poder do país. 
 
Apenas na Inglaterra ocorreu uma ruptura decisiva no século XVII, a qual
assegurou que, daí por diante, os governos haviam de conferir grande peso a
decisões de natureza comercial. As decisões tomadas durante este século
possibilitaram a Inglaterra tornar-se a primeira grande potência imperialista
industrializada, e garantira que ela fosse governada por uma assembleia
representativa.”
HILL
De fato, foi a Revolução Inglesa que criou as condições favoráveis para que no século seguinte a Inglaterra �zesse a
Revolução Industrial que alteraria todo o sistema produtivo e se alastraria pelo mundo, alterando para sempre não só as
relações de produção, mas também as condições sociais com o nascimento de uma nova classe: a operária.
Durante muito tempo, os livros didáticos e o conhecimento produzido pelos historiadores convencionou referir-se a este
período como revoluções inglesas .
Isso acontecia porque este processo passou por 3 fases distintas: A Revolução Puritana, a República de Cromwell e a
Revolução Gloriosa.
1
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon173/aula8.html
Dinastia Tudor
Quando falamos anteriormente, sobre o absolutismo inglês, vimos a ascensão da dinastia Tudor ao trono inglês e o
reinado de Henrique VIII que rompeu com a igreja católica e fundou a anglicana, eliminando assim a sua enorme in�uência
nas decisões do Estado.
Muitas terras pertencentes à Igreja passaram a ser propriedade do
Estado, que também con�scou boa parte da riqueza dessa igreja.
Após um breve período de restauração católica, depois da morte de Henrique, quando sua �lha Mary I assume o trono, a
Inglaterra volta a ser protestante, durante o reinado de Elizabeth I. A chamada Era Elisabetana também �cou conhecida
como Era de Ouro, pois a rainha consolidou seu domínio, mas, optou por não se casar, sendo conhecida como a Rainha
Virgem.
Vamos ver mais sobre a Era Elisabetana a seguir.
A opção de não se casar teve muito mais implicações
políticas do que simples escolha pessoal. Sem o
casamento, não era necessário �rmar nenhuma aliança
com o país de origem do futuro marido, não resultando,
portanto, na divisão do poder.
Ao ser conhecida como Rainha Virgem, Elizabeth pode
identi�car sua imagem com a da Virgem Maria, �gura
religiosa importante tanto para os católicos quanto para
os anglicanos, o que ajudou a pôr �m nas guerras de
religião que assolaram o reino durante o governo de sua
irmã, Mary I. Essa estratégia permitiu que a rainha
consolidasse seu poder e uni�casse de�nitivamente seu
reino.
 Rainha Virgem, Elizabeth. (Fonte: Wikipedia)
Mas essa escolha teve um preço. Não se casando, a rainha não deixou
herdeiros e encerrou consigo a dinastia Tudor. Após sua morte, em 1603,
sobe ao trono o Rei Jaime I, rei da Escócia e da Irlanda e descendente de
Henrique VIII.  
 Cercamento dos campos. (Fonte: https://clionainternet.wordpress.com/tag/cercamento-dos-campos/)
A economia inglesa
Embora a economia mercantil tenha se destacado na Inglaterra moderna, sendo estimulada através das práticas
mercantilistas adotadas pelo coroa, a economia agrária ainda guardava resquícios do período feudal.
A política inglesa
Com o desenvolvimento do comércio, a gentry e os yeomen passaram a cercar suas terras e dedicá-las à
pastagem, especialmente de ovelhas, interessados no lucrativo comércio de lãs, que abasteceria as tecelagens inglesas.
Esse processo, conhecido com enclousure ou cercamento dos campos, expulsou os camponeses de suas terras,
causando um êxodo rural e provocando o inchaço das cidades e a insatisfação da população. Isso ocorre, sobretudo,
devido à necessidade de matéria-prima para abastecer a indústria e podemos considerar esse um passo importante para
a Revolução Industrial que ocorreria no século XVIII.
2 3
A migração do campo para a cidade permitiu a existência de um exército de mão de obra que trabalharia nas indústrias,
formando a classe operária. Os enclousures ocorrem no século XVII e se intensi�cam no XVIII.
Por outro lado, além de perderem suas terras, os camponeses eram obrigados a viver nas cidades que não estavam
preparadas para recebê-los.
Assim, há o aumento do desemprego, seguido de miséria e fome, o que
acabaria por caracterizar as péssimas condições de vida a qual os
operários seriam submetidos durante a Revolução Industrial.
Quando a Rainha Elizabeth I morre, em 1603 e Jaime I é
coroado rei, a Inglaterra já era uma monarquia que
contava com um parlamento.
Esse sistema vigorava desde 1215, com a assinatura da
Carta Magna pelo Rei João Sem Terra .
De acordo com a Carta Magna, o rei não podia, por
exemplo, criar nenhum imposto sem a anuência das
câmaras, mas não estava disposto a respeitar as
vontades do parlamento. Ele tinha claras aspirações
absolutistas e acreditava na centralização de poder nas
mãos do rei como forma de governar mais livremente.
Para isso, valia-se das teorias absolutistas,como a de
direito divino, para justi�car suas aspirações.
Ademais, a Escócia e a Irlanda, não haviam adotado o
anglicanismo, enquanto a Inglaterra havia consolidado o
protestantismo no reinado anterior.
4
 O rei João Sem Terra assinando a Carta Magna. (Fonte: Wikiedia)
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon173/aula8.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon173/aula8.html
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 A Guerra dos Trinta Anos colocou católicos e protestantes em confronto direto.
Jaime I
As disputas religiosas que Elizabeth conseguira manobrar voltavam a rondar o
trono de Jaime I.
Durante seu reinado, a Inglaterra envolveu-se em diversos con�itos pela Europa,
como a guerra dos Trinta Anos. Internamente, as disputas entre católicos e
protestantes provocaram uma fuga em direção as colônias da América. As
�nanças do reino iam de mal a pior e, em virtude da crise econômica, o rei foi
obrigado a convocar o parlamento, depois de 7 anos sem fazê-lo.
Mas a relação entre o monarca e as câmaras era de franca hostilidade. Os representantes do povo queriam a todo custo
limitar o poder real e Jaime I insistia em governar despoticamente.
Em 1625, quando ele morre, sobe ao trono seu �lho, Carlos I, e se depara com uma Inglaterra ingovernável.
 Carlos I. (Fonte: Wikipedia)
Carlos I
Por conta das guerras em que estava envolvido, o novo rei foi obrigado a
convocar o parlamento, o que aconteceu em 1628. Valendo-se da fragilidade do
rei, o parlamento fez uma série de exigências em troca de seu apoio, como o
controle da política �nanceira e do exército.
Carlos I entendeu a atitude parlamentar como uma afronta ao poder real e o
dissolveu, governando sem o parlamento e com o apoio da chamada Câmara
Estrelada .
Para tentar sanear a economia, passou a cobrar diversos impostos, em um
claro desrespeito à Carta Magna. Havia também a questão do rei governar
tanto a Escócia quanto a Inglaterra, que tinham interesses claramente distintos.
Para tentar forjar uma uni�cação de seu reino, Carlos I tentou impor à Escócia
católica a religião anglicana inglesa, provocando a fúria dos escoceses que se
rebelaram e invadiram a Inglaterra.
5
Diante dessa situação, foi obrigado a convocar novamente o parlamento em abril de 1640. Mas os parlamentares estavam
menos preocupados com os escoceses católicos e mais dispostos a frear as iniciativas absolutistas do rei e limitar
de�nitivamente seu poder.
Com essa atitude parlamentar, o rei o dissolveu novamente, no mês seguinte a sua convocação e por sua breve duração
esse período �cou conhecido como “parlamento curto”.  
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Sem ter apoio, logo, sem ter como governar, o rei voltou atrás e, em novembro, convoca novamente o parlamento. Mas
desta vez, os parlamentares não estavam dispostos a deixar que o rei dissolvesse a assembleia. Foi estabelecido o ato
trienal, segundo o qual o parlamento seria convocado com ou sem o consentimento do monarca a cada 3 anos.
Se as negociações não foram à frente no “parlamento curto”, o mesmo correu nesta nova convocação. O rei foi obrigado a
fazer diversas concessões e as negociações se arrastavam.
 Guerra Civil Inglesa. (Fonte: Wikipedia)
A guerra civil inglesa
Embora a guerra civil de fato tenha ocorrido em 1642, podemos localizar seu início em 1640, quando as tensões entre rei e
parlamento tornaram-se insustentáveis.
A impossibilidade de se conciliar não só os interesses �nanceiros do território governado por Carlos I, mas também a
questão religiosa permitiriam que, em 1641, a Irlanda se rebelasse contra do domínio inglês.
O rei solicitou ao parlamento a atuação do exército, para lutar contra os irlandeses e sufocar a rebelião. Mas o parlamento
temia que, uma vez de posse de um exército, o rei o utilizasse em causa própria e se voltasse contra os próprios
parlamentares. Estava criado o impasse que levaria à luta armada em 1642.
 Revolução Puritana (Fonte: https://www.infoescola.com/historia/revolucao-
puritana/).
O surgimento de um novo líder
O embate entre as forças do parlamento e os apoiadores do rei �cou conhecido
como Revolução Puritana e trouxe grandes prejuízos para seus negócios. O
monarca era apoiado por alguns membros da nobreza e por uma parte da
burguesia �nanceira, que temia uma guerra civil.
Embora tenha conseguido reunir forças que somavam alguns milhares de
soldados, Carlos I não conseguiu derrotar as forças parlamentares e foi
obrigado a fugir para Oxford. O con�ito durou 3 anos e, em 1645, o rei foi
�nalmente derrotado na Batalha de Naseby.
Diante da derrota, Carlos I fugiu para a Escócia, onde se julgava seguro. Mas
estava enganado. O parlamento escocês tampouco tinha grande apreço com o
rei e não criou grandes di�culdades em prendê-lo e devolvê-lo para a Inglaterra,
onde foi decapitado em 1649.
A guerra civil também criara uma cisão dentro do exército
parlamentar inglês: a emergência de um novo grupo, os
levellers , formado por pequenos proprietários rurais
que defendiam a igualdade politica e o sufrágio universal,
propostas muito avançadas para a época.
Por outro lado, os camponeses formavam os diggers
, eles desejavam reformas além do mundo da política,
mas também na economia, em especial, no tocante à
posse das terras.
Nas batalhas, destacou-se como líder Oliver Cromwell
.
6
7
8
 Oliver Cromwell: um dos principais líderes da guerracivilque derrubou o poder
monárquico ingles. (Fonte: Wikipedia)
A mudança proposta no exército parlamentar por
Cromwell foi simples e brilhante.  
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Sob seu comando, estava estabelecida a meritocracia.
Embora pareça algo quase ingênuo aos nossos olhos
contemporâneos, essa foi uma mudança de enormes
proporções e implicações ainda mais profundas.
Em primeiro lugar, diminuía drasticamente a diferença de
classes dentro do exército. À medida que existia uma
possibilidade de ascensão pro�ssional e,
consequentemente, ascensão social, a carreira militar
tornou-se bastante atraente para as classes operárias e,
por �m, Cromwell conseguiu de seus soldados nada
menos que devoção e apoio incondicional.
Com o suporte do exército e a eliminação do rei, o caminho óbvio
para o parlamento era indicar Cromwell como seu líder. Ele assume
o poder em 1649 e governaria até sua morte, em 1658.
As contradições no período Cromwell
O governo de Cromwell foi nada menos do que controverso, bem como ele próprio.
Assim como outras �guras importantes da historiogra�a, as interpretações sobre ele variam desde herói, salvador da
Inglaterra e gênio militar até vilão, tirano e ditador.
Entre 1649 e 1653, embora ainda houvesse um parlamento que por direito deteria o poder executivo, todas as decisões de
fato estavam centralizadas nas mãos de Cromwell.
Essa fase ganhou o nome de República de Cromwell, pois o líder do Estado não era um monarca e, na prática, a
monarquia estava abolida, mas a nobreza permanecia.
Como uma de suas primeiras medidas para acabar com as cisões entre os parlamentares, mandou executar os líderes
dos grupos radicais que antes o haviam apoiado, como os levellers e os diggers.
Sua política externa foi extremamente agressiva. O maior rival da
Inglaterra, no comércio ultramarino, era a Holanda.
O estabelecimento de uma potência
Para diminuir o poderio holandês nos mares e garantir o predomínio inglês, em 1651, é publicado o chamado Ato de
Navegação. Segundo esse ato, qualquer mercadoria que chegasse aos portos ingleses deveria ser transportada em navios
de bandeira inglesa.
Em 1652, foi estendido que o capitão e 3/4 da tripulação também deveriam ser compostos por ingleses. A medida foi um
baque na economia holandesa.
Para entendermos sua extensão, basta lembrarmos que grande parte da mercadoria vinda das colônias, seja inglesa ou
não, deveria vir nestes navios.
A frota inglesa passou a dominar os comércios americanos,asiático e europeu o que, obviamente, deixou a Holanda
extremamente insatisfeita, resultando na chamada Guerra Anglo-holandesa.
Ainda que os demais países da Europa também fossem prejudicados pelos atos de navegação, não possuíam forças
su�cientes para fazer frente à poderosa armada inglesa, por isso, somente a Holanda, prejudicada diretamente pelo ato,
iniciou uma guerra entre 1652 e 1654.
Foi em vão e ela saiu derrotada, o que acabou con�rmando a supremacia
inglesa no domínio dos mares.
Os atos de navegação transformaram a Inglaterra em
uma potência de�nitiva, tanto comercial quanto
�nanceiramente.
A burguesia acumulou um enorme capital que, no século
XVIII, seria investido na industrialização, sendo um dos
fatores responsáveis pelo pioneirismo inglês na
Revolução Industrial.
 Commonwealth of England: Brasão de armas da Comunidade da Inglaterra, 1649
– 1660. (Fonte: Wikipedia)
Sob gestão de Cromwell, os cercamentos dos campos se intensi�caram.
Para diminuir as disputas agrárias, as terras dos partidários do antigo rei
fora con�scadas e vendidas aos produtores rurais.
O domínio inglês sobre a Escócia e a Irlanda foi consolidado sendo estabelecida a Commonwealth .9
Lorde Protetor
Cromwell reprimiu
impiedosamente tanto as
rebeliões quanto a oposição ao
seu governo. Pode ser
considerado um salvador para
os ingleses tendo recebido, na
época, o título de Lorde
Protetor, contudo, o mesmo não
se pode dizer em relação à
Irlanda, onde a perseguição aos
católicos gerou verdadeiros
massacres.
Sua gestão foi rígida e
intolerante, não permitindo a
existência de qualquer tipo de
oposição e expandindo os
princípios puritanos a todo
custo. Em 1653, o parlamento
foi dissolvido, eliminando o
último entrave ao poder
absoluto que ele de fato
exerceu.

Poder
Embora Cromwell não fosse rei,
seus poderes eram amplos e
possivelmente maiores do que
os de alguns monarcas
permitindo, inclusive, que
indicasse seu sucessor.
O escolhido foi seu �lho,
Ricardo. Mas o �lho não tinha a
mesma habilidade política do
pai nem era, como ele, amado
pelo exército.
Ricardo governou por menos de
1 ano e, em 1660, um novo
parlamento foi eleito, buscando
substituir Ricardo Cromwell do
poder e restaurar a monarquia.

Estratégia
Devemos entender esta medida
como estratégica e não como
um retrocesso ao regime
anterior, que havia sido
de�nitivamente sepultado pela
Revolução Puritana.
A monarquia que se pretendia
restaurar obedeceria agora às
vontades do parlamento, sendo
a ele submetido, o que gerou a
famosa expressão para de�nir
o poder do monarca inglês: “O
rei reina, mas não governa”.
O novo sistema monárquico inglês
A assinatura da Declaração de Direitos, em 1689, criou o sistema de monarquia parlamentar inglesa que conhecemos
hoje.
A atual rainha, Elizabeth II, embora reine, não governa de fato, cabendo este papel ao primeiro ministro e ao parlamento
inglês.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon173/aula8.html
 Rainha Eizabeth II. (Fonte: Wikipedia)  Palácio de Westminster, também conhecido como Casa do Parlamento (Fonte:
Wikipedia)
A Declaração de Direitos consolidou inquestionavelmente
os poderes do parlamento.
O controle das �nanças por parte das câmaras
possibilitou o desenvolvimento comercial, já grandemente
favorecido pelas políticas adotadas por Cromwell e pelos
atos de navegação.
A Inglaterra emergiu da Revolução Inglesa como um país
pronto para implantar e fortalecer o sistema capitalista e
com as condições propícias para que realizasse a
Revolução Industrial do século XVIII.
 Revolução Industrial.
Notas
Revoluções inglesas 1
Com o avanço dos estudos e pesquisas sobre o tema, percebemos que entender esse momento como três revoluções
diferentes não fazia sentido, já que cada uma dessas fases está interligada e faz parte de um todo maior, cujo resultado �nal foi
a reestruturação do Estado inglês.
Dessa forma, o termo no plural caiu em desuso e as mudanças ocorridas no século XVII são consideradas como uma única
revolução.
Gentry 2
Camada da nobreza que partihava dos interesses burgueses.
Yeomen 3
Pequenos e médios proprietários rurais.
Carta Magna pelo Rei João Sem Terra 4
Garantia os direitos inelegíveis dos nobres e limitava o poder real, mas permitia que o rei convocasse o parlamento de acordo
com sua vontade ou quando as circunstâncias o exigisse.
Câmara Estrelada 5
Um tribunal formado por nobres de con�ança e que consistia em um Conselho Real Privado.
Levellers 6
Niveladores.
Diggers 7
Conhecidos como verdadeiros niveladores.
Oliver Cromwell 8
Era de uma família de origem nobre, mas que não detinha muitas posses, tendo sido eleito pelo parlamento em 1640.
Comandou o exército parlamentar com enorme sucesso, sobretudo pelo novo modelo implantado, o “new model army”.
Tradicionalmente, o acesso às patentes de o�ciais estava destinado aos nobres.
Dessa forma, um soldado oriundo das classes populares só poderia ascender até determinado ponto o que fazia com que a
carreira militar não fosse interessante para as pessoas mais pobres que, de fato, constituíam o maior número de membros do
exército.
Um nobre jamais ingressaria no exército como soldado e, independente de suas habilidades, teria garantido o título de o�cial.
 
Commonwealth 9
Grupo de Estados governado por um só líder.
 
Referências
JANCSO, Istvan. A construção dos estados nacionais na América Latina: apontamentos para o estudo do império como projeto.
In: SZMRECSANYI, Tamás e LAPA, José Roberto do Amaral (orgs.) História econômica da Independência e do império. São
Paulo: HUcitec/Edusp, 2002. p. 14.
SOARES, Márcia Miranda de. Federação, democracia e instituições políticas. In: Lua Nova: revista de Cultura e Política. São
Paulo, 1988. n. 44. p. 139
Próxima aula
A crise do absolutismo na França;
A in�uência das ideias iluministas no processo revolucionário francês;
As diversas fases da Revolução Francesa.
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