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Caderno de Atividades de Educacao para Sustentabilidade

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CADERNO DE 
ATIVIDADES DE
EDUCAÇÃO PARA 
SUSTENTABILIDADE
CADERNO DE 
ATIVIDADES DE
EDUCAÇÃO PARA 
SUSTENTABILIDADE
Caderno de atividades de Educação para Sustentabilidade / editor Taísa Cecília de Lima Caires 
São Bernardo do Campo, SP: Fundação Espaço ECO, 2019.
 
Vários autores
Bibliografia
ISBN 978-65-901955-0-0
 
Sustentabilidade 2. Meio Ambiente 3. Cidades Sustentáveis I. Taísa Cecília de Lima Caires
 
CDD -333.72
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 3
ÍNDICE
PARTE 1 - REPARAÇÃO DO AMBIENTE DE APRENDIZAGEM
COMO SER UM EDUCADOR EFICIENTE 8
PARTE 2 - SUSTENTABILIDADE
2.1 - AFINAL DE CONTAS, O QUE É SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO SUS-
TENTÁVEL? 17
2.2 - PENSAMENTO SISTÊMICO A PARTIR DA AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA 23
2.3 - COMO INSERIR A SUSTENTABILIDADE NO DIA A DIA? 27
2.4 - OS DESAFIOS À NOSSA FRENTE 29
PARTE 3 - MEIO AMBIENTE E OS CICLOS DA VIDA
3.1 - MEIO AMBIENTE: O QUE É ISSO? 31 
3.2 - A FLORESTA, NOSSA MESTRA 35
3.3 - BREVE HISTÓRIA DAS FLORESTAS 37
3.4 - OS CICLOS DA VIDA 41 
3.5 - AS MANIFESTAÇÕES DA VIDA 53
3.6 - ECOSSISTEMAS BRASILEIROS 55
PARTE 4 - CONVIVENDO COM A NATUREZA
4.1 - A FLORESTA E A ESCOLA 77 
4.2 - SOCIEDADES E A NATUREZA 80 
4.3 - CONVIVER COM A NATUREZA 83 
PARTE 5 - VIDA SOBRE A TERRA E CIDADES SUSTENTÁVEIS
5.1 - AS FLORESTAS E OS TEMAS AMBIENTAIS 86 
5.2 - A FLORESTA E A FAUNA 87 
5.3 - A FLORESTA E A ÁGUA 96 
5.4 - A FLORESTA E OS RESÍDUOS 104 
5.5 - A FLORESTA E O CONSUMO 111
5.6 - A FLORESTA E AS FONTES DE ENERGIA (RENOVÁVEIS E NÃO RENOVÁVEIS) 117
5.7 - CIDADES SUSTENTÁVEIS 122
PARTE 6 - USO SUSTENTÁVEL DAS FLORESTAS
E AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
6.1 - A AGRICULTURA E AS FLORESTAS 125 
6.2 - ALTERNATIVAS PARA USO SUSTENTÁVEL DAS FLORESTAS 131
PARTE 7 - ATIVIDADE EXTRA CLASSE 144
PARTE 8 - APÊNDICES 
APÊNDICE 1 - A CARTA DA TERRA 157 
APÊNDICE2 - CARTA DO CHEFE DE SEATTLE 162 
PARTE 9 - MATERIAL DE APOIO
9.1 - JOGOS ODS 166 
9.2 - PLANO DE AULAS SOBRE OS ODS (SUGESTÕES) 169 
9.3 - CIDADES ABANDONADAS (EXEMPLOS) 170 
REFERÊNCIAS 173
Fotos e Ilustrações:
Acervo Fundação Espaço ECO®
Arthur Calasans
Ricardo Dias
Maurício Simonetti
Oziel Ferreira da Rocha
Propósitto
Geodinâmica
Vanessa Leão
Autores:
Helene Marcelle Roberte Menu
Instituto Romã 
Taísa Cecília de Lima Caires
Tiago Egydio Barreto
Edição:
Taísa Cecilia de Lima Caires
Realização:
Fundação Espaço ECO
Projeto Gráfico e diagramação:
ASA Comunicação & Design
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 5
APRESENTAÇÃO
Criada e mantida pela BASF desde 2005, com a qualificação de OSCIP 
(Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), temos a missão 
de promover o desenvolvimento sustentável no ambiente empresarial e 
na sociedade civil, realizando estudos, pesquisas e ações em benefício 
da sociedade. Atuamos como consultoria para sustentabilidade, 
desenvolvendo projetos customizados para organizações medirem 
e compreenderem impactos ambientais, sociais e econômicos de 
seus negócios com base no pensamento de Ciclo de Vida. Além disso 
procuramos estimular a mudança de comportamento a partir da 
construção de valores socioambientais, atitudes voltadas ao uso eficiente 
de recursos e da consciência dos impactos causados por todas as 
atividades humanas.
Em concordância com:
o proposto pela resolução 57/254 da Unesco, que declara que 
a Educação para o Desenvolvimento Sustentável deve empoderar 
cidadãos para agir por mudanças sociais e ambientais positivas, 
implicando em uma ação participativa; (UNESCO, 2015)
a Agenda 21 que salienta a importância do ensino formal e 
informal na promoção do desenvolvimento sustentável, como 
instrumento para aumentar a capacidade do povo para 
abordar questões de meio ambiente e desenvolvimento; (ONU, 1992)
o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 4 sobre Educação 
de Qualidade que estabelece na meta 4.7: “ até 2030, garantir que 
todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias 
para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre 
outros, por meio da educação para o desenvolvimento sustentável e 
estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, 
promoção de uma cultura de paz e não violência, cidadania global e 
valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para 
o desenvolvimento sustentável.”
e ainda, acreditando na importância de se capacitar os profissionais da 
área de educação para inclusão do tema na agenda do ensino formal 
no Brasil, conforme disposto na Política de Educação para o 
Consumo Sustentável (Lei nº 13.186, de 11 de novembro 2015). 
E por acreditar no importante papel dos profissionais da educação na:
...promoção do processo de aprendizagem significativo, despertando 
seus alunos para o prazer de aprender;
...formação cidadãos mais conscientes dos impactos de suas 
escolhas;
...empoderamento da comunidade para ação participativa e busca 
por mudanças locais.
Este caderno de atividades foi desenvolvido para apoiar o profissional 
da educação na inclusão, de forma transversal, dos diversos assuntos 
relacionados ao tema sustentabilidade nas escolas e organizações sociais. 
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 6
Nele apresentamos uma série de conteúdos em sinergia com os Objetivos 
de Desenvolvimento Sustentável (ODS) (veja mais no capítulo xx: 
em https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/) e a agenda 
global para o tema. Organizamos uma série de atividades, com o intuito 
de apoiá-lo na construção de um plano pedagógico que promova a 
aprendizagem significativa e a reflexão sobre os impactos da ação 
humana.
Em nosso site/redes sociais, você também poderá contar com o apoio de 
uma videoaula, gibi educativo para download https://www.espacoeco.
org.br/download/, e sugestões de atividades desenvolvidas por 
educadores de diversos municípios brasileiros.
Uma ótima leitura e bom planejamento de aula.
Fundação Espaço ECO
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 7
PREPARAÇÃO DO 
AMBIENTE DE 
APRENDIZAGEM
PARTE 1
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 8
COMO SER UM EDUCADOR EFICIENTE
Você já reparou que nem sempre é fácil atrair a atenção das crianças
para os assuntos que você deve tratar com elas? Isso pode acontecer 
devido a vários fatores:
a) O ambiente da sala não é agradável
Pode estar muito quente ou muito frio, pode haver muito estímulo 
externo, muito ruído, entre tantos outros. A primeira coisa a ser 
feita é transformar o ambiente da sala em um espaço inclusivo, 
acolhedor e agradável de estar. Não pense que essa é uma tarefa 
à parte: é a pura essência da educação ambiental. Sendo assim, 
a arrumação, a decoração e a organização dos materiais e do lixo 
precisa estar de acordo com o que vocês combinaram. Antes de 
pedir para seus alunos arrumarem a sala, faça o seguinte exercício 
de observação com eles:
Afaste as cadeiras e peça para seus alunos 
caminharem livres pela sala, observando os 
objetos, a limpeza, percebendo a luminosidade, a 
ventilação, as cores. Depois eles terão que fazer 
uma lista com as melhorias que gostariam de ter 
na sala. Neste momento é importante ressaltar que 
as melhorias sugeridas tem que ser executáveis, ou 
seja, que eles próprios sejam capazes de realizar. 
Quando todos tiverem terminado sua lista, 
abra uma roda de conversa e verifique se 
alguma melhoria é possível de implementar 
imediatamente, e elabore com eles um plano de 
ação para atender as sugestões executáveis. 
Provavelmente algumas sugestões não serão 
possíveis, é pertinente conversar sobre elas e 
explicar o porquê.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 9
b) A disposição das cadeiras não está adequada
Observe como as crianças mudam de comportamento de 
acordo com a disposição das cadeiras. Se elas estão enfileiradas, 
como tradicionalmente, as indisciplinas, as distrações e a baixa 
participação se tornam frequentes. Se você as dispuser emcírculo, 
haverá mais participação e menos indisciplina. Antes de pedir aos 
alunos para mudarem a disposição das cadeiras, faça com eles o 
exercício de ouvir sons:
Então, peça-lhes para mudar as cadeiras sem arrastá-las e sem 
fazer barulho. Se eles forem pequenos, oriente-os a formarem 
duplas. Isso faz parte da percepção e do cuidado com o ambiente.
Ouvir os sons da sala, ouvir os sons de fora. Contar 
quantos sons diferentes conseguem ouvir. Com 
isso eles se darão conta do ambiente próximo e do 
expandido e ficarão mais sensíveis em relação aos 
ruídos desagradáveis.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 10
c) Há vários interesses diferentes em jogo e os 
alunos estão dispersos
Hoje em dia, dada à grande circulação de informações, as pessoas 
são, em geral muito dispersas. Os alunos são especialmente 
sensíveis aos inúmeros estímulos de fora. Todo professor deveria, 
antes de começar qualquer aula, reservar alguns minutos para 
ajudar os alunos a tomarem consciência de onde estão e a se 
acalmar. Há inúmeros exercícios para harmonizar a energia do 
grupo e concentrar a atenção. Veja ao lado:
EU GOSTO DE VOCÊ
Os alunos devem fazer um círculo com as cadeiras 
e se sentar, um aluno fica de pé sem cadeira, ou 
seja, haverá uma cadeira a menos. Este aluno 
em pé deve escolher outro aluno, se aproximar 
e dizer a frase: eu gosto de você! A outra pessoa 
pergunta: por quê? E a resposta deve ser baseada 
em alguma característica do corpo humano, por 
exemplo: porque você tem cabelo! Neste momento 
todos os alunos que possuem esta característica 
devem trocar de lugar, aleatoriamente. Depois 
da “correria” uma pessoa vai ficar sem cadeira 
(já que tem uma cadeira a menos), e esta pessoa 
se aproxima de outra e faz a fala novamente. 
Alguns pontos importantes a serem observados 
nesta atividade: é legal explicar para os alunos 
que as características devem ser as mais gerais 
possíveis porque assim um grande número de 
pessoas troca de lugar (alguns exemplos: porque 
você tem nariz, porque você é um ser humano, 
porque você está de tênis, etc); cuidado para não 
enfatizar características que causem algum tipo 
de constrangimento para os alunos; para iniciar 
a atividade é legal que o professor inicie e dê o 
exemplo das características.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 11
QUE ANIMAL SOU EU
Prenda com um pregador de roupa a figura 
de um animal nas costas de um dos alunos 
do grupo. Não deixe que ele veja a figura. 
Peça-lhe que fique de costas para o grupo de 
modo que todos possam ver em que animal 
ele se transformou. Em seguida, ele deve fazer 
perguntas para descobrir sua identidade.
Exemplos de perguntas: Sou um mamífero? 
Vivo no Brasil? Sou aquático? Me alimento de 
pequenos insetos? Os outros alunos só podem 
responder sim, não ou talvez. Quando o aluno 
com a figura do animal nas costas adivinhar, a 
brincadeira pode se repetir com outro aluno. 
Este exercício ajuda a criar um sentimento de 
pertencimento e amainar os ânimos muito 
exaltados.
CORNELL, J. Vivências com a Natureza 1. São Paulo. 
2005. Pg 94.
OBSERVAR A RESPIRAÇÃO
Peça para ficarem de pé e observarem 
a própria respiração durante alguns 
minutos. Este exercício ajuda na calma e 
na percepção das coisas com mais clareza.
MÚSICA
Colocar uma música suave como de sons da 
natureza, para estimular sensações agradáveis 
e de relaxamento. O relaxamento é importante 
e pode harmonizar inclusive aqueles que estão 
sonolentos. Relaxar não é dormir, mas sim 
tranquilizar-se para estimular a mente.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 12
d) O grupo não está harmônico
Para harmonizá-lo você deve também observar a linguagem do 
corpo. O corpo fala de muitas formas. Pelas posturas corporais de 
seus alunos você pode perceber se estão dispostos a ouvi-lo ou 
quais são suas disposições para aquele momento. Eles também 
perceberão se você está bem disposto para ensinar-lhes de acordo 
com as posturas que mostrar.
Se você perceber que sua turma está com muitas disposições 
corporais diferentes, você pode:
ALONGAMENTO
Antes de começar a aula pare para fazer alguns 
exercícios corporais de alongamento, uma roda, ou 
uma dança circular, por exemplo, uma ciranda.
ESPELHO
Peça para os alunos formarem duplas e ficarem um 
de frente para o outro. Eles devem escolher quem é 
o número 1 e quem é o número 2. Para começar, o 
nº 1 deve fazer alguns movimentos corporais e o nº 
2 deve imitá-lo, como se fosse um espelho. Dê um 
tempo para que o nº 1 se movimente e depois troque 
os papéis. Incentive-os a serem criativos nos seus 
movimentos.
Preparar o corpo é preparar a mente. Depois de um desses exercícios 
você terá uma turma mais receptiva para o seu trabalho. O aprendizado 
se dá no cérebro, mas o cérebro está no corpo. Pelo corpo podemos 
despertar o interesse pelo conhecimento, podemos ensinar com prazer e 
criar um ambiente leve, alegre e receptivo.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 13
e) O grupo não está receptivo
Você não deve começar uma aula sem ter certeza de que todos 
os seus alunos estão receptivos e focados no que vão fazer. 
Esteja sempre disposto a prepará-los. Não vai adiantar colocar-se 
em oposição à suas disposições. É mais seguro estar receptivo 
e propor atividades preparatórias. Se elas tomam algum tempo 
da aula, farão com que você ganhe tempo posteriormente se 
eles estiverem concentrados e interessados no que você tem a 
dizer. Estar receptivo aos diferentes humores das turmas e criar 
sempre um ambiente leve e alegre são estratégias que o ajudarão a 
proporcionar um ambiente equilibrado e a dar uma aula eficaz.
Outras considerações importantes:
 • Uma postura hierárquica e autoritária muitas vezes distancia as 
pessoas e cria uma relação que não valoriza a sinceridade e a 
diversidade. Isto faz com que neste tipo de relação as pessoas não 
criem laços afetivos e nenhuma proximidade de sentimentos e/ou 
pensamentos.
 • É comum termos a impressão de que quando falamos de 
nossos sentimentos, quando expomos aos outros o que 
estamos sentindo numa situação, isso nos enfraquece. Muito 
pelo contrário, se você procurar falar abertamente sobre seus 
sentimentos para os seus alunos, por exemplo, quando você 
estiver dando uma aula sobre um assunto que te desperte algo 
em específico como alegria, medo, ressentimento ou entusiasmo, 
seja explícito e observe a reação de seus alunos! Se ao introduzir 
uma matéria nova você contar uma história pessoal sobre o 
assunto, ou então pedir para um dos alunos falar algo que já 
sabe, você dará oportunidade para criar um clima de grupo. Ao 
compartilhar conhecimentos e sentimentos o grupo que fica para 
as crianças é a do clima que foi criado, se relacionarão com aquele 
conteúdo a partir da lembrança da emoção que sentiram naquele 
momento. Não é fácil fazer isso diante dos alunos, mas conforme 
você for conseguindo perceberá que isso deixará vocês mais 
próximos e cúmplices, criando uma relação de confiança, respeito 
e afeto. 
 • Observe o que está acontecendo para então intervir da melhor 
maneira. Reações imediatas e automatizadas causam desconforto 
e inibem a interação.
 • Use simulações que sejam tão próximas da realidade dos alunos 
quanto possíveis. Ex: Demonstre hortas urbanas em um espaço 
urbano; 
 • A informação deve ser relacionada ao mundo conhecido dos 
alunos. Utilize exemplos concretos e específicos. Nunca assuma o 
que é conhecido, confira!
 
 • Conheça a história dos alunos o tanto quanto possível.
 • Combine uma variedade de métodos para a apresentação de 
informações e a partilha de ideias. Exposições, diagramas, filmes, 
exercícios, tempestade de ideias e outras técnicas.
 • Uma coisa é certa: os seus alunos tenderão a se relacionar com o 
conhecimento de forma muito parecida com a própria relação 
que você tem com ele. Você gosta de ensinar? Você gosta 
daquilo que ensina? Você concorda com os conteúdos que tem 
que lecionar? Essas questões talvez você nãoprecise responder 
de imediato, mas são importantes para sua reflexão.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 14
 • A essa altura você deve estar pensando que esse assunto não 
tem nada a ver com a educação ambiental. Pois é justamente o 
contrário: sem cuidar de seu ambiente interno (do que sente ao 
lecionar), do ambiente próximo (a sala de aula e suas relações 
com os alunos) e com o ambiente da escola, dificilmente você 
desenvolverá um programa de educação ambiental eficiente. 
Como você vê, cuidar do meio ambiente está muito mais à mão 
do que se costuma imaginar.
Canário da Terra Verdadeiro (Sicalis 
flaveola), também é conhecido como 
canário-da-horta, canário-da-telha (Santa 
Catarina), canário-do-campo, chapinha 
(Minas Gerais), canário-do-chão (Bahia), 
coroinha e cabeça-de-fogo, é uma ave 
admirada pelo canto forte e estalado e 
por isso é frequentemente aprisionado 
como ave de cativeiro (está entre as 10 
mais apreendidas, segundo o IBAMA), 
mesmo tal ato sendo considerado crime 
federal inafiançável pela Lei de Crimes 
Ambientais (Lei 9.605/98). Graças à ação 
das autoridades e da conscientização 
da população, registros do canário-da-
terra-verdadeiro vêm se tornando mais 
frequentes nos últimos anos. 
Bioma: Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. 
Também é comum vê-los em áreas abertas 
na área rural e em áreas urbanas em 
municípios de pequena área.
Fonte: https://www.wikiaves.com.br/wiki/
canario-da-terra
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 15
Em sua opinião, quais são os prós e os contras da proposta acima?
Anote aqui as atividades que você fez com seus alunos e suas 
observações sobre elas. Elas melhoraram sua eficiência como educador? 
Como você observou isso?
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 16
SUSTENTABILIDADE PARTE 2
Este capítulo tem sinergia com os ODS:
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 17
2.1 - AFINAL DE CONTAS, O QUE É 
SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL?
Ao se deparar com este tema, a pergunta que a maioria se faz é: o que é 
desenvolvimento sustentável? 
“É a capacidade do atendimento das necessidades 
do presente sem comprometer a possibilidade de 
as gerações futuras atenderem as suas próprias 
necessidades“ (WCED, 1987, p.16).
Como nasce este conceito 
As primeiras discussões sobre o tema foram iniciadas em 1968, com 
o Clube de Roma, uma organização sem fins lucrativos que reúne 
profissionais de diversas áreas (diplomacia, universidade, sociedade civil, 
empresas, etc.). Tal grupo publica o Relatório Limites do Crescimento, 
documento que faz uma projeção sobre o modelo de desenvolvimento 
e as consequências do crescimento rápido da população mundial 
considerando os recursos naturais limitados num período de 100 anos e 
propõe que para manter o equilíbrio econômico e ambiental é necessário 
que haja um congelamento no crescimento da população global (JACOBI, 
1999).
Figura 1 – Infográfico: Linha do tempo sobre as discussões sobre sustentabilidade
1968 1972 1983 1987 1992 1997 1999 2000 2012 2015
Clube de Roma Conferência de 
Estocolmo
Comissão 
Mundial Meio 
Ambiente e 
Desenvolvimento
Nosso Futuro 
Comum 
(Relatório 
Brundtland)
Rio 92
Agenda 21
Protocolo de 
Kyoto
Tratado
Internacional
Redução GEE
Pacto Global 
ONU
BASF é 
signatária
(ODM)
Objetivos do 
Milênio
Conferência 
da ONU sobre 
Desenvolvimento 
Sustentável
Objetivos do 
Desenvolvimento 
Sustentável COP 21
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 18
Em 1987, a Comissão Mundial de Desenvolvimento e Meio Ambiente da 
Organização das Nações Unidas (ONU) divulga o Relatório Nosso Futuro 
Comum ou Relatório Brundtland, que apresenta a definição clássica de 
desenvolvimento sustentável apresentada no início deste capítulo. 
Este relatório ressalta a responsabilidade de todos os atores da sociedade 
para a necessidade de uma nova postura ética que leve em consideração 
as questões ambientais, equidade das populações e a transformação da 
economia. Embora este conceito tenha surgido, formalmente, em 1987, o 
tema tem sido foco de discussões, principalmente após o acontecimento 
de alguns acidentes ambientais graves que marcaram a história, no 
período dos anos 1950 aos anos 1980, dentre eles:
1956 1976 1984 1986 1989
Minamata - Japão Seveso - Itália Vila Socó - Cubatão, SP
Bophal - Índia
Chernobyl - URSS Alaska, USA
Nos apêndices apresentamos 
alguns outros materiais que 
podem complementar seu 
embasamento para condução 
das atividades sobre o tema 
Sustentabilidade.
Para saber mais sobre os acidentes, acesse:
• O Mal de Minamata – Japão - https://youtu.be/TiSpr62_GJ0
• Seveso – Itália - https://youtu.be/Zk2_mLcJ6jY 
• Vila Socó – Cubatão – Brasil - https://youtu.be/U-qcw9x293U https://youtu.be/sj3jqp4Pi1M 
• Bhopal – Índia - https://youtu.be/tgZwQ503uLo
• Chernobyl – Rússia - https://youtu.be/bv4AoqZsfHs
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 19
Em 1992, foi realizada a segunda Conferência Ambiental ECO 92, 
sediada no Rio de Janeiro, com a proposta de discutir como promover 
o desenvolvimento com respeito à humanidade e ao meio ambiente; 
nesta conferência, a comunidade internacional aprovou um documento 
chamado Agenda 21 com os compromissos de mudança do padrão de 
desenvolvimento no século 21.
Em 1997, a comunidade internacional se reúne novamente, desta vez em 
Nova York, para checar as metas estabelecidas na ECO 92. Esse encontro 
ficou conhecido com Rio+5. 
O Pacto Global, iniciativa da ONU, foi criado no ano de 1999 a fim 
de encorajar empresas a adotar políticas de sustentabilidade e 
responsabilidade social corporativa. Atua de forma a promover o diálogo 
entre as empresas, ONU, sindicatos, organizações não governamentais 
(ONGs) e organizações para o desenvolvimento de um mercado global 
que seja mais inclusivo e sustentável. Teve como objetivo a adoção de 
dez princípios relacionados aos temas direitos humanos, trabalho, meio 
ambiente e corrupção, que são eles:
1. As empresas devem apoiar e respeitar a proteção de direitos 
humanos reconhecidos internacionalmente; e
2. Assegurar-se de sua não participação em violações destes 
direitos
3. As empresas devem apoiar a liberdade de associação e o 
reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva;
4. A eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou 
compulsório;
5. A abolição efetiva do trabalho infantil; e
6. Eliminar a discriminação no emprego
7. As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva aos 
desafios ambientais;
8. Desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade 
ambiental; e 
9. Incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias 
ambientalmente amigáveis.
10. As empresas devem combater a corrupção em todas as suas 
formas, inclusive extorsão e propina.
Vinte anos após a Rio 92, aconteceu a Rio+20, que teve como objetivo 
inicial discutir a renovação dos compromissos assumidos entre os países 
para o desenvolvimento sustentável. Um dos desdobramentos da Rio+20 
foi a elaboração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), 
os quais substituíram os Objetivos do Milênio da ONU (ODM) a partir de 
2015, mas foram considerados os avanços alcançados com os ODM’s e se 
comprometem a buscar avanços nas metas até então não alcançadas.
Os ODS foram publicados num documento chamado “Transformando 
Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”. São 
compostos por 17 premissas e objetivos, estruturados em 169 metas, aos 
quais 193 países signatários do movimento se comprometem a cumpri-las 
até 2030. (PNUD, 2015).
Segundo WBCSD (2015, p. 6) “Os ODS foram acordados por todos os 
governos, mas o seu sucesso depende demasiadamente das ações e 
colaboração de todos os setores”.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 20
Os 17 objetivos do Desenvolvimento Sustentável conforme publicado por UN (2015, p. 14) são:
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 21
Objetivo 1 - Acabar coma pobreza em todas as suas 
formas, em todos os lugares;
Objetivo 2 - Acabar com a fome, alcançar a segurança 
alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura 
sustentável;
Objetivo 3 - Assegurar uma vida saudável e promover o 
bem-estar para todos, em todas as idades;
Objetivo 4 - Assegurar a educação inclusiva e equitativa de 
qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao 
longo da vida para todos;
Objetivo 5 - Alcançar a igualdade de gênero e empoderar 
todas as mulheres e meninas; 
Objetivo 6 - Assegurar a disponibilidade e gestão 
sustentável da água e saneamento para todos;
Objetivo 7 - Assegurar o acesso à energia confiável, 
sustentável, moderna e barata para todos;
Objetivo 8 - Promover o crescimento econômico 
sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e 
produtivo e trabalho decente para todos;
Objetivo 9 - Construir infraestruturas resilientes, promover 
a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a 
inovação;
Objetivo 10 - Reduzir a desigualdade dentro dos países e 
entre eles;
Objetivo 11 - Tornar as cidades e os assentamentos 
humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis;
Objetivo 12 - Assegurar padrões de produção e de 
consumo sustentáveis;
Objetivo 13 - Tomar medidas urgentes para combater a 
mudança climática e seus impactos
Objetivo 14 - Conservação e uso sustentável dos oceanos, 
dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento 
sustentável;
Objetivo 15 - Proteger, recuperar e promover o uso sustentável 
dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável 
as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a 
degradação da terra e deter a perda de biodiversidade; 
Objetivo 16 - Promover sociedades pacíficas e inclusivas 
para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o 
acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, 
responsáveis e inclusivas em todos os níveis;
Objetivo 17 - Fortalecer os meios de implementação e 
revitalizar a parceria global para o
Desenvolvimento sustentável.
Para saber mais sobre os 17 ODS e suas metas, acesse 
https://nacoesunidas.org/pos2015/
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 22
Ainda em 2015, houve a realização da COP21, que ocorreu em dezembro 
em Paris, que colocou em pauta e propôs um novo acordo global, que 
substituísse o Protocolo de Kyoto estabelecido em 1997. 
As mudanças climáticas podem ser consideradas um dos principais 
desafios de nível planetário que põe em dúvida o modelo atual de vida 
da nossa sociedade. Este fenômeno é entendido como alterações no 
clima de todo o planeta Terra, causadas pelas atividades humanas que 
emitem CO2 e outros Gases de Efeito Estufa para a atmosfera. Essas 
alterações têm consequências diretas no nosso dia-a-dia, causando, por 
exemplo, alterações nos padrões de temperatura e eventos climáticos de 
alta intensidade, como secas, inundações, picos de temperaturas altas e 
baixas.
Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas 
(IPCC – Sigla em Inglês) já foi registrado uma elevação média de 0,8oC na 
temperatura do planeta, e é imprescindível cessar as emissões de gases 
de efeito estufa até 2100 para estabilizar o aquecimento global em 2oC. 
Uma mudança climática acima desse patamar pode colocar em risco toda 
a vida no planeta.
Esta preocupação global gerou a formulação de um compromisso com 
esforço coletivo para a redução das emissões de carbono e foi assinado 
na Conferência das Partes (COP 21) por 195 países, este ficou conhecido 
como Acordo de Paris. Seu objetivo é manter o aumento da temperatura 
global abaixo dos 2°C e se possível limitar em 1,5°C. Cada país que 
ratificou o Acordo assumiu metas que foram chamadas de Contribuições 
Nacionalmente Determinadas (NDC – Sigla em Inglês). Atualmente as 
emissões globais estão próximas a 37 Giga Toneladas/ano de gases de 
efeito estufa.
As metas assumidas por cada país no Acordo de Paris começam a ser 
válidas a partir de 2020. O Brasil que está entre as 10 nações que mais 
emitem gases de efeito estufa, se comprometeu reduzir suas emissões 
em 37% em relação à 2005. A data limite para isso é 2025, com indicativo 
de reduzir 43% das emissões até 2030.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 23
2.2 - PENSAMENTO SISTÊMICO A PARTIR DA 
AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA
Cotidianamente estamos sempre tomando decisões, mesmo que 
muitas vezes a gente nem se dê conta disso. Quer se locomover: vai a 
pé, de bicicleta, carro, moto ou ônibus? E para iluminar a casa: que tipo 
de lâmpada usar? Quer se refrescar: liga o ar-condicionado ou abre 
as janelas? E, quando se trata de escolher produtos no mercado, qual 
seu critério? Normalmente escolhemos por hábito, conforme nossas 
preferências e recursos financeiros, mas raramente paramos para 
pensar que nossas decisões podem ter impactos no meio ambiente, na 
economia e na sociedade. Se investigarmos de onde vêm os produtos que 
consumimos, podemos nos surpreender! 
Cada produto tem uma história, desde o momento em que se inicia 
a extração de matéria-prima, passando pela produção, distribuição e 
comercialização, até chegar ao consumidor final. E não para por aí. Depois 
ainda temos os resíduos, que podem virar lixo – mas também podem ser 
reciclados ou reutilizados. 
Pensando nisso tudo, o que se deve levar em conta quando escolhemos 
um produto? Só o preço e a qualidade? Se a gente entender tudo que 
está envolvido na produção, será que podemos tomar uma decisão boa 
para nós que também seja mais responsável?
Ciclo de Vida
A análise do ciclo de vida de um produto fornece informações 
importantes sob o ponto de vista ambiental, social e econômico 
quanto a: aspectos da extração de materiais; opções de formas 
de produção, necessidade de substitutos de menor impacto; 
dados quantitativos dos gastos de energia, água, minérios e de 
outros recursos e de outros recursos naturais resíduos gerados na 
produção, mão de obra envolvida, distribuição, consumo e usos; 
destinação (reciclagem, descontaminação, descarte etc) e impactos 
ambientais pós consumo etc.
Produção
Distribuição
Uso
Destinação
Final
Reciclagem
Materiais
Reciclados
Recursos
Naturais Beneficiamento da 
Matéria Prima
Compostagem
Incineração
Aterro
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 24
Avaliação de Ciclo de Vida (ACV)
A crescente conscientização quanto à importância da proteção 
ambiental e os possíveis impactos associados aos produtos, tanto 
na sua fabricação quanto no consumo, tem aumentado o interesse 
no desenvolvimento de métodos para melhor compreender e lidar 
com aqueles impactos. Uma das técnicas em desenvolvimento com 
esse objetivo é a Avaliação de Ciclo de Vida (ACV).
A ACV pode subsidiar
• a identificação de oportunidades para a melhoria do desempenho 
ambiental de produtos em diversos pontos de seus ciclos de vida,
• o nível de informação dos tomadores de decisão na indústria e nas 
organizações governamentais ou não-governamentais (visando, por 
exemplo, o planejamento estratégico, a definição de prioridades ou 
o projeto ou reprojeto de produtos ou processos),
• a seleção de indicadores de desempenho ambiental relevantes, 
incluindo técnicas de medição, e
• o marketing (por exemplo, na implementação de um esquema 
de rotulagem ambiental, na apresentação de uma reivindicação 
ambiental ou na elaboração de uma declaração ambiental de 
produto).
A ACV enfoca os aspectos ambientais e os impactos 
ambientais potenciais (por exemplo, uso de recursos e as 
conseqüências de liberações para o meio ambiente) ao longo 
de todo o ciclo de vida de um produto, desde a aquisição 
das matérias-primas, produção, uso, tratamento pós-uso, 
reciclagem até a disposição final (isto é,do berço ao túmulo).
ABNT NBR ISO 14044:2009. Gestão ambiental - Avaliação do ciclo 
de vida - Requisitos e orientações
Fundação Espaço ECO: www.espacoeco.org.br 2. 
O que é ecoeficiência?
A ecoeficiência é uma filosofia de gestão que encoraja o mundo 
empresarial a procurarmelhorias ambientais que potencializem, 
paralelamente, benefícios econômicos. Concentra-se em 
oportunidades de negócio e permite às empresas tornarem-se 
mais responsáveis, do ponto de vista ambiental, e mais lucrativas. 
Incentiva a inovação e, por conseguinte, o crescimento e a 
competitividade.
Tal como definida pelo WBCSD (World Business Council for 
Sustainable Development):
“A ecoeficiência atinge-se através da oferta de bens e serviços a 
preços competitivos, que, por um lado, satisfaçam as necessidades 
humanas e contribuam para a qualidade de vida e, por outro, 
reduzam progressivamente o impacto ecológico e a intensidade 
de utilização de recursos ao longo do ciclo de vida, até atingirem 
um nível, que, pelo menos, respeite a capacidade de sustentação 
estimada para o planeta Terra”. Em resumo, diz respeito à criação 
de mais valor com menos impacto.
No Brasil, este conceito vem ganhando força a partir da criação 
do Conselho Empresarial Brasileiros para o Desenvolvimento 
Sustentável – CEBDS, que congrega grandes corporações e tem 
como missão promover o desenvolvimento sustentável no setor 
empresarial por meio do conceito de ecoeficiência. 
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 25
Socioecoeficiência
Para escolher um produto, precisamos 
ter critérios. Mas o que levar em 
conta para fazer uma boa escolha? O 
conceito de socioecoeficiência pode 
ajudar. A análise da socioecoeficiência 
considera três fatores: social, 
econômico e ambiental. Um produto 
ou serviço mais socioecoeficiente 
traz qualidade de vida, atende 
necessidades, tem baixo impacto 
ambiental e ao mesmo tempo 
apresenta custos mais acessíveis.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 26
ATIVIDADE: PENSANDO O CICLO DE VIDA
Objetivo: Elucidar o conceito de ciclo de vida como introdução ao modelo de pensamento 
sistêmico e a um novo modelo mental.
Número de Participantes: Grupos de 3 a 10 participantes (Varia de acordo com tamanho 
da turma.
Tempo: 10 a 20 minutos para elaboração + 10 minutos de apresentação por grupo.
Materiais: Cartolina, folha de flip chart ou outro tipo de folha por grupo, canetas 
coloridas, tesouras, réguas, revistas e jornais para recortes, figuras dos possíveis insumos 
e resíduos e cola. 
Desenvolvimento: Após explicar o conceito de ciclo de vida, separar os participantes em 
grupos e em cada mesa deixar os materiais distribuídos igualmente. 
• Pedir para que cada grupo construa o ciclo de vida de um determinado produto 
especificado pelo facilitador do Workshop.
• O produto deve ser relacionado com a realidade dos participantes, e cada grupo 
deve fazer o mapeamento de um produto diferente.
• Dê o tempo de elaboração (+/- 30 minutos) e oriente o grupo para que use os 
materiais disponíveis em sua mesa.
• Os grupos podem decidir a forma gráfica de apresentar seu ciclo de vida bem como 
com quais materiais irá trabalhar.
• Depois do tempo de elaboração, os grupos deverão apresentar suas construções 
para todos os participantes em formato roda de conversa e discutir quais os 
impactos de cada uma das etapas e sobre como tomar decisões mais criteriosas 
para inserir a sustentabilidade no dia a dia.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 27
2.3 - COMO INSERIR A SUSTENTABILIDADE
 NO DIA A DIA?
“Seja você mesmo a mudança que quer ver no mundo”
 Mahatma Gandhi
Esta frase é a inspiração para pensarmos sobre como podemos iniciar 
ações que tragam a sustentabilidade para o nosso dia a dia. O primeiro 
movimento, e talvez o mais difícil, é começar! Inicie de uma maneira que 
seja possível, sem gerar sobrecarga para você, e aos poucos suas ações 
ganham mais sentido e você vai gradualmente inserindo mais e mais 
atitudes sustentáveis. Abaixo seguem algumas sugestões, mas não fique 
preso à elas, experimente e invente outras ações que sejam possíveis nos 
lugares que convive!
Gestos pequenos, grande diferença
• Triar o lixo e evitar embalagens inúteis
• Preferir produtos que respeitem o meio ambiente
• Evitar produtos descartáveis
• Fechar a torneira enquanto escova os dentes escova os dentes, 
esfrega a roupa ou lava a louça
• Tampar as panelas para consumir menos energia (gás) e cozinhar 
mais depressa
• Consertar todos os vazamentos de água
• Recuperar água da chuva
• Evitar desperdício de água tratada em lavagem de carros, de 
calçadas, etc.
• Não jogar nada nas privadas
• Escolher produtos com menos material em embalagem
• Usar as folhas de papel dos dois lados
• Não jogar produtos tóxicos, medicamentos, nem pilhas no lixo 
comum – destine corretamente
• Reutilizar os objetos (pensar bem antes de jogar fora!)
• Plantar sempre que possível, principalmente nas cidades
• Não cobrir terrenos inteiros com cimento ou lajes
• Preferir produtos biodegradáveis 
• Usar sacolas reutilizáveis em lugar de sacolas plásticas
• Regar as plantas quando o sol não estiver forte (evita que a água 
evapore logo)
• Desligar os aparelhos elétricos em vez de deixa-los em standy-by
• Escolher aparelhos que economizem energia
• Aproveitar a luz do dia e não acender lâmpadas sem necessidade
• Usar lâmpadas de baixo consumo
• Apagar a luz nos lugares em que não há ninguém
• Preferir ventilação natural a ar condicionado
• Usar menos o automóvel
• Usar mais transportes coletivos e caronas
• Deslocar-se a pé ou de bicicleta, sempre que possível
• Consumir menos carne
• Consumir mais frutas e legumes da estação e da região
• Evitar o uso de inseticidas e pesticidas químicos – preferir métodos 
naturais para controle de insetos e ervas daninhas
• Consertar o que está estragado, em vez de trocar por algo novo
• Arejar a sala de aula
• Resistir à tentação da propaganda (que leva a consumir 
exageradamente e sem consciência)
• Fazer campanhas de limpeza na escola, no bairro, na comunidade
• Compartilhar estas e outras ideias com o maior número 
possível de pessoas
Você sabia que qualquer coisa que você fizer, mesmo que 
pequena, vale a pena???
Para saber mais, acesse o Guia do Preguiçoso da ONU – https://
nacoesunidas.org/guiadopreguicoso
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 28
É interessante termos em mente alguns princípios que podem 
direcionar nossas atitudes:
• princípio de precaução: não esperar que fique irreparável para agir
• princípio de prevenção: melhor prevenir do que remediar
• princípio de economia e boa gestão: quem quer chegar longe que 
cuide do seu transporte e reduza
• princípio da responsabilidade: quem estraga deve consertar
• princípio da participação: todos envolvidos, todos tomando 
decisões, todos agindo
• princípio da solidariedade: deixemos às gerações futuras um 
mundo viável
ATIVIDADE:
Parte 1: Introduzir o tema com base no contexto apresentado e 
propor uma roda de conversa sobre o que são os ODS e porque 
foram desenvolvidos.
Parte 2: Exercícios de fixação / Jogos (caça palavra, jogo dos sete 
erros e palavras cruzadas).
Parte 3: Aprofundar conhecimento e discussões sobre os ODS e 
fazer um “diagnóstico” de sua comunidade. 
3.1 Leitura do GIBI; 
3.2 Atividade em Grupo: dividir os ODS nos grupos de forma que 
cada grupo trabalhe com temas diferentes 
a) elaborar um questionário investigativo e um roteiro de 
observação para a atividade em grupo
b) pedir para que os alunos observem seu bairro e entreviste 
alguns vizinhos sobre alguns dos ODS.
c) preparar material gráfico – cartazes, teatro ou outras formas, 
de acordo com a escolha dos alunos – para apresentação em sala 
de aula.
Parte 4: Apresentar o resultado de sua apresentação para os 
demais. 
MATERIAIS DE APOIO: 
GIBI, VIDEO AULA – Acesso em https://www.espacoeco.org.br/
download/ https://youtu.be/ciz4D5tB-JA
Material de Apoio 1 - JOGOS DOS ODS 
Material de Apoio 2 – Plano de Aulas dos ODSs
Workshop.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 29
2.4 - OS DESAFIOS À NOSSA FRENTE 
O cenário tendencial prevê que a humanidade estará usando recursos 
e terra ao ritmo de dois planetas aoano até 2030, e pouco mais de 2,8 
planetas ao ano até 2050. O caminho seguido hoje é insustentável. 
Nosso conceito de prosperidade e sucesso precisa mudar. Na história 
recente, a renda e o consumo se transformaram em importantes facetas 
do desenvolvimento e, nos últimos 80 anos, o PIB foi usado como o 
principal indicador de progresso. Mas isso não é a história toda: afinal, 
deveríamos buscar o bem estar pessoal e da sociedade. Acima de certo 
nível de renda, a elevação do consumo não aumenta os benefícios sociais 
drasticamente e novos aumentos na renda per capita não ampliam o bem 
estar humano de maneira significativa. 
Para viver em harmonia com a natureza, também precisamos investir 
nela, e não imaginá-la como certa e segura. Um passo a ser tomado 
para que isso aconteça é a proteção adequada de áreas representativas 
de nossas florestas, reservas de água doce e oceanos. Quanto espaço 
deve ser reservado para a conservação da biodiversidade, não só para 
fins de armazenamento de carbono e de manutenção dos serviços de 
ecossistemas, mas também pelas razões éticas inerentes que guiam os 
princípios do desenvolvimento sustentável? 
Em complementação ao investimento na proteção direta da natureza, 
precisamos investir na biocapacidade. Dentre as opções para aumentar 
a produtividade da terra estão a recuperação de terras degradadas, o 
aperfeiçoamento da ocupação da terra, do manejo da terra e do manejo 
dos cultivos, e o aumento da produção agrícola. Neste sentido, os mercados 
tem um papel a cumprir. Melhores práticas de manejo para a produção 
aumentam a eficiência, e assim ajudam a aumentar a biocapacidade. 
Quem vai conduzir essas e outras transformações, e quem vai tomar as 
decisões? Há soluções emergindo tanto em nível nacional como local. 
Governos com visão de longo prazo verão a oportunidade de ganhar 
competitividade econômica e social por meio de abordagens diferentes, 
tais como a valoração da natureza e a alocação de recursos de maneira 
a proporcionar prosperidade social e resiliência. Ainda assim, esforços 
em nível nacional não serão suficiente. Também serão necessárias 
ações coletivas internacionais para enfrentar questões globais como a 
eliminação dos subsídios e a desigualdade global. 
As empresas também tem um papel a cumprir no fortalecimento da 
gestão, tanto nacional quanto internacional, por meio do engajamento em 
medidas voluntárias e do trabalho com a sociedade civil e governos para 
assegurar que tais mecanismos voluntários de gestão sejam reconhecidos 
mais formalmente. O mais importante é a sua habilidade em usar o poder 
do mercado para gerar mudanças, com base no reconhecimento de que 
os bens naturais são diferentes dos bens criados artificialmente. 
E nós, o que podemos fazer para assegurar que a vida humana continue 
em nosso planeta com qualidade? Se aceitarmos que o mundo que temos é 
o mundo que criamos segundo nossa capacidade de percebê-lo, segue em 
nossas mãos a responsabilidade e a capacidade de criar novos caminhos. 
Como cada uma de nossas ações tem milhões de interações com o que 
acontece no mundo e é difícil conhecer tudo, isso pode nos trazer a 
sensação de que nada podemos fazer. No entanto, o potencial humano é 
muito grande, e subestimar e desperdiçar nossas potencialidades pode ser 
tão grave quanto o desperdício de água e energia. Podemos muito mais 
do que imaginamos. Por isso, não devemos nos contentar com soluções 
rápidas, imediatistas e superficiais. Cada gesto nosso precisa ser consciente, 
pois ele reflete nossa maneira de pensar e, então, é ela que precisa mudar. 
“No final, nossa sociedade será definida não somente pelo que 
criamos, mas pelo que recusamos a destruir. A escolha é sua.”
John Sawhill / The Nature Conservancy
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 30
MEIO AMBIENTE E OS 
CICLOS DA VIDA 
PARTE 3
Este capítulo tem sinergia com os ODS:
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 31
3.1 - MEIO AMBIENTE: O QUE É ISSO? 
“A defesa da Terra começa no interior de cada um de nós.” 
 Carlos Drummond de Andrade
Para trabalhar com educação ambiental, fazemos a você um convite à 
reflexão, para começar: você já pensou no que significa a palavra meio 
ambiente? Certamente já ouviu essa palavra muitas vezes, mas talvez 
ainda não tenha parado para pensar em seu significado. Para a grande 
maioria das pessoas meio ambiente é a mesma coisa que florestas, 
animais silvestres, regiões polares, enfim, os lugares selvagens onde a 
ação humana ainda não é muito forte. Nesse sentido, Meio Ambiente é 
sinônimo de Natureza. Por outro lado, essas mesmas pessoas, quando 
pensam nos problemas ambientais, referem-se às alterações que os 
seres humanos impuseram à Natureza, alterações essas que chegam a 
ser extremas, tais como: a criação de inúmeras substâncias novas, novas 
combinações que não existem no estado natural, e que por isso geram os 
mais variados tipos de poluições, já que não são facilmente integradas aos
ciclos naturais.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 32
Os povos antigos formularam inúmeras versões sobre o que é a 
Natureza, que vão desde a noção do sagrado até a de reserva de 
bens para serem utilizados. Esta última é a visão mais difundida de 
Natureza. Foi somente nos tempos modernos, em que a modificação da 
Natureza se tornou extremamente acentuada, é que o conceito de meio 
ambiente passou a fazer sentido, gerando uma certa distinção entre 
Meio Ambiente e Natureza. Tivemos que criar o termo Meio Ambiente, 
pois a palavra Natureza já não servia mais para designar máquinas, 
construções ou objetos de plástico, apesar de precisarmos dela para a 
fabricação destes itens. Quando queremos nos referir aos elementos 
retirados da Natureza para as nossas fabricações, utilizamos o termo: 
recurso natural, mas isso não quer dizer que Natureza seja somente 
um recurso natural. Há funções e significados muito mais amplos que 
conhecemos e vivenciamos o tempo todo.
Para compreendermos bem essa separação ou não entre Meio 
Ambiente e Natureza, podemos observar o próprio ambiente em que 
vivemos: nossos corpos, nossas casas, nossos bairros, nossa cidade. 
Onde você mora era um lugar cheio de plantas e animais silvestres que 
já não habitam mais a região. Hoje eles estão protegidos em lugares 
especiais, chamados Unidades de Conservação (UCs), ou em áreas 
particulares que, por algum motivo, ainda não foram transformadas. 
Mesmo quem mora pertinho da floresta, não mora dentro dela. 
Nós acabamos nos acostumando a nos ver bem separados do que 
chamamos de Natureza e assim organizar nossa vida “separados” dela.
De uma maneira geral, os ambientes onde as pessoas vivem foram 
profundamente alterados para que se tornassem propícios aos 
modos modernos de convivência humana. Pelo menos esse é um dos 
fundamentos da construção da vida em sociedade: alterar a Natureza 
para favorecer a vida humana. 
Se de um lado nos acostumamos a transformar a Natureza para criar 
o nosso modo de vida, por outro lado, continuamos a fazer parte da 
comunidade de seres vivos e fazemos muita coisa bem parecida com 
os animais silvestres e até mesmo com as plantas: nascemos pequenos 
e frágeis, precisamos nos alimentar, nos desenvolver, amadurecer, nos 
reproduzir, para depois morrermos. Nenhum ser vivo escapa desse ciclo.
Os alimentos que ingerimos são produzidos pelas plantas ou a partir 
delas, pois as carnes são parte inclusive dos corpos dos animais 
herbívoros, isto é, que só comem plantas. Todos os produtos que 
utilizamos para organizar nossas atividades e garantir nosso conforto 
são extraídos originalmente de áreas naturais, onde muitas plantas 
e animais conviviam naturalmente. Carros, bicicletas, computadores, 
armários, canetas, xampus, panelas; enfim, essa infinidade de objetos 
que utilizamos são sempre um pedacinho da natureza transformada. A 
energia elétrica, o ar, a água também. A natureza está muito maisperto 
de nós do que imaginamos.
Pensando assim, então, dá pra saber onde é que começa o nosso meio 
ambiente? Na nossa cidade, no nosso bairro, na nossa casa, no nosso 
quarto, no nosso corpo? Para mantermos o nosso corpo precisamos de 
ar, água, energia. Então, faz sentido pensarmos que o meio ambiente 
começa no nosso corpo. O que respiramos e ingerimos faz parte do 
nosso corpo e influencia aquilo que fazemos e pensamos. Podemos 
até pensar que o meio ambiente pode começar em nosso cérebro, em 
nossa mente.
Estamos interagindo o tempo todo! As moléculas da água, dos alimentos 
e de todas as coisas estão continuamente circulando pela Terra! O 
que está acontecendo hoje em dia, com a poluição, o uso excessivo 
de substâncias químicas, entre outros impactos causados pela ação 
humana, é que estamos modificando a forma desses elementos 
circularem pela Terra. E também, não sem graves consequências, 
estamos modificando a velocidade com que esses elementos circulam. 
O que chamamos de Meio Ambiente é a própria Natureza 
modificada.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 33
Extraímos muito rapidamente uma grande quantidade de recursos 
naturais e, após um consumo que dura pouco tempo, depositamos esses 
recursos em locais que denominamos de lixo. Para a Natureza, a maneira 
de funcionar não se modifica: as substâncias devem circular pela Terra 
fazendo parte de seus ciclos. Para nós, temos problemas: as substâncias 
que não entram ou demoram para entrar nos ciclos formam depósitos 
que nos desagradam ao olhar, provocam mau cheiro, são foco de vetores 
de doenças, depositam-se na água e matam os ecossistemas aquáticos, 
contaminam o ar causando enfermidades variadas.
As florestas são a forma que a Natureza toma em nossa região. Temos 
muito o que aprender com elas. Por isso a tomaremos como eixo que 
norteará todo o nosso trabalho: será a partir da observação, reflexão e 
convivência com ela que conduziremos nossas ações.
Outro fator que contribuiu para essa escolha relaciona-se diretamente 
ao tipo de atividade extra classe que você e seus alunos farão em um 
local escolhido por você que tenha ainda algum remanescente de floresta 
nativa.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 34
O que é Natureza para você?
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 35
3.2 - A FLORESTA, NOSSA MESTRA 
“Uma árvore cai com um grande estrondo.
Mas ninguém escuta a floresta crescer.”
 Provérbio africano
Se temos muito o que aprender com as florestas, então podemos 
considerá-las como nossas mestras. Mas o que aprendemos com elas? 
Para pensar nisso, vamos retomar o que foi afirmado anteriormente, de 
que aprendemos muito mais pelo exemplo dos educadores do que com 
suas falas. A floresta é assim. Ela dá muitos exemplos, mas precisamos 
saber reconhecê-los. Ela nos fala também, mas é preciso aprender a ouvi-
la. Como é que se faz isso?
O contato atento e sensível com a floresta nos ajuda a expressar nossas 
próprias potencialidades, que é o objetivo primordial da educação, 
quando a consideramos a partir de seu significado original: processo 
de promover a expressão das potencialidades que cada pessoa possui 
dentro de si. Ela nos ensina a olhar e compreender o mundo a partir 
de nosso próprio repertório, ampliando-o nesse contato. Ela nos ajuda 
a formar valores enraizados na experiência e no compromisso consigo 
mesmo, com os outros e com a vida como um todo.
O foco na transmissão de informações incorporado pelos sistemas de 
ensino tradicionais gerou uma falta de comprometimento generalizada, 
que agora, com a educação ambiental, queremos recuperar. As florestas 
nos ajudam nesse processo, pois são o reservatório de vida a partir 
do qual toda a história humana teve origem, evoluiu e do qual não 
podemos ficar sem. Todo o conhecimento científico e todos os conteúdos 
disciplinares, foram aprendidos durante séculos em que matemáticos, 
naturalistas, gramáticos, geólogos, historiadores e geógrafos observaram 
a natureza e tiraram conclusões sobre suas leis. Toda a história humana 
se deu baseando-se não só nas relações humanas: isso não seria possível 
sem a conexão direta com as potencialidades naturais de cada lugar, a 
partir das quais os seres humanos erigiram suas culturas e construíram 
suas histórias. As florestas nos ajudam a definir uma ética mais 
abrangente, para incluir todos os seres que fazem parte deste planeta.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 36
Você tem uma experiência pessoal para contar na qual aprendeu algo 
diretamente com a floresta? Relate-as aqui.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 37
3.3 - BREVE HISTÓRIA DAS FLORESTAS 
Sobradinho
“O homem chega, já desfaz a natureza
Tira a gente, põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá prá cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia
Do beato que dizia que o sertão ia alagar
O sertão vai virar mar, dá no coração
O medo que algum dia o mar também vire sertão”
 Sá e Guarabira
Atualmente, quando nos referimos às florestas, estamos falando 
principalmente das florestas tropicais, pois são as que restam, em 
áreas ainda extensas, de todas as que já existiram sobre a Terra. As 
outras, já extintas ou quase, foram palco de desenvolvimento de todas 
as civilizações que nos antecederam. Diversos historiadores parecem 
concordar que a presença das florestas foi elemento essencial para o 
florescimento das grandes civilizações. Se hoje desejamos protegê-las, 
é porque o processo civilizatório está se aproximando das últimas áreas 
florestais do planeta. 
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 38
A destruição atual faz parte de um ciclo que começou há milhares de 
anos. Hoje podemos perceber que as civilizações antigas entraram em 
decadência devido, entre outros motivos, à escassez de florestas: o 
desmatamento e a degradação do solo reduziram as possibilidades de 
desenvolvimento.
Se hoje queremos protegê-las com uma população mundial de mais de 6 
bilhões de habitantes, e se sabemos que transformar florestas em cultura 
foi o procedimento básico para todas as civilizações que já ocuparam 
nosso planeta, estamos assumindo o desejo coletivo de que a história 
tome um rumo diferente de tudo o que nos antecedeu até aqui, pelo 
menos nos últimos 6 mil anos!
A história oficial considera que a civilização ocidental teve início na 
Mesopotâmia, na fértil região entre os rios Tigre e Eufrates, região em 
que havia uma enorme floresta, há quase 7 mil anos atrás. A intensa 
transformação da Natureza em artefatos cada vez mais elaborados e 
sofisticados, a expansão da extração de minérios, da agricultura e da 
pecuária, além das questões de domínio sobre as terras e das culturas, 
umas sobre as outras, fez com que, nesse período, a floresta exuberante 
se transformasse numa região árida e desértica. Desde então, o processo 
civilizatório foi se intensificando e se expandindo, e experiências 
reveladoras do grande talento e inteligência humana foram deixando 
suas marcas. Hoje podemos apreciar o que ficou do mundo egípcio, de 
impressionante beleza, assim como da Grécia antiga, do Império Romano 
e das diversas civilizações que se desenvolveram no território europeu. 
Todas essas civilizações por nós conhecidas tiveram, de certo ponto de 
vista, na escassez da madeira um dos motivos de sua decadência. No final 
do século 15, as jovens nações europeias já tinham avançado seu saber 
tecnológico na construção de navios e também já tinham exterminado a 
maior parte de suas florestas.
O avanço tecnológico destes países permitiu que eles saíssem para a 
conquista de novas terras, do chamado, por eles, de Novo Mundo. A 
Sabiá-do-campo (Mimus 
saturninus)
Ocorrem em quase todo 
o Brasil, inclusive em área 
urbana.Biomas: Mata Atlântica, 
Cerrado e Caatinga e áreas 
campestres da Amazônia.
Fonte: https://www.wikiaves.
com.br/wiki/sabia-do-campo
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 39
primeira descoberta feita pelos portugueses foi a Ilha da Madeira, no 
ano 1.420 d.C. O nome da ilha reflete a paisagem da época, composta de 
muita floresta e visualizada como madeira em potencial. A colonização 
começou com a extração da madeira, o cultivo da cana de açúcar e a 
transformação desta em açúcar, o que consumia muita madeira que 
também era levada para Portugal e Espanha para a construção das 
embarcações, pois já se planejava fazer viagens oceânicas e estabelecer o 
comércio com as Índias.
E assim o Brasil entra neste modelo de processo civilizatório. Depois de 
receber alguns nomes provisórios, a nova terra foi batizada com o nome 
da primeira madeira explorada pelos recém-chegados estrangeiros: o 
Pau-brasil.
No Brasil as florestas não tiveram melhor sorte que as europeias, 
mantendo-se vivas ainda em pleno século 21 graças, sobretudo, ao fato 
de serem tão grandes que ainda não se conseguiu acabar com elas.
Peça aos seus alunos para escreverem uma carta 
para alguma pessoa do passado, sobre o resultado 
das ações delas em nosso mundo atual. Analise 
observando se as crianças relacionam a realidade 
atual como resultado de algo que foi pensado e 
sonhado por pessoas do passado.
Leia em voz alta alguns trechos da carta de Pero 
Vaz de Caminha (Apêndice 1). Peça para os alunos 
desenharem a paisagem que os portugueses 
avistaram em sua chegada às costas brasileiras.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 40
Anote aqui os resultados de suas experiências com os alunos sugeridas neste item.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 41
3.4 - OS CICLOS DA VIDA 
A base dos processos vitais que mantém um ecossistema é o ciclo. Todos 
os elementos necessários à vida estão circulando no ambiente, isto é, os 
elementos entram na estrutura dos seres por um período, passam por 
processos de transformação e voltam a ficar disponíveis no meio para 
serem novamente absorvidos em outra estrutura. Assim acontece com 
todos os componentes: o carbono, o oxigênio, a água, o nitrogênio e 
uma infinidade de outros elementos que circulam em quantidade muito 
pequena.
Toda a matéria que forma a Terra faz parte de um ciclo. Ela não pode 
ser criada nem destruída, só transformada. Os ciclos dos elementos 
formam um complexo mecanismo de controle que mantém as condições 
essenciais à autossustentação dos seres vivos. É a vida que pulsa nos 
elementos que os coloca em permanente movimento.
Por todo o planeta, a vida se expressou das mais variadas formas, 
com maior ou menor diversidade biológica, com maior ou menor 
disponibilidade de água, com maior ou menor riqueza de solos, criando 
uma infinidade de ambientes com características próprias. Todos eles 
funcionam da mesma forma e seu equilíbrio depende de todas as 
relações que seus componentes mantêm entre si.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 42
CALENDÁRIO DA TERRA
Peça aos alunos para desenharem uma linha do tempo, desde a 
formação da terra, passando pelo aparecimento dos seres humanos e 
chegando aos dias atuais, num espaço imaginário de 1 ano.
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Formação da Terra = 
primeiro minuto do 
mês de janeiro
Cristalização 
da rocha mais 
antiga
Primeiros seres 
vivos
Plantas e animais 
terrestres
Aparecimento e desaparecimento dos dinossauros = logo após o Natal
Primeiros hominídeos = início da noite de 31 de dezembro
Retrocesso da última glaciação = faltando um minuto e 
quinze segundos para a meia-noite do dia 31
Duração do Império Romano = apenas cinco segundos
(de 11h59min45s até 11h59min50s)
Descobrimento da América = três segundos antes de terminar o ano
FERREIRA & ROIZMAN. Jornada de Amor à Terra – Ética e Educação em Valores Universais. São Paulo.2006. Pg 67
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 43
Os cientistas ainda não chegaram a um acordo sobre quantas espécies 
existem na Terra. As estimativas ficam entre 10 e 50 milhões de plantas 
e animais. Até hoje só estudaram e deram nome científico a cerca de 1,5 
milhão de formas de vida.
As espécies não existem de forma isolada. A evolução de cada uma delas 
se deu no ambiente específico em que viviam e assim formaram, ao longo 
dos tempos, os ecossistemas. O relacionamento entre as espécies de um 
ecossistema é tão estreito que a existência de uma só espécie afeta a vida 
de todas as outras. Da mesma forma, a alteração na vida de uma espécie 
afeta todos os demais componentes daquele ecossistema. Por exemplo, 
os excrementos de um animal podem servir de alimento para outras 
espécies e fertilizar o solo para o crescimento das plantas. As sementes 
das plantas podem espalhar-se por uma grande área graças ao trabalho 
de algumas aves e insetos. Eles também podem ajudar no cruzamento 
entre as plantas, levando o grão de pólen de uma para outra flor, ao 
mesmo tempo em que podem se alimentar do seu néctar.
Da mesma maneira, a vida humana depende da existência de outras 
espécies. Alimentos, materiais de construção, roupas, medicamentos, 
todos os objetos que já conseguimos inventar são provenientes de algum 
ecossistema. O impacto das civilizações sobre a Natureza tem sido grande 
e decorrente de um consumo de matérias-primas mais acelerado do que 
a capacidade de recuperação dos ambientes. Houve uma alteração radical 
nos mecanismos reguladores e mantenedores das condições ambientais 
necessárias à manutenção da vida na Terra.
Desde as inovações tecnológicas desenvolvidas durante o século XX2, 
muitas variedades de plantas e animais foram criados e dispersados pelo 
globo para ambientes onde aquela espécie não existia anteriormente. 
Com a expansão dos campos cultivados e das pastagens, a diversidade
de espécies por área diminuiu muito, já que um local antes habitado por 
diferentes seres vivos era transformado em um espaço ocupado por 
cultivos contendo normalmente apenas uma espécie.
O Curió (Sporophila angolensis) é uma ave passeriforme da família 
thraupidae. Mede cerca de 14,5 cm, sendo que o macho é preto na parte 
superior do corpo e castanho-avermelhado na parte inferior, sendo a 
parte interna das asas na cor branca.
Os seus habitats naturais são: florestas subtropicais ou tropicais úmidas 
de baixa altitude e florestas secundárias altamente degradadas. 
Muito procurado como pássaro de gaiola Esta é considerada a principal 
ameaça e causa de seu desaparecimento das regiões mais habitadas do 
país. É considerado Criticamente em Perigo no Estado de Minas Gerais, 
conforme a Lista Vermelha estadual. 
Biomas: Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga e áreas campestres da 
Amazônia.
Fontes: https://www.wikiaves.com.br/wiki/curio 
https://www.wikiaves.com.br/wiki/sabia-do-campo
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 44
A introdução voluntária de espécies exóticas foi, muitas vezes, uma 
opção econômica para a agricultura, quando algumas espécies exóticas 
eram mais produtivas ou mais resistentes a pragas e doenças do que 
as espécies nativas. Isso pode acontecer com frequência, pois a espécie 
nativa, integrada ao ecossistema de origem, está interagindo com as 
outras espécies. A planta ou animal exótico não tem, em seu novo 
território, predadores naturais para ameaçar sua sobrevivência, o que faz 
com que elas se reproduzam com mais facilidade.
Além destas causas, alguns estudiosos apontam que a perda da 
biodiversidade é devida aos baixos valores econômicos dados à 
biodiversidade e às suas funções ecológicas – como a proteção de bacias 
hidrográficas, ciclagem de nutrientes, controle da poluição, formação 
dos solos, fotossíntese e evolução – das quais depende o bem estar da 
humanidade.
A maior diversidade de vida terrestre está nas florestas tropicais. Em 
outras partes do mundo a diversidade é menor, mas sua importância do 
pontode vista ecológico é igualmente grande. 
Os oceanos cobrem 70% da superfície terrestre e podem abrigar uma 
biodiversidade superior à das florestas tropicais, mas que até agora está, 
em sua maior parte, desconhecida. Há referências sobre a possibilidade 
de o fundo do mar abrigar até 10 milhões de espécies sobre as quais 
ainda nada sabemos. A geração de oxigênio e a regulação climática 
dependem muito mais dos ecossistemas oceânicos do que dos terrestres. 
Os ciclos hidrológicos dependem dessa enorme massa de água disponível 
e de sua capacidade de armazenar calor.
2. E mesmo anteriormente, desde as primeiras viagens dos homens pela Terra, os 
cruzamentos entre espécies e variedades animais e vegetais foram sendo feitos. Depois 
dos descobrimentos, no século 15, as grandes navegações intensificaram essas trocas e, 3 
séculos mais tarde, durante a Revolução Industrial o processo de artificialização da natureza 
tornou-se ainda mais intenso.
A exploração dos oceanos e das zonas costeiras sempre fizeram parte 
da história da humanidade, gerando riquezas, fornecendo alimento e 
possibilitando o transporte entre os povos. Os oceanos também são 
considerados como a última fronteira para a exploração dos recursos 
minerais da terra. O uso indiscriminado dos oceanos e dos mares para a 
produção de alimentos, navegação comercial e despejo de efluentes vem 
causando muitos danos, muitos deles irreversíveis.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 45
DINÂMICA DA TEIA
Material: folhas de sulfite em branco, fita adesiva e novelo de
lã ou barbante.
Necessita-se de sete participantes. Cada um vai representar um 
elemento da história abaixo, sendo eles: o hipopótamo, a lama, o 
caramujo, o ser humano, as algas, os crustáceos e os peixes. Cada 
participante coloca um pequeno cartaz em seu peito (o que pode 
ser feito utilizando-se folha de sulfite e fita adesiva) com o nome de 
um elemento da história... Ler o texto abaixo e, com um barbante 
ou fios de lã, interligue os personagens da história à medida que 
seus nomes forem sendo mencionados, formando visivelmente uma 
teia, na qual podem ser vistas claramente as interconexões entre os 
seus elementos. Elas fazem parte de todos os sistemas vivos e seu 
entendimento pode ser aplicado a qualquer um deles.
O extermínio do hipopótamo em certas regiões da África do Sul, com 
a finalidade de facilitar a navegação nos rios, é um ótimo exemplo 
das complexas relações que uma espécie mantém com todo o seu 
ecossistema. Sem conhecer a teia da vida, a morte dos hipopótamos 
acabou desencadeando a proliferação da esquistossomose e a falta de 
recursos alimentares para a população local.
“O ser humano exterminou os hipopótamos. Os hipopótamos, 
ao caminharem no fundo do rio, agitavam a lama depositada, 
facilitando a circulação da água. Com o seu desaparecimento, os rios 
“entupiram”, alagando as regiões ao seu redor. Com isso, o caramujo 
transmissor da esquistossomose (barriga d´água), que vive em águas 
paradas, encontrou boas condições de desenvolvimento, e a doença 
se espalhou pela região, contaminando o ser humano. Mais ainda: 
descobriu-se depois que as fezes do hipopótamo funcionavam como 
adubo que estimulava o desenvolvimento de algas no fundo do rio. 
Essas algas serviam de alimento para pequenos crustáceos (bichinhos 
semelhantes a um camarão) que, por sua vez, eram comidos pelos 
peixes. Sem os hipopótamos, a população de peixes diminui, e os seres 
humanos deixaram de comer carne de peixe e começaram a passar 
fome.”
Debate: depois de formada a teia, podemos perceber visualmente os 
elos de dependência que existem entre os elementos. É um exercício 
que possibilita a vivência da saúde individual e coletiva: cada célula 
contribui para a estabilidade do organismo. Cada habitante da Terra 
desempenha seu papel na saúde coletiva, pois os humanos estão 
interconectados entre si, dependem uns dos outros e do ambiente.
É importante que os participantes percebam que as nossas ações 
podem ter consequências em um sistema maior, que muitas vezes não 
conseguimos imaginar.
Após o debate, os participantes poderão criar outros exemplos para 
realizar a dinâmica da teia, extraídos da vida real: situações vividas 
na escola, dentro de casa e assim por diante.
FERREIRA & ROIZMAN. Jornada de Amor à Terra – Ética e Educação em 
Valores Universais. São Paulo.2006. Pg 37
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 46
RECEITA DE FLORESTA
Dê a cada aluno uma escritura imaginária de um terreno 
de 1.500 metros quadrados. Nesse pedaço de terra 
virgem ele terá a liberdade de criar a floresta de seus 
sonhos, com muitas árvores, animais, montanhas e 
rios, enfim, tudo o que desejar. Deixe qu as imaginações 
fluam livremente. Para estimular a criatividade dos 
alunos, você poderá dar algumas sugestões: “Para que 
sua floresta seja linda e radiante, talvez você queira 
incluir algo como cachoeiras e tempestades de vento, ou 
arco-íris permanentes...”.
Peça-lhes que façam uma lista dos ingredientes de suas 
florestas e depois os desenhem. Termine indagando aos 
alunos se suas florestas serão capazes de sobreviver 
ano após ano. Por exemplo, verifique se eles escolheram 
alguns representantes do ciclo alimentar: herbívoros, 
plantas e os decompositores (exemplo: formigas, 
cogumelos, bactérias). Não deixe que se esqueçam de 
fatores menos evidentes, tais como solo e clima.
CORNELL, J. Vivências com a Natureza 1. São Paulo. 2003. 
Pg 77
PREDADOR-PRESA
Esta brincadeira introduz o conceito de cadeias alimentares e 
demonstra como elas funcionam. Forme um círculo de cerca de 
cinco metros de diâmetro numa área aberta. Coloque vendas nos 
olhos de dois alunos, deixando-os no meio do círculo. Peça a um 
deles que diga o nome de um predador que vive na região e peça 
ao outro que diga o nome de uma presa. O predador tenta apanhar 
a presa, ouvindo-a, seguindo sua pista e correndo atrás dela. Se o 
predador ou a presa se aproximarem muito da margem do círculo, 
os alunos lhe darão duas pancadinhas. Exija silêncio enquanto 
a brincadeira está em andamento e peça que os participantes 
representem de modo mais real e que imitem os animais 
escolhidos. Para variar a brincadeira, faça uma experiência com 
número diferente de predadores e presas. Coloque sininhos em 
alguns dos animais, forçando-os a modificar sua estratégia de 
caça ou para que não sejam capturados. Se o predador não for tão 
arrojado como poderia ser, e estiver demorando muito, feche mais 
o círculo, de modo que o predador e a presa fiquem mais próximos 
um do outro.
Esta atividade pode ser feita num momento de introdução, em que 
você está preparando o grupo para as informações sobre a teia da 
vida, pois ela cria uma atmosfera de grupo e costuma acalmar a 
agitação das crianças.
CORNELL, J. Vivências com a Natureza 1. São Paulo. 2003. Pg 79
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 47
PIRÂMIDE DA VIDA
Esta atividade requer seis participantes, no mínimo. Forneça a cada 
aluno um pedaço de papel e peça-lhe que escreva secretamente o 
nome de uma planta ou animal que se desenvolve ou vive na região. 
Os participantes deverão formar uma pirâmide, mas não lhes conte 
isso até ter recolhido todos os pedaços de papel.
Para jogar Pirâmide da Vida entregue aos jogadores uma carta com o 
nome de uma planta ou animal escrito nela. É mais divertido se você 
escolher animais e plantas interessantes – como sempre-viva e beija-
flor –, se possível todos os animais e plantas devem ser do mesmo 
habitat. Ao escrever você mesmo o nome das plantas e dos animais, 
você tem a possibilidade de estabelecer a proporção entre as plantas, 
os animais herbívoros e os predadores. Junto com o nome, escreva 
também um algarismo romano (Plantas, I; Herbívoros, II; Carnívoros, 
III; Predadores de segunda ordem3 , IV). Para um grupo de 26 pessoas, 
sugiro a seguinte proporção, de plantas até os predadores de segunda 
ordem: 14-7-4-1.
Embaralhe as cartas e distribua uma para cada participante.Se 
algum deles não souber a qual categoria pertence, podem encontrá- 
la pelos algarismos romanos. Eis como jogar: “Eu gostaria de chamar 
todos aqueles que são capazes de produzir alimento a partir do sol, 
do ar, da água e de nutrientes do solo que deem um passo à frente e 
formem uma fila... Por favor, plantas, vocês podem se apresentar?... 
(os participantes respondem com o nome engraçado que está escrito 
em sua carta, tal como Suzana sempre-viva!... Maria sem-vergonha!... 
Fernanda não-me-toques!... Joana Sensitiva!...) Agora os herbívoros 
se identificam e se colocam atrás das plantas. Contem-nos quem são 
vocês... Se você é um predador, faça uma terceira fila e se identifique... 
Há alguém que ocupa o topo da cadeia alimentar? Sim? Conte-nos 
quem você é?...Uma águia,...então venha e forme a quarta fila. Agora 
que cada um está em seu lugar, tentem formar uma pirâmide. (Eu 
disse apenas para que tentem, pois é bem arriscado construir uma 
pirâmide com muita gente).
Explique ao grupo que há uma hipótese científica que explica que 
a proporção de um nível para outro (isto é, das plantas para os 
herbívoros) é de cerca de 1/10 da biomassa. Por exemplo, se você tem 
500 kg de plantas você terá 50 kg de herbívoros, 5 kg de carnívoros e 
0,5 de predadores de segunda ordem.
Agora diga ao grupo: “Notei que as plantas estão tendo problemas com 
alguns insetos, então vou jogar um pouco de defensivo agrícola. Estes 
lenços que estou colocando sobre suas cabeças – um para cada planta 
– representa uma partícula desse pesticida...
3. “Animais que podem se alimentar de outros carnívoros”
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 48
Agora eu gostaria que os herbívoros se alimentassem das plantas. 
Façam isso pegando os lenços das plantas e colocando-os sobre suas 
cabeças. Sigam comendo até que todas as plantas sejam comidas.
Substâncias como herbicidas e pesticidas, quando ingeridos pelos 
animais, ficam depositados em seus tecidos. Vamos agora deixar os 
carnívoros se alimentarem dos herbívoros...” (Agora os participantes 
podem prever o que vai acontecer quando todos os lenços estiverem 
na quarta fila.) “Agora, será que a águia vai comer os animais da 
terceira fila?” (Os jogadores se divertirão ao verem todos os lenços 
formando um chapéu na cabeça da águia.) “Os níveis mais elevados 
da cadeia alimentar apresentam uma concentração maior de 
substâncias. Este processo é chamado de amplificação biológica. 
Pássaros como águias, falcões peregrinos e pelicanos e também 
outros animais têm sido fortemente contaminados por substâncias 
despejados no meio ambiente... E você, como humano, qual o seu 
lugar na cadeia alimentar?”
CORNELL, J. Vivências com a Natureza 1. São Paulo. 2003. Pg 77
AS ESTAÇÕES DO ANO
Refletir sobre as estações do ano é uma 
ótima maneira de perceber os ciclos 
naturais!
Peça para seus alunos descreverem as 
estações ao ano, com informações sobre a 
temperatura, regime de chuvas, aparência 
das plantas, reprodução dos animais. Você 
também pode comentar sobre a alternância 
das estações do ano nos hemisférios norte 
e sul.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 49
Distribua o texto abaixo para seus alunos. Depois de ler, peça para que formem grupos e façam uma discussão sobre o texto abordando 
questões como: os ciclos de vida dos materiais citados, a reutilização de materiais, os resíduos e a nossa vida. Também é possível pedir 
para que observem o lixo da sua casa e façam um texto descrevendo seus hábitos a partir do que está no lixo.
AS ESTAÇÕES DO ANO
Luís Fernando Veríssimo do livro “O analista de Bagé”
Encontraram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É 
a primeira vez que se falam.
- Bom dia...
- Bom dia.
- A senhora é do 610.
- E o senhor do 612.
- É.
- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
- Pois é...
- Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto seu lixo...
- O meu o quê?
- O seu lixo.
- Ah!
- Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...
- Na verdade sou só eu.
- Mmmmm. Notei também que o senhor usa muita comida em lata.
- É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei 
cozinhar...
- Entendo.
- A senhora também...
- Me chame de você.
- Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto restos de 
comida em seu lixo. Champignons, coisas assim...
- É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas como 
moro sozinha, às vezes sobra...
- A senhora.... você não tem família?
- Tenho, mas não aqui.
- No Espírito Santo. 
- Como é que você sabe?
- Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.
- É. Mamãe escreve todas as semanas.
- Ela é professora?
- Isso é incrível! Como foi que você adivinhou?
- Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora.
- O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.
- Pois é...
- No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado.
- É.
- Más notícias?
- Meu pai. Morreu.
- Sinto muito.
- Ele já estava bem velhinho. Lá no sul. Há tempos não nos víamos.
- Foi por isso que você recomeçou a fumar?
- Como é que você sabe?
- De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro 
amassadas no seu lixo.
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 50
- É verdade. Mas consegui parar outra vez.
- Eu, graças a Deus, nunca fumei.
- Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimidos no seu lixo...
- Tranquilizantes. Foi uma fase. Já passou.
- Você brigou com o namorado, certo?
- Isso você também descobriu no lixo?
- Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, 
muito lenço de papel.
- É, chorei bastante, mas já passou.
- Mas hoje ainda tem uns lencinhos...
- É que eu estou com um pouco de coriza.
- Ah.
- Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo.
- É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é.
- Namorada?
- Não.
- Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até 
bonitinha.
- Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.
- Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer 
que ela volte.
- Você já está analisando meu lixo!
- Não posso negar que seu lixo me interessou.
- Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de 
conhecê-la. Acho que foi a poesia.
- Não! Você viu meus poemas?
- Vi e gostei muito.
- Mas são muito ruins!
- Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam 
dobrados.
- Se eu soubesse que você ia ler...
- Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, 
não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade dela?
- Acho que não. Lixo é domínio público.
- Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que 
sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo 
é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso?
- Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que...
- Ontem, no seu lixo...
- O quê?
- Me enganei, ou eram cascas de camarão?
- Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.
- Eu adoro camarão.
- Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode...
- Jantar juntos?
- É.
- Não quero dar trabalho.
- Trabalho nenhum.
- Vai sujar sua cozinha.
- Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.
- No seu lixo ou no meu?
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 51
PROCESSOS NATURAIS
Divida o grupo em subgrupos de 5 até 7 
pessoas. Diga que cada grupo deve escolher 
um processo natural qualquer (você pode 
perguntar antes para todos o que é um 
processo natural e pedir para que eles 
deem exemplos). Os subgrupos se separam 
para escolher o seu processo e ensaiar uma 
dramatização que deverá ser apresentada 
posteriormente para o restante do grupo. 
Depois que todos os subgrupos tiverem 
ensaiado, cada um apresenta e o grupo 
todo tenta adivinhar qual processo natural 
foi representado.
CORNELL, J. Vivências com a Natureza 2. São 
Paulo, 2008. Pg 78
CADERNO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE 52
Anote aqui os resultados de suas experiências com os

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