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Remédios constitucionais-Resumo

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Constitucional avançado- Remédios constitucionais 
 
Resumo sobre os Remédios 
Constitucionais. 
 
 
 
 
Conheça os remédios constitucionais e as suas particularidades 
 
Navegue por tópicos 
• O que são remédios constitucionais? 
• Quais são os remédios constitucionais? 
• Aspectos jurídicos dos remédios constitucionais 
• Conclusão 
18 nov 2020• 
Artigo atualizado 25 ago 2021 
Os remédios constitucionais são instrumentos à disposição dos cidadãos para provocar a 
intervenção de autoridades a fim de impedir ilegalidades ou abuso de poder que prejudiquem 
direitos e interesses individuais. São eles: habeas corpus, habeas data, mandado de segurança, 
ação popular e mandado de injunção. 
Os remédios constitucionais certamente significam uma sofisticação da advocacia. 
São ações de status e objeto superior, têm prioridade na pauta dos tribunais e 
podem gerar efeitos sistêmicos na sociedade. Porém, ter o privilégio de 
endereçar uma ação popular em face da autoridade que atenta contra o patrimônio 
público atrai para o advogado uma responsabilidade igualmente elevada. 
Para reduzir os riscos decorrentes da prática dos remédios constitucionais, 
abordaremos nesse texto cada uma dessas figuras, suas hipóteses de cabimento e 
finalidades. Adiante, destacaremos alguns pontos mais avançados da doutrina 
e jurisprudência para que você possa ter confiança na atuação desse complexo 
sistema das ações constitucionais. 
Boa leitura! 
O que são remédios constitucionais? 
Os remédios constitucionais são meios postos à disposição dos cidadãos para 
provocar a intervenção de autoridades a fim de sanar ou impedir ilegalidades ou 
abuso de poder que prejudiquem direitos e interesses individuais. Para isso, a 
Constituição positivou o habeas corpus, o habeas data, o mandado de segurança, a 
ação popular e o mandado de injunção. 
https://www.aurum.com.br/blog/remedios-constitucionais/
https://www.aurum.com.br/blog/remedios-constitucionais/
https://www.aurum.com.br/blog/remedios-constitucionais/
https://www.aurum.com.br/blog/remedios-constitucionais/
https://www.aurum.com.br/blog/habeas-corpus/
https://www.aurum.com.br/blog/mandado-de-seguranca/
https://www.aurum.com.br/blog/mandado-de-injuncao/
https://www.aurum.com.br/blog/o-que-e-jurisprudencia/
Diferem-se das demais ações de direito processual em razão de 
seu status constitucional, ou seja, porque a própria Constituição cuidou de 
assegurar a presença desses mecanismos contra o arbítrio do Poder Estatal. 
Para que servem os remédios constitucionais 
Os remédios constitucionais são verdadeiras ações constitucionais. Entretanto, a 
opção pelo termo remédios vem para distingui-las das demais ações de controle 
concentrado de constitucionalidade. 
Enquanto a ADIn, a ADC e a ADPF são instrumentos para conformidade das 
normas e do direito objetivo, os remédios constitucionais asseguram 
faculdades jurídicas do indivíduo ou da coletividade. 
Em outras palavras, as ações de controle concentrado servem para provocar a 
Corte Constitucional a se manifestar sobre a adequação de uma lei ou dispositivo 
legal. Não interessa saber quem são os sujeitos prejudicados ou beneficiários dessa 
norma, apenas se ela respeita, ou não respeita, a Constituição. Justamente por isso, 
apenas algumas entidades possuem legitimidade para requerer a análise pelo STF. 
O caso dos remédios constitucionais é outro. Aqui, as ações possuem função de 
sanear ou remediar uma ilegalidade ou abuso de poder que limitou ou impediu 
o exercício de um direito garantido ao sujeito. Nesse caso, a proteção jurisdicional 
é destinada à tutela do indivíduo que sofreu restrição em seu acervo de direitos. 
Contudo, não são todas as faculdades subjetivas que estão garantidas pelos 
remédios constitucionais. Por exemplo, para ressarcimento ou indenização de 
danos perpetrados pelo Estado cabe a ação indenizatória específica, pelo 
procedimento comum. 
Por outro lado, é possível impetrar habeas data para assegurar o conhecimento de 
informações constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público. 
Para melhor entender o cabimento dos remédios constitucionais, abordaremos 
brevemente cada um deles. Se você deseja verticalizar a leitura em uma ação 
específica, sugerimos acompanhar os demais textos do Portal. 
https://www.aurum.com.br/blog/adpf/
https://www.aurum.com.br/blog/tutela/
Quais são os remédios constitucionais? 
Neste tópico falaremos mais sobre os remédios constitucionais. São eles: habeas 
corpus, habeas data, mandado de segurança, ação popular e mandado de injunção. 
Se preferir, você pode utilizar o menu abaixo para navegar pelos temas: 
1. Habeas corpus 
2. Habeas data 
3. Mandado de segurança 
4. Ação popular 
5. Mandado de injunção 
Habeas corpus 
O habeas corpus é o remédio constitucional por excelência. Seu objetivo é 
proteger um dos direitos mais fundamentais para qualquer nação civilizada: a 
liberdade de locomoção. Previsto em diversos ordenamentos 
jurídicos estrangeiros, foi positivado pela primeira vez no capítulo XXIX da Magna 
Carta Inglesa, o qual garantiu o devido processo legal contra o aprisionamento de 
sujeitos. 
No rol dos remédios constitucionais, o habeas corpus está inserido no art. 5º, 
inciso LXVIII, da Constituição e disciplinado no art. 647 e seguintes do Código de 
Processo Penal. 
Sem pretensão de se aprofundar neste writ (mandado em inglês) específico, 
concede-se o habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de 
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade. Em 
outras palavras, o habeas corpus proíbe a prisão abusiva. 
Bem por isso, trata-se do instrumento enérgico para a garantia da democracia e do 
Estado de Direito. No passado, o Ato Institucional nº 5, que institucionalizou a 
ditatura militar no Brasil, teve como uma das consequências a suspensão do 
habeas corpus por crimes de motivação política, franqueando o abuso do poder 
estatal, a tortura e o desaparecimento forçado. 
Se, desde o ano 1215, as nações ocidentais já previam que a prisão ocorresse 
apenas após um julgamento, a suspensão desse remédio foi um retorno medieval 
em nosso histórico. 
https://www.aurum.com.br/blog/remedios-constitucionais/#10
https://www.aurum.com.br/blog/remedios-constitucionais/#11
https://www.aurum.com.br/blog/remedios-constitucionais/#12
https://www.aurum.com.br/blog/remedios-constitucionais/#13
https://www.aurum.com.br/blog/remedios-constitucionais/#14
https://www.aurum.com.br/blog/ordenamento-juridico/
https://www.aurum.com.br/blog/ordenamento-juridico/
Habeas data 
Tal como o habeas corpus, o habeas data tem íntima relação com o histórico 
brasileiro de ditadura. Devemos lembrar que a Constituição de 1988 foi 
promulgada exatamente para marcar a redemocratização do Brasil, razão 
pela qual há uma notória carga valorativa em oposição aos atos de abuso de 
autoridade e para garantia dos direitos fundamentais. Isso não pode ser negado. 
Considerando os milhares de desaparecimentos forçados, prisões ilegais e 
execuções ocorridos entre 1964 e 1985, o art. 5º, inciso LXXII, da Constituição 
garantiu que houvesse o remédio constitucional habeas data para assegurar o 
conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de 
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, 
assim como para a retificação de dados. O procedimento está todo disciplinado 
na Lei 9.507/1997. 
Cuida-se do instrumento para garantir mais um princípio fulcral em toda 
democracia: a transparência. Os atos exercidos pelas autoridades – quando não 
forem fundamentais para defesa nacional – devem ser transparentes e de livre 
acesso para seu portador. 
Mandado de segurança 
Nos termos do art. 5º, inciso LXIX, da Constituição, ao mandado de 
segurança cumpre a proteção de direito documentalmente comprovado, 
desde que o responsávelpela ilegalidade ou abuso do poder seja autoridade 
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 
Trata-se de um remédio constitucional subsidiário, emergindo quando não for 
possível se valer de habeas corpus ou habeas data. 
Entretanto, há limitações processuais no tocante ao interesse de agir. Ele não 
será concedido quando for cabível recurso administrativo com efeito suspensivo, 
tampouco contra decisão judicial da qual caiba recurso com igual efeito. Por fim, é 
imprescindível que seja respeitada a coisa julgada de decisões. 
As restrições estão previstas no art. 5º da lei do mandado de segurança. Como se 
vê, quando for possível obter o mesmo efeito através de procedimento ordinário, 
não há possibilidade de socorro pelo remédio constitucional. 
https://www.aurum.com.br/blog/direitos-fundamentais/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9507.htm
https://www.aurum.com.br/blog/mandado-de-seguranca/
https://www.aurum.com.br/blog/mandado-de-seguranca/
https://www.aurum.com.br/blog/efeito-suspensivo/
https://www.aurum.com.br/blog/lei-do-mandado-de-seguranca/
Ação popular 
O artigo 5º, inciso LXXXIII, da Constituição Federal, faculta a qualquer cidadão a 
propositura de ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e 
cultural. 
Conforme detalhado no art. 2º da Lei 4.717/65, o conceito de ato lesivo ao 
patrimônio público é todo aquele emanado: 
▪ por autoridade incompetente; 
▪ com vício de forma; 
▪ ilegalidade do objeto; 
▪ motivos inexistentes; 
▪ desvio de finalidade. 
Nesse sentido, considera-se desvio de finalidade quando o agente pratica ato 
visando consequência diversa daquela prevista, usualmente para obtenção de 
vantagens pessoais. Por isso, assegurou-se este remédio constitucional 
também para a proteção da moralidade administrativa. 
O princípio da moralidade administrativa, positivado no caput do art. 37 CRFB, 
consiste na exigência de compatibilidade da atividade administrativa com os 
valores ético-jurídicos genericamente considerados. 
De um ponto de vista negativo, o princípio da moralidade administrativa proíbe a 
obtenção de interesses não respaldados pela boa-fé, ao passo que nega 
legitimidade a condutas fundadas em subterfúgios. Na faceta econômica, não é 
válido desenvolver atividades administrativas de modo a propiciar vantagens 
excessivas para quem as emana. 
Do ponto de vista positivo, o princípio da moralidade exige que a atividade 
administrativa seja desenvolvida de modo leal, assegurando a toda a comunidade a 
obtenção de vantagens justas e não exclusivas. 
Enquanto os demais remédios constitucionais podem ser exercidos por qualquer 
sujeito, nacional ou estrangeiro, que tenha direito violado, a ação popular 
somente pode ser manejada por cidadão. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4717.htm
https://www.aurum.com.br/blog/principio-da-boa-fe/
Isso significa que o autor da ação deverá estar no livre gozo de seus direitos 
políticos ativos (direito de votar). A prova dessa condição se dá com a juntada do 
título de eleitor no ato da propositura da ação. 
Mandado de injunção 
O mandado de injunção é o remédio constitucional cabível para conferir 
efetividade a direito fundamental subjetivo cujo exercício foi obstado em razão da 
ausência de norma regulamentadora. 
A importância do mandado de injunção se dá em face do parágrafo primeiro do 
artigo 5º da Constituição, o qual estabelece a aplicabilidade imediata 
dos direitos fundamentais. 
Sucede que determinados direitos fundamentais apenas podem ser exercidos se 
regulamentados, pois detém uma baixa densidade normativa. Exemplo disso é o 
direito ao salário mínimo. Nessa hipótese, os Poderes Legislativo e Executivo 
devem suprir a lacuna, editando uma norma regulamentadora suficiente para o 
exercício do direito. No exemplo do salário mínimo, espera-se o piso mínimo 
nacional. 
Contudo, a inércia e a omissão estatal são cenários comuns. 
Se a Constituição Federal impõe a aplicabilidade imediata dos direitos 
fundamentais, mas esses não podem ser exercidos por força de omissão legislativa 
ou administrativa, então o Poder Judiciário deve ser provocado para declarar o 
direito, apresentando as condições materiais de gozo da prerrogativa, até que a 
norma suficiente seja editada. A isso se presta o mandado de injunção. 
Se você quiser saber mais, escrevi um texto completo sobre o mandado de 
injunção . 
Aspectos jurídicos dos remédios constitucionais 
A explicação acima procurou apresentar um panorama jurídico dos 
remédios constitucionais, expondo suas finalidades e hipóteses de 
cabimento. Mas se você deseja uma leitura um pouco mais vertical no 
assunto, siga este próximo tópico. Separei um assunto avançado sobre 
cada um dos remédios constitucionais. 
https://www.aurum.com.br/blog/direitos-fundamentais/
https://www.aurum.com.br/blog/mandado-de-injuncao/
https://www.aurum.com.br/blog/mandado-de-injuncao/
Mandado de segurança e a indicação errônea da autoridade coatora 
Via de regra, o polo passivo do mandado será qualificado pela autoridade 
que representa o órgão público, que tenha praticado o ato impugnado ou 
emanado ordem para tanto (art. 6º, §3º, Lei 12.016/2009). 
Porém, há situações em que a autoridade coatora do mandado de 
segurança é de difícil constatação. Seja porque não houve a apresentação 
do agente, seja porque estrutura hierárquica do órgão público é duvidosa. 
Por isso, mais importante que a pessoa física que realizou o ato será a 
pessoa jurídica em que se encontra vinculada. O agente público não é 
considerado em sua condição de pessoa natural. Daí decorre que, desde 
que nomeada corretamente a autoridade, pouco importa individualizar a 
pessoa física que exerce a função. 
Assim, nos casos em que não for possível definir a autoridade coatora e, 
por equívoco objetivo, for endereçado o mandado a pessoa diversa, duas 
serão as consequências. 
Consequências da indicação errônea da autoridade coatora 
No primeiro caso, o erro de endereçamento grosseiro poderia implicar na 
extinção do processo sem resolução de mérito. Ocorre que o art. 339 
do Novo CPC introduziu novo dever ao réu supostamente ilegítimo: indicar o 
sujeito passivo adequado sempre que tiver conhecimento. 
Argumenta-se, ainda, que tal obrigação de informar seria agravada diante 
do prazo decadencial do mandado de segurança e a urgência habitual que 
o acompanha. 
De fato, o lesado não poderia ser prejudicado em decorrência da omissão 
da administração em informar o responsável pelo ato impugnável, 
sobretudo quando houver a ciência do réu ilegítimo. É que, uma vez que o 
polo passivo será a pessoa jurídica a qual está vinculada a autoridade, não 
poderia ser extinto o processo que indique autoridade equivocada. 
Contudo, há uma segunda consequência possível. Na hipótese de indicação 
equivocada com vínculo hierárquico entre o real agente coator e aquele 
imprecisamente apontado, incidirá a chamada “teoria da encampação”. 
https://www.aurum.com.br/blog/polo-passivo/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12016.htm
https://www.aurum.com.br/blog/novo-cpc/
Conforme esse entendimento jurisprudencial, será válido o mandado de 
segurança impetrado contra autoridade hierarquicamente superior àquela 
que praticou o ato. 
Diante de todo o exposto, Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio Cruz Arenhart 
resumem que, atualmente, a impetração dirigida contra autoridade 
superior é válida, desde que a requerida assuma titularidade passiva na 
demanda. 
Ação popular e a formação do litisconsorte ativo ulterior 
O art. 6º, §3º da Lei da Ação Popular dispõe que a pessoa jurídica cujo ato 
seja objeto de impugnação poderá se abster de contestar o pedido, ou 
então poderá atuar ao lado do autor, desde que isso se pareça útil ao 
interesse público, a juízo dorespectivo representante legal ou dirigente. 
É dizer que, uma vez reconhecido o erro pela autoridade que praticou o ato 
lesivo, essa poderá exercer uma espécie de retratação, atuando 
em litisconsórcio ativo de maneira a buscar a anulação do próprio ato que 
antes havia formulado. 
Evidentemente, para que isso seja possível, é preciso que haja 
um litisconsórcio passivo na ação, facultando a migração de uma das 
pessoas jurídicas de direito público para o polo demandante, enquanto as 
demais permanecem na condição de réu. Havendo apenas um sujeito no 
polo passivo, então ocorre uma perda de objeto em razão da autotutela 
pelo Estado. 
Para compreender melhor essa situação, deve-se salientar que o objeto da 
ação popular não é de interesse individual, mas é transindividual e 
metaprocessual, ou seja, supera o interesse das partes. 
Dessa forma, haveria tanto uma legitimação ativa ordinária, do cidadão que 
busca tutela de seus direitos, como uma legitimação extraordinária, em que 
a sociedade como um todo poderia participar, incluindo pessoas jurídicas 
de direito público. 
A discussão não é simples. Claro que a pessoa jurídica só poderia vir a 
integrar o polo ativo posteriormente. Isso porque a referida lei vinculou o 
conceito de cidadão àquele que possui direitos políticos, sendo prova cabal 
https://www.aurum.com.br/blog/impugnacao/
https://www.aurum.com.br/blog/litisconsorcio/
https://www.aurum.com.br/blog/litisconsorcio/
https://www.aurum.com.br/blog/direito-publico/
https://www.aurum.com.br/blog/direito-publico/
o título de eleitor. Daí decorre que pessoas sem título de eleitor não 
possuem legitimidade para impetrar ação popular. 
Assim, o §3º do art. 6º da Lei 4.717/1965 apresenta uma maneira de 
defender eventuais interesses de pessoas jurídicas, relativizando a 
pessoalidade do remédio constitucional. O faz, contudo, sempre 
acompanhado do cidadão eleitor. 
Habeas corpus e a súmula 693 do STF 
Conforme Súmula 693 do STF: 
 
 
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• ARTIGOS 
• CONHEÇA OS REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS E AS SUAS PARTICULARIDADES 
https://www.aurum.com.br/blog/artigos
https://www.aurum.com.br/blog/remedios-constitucionais/
 
AdvocaciaDireito Constitucional 
Conheça os remédios constitucionais e as suas particularidades 
Gustavo Martinelli 
Navegue por tópicos 
• O que são remédios constitucionais? 
• Quais são os remédios constitucionais? 
• Aspectos jurídicos dos remédios constitucionais 
• Conclusão 
https://www.aurum.com.br/blog/categoria/advocacia/
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https://www.aurum.com.br/blog/colunista/gustavo-martinelli/
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https://www.aurum.com.br/blog/remedios-constitucionais/
https://www.aurum.com.br/blog/remedios-constitucionais/
18 nov 2020• 
Artigo atualizado 25 ago 2021 
Os remédios constitucionais são instrumentos à disposição dos cidadãos para provocar a 
intervenção de autoridades a fim de impedir ilegalidades ou abuso de poder que prejudiquem 
direitos e interesses individuais. São eles: habeas corpus, habeas data, mandado de segurança, 
ação popular e mandado de injunção. 
Os remédios constitucionais certamente significam uma sofisticação da advocacia. 
São ações de status e objeto superior, têm prioridade na pauta dos tribunais e 
podem gerar efeitos sistêmicos na sociedade. Porém, ter o privilégio de 
endereçar uma ação popular em face da autoridade que atenta contra o patrimônio 
público atrai para o advogado uma responsabilidade igualmente elevada. 
Para reduzir os riscos decorrentes da prática dos remédios constitucionais, 
abordaremos nesse texto cada uma dessas figuras, suas hipóteses de cabimento e 
finalidades. Adiante, destacaremos alguns pontos mais avançados da doutrina 
e jurisprudência para que você possa ter confiança na atuação desse complexo 
sistema das ações constitucionais. 
Boa leitura! 
O que são remédios constitucionais? 
Os remédios constitucionais são meios postos à disposição dos cidadãos para 
provocar a intervenção de autoridades a fim de sanar ou impedir ilegalidades ou 
abuso de poder que prejudiquem direitos e interesses individuais. Para isso, a 
Constituição positivou o habeas corpus, o habeas data, o mandado de segurança, a 
ação popular e o mandado de injunção. 
Diferem-se das demais ações de direito processual em razão de 
seu status constitucional, ou seja, porque a própria Constituição cuidou de 
assegurar a presença desses mecanismos contra o arbítrio do Poder Estatal. 
Para que servem os remédios constitucionais 
Os remédios constitucionais são verdadeiras ações constitucionais. Entretanto, a 
opção pelo termo remédios vem para distingui-las das demais ações de controle 
concentrado de constitucionalidade. 
https://www.aurum.com.br/blog/habeas-corpus/
https://www.aurum.com.br/blog/mandado-de-seguranca/
https://www.aurum.com.br/blog/mandado-de-injuncao/
https://www.aurum.com.br/blog/o-que-e-jurisprudencia/
Enquanto a ADIn, a ADC e a ADPF são instrumentos para conformidade das 
normas e do direito objetivo, os remédios constitucionais asseguram 
faculdades jurídicas do indivíduo ou da coletividade. 
Em outras palavras, as ações de controle concentrado servem para provocar a 
Corte Constitucional a se manifestar sobre a adequação de uma lei ou dispositivo 
legal. Não interessa saber quem são os sujeitos prejudicados ou beneficiários dessa 
norma, apenas se ela respeita, ou não respeita, a Constituição. Justamente por isso, 
apenas algumas entidades possuem legitimidade para requerer a análise pelo STF. 
O caso dos remédios constitucionais é outro. Aqui, as ações possuem função de 
sanear ou remediar uma ilegalidade ou abuso de poder que limitou ou impediu 
o exercício de um direito garantido ao sujeito. Nesse caso, a proteção jurisdicional 
é destinada à tutela do indivíduo que sofreu restrição em seu acervo de direitos. 
Contudo, não são todas as faculdades subjetivas que estão garantidas pelos 
remédios constitucionais. Por exemplo, para ressarcimento ou indenização de 
danos perpetrados pelo Estado cabe a ação indenizatória específica, pelo 
procedimento comum. 
Por outro lado, é possível impetrar habeas data para assegurar o conhecimento de 
informações constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público. 
Para melhor entender o cabimento dos remédios constitucionais, abordaremos 
brevemente cada um deles. Se você deseja verticalizar a leitura em uma ação 
específica, sugerimos acompanhar os demais textos do Portal. 
Quais são os remédios constitucionais? 
Neste tópico falaremos mais sobre os remédios constitucionais. São eles: habeas 
corpus, habeas data, mandado de segurança, ação popular e mandado de injunção. 
Se preferir, você pode utilizar o menu abaixo para navegar pelos temas: 
1. Habeas corpus 
2. Habeas data 
3. Mandado de segurança 
4. Ação popular 
5. Mandado de injunção 
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https://www.aurum.com.br/blog/tutela/
https://www.aurum.com.br/blog/remedios-constitucionais/#10
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https://www.aurum.com.br/blog/remedios-constitucionais/#13
https://www.aurum.com.br/blog/remedios-constitucionais/#14
Habeas corpus 
O habeas corpus é o remédio constitucional por excelência. Seu objetivo é 
proteger um dos direitos mais fundamentais para qualquer nação civilizada: a 
liberdade de locomoção. Previsto em diversos ordenamentos 
jurídicos estrangeiros, foi positivado pela primeira vez no capítulo XXIX da Magna 
Carta Inglesa, o qual garantiu o devido processo legal contra o aprisionamento de 
sujeitos. 
No rol dos remédios constitucionais, o habeas corpus está inserido no art. 5º, 
inciso LXVIII, da Constituiçãoe disciplinado no art. 647 e seguintes do Código de 
Processo Penal. 
Sem pretensão de se aprofundar neste writ (mandado em inglês) específico, 
concede-se o habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de 
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade. Em 
outras palavras, o habeas corpus proíbe a prisão abusiva. 
Bem por isso, trata-se do instrumento enérgico para a garantia da democracia e do 
Estado de Direito. No passado, o Ato Institucional nº 5, que institucionalizou a 
ditatura militar no Brasil, teve como uma das consequências a suspensão do 
habeas corpus por crimes de motivação política, franqueando o abuso do poder 
estatal, a tortura e o desaparecimento forçado. 
Se, desde o ano 1215, as nações ocidentais já previam que a prisão ocorresse 
apenas após um julgamento, a suspensão desse remédio foi um retorno medieval 
em nosso histórico. 
Habeas data 
Tal como o habeas corpus, o habeas data tem íntima relação com o histórico 
brasileiro de ditadura. Devemos lembrar que a Constituição de 1988 foi 
promulgada exatamente para marcar a redemocratização do Brasil, razão 
pela qual há uma notória carga valorativa em oposição aos atos de abuso de 
autoridade e para garantia dos direitos fundamentais. Isso não pode ser negado. 
Considerando os milhares de desaparecimentos forçados, prisões ilegais e 
execuções ocorridos entre 1964 e 1985, o art. 5º, inciso LXXII, da Constituição 
garantiu que houvesse o remédio constitucional habeas data para assegurar o 
conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de 
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, 
https://www.aurum.com.br/blog/ordenamento-juridico/
https://www.aurum.com.br/blog/ordenamento-juridico/
https://www.aurum.com.br/blog/direitos-fundamentais/
assim como para a retificação de dados. O procedimento está todo disciplinado 
na Lei 9.507/1997. 
Cuida-se do instrumento para garantir mais um princípio fulcral em toda 
democracia: a transparência. Os atos exercidos pelas autoridades – quando não 
forem fundamentais para defesa nacional – devem ser transparentes e de livre 
acesso para seu portador. 
Mandado de segurança 
Nos termos do art. 5º, inciso LXIX, da Constituição, ao mandado de 
segurança cumpre a proteção de direito documentalmente comprovado, 
desde que o responsável pela ilegalidade ou abuso do poder seja autoridade 
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 
Trata-se de um remédio constitucional subsidiário, emergindo quando não for 
possível se valer de habeas corpus ou habeas data. 
Entretanto, há limitações processuais no tocante ao interesse de agir. Ele não 
será concedido quando for cabível recurso administrativo com efeito suspensivo, 
tampouco contra decisão judicial da qual caiba recurso com igual efeito. Por fim, é 
imprescindível que seja respeitada a coisa julgada de decisões. 
As restrições estão previstas no art. 5º da lei do mandado de segurança. Como se 
vê, quando for possível obter o mesmo efeito através de procedimento ordinário, 
não há possibilidade de socorro pelo remédio constitucional. 
Ação popular 
O artigo 5º, inciso LXXXIII, da Constituição Federal, faculta a qualquer cidadão a 
propositura de ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e 
cultural. 
Conforme detalhado no art. 2º da Lei 4.717/65, o conceito de ato lesivo ao 
patrimônio público é todo aquele emanado: 
▪ por autoridade incompetente; 
▪ com vício de forma; 
▪ ilegalidade do objeto; 
▪ motivos inexistentes; 
▪ desvio de finalidade. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9507.htm
https://www.aurum.com.br/blog/mandado-de-seguranca/
https://www.aurum.com.br/blog/mandado-de-seguranca/
https://www.aurum.com.br/blog/efeito-suspensivo/
https://www.aurum.com.br/blog/lei-do-mandado-de-seguranca/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4717.htm
Nesse sentido, considera-se desvio de finalidade quando o agente pratica ato 
visando consequência diversa daquela prevista, usualmente para obtenção de 
vantagens pessoais. Por isso, assegurou-se este remédio constitucional 
também para a proteção da moralidade administrativa. 
O princípio da moralidade administrativa, positivado no caput do art. 37 CRFB, 
consiste na exigência de compatibilidade da atividade administrativa com os 
valores ético-jurídicos genericamente considerados. 
De um ponto de vista negativo, o princípio da moralidade administrativa proíbe a 
obtenção de interesses não respaldados pela boa-fé, ao passo que nega 
legitimidade a condutas fundadas em subterfúgios. Na faceta econômica, não é 
válido desenvolver atividades administrativas de modo a propiciar vantagens 
excessivas para quem as emana. 
Do ponto de vista positivo, o princípio da moralidade exige que a atividade 
administrativa seja desenvolvida de modo leal, assegurando a toda a comunidade a 
obtenção de vantagens justas e não exclusivas. 
Enquanto os demais remédios constitucionais podem ser exercidos por qualquer 
sujeito, nacional ou estrangeiro, que tenha direito violado, a ação popular 
somente pode ser manejada por cidadão. 
Isso significa que o autor da ação deverá estar no livre gozo de seus direitos 
políticos ativos (direito de votar). A prova dessa condição se dá com a juntada do 
título de eleitor no ato da propositura da ação. 
Mandado de injunção 
O mandado de injunção é o remédio constitucional cabível para conferir 
efetividade a direito fundamental subjetivo cujo exercício foi obstado em razão da 
ausência de norma regulamentadora. 
A importância do mandado de injunção se dá em face do parágrafo primeiro do 
artigo 5º da Constituição, o qual estabelece a aplicabilidade imediata 
dos direitos fundamentais. 
Sucede que determinados direitos fundamentais apenas podem ser exercidos se 
regulamentados, pois detém uma baixa densidade normativa. Exemplo disso é o 
direito ao salário mínimo. Nessa hipótese, os Poderes Legislativo e Executivo 
devem suprir a lacuna, editando uma norma regulamentadora suficiente para o 
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exercício do direito. No exemplo do salário mínimo, espera-se o piso mínimo 
nacional. 
Contudo, a inércia e a omissão estatal são cenários comuns. 
Se a Constituição Federal impõe a aplicabilidade imediata dos direitos 
fundamentais, mas esses não podem ser exercidos por força de omissão legislativa 
ou administrativa, então o Poder Judiciário deve ser provocado para declarar o 
direito, apresentando as condições materiais de gozo da prerrogativa, até que a 
norma suficiente seja editada. A isso se presta o mandado de injunção. 
Se você quiser saber mais, escrevi um texto completo sobre o mandado de 
injunção aqui para o Portal da Aurum. 
 
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Aspectos jurídicos dos remédios constitucionais 
A explicação acima procurou apresentar um panorama jurídico dos remédios 
constitucionais, expondo suas finalidades e hipóteses de cabimento. Mas se você 
deseja uma leitura um pouco mais vertical no assunto, siga este próximo tópico. 
Separei um assunto avançado sobre cada um dos remédios constitucionais. 
Mandado de segurança e a indicação errônea da autoridade coatora 
Via de regra, o polo passivo do mandado será qualificado pela autoridade que 
representa o órgão público, que tenha praticado o ato impugnado ou emanado 
ordem para tanto (art. 6º, §3º, Lei 12.016/2009). 
Porém, há situações em que a autoridade coatora do mandado de segurança é de 
difícil constatação. Seja porque não houve a apresentação do agente, seja porque 
estrutura hierárquica do órgão público é duvidosa. 
Por isso, mais importante quea pessoa física que realizou o ato será a pessoa 
jurídica em que se encontra vinculada. O agente público não é considerado em sua 
condição de pessoa natural. Daí decorre que, desde que nomeada corretamente a 
autoridade, pouco importa individualizar a pessoa física que exerce a função. 
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https://www.aurum.com.br/blog/produto/novembro-black-astrea/?utm_source=blog&utm_medium=ad&utm_campaign=novembro-black-2021&utm_content=https://www.aurum.com.br/blog/remedios-constitucionais/
https://www.aurum.com.br/blog/polo-passivo/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12016.htm
Assim, nos casos em que não for possível definir a autoridade coatora e, por 
equívoco objetivo, for endereçado o mandado a pessoa diversa, duas serão as 
consequências. 
Consequências da indicação errônea da autoridade coatora 
No primeiro caso, o erro de endereçamento grosseiro poderia implicar na 
extinção do processo sem resolução de mérito. Ocorre que o art. 339 do Novo 
CPC introduziu novo dever ao réu supostamente ilegítimo: indicar o sujeito 
passivo adequado sempre que tiver conhecimento. 
Argumenta-se, ainda, que tal obrigação de informar seria agravada diante do prazo 
decadencial do mandado de segurança e a urgência habitual que o acompanha. 
De fato, o lesado não poderia ser prejudicado em decorrência da omissão da 
administração em informar o responsável pelo ato impugnável, sobretudo quando 
houver a ciência do réu ilegítimo. É que, uma vez que o polo passivo será a pessoa 
jurídica a qual está vinculada a autoridade, não poderia ser extinto o processo que 
indique autoridade equivocada. 
Contudo, há uma segunda consequência possível. Na hipótese de indicação 
equivocada com vínculo hierárquico entre o real agente coator e aquele 
imprecisamente apontado, incidirá a chamada “teoria da encampação”. 
Conforme esse entendimento jurisprudencial, será válido o mandado de segurança 
impetrado contra autoridade hierarquicamente superior àquela que praticou o ato. 
Diante de todo o exposto, Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio Cruz Arenhart 
resumem que, atualmente, a impetração dirigida contra autoridade superior é 
válida, desde que a requerida assuma titularidade passiva na demanda. 
Ação popular e a formação do litisconsorte ativo ulterior 
O art. 6º, §3º da Lei da Ação Popular dispõe que a pessoa jurídica cujo ato seja 
objeto de impugnação poderá se abster de contestar o pedido, ou então poderá 
atuar ao lado do autor, desde que isso se pareça útil ao interesse público, a juízo do 
respectivo representante legal ou dirigente. 
É dizer que, uma vez reconhecido o erro pela autoridade que praticou o ato lesivo, 
essa poderá exercer uma espécie de retratação, atuando em litisconsórcio ativo 
de maneira a buscar a anulação do próprio ato que antes havia formulado. 
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https://www.aurum.com.br/blog/litisconsorcio/
Evidentemente, para que isso seja possível, é preciso que haja 
um litisconsórcio passivo na ação, facultando a migração de uma das pessoas 
jurídicas de direito público para o polo demandante, enquanto as demais 
permanecem na condição de réu. Havendo apenas um sujeito no polo passivo, 
então ocorre uma perda de objeto em razão da autotutela pelo Estado. 
Para compreender melhor essa situação, deve-se salientar que o objeto da ação 
popular não é de interesse individual, mas é transindividual e metaprocessual, ou 
seja, supera o interesse das partes. 
Dessa forma, haveria tanto uma legitimação ativa ordinária, do cidadão que busca 
tutela de seus direitos, como uma legitimação extraordinária, em que a sociedade 
como um todo poderia participar, incluindo pessoas jurídicas de direito público. 
A discussão não é simples. Claro que a pessoa jurídica só poderia vir a integrar o 
polo ativo posteriormente. Isso porque a referida lei vinculou o conceito de 
cidadão àquele que possui direitos políticos, sendo prova cabal o título de eleitor. 
Daí decorre que pessoas sem título de eleitor não possuem legitimidade para 
impetrar ação popular. 
Assim, o §3º do art. 6º da Lei 4.717/1965 apresenta uma maneira de defender 
eventuais interesses de pessoas jurídicas, relativizando a pessoalidade do 
remédio constitucional. O faz, contudo, sempre acompanhado do cidadão eleitor. 
Habeas corpus e a súmula 693 do STF 
Conforme Súmula 693 do STF: 
Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, 
ou relativamente a processo em curso por infração penal a que a pena 
pecuniária seja a única cominada.” 
Há que se destacar que o habeas corpus é remédio constitucional para proteção da 
liberdade de locomoção individual. Assim, em uma primeira análise, parece 
adequado o entendimento do STF ao não acolher a possibilidade de HC nos casos 
em que há somente a restrição ao patrimônio, ou seja, mera pena pecuniária. 
O problema está nos casos em que é arbitrada fiança extremamente elevada, 
impossibilitando em absoluto o seu pagamento e, portanto, infringindo uma coação 
na liberdade de ir e vir. 
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O que deve ser analisado aqui é se o pagamento da pena pecuniária servirá como 
um substitutivo plausível para a liberação do indivíduo ou se, de outra forma, o 
indivíduo não poderá arcar com a multa, sendo submetido à detenção. Neste 
último caso, verificada a efetiva impossibilidade do pagamento, seria cabível se 
socorrer do habeas corpus, pois há interesse de agir premente. 
Essa discussão ganhou especial enfoque após fianças milionárias serem 
decretadas, notadamente fruto de operações de crimes contra o sistema financeiro 
e a administração pública, para que os réus de processos penais pudessem 
aguardar o julgamento em liberdade. Exemplo disso foi a ordem de fiança fixada 
em R$ 52 milhões para o empresário Eike Batista. 
Habeas data e a suposta natureza personalíssima 
Nos termos do art. 5º, XXXIII, da CF/88, o remédio constitucional do habeas 
data só poderá ser pleiteado pelo próprio impetrante para adquirir 
informações de seu interesse. Nesses termos, ainda que a pessoa jurídica tenha 
legitimidade para impetrar com o remédio constitucional, só poderá visar 
informações que lhe digam respeito. Isso porque o habeas data é considerado ação 
personalíssima. 
Nada obstante a isso, tendo em vista o histórico brasileiro da ditadura militar, 
período em que muitos foram os desaparecidos, o entendimento jurisprudencial se 
modificou de forma a se reconhecer legitimidade ativa ao cônjuge supérstite e 
herdeiros diretos, sobretudo para a correção de informações e proteção da 
memória do interessado. 
A ideia é que esses sujeitos pudessem buscar informações daqueles desaparecidos 
nas mãos do Estado, ao menos para saber se foram mortos e poder viver o luto 
digno. 
O entendimento já está consolidado na doutrina e jurisprudência, relativizando-
se o caráter personalíssimo do remédio constitucional, porém sem afastá-lo 
diretamente. Nesses termos, Ingo Sarlet defende: 
“Não cabe habeas data para obtenção de informações relativa a 
terceiros, ressalvada a possibilidade de impetração de habeas data 
para tutela do direito à informação sobre o de cujus por parte de seus 
herdeiros, inclusive do cônjuge supérstite.” 
https://www.aurum.com.br/blog/o-que-e-jurisprudencia/
Mandado de injunção coletivo e previsão estatutária 
No caso da advocacia privada, a hipótese mais comum de representação processual 
no mandado de injunção coletivo se dá em favor de associação. Contudo, é 
fundamental a verificar previamente se o estatuto da associação prevê e admite a 
substituição processual para defesa dos interesses dos associados em mandado deinjunção. 
Isso porque, em que pese o art. 12, III, da Lei 13.300/2016 dispensar autorização 
especial para propositura da ação, no Recurso Extraordinário nº 573.232 o STF 
definiu a tese que “a previsão estatutária genérica não é suficiente para legitimar a 
atuação, em Juízo, de associações na defesa de direitos dos filiados, sendo 
indispensável autorização expressa”, tendo em vista que os associados estariam 
sujeitos à coisa julgada. 
Conclusão 
Os remédios constitucionais são instrumentos para resguardar os direitos e 
interesses dos indivíduos contra os abusos do Poder Público, ou de quem lhe faça 
às vezes. 
Ao longo do texto, verificamos que as ações constitucionais são verdadeiras 
garantias fundamentais, diferenciando-se das demais ações em razão de 
seu status constitucional. Ao mesmo tempo, levam o nome de remédios para se 
distinguir das ações de controle concentrado de constitucionalidade, uma vez que 
se prestam a sanar as ilegalidades ocorridas. 
Para fins de fixação didática e em linguagem pessoal, faço um esforço para resumir 
em uma única frase o cabimento de cada remédio constitucional: 
▪ Habeas corpus é para quando alguém sofrer violência ilícita em sua liberdade de 
locomoção. 
▪ Habeas data é para assegurar o conhecimento ou retificação de 
informações pessoais do impetrante, constantes em banco de dados de caráter 
público. 
▪ Mandado de segurança é para proteger direito comprovado documentalmente, 
quando o coator estiver exercendo o Poder Público. 
▪ Ação popular é para anular ato lesivo contra a administração pública. 
▪ Mandado de injunção é para efetivar direito fundamental pendente de norma 
regulamentadora. 
Agradeço ao leitor pela curiosidade e espero ter sanado as inquietações jurídicas 
sobre o tema. Até a próxima! 
Mais conhecimento para você 
Se você gostou deste texto e quer saber sobre direito e advocacia, é só seguir 
conferindo o Portal da Aurum! Para começar, indicamos a leitura dos seguintes 
textos: 
▪ Os limites e deveres da liberdade de imprensa 
▪ Principais aspectos jurídicos do Estatuto do Idoso 
▪ Tomada de Decisão Apoiada: entenda como funciona 
▪ Tema 810 do STF: correção monetária e juros moratórios. 
 
• O que é o mandado de injunção? 
• Quando é usado o mandado de injunção? 
• Como funciona a Lei do mandado de injunção? 
• Efeitos da decisão do mandado de injunção 
• Diferença entre mandado de injunção individual e coletivo 
• Exemplo de mandado de injunção na prática 
• Aplicação subsidiária da Lei 12.016/2009 
• Previsão estatutária para o mandado de injunção coletivo 
• A omissão legislativa deve impedir direito subjetivo 
• Principais dúvidas sobre o mandado de injunção 
• Conclusão 
15 maio 2021• 
Artigo atualizado 13 out 2021 
O mandado de injunção é o remédio constitucional cabível para conferir efetividade a um 
direito fundamental subjetivo cujo exercício foi impedido em razão da ausência de norma 
regulamentadora. 
Positivado no artigo 5º, inciso LXXI, da Constituição e disciplinado pela Lei nº 
13.300/2016, o mandado de injunção representa uma virada paradigmática 
do direito público. 
Considerando a aplicabilidade imediata e a efetividade dos direitos e garantias 
fundamentais, o mandado de injunção se presta a provocar o Poder Judiciário 
para que, diante da omissão legislativa, supra a lacuna técnica que impede o 
exercício do direito. 
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O que é o mandado de injunção? 
O mandado de injunção é o remédio constitucional cabível para conferir 
efetividade a direito fundamental subjetivo cujo exercício foi impedido em razão 
da ausência de norma regulamentadora. 
Assim, a natureza jurídica de ação processual (especificamente, remédio 
constitucional), é identificada a partir da instrumentalidade deste para garantir 
a tutela jurisdicional do direito inviável. 
Embora haja divergência doutrinária quanto à origem histórica do mandado de 
injunção, ela teve influência direta da injuction norte-americana, introduzida 
no direito constitucional estadunidense em 1980. 
O instituto admite as formas de prohibitory injuction, quando proíbe a prática 
violadora de direito, impondo uma abstenção, ou de mandatory injuction, quando 
determina a prática de algum ato, sob pena de violação de direito por omissão. 
Enquanto a primeira guarda proximidade com nosso mandado de segurança, a 
segunda teria originado o mandado de injunção pátrio. 
Ainda que a inspiração advenha do modelo estadunidense, é certo que a 
positivação do mecanismo no ordenamento jurídico brasileiro o transformou em 
verdadeira jabuticaba. 
De fato, o instituto representou uma novidade na realidade constitucional após 
1988, já que não foi previsto nas constituições anteriores. De forma sintomática, 
pois o mandado de injunção talvez estampe com maestria a virada do Estado 
Legislativo ao Estado Constitucional. 
Como sustenta Daniel Hachem, no período anterior à Constituição de 
1988, o direito público ainda se ligava a uma perspectiva autoritária que 
ignorava a força normativa dos direitos fundamentais. 
No campo do direito constitucional e administrativo, isso se dava especialmente 
em face do apego à lei formal, numa ótica de legalidade estrita, o que afastava a 
intervenção do Poder Judiciário como garantidor de direitos constitucionais. 
Para o melhor entendimento da lei, segue um vídeo da AGU Explica: 
 sobre o tema: 
https://www.aurum.com.br/blog/tutela/
https://www.aurum.com.br/blog/direito-constitucional/
https://www.aurum.com.br/blog/mandado-de-seguranca/
https://www.aurum.com.br/blog/ordenamento-juridico/
https://www.aurum.com.br/blog/direito-publico/
https://www.aurum.com.br/blog/direitos-fundamentais/
https://www.aurum.com.br/blog/direito-constitucional/
O mandado de injunção e a Constituição de 1988 
A Constituição de 1988 introduziu uma virada no paradigma juspublicista. 
Com o reconhecimento da força normativa da Constituição, ou seja, da 
capacidade das regras constitucionais inovarem em direitos e obrigações 
nas relações jurídicas, fala-se em um direito constitucional da efetividade. 
Sendo assim, a Constituição se converte em parâmetro de validade do 
conteúdo material de todas as demais normas. A nova tendência é calcada 
na valorização da dignidade da pessoa humana e dos direitos 
fundamentais que dela emanam. 
O parágrafo primeiro do art. 5º da Constituição positiva o salto de 
entendimento ao determinar que “as normas definidoras dos direitos e 
garantias fundamentais têm aplicação imediata.” 
Em razão da fundamentalidade para a ordem jurídica, os direitos e 
garantias expressos na Constituição nascem com plena aplicabilidade e 
deveriam prescindir de norma regulamentadora infraconstitucional. 
O mesmo vale para os princípios implícitos do regime jurídico e para os 
tratados internacionais de direitos humanos ratificados pelo Brasil, por 
força dos parágrafos segundo e terceiro da referida norma. Esculpiu-se, 
portanto, o princípio da aplicabilidadeimediata dos direitos fundamentais. 
Não obstante a determinação constitucional, é certo que determinados 
direitos fundamentais apenas podem ser exercidos se regulamentados, pois 
detém de uma baixa densidade normativa. 
Exemplo disso é o direito à aposentadoria do servidor militar (art. 42, §2º, 
CRFB). Nessa hipótese, os Poderes Legislativo e Executivo devem suprir a 
lacuna técnica, apresentado uma norma regulamentadora suficiente para o 
exercício do direito. Contudo, como é notório, a inércia e a omissão são 
cenários comuns. 
Se a Constituição Federal impõe a aplicabilidade imediata dos direitos e 
garantias fundamentais, mas esses são impedidos de serem exercidos por 
força de omissão legislativa ou administrativa, então o Poder Judiciário deve 
ser provocado para declarar o direito, apresentando as condições materiais 
de gozo da prerrogativa, até que a norma suficiente seja editada. A isso se 
presta o mandado de injunção. 
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Quando é usado o mandado de injunção? 
O mandado de injunção é usado nos termos da previsão constitucional 
contida no art. 5º, inciso LXXI: 
Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania.” 
O conteúdo é repetido no art. 2º, da Lei nº 13.300/2016, a qual disciplina o 
processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo. 
Por contraditório que pareça, o próprio remédio constitucional cabível para 
suprir a ausência de norma regulamentadora ficou mais de 27 anos sem a 
correspondente normativa. 
Nesse intervalo, o Supremo Tribunal Federal entendeu, em julgado 
paradigmático, que o procedimento adotado seria o mesmo do mandado 
de segurança (STF, MI nº 107-3-DF, Rel. Min. Moreira Alves, DJU 21.09.1990). 
Os pressupostos de cabimento do mandado de injunção são: 
▪ A inviabilidade de exercícios de direitos e liberdades e das prerrogativas inerentes 
à nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
▪ Decorrente ausência de norma regulamentadora. 
Portanto, esses dois elementos devem estar vinculados por um nexo 
causal entre o vacuum juris e a impossibilidade do exercício dos direitos e 
liberdades constitucionais. 
Para o ajuizamento do mandado de injunção, não se exige a expressa 
imposição constitucional de regulamentar a norma, dirigida ao legislador 
ou administrador, como ocorre no caso da ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão, a ADIn. Basta apenas que o direito não 
tenha como ser fruído, pois inexiste forma legal para a concessão. 
O mandado de injunção e a ação de inconstitucionalidade por omissão 
É importante salientar: em que pese a confusão habitual entre o mandado 
de injunção e a ação de inconstitucionalidade por omissão, a semelhança 
entre as duas ações constitucionais termina na omissão inconstitucional. 
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https://www.aurum.com.br/blog/mandado-de-seguranca/
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https://www.aurum.com.br/blog/nexo-causal/
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• Enquanto no mandado de injunção a vítima da omissão busca a 
 
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• ARTIGOS 
• MANDADO DE INJUNÇÃO: O QUE É, QUANDO USAR E EFEITOS 
https://www.aurum.com.br/blog/mandado-de-injuncao/
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https://www.aurum.com.br/blog/artigos
https://www.aurum.com.br/blog/mandado-de-injuncao/
 
Direito Constitucional 
Mandado de injunção: o que é, quando usar e efeitos 
Gustavo Martinelli 
Navegue por tópicos 
• O que é o mandado de injunção? 
• Quando é usado o mandado de injunção? 
• Como funciona a Lei do mandado de injunção? 
• Efeitos da decisão do mandado de injunção 
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• Diferença entre mandado de injunção individual e coletivo 
• Exemplo de mandado de injunção na prática 
• Aplicação subsidiária da Lei 12.016/2009 
• Previsão estatutária para o mandado de injunção coletivo 
• A omissão legislativa deve impedir direito subjetivo 
• Principais dúvidas sobre o mandado de injunção 
• Conclusão 
15 maio 2021• 
Artigo atualizado 13 out 2021 
O mandado de injunção é o remédio constitucional cabível para conferir efetividade a um 
direito fundamental subjetivo cujo exercício foi impedido em razão da ausência de norma 
regulamentadora. 
Positivado no artigo 5º, inciso LXXI, da Constituição e disciplinado pela Lei nº 
13.300/2016, o mandado de injunção representa uma virada paradigmática 
do direito público. 
Considerando a aplicabilidade imediata e a efetividade dos direitos e garantias 
fundamentais, o mandado de injunção se presta a provocar o Poder Judiciário 
para que, diante da omissão legislativa, supra a lacuna técnica que impede o 
exercício do direito. 
O que é o mandado de injunção? 
O mandado de injunção é o remédio constitucional cabível para conferir 
efetividade a direito fundamental subjetivo cujo exercício foi impedido em razão 
da ausência de norma regulamentadora. 
Assim, a natureza jurídica de ação processual (especificamente, remédio 
constitucional), é identificada a partir da instrumentalidade deste para garantir 
a tutela jurisdicional do direito inviável. 
Embora haja divergência doutrinária quanto à origem histórica do mandado de 
injunção, ela teve influência direta da injuction norte-americana, introduzida 
no direito constitucional estadunidense em 1980. 
O instituto admite as formas de prohibitory injuction, quando proíbe a prática 
violadora de direito, impondo uma abstenção, ou de mandatory injuction, quando 
determina a prática de algum ato, sob pena de violação de direito por omissão. 
https://www.aurum.com.br/blog/mandado-de-injuncao/
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Enquanto a primeira guarda proximidade com nosso mandado de segurança, a 
segunda teria originado o mandado de injunção pátrio. 
Ainda que a inspiração advenha do modelo estadunidense, é certo que a 
positivação do mecanismo no ordenamento jurídico brasileiro o transformou em 
verdadeira jabuticaba. 
De fato, o instituto representou uma novidade na realidade constitucional após 
1988, já que não foi previsto nas constituições anteriores. De forma sintomática, 
pois o mandado de injunção talvez estampe com maestria a virada do Estado 
Legislativo ao Estado Constitucional. 
Como sustenta Daniel Hachem, no período anterior à Constituição de 
1988, o direito público ainda se ligava a uma perspectiva autoritária que 
ignorava a força normativa dos direitos fundamentais. 
No campo do direito constitucional e administrativo, isso se dava especialmente 
em face do apego à lei formal, numa ótica de legalidadeestrita, o que afastava a 
intervenção do Poder Judiciário como garantidor de direitos constitucionais. 
Para o melhor entendimento da lei, segue um vídeo da AGU Explica sobre o tema: 
Leia também: o papel do advogado na garantia dos direitos sociais. 
O mandado de injunção e a Constituição de 1988 
A Constituição de 1988 introduziu uma virada no paradigma juspublicista. Com o 
reconhecimento da força normativa da Constituição, ou seja, da capacidade das 
regras constitucionais inovarem em direitos e obrigações nas relações jurídicas, 
fala-se em um direito constitucional da efetividade. 
Sendo assim, a Constituição se converte em parâmetro de validade do 
conteúdo material de todas as demais normas. A nova tendência é calcada na 
valorização da dignidade da pessoa humana e dos direitos fundamentais que 
dela emanam. 
O parágrafo primeiro do art. 5º da Constituição positiva o salto de entendimento ao 
determinar que “as normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata.” 
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Em razão da fundamentalidade para a ordem jurídica, os direitos e garantias 
expressos na Constituição nascem com plena aplicabilidade e deveriam prescindir 
de norma regulamentadora infraconstitucional. 
O mesmo vale para os princípios implícitos do regime jurídico e para os tratados 
internacionais de direitos humanos ratificados pelo Brasil, por força dos 
parágrafos segundo e terceiro da referida norma. Esculpiu-se, portanto, o princípio 
da aplicabilidade imediata dos direitos fundamentais. 
Não obstante a determinação constitucional, é certo que determinados direitos 
fundamentais apenas podem ser exercidos se regulamentados, pois detém de 
uma baixa densidade normativa. 
Exemplo disso é o direito à aposentadoria do servidor militar (art. 42, §2º, CRFB). 
Nessa hipótese, os Poderes Legislativo e Executivo devem suprir a lacuna técnica, 
apresentado uma norma regulamentadora suficiente para o exercício do direito. 
Contudo, como é notório, a inércia e a omissão são cenários comuns. 
Se a Constituição Federal impõe a aplicabilidade imediata dos direitos e garantias 
fundamentais, mas esses são impedidos de serem exercidos por força de omissão 
legislativa ou administrativa, então o Poder Judiciário deve ser provocado para 
declarar o direito, apresentando as condições materiais de gozo da prerrogativa, 
até que a norma suficiente seja editada. A isso se presta o mandado de injunção. 
 
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Quando é usado o mandado de injunção? 
O mandado de injunção é usado nos termos da previsão constitucional contida no 
art. 5º, inciso LXXI: 
Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania.” 
O conteúdo é repetido no art. 2º, da Lei nº 13.300/2016, a qual disciplina o 
processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo. 
https://www.aurum.com.br/blog/produto/novembro-black-astrea/?utm_source=blog&utm_medium=ad&utm_campaign=novembro-black-2021&utm_content=https://www.aurum.com.br/blog/mandado-de-injuncao/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13300.htm
Por contraditório que pareça, o próprio remédio constitucional cabível para suprir 
a ausência de norma regulamentadora ficou mais de 27 anos sem a 
correspondente normativa. 
Nesse intervalo, o Supremo Tribunal Federal entendeu, em julgado paradigmático, 
que o procedimento adotado seria o mesmo do mandado de segurança (STF, MI 
nº 107-3-DF, Rel. Min. Moreira Alves, DJU 21.09.1990). 
Os pressupostos de cabimento do mandado de injunção são: 
▪ A inviabilidade de exercícios de direitos e liberdades e das prerrogativas inerentes 
à nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
▪ Decorrente ausência de norma regulamentadora. 
Portanto, esses dois elementos devem estar vinculados por um nexo causal entre 
o vacuum juris e a impossibilidade do exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais. 
Para o ajuizamento do mandado de injunção, não se exige a expressa imposição 
constitucional de regulamentar a norma, dirigida ao legislador ou administrador, 
como ocorre no caso da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, a ADIn. 
Basta apenas que o direito não tenha como ser fruído, pois inexiste forma legal 
para a concessão. 
O mandado de injunção e a ação de inconstitucionalidade por omissão 
É importante salientar: em que pese a confusão habitual entre o mandado de 
injunção e a ação de inconstitucionalidade por omissão, a semelhança entre as 
duas ações constitucionais termina na omissão inconstitucional. 
Enquanto no mandado de injunção a vítima da omissão busca a realização concreta 
de um direito subjetivo, com a supressão do vácuo pelo magistrado, na ADIn por 
omissão há o controle concentrado nas normas constitucionais. Ou seja, busca-se a 
proteção do direito objetivo e da integridade do ordenamento jurídico. 
No primeiro instituto, declara-se o direito, no segundo, declara-se a omissão 
jurídica. 
https://www.aurum.com.br/blog/mandado-de-seguranca/
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Como funciona a Lei 
 
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• MANDADO DE INJUNÇÃO: O QUE É, QUANDO USAR E EFEITOS 
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Direito Constitucional 
Mandado de injunção: o que é, quando usar e efeitos 
Gustavo Martinelli 
Navegue por tópicos 
• O que é o mandado de injunção? 
• Quando é usado o mandado de injunção? 
• Como funciona a Lei do mandado de injunção? 
• Efeitos da decisão do mandado de injunção 
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• Diferença entre mandado de injunção individual e coletivo 
• Exemplo de mandado de injunção na prática 
• Aplicação subsidiária da Lei 12.016/2009 
• Previsão estatutária para o mandado de injunção coletivo 
• A omissão legislativa deve impedir direito subjetivo 
• Principais dúvidas sobre o mandado de injunção 
• Conclusão 
15 maio 2021• 
Artigo atualizado 13 out 2021 
O mandado de injunção é o remédio constitucional cabível para conferir efetividade a um 
direito fundamental subjetivo cujo exercício foi impedido em razão da ausência de norma 
regulamentadora. 
Positivado no artigo 5º, inciso LXXI, da Constituição e disciplinado pela Lei nº 
13.300/2016, o mandado de injunção representa uma virada paradigmática 
do direito público. 
Considerando a aplicabilidade imediata e a efetividade dos direitos e garantias 
fundamentais, o mandado de injunção se presta a provocar o Poder Judiciário 
para que, diante da omissão legislativa, supra a lacuna técnica queimpede o 
exercício do direito. 
O que é o mandado de injunção? 
O mandado de injunção é o remédio constitucional cabível para conferir 
efetividade a direito fundamental subjetivo cujo exercício foi impedido em razão 
da ausência de norma regulamentadora. 
Assim, a natureza jurídica de ação processual (especificamente, remédio 
constitucional), é identificada a partir da instrumentalidade deste para garantir 
a tutela jurisdicional do direito inviável. 
Embora haja divergência doutrinária quanto à origem histórica do mandado de 
injunção, ela teve influência direta da injuction norte-americana, introduzida 
no direito constitucional estadunidense em 1980. 
O instituto admite as formas de prohibitory injuction, quando proíbe a prática 
violadora de direito, impondo uma abstenção, ou de mandatory injuction, quando 
determina a prática de algum ato, sob pena de violação de direito por omissão. 
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Enquanto a primeira guarda proximidade com nosso mandado de segurança, a 
segunda teria originado o mandado de injunção pátrio. 
Ainda que a inspiração advenha do modelo estadunidense, é certo que a 
positivação do mecanismo no ordenamento jurídico brasileiro o transformou em 
verdadeira jabuticaba. 
De fato, o instituto representou uma novidade na realidade constitucional após 
1988, já que não foi previsto nas constituições anteriores. De forma sintomática, 
pois o mandado de injunção talvez estampe com maestria a virada do Estado 
Legislativo ao Estado Constitucional. 
Como sustenta Daniel Hachem, no período anterior à Constituição de 
1988, o direito público ainda se ligava a uma perspectiva autoritária que 
ignorava a força normativa dos direitos fundamentais. 
No campo do direito constitucional e administrativo, isso se dava especialmente 
em face do apego à lei formal, numa ótica de legalidade estrita, o que afastava a 
intervenção do Poder Judiciário como garantidor de direitos constitucionais. 
Para o melhor entendimento da lei, segue um vídeo da AGU Explica sobre o tema: 
Leia também: o papel do advogado na garantia dos direitos sociais. 
O mandado de injunção e a Constituição de 1988 
A Constituição de 1988 introduziu uma virada no paradigma juspublicista. Com o 
reconhecimento da força normativa da Constituição, ou seja, da capacidade das 
regras constitucionais inovarem em direitos e obrigações nas relações jurídicas, 
fala-se em um direito constitucional da efetividade. 
Sendo assim, a Constituição se converte em parâmetro de validade do 
conteúdo material de todas as demais normas. A nova tendência é calcada na 
valorização da dignidade da pessoa humana e dos direitos fundamentais que 
dela emanam. 
O parágrafo primeiro do art. 5º da Constituição positiva o salto de entendimento ao 
determinar que “as normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata.” 
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Em razão da fundamentalidade para a ordem jurídica, os direitos e garantias 
expressos na Constituição nascem com plena aplicabilidade e deveriam prescindir 
de norma regulamentadora infraconstitucional. 
O mesmo vale para os princípios implícitos do regime jurídico e para os tratados 
internacionais de direitos humanos ratificados pelo Brasil, por força dos 
parágrafos segundo e terceiro da referida norma. Esculpiu-se, portanto, o princípio 
da aplicabilidade imediata dos direitos fundamentais. 
Não obstante a determinação constitucional, é certo que determinados direitos 
fundamentais apenas podem ser exercidos se regulamentados, pois detém de 
uma baixa densidade normativa. 
Exemplo disso é o direito à aposentadoria do servidor militar (art. 42, §2º, CRFB). 
Nessa hipótese, os Poderes Legislativo e Executivo devem suprir a lacuna técnica, 
apresentado uma norma regulamentadora suficiente para o exercício do direito. 
Contudo, como é notório, a inércia e a omissão são cenários comuns. 
Se a Constituição Federal impõe a aplicabilidade imediata dos direitos e garantias 
fundamentais, mas esses são impedidos de serem exercidos por força de omissão 
legislativa ou administrativa, então o Poder Judiciário deve ser provocado para 
declarar o direito, apresentando as condições materiais de gozo da prerrogativa, 
até que a norma suficiente seja editada. A isso se presta o mandado de injunção. 
 
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Quando é usado o mandado de injunção? 
O mandado de injunção é usado nos termos da previsão constitucional contida no 
art. 5º, inciso LXXI: 
Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania.” 
O conteúdo é repetido no art. 2º, da Lei nº 13.300/2016, a qual disciplina o 
processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo. 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13300.htm
Por contraditório que pareça, o próprio remédio constitucional cabível para suprir 
a ausência de norma regulamentadora ficou mais de 27 anos sem a 
correspondente normativa. 
Nesse intervalo, o Supremo Tribunal Federal entendeu, em julgado paradigmático, 
que o procedimento adotado seria o mesmo do mandado de segurança (STF, MI 
nº 107-3-DF, Rel. Min. Moreira Alves, DJU 21.09.1990). 
Os pressupostos de cabimento do mandado de injunção são: 
▪ A inviabilidade de exercícios de direitos e liberdades e das prerrogativas inerentes 
à nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
▪ Decorrente ausência de norma regulamentadora. 
Portanto, esses dois elementos devem estar vinculados por um nexo causal entre 
o vacuum juris e a impossibilidade do exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais. 
Para o ajuizamento do mandado de injunção, não se exige a expressa imposição 
constitucional de regulamentar a norma, dirigida ao legislador ou administrador, 
como ocorre no caso da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, a ADIn. 
Basta apenas que o direito não tenha como ser fruído, pois inexiste forma legal 
para a concessão. 
O mandado de injunção e a ação de inconstitucionalidade por omissão 
É importante salientar: em que pese a confusão habitual entre o mandado de 
injunção e a ação de inconstitucionalidade por omissão, a semelhança entre as 
duas ações constitucionais termina na omissão inconstitucional. 
Enquanto no mandado de injunção a vítima da omissão busca a realização concreta 
de um direito subjetivo, coma supressão do vácuo pelo magistrado, na ADIn por 
omissão há o controle concentrado nas normas constitucionais. Ou seja, busca-se a 
proteção do direito objetivo e da integridade do ordenamento jurídico. 
No primeiro instituto, declara-se o direito, no segundo, declara-se a omissão 
jurídica. 
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https://www.aurum.com.br/blog/ordenamento-juridico/
Como funciona a Lei do mandado de injunção? 
Demonstrada a omissão inconstitucional violadora de direito subjetivo, 
pressuposto que denota o interesse de agir processual, cumpre tratar da 
legitimidade ad causam. 
Assim, nos termos do art. 3º da Lei do Mandado de Injunção, são impetrantes 
legitimados as pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos 
direitos impedidos. Já a legitimidade para responder como impetrado recai sobre 
o Poder, órgão ou autoridade com atribuição para editar a norma 
regulamentadora. 
Recebida a petição inicial, o juiz ordenará a notificação do impetrado para que 
este preste informações no prazo de 10 dias, bem como dará ciência ao órgão de 
representação judicial da pessoa jurídica interessada para que, querendo, ingresse 
no feito. 
Findo o prazo das informações, será concedido o prazo de novos 10 dias para que o 
Ministério Público possa opinar. Com ou sem o parecer, os autos serão 
conclusos para decisão. 
Efeitos da decisão do mandado de injunção 
O art. 8º da Lei 13.300 delineou os efeitos da decisão do mandado de injunção: 
Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida 
a injunção para: 
 
I – determinar prazo razoável para que o impetrado promova a 
edição da norma regulamentadora; 
 
II – estabelecer as condições em que se dará o exercício dos 
direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, 
se for o caso, as condições em que poderá o interessado 
promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja 
suprida a mora legislativa no prazo determinado. 
 
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se 
refere o inciso I do caput quando comprovado que o 
impetrado deixou de atender, em mandado de injunção 
anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma. 
https://www.aurum.com.br/blog/peticao-inicial/
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Comentários ao art. 8 da Lei do mandado de injunção 
Em sendo reconhecida a mora legislativa, será deferida a injunção para 
determinar o prazo razoável para que o impetrado promova a edição da 
norma regulamentadora, e estabelecer as condições em que se dará o 
exercício de direitos, ou, se for o caso, as condições em que o interessado 
poderá promover ação própria visando a exercê-los, até a supressão da 
mora. Após a edição da norma, suspende-se a eficácia da decisão. 
Se é assim, então a norma regulamentadora que surge somente poderá 
gerar efeitos a partir daquele momento, conferindo segurança jurídica aos 
atos praticados sob as condições estabelecidas judicialmente, salvo se a 
aplicação da regra editada for mais favorável aos beneficiários (art. 11, Lei 
nº 13.300/2016). 
Uma vez que a injunção visa conferir direito subjetivo, os efeitos concretos 
do julgamento serão, em regra, inter partes. Contudo, a eficácia ultra 
partes ou erga omnes poderá ser conferida quando isso for indispensável ao 
exercício do direito, nos termos do art. 9º, §1º da norma específica. 
Exemplo disso, conforme anotado por Daniel Wunder Hachem, é o direito 
fundamental de proteção à mulher ao mercado de trabalho (art. 7º, XX), 
uma vez que a inexistência de políticas públicas específicas pode inviabilizar 
o exercício do direito fundamental protetivo. 
Por fim, a competência para julgamento do mandado de injunção foi 
disciplinada constitucionalmente. A regra, segundo Daniel Wunder 
Hachem, “seria o ajuizamento em primeira instância, conforme a matéria (federal, 
estadual, etc.), excepcionados os casos em que a qualidade do impetrado 
demandar” o direcionamento da competência originária aos Tribunais 
Superiores (art. 102, I, q; art. 102, II, a; art. 105, I, h, todos da CRBF). 
Diferença entre mandado de injunção individual e coletivo 
Os efeitos inter partes, ultra partes ou erga omnes não podem se confundir 
com a qualidade individual ou coletiva do mandado de injunção. A 
diferenciação entre esses dois tipos se dá em razão da natureza do direito, 
não dos efeitos produzidos. 
https://www.aurum.com.br/blog/seguranca-juridica/
Portanto, quando a injunção almejar o exercício de direito individual, o 
meio adequado será a ação individual. Se tratando de direitos 
transindividuais, será caso de demanda coletiva. 
Em suma, apenas os legitimados especiais dispostos no art. 12 da 
13.300/2016 podem promover o mandado de injunção 
 
coletivo. São eles: 
▪ O Ministério Público, quando a tutela requerida for relevante à defesa da ordem 
jurídica; 
▪ O partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar 
direitos relativos à finalidade partidária; 
▪ Organização sindical, entidade de classe ou associação em funcionamento legal há 
pelo menos um ano, no tocante às prerrogativas em favor de seus membros; 
▪ A Defensoria Pública, quando a tutela requerida for relevante para a promoção dos 
direitos humanos e a defesa de direitos dos necessitados. 
Veja que o mandado de injunção coletivo não reflete a ampliação dos efeitos 
da decisão. Tanto é assim que o art. 13 da legislação citada determina que a 
sentença fará coisa julgada limitadamente às pessoas integrantes da 
coletividade substituída pelo impetrante, salvo a exceção já mencionada (§§ 
1º e 2º do art. 9º). 
Exemplo de mandado de injunção na prática 
Após a teorização contextual e dogmática, um exemplo prático é bem-
vindo. O leading case da matéria é o Mandado de Injunção nº 708, cujo 
ementário merece transcrição para posterior elucidação: 
MANDADO DE INJUNÇÃO. GARANTIA FUNDAMENTAL (CF, ART. 5º, 
INCISO LXXI). DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS 
CIVIS (CF, ART. 37, INCISO VII). EVOLUÇÃO DO TEMA 
NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). 
DEFINIÇÃO DOS PARÂMETROS DE COMPETÊNCIA 
CONSTITUCIONAL PARA APRECIAÇÃO NO ÂMBITO DA JUSTIÇA 
FEDERAL E DA JUSTIÇA ESTADUAL ATÉ A EDIÇÃO DA LEGISLAÇÃO 
ESPECÍFICA PERTINENTE, NOS TERMOS DO ART. 37, VII, DA CF. EM 
OBSERVÂNCIA AOS DITAMES DA SEGURANÇA JURÍDICA E À 
EVOLUÇÃO JURISPRUDENCIAL NA INTERPRETAÇÃO DA OMISSÃO 
https://www.aurum.com.br/blog/o-que-e-jurisprudencia/
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LEGISLATIVA SOBRE O DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES 
PÚBLICOS CIVIS, FIXAÇÃO DO PRAZO DE 60 (SESSENTA) DIAS PARA 
QUE O CONGRESSO NACIONAL LEGISLE SOBRE A MATÉRIA. 
MANDADO DE INJUNÇÃO DEFERIDO PARA DETERMINAR A 
APLICAÇÃO DAS LEIS Nos 7.701/1988 E 7.783/1989. 1. SINAIS DE 
EVOLUÇÃO DA GARANTIA FUNDAMENTAL DO MANDADO DE 
INJUNÇÃO NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL (STF). 
MI nº 708/DF – Rel: Min. Gilmar Mendes, DJU 25/10/2007 
O caso acima colacionado trata do direito fundamental de greve dos 
servidores públicos, previsto no art. 37, VII, da Constituição, o qual impõe a 
edição de 
 
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• Como funciona a Lei do mandado de injunção? 
• Efeitos da decisão do mandado de injunção 
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