Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Joyce Souza de Amarante 015319- Biomedicina – 7° semestre – Noturno – Prof° MSc. Marcelly Valle Palladino Atividade 1 - Caso clínico sobre glicemia CASO CLÍNICO Milton, um senhor de 55 anos de idade foi atendido em uma clínica para diabéticos, apresentando os seguintes sintomas: cansaço, dificuldade de enxergar, formigamento nas pernas, problemas renais, dificuldades de cicatrização, aumento da sede e da frequência urinária. Ele se considerava bem até uns 2 anos atrás, embora já manifestasse problemas de visão. O paciente relatou vários casos na família que demonstravam elevada incidência de diabetes tipo 2, como um dos seus avós que tivera amputação de uma das pernas, falecendo dois anos após a amputação. Outro caso semelhante ocorrera com uma tia. Exames laboratoriais acusaram hiperglicemia, glicosúria, albuminúria e apenas traços para corpos cetônicos na urina. Foram encontrados 14% de hemoglobina glicada e concentração de triglicerídeos 450 mg/dL. Um teste de tolerância oral à glicose foi realizado e o resultado mostrou- se alterado indicando uma elevada glicemia 2 horas após a ingestão de glicose. Foi ainda constatada hipertensão arterial, aumento da circunferência abdominal e IMC de 32 kg/m2. O médico confirmou a síndrome metabólica e orientou a necessidade de controle medicamentoso e melhoria de seus hábitos alimentares, evitando mais prejuízos para sua saúde. A partir do caso clínico acima fica evidente a importância de realizar um diagnóstico precoce, a fim de estabelecer um tratamento adequado com o intuito de evitar a evolução de possíveis doenças e o surgimento de manifestações clínicas que comprometem a qualidade de vida do indivíduo. A respeito desse tema, respondenda as questões de aprendizagem propostas a seguir: Questões de aprendizagem • Justifique os sintomas do paciente com a fisiopatologia de sua doença. R: Chamada de diabetes adquirida, o DM tipo 2 é lento e progressivo. É um distúrbio metabólico de deficiência relativa da síntese de insulina e diminuição na ação - resistência que diminui a captação de glicose pelos tecidos. A glicose gera energia para o organismo e auxilia na cicatrização, sem ela o paciente fica cansado facilmente e tem dificuldades de cicatrização, além disso ocorre desidratação extrema, confusão mental, polidipsia e retinopatia. • Justifique o resultado dos exames laboratoriais do paciente com a fisiopatologia de sua doença. R: A hiperglicemia é um diagnóstico característico da diabetes, no caso da DM tipo 2 isso ocorre por deficiência relativa da síntese de insulina e diminuição na ação, a glicosúria ocorre por diminuição na ação da insulina, resistência que diminui a captação de glicose pelos tecidos, fazendo com que a glicose seja excretada na urina. A albuminúria ocorre em caso de nefropatia diabética, quando a diabetes está descontrolada. A hemoglobina glicada do paciente estava em 14%, acima de 6,5% já é confirmatório para diabetes. A concentração de triglicérides do paciente apresentou valor de 450 mg/dL, nos DM tipo 2 os níveis de triglicerídeos elevam e os níveis de HDL diminuem. Um teste de tolerância oral à glicose foi realizado e o resultado mostrou-se alterado indicando uma elevada glicemia 2 horas após a ingestão de glicose, é confirmatório para DM quando o resultado da glicemia é maior que 200 mg/dL. Foi ainda constatada hipertensão arterial, aumento da circunferência abdominal e IMC de 32 kg/m2, é comum que na fase inicial ocorra o aumento da pressão arterial (hipertensão), esta situação merece atenção especial, pois pode levar à insuficiência renal avançada. A maioria dos pacientes com DM tipo 2 apresentam obesidade. A síndrome metabólica foi confirmada pelo risco cardiovascular relacionados à obesidade e a resistência à insulina do paciente, que no caso ocorre em pacientes com DM tipo 2. • Quais os tecidos são insulinodependentes e insulino-independentes? R: Entre os tecidos insulino-dependentes estão o tecido muscular, adiposo, diafragma, aorta, hipófise anterior, glândulas mamárias e lente dos olhos. Outras células, como aquelas do fígado, cérebro, eritrócitos e nervos não necessitam insulina para a captação de glicose (insulino independentes). • Relacionar obesidade, hiperinsulinemia e resistência periférica à insulina. R: O aumento do tecido adiposo e consumo elevado de gorduras na dieta, resulta em maior liberação de ácidos graxos livres (AGL), pela veia porta, expondo o fígado, o músculo e o pâncreas a uma maior concentração dos mesmos. O excesso de AGL pode contribuir para o aumento da gliconeogênese hepática e liberação de LDL, bem como para a inibição do clearence hepático da insulina, levando a uma hiperinsulinemia e à resistência periférica à insulina. • Descrever síndrome metabólica. R: A síndrome metabólica é um transtorno complexo, representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular, usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina, que no caso ocorre em pacientes com DM tipo 2. • Identifique os critérios laboratoriais para o diagnóstico de normoglicêmia, pré-diabetes e diabetes Mellitus. R: Níveis glicêmicos para diagnóstico: - Normoglicemia: glicemia de jejum, TOTG e HbA1c normais - Disglicemia: níveis glicêmicos alterados, compatíveis com pré- -diabetes (jejum entre 100 e 125 mg/dL, 2 horas no TOTG entre 140 e 199 mg/dL, ou HbA1c entre 5,7 e 6,4%) - Hiperglicemia evidente e de início recente, critérios clássicos para diagnóstico de DM (glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL, 2 horas no TOTG ≥ 200 mg/dL, ou HbA1c ≥ 6,5%*) • Diferenciar os testes para avaliação do perfil glicêmico. R: Exame de glicemia em jejum (FPG) - Devido à facilidade de utilização do método, à boa aceitação por parte dos pacientes e ao baixo custo, este exame é o mais usado para diagnosticar o diabetes. Neste caso, é necessário jejum de no mínimo 8 horas. - Glicemia entre 100 mg/dl e 125 mg/dl, confirma o pré-diabetes. Isso significa que o indivíduo está mais propenso a desenvolver o diabetes tipo 2. - Glicemia igual ou superior a 126 mg/dl, confirmada por repetição do teste em outro dia, é diagnóstico de diabetes. Teste oral de tolerância à glicose (TOTG) - Este exame requer jejum de pelo menos 8 horas para que a primeira coleta de sangue seja realizada. A segunda coleta será realizada após 2 horas da ingestão de um líquido com 75 gramas de glicose diluídas em água. - Glicemia entre 140 mg/dl e 199 mg/dl confirma o pré-diabetes, também chamado de intolerância à glicose. Isso significa que o indíduo está mais propenso a desenvolver o diabetes tipo 2. - Glicemia igual ou superior a 200mg/dl, confirmada por repetição do teste em outro dia, é diagnóstico de diabetes. Exame de glicose “Random” - Glicemia casual igual ou superior a 200mg/dl associada a presença de um ou mais dos sintomas abaixo pode detectar a presença de diabetes: - Aumento do volume urinário - Sede excessiva - Muita fome - Perda de peso inexplicável - Fadiga - Visão turva - Feridas que demoram para cicatrizar Em caso positivo, o diagnóstico só será confirmado após nova avaliação da glicemia em outro dia, por meio de exame de glicemia em jejum ou exame oral de tolerância à glicose. Hemoglobina Glicada (HbA1c) - O teste de hemoglobina costumava ser utilizado apenas como método de acompanhamento do diabetes. Desde julho de 2009, porém, foi estabelecido também como um dos métodos de diagnóstico. A HbA1c reflete o histórico da glicemia de 120 dias, aproximadamente, e os valores se mantêm estáveis após a coleta. De acordo com a Associação Americana de Diabetes (ADA), os critérios do teste são: Diabetes - HbA1c > 6,5%, com confirmação posterior. A confirmação não é necessária, caso estejam presentes sintomas ou glicemia > 200 mg/dl. Indivíduos com alto risco para o desenvolvimento de diabetes - HbA1c entre 5,7 e 6,4 %.
Compartilhar