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Artigo sobre Muska Moston - ESPECTRO DE MOSSTON E A PARTICIPAÇÃO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA

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ESPECTRO DE MOSSTON E A PARTICIPAÇÃO DOS ALUNOS DO 
ENSINO MÉDIO EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA. 
 
NUNES, Ana Estela1 - Unesp 
 
IAOCHITE, Roberto Tadeu2 - Unesp 
 
Grupo de Trabalho - Didática: Teorias, Metodologias e Práticas 
Agência Financiadora: PIBIC/CNPq; PROGRAD/Unesp 
 
Resumo 
 
A importância da Educação Física escolar para crescimento e desenvolvimento de crianças e 
adolescentes é muito citada, assim como os dados que apontam o alto índice de absenteísmo 
dos alunos do ensino médio nas aulas de Educação Física. Trata-se de um fato preocupante, o 
qual pede meios de facilitar e aumentar a participação dos alunos nas aulas. Entra aí o papel 
do professor dessa disciplina, cujos objetivos e métodos de ensino precisam ser revistos e 
melhorados a fim de alcançar o maior número de alunos possível, diminuindo o quadro de 
absenteísmo. Uma das estratégias que pode contribuir para o aumento de alunos participando 
das atividades nas aulas de Educação Física é a maneira como o professor ensina, havendo até 
um modelo que pode ser seguido por ele, criado por Muska Mosston e chamado de espectro 
dos estilos de ensino. O presente trabalho tem por objetivo investigar qual ou quais dos estilos 
de ensino usados nas aulas de Educação Física que aumentam a participação dos alunos nelas. 
O estudo foi realizado com 107 alunos do ensino médio de uma escola técnica do município 
de Rio Claro, SP. O instrumento de coleta de dados foi composto por questões de 
caracterização do aluno, (nome, idade, gênero, série); e uma escala tipo Likert sobre estilos de 
ensino relacionados com a participação do aluno na aula de Educação Física. Foi encontrado 
que participam mais da aula quando o professor usa os comandos autocontrole e inclusão, os 
quais proporcionam aos alunos apenas um pouco de autonomia para escolherem a intensidade 
com que realizarão a atividade proposta. 
 
Palavras-chave: Ensino. Educação física. Ensino médio. 
 
1 Graduanda em Educação Física: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus Rio Claro – 
SP. E-mail: anaestelanunes@yahoo.com.br 
2 Doutor em Educação pela Faculdade de Educação da UNICAMP. Professor Assistente Doutor do 
Departamento de Educação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus Rio Claro – 
SP. E-mail: iaochite@rc.unesp.br 
15921 
 
 
Introdução 
Como já apontado em estudos anteriores (DUBBERT, 2002; IAOCHITE, 2006) em 
nenhum outro momento da história tem se produzido estudos e discutido tanto sobre os 
benefícios das muitas práticas corporais existentes para crianças, adultos e idosos. O universo 
acadêmico, nos últimos dez ou quinze anos, destacou-se por evidenciar a divulgação dos 
resultados de milhares de estudos, em diferentes culturas, correlacionando o comportamento 
de praticar atividades físicas com variáveis fisiológicas (aliás, a maioria deles), cognitivas, 
afetivas, sociais e comportamentais. Ainda que se deva questionar a qualidade e os interesses 
na divulgação de parte desses resultados, principalmente pelas mídias televisiva e impressa, é 
possível perceber um aumento significativo da divulgação de informações relacionadas à 
prática de exercícios e das “prováveis” consequências de se aderir a elas. 
Marani, Oliveira, Guedes (2007) apontam a relevante contribuição da Educação Física 
escolar para a aptidão física, desenvolvimento motor, bem estar e saúde das crianças e 
adolescentes. Considerando a importância da Educação Física escolar para saúde e 
desenvolvimento motor da criança e a relação com a prática de atividade física, alguns 
estudos apontam para dados preocupantes. Apontam o aumento do nível de absenteísmo dos 
alunos nas aulas de Educação Física juntamente com a desmotivação deles em participar das 
atividades. (BRACHT et al, 2002; DARIDO, 2004; GUEDES,1999; MARTIN, KULINNA, 
EKLUND, REED, 2001, SCHMIDT, DUMMEL, BINOTTO, NASCIMENTO, 2006). 
Unindo esses dois conceitos, de que a Educação Física escolar é importante para o 
desenvolvimento motor e para a manutenção de saúde e bem estar da criança e adolescente, e 
que o número de jovens que não participam das aulas de Educação Física, principalmente os 
do ensino médio, está aumentando, surge a necessidade de buscar meios para solucionar ou 
mesmo amenizar essa situação. Diante desse quadro, o professor tem sido chamado a 
responder por sua participação nesse processo. Uma via possível para a reconfiguração dessa 
situação é que, por meio do uso de estratégias diversificadas de ensino, ele possa contribuir 
para o aumento da participação dos alunos nas aulas na escola. (CHICATI, 2000). 
Magill (1984) fala da importância do papel do professor na busca por proporcionar um 
melhor aproveitamento e aprendizagem duradora ao seu aluno. Para isso, ele precisa ter 
consciência de que é o responsável pela aprendizagem e que necessita conhecer os fatores que 
poderão contribuir para esse processo, bem como as consequências de sua intervenção. 
15922 
 
 
Em vista disso, Chicati (2000) traz que quando o professor é muito habilidoso em 
ministrar os conteúdos de sua disciplina, a aprendizagem pode se tornar mais fácil e intensa, o 
que pode ser considerado como um motivo para a participação nas aulas. 
Para Folle et al. (2005 p. 145): 
A atuação profissional é, sem dúvida, um assunto interessante e conflituoso para 
indicar ou não determinada “qualidade de ensino” no contexto escolar. Sendo assim, 
é preciso identificar vários componentes desse processo, como: objetivos, 
conteúdos, métodos e estilos de ensino utilizados, atividades desenvolvidas, relações 
entre professor e alunos, materiais, avaliação e a satisfação que estas aulas 
proporcionam aos educandos, tornando-se essas informações subsídios para 
discussões e reflexões mais críticas dos próprios educadores em relação a sua 
intervenção no processo ensino-aprendizagem. 
Mais especificamente, Folle et al. (2005) aponta que para uma reflexão a respeito da 
qualidade de ensino na Educação Física é importante identificar os modelos de ensino que os 
professores utilizam nas aulas, a fim de identificar satisfação ou não que eles podem trazer ao 
aluno. Dito de outro modo, é necessário analisar o reflexo que a ação docente tem na 
satisfação e motivação dos alunos. 
Um dos modelos de ensino é o modelo de ‘Spectrum’, proposto por Muska Mosston 
em meados da década de 1960, o qual traz as instruções e métodos que o professor usa para 
ensinar, mais especificamente, nas aulas de Educação Física. Resultados de diferentes 
investigações têm reafirmado que, a forma como se ensina contribui para a prática de 
atividades físicas, o desempenho e o nível motivacional de crianças e adolescentes. 
(KOLOVELONIS; GOUDAS & GERODIMOS 2003; SALVARA; JESS; ABBOTT & 
BOGNÁR 2006; MORGAN; KINGSTON & SPROULE 2011). 
O modelo proposto por Mosston traz um amplo conjunto de estilos que se 
complementam e ajudam no desenvolvimento de vários domínios como o cognitivo, o afetivo, 
o social, o físico e o moral, os quais também podem ser denominados de canais de 
desenvolvimento. Os estilos estão classificados em dois grupos: cinco estilos estão contidos 
no grupo denominado reprodutor de conhecimentos (A a E) e outros seis estilos, no grupo 
denominado produtor de conhecimento (F a K). Conforme pode ser verificado no Quadro1. 
(MOSSTON, 1992). 
 
 
 
 
15923 
 
 
 
Quadro1. Caracterização dos estilos de ensino conforme Mosston. 
Fonte: Adaptado de Mosston (1992). 
 
Desta forma, tendo conhecimento das principais características de cada estilo de 
ensino, o professor encontra uma ferramenta que podem ajudar a aprimorar suas estratégias e 
maneiras de dar aula. Porém, levando em conta a diversidade de cada turma de alunos, além 
do conhecimento dos estilos de ensino, é necessário que o professor desenvolva outra 
habilidade para tornar sua aula eficaz. Tal habilidade é a de conseguir perceberqual o estilo 
que mais se adequa para alcançar o objetivo específico de cada aula. (MOSSTON, 1992) 
A estrutura teórica do espectro de Mosston, representado pela Figura1, é um modelo 
que ilustra o axioma e demais passos para identificar o estilo apropriado para diferentes 
Reprodutores 
de 
Conhecimento 
Característica 
Produtores de 
Conhecimento Características 
Comando (A) 
Aluno reproduz um 
modelo dado pelo 
professor de maneira 
precisa e dentro de um 
curto período de tempo 
Descoberta 
Orientada (F) 
 Aluno descobre um conceito 
a partir das respostas dadas a 
uma sequência de perguntas 
feitas pelo professor. 
Prático (B) 
Professor designa a 
atividade, mas o aluno tem 
tempo para realiza-la e 
também recebe feedback 
do professor 
Descoberta 
Convergente 
(G) 
Aluno chega a uma conclusão 
para solucionar determinado 
problema a partir de 
procedimentos lógicos e 
pensamento crítico. Professor 
propõe questões. 
Recíproco (C) 
Alunos trabalham em 
duplas e dão feedback uns 
aos outros a partir de 
critérios dados pelo 
professor 
Produção 
Divergente (H) 
Professor propõe um 
problema e estabelece regras 
para que o aluno consiga 
chegar a várias respostas para 
o mesmo. 
Autocontrole 
(D) 
Alunos realizam a tarefa 
individualmente e dão 
feedback a si mesmo a 
partir de critérios 
estabelecidos pelo 
professor. 
Planejado 
Individualmente 
(I) 
O aluno planeja, desenvolve e 
executa tarefas a partir da 
consulta ao professor. Este 
seleciona a área geral do 
conteúdo. 
Inclusão (E) 
Aluno seleciona o nível de 
dificuldade da tarefa, 
estimulando o controle do 
próprio trabalho. Assim, 
uma atividade é planejada 
em diferentes graus de 
dificuldade. 
Iniciado pelo 
Aluno (J) 
O aluno tem maior autonomia 
para planejar, desenvolver e 
executar a atividade, mas, 
ainda há a figura do professor 
num combinado entre os dois 
sobre o tema. 
 Autoensino (K) 
Autonomia total do aluno, 
sem qualquer envolvimento 
direto do professor. 
15924 
 
 
situações dentro da aula. Ele parte do pressuposto de que o comportamento de ensino é uma 
cadeia de tomada de decisões, ou seja, que toda a ação deliberada de ensino se constitui de 
uma decisão tomada anteriormente. Todas as decisões são agrupadas por categorias que, por 
sua vez, são reagrupadas em três conjuntos, os quais são denominados pré-impacto, impacto e 
pós-impacto e formam a anatomia dos estilos. As categorias do conjunto pré-impacto 
abrangem as decisões que devem ser tomadas antes da situação de ensino-aprendizagem. As 
do conjunto impacto abrangem as decisões que são tomadas no tempo real, ou seja, durante a 
aula. Por fim, as categorias do pós-impacto abrangem aquelas relacionadas à avaliação da 
aula. Partindo-se do objetivo do professor, e, independente da anatomia dos estilos, o 
professor irá identificar qual o estilo de ensino adequado à situação, levando em conta o 
responsável pela tomada de decisão, que pode ser o próprio professor (representado pelos 
estilos de A a E), ou o aluno (representado pelos estilos de F a K). 
 
 
 
Figura1. Estrutura teórica do espectro. 
Fonte: Adaptado de Mosston (1992). 
 
15925 
 
 
Considerando os apontamentos iniciais e reconhecendo que, estudos cujo foco estejam 
relacionados com a prática de ensinar Educação Física na escola podem trazer contribuições 
para se pensar o fenômeno do sedentarismo infanto-juvenil e, paralelamente, refletir sobre o 
papel do professor nesse processo, questionamos: Quais são estilos de ensino que promovem, 
segundo os próprios alunos, maior participação nas aulas de Educação Física na escola? 
Sendo assim, estabelecemos como objetivo, identificar os estilos de ensino utilizados 
nas aulas de Educação Física de maneira a favorecer à participação dos alunos nas aulas. 
Metodologia 
Sujeitos: 
Participaram do estudo 107 alunos do ensino médio, sendo 34 (31,8%) do primeiro 
ano, 38 (35,5%) do segundo e 35 (32,7%) do terceiro, de uma escola técnica do município de 
Rio Claro, SP. Dentre os 107 sujeitos, 65 (60,7%) são do sexo masculino e 42 (39,3%) do 
feminino. A idade mínima foi de 15 anos e a máxima, 19 anos, tendo a média sido de 16,5 
anos e (DP=1,01). 
Instrumentos: 
Utilizamos dois instrumentos: a) Questionário de caracterização dos participantes, com 
o objetivo de obter dados de natureza sociodemográfica; b) Escala dos Estilos de Ensino e 
Participação nas aulas de Educação Física. Trata-se de uma escala do tipo Likert de 4 pontos, 
sendo (1) para total discordância em relação à afirmação (item), e (4) para total concordância 
com a afirmação. Esse instrumento tem por objetivo avaliar a opinião do aluno em relação à 
influência do estilo de ensino utilizado pelo professor e a participação na aula de Educação 
Física na escola. A escala foi desenhada especificamente para o estudo, sendo que a versão 
apresentada é ainda exploratória. O índice de confiabilidade da escala foi de 0,83. Os itens 
foram elaborados a partir dos postulados de Mosston (1992) acerca da descrição de cada um 
dos estilos de ensino presentes no espectro de ensino. São exemplos de itens: “Eu participo 
mais das aulas de Educação Física quando tenho que resolver um problema e o professor faz 
perguntas para eu pensar”; “Eu participo mais das aulas de Educação Física tenho que repetir 
um movimento juntamente com o professor”. 
 
15926 
 
 
Coleta de dados: 
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade 
maneira que, após a aprovação, convidamos a escola para participar do projeto de pesquisa. 
Após o aceite, contatamos o professor de Educação Física com o objetivo de apresentar o 
projeto de pesquisa e sistematizar o processo de coleta de dados. A coleta foi realizada após a 
autorização do professor e o respectivo agendamento. Foram agendados três dias, sendo um 
para cada ano do curso. A coleta foi realizada em uma única sessão para cada ano e de forma 
coletiva. O tempo médio para a resposta ao instrumento foi de aproximadamente 15 minutos. 
Após o término dessa etapa, os dados foram tabulados e analisados por meio de testes de 
estatística descritiva, com o apoio do software Statistical Package for Social Sciences (SPSS). 
Resultados 
Na escala de estilos de ensino e a relação com participação nas aulas de Educação 
Física encontramos que os estilos autocontrole e inclusão tiveram maiores médias, enquanto o 
iniciado pelo aluno e autoensino tiveram menores. Todas as afirmativas que compõem a 
escala e suas respectivas médias podem ser vistas na Tabela1. 
 
 Tabela1. Média dos itens referentes à Escala dos Estilos de ensino. 
 Média dp 
1. O professor possibilita que eu estabeleça meus próprios limites para realizar 
as atividades. 
2,95 0,75 
2. Eu posso planejar a melhor maneira de fazer uma atividade. 2,75 0,83 
3. O professor demonstra a atividade de várias formas (fáceis e difíceis) e 
permite que eu escolha a forma como fazer. 
2,90 0,80 
4. O professor possibilita que eu reveja meus limites e crie formas de superá-los. 3,30 0,76 
5. O professor orienta, corrige e me faz perceber o que eu estou fazendo. 2,98 0,74 
6. A atividade que o professor está propondo é organizada em circuito, (estações 
de exercícios). 
3,51 0,63 
7. Tenho a oportunidade de resolver problemas propostos pelo professor a partir 
de algumas orientações dele 
3,18 0,71 
8. Tenho a oportunidade de me sentir capaz de descobrir uma maneira de 
realizar a atividade proposta pelo professor 
2,88 1,09 
9. O professor estabelece uma atividade e propõe o trabalho em duplas 2,94 0,78 
10. A atividade é feita em duplas e há a troca de orientações entre os integrantes 
da dupla 
3,22 0,91 
11. Eu posso escolher como fazer uma tarefa dada pelo professor 3,02 0,71 
12. Eu escolho a maneira como o professor ensina a atividade 3,11 0,81 
13. Numa atividade que eu e meus colegas temos que chegar na mesma resposta 
para uma questão dada pelo professor3,31 0,68 
14. O professor dá uma informação para fazer uma atividade, penso com meus 
colegas e chegamos a uma solução 
3,14 0,79 
15927 
 
 
15. Eu escolho o que quero aprender e quando quero aprender 3,07 0,86 
16. O professor demonstra a atividade e eu posso escolher quando e como ela 
será feita 
2,44 0,98 
17. Eu tenho que resolver um problema e o professor faz perguntas para eu 
pensar e então acho várias soluções 
3,32 0,77 
18. Eu descubro várias maneiras de resolver um exercício e o professor me faz 
pensar se elas são possíveis de se fazer 
2,40 1,02 
19. Eu posso escolher como fazer uma tarefa dada pelo professor 3,44 0,57 
20. Eu escolho a maneira como o professor ensina a atividade 3,30 0,63 
21. Eu decido o que e como quero aprender, sem a presença do professor. 2,61 0,98 
22. Eu não dependo do professor para aprender e fazer autoavaliação. 3,13 0,77 
 Fonte: Dados da pesquisa. 
 
Outro agrupamento dos estilos de ensino acontece quanto à iniciativa na tomada de 
decisão, a qual pode ser feita pelo professor, pelo aluno, ou, por ambos em forma de co-
participação. Isso pode ser melhor visto na Tabela 2, cuja maior média refere-se aos estilos 
nos quais a tomada de decisão é iniciada pelo professor, sendo eles: comando (A), prático (B) 
e recíproco (C); média mediana para os estilos nos quais a tomada de decisão é caracterizada 
pela co-participação, aluno e professor, que são: autocontrole (D), inclusão (E), descoberta 
orientada(F) e descoberta convergente (G); Por fim, a menor média refere-se aos estilos cuja 
tomada de decisão é iniciada pelo aluno, que são: produção divergente (H), planejamento 
individualizado (I), iniciado pelo aluno (J) e autoensino (K). 
 
Tabela2. Agrupamento dos estilos de ensino quanto à tomada de decisão. 
Agrupamento dos estilos de ensino Média 
Tomada de decisão iniciada pelo professor (A a C) 3,19 
Co-participação na tomada de decisão(D a G) 3,09 
Tomada de decisão iniciada pelo aluno (H a K) 2,76 
Fonte: Dados da pesquisa. 
Discussão 
A partir da Tabela1, temos que os estilos de ensino que mais estimulam o aluno a 
participar da aula são os D e E, respectivamente, autocontrole e inclusão. De acordo com as 
características desses estilos, podemos dizer que os alunos participam mais das aulas de 
Educação Física quando as atividades dependem deles para adaptação e escolha do nível de 
dificuldade ou intensidade, que equivale ao aumento da autonomia do aluno. Já os estilos 
menos citados foram: iniciado pelo aluno e autoensino, respectivamente J e K. Isso demonstra 
que os alunos não gostam ou não se sentem seguros e experientes para ter autonomia total em 
seu aprendizado. Provavelmente consideram a presença do professor importante e um fator 
15928 
 
 
estimulante para a participação das aulas. Este dado também pode ser confirmado com a 
Tabela2, na qual aponta que a menor média citada ocorre com os estilos de ensino que 
proporcionam maior autonomia para o aluno. 
Um estudo realizado com classes do ensino fundamental I encontrou que os estilos de 
ensino mais usados pelo professor de Educação Física são o comando e tarefa, 
respectivamente A e B. O uso desses estilos, os quais são caracterizados pela reprodução do 
aluno a partir de um modelo pré-determinado, justifica-se pela informação de que nessa faixa 
etária, entre 7 a 11 anos, a crianças vive um período no qual predomina o pensamento 
concreto. (GOZZI e RUY, 2008). A divergência estre os estudos pode estar na diferença de 
faixa etária, pois, considera-se que no ensino médio, de 15 a 18 anos, os alunos estejam mais 
preparados para terem maior responsabilidade e influencia sobre seu ensino e, 
consequentemente, adquirir maior autonomia. Percebe-se também com o estudo presente, que 
o aluno gosta da autonomia, mas, até um limite, haja vista que as menores médias ficaram 
com os dois estilos que dão total autonomia ao aluno. 
Salvara, Jess, Abbott & Bognár (2006), ao avaliar as influências dos estilos de ensino 
sobre as orientações motivacionais de estudantes gregos do ensino fundamental, encontraram 
que os estilos de reprodução (comando, tarefa) afetaram negativamente as orientações 
motivacionais dos alunos. Em contra partida, os estilos de produção (descoberta orientada, 
descoberta convergente e produção divergente) revelaram efeito positivo. Tratando-se de 
dados opostos ao do presente estudo. É possível que isso ocorra devido à característica da 
educação grega de trabalhar a autonomia dos alunos desde cedo, como um costume que já foi 
incorporado por eles. 
Diferentemente dos estudantes brasileiros da pesquisa, os quais preferiram os estilos 
de ensino de reprodução de conhecimento, mais especificamente, autocontrole e inclusão. Tal 
fato pode ser explicado pela questão histórica de como a disciplina de Educação Física foi 
introduzida no contexto escolar em nosso país. Além disso, pautada numa formação que 
respeitava a origem militar da disciplina, muitos foram os professores que se formaram até a 
década de 1980, incluindo alguns anos posteriores e que, portanto, seguia os princípios da 
instrução militar. Tendo em vista que por muitos anos se sobrepôs a maneira tecnicista de 
ensino, a qual primava pela aprendizagem da técnica do gesto, sendo o conteúdo transmitido 
pelo “mestre” e com quase nenhuma participação do aluno nas decisões. Essa herança ainda 
permanece nos dias atuais, mas, levando em consideração que autocontrole e inclusão são 
15929 
 
 
classificados, conforme a Tabela 2, como estilos onde há co-participação na tomada de 
decisão, entre aluno e professor, pode-se perceber que o quadro de falta de autonomia dos 
alunos está mudando, possivelmente, graças a professores que incentivam a autonomia nas 
aulas. 
Conclusão 
O objetivo do estudo foi identificar os estilos de ensino e sua relação com a 
participação de alunos em aulas de Educação Física no ensino médio. Os estilos relacionados 
com a iniciativa vinda do professor parece ser os que mais estimulam a participação dos 
alunos nas aulas. Os estilos com menor pontuação foram exatamente aqueles cuja iniciativa 
parte dos alunos, o que significou no presente estudo, a necessidade de se repensar sobre a 
total autonomia dos alunos dada muitas vezes pelo professor, quando o mesmo entende que os 
adolescentes já deveriam estar conscientes de sua participação nas aulas. É necessário levar 
em consideração o contexto no qual a pesquisa foi realizada, afinal, traz uma amostra de 
participantes de três salas do ensino médio, cujas aulas de Educação Física são ministradas 
pelo mesmo professor, recebendo então, praticamente, o mesmo referencial de aula. Seria 
interessante que futuros estudos, com objetivos semelhantes a esse, abordassem e 
comparassem diferentes contextos escolares e suas respectivas especificidades. 
Durante o estudo foi apontado que um dos principais elementos sobre a participação 
ou não dos alunos na aula de Educação Física escolar é o professor e a forma como ensina. É 
essencial que ele tenha consciência dos métodos e estilos de ensino que utiliza, a fim de 
perceber a interferência que podem ter na participação dos alunos nas aulas. Um possível 
caminho para a realização eficaz dessa tarefa está na apropriação da literatura sobre os estilos 
de ensino e na posterior conciliação desse saber com a própria prática do professor. 
Além disso, parte dessa apropriação deve ocorrer em processos de formação 
profissional continuada oferecendo situações que promovam os conhecimentos necessários 
para que o professor amplie o arcabouço teórico e prático sobre a relação entre as estratégias 
de ensino e a efetiva participação dos alunos nas aulas. 
REFERÊNCIAS 
15930 
 
 
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