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Apontamento de Hemoterapia 27 10 21

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· O que é a medula óssea? 
É o local onde se produz o sangue. É um tecido esponjoso encontrado no interior dos ossos, rico em células progenitoras ou stem cell ou células-tronco hematopoéticas, com capacidade de proliferação e diferenciação em eritrócitos, leucócitos e plaquetas. 
· O que é o transplante e quando deve ser feito? 
O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias e linfomas e consiste na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma medula saudável. 
- Não significa que o transplante resulte em um sucesso. 
· Tipos de Transplantes 
- Existem dois tipos principais de transplante de medula: autólogo e alogênico. 
· No transplante autólogo, as próprias células-tronco hematopoiéticas do paciente são removidas antes que a quimioterapia ou radioterapia de alta dose seja administrada, e, então, são armazenadas para posterior uso. Após a quimioterapia ou a radiação estar finalizada, as células colhidas são infundidas no paciente (não há rejeição).
· No transplante alogênico, as células-tronco hematopoiéticas vêm de um doador, idealmente um irmão ou irmã com uma composição genética semelhante. Se o paciente não tem um doador aparentado compatível, medula óssea de uma pessoa não aparentada e com uma composição genética semelhante pode ser usada. Em algumas circunstâncias, um pai ou filho que tenha apenas metade da correspondência também pode ser usado; isso
é chamado de transplante haploidêntico. O sangue de cordão umbilical também pode ser usado, uma vez que ele é rico em células-tronco hematopoiéticas.
· Singênico: as células para o transplante são obtidas a partir de um irmão gêmeo idêntico, são perfeitamente compatíveis com o paciente. São transplantes incomuns, com toxicidades e complicações mínimas. 
· Coleta para os tipos de Transplantes
- No alogênico a medula é obtida de um doador previamente selecionado por testes de histocompatibilidade, normalmente identificado entre os familiares ou em bancos de medula óssea. Pode ser feito o uso do cordão umbilical para doação. 
- No transplante autólogo, a medula óssea ou as células tronco periféricas são retiradas do próprio paciente, armazenadas e reinfundidas após altas doses de quimioterapia.
· No caso do transplante autólogo, ou autotransplante, o procedimento mais utilizado para a coleta de células progenitoras hematopoiéticas (células-tronco) é pelo sangue periférico do paciente. Neste processo, o sangue passa por uma máquina de aférese, capaz de separar o grupo de células-tronco das demais. Para isso, o paciente recebe uma medicação que induz o grupo de células específico a migrar do interior da medula óssea para o sangue periférico. Depois de colhidas, as células são preservadas vivas, através de congelamento, até o momento da infusão. O procedimento de aférese dura em torno de três a quatro horas, sendo que a coleta pode ser feita mais de uma vez, até se atingir o número mínimo de células progenitoras para a realização de um transplante seguro.
· Como é feito o Transplante
O processo tem início com testes específicos de compatibilidade, onde são analisadas amostras do sangue do receptor e do doador, buscando a melhor compatibilidade possível a fim de evitar processos de rejeição da medula pelo receptor, bem como outras complicações como a agressão de células do doador contra órgãos do receptor. A partir disto, o doador é submetido a um procedimento feito em centro cirúrgico, sob anestesia, e tem duração de aproximadamente duas horas. São realizadas múltiplas punções, com agulhas, nos ossos posteriores da bacia e é aspirada a medula. Esta retirada não causa qualquer comprometimento à saúde.
Para receber o transplante, o paciente é submetido a um tratamento que ataca as células doentes e destrói a própria medula. Então, ele recebe a medula sadia como se fosse uma transfusão de sangue. Uma vez na corrente sanguínea, as células da nova medula circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem.
· Manifestações Clínicas (possíveis riscos para o doador e paciente)
- Para o paciente, os principais riscos se relacionam às infecções e às drogas quimioterápicas utilizadas durante o tratamento. Com a recuperação da medula, as novas células crescem com uma nova 'memória' e, por serem células da defesa do organismo, podem reconhecer alguns órgãos do indivíduo como estranhos. Esta complicação, chamada de doença enxerto contra hospedeiro, é relativamente comum, de intensidade variável e pode ser controlada com medicamentos adequados. No transplante de medula, a rejeição é relativamente rara, mas pode acontecer. Por isso, existe a preocupação com a seleção do doador adequado e o preparo do paciente.
- Para o doador, os riscos são poucos. Dentro de poucas semanas, a medula óssea estará inteiramente recuperada. Uma avaliação pré-operatória detalhada verifica as condições clínicas e cardiovasculares do doador visando a orientar a equipe anestésica envolvida no procedimento operatório. Os sintomas que podem ocorrer após a doação - dor local, astenia (fraqueza temporária), dor de cabeça, em geral - são passageiros e controlados com medicamentos simples, como analgésicos.
- Eritema maculopapular acompanhado de prurido ou não; eritroderma generalizado com descamação e formação de bolhas; dor abdominal no quadrante superior direito; hepatomegalia; aumento de enzimas hepáticas; icterícia; náuseas; vômitos; anorexia; cólica abdominal; diarreia profusa, esverdeada e aquosa, que pode exceder a 21 episódios por dia. 
· O que é compatibilidade e quais as chances de encontrar um doador compatível? 
Após a retirada de amostras de sangue do doador e do receptor, são realizados testes laboratoriais específicos, os chamados exames de histocompatibilidade, para saber se os indivíduos apresentam semelhanças genéticas.
Com base nas leis de genética, as chances de um indivíduo encontrar um doador ideal entre irmãos (mesmo pai e mesma mãe) é de apenas 25%. Entre indivíduos não aparentados, a chance estimada é de 1 para 100 mil.
Passo a passo para se tornar um doador: 
· Ter entre 18 e 35 anos.
· Preencher um formulário com dados pessoais e realizar a coleta de uma amostra de sangue com 5ml para testes de compatibilidade.
· Os dados pessoais e os resultados dos testes serão armazenados em um sistema informatizado que realiza o cruzamento com dados dos pacientes que estão necessitando de um transplante.
· Em caso de compatibilidade com um paciente, o doador é então chamado para exames complementares e para realizar a doação. A retirada da medula é feita por meio de punções no osso da bacia e se recompõe em apenas 15 dias.

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