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Pediatria Gaby Alfaro Doenças Exantemáticas na infância DEFINIÇĀO • Erupçāo cutânea composta por máculas, pápulas, vesículas que podem apresentar aspecto irregular e edemaciado, estando ou nāo associada com prurido, descamação, lesões bolhosas e crostas, acometendo uma região especifica ou por todo o corpo; • Máculas: lesões planas e nāo palpáveis; diâmetro <10mm, representam alteração da cor, nāo sāo elevadas ou deprimidas, se comparadas com a superfície da pele; • Pápulas: lesões elevadas; palpáveis; • Vesículas: lesões elevadas de conteúdo liquido até 1 cm; • Bolhas: maiores que 1 cm; • Pústulas: lesões de conteúdo purulento; • Úlceras: lesões onde há perda de solução de continuidade; • Placa: mancha com relevo; • Eritema: mancha vermelha por vasodilatação, que desaparece com digito ou vitropresssāo; • Digitiopressao; • Petéquias: sangramento puntiformes- nāo somem a digito-pressāo; CAUSAS DE EXANTEMA • Maioria autolimitada; INVESTIGAÇĀO • Idade; • Situação epidemiológica; • Anamnese: Antecedentes: exantemas prévios; história vacinal; história de atopia; situaçāo imunológica; exposição de contato (pessoas doentes, campo aberto, insetos, animais); viagem recente; uso recente de medicações; período de incubação; Período prodrômico: duração; febre (evolução da curva té rmica \ tempo ent re a febre e exantema) ; manifestacoes respiratórias, gastrointestinais, neurológicas, outras; Exantema: tipo; progressão; distribuição; prurido; descamação; • Exame Físico: Exantema: tipo; distribuição; descamação; lesões associadas, regiões afetadas\poupadas; Sinais associados: adenomegalia; anemia; artrite\artralgia; hepato\esplenomegalia; meningismo; conjuntivite; faringoamigdalite; • Formular Hipóteses\ sindrômicas: síndrome exantemática; síndrome febril exantemática aguda; síndrome febril exantemática hemorrágica; Exantema Súbito (Roséola Infantil) • Quadro clínico: menores de 2 anos; • Acomete lactantes; • Início súbito, com febre alta; • Etiologia: Herpes-vírus humano 6 (HVH6) e 7 (HVH7); • Viral; • Sem vesícula; • Tempo de incubaçāo: 5 a 15 dias; • Tempo de contágio: durante a fase de viremia, sobretudo no período febril; • Transmissão: secreções de vias áreas; • Isolamento: desnecessário; • Cuidados com os contratantes: observação; • Após 3-4 dias a febre cessa e surge o exantema MACULOPAPULAR ROSADO no tronco, que se dissemina para a cabeça e membros; • Exantema desaparece em 2-3 dias; sem descamaçāo; • Exame físico: LESÕES ERITEMATOSAS NO PALATO MOLE e discreto aumento dos linfonodos cervicais; • Outros achados: linfodenomegalia cervical, hiperemia de cavum; • Prevenção: nāo há; • Febre alta: hiperemia de mucosa; • Lesões eritematosas rosadas no palato mole; • Roséola Infantil: sem exames; • Hemograma encontra-se normal, talvez uma leucocitose; • Tratamento de suporte (analgésico e antipiréticos) e administração de medicação sintomática; Sem vacina disponível; Eritema infeccioso • Etiologia: parvovírus humano B19; • Transmissão: via aérea; • Incubação: 4 a 14 dias; • Contágio: desconhecido; • Cuidado com os contratantes: observação, principalmente das pessoas que tenham hemoglobinopatias e gestantes; • Isolamento: desnecessário; • Faixa etária: 5 a 15 anos; • Viral sem vesículas; 1 � � � � � � � � � � x x x x x x o o o Sinal de Torres-Homem Percussão digito-digital intensamente dolorosa, localizada e circunscrita, característico de abscesso hepático. 10 EXANTEMA SÚBITO Etiologia e forma de transmissão: Doença viral de evolução benigna causada pelo herpes- vírus humano tipo 6 e 7. É conhecida pelo nome de Roseola infantum. Causa febre de três dias, sexta moléstia. Transmissão: Secreção oral do portador sadio para contatos próximos. Grupo Etário: Ocorre tipicamente na infância, em especial nos menores de quatro anos. Quadro Clínico: Início súbito, febre alta (39º/40ºC) e extrema irritabilidade. O exantema é do tipo maculopapular, com lesões discretas de 2 a 3 cm de diâmetro, não coalescentes. Em ge- ral, acomete inicialmente o tronco e em seguida a face, a região cervical e a raíz dos membros, sendo de curta duração (24 a 72 horas sem descamação). Diagnóstico laboratorial: Captura de anticorpos Igm e IgG para HHV-6 (ensaio imunoenzimatico-Elisa). Prevenção e tratamento: Tratamento de suporte e administração de medicação sinto- mática, bem como a vigilância das complica- ções, especialmente às relacionadas ao siste- ma nervoso. Não existe vacina disponível. x x x x 9 ↓ 9 x x x x x x x x x ¾ ¾ x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Sinal de Torres-Homem Percussão digito-digital intensamente dolorosa, localizada e circunscrita, característico de abscesso hepático. Pediatria Gaby Alfaro • Quadro clínico: exantemas na face com maculopápulas confluentes, tornando-se uma placa vermelha-rubra concentrada na região das BOCHECHAS; • SEM PRÓDROMOS; • Sinais inespecíficos: febrífuga, mialgia e cefaleia • Inicia-se com exantema leve e evolui para um exantema que acomete bochechas; • Exantema POUPA REGIĀO PERIORAL, TESTA E O NARIZ; • “Face esbofeteada” • Após 1-4 dias, exantema se espalha para os membros superiores e inferiores; • A lesão inicia-se com uma mácula que aumenta de tamanho, deixa a região central mais pálida, conferindo um aspecto tipicamente RENDILHADO; • Exantema rendilhado: maculopapular com clareamento central; mais intenso em superfícies extensoras; • ERITEMA DIFUSO COM DISTRIBUIÇĀO VESPERTILHO; • Sem descamação; • Exantema: período longo, até mais de 10 dias; • Exacerba-se ou reaparece: quando a criança é exposta ao sol, faz exercício ou quando há alterações de temperatura; • 1 a 2 meses após pode reaparecer; • Diagnóstico: sorologia parvo B19; • Anemia: crise aplásica transitória em pacientes com anemia hemolítica crônica; • Tratamento: suporte; • Complicações e outras manifestações por Parvovírus B19: Síndrome papular púrpurica em luvas e meias: febre, prurido, edema doloroso e eritema nas extremidade distais; seguido petéqpias nas extremidades e lesões orais; Rubéola • Viral sem vesículas; • Doença de notificação compulsória; • Etiologia: togavírus; • Transmissão: secreções de vias aéreas; • Tempo de incubação: 14 a 21 dias; • Tempo de contágio: 5 a 7 dias depois da erupção; • Isolamento: respiratório e de contato até 7 dias após o exantema; • Ausência de pródromos em crianças; • Adolescentes e adultos: sintomas inespecíficos, 1 a 2 dias antes do exantema; • Exantema maculopapular róseo crânio-caudal, coalescer no tronco e dura cerca de 3 dias; • Febre alta; • Odinofagia; • Cefaleia; • Conjuntivite sem fotofobia; • Sem descamação; • Adenomegalia cervical e retroauricular; • Sinal de Forchheimer: petéquias em palato; • Manchas de Fourschheimer: máculas ou petéquias localizadas na transição entre o palato duro e mole; • Esplenomegalia, artralgia (mulheres), PTI e encefalite; • Diagnóstico: isolamento do vírus do material de nasofaringe ou da urina ou pesquisa de anticorpos da classe IgM e IgG contra rubéola; • Prevenção: vacina tríplice viral\tetraviral; • Gravidade: síndrome da rubéola congênita-surdez, cardiopatia e catarata; • Síndrome da Rubéola Congênita: gravidez (primeiro e segundo trimestre; microcefalia e cegueira; • Complicações: encefalite, PTI (púrpura trombocitopênica); • Rubéola em gestantes: restriçāo do crescimento intrauterino (RCIU); Tríade da rubéola congénita: cardiopatia, surdez e catarata • Quando a infeção ocorre durante agestação pode causar aborto, notimorfismo e malformações congênitas; Sarampo • Etiologia: morbilivirus; • Viral sem vesícula; • Notificação compulsória; • Transmissão: aerossol; • Tempo de incubação: 8 a 12 dias; • Contágio: 2 dias antes do inicio do pródromo até 4\5 dias após o inicio do exantema; • Isolado até 5 dias após o inicio do exantema; • Isolamento: respiratório; • Prevenção: tríplice viral; • Grávidas: nāo tomam a vacina por ser de vírus a t e n u a d o ; u s o d e imunoglobulinas (anticorpo pronto) por 3 semanas; • Quadro clínico: 3-4 dias com febre alta, tosse, c e f a l e i a , m a l - e s t a r , PROSTRAÇĀO INTENSA (incomum em doenças virais); • Coriza hialina no início e purulenta nos dias subsequentes; • CONJUNTIVITE com lacrimejamento e fotofobia, edema bilateral; • Manchas de KOPLIK: enantema com manchas branco- azuladalas na região oposta aos dentes molares; sinal patognomônico; pequenos pontos brancos (máculas) com halo eritematoso difuso que aparecem em mucosa bucal; aparece 1 dia antes do exantema; ANTECEDE EXANTEMA; 2 11 ERITEMA INFECCIOSO-PARVOVÍRUS B19 Etiologia e forma de transmissão: Doença viral de evolução benigna, causada pelo parvo- vírus humano B19. Transmissão: A via respiratória é a mais importante, principalmente em comunidades fe- chadas. A transmissibilidade máxima ocorre antes do exantema. Grupo etário: acomete preferencialmente crianças de 2 a 14 anos. Quadro clínico: Geralmente sem pródromos, podendo surgir alguns sinais inespecíficos, como febrícula, mialgia e cefaleia. O exantema inicia-se pela face sob a forma de eritema difuso, com distribuição em “vespertilho” e edema de bochechas (fácies esbofeteada). As outras regi- ões da face são poupadas. O exantema é tipo maculopapular, com palidez central que confere rendilhado à lesão. Acomete o tronco e a face extensora dos membros, podendo regredir em até 3 semanas. Pode haver recorrência da doença pela ação de estímulos como o sol, o estresse e variação de temperatura. Diagnóstico: Sorologia para detecção de anticorpos Igm (ensaio imunoenzimatico-Elisa) Tratamento e prevenção: Não há trata- mento específico ou vacina. face com aspecto esbofeteado x x x → x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Sinal de Torres-Homem Percussão digito-digital intensamente dolorosa, localizada e circunscrita, característico de abscesso hepático. 06 RUBÉOLA Etiologia e forma de transmissão: Doença exantemática aguda causada pelo Rubivirus (famí- lia togaviridae). Apresenta curso benigno, mas sua importância epidemiológica está relacionada à síndrome de rubéola congênita (SRC). Quando a infecção ocorre durante a gestação pode causar aborto, natimorto e malformações congênitas, tais como cardiopatias, catarata e surdez. Transmissão: Contato com secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas. A transmissão indireta, mesmo sendo pouco frequente, ocorre mediante contato com objetos contaminados com secreções de nasofaringe nas fezes, sangue e urina. Grupo Etário: São suscetíveis todas as pessoas não vacinadas e/ou que não tiveram a doença. Quadro clínico: É caracterizado por exantema maculopapular e puntiforme difuso, com início na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se posteriormente para tronco e mem- bros. Febre baixa e linfadenopatia retroauricular, occiptal e cervical posterior também são pos- síveis de ocorrer. Geralmente antecedem o exantema, no período de 5 a 10 dias, e podem per- durar por algumas semanas. Formas inaparentes são frequentes, principalmente em crianças. Adolescentes e adultos podem apresentar um período prodrômico com febre baixa, cefaleia, dores generalizadas (artralgias e mialgias), conjuntivite, coriza e tosse. A leucopenia é comum e raramente ocorrem manifestações hemorrágicas. Diagnóstico laboratorial: Sorologia para anticorpos específicos (Elisa) em amostra, co- letada até 28 dias após o inicio do exantema. Prevenção e tratamento: Não há trata- mento específico. Sinais e sintomas apresenta- dos devem ser tratados de acordo com sinto- matologia e terapêutica adequada. A vacina é a única forma de prevenir a ocorrência de casos. DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA. !"#$$%&%!#'() *)$+,-#./,0#$ Exantema maculopapular -Exantema maculopapular -Exantema maculopapular -Exantema maculopapular -Exantema maculopapular - manifestação cutânea mais comum nas doenças infecciosas sistêmicas. Mais comumente associado a vírus, porém também observado em várias doenças de etiologia bacteriana, parasitária, ri- quetsioses, micoplasmose e intoxicações medicamentosas ou alimentares. Pode ser caracterizado em diversos tipo: Morbiliforme: pequenas maculo-pápulas eritematosas (3 a 10 mm), avermelhadas, lenticulares ou numulares, permeadas por pele sã, podendo confluir. É o exantema típico do sarampo, porém pode estar presente na rubéola, exantema súbito, nas enteroviroses, riquetsioses, dengue, leptospirose, toxoplasmose, hepatite viral, mononucleose, síndrome de Kawazaki e reações medicamentosas. Escarlatiniforme: eritema difuso, punti- forme, vermelho vivo, sem solução de continuidade, poupando a região perioral e áspero (sensação de lixa). Pode ser denominado micropapular. É a erupção típica da escarlatina porém pode ser observada na rubéola, síndrome de Kawazaki, reações medicamentosas, miliária e em queimaduras solares. Rubeoliforme: semelhante ao morbi- liforme, porém de coloração rósea, com pápulas um pouco menores. É o exantema presente na rubéola, enteroviroses, viroses respiratórias e micoplasma. Urticariforme: erupção papuloeritematosa de contornos irregulares. É mais típico em algumas reações medicamentosas, alergias alimentares e em certas coxsackioses, mononucleose e malária. abdômem Exantema papuloExantema papuloExantema papuloExantema papuloExantema papulovesicularvesicularvesicularvesicularvesicular - presença de pápulas e de lesões elementares de conteúdo líquido (vesicular). É comum a transformação sucessiva de maculo-pápulas em vesículas, vesico-pústulas, pústulas e crostras. Pode ser localizado (ex. herpes simples e zoster) ou generalizado (ex. varicela, varíola, impetigo, estrófulo, enteroviroses, dermatite herpetiforme, molusco contagioso, brucelose, tuberculose, fungos, candidíase sistêmica). Exantema petequial ou purpúricoExantema petequial ou purpúricoExantema petequial ou purpúricoExantema petequial ou purpúricoExantema petequial ou purpúrico - alterações vasculares com ou sem distúrbios de plaquetas e de coagulação. Pode estar associado a infecções graves como meningococcemia, septicemias bacterianas, febre purpúrica brasileira e febre maculosa. Presente também em outras infecções como citomegalovirose, rubéola, enteroviroses, sífilis, dengue e em reações por drogas. Referência: “Diagnóstico Diferencial das Doenças Exantemáticas”, Sílvia Regina Marques e Regina Célia Menezes Succi. Infectologia Pediátrica 1999, Capítulo 19, pág. 169. 2ª edição, Calil K. Farhat et al. Ed. Atheneu. Transcrito com autorização dos autores. )1234567832 Coleta de material para diagnóstico laboratorial: Sangue fase aguda: até 7 dias desde o início do exantema Sangue fase convalescente: 3-4 semanas após o início do exantema Se suspeita for rubéola: Sangue de fase aguda colhido a partir do 5º dia. Se suspeita for dengue: Sangue de fase aguda colhido a partir do 6º dia. Se suspeita for febre maculosa: Sangue de fase aguda colhido a partir do 7º dia. Projeto de Vigilância de Doença Febril Exantemática 9:1;<=6 Etiologia e forma de transmissão: Doença viral aguda causada pelo Rubivírus (família Toga- viridae), é transmitida pelo contato com secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas. Na gestação pode ser transmitida ao feto, podendo causar a Síndrome da Rubéola Congênita. Grupo etário: Todos, principalmente crianças e adultos jovens. Quadro Clínico: Períodode incubação de 14-23 dias. Em crianças geralmente não há pródromos. Adultos podem apresentar sintomas leves, predominando febre baixa, cefaléia e mal-estar geralmente 5 dias antes do aparecimento do exantema. Linfadenopatia quase sempre presente, principalmente retroauricular e occipital. Exantema máculo-papular róseo, difuso e discreto, distribuição crânio-caudal, máxima intensidade no 2º dia, desaparecendo até o 6º dia, sem descamação. Transmissibilidade de 7 dias antes a 7 dias após o aparecimento do exantema. Diagnóstico Laboratorial: Sorologia com IgM reagente (por ELISA) na fase aguda, ou títulos crescentes de IgG em amostras pareadas (fases aguda e convalescente). Prevenção e tratamento: Não há tratamento específico. A vacina é a única forma eficaz de prevenção. Uma dose confere imunidade de 95%. Deve-se evitar exposição a outros indivíduos até 7 dias após aparecimento do exantema. ,4>?3@6+ %AB3CC><2< DE645<5>4<23+FGHI Etiologia e forma de transmissão: Doença viral causada pelo parvovírus humano B19 (família Parvoviridae). Transmissão por contato com secreções respiratórias, ou através da placenta de mães infectadas. Grupo etário: Atinge principalmente crianças após o 1º ano de vida (pré-escolar e escolar). Quadro Clínico: Período de incubação variável (4-20 dias). Geralmente sem pródromos, podendo ocorrer sintomas inespecíficos como cansaço, febre, mialgia e cefaléia de 7-10 antes do aparecimento do exantema. O exantema aparece na face, intenso, em forma de asa de borboleta ou lembrando o aspecto de face esbofeteada, distribuindo-se em seguida nos membros e tronco. Pode reaparecer ou inten- sificar-se com irritantes cutâneos, alteração de temperatura ou exposição ao sol por semanas ou meses após a infecção. Não há descamação. Transmissibilidade máxima antes do apare- cimento do exantema. Diagnóstico Laboratorial: Sorologia com IgM reagente (ELISA) em amostras de sangue de fase aguda ou incremento de títulos de IgG em sorologias de amostras pareadas (fase aguda e convalescente). Prevenção e tratamento: Deve-se evitar exposição de indivíduos infectados a outros indivíduos no período de prodrômico. Não há vacina nem tratamento específico. ,J6A?3@6+$K1>?< D9<2;<=6+ >AB6A?:@I Etiologia e forma de transmissão: Doença viral, causada pelos herpesvírus humanos 6 e 7 (família Herpesviridae). Transmissão pelo contato com secreções de um portador assintomático a um contato próximo. Grupo etário: Atinge crianças menores de 4 anos, principalmente entre 6 meses e 2 anos de idade. Quadro Clínico: Doença aguda, período de incubação médio de 9-10 dias. O período prodrômico dura 3 ou 4 dias com febre alta (>39,5 0C) e irritabilidade. O exantema inicia-se no tronco logo após o desaparecimento da febre. Desaparece rapidamente, sem descamação. Diagnóstico Laboratorial: São utilizados testes de imunofluorescência indireta (IFI) para detecção de IgM e IgG em amostras de sangue coletadas na fase aguda e convalescente. Prevenção e tratamento: Tratamento de suporte, não há vacina. $646@L< Etiologia e forma de transmissão: Doença viral aguda, causada pelo Morbilivírus (família Paramixoviridae). Transmissão ocorre através de aerossóis respiratórios. Grupo etário: Todos, principalmente crianças e adultos jovens. Quadro Clínico: Período de incubação de 8-12 dias desde a exposição até início dos sintomas. Período prodrômico característico, com 3-5 dias de febre alta, tosse e conjuntivite. Anorexia e diarréia podem estar presentes. O sinal de Koplic, caracterizado pela presença de manchas esbranquiçadas (enantemas) na mucosa oral, geralmente precede o exantema. O exantema máculo-papular aparece entre o 30 e 70 dia, é morbiliforme, com início atrás das orelhas e distribuição centrífuga para todo o corpo porém sem acometer palmas e plantas. Intensidade máxima depois de 3 dias, dura de 4-7 dias e desaparece com descamação leve (furfurácea). Transmissibilidade de 7 dias antes a 5 dias após o aparecimento do exantema. Diagnóstico Laboratorial: Sorologia com IgM reagente (ELISA) em amostras de sangue de fase aguda ou incremento de títulos de IgG em sorologias de amostras pareadas (fase aguda e convalescente). Prevenção e tratamento: Não há tratamento específico. A vacina é a única forma eficaz de prevenção. Uma dose confere imunidade de 95% e uma segunda dose confere imunidade de 99%. ,2C64=6?>A6 Etiologia e forma de transmissão: Causada pelo Streptococcus pyogenes, uma bactéria b- hemolítica do Grupo A, produtora de toxina eritrogênica. Transmissão ocorre através de contato com secreções respiratórias. Grupo etário: Acomete principalmente crianças de 2-10 anos de idade. Quadro Clínico: Período de incubação de 2-5 dias. Concomitante ou após faringoamigdalite membranosa, apresenta-se com febre alta e mal-estar, exantema eritematoso puntiforme (pele áspera como uma lixa), palidez peribucal (Sinal de Filatov), linhas marcadas nas dobras de flexão (Sinal de Pastia) e língua em framboesa. Descamação extensa em mãos e pés (em dedos de luva) inicia-se após uma semana. Transmissibilidade de 10-21 dias em pacientes não tratados e sem complicações. Complicações podem ocorrer dentro de 1-5 semanas e incluem glomerulonefrite aguda e febre reumática aguda. Complicações tardias incluem coréia de Sydenham e cardiopatia reumática. Diagnóstico Laboratorial: O diagnóstico laboratorial pode ser realizado através de teste rápido (aglutinação de Látex) em secreção colhida de orofaringe. Prevenção e tratamento: Tratamento específico com antibióticos durante 10 dias (Penicilina benzatina ou cristalina), que reduz o risco de complicações. Não há vacina. Contactantes portadores devem ser tratados. 0<A<A:C=3<23 %AB3CC><26 D,L2?3>AMF644I Etiologia e forma de transmissão: Doença viral causada pelo vírus Epstein-Barr, um herpesvírus. A transmissão ocorre principalmente de pessoa a pessoa por meio de contato com saliva de pessoas infectadas. Crianças pequenas podem infectar-se por contato com saliva em objetos ou mãos. Em adultos jovens, o beijo facilita a transmissão. Grupo etário: Atinge crianças e adolescentes. Quadro Clínico: Em 50% dos casos a infecção é sub-clínica ou assintomática. Em pacientes com a forma clínica, o pródromo é muito discreto ou ausente. O quadro clínico característico é de febre, linfoadenopatia, amigdalite membranosa e esplenomegalia. Pode apresentar exantema, variável e inconstante que está associado ao uso de antibióticos (penicilinas, cefalosporinas e seus derivados). Período de incubação de 4-6 semanas. Período de transmissibilidade é prolongado, podendo estender-se por um ano ou mais. Diagnóstico Laboratorial: Sorologia para detecção de IgM anti-cápside viral (anti-VCA) em sangue coletado em fase aguda e IgG anti- antígeno nuclear (anti-EBNA) em sangue da fase convalescente. Prevenção e tratamento: Não há tratamento específico. Não há vacina. Orientar aos contatos próximos minimizar o contato com saliva do indivíduo com mononucleose. ,A?34<5>4<232 DAN<+LO=><I Etiologia e forma de transmissão: Geralmente associado aos vírus ECHO ou Coxsackie A e B. Transmissão fecal-oral ou respiratória. Grupo etário: Mais freqüente em crianças de baixa idade. Quadro Clínico: Período de incubação de 3-6 dias. Apresentação mais comum como uma doença febril não-específica. Podem ocorrer manifestações respiratórias (refriado, esto- matite, herpangina, pneumonia), neurológicas (meningite asséptica) e cutâneas (exantema). O exantema, discreto, ocorre em 5-50% das infecções, podendo ser rubeoliforme, escarla- tiniforme ou morbiliforme. Excreção viral pelas fezes pode persistir por várias semanas após infecção. Diagnóstico Laboratorial: Isolamento viral à partir de amostras de orofaringe colhidas nos primeiros 5 dias após o aparecimento do exantema. Este material deve ser mantido a 40C para garantir a viabilidade viral. Ainda, exame de neutralização é realizado em sangue colhido em fase aguda e convalescente. Prevenção e tratamento: Não há tratamento específico nem vacina. Orientações para lavagem de mãos após manipulação de indivíduoinfectado, sobretudo após troca de fraldas. tórax exantema puntiforme língua em framboesa Sinal de Koplic tórax x x x x x x x x x x x x x x x x → x → x x x x x x x x x x 9 x x x x x x x x x x Sinal de Torres-Homem Percussão digito-digital intensamente dolorosa, localizada e circunscrita, característico de abscesso hepático. Pediatria Gaby Alfaro • Febre máxima no início do exantema, que tende a diminuir a partir do terceiro dia; • Exantema: inicia-se atrás da orelha e se espalha para pescoço, face e t r o n c o , e a t i n g e a e x t r e m i d a d e d o s membros por volta do terceiro dia; • Maculopapular eritematoso (morbiliforme), confluente e evolui com DESCAMAÇĀO FURFURÁCEA DIFUSA; crânio-caudal; • Manifestações se apresentam em 3 períodos: infecção, toxêmico e remissão; Infecção: período prodrômico, ou seja, surge febre, tosse produtiva, coriza, conjuntivo e fotofobia; do segundo ao quarto dia desse período surge o exantema, quando se acentuam os sinais iniciais. Toxêmico: frequente as complicações nas crianças até 2 anos; superinfecçāo viral ou bacteriana; Remissão: diminuição dos sintomas, com declínio da febre; com descamaçāo fina; • Complicações: Otite média; Pneumonite intersticial; Sinusite, pneumonia bacteriana; Encefalite aguda e lesões cerebrais graves e definitivas; Panencefalite esclerosaste subaguda (PESA): doença degenerativa do sistema nervoso central, ocorre 7 a 10 anos após a infecção pelo vírus do sarampo-condição rara; • Caso suspeito: I. Qualquer individuo com FEBRE e EXANTEMA MACUPAPULAR + 1 ou mais dos sintomas: TOSSE E\OU CORIZA E\OU CONJUNTIVITE): 1. Notificar imediatamente; 2. Isolar o paciente, orientar uso de máscara; 3. Vigilância epidemiológica: busca dos contactantes; • Diagnóstico: clínico e laboratorias (sorologia IgM e IgG e isolamento do vírus\detecçāo de RNA viral por PCR em amostrar de urina, sangue, secreção de oro\nasofaringe); • Tratamento: vitamina A para redução de morbidade e mortalidade; duas doses, imediatamente ao diagnóstico e repetida no dia seguinte e tratamento de suporte ; • Vacina: tríplice viral-caxumba, sarampo, rubéola; Enterovirose: doença mão pé boca • Etiologia: coxsackie; • Viral COM VESÍCULA; • Afecção exantemática viral aguda, autolimitada (nāo precisa de tratamento especifico); • Acomete < 5 anos principalmente; • Transmissão: via fecal-oral; • Tempo de incubação: 3 a 6 dias; • Tempo de contágio: variável; • Cuidados com os contactantes: observação; • Isolamento: precauções entéricas durante a hospitalização; • Quadro clínico: causa frequente de exantemas, de todas as formas, desde maculopapular até urticariforme; • Lesões ulceradas nas amígdalas e no palato mole semelhante à herpangina; • Febre, irritabilidade, anorexia; • Vesículas que se rompem na boca, mãos e pés; • Desaparecem sem cicatrizes após cerca de 5 dias; • Erupção cutânea em mãos e pés; • Fase prodrômica (2 a 4 dias antes do exantema): febre, adinamia, irritabilidade, prostração, diarreia, vômitos, odinofagia e mialgia; • Fase aguda: máculas eritematosas em mãos e pés, com vesículas de 2 a 5mm que regridem sem formação de rosas; lesões aftoides dolorosas na língua, palato, musica oral e retrofaringe (persistem por cerca de 7 a 10 dias); • Convalescença: prostração, que pode durar semanas. O deslocamento ungueal (onicomadese-queda das unhas) tardio (até 2 meses após o ínicio dos sintomas) pode ocorrer; • Diagnóstico: isolamento do vírus nas fezes e detecção de elevação de anticorpos; • Prática: diagnóstico clinico; • Prevenção: cuidados higiênicos; Escarlatina • Etiologia: toxinas eritrogênico do S. Pyogenes grupo A; • BACTERIANA; • Idade: a partir dos 3 anos; • Transmissão: gotículas; • Clinica: odinofagia, anorexia e má aceitação alimentar; • Febre alta; • Vômitos e cefaleia; • Dor abdominal devido à adenite mesentérica que resulta em ingurgitamento de gânglios e dor; • Adenomegalia cervical e submandibular; • Língua saborrosa- aspecto esbranquiçado; petéquias no palato; • Língua em FRAMBOESA; • A camada esbranquiçada se desprende após o terceiro ou quarto dia da doença, surgindo hipertrofia e hiperemia das papilas linguais; • Exsudato purulento em amígdalas; 3 Atualização sobre Sarampo 6 Figuras 4 e 5. Exantema do sarampo: Fonte: CDC https://www.cdc.gov/measles/about/photos.html Figura 6. Sinal de Koplik Fonte: CDC https://www.cdc.gov/measles/about/photos.html Figura 7. Exantema do sarampo em adulto Fonte: Arquivo pessoal Atualização sobre Sarampo 6 Figuras 4 e 5. Exantema do sarampo: Fonte: CDC https://www.cdc.gov/measles/about/photos.html Figura 6. Sinal de Koplik Fonte: CDC https://www.cdc.gov/measles/about/photos.html Figura 7. Exantema do sarampo em adulto Fonte: Arquivo pessoal Pediatria Gaby Alfaro • Exantema escarlatiniforme: Surge de 12 a 14 horas após o inicio do quadro; Aspecto típico (micropapular), confluente, tornando a pele á s p e r a (lixa); Inicia-se no pescoço e n a s pregas cutâneas e s e e s t e n d e a o restante do corpo em c e r c a de 24 horas; P o u p a r e g i õ e s p a l m a r e s e plantares; • Sinal de Filatov: palidez p e r i o r a l c o n t r a s t a c o m bochechas vermelhas e testa hiperemiada; • Sinal de Pastia: linhas hiperpigmentadas na superfície f lexora dos braços e nas r a i z e s d a s coxas; • Descamaçāo: após cerca de 5 a 7 dias, e pode durar até 3 a 8 semanas, tipo LAMINAR (dedo de luva); • Tratamento: antibióticos- penincilinas; Varicela x Herpes Zoster • O VZV é causador de duas Síndromes Clínicas; • Varicela: infecção primária; • Viral COM VESÍCULA; • Herpes Zóster: reativação do vírus; Varicela: • Etiologia: v í r u s d a varicela- z o s t e r ( g r u p o herpes); •Transmissão: aerossol, contagio direto com lesões e transmissão vertical; • Tempo de incubação: 10 a 21 dias; • Tempo de contágio; décimo dia após inicio do quadro\ formaçāo de crostas de todas as lesões; • Isolamento: respiratório e de contato; • Exantema polimórfico; • Começam com uma pápula que evolui rapidamente para lesões vesiculares, em dias sucessivos, que evoluem para crostas; • Febrícula + sintomas discretos; • Doença benigna ao acometer crianças eutróficas e sadias; • Sorologia; na prática, diagnóstico clínico; • Anamnese + suscetibilidade + história epidemiologica; • Tratamento: antiviral (deve ser considerado para pessoas sadias com moderado risco para doença grave, como as crianças com mais de 12 anos de idade, aquelas com doenças cutâneas ou pulmonares crônicas , as que recebem a terapia com solicitado de longo prazo ou ainda aquelas que recebem terapia contínua ou intermitente de corticosteroides; Aciclovir oral- dose de 20 mg\kg\dose, 4x\dia por 5 dias; Cortar as unhas; Banho com sabonete; Evitar uso de pomadas; • Complicações: Infecções bacterianas secundárias: piodermites, erisipela e celulite; Pneumonite intersticial; 4 x x x x x x x !!!! x x x x 9 9 9 9 9 x 9 9 9 9 9 x x x x x x x x x x x x x !!!! x x x x x x x x x x x x x x x Lorena Loureiro Prevenção: vacina de varicela (1ª dose: 12-15 meses de idade; 2ª dose: 3 meses após a 1ª). Pediatria Gaby Alfaro Pneumonia bacteriana; Comprometimento do SNC: pouco frequente (cerebelite e encefalite); Sindorme de Reye; Infecção fetal, diante a gravidez; Varicela congênita: • Infecção primária por varicela até o segundo trimestre de gravidez pode aumentar o risco; • 80% de todos os casos têm sido observados entre a nona e a vigésima semanas de gestação;• Lesões cicatriciais na pele e acometimento dos membros (hipoplasia, equinovarismo, ausência ou alteração dos dedos); • Pode haver alterações neurológicas e oftalmológicas; Doença de Kawasaki • Vasculite sistêmica; • Principal causa de cardiopatia adquirida na infância; • Processo inflamatório principalmente em artérias de pequeno e médio calibre com infiltração de células inflamatórias e deposito de imunoglobulinas; • Faixa etária: 4 meses até 5 anos; • Mais comum em meninos; • Etiologia: DESCONHECIDA; • Complicação: aneurisma coronariano; • Quadro clínico: FEBRE ALTA POR MAIS DE 5 DIAS E + 4 DOS 5 CRITÉRIOS: Exantema polimorfo nāo vesicular; Alteração de extremidades (edema, eritema, descamação); Conjuntivite bilateral nāo exsudativa; Adenomegalia cervical nāo superlativa com 1,5 cm ou mais de diâmetro; Alteração na mucosa da orofaringe (hiperemia de faringe, lábios rachados, língua em framboesa); • EXANTEMA: surge entre o terceiro e o quinto dia; maculopapular\micropapular; difuso\nāo vesicular; proeminente no tronco e nas extremidades; • Macular, purpúreo, escarlatiniforme, urticariforme ou eritema multiforme; • Principal exame: ecocardiograma; • Criterios laboratorias: inespecíficos; • Tratamento: imunoglobulina EV em dose única-primeiros 7-10 dias de doença; AAS até o paciente ficar febril; 5
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