Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC CAROLINE CAVALCANTE MAIORANO PAULO VITOR MELO DE CARVALHO LIMA ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ALVENARIA DE BLOCO CERÂMICO DE VEDAÇÃO E A TECNOLOGIA DRYWALL PARA AMBIENTES INTERNOS MACEIÓ – ALAGOAS 2017/2 CAROLINE CAVALCANTE MAIORANO PAULO VITOR MELO DE CARVALHO LIMA ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ALVENARIA DE BLOCO CERÂMICO DE VEDAÇÃO E A TECNOLOGIA DRYWALL PARA AMBIENTES INTERNOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação do professor Esp. Josivaldo Januário de Lima Pinto. MACEIÓ – ALAGOAS 2017/2 AGRADECIMENTOS Graças ao Pai, que me deu o dom da vida e a capacidade física e mental, chego a esse importante patamar da minha trajetória. Com o apoio, amor e carinho da minha família: meus pais, Ivana e Elisvaldo, meus avós, Coralina e Hermes, meus irmãos, Victor, Matheus e Maria Vitoria, minha tia, Christyne, e de todos os outros que tem um espaço em meu coração, fui conduzida a minha caminhada nos estudos, chegando até a conclusão de minha faculdade. Gratidão a cada professor, que com seu dom de compartilhar seus conhecimentos, nos fez pessoas mais ricas e completas, de estudos e aprendizados. Cada um com seu jeito especial de ser e todos com um desejo em comum: o desejo de um futuro incrível para nós! Obrigada por acreditarem na gente, e nos incentivar e encorajar quando alguma dificuldade aparece. Gratidão aos amigos que já faziam parte de nossa vida, e gratidão por aqueles amigos que cultivamos nesses cinco anos de faculdade. Tivemos a dádiva de ter sido uma sala unida, alegre e divertida. Levarei comigo cada amor de amigo. Agora, com a riqueza desse alicerce, sinto-me pronta para erguer a edificação, dessa mais importante construção - a minha carreira profissional! Os materiais foram os mais nobres, então, “mãos à obra” com o coração repleto de gratidão e humildade e, a mente sempre receptiva para novos infinitos aprendizados. A todos que estiveram presentes, de maneira íntima ou mais distante, meu mais sincero agradecimento! Caroline Cavalcante Maiorano Antes de tudo, deixo minha gratidão ao nosso deus, por toda sabedoria que me foi dada e a capacidade de hoje poder estar concluindo o curso de engenharia civil. Seguirei meus agradecimentos com as pessoas que mais importam nessa vida que são meus pais: Paulo Cesar de Carvalho Lima e Teresa Melo de Carvalho Lima, que me deram todo o suporte, seja motivacional ou financeiro, para que fosse possível hoje eu estar concluindo o curso. Agradecer também ao Cesmac pela competência no desenvolvimento de suas atividades, executando bem o seu papel como instituição, mostrando total capacidade de formar um excelente profissional. Não esquecendo o empenho de cada professor, em suas respectivas áreas, para nos passar todo o conhecimento possível que fizesse somar nessa nossa nova trajetória. Agradecer aos colegas de classe, pela família que foi construída, pelas diversas ajudas que foram dadas a mim durante o curso, mostrando desde já o espírito de equipe que é extremamente necessário no campo da engenharia. Com essa base formada, me sinto pronto para assumir esse papel na sociedade e poder com o meu trabalho contribuir com a mesma. Paulo Vitor Melo de Carvalho Lima ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ALVENARIA DE BLOCO CERÂMICO DE VEDAÇÃO E A TECNOLOGIA DRYWALL PARA AMBIENTES INTERNOS COMPARATIVE STUDY BETWEEN VEGETABLE CERAMIC BLOCK MASONRY AND DRYWALL TECHNOLOGY FOR INTERNAL ENVIRONMENTS Caroline Cavalcante Maiorano Graduanda do Curso de Engenharia Civil carolinecmaiorano@hotmail.com Paulo Vitor Melo de Carvalho Lima Graduando do Curso de Engenharia Civil paulo_vitor_melo@hotmail.com Josivaldo Januário de Lima Pinto Professor do Curso de Engenharia Civil johnsonpinto@hotmail.com RESUMO Atualmente existem diversos sistemas construtivos disponíveis para se executar uma obra, cada sistema pode utilizar como matéria prima principal, diferentes materiais como gesso, bloco cerâmico, concreto, metal, entre outros. Geralmente ocorrem combinações destes materiais para a formulação do método construtivo. O presente estudo se insere nesse contexto nacional na busca por sistemas construtivos alternativos com tecnologias inovadoras, que obtenham ganhos de produtividade significativos em relação ao método convencional comumente empregado. Tem por objetivo realizar um estudo comparativo entre a estrutura de Drywall em fechamentos e divisórias internas, suas vantagens e desvantagens em relação ao sistema construtivo de alvenaria de blocos cerâmicos, visando conhecer as características, processo construtivo, materiais, custos e quantidade de mão de obra. O presente estudo abordou a comparação do uso do sistema construtivo em alvenaria convencional e Drywall em paredes de vedação em toda a casa. O embasamento teórico possibilitou a compreensão dos dois sistemas de métodos construtivos e de suas particularidades. PALAVRAS-CHAVE: Sistemas construtivos. Drywall. Alvenaria Convencional. ABSTRACT Currently there are several construction systems available to execute a work, each system can use as main raw material, different materials such as gypsum, ceramic block, concrete, metal, among others. Generally combinations of these materials occur for the constructive method formulation. The present study is inserted in this national context in the search for alternative constructive systems with innovative technologies that obtain significant productivity gains in relation to the conventional method commonly used. The objective of this study is to compare the Drywall structure in closures and internal partitions, its advantages and disadvantages in relation to the construction system of masonry of ceramic blocks, aiming to know the characteristics, construction process, materials, costs and quantity of labor. The present study addressed the comparison of the use of the construction system in conventional masonry and Drywall in sealing walls throughout the house. The theoretical basis allowed the understanding of the two systems of constructive methods and their particularities. KEYWORDS: Construction systems. Drywall. Conventional masonry. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 07 1.1 Objetivos .................................................................................................... 08 1.1.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 08 1.1.2 Objetivo Específico ................................................................................... 08 2 SISTEMAS CONSTRUTIVOS........................................................................ 09 2.1 Bloco Cerâmico ......................................................................................... 09 2.1.1 Características gerais ............................................................................... 10 2.1.2 Componentes ........................................................................................... 13 2.1.3 Características Técnicas .......................................................................... 13 2.1.4 Técnica Construtiva .................................................................................. 14 2.1.4.1 Marcação ............................................................................................... 15 2.1.4.2 Assentamento ........................................................................................16 2.1.4.3 Encunhamento ....................................................................................... 17 2.1.4.4 Vantagens e desvantagens................................................................... 18 2.2 Tecnologia Drywall..................................................................................... 18 2.2.1 Características Gerais .............................................................................. 20 2.2.2 Características Técnicas .......................................................................... 20 2.2.3 Componentes ........................................................................................... 21 2.2.4 Sistema Construtivo .................................................................................. 22 2.2.4.1 Marcação e Fixação das guias .............................................................. 24 2.2.4.2 Montagem da Estrutura de Sustentação ............................................... 24 2.2.4.3 Chapeamento ........................................................................................ 24 2.2.4.4 Tratamento em juntas ............................................................................ 25 3 METODOLOGIA ............................................................................................. 26 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 28 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 31 REFERÊNCIAS................................................................................................. 32 APÊNDICES ...................................................................................................... 35 APÊNDICE A – Residência popular com 43m² de área construída ................. 36 APÊNDICE B – Residência popular com cotas ................................................ 37 7 1 INTRODUÇÃO A construção civil, ainda é, predominantemente, artesanal caracterizada pelo grande desperdício de materiais e pela baixa produtividade (HASS; MARTINS, 2011, p.9). Atualmente existem diversos sistemas construtivos disponíveis para se executar uma obra, cada sistema pode utilizar como matéria prima principal, diferentes materiais como gesso, bloco cerâmico, concreto, metal, entre outros. Geralmente ocorrem combinações destes materiais para a formulação do método construtivo (SANTOS, 2014, p.3). Para a escolha do método construtivo mais vantajoso deve ser estudado diversos fatores como disponibilidade de recursos, custos, prazos, segurança e qualidade dos serviços e materiais. Devendo se atentar para escolha correta dos materiais, equipamentos apropriados, logística, quantidade da mão de obra e rotinas de trabalho (SANTOS, 2014, p.3). Os blocos cerâmicos para vedação constituem as alvenarias externas ou internas que não tem a função de resistir a outras cargas verticais, além do peso da alvenaria da qual faz parte (OLIVEIRA, 2013, P.39). O Drywall trata-se de uma técnica alternativa e competitiva à construção com alvenaria convencional utilizada no mercado brasileiro. O Brasil encontra-se com um atraso tecnológico construtivo de, aproximadamente, 100 anos quando comparado a países da Europa e América do Norte que se utiliza de tal tecnologia desenvolvida inicialmente em 1895 por Augustine Sackett com Drywall, no Brasil começou a ser difundida na década de 1970, começando a ser utilizado e difundido na segunda metade da década de 1990, em maior escala no século XXI (LABUTO, 2014, p.1). O presente estudo se insere nesse contexto nacional na busca por sistemas construtivos alternativos com tecnologias inovadoras, que obtenham ganhos de produtividade significativos em relação ao método convencional comumente empregado. Tem por objetivo realizar um estudo comparativo entre a estrutura de Drywall em fechamentos e divisórias internas, suas vantagens e desvantagens em relação ao sistema construtivo de alvenaria de blocos cerâmicos, visando conhecer as características, processo construtivo, materiais, custos e quantidade de mão de obra. Qual a solução mais viável em alvenaria de vedação, a partir da definição do processo construtivo mais eficiente: Drywall ou bloco cerâmico? 8 1.1 Objetivos 1.1.1 Objetivo Geral Realizar um estudo comparativo entre a estrutura de Drywall em fechamentos e divisórias internas, suas vantagens e desvantagens em relação ao sistema construtivo de alvenaria de blocos cerâmicos. 1.1.2 Objetivo Específico - Descrever os procedimentos utilizados na vedação com Drywall e blocos cerâmicos; - Comparar a alvenaria em bloco cerâmico e o sistema Drywall quanto ao tempo de execução; - Realizar um comparativo econômico do material utilizado nos dois sistemas construtivos; e - Analisar as vantagens e desvantagens na utilização de cada sistema construtivo. 9 2 SISTEMAS CONSTRUTIVOS A construção civil é uma das mais antigas atividades humanas que contribuiu para o desenvolvimento das civilizações. As técnicas foram se desenvolvendo com o decorrer dos anos, deixando de atender somente às necessidades básicas de abrigo. A construção sempre esteve presente na evolução do homem, visto que este sempre procurou proteção da agressividade do meio que o envolve (condições climatéricas, animais, etc.), visando sua sobrevivência. À medida que as exigências de melhores condições de vida foram aumentando, passando a dar ênfase ao conforto, foi se tornando mais complexo o processo de transformação das matérias- primas. Hoje observa-se um amplo leque de tipologias e construções destinadas aos mais variados fins, que só se tornaram possíveis devido ao desenvolvimento desta atividade humana, neste caso, a construção civil (NEVES, 2011, p.1). Existem diversos sistemas construtivos disponíveis para se executar uma obra. Cada sistema construtivo pode utilizar como matéria-prima principal diferentes insumos, como madeira, bloco cerâmico, concreto, metal, entre outros. Geralmente ocorrem combinações desses insumos para a formulação do método construtivo (SANTOS, 2014). O Sistema Construtivo é definido como “o conjunto das regras práticas, ou o resultado de sua aplicação, de uso adequado e coordenado de materiais e mão de obra que se associam e se coordenam para a concretização de espaços previamente programados (SOUSA, 2011). Guimarães (2014) afirma então que um sistema construtivo é nada mais que uma combinação ou conjunto de componentes ou subsistemas que se relacionam de forma organizada para formar uma estrutura. Os tipos de sistemas construtivos mais utilizados no Brasil são: alvenaria estrutural e convencional, Drywall e parede de concreto. 2.1 Bloco Cerâmico A NBR 15270-1 (2005), define os blocos cerâmicos para vedação como as alvenarias externas ou internas que não tem a função de resistir a outras cargas verticais, além do peso da alvenaria da qual faz parte. Estes componentes correspondem a cerca de 85% a 95% do volume da alvenaria e determinam as principais características de desempenho, projeto e produção (BARBOSA, 2015, 10 p.3). A alvenaria é o conjunto de elementos da construção civil, resultantes da união de blocos justapostos unidos com argamassa, ou não, destinados a suportar principalmente esforços de compressão ou simplesmente a vedação de uma área (RODRIGUES, 2010). 2.1.1 Características gerais As alvenarias podem ter variados tamanhos, a partir da quantidade de furos ou mesmo de suas espessuras, 4, 6, 8 e 10 furos, ou espessuras de 8 cm, 10 cm, 15 cm e até 20 cm, entre outras. Elas podem ser revestidas com algum tipo de proteção ou mesmo ficarem aparentes (LIMA, 2006). O Código de Boas Práticas, indica que os blocos cerâmicos utilizados na execução das alvenarias de vedação, com ou sem revestimentos, devem atender à NBR 15270-1:2005 (Quadro1), a qual, além de definir termos, fixa os requisitos dimensionais, físicos e mecânicos exigíveis no recebimento. Segundo Barbosa (2015), os blocos cerâmicos mais utilizados na construção civil são os com furos prismáticos, dimensão de fabricação em centímetros, na sequência largura (L), altura (H) e comprimento (C), na forma de (LxHxC)cm então, (9x19x19)cm também denominados tijolo furado (Figura 1). Figura 1 – Bloco cerâmico furado de vedação. Fonte: NBR 15270-1, 2005. 11 Quadro 1 – Dimensões padronizadas dos blocos Fonte: NBR 15270-1, 2005. Existem outros tipos de componentes cerâmicos complementares, além dos blocos e meio-blocos, que integram as alvenarias de vedação, com funções específicas como a canaleta U, que permite a construção de cintas de amarração, vergas e contravergas, a canaleta J, os blocos de amarração, os compensadores e outros que podem ser especificados em projetos, desde que atendam aos requisitos 12 de desempenho exigidos. As características que os blocos cerâmicos de vedação devem apresentar, estão resumidas na NBR 15270-1:2005 (Quadro 2). Quadro 2 – Características dos blocos cerâmicos. Fonte: NBR 15270-1, 2005. As características apresentadas no Quadro 2 devem ser verificados para os blocos cerâmicos conforme os procedimentos de ensaios definidos na NBR15270- 3:2005. Com a finalidade de caracterização e aceitação ou rejeição dos blocos cerâmicos, essa norma descreve os métodos de ensaios para a avaliação de conformidade dos mesmos, incluindo a determinação de suas características geométricas, físicas e mecânicas (SANTOS, 2014). Para avaliação da conformidade dos blocos, além de uma inspeção geral (onde se verifica a correta identificação dos blocos, incluindo a marca do fabricante em cada peça, e as características visuais dos blocos), deve ser realizada inspeção por ensaios para determinação de suas características geométricas (valores das dimensões das faces, espessura das nervuras que formam os septos e das paredes externas do bloco, esquadro e planeza das faces), de sua caracterização física (índice de absorção de água) e sua caracterização mecânica (resistência à 13 compressão). Para tanto, deve-se observar os lotes de fornecimento com no máximo 100.000 blocos ou fração, de acordo com as amostragens e critérios de aceitação e rejeição apresentados no Quadro 3 (NBR 15270-1, 2015). Quadro 3 – Amostragens e critérios de aceitação e rejeição. Fonte: NBR 15270-1, 2005. 2.1.2 Componentes Silva (2007), apud Bertolini (2013), afirma que os componentes da alvenaria de vedação são os blocos cerâmicos e a argamassa de assentamento. Os blocos são responsáveis pela vedação e a argamassa de assentamento, pela aderência entre as fiadas e entre os blocos e a estrutura, otimizando as funções da alvenaria. São utilizados ainda alguns outros materiais, como as telas de amarração que trabalham nas ligações estrutura alvenaria para melhorar as ligações entre elas. A NBR 13281: 2005, recomenda as argamassas mistas, compostas por cimento e cal hidratada, para o assentamento. A argamassa utilizada para o assentamento dos blocos pode ser industrializada ou preparada em obra e devem atender aos requisitos estabelecidos na norma. 2.1.3 Características Técnicas A NBR 15270-1: 2005, define que a alvenaria vertical interna com blocos cerâmicos deve atender as seguintes características técnicas: Resistência à compressão: A resistência à compressão dos blocos cerâmicos de vedação tem os seguintes valores mínimos: 1,5 MPa para blocos usados com 14 furos na horizontal e 3,0 MPa para blocos com furos na vertical, referida à área bruta. Aspecto visual: A norma especifica que o bloco cerâmico de vedação seja isento de defeitos sistemáticos, como quebras, superfícies irregulares ou deformações (desvios de forma) que não permitam seu emprego na função especificada. As características da superfície externa do bloco são especificadas de comum acordo entre fornecedor e comprador (face lisa ou com ranhuras). Absorção de água: Limite mínimo de 8% e máximo de 22%. Desvio em relação ao esquadro: Máximo de 3mm. Planeza das faces ou flecha: Flecha máxima de 3mm. Tolerâncias dimensionais (relacionadas às dimensões de fabricação): As tolerâncias dimensionais individuais são de ± 5mm e as tolerâncias dimensionais relativas à média das dimensões são de ± 3mm, para cada grandeza considerada (largura, altura e comprimento). Espessura das paredes dos blocos e dos septos: A espessura mínima das paredes dos blocos deve ser de 7mm e a espessura mínima dos septos, de 6mm. Quando a superfície do bloco apresentar ranhuras, a medida das paredes externas corresponderá à menor espessura. 2.1.4 Técnica Construtiva Todas as partes da construção em si são feitas in loco tornando o processo consideravelmente mais demorado, pois a alvenaria é um sistema completamente artesanal (Figura 2). Sem contar muitas vezes com mão de obra não especializada. Com a mão de obra despreparada pode haver perda de material tanto por recortes mal feitos, como também pela necessidade muitas vezes de um retrabalho. O não planejamento detalhado de onde passarão as instalações, hidráulica e elétrica, também contribui, dado que fendas em paredes, pisos ou forros resultam em material desperdiçado (HASS; MARTINS, 2011, p.14). 15 Figura 2 – Alvenaria de vedação com bloco cerâmico. Fonte: CRUSIUS, 2011. Quanto ao processo executivo da alvenaria de vedação, Silva (2007) destaca as etapas de execução: marcação, assentamento e encunhamento. 2.1.4.1 Marcação A primeira etapa do processo é a marcação da alvenaria, a locação da primeira fiada. A marcação dos pontos deve ser feita de acordo com o projeto arquitetônico de modo a garantir a linearidade da alvenaria. Antes da locação deverá ser verificado o nivelamento do piso, caso haja desnivelamentos é necessário remover o acesso ou aplicar argamassa nas depressões. Recomenda-se que a marcação seja iniciada pelas paredes externas, facilitando o enquadramento das paredes. A locação das paredes deve ser feita com a utilização de cotas acumuladas buscando minimizar o acúmulo de erros de medição. Depois de marcado os eixos das paredes e verificado os esquadros, iniciasse a locação da primeira fiada em pontos estratégicos como canto de paredes, encontros e aberturas (D2R ENGENHARIA, 2017). 16 As juntas verticais da primeira fiada (Figura 3) sempre devem ser preenchidas, ainda que o projeto preveja a eliminação das juntas nas fiadas subsequentes. De acordo com a NBR 8545 (1984, p.10) as juntas de argamassa devem tem no máximo 10mm e não devem apresentar vazios. Figura 3 – Marcação da primeira fiada. Fonte: SELECTA BLOCOS, 2012. 2.1.4.2 Assentamento A execução da alvenaria deve seguir o projeto executivo considerando suas posições e espessura. Na elevação da alvenaria, as fiadas vão sendo confeccionadas umas sobre as outras de forma que as juntas verticais sejam descontínuas. Caso haja a necessidade da utilização de assentamento com juntas verticais contínuas a NBR 8545 (1984) recomenda a utilização de armadura longitudinal situadas na argamassa de assentamento. O estudo preliminar da disposição dos blocos deve ser realizado a fim de garantir que a alvenaria tenha o maior número possível de blocos inteiros trazendo maior economia, eficiência e velocidade na execução. A NBR 8545 (1984) afirma que o assentamento dos componentes cerâmicos (Figura 4) deve ser planejado de tal forma que, nos encontros de paredes, sejam realizadas juntas de amarração. Devem ser executadas no mínimo 24 horas após a 17 execução da impermeabilização da viga baldrame, garantindo assim a estanqueidade da alvenaria. Recomenda-se a utilização de escantilhão como guia das juntas horizontais, e também prumo de pedreiro para garantir oalinhamento vertical da alvenaria. A cada fiada deve ser utilizada como guia uma linha esticada para assegurar a horizontalidade (NBR 8545, 1984, p.7 apud SANTOS, 2013). Figura 4 – Assentamento da alvenaria de blocos cerâmicos. Fonte: FK COMÉRCIO, 2012. 2.1.4.3 Encunhamento Na região de contato entre a alvenaria de vedação e a estrutura do pavimento superior há a ocorrência de fissuras, isso acontece devido à transmissão de alguns esforços para a alvenaria. Os principais tipos de encunhamento são através de cunhas de concreto, tijolos maciços e com argamassa aditivada com expansor. Para edificações que não exigi a utilização de estruturas em concreto armado, deve ser feita uma cinta de amarração em todas as paredes. Em edificações que agrega esse tipo de estrutura com mais de um pavimento, deve ser executado o encunhamento, após a alvenaria do pavimento imediatamente acima ter sido assentada (NBR 8545, 1984, p.10). 18 2.1.4.4 Vantagens e desvantagens O método mais utilizado e aceito pela sociedade são as paredes de alvenaria de blocos cerâmicos, devido a comum utilização e facilidade para a execução. A Unama (2009, p.3) apud Santos (2013) cita algumas vantagens e desvantagens da alvenaria de vedação com blocos cerâmicos (Quadro 4). Quadro 4 – Vantagens e desvantagens da vedação com blocos cerâmicos. VANTAGENS DESVANTAGENS - Bom isolamento térmico e acústico; - Boa estanqueidade à água; - Boa resistência ao fogo; - Durabilidade superior a cem anos, sem proteção e sem manutenção; - Facilidade de composição dos elementos de qualquer forma e dimensão; - Sem limitação de uso em relação às condições ambientais; - Baixa inversão de capital na produção; - Total disponibilidade de matéria prima; - Produção não poluente, sem geração de resíduos prejudiciais ao meio ambiente - Como não se utiliza projeto de alvenaria, as soluções construtivas são improvisadas durante a execução dos serviços; - Qualidade deficiente dos materiais utilizados e da execução; - Muitos retrabalhos na execução dos rasgos para passagens das tubulações hidráulicas e eletrodutos; - Necessidade de revestimentos adicionais para buscar uma textura lisa. Fonte: UNAMA, 2009 apud SANTOS, 2013. 2.2 Tecnologia Drywall “O gesso é o mais antigo aglomerante de que se tem notícia. Foi encontrado em construções no antigo Egito como na pirâmide de Khufu, há cerca de cinco mil anos. Sua matéria prima é a Gipsita - uma rocha de origem sedimentar constituída por cloretos e sulfatos de cálcio, magnésio e potássio, cuja fórmula é: CaSO4 - ½ H2O. O sulfato de cálcio semihidratado, comercialmente denominado de gipso ou gesso, tem a propriedade de endurecer quando misturado com água, dando rigidez e dureza” (BRAGA et al., 2008). Segundo Barbosa (2015), o drywall surge para substituir as vedações internas convencionais de edifícios e consiste em chapas de gesso aparafusadas em estruturas de perfis de aço galvanizado, é um processo mais rápido que o 19 convencional. Esse sistema consiste em paredes de gesso com espessuras menores do que as de alvenaria, o que gera paredes muito mais leves, esse tipo de parede é utilizado para divisórias de ambientes internos. Conforme Silva e Fortes (2009, p.11): “O drywall é um sistema de montagem construtiva de vedação vertical com significado na origem da palavra, dry significa seco e wall parede, então drywall é uma parede seca. São paredes internas, retas ou curvas, não estruturais de edifícios e não expostas a intempéries. Existem mais de um tipo de parede seca, mas o sistema que ficou conhecido popularmente no Brasil por drywall é o composto por chapas de gesso acartonado, pré- fabricadas a partir da gipsita natural, fixadas em uma estrutura metálica leve em perfis de aço galvanizado, distanciados ao longo de um plano vertical conforme medida do painel”. As chapas de gesso devem ser produzidas e montadas de acordo com as seguintes Normas ABNT: NBR 14715:2001, NBR 14716:2001 e NBR 14717:2001, NBR 15758-1:2009. De acordo com Yazigi (2009), os painéis de gesso acartonado apresentam uma série de características de utilização e implica mudança drástica de técnica construtiva. Os principais aspectos que caracterizam essa nova tecnologia estão expostos no quadro 5. Quadro 5 – Aspectos que caracterizam a tecnologia Drywall. CARACTERÍSTICAS TIPOS DE CHAPAS - Versatilidade para diferentes formas geométricas das paredes; - Capacidade de atendimento dc diferentes necessidades em termos de desempenho acústico a partir de tipos específicos de painéis; - Possibilidade de redução dc cargas na estrutura e nas fundações e de redução das seções estruturais com ganhos de áreas úteis; - Capacidade de obtenção de soluções racionalizadas para os demais subsistemas – instalações (com acesso para manutenção); - Elevação da produtividade: pela continuidade de trabalho proporcionada: pelas operações de montagem, com elementos dc grandes dimensões em relação aos blocos; pela repetição de operações resultante da modulação; pela eliminação de perda de materiais e de tempo não produtivo dc mão-de-obra; - Incremento da velocidade de execução da obra, com a eliminação de etapas de trabalho e liberação para a fase dc acabamento em curto espaço de tempo; - Possibilidade de obtenção de ganhos diversos pela redução dos prazos de obra - custos financeiros, velocidade de vendas etc. - Standard (ST) – Chapa Branca, para aplicação em áreas secas. - Resistente à Umidade (RU) – Chapa Verde, para aplicação em áreas sujeitas à umidade por tempo limitado de forma intermitente. - Resistente ao Fogo (RF) – Chapa Rosa, para aplicação em áreas secas necessitando de um maior desempenho em relação ao fogo. Fonte: YAZIGI, 2009. 20 2.2.1 Características Gerais Drywall significa „parede seca‟. Consiste num sistema de vedação composto por uma estrutura metálica de aço galvanizado com uma ou mais chapas de gesso acartonado aparafusadas em ambos os lados. Trata-se de um método construtivo que não necessita de argamassa para sua execução, reduzindo a quantidade de entulhos gerados pelos métodos que envolvem a alvenaria convencional (SILVA; FORTES, 2009). O gesso proporciona a resistência a compressão e o cartão, resistência a tração. A união destes dois elementos torna a placa muito resistente. Variam conforme o tipo de placa, tipo de borda, espessura, dimensão e peso (BARBOSA, 2015). Os modelos e cores de placas utilizando a tecnologia drywall para ambientes internos e suas especificações são bem definidas na Figura 5. Figura 5 -Tipos de placas. Fonte: BARBOSA, 2015. 2.2.2 CaracterísticasTécnicas As paredes em gesso acartonado utilizadas internamente e seus componentes constituintes devem ter sua funcionalidade durante toda a vida útil de projeto. As especificações fornecidas pelos fabricantes devem ser seguidas e também respeitadas todas as condições de uso, conforme previsto em projeto. Devem existir manutenções periódicas para a adequada conversação do gesso acartonado. As manutenções podem se de dois tipos: as preventivas e as de caráter corretivo, quem visam não permitir a progressão as pequenas falhas, que poderiam resultar em extensas patologias. 21 2.2.3 Componentes O sistema é composto basicamente pelas placas de gesso acartonado, que fazem o fechamento do vão, por elementos estruturais leves que sustentam essas placas e por alguns elementos acessórios. De acordo com Oliveira (2005), as paredes em gesso acartonado utilizadas internamente e seus componentes constituintes devem ter sua funcionalidade durante toda a vida útil de projeto. As especificações fornecidas pelos fabricantes devem ser seguidas e também respeitadas todas as condições de uso, conforme previsto em projeto. Devem existir manutenções periódicas para a adequadaconversação do gesso acartonado. As manutenções podem se de dois tipos: as preventivas e as de caráter corretivo, quem visam não permitir a progressão as pequenas falhas, que poderiam resultar em extensas patologias. Lessa (2005) faz uma descrição em sua monografia sobre os tipos de placas de Drywall utilizadas nas construções. Existem 3 tipos delas: as placas do tipo Standard, as placas do tipo RU (Resistentes à Umidade) e por último as placas do tipo RF (Resistentes ao Fogo). As placas do tipo standard são chapas de gesso acartonado de uso geral, empregadas geralmente no fechamento interno da construção em ambientes „secos‟. As placas do tipo standard são as mais utilizadas. As placas do tipo RU, popularmente chamadas de placas verdes, são placas que podem ser utilizadas em ambientes expostos à umidade. São empregadas geralmente no fechamento de áreas de serviço, banheiros e cozinhas. Há a necessidade de detalhes de impermeabilização flexível na base das paredes e nos encontros com o piso.E por último as placas do tipo RF, que são placas que apresentam características que conferem resistência ao fogo às paredes. Lessa (2005) ressalta ainda que o gesso acartonado deve ser empregado sempre em ambientes internos, evitando a instalação dele em locais sujeitos a intempéries e umidade permanente, como saunas e piscinas por exemplo. As placas de gesso acartonado possuem dimensões de 1,20m de largura por comprimentos de 2,60 à 3,00m. As espessuras em que as placas são produzidas são de 12,5mm, 15 mm e 18 mm. No Brasil, as placas mais utilizadas são as de 12,5mm (LESSA, 2005). 22 Lessa (2005) relaciona os elementos acessórios à montagem do Drywall. Afirma que cada fabricante possui seu conjunto de acessórios específicos e cita os básicos em todos eles: Parafusos para fixação das chapas; Fita de papel reforçado, utilizada no acabamento ou reforço de juntas ou cantos; Cantoneiras metálicas para acabamento, proteção e reforço dos cantos das chapas de gesso; Lá de vidro, lá de rocha ou EPS para preenchimento do vão entre as chapas de gesso, utilizadas para melhorar o desempenho térmico e acústico do sistema; Massa especial para rejuntamento que conferem maior trabalhabilidade e plasticidade ao sistema construtivo. Conforme a Associação Brasileira do Drywall (2014), a parede feita por este material é montada através de estruturas de perfis de aço galvanizado, onde são parafusadas em ambos os lados, as chapas de gesso acartonado. Existem formas diferenciadas de montagem, que são definidas conforme a necessidade da obra. Para descobrir a melhor maneira, elaborado um estudo, da acústica, mecânica e se é preciso da resistência ao fogo e umidade. A Associação sugere uma lista de especificações, que facilitam o resultado deste estudo. São elas: A espessura dos perfis estruturais (48 70 ou 90 mm); O espaçamento entre os perfis verticais ou montantes (400 ou 600 mm, em paredes retas; em paredes curvas, o espaçamento é menor, variando em função do raio de curvatura); Se a estrutura é com montantes simples ou duplos e se estes são ligados ou separados; o tipo de chapa (Standard; Resistente à Umidade; ou Resistente ao Fogo); A quantidade de chapas fixadas de cada lado (uma duas ou três); e o uso ou não de lã mineral ou de vidro no interior da parede(ASSOCIACAO BRASILEIRA DO DRYWALL, 2014). 2.2.4 Sistema Construtivo De acordo Silva e Fortes (2009) a montagem das paredes de drywall a estrutura da edificação pode ser executada de maneira independente das vedações e instalações, o que aumenta a produtividade; a estrutura metálica do drywall é fixada no piso nivelado e limpo, o que melhora o acabamento final, logo após é colocada em uma das faces as chapas de gesso abrindo frente para a montagem das instalações elétricas, já as instalações hidráulicas são condicionadas 23 verticalmente em shafts executados em drywall permitindo uma manutenção mais simples e econômica. A forma de montagem dos painéis é feita mediante: a demarcação e colocação das guias; o assentamento dos montantes metálicos; o corte dos painéis e sua fixação nos montantes por meio de parafusos aplicados com parafuradeira, em uma das faces da parede; o preenchimento dos vãos é com manta de lá de vidro (ou similar); o assentamento dos painéis na outra face da parede e por fim o tratamento das juntas entre os painéis. O acabamento das paredes as juntas entre as placas são tratadas com fita e massa apropriada se depois podem efetuar a pintura látex ou com revestimento de papel de parede, laminado melamínico, azulejos etc. O sistema é fornecido com todos os acessórios, como perfis, cantoneiras, apoios, parafusos, massa de rejunte e fita adesiva. Também são fornecidas as ferramentas adequadas â montagem dos painéis, como tesourão, alicate aplicador, alavanca de manobra de painel, faca retrátil e outras. Segundo Yazigi (2009) havendo necessidade da passagem de instalações elétricas e hidráulicas, ou execução de reforços para posterior fixação de peças (bancadas, lavatórios ou armários), ela será executada antes do fechamento com as placas, pois a operação fica mais fácil de ser executada. Os montantes têm aberturas para passagem de tubulação. Yazigi (2009), relata que é necessário proceder da seguinte forma: Cortar as placas na altura do pé-direito, menos 1 cm; Fazer as aberturas para caixas elétricas e outras instalações; As placas são montadas encostadas no teto para facilitar o tratamento posterior da junta. A folga necessária para montagem é deixada na parte baixa; As placas são dispostas de modo que as juntas de um lado da estrutura sejam alternadas comas juntas do outro lado. No caso de paredes com placas duplas, as juntas da segunda camada são desencontradas com as da primeira. A junção entre as placas se faz sempre sobre um montante; Parafusar as placas com espaçamento entre parafusas de 30 cm, no máximo, e disposto no mínimo a 1 cm da borda da placa. Quando os montantes são duplos, parafusá-los alternadamente sobre cada montante; Para melhorar o desempenho acústico da parede, é preciso colocar mantas ou painéis de lã mineral antes de assentar a placa da outra face da parede. 24 2.2.4.1 Marcação e Fixação das guias Algumas condições devem ser atendidas antes das marcações começarem a ser feitas. Previamente, os revestimentos internos e externos necessitam estarem finalizados, os shafts das tubulações já devem estar vedados, as furações já devem estar todas previstas e já executadas e, por fim, as chapas devem estar estocadas no andar. Depois das condições atendidas e do andar liberado, são marcados os posicionamentos das guias a partir dos eixos conforme projeto. Após as marcações concluídas, uma banda acústica autoadesiva é colocada nas guias e as guias são posicionadas conforme a marcação. Em seguida elas são fixadas no chão com uma pistola, utilizando cargas e ferramentas de tiro adequadas ao tipo de superfícies que as guias estão sendo fixadas. Para a marcação e fixação da guia superior deve ser utilizado um nível a laser. Deve ser executado o serviço com atenção para que as guias fiquem no esquadro (LESSA, 2005). 2.2.4.2 Montagem da Estrutura de Sustentação A distribuição dos montantes deve ser feita respeitando as quantidades e espaçamentos pré-estabelecidos no projeto. O montante deve ser apoiado totalmente na guia inferior e travado por parafusos nos dois lados do montante. O travamento do montante na guia superior deve ser feito com um alicate de punção, também nos dois lados do montante. No caso das bandeiras das portas, o travamento da guia superior deve ser feito aparafusando a aba da guia de virada da bandeira. Quando houver a necessidade de passagens de instalações e/ou reforços para fixação de peças suspensas pesadas, os elementos devem ser aplicados antes da colocação das chapas (SANTOS, 2013).2.2.4.3 Chapeamento Depois de montadas as estruturas de sustentação das chapas, já podem ser executadas as fixações das chapas de gesso acartonado nessas estruturas. Lessa (2005) alerta que antes de iniciar o serviço de chapeamento, é recomendável que os caixilhos e vidros que vedam os andares já estejam colocados, no intuito de proteger as chapas de gesso numa eventual chuva forte. As placas devem ser cortadas nas medidas necessárias com a utilização das ferramentas adequadas, sempre atentando para as especificações das chapas 25 determinadas em projeto. As placas são então fixadas nos perfis por parafusos, sempre executados perpendicularmente às chapas e não deixando frestas entre as placas justapostas. São fixadas com folgas de 1 cm das lajes superiores e inferiores. Para evitar que o cartão seja estourado e para permitir o cobrimento da massa de acabamento sobre a cabeça do parafuso, a profundidade que o parafuso deve penetrar na chapa é de aproximadamente 1 mm. Quando previstas em projeto, a instalação dos materiais isolantes deve ser executada antes do fechamento da parede. O posicionamento deve ser executado preferencialmente após uma das chapas já tiver sido fixada (SANTOS, 2013). Após o posicionamento dos materiais isolantes, a parede é então fechada. Esse material isolante deve ser posicionado entre os montantes da estrutura de sustentação, evitando espaços vazios e consequente formação de pontes térmicas (LESSA, 2005). 2.2.4.4 Tratamento em juntas Inicialmente é preparada a massa com um batedor elétrico até atingir o ponto de enfitamento. A fita é então, com o lado correto, preenchida com a massa e posicionada no centro das juntas. Deve-se comprimir a fita contra a junta para obtenção de uma aderência inicial. Com auxilio de uma espátula, deve ser feito o alisamento e a retirada parcial de massa e possíveis bolhas. Após a secagem da fita, as superfícies enfitadas devem ser levemente lixadas. A massa é então aplicada sobre a fita, para preencher o rebaixo entre as chapas. Novamente após a secagem, a superfície enfitada é levemente lixada e limpa por completo. Uma segunda demão é aplicada na região das superfícies enfitadas. Após nova secagem, as juntas são mais uma vez lixadas ate que se obtenha uma planicidade entre as chapas. Uma terceira demão é aplicada, garantindo um aumento gradativo da espessura da junta e, após novo lixamento, a planicidade entre as chapas deve estar garantida. Acabamentos de parafusos e eventuais irregularidades devem ser feitos da mesma maneira, com preenchimento de massa, seguido de lixamento após secagem (LESSA, 2005). 26 3 METODOLOGIA O presente estudo trata-se de uma revisão de literatura. Buscando atender aos objetivos propostos e elementos sobre o tema escolhido suas aplicações e tendências para desenvolver a temática em estudo, foi realizado um levantamento bibliográfico nos bancos de dados da SCIELO e meio acadêmico. Foram incluídos no trabalho, teses, monografias e artigos que abordaram os temas como: Drywall, sistemas construtivos e bloco cerâmico, e excluídos os que apresentavam assuntos irrelevantes e que não se enquadrem no período pré- definido. As buscas foram realizadas no período que compreende os últimos 5 anos (2012 – 2016), para um conceito histórico conceitual cerca do tema abordado e que se possa fazer uma comparação e analisar a melhoria ou não dos processos construtivos na construção civil ao longo dos anos. Inicialmente, foram feitas buscas sobre o sistema de vedação convencional em alvenaria de bloco cerâmico e o sistema Drywall, o possível levantamento de dados acerca dos dois sistemas distintos para realizar a comparação entre esses dois sistemas construtivos e, de acordo com publicações e pesquisas de autores referentes ao tema, fazer uma análise de qual sistema se torna mais viável dentro dos parâmetros estabelecidos. Foram reunidas informações para traçar um comparativo de vantagens e desvantagens, entre dois tipos de alvenaria bloco cerâmico de vedação e painel utilizando a tecnologia Drywall. Na descrição dos processos construtivos (desenvolvimento), foram expostas as formas comuns de execução de alvenaria bloco cerâmico de vedação, ou seja, os materiais mais utilizados com objetivo de estudar suas aplicações na construção civil. Assim, será possível adquirir conhecimento sobre suas potencialidades, vantagens, desvantagens, limitações, entre outras peculiaridades de importância para o estudo, tais quais, o tempo de execução. Foram encontrados 63 artigos na base de dados da SCIELO e 4 livros na Biblioteca Central do Cesmac, sendo selecionados 28, dos quais 4 foram excluídos por não ter sido possível encontrar a versão completa. Os artigos selecionados (n=24) foram categorizados em 5 tipos, sendo eles, 10 trabalhos de Conclusão de Curso, 2 artigos científicos, 5 manuais e normas de regulamentação brasileira, 3 entrevistas e 4 livros. Alguns artigos se referem aos processos construtivos em 27 alvenaria estrutural e outros à tecnologia Drywall. Dentre eles, são elencados os índices que servem de parâmetros para a comparação deste estudo, tais quais, o tempo de execução e os custos. Alguns artigos se referem aos processos construtivos em alvenaria estrutural e outros à tecnologia Drywall. Dentre eles, são elencados os índices que servem de parâmetros para a comparação deste estudo, tais quais, a produtividade, o tempo de execução e os custos. . 28 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Nos estudos de Labuto (2014), num sistema construtivo, a produtividade representa a quantidade da taxa de produção de um determinado serviço, produzida em determinado intervalo de tempo, e, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em Fevereiro de 2015 a mão de obra na construção civil representa um total de 45,55% do valor da obra. Com isso, a análise e a comparação entre os sistemas em destaque, mostram que podem gerar economia e rapidez para a execução de uma obra. O sistema de vedação mais utilizado é alvenaria de bloco cerâmico, e para a execução de 1m² de parede é necessária uma equipe ampla, tais quais, dois serventes, um para o operador de betoneira e um para o pedreiro de alvenaria, um operador de betoneira para fazer a massa, um técnico responsável para calcular o traço da argamassa de assentamento, um pedreiro para o assentamento dos tijolos. Na confecção de 1m² de vedação com placas de gesso acartonado depende de, apenas, um profissional qualificado e um ajudante. Pensando em alternativas para redução de custos e mantendo qualidade, Santos (2013) realizou um estudo comparativo para execução da vedação de um edifício com 10 pavimentos residenciais, o Morada Residence. Com base nos estudos de Santos (2013), foi realizado uma comparação de uma unidade habitacional de 43m² (Apêndice A e B). Para a análise do custo da mão de obra, o levantamento dos valores unitários para cada sistema foi feito no ano de 2013. Os valores podem ter sofrido alterações, mas nada que possa comprometer a análise. O quadro 7 mostra os dados levantados por Santos (2013) referentes a custos de mão de obra para cada um dos sistemas. Quadro 7 – Custo de mão de obra especializada MÃO DE OBRA DRYWALL X ALVENARIA DE BLOCO CERÂMICO ITEM SERVIÇO UNIDADE PREÇO UNITÁRIO (R$) PREÇO TOTAL (43m²) 1 Execução em alvenaria de bloco cerâmico m² 24,86 1.068,98 2 Execução em Tecnologia Drywall (10 cm) m² 23,33 1.003,19 Fonte: Adaptado de Santos, 2013. 29 Mesmo que seja necessária uma mão de obra mais especializada para a execução dos serviços em Drywall, por conta do tempo de execução, o custo da mão de obra é cerca de 6,15% mais barato do que o custo para executar o serviçoem alvenaria de blocos cerâmicos. As análises realizadas para o custo da mão de obra também serão abordadas para os custos de materiais. Os quadros 8 e 9 mostram o custo dos materiais utilizados para execução de um metro quadrado de vedação em Drywall e em alvenaria cerâmica. Quadro 8 – Custo de material de Drywall por m². CUSTO DE MATERIAL DRYWALL ITEM SERVIÇO VALOR MATERIAL (R$) VALOR TOTAL 43m² (R$) 1 Perfil guia 4,44 190,92 2 Perfil montante 2,60 111,80 3 Chapa Drywall 6,80 292,40 4 Lã de vidro 7,18 308,74 5 Acabamento em massa corrida 0,75 32,25 6 Pintura 1,33 57,19 TOTAL 23,10 993,30 Fonte: Adaptado de Santos, 2013. Quadro 9 – Custo de material em alvenaria de bloco cerâmico por m². CUSTO DE MATERIAL ALVENARIA DE BLOCO CERÂMICO ITEM SERVIÇO VALOR MATERIAL (R$) VALOR TOTAL 43m² (R$) 1 Alvenaria 5,63 242,09 2 ARGAMASSA 2,47 106,21 3 Reboco 5,52 237,36 4 Acabamento em massa corrida 0,75 32,25 5 Pintura 1,33 57,19 TOTAL 15,70 675,10 Fonte: Adaptado de Santos, 2013. Em relação ao custo dos materiais, a utilização do Drywall mostra uma desvantagem frente à alvenaria cerâmica. Chegam a ser 32% mais caros do que os materiais para a execução da alvenaria em bloco cerâmico. A alvenaria em bloco cerâmico de vedação tem uma maior resistência à umidade, aos movimentos térmicos, à pressão do vento e às infiltrações de água pluvial, porém a mão de obra é sem qualificação, durante a sua execução existe 30 quebras e desperdícios de materiais e mão de obra. Por não ter uma mão de obra qualificada, há uma maior possibilidade de erros durante a execução, que resulta no aumento do peso próprio da das vedações, na redução da área útil, tornando o cronograma mais oneroso. Uma das principais vantagens é que são funcionais, tanto para área interna, quanto para externa. As paredes feitas em Drywall são funcionais para interiores, e não são recomendáveis para o uso em áreas exteriores. Durante o seu período de execução, a obra é caracterizada com limpa, com poucas sobras de resíduos e pouco material descartado, gerando assim, uma menos quantidade de entulho. Possui uma mão de obra simples, com aplicação rápida, através de ferramentas de simples manuseio. O conforto acústico, que pode ser melhor do que alvenaria convencional, com auxílio de materiais internos como a lã mineral, lã de vidro entre outros, porém possui um alto custo em eventuais reformas. Uma das vantagens é a resistência à umidade, através da utilização da placa adequada, para esta finalidade, no entanto, quando ocorre um alto índice de umidade pode gerar patologias nas placas e necessitar a substituição imediata, ou então em caso de vazamento na rede hidráulica, o mesmo se propaga de forma rápida, principalmente em shaft‟s. 31 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo abordou a comparação do uso do sistema construtivo em alvenaria convencional e Drywall em paredes de vedação em toda a casa. O embasamento teórico possibilitou a compreensão dos dois sistemas de métodos construtivos e de suas particularidades. O Drywall possui características próprias que se diferencia da alvenaria convencional. Embora o custo ainda seja um pouco mais elevado, a velocidade nas construções melhora a produtividade delas. Todas essas qualidades referentes ao Drywall, produzem economia para a obra. Diminuindo grande parte dos gastos, se comparado com as obras, construídas por alvenaria convencional. Quanto ao custo e viabilidade, o Drywall é mais caro que a alvenaria convencional, porém os benefícios que ele apresenta, como redução de mão de obra, redução de desperdício, menor tempo de execução, redução da carga da estrutura e fundação, são bastantes significativos. Uma das principais causas do custo total elevado da alvenaria, quando comparado ao método de Drywall, é devido a necessidade de revestimento para regularização da parede. Percebe-se que o valor de mão de obra da vedação de alvenaria é devido à dois tipos de serviços, assentamento de alvenaria e revestimento argamassado, enquanto o Drywall possuí apenas uma, tendo assim, um menor custo no valor de mão de obra. Tanto os custos como as características variam de obra para obra e são vários os fatores que interferem no desempenho e no custo das vedações e revestimentos. Para pesquisas futuras, sugere-se uma comparação em residências populares do uso de Drywall na parte interna com alvenaria na parte externa. 32 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DRYWALL. Parede. 2014. Disponível em: http://www.drywall.org.br/index1.php/7/parede. Acesso em: 20 mai. 2017. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8545: Execução de alvenaria sem função estrutural de tijolos e blocos cerâmicos. Rio de Janeiro, 1984. ______. NBR 14715- Chapas de gesso acartonado – Requisitos. Rio de Janeiro, 2001. ______. NBR 14716- Chapas de gesso acartonado : verificação das características geométricas. Rio de Janeiro, 2001. ______. NBR 14717 – Chapas de gesso acartonado: determinação das características físicas. Rio de Janeiro, 2001. ______.NBR 15270-1: componentes cerâmicos; parte 1: blocos cerâmicos para alvenaria de vedação, terminologia e requisitos. Rio de Janeiro, 2005. ______. NBR 15270-3: componentes cerâmicos; parte 3: blocos cerâmicos para alvenariaestrutura e de vedação, métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 2005. ______. NBR 13281: argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos,requisitos. Rio de Janeiro, 2005. BARBOSA, E. M. L. Análise comparativa entre alvenaria em bloco cerâmico de vedação e drywall. Revista Especialize On-line IPOG, Goiânia, Edição nº 10, V. 01, dez. /2015. BRAGA et al.Gestão na construção civil pública sistemas construtivos – Aplicaçãode gesso acartonado na construção. UFMG, Belo Horizonte, 2008. D2R ENGENHARIA. Vedações Verticais. Disponível em: <http://www.d2rengenharia.com.br/vedacoes-verticais.php>. Acesso em: 10abr. 2017. FK COMÉRCIO. Alvenaria Convencional. Disponível em: <http://www.fkcomercio.com.br/alvenaria_convencional.html>. Acesso em: 28 mar. 2017. GUIMARÃES, A. H. Análise da viabilidade técnica e econômica de diferentes sistemas construtivos aplicados às habitações de interesse social de Florianópolis. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, 2014. HASS, D. C. G.; MARTINS, L. F. Viabilidade econômica do uso do sistema construtivo Steel Frame como método construtivo para habitações sociais. 2011. 76 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil). Departamento Acadêmico de Construção Civil, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Paraná, 2011. 33 LABUTO, L. V. PAREDE SECA – sistema construtivo de fechamento em estrutura de Drywall. 2014. 58f. Monografia (Eswpecialização em Construção civil). Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, 58f. 2014. LESSA, G. A. D. T. Drywall em edificações residenciais. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil). Universidade Anhembi Morumbi. São Paulo, 2005. LIMA, A. T. M. Caracterização da tecnologia construtiva para a execução de alvenarianas edificações da cidade de Fortaleza. Monografia (graduação em Engenharia Civil). Universidade Federal do Ceará, 2006. OLIVEIRA, D. R. B. Estudo comparativo de alternativas para vedações internas de edificações. 2013. 91 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de Produção Civil). Universidade Federal do Paraná, Paraná, 2013. RODRIGUES, E. Técnicas das construções. 2010. Disponível em: <www.ufrrj.br/institutos/it/dau/profs/edmundo/Cap%EDtulo4-Alvenaria.pdf>. Acesso em: 12 mar. 2017. SANTOS, D. G. Estudo comparativo entre o sistema construtivo tradicional e painéispré-moldados tipo Jet Casa. Projeto Final, Publicação ENC. PF 006- 2013/02, Curso de Engenharia Civil, Universidade Estadual de Goiás, Anápolis, GO, 30p. 2014. SANTOS, L. C. F. Avaliação de impactos ambientais da construção: comparação entre sistemas construtivos em alvenaria e em wood light frame. Monografia (Especialização). Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2013. SELECTA BLOCOS. Detalhes Construtivos. Disponível em: <http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_22.ht ml>. Acesso em: 03abr. 2017. SILVA, L. D. Técnicas e procedimentos para assentamento de alvenaria de vedação e estrutural. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação). Universidade Anhembi Morumbi. São Paulo, 2007. SILVA, Lívia Cristine Souza e; FORTES, Adriano Silva. A utilização do Dryall como método de redução de cargas e custos em estruturas de concreto armado, 2009. TCPO.Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos. 13ª Ed. São Paulo: Pini, 2010. UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA (UNAMA). Alvenaria. 2009. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAiOIAF/alvenaria-vedacao>. Acesso em: 24 mar. 2017. 34 YAZIGI, Walid.A técnica de edificar. 10. ed. rev. e atual. - São Paulo, Pini: SindusCon, 2009. 35 APÊNDICES 36 APÊNDICE A – Residência popular com 43m² de área construída. Fonte: Dados de pesquisa, 2017. 37 APÊNDICE B – Residência popular com cotas. Fonte: Dados de pesquisa, 2017.
Compartilhar