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0 ESPIRITO SANTO SISTEMA PRISIONAL E SEGURANÇA PÚBLICA CURSO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL FAVENI – FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE 1 SUMÁRIO 1 DA PRISÃO ................................................................................................ 4 1.1 Conceito de prisão ............................................................................... 4 1.2 Espécies de prisão ............................................................................... 4 2 PRISÃO EM DOMICÍLIO ............................................................................ 7 3 MANDADO DE PRISÃO ............................................................................. 8 3.1 Requisitos do mandado de prisão: ....................................................... 9 3.2 Cumprimento do mandado: .................................................................. 9 4 CUSTÓDIA ............................................................................................... 10 5 PRISÃO FORA DO TERRITÓRIO DO JUIZ ............................................. 10 6 PRISÃO EM PERSEGUIÇÃO ................................................................... 11 7 PRISÃO ESPECIAL .................................................................................. 12 8 PRISÃO PROVISÓRIA DOMICILIAR ....................................................... 13 9 PRISÕES CAUTELARES ......................................................................... 15 9.1 Prisão em flagrante ............................................................................ 15 9.2 Flagrante nas várias espécies de crimes ........................................... 18 9.3 Formalidades do auto de prisão em flagrante .................................... 19 10 PRISÃO PREVENTIVA ......................................................................... 21 10.1 Conceito .......................................................................................... 21 10.2 Requisitos e pressupostos legais para a prisão preventiva ............ 21 10.3 Requisitos: ...................................................................................... 22 10.4 Pressupostos: ................................................................................. 23 10.5 Momento para a decretação da prisão preventiva .......................... 23 10.6 Admissibilidade da prisão preventiva .............................................. 24 10.7 Autoridade competente para decretá-la .......................................... 25 10.8 Proibição ......................................................................................... 25 2 10.9 Necessidade de fundamentação ..................................................... 25 10.10 Recursos ......................................................................................... 26 10.11 Revogação ...................................................................................... 26 10.12 Legitimidade para requerer ............................................................. 26 11 PRISÃO TEMPORÁRIA ........................................................................ 27 11.1 Previsão legal .................................................................................. 27 11.2 Conceito .......................................................................................... 27 11.3 Autoridade competente para decretação ........................................ 27 11.4 Fundamentos .................................................................................. 27 11.5 Prazo ............................................................................................... 28 11.6 A prisão temporária e os crimes hediondos .................................... 29 11.7 Sujeito passivo e oportunidade para decretação ............................ 30 11.8 Características ................................................................................ 30 12 LIBERDADE PROVISÓRIA ................................................................... 31 12.1 Conceito .......................................................................................... 31 12.2 Espécies.......................................................................................... 32 12.3 Liberdade provisória sem recolhimento de fiança ........................... 33 12.4 Infrações penais de que o réu se livra solto .................................... 34 12.5 Infrações praticadas sob causa de exclusão de ilicitude ................. 34 12.6 Quando não couber a prisão preventiva ......................................... 34 12.7 Nos casos de fiança em que o acusado não pode prestá-la porque é pobre. 34 12.8 Competência e recurso ................................................................... 35 12.9 Liberdade provisória com recolhimento de fiança ........................... 35 13 CONCEITO DE FIANÇA ........................................................................ 35 13.1 Infrações inafiançáveis .................................................................... 35 13.2 Valor da fiança ................................................................................ 36 3 13.3 Modalidades de fiança .................................................................... 38 13.4 Competência ................................................................................... 38 13.5 Recurso ........................................................................................... 39 13.6 Oportunidade para sua concessão ................................................. 39 13.7 Recusa ou demora na concessão ................................................... 39 13.8 Restituição da fiança ....................................................................... 39 13.9 Cassação ........................................................................................ 40 13.10 Reforço de fiança ............................................................................ 41 13.11 Quebramento de fiança .................................................................. 41 13.12 Perda total da fiança ....................................................................... 42 14 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 44 4 1 DA PRISÃO 1.1 Conceito de prisão Fonte:onjack.com.br É a privação da liberdade de locomoção em virtude do recolhimento da pessoa humana ao cárcere, seja em virtude de flagrante delito, ordem escrita e fundamentada competente, seja nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar. 1.2 Espécies de prisão a) Prisão-pena ou prisão penal: é a que resulta de condenação transitada em julgado, na qual foi imposta pena privativa de liberdade. Tem finalidade repressiva. b) Prisão processual penal ou cautelar, também denominada prisão cautelar ou prisão provisória, subdivide-se em três modalidades: 5 b.1. Prisão em flagrante (CPP arts. 301 a 310); b.2. Prisão preventiva (CPP, arts. 311 a 318); b.3. Prisão temporária (Lei n. 7.960, de 21-12-1989). c) Prisão civil: é a decretada em casos de devedor de alimentos e depositário infiel, única permitida pela Constituição (art. 5º, LXVII). CADH- Convenção Americana de Direitos Humanos - só ressalva a prisão civil do devedor de alimentos. Cancelamento da Súmula 619 STF. Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou, nesta quarta-feira (03), o Recurso Extraordinário (RE) 349703 e, por unanimidade, negou provimento ao RE 466343, que discutiam a prisão civil de alienante fiduciário infiel. O Plenário estendeu a proibição de prisão civil por dívida, prevista no artigo 5º, inciso LXVII, da Constituição Federal (CF), à hipótese de infidelidade no depósito de bens e, por analogia, também à alienação fiduciária, tratada nos dois recursos. Assim, a jurisprudência da Corte evoluiuno sentido de que a prisão civil por dívida é aplicável apenas ao responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia. O Tribunal entendeu que a segunda parte do dispositivo constitucional que versa sobre o assunto é de aplicação facultativa quanto ao devedor – excetuado o inadimplente com alimentos – e, também, ainda carente de lei que defina rito processual e prazos. Em toda a discussão sobre o assunto prevaleceu o entendimento de que o direito à liberdade é um dos direitos humanos fundamentais priorizados pela Constituição Federal (CF) e que sua privação somente pode ocorrer em casos excepcionalíssimos. E, no entendimento de todos os ministros presentes à sessão, neste caso não se enquadra a prisão civil por dívida. 6 Súmula Vinculante n.º 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito. d) Prisão disciplinar: permitida pela Constituição para o caso de transgressões militares e crimes militares (CF, art. 5º, LXI). Obs.: A prisão administrativa foi abolida pela nova ordem constitucional. A prisão para averiguação, que é a privação momentânea da liberdade, fora das hipóteses de flagrante e sem ordem escrita do juiz competente, além de inconstitucional, configura crime de abuso de autoridade (Lei. n. 4.898/65, art. 3º, a e i). Fonte:encrypted-tbn1.gstatic.com Art. 282. A exceção do flagrante delito, a prisão não poderá efetuar-se senão em virtude de pronúncia ou nos casos determinados em lei, e mediante ordem escrita da autoridade competente. As hipóteses de prisão processual, que é a que nos interessa especialmente no presente estudo, são as seguintes: A prisão em flagrante; A prisão preventiva; A prisão temporária; 7 A prisão processual tem natureza cautelar, ou seja, visa a proteger bens jurídicos envolvidos no processo ou que o processo pode, hipoteticamente, assegurar. Isso significa que precisam estar presentes os pressupostos das medidas cautelares, que são o fumus boni iuris e o periculum in mora. O fumus boni iuris é a probabilidade de a ordem jurídica amparar o direito que, por essa razão, merece ser protegido. O periculum in mora é o risco de perecer que corre o direito se a medida não for tomada para preservá-lo. O primeiro princípio que rege a prisão processual informa que: a prisão não se mantém nem se decreta se não houver perigo à aplicação da lei penal, perigo à ordem pública ou necessidade para a instrução criminal. O segundo princípio é o de que a prisão deve ser necessária para que se alcance um daqueles objetivos. Não pode caber qualquer critério de oportunidade ou conveniência; o critério é de legalidade e de adequação a uma das hipóteses legais. O terceiro princípio é o de que os fundamentos da prisão processual podem suceder-se, mas não se cumulam. Assim, se a prisão em flagrante é válida, não se decreta, sobre ela, a preventiva. Esta ou aquela, por sua vez, são substituídas pela prisão por pronúncia ou por sentença condenatória recorrível. 2 PRISÃO EM DOMICÍLIO Fonte:www.redeto.com.br 8 A Constituição Federal dispõe, no seu art. 5º, XI, que “a casa é o asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou durante o dia, por determinação judicial”. Com isso, temos duas situações distintas - a violação do domicílio à noite e durante o dia: a) durante a noite: somente se pode penetrar no domicílio alheio em quatro hipóteses: Com o consentimento do morador; Em caso de flagrante delito; Desastre; ou Para prestar socorro. b) durante o dia, cinco são as hipóteses: Consentimento do morador; Flagrante delito; Desastre; Para prestar socorro; ou Mediante mandado judicial de prisão ou de busca e apreensão Assim, havendo mandado de prisão, a captura, no interior do domicílio, somente pode ser efetuada durante o dia (das 6 às 18 horas), dispensando-se, nesse caso, o consentimento do morador. Durante a noite, na oposição do morador ou da pessoa a ser preso, o executor não poderá invadir a casa, devendo aguardar que amanheça para dar cumprimento ao mandado, sob pena de, ao violar, estar caracterizado o crime de abuso de autoridade, conforme Lei n. 4.898/65, art. 4º, a). 3 MANDADO DE PRISÃO Salvo o caso de flagrante, a prisão sempre se efetiva com mandado escrito da autoridade judicial, representado por um instrumento que corporifica a ordem judicial competente. 9 Art. 285. “A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado”. 3.1 Requisitos do mandado de prisão: Deve ser lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade competente; Deve designar a pessoa que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou sinais característicos; Deve conter a infração penal que motivou a prisão (a CF exige que a ordem seja fundamentada - art. 5º, LXI); Deve indicar qual o agente encarregado de seu cumprimento (oficial de justiça ou agente da polícia judiciária); 3.2 Cumprimento do mandado: A prisão poderá ser efetuada a qualquer dia e a qualquer hora, inclusive domingos e feriados, e mesmo durante a noite, respeitada apenas a inviolabilidade do domicílio acima mencionada (CPP, art. 283); O executor entregará ao preso, logo depois da prisão, cópia do mandado, a fim de que o mesmo tome conhecimento do motivo pelo qual está sendo preso, conforme art. 286, do CPP); O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada à assistência da família e de advogado (CF, art. 5º, LXIII); O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório extrajudicial (CF, art. 5º, LXIV); A prisão, excepcionalmente, pode ser efetuada sem a apresentação do mandado, desde que o preso seja imediatamente apresentado ao juiz que determinou sua expedição, conforme art. 287 do CPP). Não é permitida a prisão de eleitor, desde 5 dias antes até 48 horas depois da eleição, salvo flagrante delito ou em virtude de sentença penal condenatória (art. 236, caput, do Código Eleitoral). 10 4 CUSTÓDIA Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o mandado ao respectivo diretor ou carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo executor ou apresentada à guia expedida pela autoridade competente, devendo ser passado recibo da entrega do preso, com declaração de dia e hora. A custódia, sem a observância dessas formalidades, constitui crime de abuso de autoridade (Lei n. 4.898/65, arts. 3º, a, e 4º, a). No caso de custódia em penitenciária, há necessidade de expedição de guia de recolhimento, nos termos dos arts. 105 e 106 da Lei de Execução Penal. 5 PRISÃO FORA DO TERRITÓRIO DO JUIZ Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição do juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do mandado. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). § 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio de comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança se arbitrada. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). § 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções necessárias para averiguar a autenticidade da comunicação. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). § 3o O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivação da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça para essa finalidade. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).§ 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da competência territorial do juiz que o expediu. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). § 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções necessárias para http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art2 11 averiguar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que a decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado na forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). § 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cumprimento da medida o qual providenciará a certidão extraída do registro do Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a decretou. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). § 4o O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII do art. 5o da Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, será comunicado à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). § 5o Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pessoa do executor ou sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2o do art. 290 deste Código. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). § 6o O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do mandado de prisão a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011) 6 PRISÃO EM PERSEGUIÇÃO Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor poderá efetuar lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso. Parágrafo 1º - Entender-se-á que o executor vai à perseguição do réu, quando: Fonte:i1.r7.com http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art2 12 a) tendo-o avistado, for perseguindo sem interrupção, embora depois o tenha perdido de vista; b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for ao seu encalço. Parágrafo 2º - Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade da pessoa do executor ou da legalidade do mandado que apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a dúvida. Nesta hipótese, contanto que a perseguição não seja interrompida, o executor poderá efetuar a prisão onde quer que alcance o capturando, desde que dentro do território nacional. 7 PRISÃO ESPECIAL Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva: I - os ministros de Estado; II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia. III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembleias Legislativas dos Estados; IV - os cidadãos inscritos no “Livro de Mérito”; V - os oficiais das Forças Armadas e do Corpo de Bombeiros; VI - os magistrados; VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República; VIII - os ministros de confissão religiosa; IX - os ministros do Tribunal de Contas; X - os cidadãos que já tiveram efetivamente a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função; XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos. 13 Leis especiais ampliam o rol, como por exemplo, para professores e pilotos de aeronaves. Consoante redação do artigo supramencionado, observamos que determinadas pessoas, em razão da função que desempenham ou de uma condição especial que ostentam, têm direito à prisão provisória em quartéis ou em cela especial. O Superior Tribunal de Justiça já decidiu que, na ausência de acomodações adequadas em presídio especial, o titular do benefício poderá ficar preso em estabelecimento militar (HC 3.375-2, 5ª T., DJU, 12 jun. 1995, p.17634). A prisão especial perdurará enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória. Após esta, o condenado será recolhido ao estabelecimento comum. O presidente da República, durante o seu mandado, não está sujeito a nenhum tipo de prisão provisória, já que Constituição Federal exige sentença condenatória (art. 86, parágrafo 3º). Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos procedimentos legais, será recolhido a quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso à disposição das autoridades competentes. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 8 PRISÃO PROVISÓRIA DOMICILIAR Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 14 IV - gestante a partir do 7o (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Fonte:www.dercio.com.br Nas localidades onde não houver estabelecimento adequado para o recolhimento em prisão especial, o juiz, considerando a gravidade da infração e ouvido o Ministério Público, poderá autorizar a prisão do réu ou indiciado na própria residência, de onde não poderá ele afastar-se sem prévia autorização judicial (Lei n. 5.256, de 6-4-1967).A prisão domiciliar não exonera o preso de comparecer e de outras restrições estabelecidas pelo juiz. Poderá haver vigilância quanto ao cumprimento da prisão domiciliar, mas deverá respeitar a intimidade da residência. A violação de qualquer das condições impostas implicará perda do benefício, devendo o réu ser recolhido a estabelecimento penal, onde permanecerá separado dos demais presos. A prisão domiciliar tem sido utilizada como alternativa para a prisão-albergue (forma de cumprimento de pena, regime aberto), em locais em que não há estabelecimento adequado para o cumprimento da prisão-albergue. Essa prática, ainda que justificável, não tem base legal, porque a prisão domiciliar, enquanto forma http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 15 de cumprimento da pena alternativa ao regime aberto, só é prevista para o condenado maior de 80 anos, ou extremamente debilitado, dentre outros. 9 PRISÕES CAUTELARES 9.1 Prisão em flagrante O termo flagrante provém do latim flagrare, que significa queimar, arder, ou seja, representa o crime que ainda queima, que está sendo cometido ou acabou de sê-lo. É, portanto, medida restritiva da liberdade, de natureza cautelar, consistente na prisão, independente de ordem escrita do juiz competente, de quem é surpreendido cometendo, ou logo após ter cometido, um crime ou uma contravenção. Consoante entendimento da maioria da doutrina. No flagrante deve haver a certeza visual do crime, razão pela qual a pessoa que o assiste está autorizada a prender o seu autor, conduzindo-o, em seguida, à autoridade competente, conforme autorização legal prevista no art. 301, do CPP. Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Espécies de flagrante As espécies de flagrante estão implícitas na própria norma processual abaixo transcrita. Vejamos: Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: I - está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. 16 a) Flagrante próprio (perfeito, real ou verdadeiro) - CPP, art. 302, I e II. É aquele em que o agente é surpreendido cometendo uma infração penal ou quando acaba de cometê-la. b) Flagrante impróprio (irreal ou quase-flagrante) - CPP, art. 302, III. Ocorre quando o agente é perseguido, logo após cometer o ilícito, em situação que faça presumir ser o autor da infração. A expressão “logo após” compreende todo o espaço de tempo necessário para a polícia chegar ao local, colher as provas elucidadoras da ocorrência do delito e dar início à perseguição do autor. Não tem qualquer fundamento a regra popular de que e de vinte e quatro horas o prazo entre a hora do crime e a prisão em flagrante, pois, no caso de flagrante impróprio, a perseguição pode levar até dias, desde que ininterrupta. c) Flagrante presumido (ficto ou assimilado) - CPP, art. 302, IV. O agente é preso, logo depois de cometer a infração, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração. Não é necessário que haja perseguição, bastando que a pessoa seja encontrada logo depois da prática do ilícito em situação suspeita. A doutrina tem entendido que o “logo depois”, do flagrante presumido, comporta um lapso temporal maior do que o “logo após”, do flagrante impróprio. d) Flagrante preparado ou provocado – delito de ensaio – delito putativo por obra do agente provocador Uma vez provado, estará presente a modalidade de crime impossível, pois, embora o meio empregado e o objeto material sejam idôneos, há um conjunto de circunstâncias previamente preparadas que eliminam totalmente a possibilidade de produção do resultado. Neste caso, em face da ausência de vontade livre e espontânea do infrator e da ocorrência de crime impossível, a conduta é considerada atípica. Aliás, o entendimento jurisprudencial é farto neste sentido. Acaba configurando a hipótese de prisão ilegal devendo ser Relaxada. Súmula 145 STF: NÃO HÁ CRIME, QUANDO A PREPARAÇÃO DO FLAGRANTE PELA POLÍCIA TORNA IMPOSSÍVEL A SUA CONSUMAÇÃO. e) Flagrante esperado 17 Nesse caso, a atividade do policial ou do terceiro consiste em simples aguardo do momento do cometimento do crime, sem qualquer atitude de induzimento ou instigação. A prisão neste caso é LEGAL. Não há induzimento, não há agente provocador. f) Flagrante prorrogado ou retardado Está previsto no art. 2º, II da Lei n. 9.034/95, chamada de Lei do Crime Organizado, e “consiste em retardar a interdição policial do que se supõe ação praticada por organizações criminosas ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz do ponto de vista da formação de provas e fornecimento de informações”. Neste caso, portanto, o agente policial detém discricionariedade para deixar de efetuar a prisão em flagrante no momento em que presencia a prática da infração penal, podendo aguardar um momento mais importante do ponto de vista da investigação criminal ou da colheita de prova. Somente é possível na ocorrência de crime organizado. g) Flagrante forjado ou urdido Quando a autoridade policial ou particulares criam provas de um crime inexistente, a fim de firmar um flagrante. É uma prisão ILEGAL. Obs.: O flagrante é obrigatório quando a autoridade policial ou seus agentes estão obrigados a efetuar a prisão em flagrante, não tendo discricionariedade sobre a conveniência ou não de efetivá-la. Ocorre em qualquer das hipóteses previstas no art. 302 (flagrante próprio, impróprio e presumido). O flagrante é facultativo quando se referir às pessoas comuns do povo, que consiste na faculdade de efetuá-lo ou não, de acordo com critérios de conveniência e oportunidade. Abrange, também, todas as espécies de flagrante estabelecidas no art. 302, do CPP. 18 9.2 Flagrante nas várias espécies de crimes a) Crime permanente: enquanto não cessar a permanência, o agente encontra- se em situação de flagrante delito (art. 303). Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência. b) Crime de ação penal privada: nada impede a prisão em flagrante, uma vez que o art. 301 não distingue entre crime de ação pública e privada, referindo- se genericamente a todos os sujeitos que se encontrarem em flagrante delito. No entanto, capturado o autor da infração, deverá o ofendido autorizar a lavratura do auto ou ratificá-la dentro do prazo da entrega da nota de culpa, sob pena de relaxamento. c) Crime Habitual: é aquele que depende da reiteração de determinada conduta, ex: exercício ilegal da medicina – art. 282, CP. É possível o flagrante, desde que, no momento da captura seja provada a habitualidade. d) Crimes Culposos: é perfeitamente possível. e) Crimes Formais: é possível que ocorra o flagrante, que deve ocorrer enquanto o agente estiver em situação de flagrância, e não no momento do exaurimento do delito. 19 9.3 Formalidades do auto de prisão em flagrante Fonte:portalcorreio.uol.com.br São as seguintes as etapas do auto de prisão em flagrante: a) Antes da lavratura do auto, a autoridade policial deve comunicar à família do preso, ou à pessoa por ele indicada, acerca da prisão (CF, art. 5º, LXIII, 2ª parte); b) Em seguida, procede-se à oitiva do condutor (agente público ou particular), que é a pessoa que conduziu o preso até a autoridade.c) Após, ouvem-se as testemunhas que acompanharam o condutor, que devem ser, no mínimo, duas (a jurisprudência tem admitido que o condutor funcione como testemunha, necessitando-se, portanto, de apenas mais uma, além dele - RT, 665/297); d) A falta de testemunhas da infração não impedirá a lavratura do auto de prisão em flagrante, mas, nesse caso, com o condutor deverão assinar a peça pelo menos duas pessoas que tenham testemunhado a apresentação do preso à autoridade (testemunhas instrumentais ou indiretas); estas testemunhas só servem para confirmar que o preso foi apresentado pelo condutor à autoridade; 20 e) Ouvidas às testemunhas, a autoridade interrogará o acusado sobre a imputação que lhe é feita (CPP, art. 304), devendo alertá-lo sobre o seu direito constitucional de permanecer calado (CF, art. 5º, LXIII); em caso de crime de ação privada ou pública condicionada, deve ser procedida, quando possível à oitiva da vítima; f) A presença de advogado não é obrigatória, não é necessário curador para menor de 21 anos, mas para incapaz é necessário; g) O auto é lavrado pelo escrivão e por ele encerrado, devendo ser assinado pela autoridade, condutor, ofendido (se ouvido), testemunhas (ou testemunha), pelo preso, seu curador (se incapaz) ou defensor; h) No caso de alguma testemunha ou do ofendido recusarem-se, não souberem ou não puderem assinar o termo, a autoridade pedirá a alguém que assine em seu lugar, depois de lido o depoimento na presença do depoente (CPP, art.216); i) se o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto será assinado por duas testemunhas (instrumentárias) que tenham ouvido a leitura, na presença do acusado, do condutor e das testemunhas (CPP, art.304, § 3º); encerrada a lavratura do auto de prisão em flagrante, à prisão deve ser imediatamente comunicada ao juiz competente que, por sua vez, deve dar vista ao Ministério Público para que este, na qualidade de fiscal da lei, se manifeste sobre a regularidade formal do auto de prisão em flagrante e sobre a possibilidade de liberdade provisória. j) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. E em até vinte e quatro horas após a lavratura do auto, será dada nota de culpa ao preso, que é um instrumento informativo dos 21 motivos da prisão. Dela constará, nome do condutor e os das testemunhas (CPP, art.306, caput). A não entrega da nota de culpa dentro do prazo acima fixado, implica, obrigatoriamente, no relaxamento da prisão em flagrante. Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em flagrante. 10 PRISÃO PREVENTIVA 10.1 Conceito Representa uma das espécies do gênero “prisão cautelar ”, cuja detenção antecede a sentença penal condenatória. Somente poderá ser decretada pelo juiz durante o inquérito policial ou o processo criminal, sempre que estiverem preenchidos os requisitos legais e ocorrerem os motivos autorizadores. Art. 311- Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial 10.2 Requisitos e pressupostos legais para a prisão preventiva Os requisitos legais e os pressupostos para a decretação da prisão preventiva vêm implícitos no art. 312, do CPP, senão vejamos: Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova de existência do crime e indícios suficientes da autoria. 22 10.3 Requisitos: a) garantia da ordem pública: a prisão cautelar é decretada com a finalidade de preservar bem jurídico essencial à convivência social, como, por exemplo, a proteção social contra réu perigoso que poderá voltar a delinquir; a proteção das testemunhas ameaçadas pelo acusado ou proteção da vítima, garantindo a credibilidade da justiça, em crimes que provoquem grande clamor popular; b) conveniência da instrução criminal: visa impedir que o agente perturbe ou impeça a produção de provas, ameaçando testemunhas, apagando vestígios do crime, destruindo documentos etc., situações que demonstram evidente o periculum in mora, pois não se chegará à verdade real se o réu permanecer solto até o final do processo. c) garantia de aplicação da lei penal: no caso de iminente fuga do agente do distrito da culpa, inviabilizando a futura execução da pena. Se o acusado ou indiciado não tem residência fixa, ocupação lícita, nada, enfim, que o radique no distrito de culpa, há um sério risco para a eficácia da futura decisão se ele permanecer solto até o final do processo, diante da sua provável evasão. d) garantia da ordem econômica: o art. 86 da Lei n. 8.884, de 11 de junho de 1994 (Lei Antitruste), incluiu no art. 312 do CPP esta hipótese de prisão preventiva. Trata-se de uma repetição do requisito “garantia da ordem pública”. 23 10.4 Pressupostos: a) prova da existência do crime (prova da materialidade delitiva) b) indícios suficientes da autoria. Com efeito, esses pressupostos constituem o fumus boni iuris para a decretação da custódia. O juiz somente poderá decretar a prisão preventiva se estiver demonstrada a probabilidade de que o réu tenha sido o autor de um fato típico. Observa-se que, nessa fase, não se exige prova plena, bastando meros indícios, isto é, que se demonstre a probabilidade do réu ou indiciado ter sido o autor do fato delituoso. A dúvida, portanto, milita em favor da sociedade, e não do réu (princípio do in dubio pro societate). Os fundamentos da preventiva nada mais são do que o outro da tutela cautelar, qual seja, o periculum in mora. 10.5 Momento para a decretação da prisão preventiva Conforme previsto no art. 311, do CPP, supramencionado, a prisão preventiva pode ocorrer em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, em virtude de requerimento do Ministério Público, representação da autoridade policial (seguida de manifestação do parquet), ou de ofício pelo juiz. Cabe tanto em ação penal pública quanto em ação privada. Nada obsta que se, não houver IP, o próprio Ministério Público a requeira, quando já tiver materialidade e indícios suficientes de autoria, comprovados por documento. Decretada à prisão preventiva, na fase do inquérito policial, terá a autoridade policial o prazo de 10(dez) dias para concluí-lo. Encerrada a fase instrutória, a prisão cautelar só pode decorrer de sentença penal condenatória recorrível. Obs.: Se, recebidos os autos de inquérito policial relatados, o Ministério Público devolvê-los para diligências complementares, o juiz não poderá decretar a prisão preventiva, pois, se ainda não há indícios de autoria suficientes para a denúncia, o juiz não poderá decretá-la. Entretanto, convém lembrar o art. 10, 24 caput, do CPP, onde o prazo para a conclusão do inquérito, no caso de haver prisão preventiva, começa a contar do cumprimento efetivo do mandado. 10.6 Admissibilidade da prisão preventiva Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). III- se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Consoante o artigo supracitado, não cabe prisão preventiva em caso de crime culposo, contravenção penal. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 25 10.7 Autoridade competente para decretá-la a) A prisão preventiva só poderá ser decretada pela autoridade judicial; b) Se for processo da competência originária dos tribunais, a competência é do Relator, o qual poderá fazê-lo de ofício, assim como o juiz, nesse caso, desde que já exista processo. 10.8 Proibição Conforme dispõe o art. 314, do CPP, abaixo transcrito, não poderá ser decretada a PP se houver prova inequívoca de que o acusado agiu acobertado por uma das causas de exclusão de ilicitude, descritas no art. 23, incisos I, II e III, do Código Penal. Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições do art. 19, incisos I, II ou III, do Código Penal. (No atual Código Penal encontra-se no art. 23, incisos I, II ou III). 10.9 Necessidade de fundamentação Em obediência ao princípio constitucional da motivação das decisões judiciais, o despacho que decretar ou denegar a prisão preventiva será sempre fundamentado, isto é, o juiz deve realçar as provas da existência do crime ou não, e os indícios suficientes de autoria ou não. Deverá ainda demonstrar a sua necessidade para garantia da ordem pública, como conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal. Inteligência do art. 315, do CPP, a seguir transcrito: Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). . http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 26 10.10 Recursos a) Da decisão que não concede a PP cabe RESE, conforme art. 581, V, do CPP; b) Da decisão que conceder a PP não cabe nenhum recurso, valendo-se o acusado do remédio heroico denominado Habeas Corpus, conforme art. 647 e segs. Do CPP. c) Da decisão que revoga a prisão preventiva cabe RESE. 10.11 Revogação Segundo dispõe o art. 316, do CPP, a seguir transcrito, o juiz poderá revogar a PP quando cessar os motivos que a ensejaram, a qualquer tempo. Se não o fizer, a instância superior, via habeas corpus, poderá contrastar-lhe o despacho denegatório. Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no decorrer do processo, verificar a falta de motivo que subsista, bem como de novo decretá- la, se sobrevierem razões que a justifiquem. Todavia, vale lembrar que da decisão que revoga a prisão preventiva, cabe recurso em sentido estrito (CPP, art. 581, V). 10.12 Legitimidade para requerer Conforme dispõe o art., 311, do CPP, já transcrito no início deste tópico, a lei confere legitimidade ao: Ministério Público; Querelante; Autoridade Policial. 27 OBS.: os dois primeiros sob a forma de requerimento, e a Autoridade Policial sob a forma de representação (demonstrando a conveniência da determinação da medida extrema. 11 PRISÃO TEMPORÁRIA 11.1 Previsão legal A prisão temporária foi editada pela Medida Provisória n. 111, de 24 de novembro de 1989, posteriormente substituída pela Lei n. 7.960, de dezembro de 1989. 11.2 Conceito Representa uma das espécies do gênero “prisão cautelar de natureza processual”, cuja detenção terá prazo pré-fixado pela autoridade judicial, a possibilitar as investigações a respeito de crimes graves, somente durante o inquérito policial. 11.3 Autoridade competente para decretação Só pode ser decretada pela autoridade judiciária, mediante representação da autoridade policial ou requerimento do Ministério Público. 11.4 Fundamentos A prisão temporária pode ser decretada nas seguintes situações: a) imprescindibilidade da medida para as investigações do IP; b) indiciado não tem residência fixa ou não fornece dados necessários ao esclarecimento de sua identidade; 28 c) fundadas razões da autoria ou participação do indiciado em qualquer um dos seguintes crimes: homicídio doloso, sequestro ou cárcere privado, roubo, extorsão, extorsão mediante sequestro, estupro, atentado violento ao pudor, rapto violento, epidemia com resultado morte, envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal com resultado morte, quadrilha ou bando, genocídio, tráfico de drogas e crimes contra o sistema financeiro. Ressalta-se, por oportuno que, para Tourinho, os requisitos são alternativos: ou um, ou outro. Já para Scarance Fernandes há necessidade de estarem presentes os três requisitos, sendo, portanto, cumulativos. Por outro lado, Damásio E. de Jesus entende que só pode ser decretada nos crimes acima relacionados, desde que concorra qualquer uma das duas primeiras situações. Consoante posição esposado por Vicente Greco Filho, pode ser decretada em qualquer das situações legais, desde que, com ela, concorram os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva. Por fim, segundo entendimento de Fernando Capez, a prisão temporária somente pode ser decretada nos crimes em que a lei permite à custódia, desde que o agente seja apontado como suspeito ou indiciado, e, além disso, deve estar presente pelo menos um dos outros dois requisito, evidenciadores do periculum in mora. 11.5 Prazo Em regra, 05 (cinco) dias, prorrogáveis por igual período. Este prazo não deve ser computado naquele que deve ser respeitado para a conclusão da instrução criminal. Se for crime hediondo, o prazo será de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias em caso de extrema e comprovada necessidade. 29 11.6 A prisão temporária e os crimes hediondos Fonte:www.efetividade.blog.br São os crimes hediondos previstos na Lei n. 8.072, de 25-7-1990: Homicídio qualificado; Homicídio praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente; Latrocínio; Extorsão qualificada pelo resultado morte; Extorsão mediante sequestro, na forma simples e qualificada; Estupro; Estupro de vulnerável; Epidemia com resultado morte; Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável 30 Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais Genocídio (de acordo com a nova redação dada ao art. 1º, por força da Lei n. 8.930, de 6-9-1994). Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins; Terrorismo; Tortura. Nos termos do art. 2º, parágrafo 3º, da Lei n. 8.072, para todos esses crimes o prazo de prisão temporária será de 30 dias, prorrogáveis por mais trinta, em caso de comprovada e extrema necessidade.Também não se computa neste o prazo para encerramento da instrução. 11.7 Sujeito passivo e oportunidade para decretação Sujeito passivo: o indiciado, ou mesmo o suspeito, não havendo necessidade de indiciamento formalizado. Oportunidade: o momento em que pode ser decretada vai da ocorrência do fato até o recebimento da denúncia, porque, se instaurada a ação penal, o juiz deverá examinar a hipótese como de prisão preventiva. 11.8 Características A prisão temporária será decretada pelo juiz, mediante representação da autoridade policial ou a requerimento do Ministério Público, pois o juiz deve ser inerte na fase investigatória; Não pode ser decretada pelo juiz de ofício; No caso de representação da autoridade policial, o Ministério Público deve ser ouvido; 31 O juiz tem o prazo de 24 horas, a partir do recebimento da representação ou requerimento, para decidir fundamentadamente sobre a prisão; O mandado de prisão deve ser expedido em duas vias, uma das quais deve ser entregue ao indiciado, servindo como nota de culpa; Efetuada a prisão, a autoridade policial deve advertir o preso do direito constitucional de permanecer calado; O prazo de 5 (ou 30) dias pode ser prorrogado, desde que comprovada à extrema necessidade; Decorrido o prazo legal, o preso deve ser colocado imediatamente em liberdade, a não ser que tenha sido decretada sua prisão preventiva, pois o atraso configura crime de abuso de autoridade (Lei n. 4.898/65, art. 4º, i); O preso temporário deve permanecer separado dos demais detentos. 12 LIBERDADE PROVISÓRIA Fonte:revistavisaojuridica.uol.com.br 12.1 Conceito A liberdade provisória é uma medida contra cautelar que substitui a prisão em flagrante, desde que o acusado preencha certos requisitos, ficando o agente sujeito ao cumprimento de certas condições, que se não cumpridas enseja na sua revogação. 32 12.2 Espécies Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. I - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). II - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011) Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Obs.: A lei n. 9.099/95, em seu art. 69, parágrafo único, instituiu nova hipótese de liberdade provisória obrigatória: quando o autor do fato, surpreendido em flagrante, assumir o compromisso de comparecer à sede do juizado. b) Permitida ou facultativa: Ocorre nas hipóteses em que não couber prisão preventiva; Nas hipóteses em que o réu pronunciado tem o direito de aguardar o julgamento em liberdade (CPP, art. 408, parágrafo 2º); Quando o condenado tem o direito de apelar em liberdade (CPP, art.594); Quando o juiz verificar que o agente praticou o fato nas condições de alguma excludente de ilicitude (CPP, art. 310 e seu parágrafo único); Nos casos de fiança em que o acusado não pode prestá-la porque é pobre (CPP, art. 350) Em todos os casos supracitados poderá ser concedida pelo juiz, subdividindo-se em liberdade provisória com fiança e liberdade provisória sem fiança. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 33 c) Vedada: Art. 323: Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). V - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). II - em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). III - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Quando proibida por lei. Por exemplo: a proibição de liberdade provisória para crimes previstos na Lei de Crimes Hediondos (Lei n. 8.072/90, art. 2º, II). 12.3 Liberdade provisória sem recolhimento de fiança Em algumas hipóteses não há necessidade de o agente prestar fiança para obter o benefício da liberdade provisória. São elas: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 34 12.4 Infrações penais de que o réu se livra solto São aquelas punidas com pena privativa de liberdade ou aquelas em que a pena privativa de liberdade não ultrapassa de três meses, dando ao agente direito à liberdade provisória, sem efetuar o recolhimento da fiança. 12.5 Infrações praticadas sob causa de exclusão de ilicitude No caso de o juiz verificar que o agente praticou fato acobertado por causa de exclusão da ilicitude; torna-se irrelevante saber se a infração é afiançável, inafiançável ou daquelas em que o réu se livra solto; 12.6 Quando não couber a prisão preventiva Nesta hipótese não importa se a infração é inafiançável, afiançável ou daquelas em que o réu se livra solto. Não sendo necessária para a garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, não se vislumbra periculum in mora para a manutenção da custódia; 12.7 Nos casos de fiança em que o acusado não pode prestá-la porque é pobre. Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o caso. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 35 12.8 Competência e recurso Só o juiz pode conceder a liberdade provisória sem fiança, mas sempre depois de ouvir o Ministério Público. O acusado assinará termo de compromisso, comprometendo-se a comparecer em todos os atos do processo, sob pena de revogação. Da decisão que conceder liberdade provisória cabe recurso em sentido estrito (CPP, art. 581, V). 12.9 Liberdade provisória com recolhimento de fiança Nos demais casos, tratando-se de crimes afiançáveis e preenchendo o acusado os demais requisitos, a liberdade provisória é concedida mediante fiança e vinculação, obedecendo ao estabelecido no art. 5º, inciso LXVI, da Constituição federal, abaixo transcrito: Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisória com ou sem fiança. 13 CONCEITO DE FIANÇA A fiança é uma caução destinada a garantir o cumprimento das obrigações processuais do réu. 13.1 Infrações inafiançáveis Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 36 I - nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). V - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). II - em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). III - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 13.2 Valor da fiança Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). c) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 37 I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). § 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). § 2o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). I - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). II - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). III - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo, até final julgamento. O valor da fiança é arbitrado pela autoridade que a conceder, segundo faixas correspondentes à maior ou menor gravidade da infração, conforme dispõe o art. 325, acima transcrito, e tendo em vista as condições econômicas e vida pregressa do réu, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art4 38 bem como as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, de acordo com o estabelecido no art. 326, também transcrito acima. 13.3 Modalidades de fiança A fiança é o depósito em dinheiro ou valores feito pelo acusado ou em seu nome para liberá-lo da prisão, nos casos previstos em lei, com a finalidade de compeli- lo ao cumprimento do dever de comparecer e permanecer vinculado ao distrito da culpa, conforme dispõe o art. 330, a seguir transcrito: Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar. § 1º - A avaliação do imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos, será feita imediatamente por perito nomeado pela Autoridade. § 2º Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública, o valor será determinado pela sua cotação em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á prova de que se acham livres de ônus. 13.4 Competência Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente para conceder a fiança à autoridade que presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão por mandado, o juiz que o houver expedido, ou a autoridade judiciária ou policial a quemtiver sido requisitada a prisão. 39 13.5 Recurso Das decisões do juiz sobre a fiança cabe recurso em sentido estrito com fundamento no artigo 581, V e VII. Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independentemente de audiência do Ministério Público, este terá vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente. 13.6 Oportunidade para sua concessão A fiança, se cabível, será concedida imediatamente após a lavratura do flagrante, mas também poderá ser concedida a qualquer tempo do processo, enquanto não transitar em julgado da sentença condenatória, é o que dispõe o art. 334, do CPP, a seguir transcrito: Art. 334. A fiança poderá ser prestada em qualquer termo do processo, enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória. 13.7 Recusa ou demora na concessão No caso de recusa ou demora da concessão da fiança pela autoridade policial, o preso, ou alguém ou ele, poderá prestá-la, mediante petição, diretamente ao juiz, que decidirá depois de ouvir aquela autoridade, é o que dispõe o art. 335, do CPP, a seguir transcrito: Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial à concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o juiz competente, que decidirá, em 48 (quarenta e oito horas) horas. 13.8 Restituição da fiança 40 Fonte:www.globalframe.com.br A fiança prestada será motivo de restituição, respeitadas as condições previstas nos artigos 336 e 337 do CPP, a seguir transcritos: Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da indenização do dano e da multa, se o réu for condenado. Único - Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescrição depois da sentença condenatória (Código Penal, art.110). Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado a sentença que houver absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir, atualizado, será restituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único do artigo 336. 13.9 Cassação Haverá cassação da fiança prestada se concedida fora das hipóteses legais ou se houver alteração da classificação da infração para outra inafiançável, conforme disposto nos arts. 338 e 339, do CPP, a seguir transcritos: 41 Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cassada em qualquer fase do processo. Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência do delito inafiançável, no caso de inovação na classificação do delito. 13.10 Reforço de fiança Será exigido um reforço quando a fiança for tomada, por engano, em valor insuficiente, quando inovada a classificação do delito ou quando houver depreciação do valor dos bens hipotecados ou caucionados, é o que dispõe o art. 340, do CPP, a seguir transcrito: Art. 340. Será exigido o reforço da fiança: I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente; II - quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas; III - quando for inovada a classificação do delito. Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão, quando, na conformidade deste artigo, não for reforçada. 13.11 Quebramento de fiança Haverá quebramento se o acusado descumprir as obrigações de comparecer, não mudar de residência e não se ausentar sem comunicar à autoridade (art. 341, abaixo transcrito), com perda da metade do valor e expedição de ordem de prisão (art. 343, abaixo transcrito). No entanto, o quebramento pode ser relevado se o acusado demonstrar justo motivo para o descumprimento do ônus. Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 42 I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). V - praticar nova infração penal dolosa. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que se declarou quebrada a fiança, esta subsistirá em todos os seus efeitos Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 13.12 Perda total da fiança Haverá perda total se o acusado, condenado, não se apresentar à prisão, é o que dispõe o art. 344, do CPP, a seguir transcrito: Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena definitiva imposta.rt. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas e mais encargos a que o acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 43 Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas no art. 345 deste Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será entregue a quem houver prestado a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu estiver obrigado. Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de hipoteca, a execução será promovida no juízo cível pelo órgão do Ministério Público. Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou metais preciosos, o juiz determinará a venda por leiloeiro ou corretor. Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o caso. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1 44 14 BIBLIOGRAFIA CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, São Paulo: Saraiva, 1997. CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, Dec.Lei nº 3.689 de 03-10-1941. São Paulo: Saraiva,2010. DELMANTO, Roberto. Código penal. Rio de Janeiro: Renovar, 2009. CONSTITUIÇÃO FEDERAL. São Paulo: Saraiva, 1998. FRANCO, Alberto Silva e outros. Leis Penais Especiais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1995. GRECO Fº, Vicente. Manual de Processo Penal. São Paulo: Saraiva, 2010 MARQUES, José Frederico. Elementos de Direito Processual Penal. v.4, São Paulo: Bookseller, 1997 NORONHA, E. Magalhães. Curso de Direito Processual Penal. São Paulo: Saraiva, 1997. TOURINHO Fº, Fernando da Costa. Prática de Processo Penal. São Paulo: Saraiva, 2009. XAVIER DE AQUINO, José Carlos & Nalini, José Renato. Manual de Processo Penal. São Paulo: Saraiva, 2008.
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