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Profª Drª Lamis Meorin Nogueira Cirurgiã-Dentista pela Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP Mestre e Doutora em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP Professora do Curso de Odontologia do Centro Universitário do Norte Paulista - UNORP CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE PAULISTA – UNORP FACULDADE DE ODONTOLOGIA - DISCIPLINA DE ANATOMIA HUMANA ROTEIRO TEÓRICO – ZONAS DE RESISTÊNCIA INTRODUÇÃO A análise funcional do esqueleto facial ou Biomecânica do esqueleto facial é a capacidade do crânio, através do seu desenho arquitetônico, de permitir absorver e direcionar as forças que sobre ele incidem utilizando a menor quantidade possível de tecido ósseo. O tecido ósseo é organizado por meio da sua forma externa e estrutura interna para dar maior resistência com a mínima quantidade de material (adaptação à função mecânica). Uma vez em que as forças funcionais que incidem sobre o esqueleto craniofacial é que determina sua arquitetura, as forças mastigatórias são as que exercem maior influência sobre esse esqueleto. Quando elas incidem sobre os dentes são transmitidas aos ossos através das fibras do ligamento periodontal e, portanto, ao esqueleto facial, que por sua vez se encontra fixado à base do crânio. Essas forças devem ser conduzidas até a base do crânio, onde serão anuladas, percorrendo zonas de maior resistência encontradas no esqueleto facial. Essas zonas de maior resistência são os pilares, formados por osso compacto e encontramos nas maxilas, e as trajetórias, feixes ordenados de trabeculado ósseo esponjo encontramos na mandíbula. O crânio, além das forças que incidem sobre ele devido à ação muscular, suporta também forças compressivas transmitidas da coluna vertebral ao osso occipital e também forças geradas nos alvéolos dentais como decorrência da função muscular na mastigação. ZONAS DE RESISTÊNCIA DA MAXILA: Existem três pilares na maxila: Pilar Canino: inicia-se na região do alvéolo do canino superior, contorna inicialmente a margem lateral da abertura piriforme, continuando-se no processo frontal da maxila até a extremidade medial do arco superciliar e captando forças da região de incisivos, canino e primeiro pré-molar. Pilar Zigomático: inicia-se na região do primeiro molar superior como a crista zigomáticoalveolar e continua através do processo zigomático da maxila até o corpo do osso zigomático, onde ocorre bifurcação do pilar. As linhas de tensão se dividem Profª Drª Lamis Meorin Nogueira Cirurgiã-Dentista pela Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP Mestre e Doutora em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP Professora do Curso de Odontologia do Centro Universitário do Norte Paulista - UNORP originando um ramo vertical que sobe pelo processo frontal do osso zigomático e depois pelo processo zigomático do osso frontal, além de outro de outro ramo horizontal, que segue pelo próprio arco zigomático. Esse pilar capta forças da região de pré-molares e molares (exceto terceiro molar). Pilar Pterigóideo: corresponde ao próprio processo pterigóide do esfenóide. Esse pilar capta forças da região dos últimos molares e do túber da maxila. Por não serem retilíneo, os pilares necessitam de reforços horizontais que os conectem e evitem seu colapso. Unindo esses pilares entre si existem os arcos de união: . Arco Supra-orbital: une o pilar canino ao ramo vertical do pilar zigomático, correspondendo ao próprio arco superciliar. . Arco Infra-orbital: une o pilar canino ao ramo vertical do pilar zigomático, acima do seio maxilar, correspondendo à própria margem infra-orbital. . Arco Supranasal: une os dois pilares canino superiormente na região de sutura frontonasal. . Arco Infranasal: une os dois pilares caninos inferiormente na região margem inferior da abertura piriforme. . Arco Zigomáticopterigóideo: une a extremidade posterior do ramo horizontal do pilar zigomático ao pilar pterigóideo, correspondendo a próprio tubérculo articular. . Arco Palatino: corresponde ao próprio palato duro, que une o sistema de pilares de um lado ao sistema de pilares do outro lado. ZONAS DE RESISTÊNCIA DA MANDÍBULA: A trajetória dental, considerada a mais importante da mandíbula, é constituída por trabéculas esponjosas que envolvem a porção apical dos alvéolos, dirigindo-se para trás em direção ao ramo da mandíbula, terminando no processo condilar. Portanto, as forças transmitidas a essa região são levadas à base do crânio através da ATM. A trajetória marginal é formada em resposta às forças exercidas pelos músculos da mastigação (masseter e pterigóideo medial). Inicia-se na região de sínfise, percorre a base da mandíbula e termina no processo condilar. A trajetória temporal inicia-se no ápice do processo coronóide e dirige-se ao corpo da mandíbula, unindo-se à duas outras trajetórias já citadas. Essa trajetória é formada devido à inserção do músculo temporal. Profª Drª Lamis Meorin Nogueira Cirurgiã-Dentista pela Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP Mestre e Doutora em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP Professora do Curso de Odontologia do Centro Universitário do Norte Paulista - UNORP A trajetória mentual inicia-se na sínfise da mandíbula e se dirige para trás, cruzando o ramo da mandíbula e indo para o processo condilar da mandíbula. É uma resposta aos músculos pterigóideos laterais nos movimentos de propulsão da mandíbula. Corresponde à um reforço ósseo existente na região do mento. Ela acaba se confundindo com a trajetória marginal, desse modo, as forças que incidem nessa região (mento) são transmitidas ao processo condilar, chegando à base do crânio através da ATM.
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