Buscar

engenharia_e_desenvolvimento

Prévia do material em texto

1 / 53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEFINIÇÃO 
Conceituar a Engenharia e a sua influência na construção e desenvolvimento da 
civilização ocidental, analisar seus impactos na organização de países e impérios, 
formular seu possível papel como agente estratégico de desenvolvimento de um país. 
PROPÓSITO 
Identificar a essência da profissão, através da sua importância histórica e futura, como 
elemento motivador, para que o aluno tenha, ao longo do curso e da carreira, uma postura 
ativa diante das oportunidades de construção das habilidades e competências inerentes 
ao exercício pleno da Engenharia. 
OBJETIVOS 
 
 
 
 
 
2 / 53 
 
 
 
 
 
 
 
CONSTRUÇÃO DE UM CONCEITO PARA A ENGENHARIA 
A etimologia* nos fornece bases para compreender a adoção e manutenção da palavra 
engenharia para denominar a profissão ao longo de tantos anos. 
*Etimologia: Estudo da origem das palavras. 
A palavra latina ingenium, associada a significados como talento e inteligência, 
características inatas, originou a palavra engenhosidade. Dessa forma, entende-se 
que a Engenharia seja uma profissão que carrega em si um forte viés de criação 
direcionada para a inovação (engenhosidade). 
Ao se apresentar como engenheiro, o profissional gera uma expectativa de ser uma 
pessoa engenhosa, criativa, com grande capacidade intelectual e prática, voltada para a 
solução de problemas. 
Agora, vamos listar algumas definições conhecidas para a engenharia: 
 
1920 
S. E. Lindsay 
Engenharia é a prática da aplicação segura e econômica das leis científicas que governam 
as forças e materiais da natureza, através da organização, design e construção, para o 
benefício da humanidade. 
3 / 53 
 
 
1939 
Vannevar Bush 
Engenharia, em um sentido amplo, é a aplicação da ciência de maneira econômica para as 
necessidades da humanidade. 
 
1941 
T. J. Hoover e J. C. L. Fish 
Engenharia é a aplicação profissional e sistemática da ciência para a utilização eficiente 
dos recursos naturais a fim de produzir riqueza. 
 
1963 
John C. Calhoun, Jr. 
É responsabilidade do engenheiro estar atento às necessidades sociais e decidir como as 
leis da ciência podem ser mais bem adaptadas através da Engenharia a fim de cumprir 
essas necessidades. 
 
4 / 53 
 
 
1982 
Comitê de Certificação de Engenharia e Tecnologia dos Estados Unidos 
Engenharia é a profissão na qual o conhecimento das ciências matemáticas e naturais, 
obtido através do estudo, experiência e prática, é aplicado com julgamento no 
desenvolvimento de novos meios de utilizar, economicamente, os materiais e forças da 
natureza para o benefício da humanidade. 
 
PENSE NISSO 
Após tantas definições, convido você a um exercício de reflexão. 
Construa uma versão inicial e pessoal do seu entendimento de 
Engenharia. 
Se, ocasionalmente, você revisitar esse conceito, certamente ele 
haverá se transformado e evoluído. Obter o real entendimento da 
profissão que escolheu, seguramente, fará de você um 
profissional melhor. 
ENGENHOSIDADE E HISTÓRIA 
Como já é possível calcular a dimensão do significado da Engenharia, podemos pensar na 
sua participação na história das civilizações. Proponho, como exercício inicial, que você 
pense no seu dia a dia e que elimine, um por um, os recursos de que dispomos que sejam 
relacionados à Engenharia. 
Digamos que eliminássemos os celulares e, na sequência, os computadores pessoais de 
nossas vidas. Seria um retrocesso de 40 anos. Agora, imagine o fim da aviação e dos 
automóveis; da tecnologia associada à saúde e da energia elétrica. Nesse sentido, já 
teríamos retrocedido mais de um século, e se pensarmos nas grandes edificações e no 
saneamento, rapidamente chegaríamos à Idade Média. 
 
 
5 / 53 
 
 
SAIBA MAIS 
Formalmente, focada em ensinos técnicos, a primeira escola de 
Engenharia surgiu na França, em 1747, com o nome de École des 
Ponts et Chaussées. Em 1774, foi fundada a École 
Polytechnique com forte fundamentação teórica e, em sequência, 
escolas de Engenharia foram surgindo em vários países. Não é 
coincidência a Revolução Industrial ter se desenvolvido a partir 
de 1760, ao longo de aproximadamente 80 anos. 
Vamos finalmente iniciar nosso passeio pela história, destacando e analisando fatos 
relevantes da civilização ocidental e suas relações com a Engenharia, ou com a 
engenhosidade, em uma linha do tempo de início indefinido até a formalização 
universitária da profissão. É muito difícil dissociar a história da humanidade da 
engenharia, visto que o ser humano busca soluções engenhosas para resolver seus 
problemas desde sempre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 / 53 
 
Considera-se que o primeiro engenheiro 
foi Imhotep, responsável por projetar e 
construir a primeira pirâmide do Egito, 
em degraus, para abrigar o túmulo do 
Faraó Djoser (2630 – 2611 a.C.). No 
entanto, o uso da denominação 
engenheiro começou a ser utilizada 
somente no século XI para definir 
alguém que atuava com criatividade 
para resolver problemas práticos com 
invenções engenhosas. 
 Sakkara. (Fonte: Arthur R. / Shutterstock) 
A engenhosidade foi responsável por produzir diversos artefatos que modificaram 
substancialmente a nossa história, bem como objetos cortantes de pedra lascada que 
permitiram a caça e a introdução da proteína como alimentação, além do uso da pele 
como proteção. 
 
Faca com lâmina de sílex. (Fonte: Nik Keevil e prapann / Shutterstock) 
 
 
 
 
 
 
7 / 53 
 
A Relevância do Arado 
 
O arado é um dos artefatos mais 
revolucionários da história da 
humanidade, pois permitiu que os 
grupos humanos deixassem de ser 
nômades e se fixassem à terra, o 
que impactou de forma relevante a 
produtividade agrícola. Os 
excedentes de produção e a 
capacidade de armazenar alimentos 
provocaram o surgimento de 
trabalhos especializados, como 
construtores, artesãos, médicos, 
comerciantes, as comunidades, as 
primeiras vilas e as cidades. 
Acredita-se que o arado tenha surgido ao sul da Mesopotâmia, em torno de 4500 a.C., a 
partir da iniciativa de um homem arrastar uma vara pelo chão para abrir um sulco no solo, 
de modo a facilitar o depósito das sementes. O aperfeiçoamento do artefato, de forma a 
permitir a adoção da tração animal, trouxe evolução ao possibilitar um salto de 
produtividade, visto que os bois conseguiam trabalhar todos os dias sem se cansarem, ao 
contrário do homem. 
A utilização de animais também viabilizou a prática do arado em solos não arenosos e 
que exigiam um esforço maior. Os chineses desenvolveram soluções típicas de 
engenharia para aperfeiçoar o arado ao substituírem a madeira por ponteiras de rocha 
pontiagudas que, além de facilitar o trabalho em qualquer tipo de solo, possibilitavam a 
abertura de sulcos mais profundos, mesmo em solos não arenosos. 
A capacidade de abertura de sulcos mais profundos deflagrou um novo problema, porque 
após a passagem do arado, parte do solo escavado caía novamente no sulco aberto, 
exigindo a remoção posterior. No entanto, o obstáculo foi solucionado através da criação 
da aiveca, uma placa que impedia que o solo arado retornasse à fenda, forçando o 
depósito lateral. 
A última inovação consistia em permitir que o arado pudesse ser ajustado para abrir 
diferentes profundidades de sulcos para o uso em diferentes tipos de solo. Apesar disso, 
esses aprimoramentos somente chegaram ao mundo ocidental no século XVII e apenas 
no fim do século XVIII foram produzidos arados em ferro, com partes substituíveis, 
permitindo o uso da lâmina adequada para cada tipo de solo. 
Arado com tração animal no antigo Egito. (Fonte: Wikimedia 
Commons) 
 
8 / 53 
 
O Surgimento dos Metais 
 
O uso dos metais propiciou o desenvolvimento e aperfeiçoamento de ferramentas e 
armas. A chamada Idade dos Metais, última etapa do Período Neolítico, teve início com o 
uso do cobre e, em seguida, do estanho. Por volta de 3000 a.C., a união desses dois 
metais deu origem ao bronze. O uso do ferro, iniciado em torno de 1500 a.C.na Ásia 
Menor, por exigir técnicas de manipulação mais sofisticadas, demorou a se difundir. 
O Cobre 
O cobre, material dúctil*, pode ser trabalhado a frio e a quente, quando são necessários 
fornos para liquefazer o metal e depositá-lo em moldes. O processo é relativamente 
simples, mas exige temperatura elevada conseguida através da injeção de ar pelo sopro. 
Como o cobre pode ser refundido, surgiram os lingotes*. 
*Dúctil: Capacidade de se deformar sem romper. 
*Lingotes: São massas de metal ou de um material condutor, que após terem sido 
aquecidas a uma temperatura superior ao seu ponto de fusão, são vertidas em um molde, 
tomando uma forma que torna mais fácil o seu manuseamento, geralmente uma barra ou 
um bloco. 
 
Egyptian metal workers. (Fonte: Wikimedia Commons) 
9 / 53 
 
Pepita de cobre nativo. (Fonte: Wikimedia Commons) 
Lingote de cobre. (Fonte: Wikimedia Commons) 
10 / 53 
 
O bronze é resultado da adição do estanho ao cobre, em proporções que variam de 3% a 
25% na liga, resultando em um material com características mecânicas mais 
interessantes do que o cobre em muitas situações, sendo menos maleável e mais 
resistente e com ponto de fusão mais baixo. Os moldes, em geral, eram de cerâmica e se 
perdiam a cada moldagem. 
Espada de dois fios em bronze: 
Brozen sword. (Fonte: Wikimedia Commons) 
O Ferro 
Os primeiros a dominar a produção do ferro foram os hititas, os quais monopolizaram o 
processo até serem derrotados pelos assírios, fato que dispersou os ferreiros, 
possibilitando que as técnicas fossem difundidas. 
A fabricação do ferro não é similar ao processo do cobre e do bronze, já que o material 
não se liquefaz. Os fornos devem ter capacidade para altas temperaturas, obtidas através 
de grandes quantidades de carvão e lenha e insuflados por oxigênio continuamente. 
Após um preaquecimento em forno, o material deve receber muitos golpes, processo que 
elimina uma série de impurezas. Em seguida, deve ser aquecido em um segundo forno até 
ficar incandescente para, novamente, receber golpes. O processo repetitivo de 
martelagem a quente e aquecimento leva a uma barra forjada bem pura e maleável. 
 
 
11 / 53 
 
 
A têmpera é um processo importante para determinadas funções como armas e 
algumas ferramentas, sendo obtida através do rápido resfriamento com uso de 
água, que favorecia a absorção do carbono, e algumas modificações na estrutura 
molecular, que provocavam o aumento da resistência. 
 
Como material, o ferro é superior ao bronze 
em algumas funções, principalmente para 
armas e ferramentas. Apesar do processo 
de obtenção mais complexo, a abundância 
do material na natureza e o melhor 
desempenho para as referidas funções 
fizeram do ferro uma importante e relevante 
inovação da metalurgia. 
 
 
 
 
 
Machado de ferro da Idade do Ferro sueca. (Fonte: Wikimedia Commons) 
 
A Invenção da Roda 
A roda é uma das maiores invenções da história da humanidade, cujo registro mais antigo 
data de 3500 a.C., em uma placa de argila, que mostra a roda sendo utilizada para 
transporte humano. A roda possibilitou o transporte de carga em longa distância, abrindo 
várias possibilidades, inclusive para o comércio. 
12 / 53 
 
Possível esquema de desenvolvimento da roda para deslocar cargas pesadas. 
 
 
 
 
 
 
A capacidade de construir permitiu que surgissem as primeiras cidades mais complexas 
próximas ao rio Nilo, no Egito, e na China, por volta de 2000 a.C. Por falar em cidades, 
vamos dar um salto até a Grécia Antiga e conhecer um pouco de suas cidades-estados 
(poleis). 
Vamos nos concentrar em Atenas, que representou um modelo em pleno século IV a.C. 
que, não à toa, transformou-se no berço da democracia, da cidadania e da base filosófica 
de toda a civilização ocidental, incluindo a concepção da escola, responsável pela 
transmissão do conhecimento, na Academia de Platão e no Liceu de Aristóteles. 
O projeto de Atenas favoreceu fortemente para tamanho sucesso, pois o urbanismo foi 
fundamentado na participação ativa dos cidadãos na vida pública. As vias eram 
distribuídas em uma malha ortogonal e a organização do espaço urbano se baseava em 
pequenos núcleos com funções específicas. Uma elevação natural foi destinada às 
práticas religiosas (acrópole) com vários templos, com destaque para o Partenon. 
13 / 53 
 
Na região onde se localizavam os prédios públicos, havia uma praça (ágora) reservada 
para se desenvolver a vida política. Também havia os ginásios, as arenas e os teatros que 
ofereciam entretenimento e reflexão. Os bairros residenciais, dos artesãos e dos 
comerciantes ficavam mais afastados do centro. 
As áreas de cultivo e o porto ficavam 
do lado externo da cidade, que era 
cercada por um grande muro. Aliás, o 
porto de Pireu foi determinante para 
a expansão comercial marítima, 
fundamental para a ampliação dos 
seus domínios e estabelecimento do 
poderio político e econômico. 
Registra-se, aqui, outra grande 
contribuição da engenharia na área 
de transporte marítimo e instalações 
portuárias. 
(Fonte: NAPA / Shutterstock) 
 
 
A Preocupação Ambiental na Grécia Antiga 
Um aspecto muito interessante ocorrido na Grécia Antiga consistia no registro do que 
talvez tenha sido a primeira preocupação com o impacto ambiental. Com a multiplicação 
das construções e o uso intensivo da madeira, que também era utilizada nas 
embarcações e como carvão vegetal nas fundições de bronze, chumbo, cobre, estanho e, 
principalmente, ferro, as florestas gregas começaram a ficar escassas. 
Em determinado momento, Atenas proibiu a exportação de madeira para construção e o 
uso de madeira de oliveira para produzir carvão. Em outros locais, a madeira foi taxada, e 
o estado passou a controlar a venda de carvão. 
A engenharia reagiu aumentando o uso de alvenaria como alternativa construtiva para 
diminuir o uso da madeira e começou o que podemos chamar de construções 
sustentáveis, já que os projetistas desenvolveram uma técnica em que as paredes 
absorviam o calor do sol e liberavam gradualmente o calor durante a noite, diminuindo a 
necessidade de calefação. O posicionamento da edificação em relação ao sol também foi 
estudado de forma a aproveitar o sol do inverno. Assim, segundo Aristóteles, nascia a 
edificação racional. 
 
 
14 / 53 
 
 
 
 
 
A sequência histórica nos leva ao rápido Império Macedônico, que atingiu seu ápice com 
Alexandre, o Grande, tutelado por ninguém menos que Aristóteles*, e tornando-se um dos 
maiores gênios militares da história. Em apenas 13 anos (336 a 323 a.C.), Alexandre criou 
o maior império do mundo, à época, dominando toda a Pérsia e chegando até o Egito. 
*Aristóteles: Os principais trabalhos de Aristóteles, conhecidos até hoje, foram 
desenvolvidos durante o período de Alexandre. 
Alexandre, o Grande, foi o principal 
responsável por disseminar a cultura 
helênica pelo mundo, através da 
filosofia, da matemática, do teatro e 
da literatura. A cidade egípcia de 
Alexandria tornou-se, à época, o 
principal centro de ciências do 
mundo com a criação do Museu de 
Alexandria que, na verdade, tratava-
se de uma instituição com ênfase na 
investigação da natureza com 
recursos inimagináveis até então, 
como laboratórios de pesquisa, 
jardim botânico, zoológico, salas de dissecação, observatório astronômico e uma grande 
biblioteca. 
Euclides, matemático grego que 
fundou o estudo da Geometria 
consolidado no famoso tratado Os 
Elementos, e Arquimedes, que 
inventou o chamado Parafuso de 
Arquimedes e formulou o princípio 
da alavanca e do empuxo, bem como 
projetou várias armas de guerra, são 
figuras proeminentes do Museu de 
Alexandria. 
 
(Fonte: GK1982 / Shutterstock) 
(Fonte: Nor Gal / Shutterstock) 
15 / 53 
 
 
 
 
 
Com a morte de Alexandre, o império subdividiu-se e somente em 27 a.C. estabeleceu-se 
o Império Romano, considerado o maior da história da civilização ocidental, conectando a 
Europa, a Ásia e a África e que perdurou até 475 d.C., marcandoo fim da Idade Antiga e o 
início da Idade Média, período este muito fértil para a engenharia, com muitas inovações e 
aperfeiçoamentos. 
Aquedutos 
Roma possuía um consumo de 
água per capita similar ao atual, sendo 
alimentada por 14 aquedutos a um 
volume diário de 10 mil metros 
cúbicos. Os aquedutos podiam medir 
até 100km, captando a água e 
transportando-a até os reservatórios 
próximos da cidade. 
 
Segóvia, Espanha. Vista na Plaza del Azoguejo e o 
antigo aqueduto romano. (Fonte: emperorcosar / Shutterstock) 
 
 
Os romanos foram precursores na 
utilização da água como fonte de 
energia, que movimentava as 
chamadas rodas d´água, 
principalmente para moer grãos, ideia 
muito difundida pela costa do 
Mediterrâneo. 
 
 
Roda d´água. (Fonte: Martchan / Shutterstock) 
16 / 53 
 
Em Barbegal, França, os romanos 
construíram, no século IV, um 
inacreditável complexo de rodas 
d´água alimentado por um único 
aqueduto de 2 metros de largura, com 
uma inclinação de 30 graus, que 
alimentava um conjunto de 8 pares de 
rodas d´água para moer. 
O complexo tinha uma capacidade 
para produzir até 2,8 toneladas diárias 
de farinha que, em grande parte, era 
embarcada no porto de Arles para Roma. 
A água também era conduzida e armazenada em reservatórios para a chamada 
mineração hidráulica. Os romanos desenvolveram uma técnica denominada ruina 
montium que se mostrou devastadora como o próprio nome sugere (destruição da 
montanha). A ideia baseava-se em utilizar a força hidráulica de grandes volumes de água 
desviada, que forçavam a erosão e o carreamento de grandes volumes de sedimentos que 
eram minuciosamente manipulados, para procurar pepitas e resíduos de ouro. 
Os romanos não pouparam esforços para que, ao longo de dois séculos, cerca de 60.000 
trabalhadores retirassem mais de 1,5 toneladas de ouro das minas de Las Médulas, região 
da Espanha que abrigava fabulosos veios de ouro. Para isso, foram utilizados complexos 
sistemas de aquedutos e canais, incluindo o armazenamento em grandes tanques a uma 
cota de aproximadamente 250 metros acima do nível das minas, gerando poderosa 
pressão hidráulica para o desmonte das rochas. 
Com o andamento dos trabalhos, novos 
túneis eram cavados para direcionar o 
fluxo da água em alta pressão em 
novas áreas de interesse, e o rastro de 
destruição se formava. Talvez esse 
processo tenha sido o primeiro grande 
impacto ambiental localizado, causado 
pela ação humana. 
Paisagem devastada das montanhas de 
Las Médulas, Espanha. A seta vermelha 
indica uma galeria aberta durante a 
 mineração. 
 
 
Complexo de Barbegal, França. (Fonte: Leandro PP / 
Shutterstock) 
A mina de ouro romana de Las Médulas. (Fonte: AK-
Media / Shutterstock) 
17 / 53 
 
Pontes 
Os romanos construíram muitas pontes entre as maiores já construídas até então, sempre 
utilizando o arco como recurso e, muitas vezes, um núcleo de concreto. 
 
Ponte de Alcântara. (Fonte: cge2010 / Shutterstock) 
Represas 
Os romanos construíram muitas represas para armazenar água para abastecimento e 
mineração. A represa de Proserpina, na Espanha, já possui 2000 anos e ainda abastece a 
região para irrigação. 
 
Represa de Proserpina, Espanha. (Fonte: lunamarina / Shutterstock) 
18 / 53 
 
Estradas 
Pode-se dizer que a rede de estradas romanas foi o maior legado do Império, visto que, 
além dos exércitos e mercadorias, também passaram ideias e influências culturais, 
filosóficas e religiosas, incluindo o cristianismo. 
A gigantesca rede atingiu cerca de 80.000 km no auge do império (117 d.C.) e conectou a 
Europa, o Oriente Médio e o Norte da África, numa área hoje ocupada por mais de 30 
países. Inicialmente, serviam para o transporte das tropas e suprimentos e se tornaram 
rotas de comércio e de mensagens. Ao analisarmos, essa rede explica a gigantesca Igreja 
Católica Apostólica Romana e expressões como “Todos os caminhos levam a Roma” e 
“Quem tem boca vai a Roma”. 
Diversas vias importantes saíam de Roma. A Via Ápia, a mais importante, ia até Brindisi, 
cidade portuária com saída para o leste. As Vias Salária e Flamínia seguiam na direção do 
mar Adriático, dando acesso aos Bálcãs e para as regiões cruzadas pelos rios Reno e 
Danúbio. A Via Aurélia dava acesso à Península Ibérica e a Via Ostiense, levava até Óstia, 
porto com acesso mais fácil para viagens à África. 
 
Rede de estradas do Império Romano. (Fonte: alternatehistory.com) 
19 / 53 
 
 
As estradas romanas eram cuidadosamente projetadas e construídas para serem 
duradouras. Seus traçados privilegiavam trechos retilíneos e, quando tinham que 
acompanhar os contornos do terreno, procuravam manter a horizontalidade. 
 
O processo construtivo tinha início com a escavação de duas valas paralelas, geralmente 
com distância de 4 metros. Na sequência, a região central era escavada até que se 
encontrasse solo firme, como se fosse uma espécie de canal. 
A região escavada era preenchida por camadas de diferentes materiais. A primeira era de 
pedregulhos ou entulho, seguida por pedras pequenas ou achatadas, eventualmente 
ligadas por argamassa. Por fim, uma camada de cascalho ou pedra britada. 
A superfície variava entre o cascalho compactado e uma pavimentação com grandes 
placas lisas de pedra, sempre mais altas no centro, com um leve caimento lateral para as 
bordas da via, para que as águas provenientes da chuva escorressem lateralmente. Esse 
processo foi tão bem-sucedido, que algumas estradas estão em uso até hoje. 
Já falamos das pontes romanas, mas 
ainda não falamos dos túneis, um 
desafio para os recursos da época. Um 
belo exemplo é o túnel do desfiladeiro 
Furlo, na Via Flamínia (78 d.C.). Com 5 
metros de largura e também 5 de altura, 
o túnel se estende por 40 metros 
escavados em rocha maciça. Desse 
modo, a rede de estradas romanas se 
constitui em um dos maiores 
empreendimentos da humanidade. 
Trecho da Via Ápia próximo de Roma. (Fonte: Jannis Tobias Werner / Shutterstock) 
 
Construções 
A arquitetura e as construções romanas formam um capítulo à parte, mas não há como 
não se mencionar o Coliseu e o Pantheon. Construído em 8 anos, o Coliseu, com 
capacidade de até 80.000 pessoas, foi concluído em 80 d.C. Maior anfiteatro já 
20 / 53 
 
arquitetado, era utilizado para combates de gladiadores e para espetáculos públicos, 
como encenações, execuções, simulações de batalhas famosas e dramas da mitologia 
clássica. Hoje, é considerado uma das 7 maravilhas do mundo moderno. 
 
O Pantheon é um edifício muito especial, sendo uma das estruturas mais bem 
preservadas da Roma Antiga*. De planta circular, possui um grande pórtico na entrada, 
que conduz a um ambiente coberto por uma cúpula de concreto, que por sua vez contém 
uma abertura central e que permite a iluminação natural. Trata-se da maior cúpula de 
concreto não armado da história. O diâmetro, de 43,3 metros, tem a mesma dimensão da 
altura da abertura (óculo). 
*Roma Antiga: A queda do Império Romano, que se desagregou em 476 d.C., quando a 
parte ocidental foi ocupada pelos germânicos e a oriental permaneceu sob a 
denominação de Império Bizantino, deveu-se a um período de crise econômica, com 
sucessivos golpes e assassinatos. A instabilidade pode ser constatada com a troca de 16 
imperadores em apenas 50 anos. Os germânicos, por não compartilharem a mesma 
cultura e não falarem latim, eram considerados bárbaros. 
 
 
Interior do Coliseu. (Fonte: K3S / Shutterstock) Fachada do Coliseu. (Fonte: K3S / Shutterstock) 
Pantheon. (Fonte: Viacheslav Lopatin / Shutterstock) Vista inferior da cúpula de concreto com a abertura 
central. (Fonte: Pierre Aden / Shutterstock) 
21 / 53 
 
 
Dicionário Enciclopédico Brockhaus e Efron. (Fonte: Wikimedia Commons) 
 
 
 
 
 
 
O fim do Império Romano marcou o começo da Idade Média, período que teve 
início em 476 e foi até 1453, com a conquista de Constantinopla pelos Turcos-
Otomanos. 
 
22 / 53 
 
A ruptura ocorrida na Europa alterou o ritmo do desenvolvimentolocal, mas a preservação 
do Império Bizantino manteve a efervescência. Enquanto a Europa experimentava tempos 
de estagnação, os árabes desenvolviam conhecimento até o século XII. Trata-se de um 
período denominado Alta Idade Média. 
 
SAIBA MAIS 
No mundo antigo, o grego era o idioma da ciência. Com o 
crescimento do Império Romano, o conhecimento era extraído e 
traduzido para o Latim. No entanto, na transição para a Idade 
Média, o conhecimento grego foi se tornando restrito, uma vez 
que a Igreja Católica passou a reter o conhecimento em um 
período entre os séculos V e XVII, constituindo o que poderia ser 
chamado de monopólio do saber. 
Nos séculos XI e XII, os dois mundos voltaram a interagir através dos mercadores árabes 
do Mediterrâneo. Várias inovações foram incorporadas e impactaram a produção agrícola 
e artesanal. 
Técnicas como plantação em curvas de 
nível, rodízio de culturas, técnicas 
hidráulicas, uso correto do cavalo, moinhos 
de vento, aperfeiçoamento do tear, evolução 
nas embarcações, uso da bússola, do papel, 
da pólvora e do canhão, bem como o 
posterior surgimento da imprensa 
impactaram de forma significativa. 
Tal fato ocasionou um crescimento sem 
precedentes na produção agrícola e no 
intercâmbio de produtos, o que alterou as 
relações sociais e econômicas da Europa, 
que partiram da Península Ibérica até o 
centro da Europa. Os entrepostos 
comerciais se fortaleceram e deram origem 
a uma nova classe, os burgueses. 
Surgiram as grandes catedrais e as 
primeiras universidades que necessitaram se 
alimentar dos sábios do oriente como primeiros professores. Muitos vieram de 
Alexandria, local que preservou os conhecimentos da Grécia Antiga. 
 
Catedral de Notre-Dame, Paris, 1163 a 1245. (Fonte: 
TTstudio / Shutterstock) 
23 / 53 
 
O final da Idade Média é um período de profundas contradições. Quando a Peste Negra de 
1347 desintegrou cidades política e economicamente, coube à Igreja o papel de coordenar 
os trabalhos de restauração através da autoridade do Papa. 
A Europa entra em um período de vazio intelectual até ter início a Renascença, centrada 
na Itália, primeira região a se recuperar da Peste Negra. Conforme sua localização 
estratégica, a Itália tornou-se o centro do tráfego entre Europa e o Oriente Médio. 
 
SAIBA MAIS 
Nesse período, houve um rápido desenvolvimento de sistemas 
administrativos, práticas bancárias e conhecimentos financeiros 
em geral. A Matemática (Álgebra, Geometria e Trigonometria) 
começou a ser utilizada na construção, na navegação, na 
cartografia e no levantamento topográfico. As artes começaram 
a florescer e as Instituições de ensino começaram a conquistar 
autonomia em relação à Igreja. 
 
Outro feito relevante da engenharia encontra-se na área naval, pois a evolução das 
embarcações permitiu às grandes navegações a descoberta das Américas e a sua 
incorporação em forma de colônia. 
A ciência também se desenvolve com Copérnico, que conclui que a Terra gira em torno do 
sol, e com Kepler, ao unir a Astronomia e a Física, excluindo o divino, e estabelecendo as 
leis do movimento planetário. Por sua vez, Galileu deu continuidade à obra de Kepler e 
organizou o ramo da Mecânica na Física, escrevendo a obra O Ensaiador, que trata do 
Método Científico. 
No ano da morte de Galileu, nasce Isaac Newton, que após se formar, em apenas 18 
meses de reclusão por causa da peste bubônica, elaborou as chamadas Leis de Newton, 
as quais deram início à ciência moderna. Assim, a grande revolução se deu através do 
desenvolvimento de modelos matemáticos capazes de representar o comportamento 
físico e encontrar valores experimentais. 
Após retornar a Cambridge, publicou suas ideias somente 17 anos depois, em 1684, no 
livro denominado Principia, considerada a mais influente obra escrita por uma única 
pessoa em toda a história da humanidade. Foi a consolidação da ciência moderna com 
Newton e o método científico que deram suporte à ideia de que não bastava entender o 
mundo: Era preciso modificá-lo. 
 
24 / 53 
 
A seguir... 
O método científico estabeleceu as bases da ciência moderna e proporcionou a formação 
científica que dá sustentação à Engenharia. 
Vimos que, ao longo de alguns milhares de anos, a Engenharia vem se desenvolvendo 
com muita intuição e engenhosidade, mas sem muita organização e método, apesar das 
fantásticas realizações. 
O que esperar da Engenharia sustentada pela ciência moderna? 
Vamos entrar na era da industrialização com o primeiro grande salto promovido pela 
Revolução Industrial. 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. A engenhosidade humana, que mais tarde se transformou formalmente na Engenharia, 
sempre esteve presente desde a pedra lascada. Em alguns momentos da história, essa 
engenhosidade criou condições para que modelos e conceitos fundamentais para a 
civilização ocidental, como a democracia, surgissem e fossem até efetivamente 
implementados. Qual das opções abaixo pode ser associada a esta afirmação? 
a) A pirâmide de Djoser, no Egito, projetada por Imhotep, tido como o primeiro engenheiro. 
b) A cidade de Roma, centro do Império Romano, responsável pelo período mais fértil da 
engenhosidade humana. 
c) A cidade de Atenas, com o projeto que associou arquitetura funcional e engenharia. 
d) A cidade de Paris, que reuniu tantas condições relativas à engenhosidade, que sediou a 
primeira Escola de Engenharia. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa C está correta. 
O projeto da cidade de Atenas reservava áreas para funções específicas e favorecia a 
participação ativa dos cidadãos na vida pública. Dessa forma, a cidade promoveu o 
desenvolvimento do conhecimento, colaborando para que se tornasse a base da 
civilização ocidental, nos campos da filosofia e da cidadania, transformando-a no berço 
da democracia. 
25 / 53 
 
2. A engenhosidade humana sempre se preocupou com a produtividade do trabalho, 
criando inovações que facilitassem a execução das atividades através de ferramentas 
específicas ou pela criação de máquinas que a substituísse no trabalho. 
 
Aponte, dentre as inovações listadas, a responsável por um impacto ambiental relevante: 
a) O arado associado à tração animal. 
b) A roda d´água associada em série para moer trigo. 
c) A técnica romana para a construção de sua gigantesca rede de estradas. 
d) A mineração hidráulica. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa D está correta. 
O direcionamento do fluxo da água sob pressão destruía os maciços de terra para 
viabilizar a mineração e o rastro de destruição se transformou em um grande impacto 
ambiental causado pela ação humana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 / 53 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Foi a partir da consolidação da ciência moderna que surgiram as escolas formais de 
Engenharia no final do século XVIII e teve início a chamada Revolução Industrial, a partir 
da máquina a vapor de James Watt. 
 
Dampfmaschine. (Fonte: Wikipedia) 
O Brasil foi pioneiro, uma vez que a primeira 
Escola de Engenharia foi fundada na França 
em 1747 e, em 1792, foi fundada no Rio de 
Janeiro, onde hoje se encontra o Museu 
Histórico Nacional, a Real Academia de 
Artilharia, Fortificação e Desenho, a primeira 
escola de formação de engenheiros das 
Américas. A primeira escola americana foi a 
Academia Militar de West Point, em 1802. 
Instituto Militar de Engenharia. (Fonte: Wikipedia) 
27 / 53 
 
Após sucessivas transformações na Real Academia, duas Escolas surgiram. Em 1839, 
surgiu a Escola Militar, que deu origem ao IME, e em 1858, surgiu a Escola Central, para 
formação de engenheiros civis, que deu origem à atual Escola Politécnica da UFRJ. Os 
cursos sempre possuíram base científica na sua formação, assim permanecendo até 
hoje. 
 
PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
 
 
 
 
Toda essa evolução tecnológica só foi possível porque os processos de fabricação 
evoluíram com a criação das chamadas máquinas ferramentas, das quais muitas se 
beneficiaram do acoplamento de uma máquina a vapor. Estamosfalando de tornos 
mecânicos, da fresadora mecânica, do esmeril, da plaina mecânica, processos de 
soldagem, furadeira, serra mecânica, laminadores, trefiladora e extrusora. 
As Ciências Econômicas e o sistema capitalista 
nasceram deste ciclo produtivo. A base 
conceitual já havia sido descrita por Adam 
Smith* em seu célebre livro denominado Uma 
Investigação da Natureza e as Causas da 
Riqueza das Nações, publicado em 1776. Esta 
obra ficou conhecida como A Riqueza das 
Nações e ressaltava a importância do trabalho 
humano, embora defendesse que a divisão 
social do trabalho seria a chave para a 
produtividade e, consequentemente, para a 
geração de riqueza do país. 
*Adam Smith: Foi o primeiro filósofo moral a 
reconhecer que as ações de mercado mereciam 
um estudo cuidadoso e em tempo integral numa 
moderna disciplina das Ciências Sociais. Aos 14 
anos, Smith foi para a Universidade de Glasgow, onde se tornou mestre e fascinou-se 
pelas ideias do professor Francis Hutcheson, aprendendo Liberalismo Clássico, Direito 
Natural e Economia Política. 
Adam Smith. (Fonte: Infoescola) 
28 / 53 
 
Em seu livro é desenvolvido um estudo de caso de fabricação de alfinetes. Se um operário 
tiver que, sozinho, fabricar um alfinete, tendo que ele mesmo ir buscar a matéria-prima e 
produzi-lo, teria uma produtividade baixíssima se comparada a um sistema industrial, em 
que cada operário é responsável por uma etapa da fabricação. Em uma análise detalhada, 
são listadas 18 atividades distintas que devem ser divididas por 10 funcionários. 
Adam Smith evidencia que a organização da divisão social do trabalho*, limitada pelo 
tamanho do mercado, passa a ser a chave da riqueza de uma nação e não mais a 
quantidade de ouro, como pregava o mercantilismo. Nessa fase, o mercado entra como 
limitador da riqueza, já que de nada adianta aumentar a produção se não houver para 
quem vender. 
*Divisão social do trabalho: A divisão social do trabalho pode gerar benefícios, pois a 
destreza e habilidade do operário aumentam à medida que ele se especializa, 
incrementando a produtividade e a qualidade. A mudança de atividade gera perda de 
concentração e de tempo, logo, o foco nas etapas facilita o aprimoramento das máquinas 
e até mesmo a invenção de outras mais eficientes. Em vários casos, os próprios operários 
contribuíram e até mesmo desenvolveram máquinas. 
O mercado se baseia em forças opostas. De um lado, o produtor quer vender o máximo 
possível pelo maior preço e, de outro, o consumidor, que busca o menor preço. Embora 
em um primeiro momento possa parecer uma contradição caótica, na verdade representa 
a ordem natural do sistema econômico, que se equilibra na concorrência e na livre 
iniciativa. 
Smith era contra qualquer intervenção do governo, seja para garantir monopólio ou 
subsídios, e considerou que o ideal seria uma atuação limitada do setor público, que 
deveria estimular o comércio e a educação, incluindo saneamento, rodovias, ferrovias, 
portos, correios, escolas e igrejas, e via a educação pública e gratuita como uma garantia 
de crescimento da produtividade do trabalho e, consequentemente, da riqueza daquela 
nação. O Estado também deveria proteger a sociedade de ataques externos, estabelecer e 
criar leis de justiça e utilizar as instituições públicas como reguladores do excesso de 
lucro, estimulando a concorrência entre as empresas. 
 
Os cientistas e engenheiros eram considerados fundamentais para as invenções, 
mas a observação do sistema de produção era primordial para importantes 
melhorias. 
 
29 / 53 
 
A industrialização gerou muitos impactos sociais. A busca por emprego provocou o êxodo 
rural e o crescimento da vida urbana, transformando as cidades em centros de produção e 
consumo e reposicionando o campo em uma situação economicamente secundária. 
De 17 mil para 180 mil 
A cidade de Manchester, por exemplo, experimentou um crescimento populacional de 17 
mil habitantes em 1760 para 180 mil em 1830. 
 
300 mil 
Muitos locais chegaram a 300 mil habitantes na metade do século XIX, 
como Birmingham, Bradford, Bristol, Leeds, Liverpool e Sheffield. 
 
4 milhões 
Em 1880, Londres chegou a 4 milhões de habitantes. 
 
A distribuição foi alterada de tal forma que, em 1850, a Inglaterra possuía 52% de 
população rural, percentual que caiu para 31% em 1880 e para 22% em 1910. 
 
O início da industrialização trouxe tempos difíceis para a população, com altos custos 
sociais para a classe trabalhadora, que era vista como um acessório das máquinas que 
30 / 53 
 
representavam a modernidade e o capital, pois eram os principais recursos do novo 
processo produtivo. 
 
O excesso de trabalho trouxe jornadas diárias de até 16 horas em 6 dias por 
semana e o crescimento acelerado das cidades tornou precárias as condições 
habitacionais, ocasionando o surgimento de cortiços. 
 
Como não poderia deixar de ser, cresceu o movimento sindical, por causa disso... 
1833 
A jornada de trabalho 
diminuiu para 12 horas nas 
indústrias têxteis. 
1842 
Foi proibido o trabalho 
infantil e de mulheres nas 
minas de carvão. 
1847 
A jornada de mulheres e 
crianças foi limitada a 10 
horas. 
 
 
COMENTÁRIO 
A sociedade se reorganizou e o poder absolutista do 
mercantilismo foi perdendo o controle frente ao crescimento da 
classe burguesa e ao fortalecimento do liberalismo econômico 
como previu Adam Smith. Mais uma vez, vemos a engenharia 
modificando substancialmente a forma de vida das pessoas. 
O mundo observou a transformação da Inglaterra em uma potência baseada em um 
fenômeno tecnológico que trouxe a industrialização, ampliou mercados, alterou de forma 
significativa a relação capital-trabalho e promoveu o capitalismo como forma de 
organização política e econômica. 
 
 
 
31 / 53 
 
SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
 
 
 
 
Muitas inovações foram atribuídas à Segunda Revolução Industrial, mas algumas não 
podem deixar de serem citadas: 
• A siderurgia evoluiu com os novos processos 
para a produção do aço, viabilizando a 
construção de pontes e edifícios, além de 
melhorar a produção de máquinas, trilhos e 
ferramentas; 
• Os meios de transporte evoluíram de tal forma 
que, além da ampliação das ferrovias, 
surgiram os automóveis e os aviões; 
• A Invenção da lâmpada incandescente; 
• O desenvolvimento e a infraestrutura para a 
geração, produção e distribuição da energia 
elétrica e as bases da Engenharia Elétrica; 
• A invenção dos meios de comunicação 
(telégrafo, telefone, cinema, rádio e televisão); 
• A invenção da geladeira; 
• A evolução da química aplicada, com a descoberta de novos materiais e do múltiplo 
uso do petróleo, e as bases da Engenharia Química; 
• A invenção de novos armamentos, como metralhadoras; 
• Avanço da Medicina, com a invenção de antibióticos, vacinas, conhecimentos sobre 
novas doenças e técnicas cirúrgicas. 
Quando falamos das ideias de Adam Smith sobre o capitalismo, vimos que a livre 
iniciativa e a livre concorrência são condições fundamentais para regular e equilibrar o 
mercado, de forma que produtores e consumidores possam conviver em um ponto de 
equilíbrio que seja bom para os dois lados. Não pode ser o mais caro possível como é 
desejo do produtor, tampouco o mais barato possível, como é desejo do consumidor. 
Existem ações que podem burlar esse equilíbrio, aumentando o preço dos produtos 
através da diminuição da concorrência. Como empresas e indústrias podem concentrar 
capital, é possível que as grandes consigam comprar as menores, ficando sozinhas no 
mercado e eliminando a concorrência, o que chamamos de monopólio. 
32 / 53 
 
 
Holdings, trustes e cartéis são formas distintas de união de empresários com 
interesses comuns para, contra os consumidores, aumentarem seus lucros. 
 
Holdings 
As holdings podem ser entendidas como empresas distintas com o mesmo dono. 
 
Na prática, podem se estabelecer através de empresários poderosos que compram ações 
e controlam empresas do mesmo ramo, transformandoa livre concorrência em uma 
farsa. 
Truste 
Os trustes são formados por empresas que surgem a partir da fusão de empresas do 
mesmo ramo. 
 
Ao invés das empresas A e B competirem, elas se fundem e seus donos viram sócios, 
diminuindo a concorrência. Dependendo da parcela de mercado de cada uma, a fusão 
pode aproximá-las do domínio do mercado, ou até mesmo do monopólio. 
Cartel 
No que diz respeito ao cartel, trata-se de uma união secreta de empresas do mesmo ramo, 
que combinam e praticam o mesmo preço final ao consumidor, eliminando a livre 
concorrência. 
 
SAIBA MAIS 
Atualmente, o Brasil possui leis que proíbem trustes e cartéis, 
sendo o controle feito pelo Conselho Administrativo de Defesa 
Econômica (CADE). No entanto, as holdings são difíceis de serem 
combatidas, pois são operações de compras de ações nas 
Bolsas de Valores. 
Como já vimos, a evolução da Engenharia é constante e, gradativamente vai aumentando 
de complexidade e especificidade. Esta evolução também ocorre na formação do 
engenheiro que começa a ter que atender a estas questões e refleti-las. Repare que, aqui 
33 / 53 
 
nesse texto, já mencionamos as Engenharias Civil, Mecânica, Elétrica, Química e de 
Produção. 
TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
 
 
 
 
 
O trabalho na indústria mais uma vez é reestruturado com a adoção de um método 
polivalente, flexível, menos hierarquizado e integrado em equipes, em um sistema em que 
a criatividade individual dos trabalhadores é valorizada. A relação entre produção e 
consumo é refletida no modelo Just-in-Time da Toyota, que preconiza o estoque mínimo e 
o máximo de racionalização para evitar desperdícios. Dessa forma, a mão de obra não 
qualificada vai sendo marginalizada do mercado de trabalho na indústria. 
Nesse período, também vimos a 
exploração espacial, o crescimento da 
informática, Internet, telefonia celular, 
biotecnologia, nanotecnologia, 
sensoriamento remoto, GPS e tantas 
outras tecnologias que fazem parte do 
nosso dia a dia. Atualmente, temos um 
mundo globalizado em que novas 
regiões industriais de alta tecnologia 
unem centros produtores de tecnologias 
e centros de pesquisa, formando 
tecnopolos, como o Vale do Silício 
(Califórnia, EUA), a Route 128 (Boston, 
EUA), Tóquio-Yokohama (Japão), o corredor M4 (Londres), entre tantos outros. No Brasil, 
temos o eixo São Paulo–Campinas–São Carlos, que reúne a USP e a UNICAMP. 
 
 
 
(Fonte: ESB Professional / Shutterstock) 
34 / 53 
 
QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
 
 
 
 
 
Manufatura Aditiva (impressão 3D) 
O termo manufatura aditiva se dá em contraponto ao processo tradicional de usinagem 
que se inicia com um bloco maciço, que atinge a forma final com a retirada parcial de 
material, que é perdido em um processo subtrativo. 
O uso das impressoras 3D tem aumentado de forma contundente. A ideia do processo 
também conhecido como fabricação digital é a criação de um objeto real a partir de um 
modelo digital 3D criado em um tipo de software denominado modelador de sólidos. A 
técnica utilizada consiste no depósito de camadas de material, de forma repetitiva, até 
que o objeto se forme. Pensar em uma impressora doméstica nos leva a uma situação de 
criação de protótipos plásticos, muitas vezes em escala reduzida. 
A manufatura aditiva impõe algumas vantagens, como a prototipagem rápida, baixo custo 
para pequenas quantidades, liberdade de formas e de complexidade, customização e 
sustentabilidade, pois minimiza resíduos, consumo de material e energia. 
Existem algumas tecnologias diferentes de manufatura aditiva, sendo as principais FDM, a 
mais difundida, SLA e SLS. A modelagem por fusão e deposição 
(Fused Deposition Modeling) é a tecnologia mais acessível e, por isso, popularizou-se. 
Trata-se do uso de insumo plástico em forma de fio, que alimenta a impressora que o 
derrete (fusão) e cuidadosamente acrescenta camada por camada, em alta precisão, 
até imprimir o objeto por completo. 
A técnica conhecida como estereografia (SLA) utiliza resina como insumo. O processo 
também consiste no depósito repetitivo de camadas, mas a resina é solidificada pela 
ação de um feixe de laser ultravioleta. A SLA é muito precisa e possui acabamento 
superior mesmo em peças pequenas, sendo muito utilizada na criação de moldes. 
Por fim, a sinterização seletiva a laser, que utiliza insumo em forma de pó, normalmente 
polímeros. Este processo se dá através de laser de alta potência, que aglutina as camadas 
do material na impressão do objeto. Já existem processos de manufatura aditiva em 
35 / 53 
 
metal, como a Sinterização Direta de Metal a Laser (DMLS), um processo bem semelhante 
ao SLS, mas que utiliza como insumos titânio e aço em pó. Outras tecnologias como 
a Selective Laser Melting e Binder Jetting ainda possuem custo muito elevado, a ponto de 
só empresas de alto investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) utilizarem. 
A manufatura aditiva é considerada um dos pilares da Quarta Revolução Industrial, 
porque, no futuro, será possível uma grande revolução logística a partir do momento em 
que seja possível realizar a compra pela internet de um modelo digital customizado, em 
qualquer lugar do mundo, que será rapidamente enviado a um centro de fabricação 
próximo ao endereço de entrega para impressão e envio. A implantação dessa dinâmica 
altera toda a lógica do sistema comercial e de cobrança de impostos, além de simplificar 
a fabricação e valorizar o modelo digital, mais próximo do trabalho humano. 
 
Inteligência Artificial (IA) 
Grande estrela da Quarta Revolução Industrial, a Inteligência Artificial não é um recurso 
recente. O computador sempre foi visto como um possível substituto da nossa 
inteligência, o cérebro eletrônico. Como ciência, pode-se dizer que a IA teve início na 
década de 1950 do século XX, com Alan Turing, e desde então vem evoluindo lado a lado 
com os computadores. 
O marco zero oficial aconteceu em 1956, na conferência de Dartmouth, em que todos os 
pensadores do tema estavam presentes e o campo da pesquisa foi batizado de 
Inteligência Artificial. As possibilidades eram tão animadoras, que imediatamente 
conseguiram financiamentos de órgãos privados e governamentais. 
Em 1957, Frank Rosenblatt apresenta uma máquina chamada Mark 1, que utilizava um 
algoritmo denominado perceptron, baseado em uma rede neural de uma camada que 
classificava resultados. No ano seguinte, surge a linguagem de programação LISP, que 
virou padrão em IA. Em 1959, surge pela primeira vez o termo Machine Learning*, que 
descrevia um sistema que daria aos computadores a capacidade de aprender algumas 
funções sem terem sido programados diretamente para isso. 
*Machine Learning: Aprendizagem de máquina. 
Em 1964 nasceu ELIZA, o primeiro chatbot* do mundo. Tratava-se de uma psicanalista 
virtual que conversava automaticamente, utilizando respostas baseadas em palavras-
chave em estruturas sintáticas. Em 1969, nos foi apresentado o robô Shakey, que possuía 
mobilidade com alguma autonomia de ação e fala e que, apesar das falhas, teve a sua 
funcionalidade. Após uma década de estagnação, em meados de 1980, surgiram os 
sistemas especialistas, que realizavam atividades complexas específicas de um campo 
do conhecimento, superando os humanos em velocidade de raciocínio e base de 
36 / 53 
 
conhecimento. A IA voltava à evidência, mas logo viveu novo período de estagnação, 
talvez por desencontro entre ideias e capacidade de processamento. 
*Chatbot: Programa de computador que utiliza inteligência artificial para imitar conversas 
com usuários de várias plataformas e aplicativos, como acontece no Facebook e em sites 
de e-commerce. 
A explosão da internet comercial na segunda metade dos anos 1990 trouxe a necessidade 
da IA para aperfeiçoar os buscadores que vasculhavam a rede automaticamente em 
busca das informações adequadas. Em 1997, a derrota do campeão mundial de xadrez, 
Garry Kasparov para o Deep Blue*, da IBM, representou o marco da IA. 
*Deep Blue: Supercomputadorda IBM projetado para jogar em pé de igualdade contra 
qualquer jogador de xadrez do mundo. 
Em 2005, a Boston Dynamics apresentou o Big Dog, um robô com formas inspiradas nos 
cachorros e especializado em se movimentar em terrenos de difícil acesso para humanos. 
Outra evolução relevante, neste mesmo período, foram os veículos autônomos, caso 
bastante complexo de gerenciamento de vários sensores e, com certeza, um dos 
destaques da Quarta Revolução Industrial. 
Na sequência, foi a vez do processamento da linguagem natural com o reconhecimento 
de voz e o surgimento das assistentes virtuais como a Siri da Apple, a Alexa da Amazon, a 
Cortana da Microsoft e o Google Assistente. O Watson da IBM começou a ganhar fama e 
ser aplicado em vários campos, como Direito e Saúde. 
Em 2011, um projeto despretensioso na Universidade de Stanford de um curso online 
gratuito de Inteligência Artificial do professor Sebastian Thrun e de Peter Norvig 
ocasionou grande sucesso com mais de 160 mil alunos de 190 países. E o resultado foi 
melhor ainda, pois quatrocentos destes superaram o desempenho dos alunos de 
Stanford. A partir daí, surgiu a Udacity, uma universidade focada em tecnologia que fosse 
prática, barata, acessível e eficaz para o mundo. 
Em 2012, a Google deu mais um salto em pesquisa em vídeos utilizando o Deep 
Learning*, que pode ser aplicado em visão computacional, permitindo que o sistema lide 
com a compreensão das imagens obtidas através de câmeras. Este conjunto de recursos 
canalizados e com investimentos maciços vão cada vez mais fazer parte de nossas vidas. 
*Deep Learning: Técnica de aprendizado de máquina a partir de Redes Neurais Artificiais. 
 
37 / 53 
 
Big Data 
O termo Big Data se consolidou como denominação para a área que trata de grandes 
conjuntos de dados que devem ser armazenados e processados. 
O volume de dados produzidos cresceu vertiginosamente. Para termos mais noção da 
grandeza, um levantamento de 2019 mostra que temos metade da população mundial 
conectada. Com toda essa gente, o que acontece em 1 minuto? 
• 3,8 milhões de buscas no Google; 
• Mais de 40 milhões de mensagens (Facebook + WhatsApp); 
• 4,5 milhões de vídeos sendo visualizados no YouTube; 
• 390 mil aplicativos baixados na Google Play e Apple Store. 
A quantidade de dados é absurda, mas essa não é a única variável relevante. São 3 os 
pilares do Big Data: 
• Volume: A quantidade é tão grande que é difícil ter a noção da ordem de grandeza; 
• Velocidade: A importância da velocidade é associada ao tempo de resposta, mas 
quanto maior for a extensão da pesquisa, mais demorada será a resposta. Na prática, 
quanto mais próximo do tempo real, melhor; 
• Variedade: Os dados não estão organizados e estruturados. São textos, sensores, 
áudios, vídeos, sensores, buscas, catracas etc. 
 
Internet das Coisas (IoT) 
A IoT (Internet of Things) ou Internet das Coisas pode ser vista como uma forma de 
comunicação entre objetos ou entre objetos e pessoas. 
Situações simples podem esclarecer a utilidade. Imagine uma situação corriqueira em um 
mercado onde as pessoas vão pegando um determinado produto na prateleira e ela vai se 
esvaziando. Essa prateleira pode ser inteligente e avisar que está na hora de repor. Para 
isso, basta instalar um sensor que tenha essa percepção e que envie um determinado tipo 
de sinal para o sistema interpretar a necessidade de reposição. Dessa forma, podemos ter 
uma rede tão complexa quanto quisermos, atuando em casa, em um carro, em um 
edifício, em um hospital, em uma indústria, em toda uma cidade. 
Ao pensarmos em nosso corpo, o que acontece quando damos uma topada, por exemplo? 
Ou quando sofremos um corte? E quando ouvimos ou vemos? Nossos sensores avisam 
ao cérebro, que processa a informação. Percebeu a potencialidade da união da 
Inteligência Artificial com a Internet das Coisas? 
38 / 53 
 
Computação em Nuvem 
No início da computação, os chamados computadores de grande porte eram acessados 
por terminais utilizados por usuários que compartilhavam os recursos de armazenamento 
e processamento do computador. Com o passar do tempo, surgiram os computadores 
pessoais (PCs) e as pessoas passaram a administrar seus próprios recursos, tanto de 
espaço de armazenamento, como de processamento, bem como os programas 
instalados. 
Com a internet, em um primeiro momento, os sites ficavam armazenados em algum 
servidor, assim como os bancos de dados e nossos e-mails. De uma maneira geral, os 
dados fluíam muito mais da web para nossa máquina do que o contrário. Em geral, 
carregávamos informações para a internet para enviar por e-mail. Passados mais alguns 
anos, já tínhamos espaço de armazenamento na chamada nuvem, local onde guardamos 
fotos, mensagens, agenda de telefone do celular etc. 
O barateamento dos recursos e o aumento de velocidade e estabilidade da rede viabilizam 
o uso de software que esteja instalado em algum servidor e não na minha máquina. Isso 
permite que não sejam precisos recursos relevantes no meu computador, que passa a ser 
uma espécie de terminal conectado em serviços com capacidades quase infinitas. 
Estamos falando de computação em nuvem. 
 
Sistemas Ciber-Físicos (CPS) 
Os dispositivos inteligentes estão se sofisticando e tendo suas capacidades ampliadas a 
baixo custo. Eles atuam no ambiente em que estão instalados, coletando informações 
através de sensores ou operando modificações através dos chamados atuadores. 
As redes sem fio de alta velocidade e de sinal 4G em conjunto com a Internet das Coisas 
permitem a atuação colaborativa entre dispositivos, que podem operar de forma individual 
ou em conjunto, estabelecendo um sistema. 
A conjugação destes recursos torna possível que um ambiente seja virtualizado a partir da 
criação de um tipo de computação em nuvem que gerencie a comunicação entre os 
dispositivos instalados no ambiente físico de interesse e dispositivos externos. 
Os chamados sistemas Ciber-Físicos (CPS) atuam promovendo a sinergia entre os 
mundos virtual e físico em um tipo de colaboração que permite tanto o monitoramento 
quanto a modificação remota do ambiente físico. Quanto maior a inteligência distribuída, 
mais profundo será o conhecimento do sistema, possibilitando ações mais precisas. 
39 / 53 
 
Em princípio, não há limitações para a aplicação dos CPS, já tendo sido utilizados nos 
sistemas produtivos industriais, em hospitais, na gestão de eficiência energética, em 
edifícios inteligentes, na agricultura e em sistemas de transportes, entre outras tantas 
possibilidades. Em um nível mais complexo, os CPS atuarão na gestão das cidades 
inteligentes. 
 
A seguir... 
Vimos que a engenharia vem modificando e moldando a civilização com suas conquistas 
e realizações. Da Idade da Pedra até a Quarta Revolução Industrial foram conquistas 
incríveis em todas as áreas, mas ela também causou muitos problemas, principalmente 
ambientais. 
No final do século XX, a preocupação com o meio ambiente atingiu níveis alarmantes e a 
palavra sustentabilidade passou a fazer parte do vocabulário comum. Recuperar o meio 
ambiente passou a ser um problema global. 
O mundo segue dividido entre países desenvolvidos, em desenvolvimento e 
subdesenvolvidos, mas até que ponto é possível dissociar o social do ambiental? Surge a 
responsabilidade socioambiental, a engenharia se humaniza e, se a engenharia sempre foi 
vetor de desenvolvimento, agora podemos imaginar que o desenvolvimento seja um 
desafio dela. 
Mas, afinal, o que pode ser considerado desenvolvimento? Para se desenvolver um país, 
certamente precisa-se de crescimento econômico e geração de riqueza, mas, a medida do 
desenvolvimento inclui indicadores sociais, uma vez que miséria e desenvolvimento não 
se misturam. 
No próximo módulo, vamos analisar as relações entre a engenharia e o desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 
40 / 53 
 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. A história nos mostra que, desde sempre, o ser humano procura formas de facilitar seu 
trabalhoe incrementar sua produtividade. São as chamadas inovações tecnológicas que 
modificam a forma de viver com suas novas ferramentas, equipamentos e processos. A 
Engenharia Civil se desenvolveu antes da formalização da profissão e a Engenharia 
Mecânica, através da máquina a vapor, tornou-se a base da Primeira Revolução Industrial. 
Vimos também que podemos associar a Engenharia Elétrica à Segunda Revolução 
Industrial e a Engenharia de Controle e Automação à Terceira. Essa busca pela 
produtividade lançou as bases da Engenharia de Produção. Qual das opções pode ser 
dada como referencial para o surgimento da Engenharia de Produção? 
a) Como na Engenharia Civil, não houve um fato marcante, já que, desde a Idade da Pedra 
Lascada, o homem busca produtividade nas suas atividades. 
b) Surgiu de forma espontânea e natural, com as indústrias iniciais da Primeira Revolução 
Industrial. 
c) A base conceitual foi a publicação de Frederick Taylor, Princípios da Administração 
Científica (The Principles of Scientific Management). 
d) Surgiu conceitualmente com as ideias de Adam Smith, que pregava a livre concorrência 
e a competitividade como base para a riqueza das nações. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa C está correta. 
O engenheiro mecânico Frederick Taylor, ao publicar Princípios da Administração 
Científica em 1911, estabeleceu as bases conceituais para que a produtividade industrial 
fosse tratada como ciência, fato que deu origem e sustentação científica para a 
Engenharia de Produção. 
 
 
 
 
41 / 53 
 
2. Após a formalização da profissão de engenheiro e com a proliferação das Escolas de 
Engenharia, entramos em um período contínuo de desenvolvimento tecnológico, que foi 
marcado por algumas inovações disruptivas e que, por isso, foi identificado como sendo 
composto por quatro revoluções industriais. Dentre as opções abaixo, escolha qual a que 
melhor se encaixa como o período em que as diversas habilitações de Engenharia 
começaram a surgir: 
a) Movimento natural a partir da propagação das Escolas de Engenharia. 
b) O capitalismo e o livre mercado a partir das ideias de Adam Smith. 
c) A máquina a vapor. 
d) A energia elétrica, marco da Segunda Revolução Industrial. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa D está correta. 
A energia elétrica (segunda RI) trouxe diversas possiblidades e a sua geração se deu a 
partir de motores a gasolina, de hidrelétricas e, mais tarde, de motores nucleares, por 
exemplo, trazendo a indústria do petróleo, a nuclear, as telecomunicações, a eletrônica 
etc. Dessa forma, as engenharias começaram a se multiplicar no período da Segunda 
Revolução Industrial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 / 53 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO X CRESCIMENTO ECONÔMICO 
A complexidade do tema desenvolvimento tem início no seu próprio escopo. No contexto 
da Engenharia, a abordagem mais óbvia é a do desenvolvimento tecnológico, que mesmo 
se não for mencionado explicitamente, é plenamente percebido. 
De uma forma mais genérica, podemos pensar nos países desenvolvidos e nos chamados 
países em desenvolvimento. A primeira coisa que vem na cabeça da maioria das pessoas, 
ao pensar em um país desenvolvido, é se tratar de um país rico. Em sequência, temos que 
pensar em desenvolvimento econômico e em crescimento econômico, que seriam formas 
de entrar no clube dos desenvolvidos. 
Você acredita que as inovações tecnológicas implantadas pela Engenharia 
promovem o crescimento econômico? 
RESPOSTA 
Antes de responder detalhadamente a essa pergunta, precisamos levar alguns 
fundamentos em consideração... 
Para começar, o que pode ser considerado como uma inovação 
tecnológica? 
Vamos construir este conceito: 
43 / 53 
 
 
Pode-se classificar a inovação em 3 dimensões: 
1 
Quanto ao objeto (produto 
ou processo). 
 
2 
Quanto ao impacto 
causado no mercado. 
 
3 
Quanto ao modelo de 
negócios. 
 
 
44 / 53 
 
Vamos imaginar inicialmente a inovação no âmbito de uma empresa. Parece muito claro 
que uma inovação bem-sucedida possa trazer crescimento econômico para uma 
empresa, uma vez que pode alavancar suas vendas e aumentar sua participação no 
mercado. 
E se pensarmos em termos de país? 
Ao pensarmos somente no mercado interno, o reposicionamento de uma empresa no 
mercado pode apenas redistribuir as participações dos concorrentes. Eventualmente, o 
mercado pode até se ampliar, mas o que é fundamental para o país é criar uma 
efervescência capaz de trazer investimentos externos e aumentar as exportações, 
alavancando o crescimento econômico. 
Agora, podemos responder positivamente. 
As inovações tecnológicas são fundamentais para se promover o crescimento 
econômico. E o desenvolvimento econômico? 
Já vimos que o crescimento econômico é fundamental para o desenvolvimento 
econômico, mas o salto do crescimento para o desenvolvimento é complexo, uma vez que 
não é natural e normalmente depende de políticas de Estado para que seja acelerado. 
 
COMENTÁRIO 
Obviamente, existe uma série de acontecimentos que podem ser 
desencadeados naturalmente a partir do crescimento econômico 
que favorecem o desenvolvimento. O crescimento econômico 
gera empregos e renda, o que aumenta o consumo, o bem-estar, 
eleva a arrecadação de impostos e todos os índices que medem 
o desenvolvimento podem melhorar, gerando uma tendência ao 
progresso. 
Ao pensarmos no complexo contexto brasileiro, que envolve dimensões 
continentais e disparidades sociais gigantescas, seria necessário um período de 
crescimento econômico de quanto tempo para naturalmente equilibrarmos 
socialmente o país? 
Muito difícil responder a essa pergunta, mas apesar da lógica desse raciocínio, fica claro 
que, havendo o crescimento econômico, é preciso política de Estado que promova o 
desenvolvimento, com investimentos em infraestrutura que favoreçam tanto a população 
diretamente quanto gerem condições de sustentação para o crescimento econômico. Por 
infraestrutura, entende-se saneamento, escolas, hospitais, estradas, portos, aeroportos, 
habitação etc. 
45 / 53 
 
Já podemos responder à pergunta positivamente, mas com ressalvas: 
 
RESPOSTA 
As inovações tecnológicas implantadas pela Engenharia 
promovem o crescimento econômico, criando todas as 
condições para o desenvolvimento do país, desde que haja 
política de Estado adequada a este propósito. 
Como podemos relacionar a Engenharia ao desenvolvimento? 
Vimos que o mundo evoluiu ao longo da história e os países foram se desenvolvendo com 
mais ou menos sucesso, de acordo com as inovações tecnológicas que implantavam. 
Vamos pensar em uma missão hipotética de desenvolver o Brasil. 
Segundo o nosso raciocínio, precisamos criar condições que favoreçam o surgimento das 
inovações tecnológicas. 
Quais são os nossos pontos fracos? 
• Precisamos muito de engenheiros, de profissionais de informática, de pesquisa 
científica nas áreas de Física, Química e Biologia e de pesquisa aplicada em 
Engenharia e TI; 
• Precisamos de políticas que favoreçam a inovação; 
• Precisamos de cultura empreendedora e de políticas de incentivo. 
 
PENSE NISSO 
Muitos profissionais só pensam em emprego ou concurso. Os 
dois estão escassos e não possuem o potencial transformador 
da inovação. Quem emprega um engenheiro? Essa resposta é 
fácil: Outro engenheiro. Se inundarmos o mercado de 
engenheiros, precisaremos de muitas pequenas empresas de 
sucesso. 
Como podemos iniciar esse processo? 
O começo e a sustentação certamente passam por uma revolução na educação que deve 
ser iniciada no ensino fundamental. E quem não é criança? Nós que não somos mais 
crianças temos que nos adaptar para sobreviver. Lembre-se de que em um mundo 
dinâmico e de grandes mudanças, o sucesso está bem mais próximo da capacidade de 
adaptação do que da força. 
46 / 53 
 
Diante de uma visão macro, a Engenharia nos dá 3 grandes áreas de atuação dentro de 
cada habilitação (ambiental, civil, computação, controle e automação, elétrica, mecânica,petróleo, produção, química, telecomunicações etc.): 
1 
Projeto de produtos, 
sistemas e processos 
produtivos. 
2 
Atuação no ciclo de vida do 
empreendimento, inclusive 
em sua gestão e 
manutenção. 
3 
Atuação na formação de 
novos engenheiros. 
Por enquanto, ainda não podemos formular a resposta, mas já sabemos que 
precisamos reunir condições que favoreçam a formação maciça de profissionais 
ligados à tecnologia para que possamos promover conhecimento e inovação. 
 
SAIBA MAIS 
Algum país já fez isso com sucesso? 
Sim, a Coreia do Sul investiu massivamente na formação e teve 
um retorno espetacular em tempo reduzido. 
Talvez você já esteja até pensando em inovar, mas logo vem à cabeça a figura do inventor, 
daquela pessoa genial que cria algo que vai revolucionar o mundo. No entanto, não é por 
aí. 
Em primeiro lugar, somos ou seremos engenheiros. Enquanto as pessoas fogem dos 
problemas, eles são a nossa razão de ser, e caso não tenhamos nenhum problema a ser 
resolvido, estaremos perigosamente sem serviço, principalmente nesses tempos de 
inteligência artificial. 
 
É necessário ter em mente que cada problema representa uma oportunidade, e 
que um mesmo problema pode ser atacado de forma diferenciada, dependendo de 
características regionais, seja por soluções inéditas ou por aperfeiçoamentos ou 
adaptações. 
 
47 / 53 
 
Acho que agora já conseguimos formular uma resposta. 
 
RESPOSTA 
Devemos inundar o país de profissionais competentes, criativos, 
inovadores e empreendedores para que, a partir de uma 
atmosfera propícia à inovação tecnológica, seja possível de fato 
gerar e operar o desenvolvimento do país. Como não poderia 
deixar de ser, trata-se de uma parceria entre a população e o 
Estado com um objetivo comum. De qualquer forma, antes dessa 
parceria acontecer, temos que fazer nossa parte e atuar com 
esse espírito. Além de ser um bom caminho para o sucesso 
individual ou de um pequeno grupo de pessoas, será mais uma 
contribuição para que a transformação global aconteça. 
Vamos continuar nossa conversa com outra visão a respeito da evolução e das inovações 
históricas que já vimos. 
ENGENHARIA SUSTENTÁVEL 
Até aqui só falamos coisas boas da Engenharia? 
Quase sempre, em mais de uma oportunidade, foi comentado o impacto ambiental gerado 
pelo processo de mineração adotado pelo Império Romano. De forma simplória, podemos 
dizer que, em uma história linda de mais de 2000 anos, maltratamos tanto o planeta em 
aproximadamente um século, que nos assustamos e reagimos. 
 
ATENÇÃO 
As soluções de engenharia muitas vezes trouxeram problemas 
novos, principalmente os relacionados aos impactos ambientais, 
antes desprezados. Normalmente, os insumos são recursos 
naturais que foram consumidos de forma quase compulsiva, 
incluindo o desmatamento pela exploração da madeira. 
A poluição atmosférica causada pela industrialização, pelos transportes e pela geração de 
energia, e a poluição dos corpos hídricos causada pela falta de saneamento, pelos 
resíduos sólidos e efluentes, a contaminação do solo e do lençol freático, todas essas 
modificações impõem um reposicionamento do equilíbrio dos sistemas do planeta, 
trazendo consequências indesejáveis a todos e que também impactam negativamente no 
desenvolvimento. 
48 / 53 
 
Os processos antigos devem ser revistos com o olhar do impacto ambiental, 
transformando-se em novas oportunidades de inovação. Os processos novos devem ter 
como variável relevante o impacto ambiental. Aspectos como consumo de energia para 
produzir um material passam a ser um atributo de valor. As questões ambientais são 
tratadas pela Engenharia cada vez com maior naturalidade pelas mudanças na formação 
acadêmica do profissional engenheiro, mas também pela atualização da legislação. 
 
PENSE NISSO 
A engenharia consegue trabalhar com novos materiais, consumir 
menos energia em seus processos, reduzir os desperdícios 
racionalizando processos, gerar energia cada vez mais limpa, 
mas não impede a ação de pessoas mal-intencionadas. Para 
isso, é preciso a ação fiscalizadora do Estado. No entanto, 
algumas vezes o próprio Estado pode estar no lado errado da 
história, assim como nos casos em que as próprias empresas 
estatais levam esgoto in natura aos corpos hídricos. 
Falamos muito até aqui de Desenvolvimento e Engenharia. Quando acrescentamos a 
temática ambiental e as questões de sustentabilidade, surgem o Desenvolvimento 
Sustentável e a Engenharia Sustentável, que merecem reflexões mais aprofundadas. 
QUALIDADE DE VIDA 
Para fecharmos nossa reflexão, vamos falar do que mais nos interessa: A 
qualidade de vida. Afinal, o que podemos esperar mais da vida do que viver bem? 
É claro que viver bem é um conceito muito relativo e individual. Todavia, a qualidade de 
vida é um parâmetro que deve ser medido para que possamos lutar para promover ações 
que possam melhorar os indicadores, sejam eles quais forem. 
A intenção de se medir é ter a possibilidade de comparação e de se implantar melhorias. 
Existe um padrão internacional que define um indicador denominado IDH (Índice de 
Desenvolvimento Humano) que permite que se chegue a um número que tem significado 
associado ao grau de desenvolvimento humano e que permite a comparação e a 
classificação dos países em 3 categorias: Desenvolvidos, em desenvolvimento e 
subdesenvolvidos. 
O IDH é calculado a partir de 3 dimensões: 
 
49 / 53 
 
1 
Expectativa de vida ao 
nascer. 
2 
PPC (PIB per capita). 
3 
Educação (relação entre 
anos médios de estudo e 
anos esperados de 
escolaridade). 
O IDH é uma composição normalizada das 3 dimensões, o que faz com que seja um 
número entre 0 e 1. O processo é muito criticado por gerar distorções. 
Em 2019, o IDH do Brasil foi 0,761, considerado alto, que coloca o Brasil em 79º lugar em 
uma lista de 189 países. 
Em um mundo cada vez mais globalizado e competitivo, a tecnologia é o maior recurso 
que um país pode ter para se reposicionar no cenário. Não há receita pronta e cada país 
deve encontrar seu caminho. Como certeza, apenas que é um processo que demora pelo 
menos de uma a duas gerações e que passa pela educação e pela engenharia. 
 
 
 
 
 
(Fonte: Uthai pr / Shutterstock) 
50 / 53 
 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. A forma adotada para se medir a qualidade de vida da população é o IDH. Tendo como 
meta aumentar o IDH, qual das ações abaixo é menos efetiva? 
a) Investir em saneamento. 
b) Ações para que todas as crianças tenham acesso à escola. 
c) Ações para reduzir a evasão escolar. 
d) Oferta de crédito para aumento do consumo. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa D está correta. 
a) O investimento em saneamento melhora em muito a questão da saúde e, 
consequentemente, a expectativa de vida. 
b) Crianças em idade escolar fora da escola impactam fortemente o indicador relação 
entre anos médios de estudo e anos esperados de escolaridade. 
c) Diminuir a evasão eleva a relação entre anos médios de estudo e anos esperados de 
escolaridade, pois aproxima os números. 
d) O incentivo ao consumo pela facilidade do crédito estimula a produção porque as 
vendas aumentam, mas o efeito é localizado e provoca o endividamento das famílias, 
tornando esta opção a menos efetiva dentre as fornecidas. 
 
 
 
 
 
51 / 53 
 
2. Para que o Brasil experimente um período de desenvolvimento econômico relevante e 
sustentável, precisamos, entre outras coisas, investir em inovação tecnológica para nos 
tornarmos mais competitivos no mundo globalizado. Das opções abaixo, em qual delas há 
menos necessidade de investimento? 
a) Oportunidades para inovação (temas). 
b) Cultura empreendedora. 
c) Educação. 
d) Legislação. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa A está correta. 
Como foi visto, a Engenharia é a solucionadora de problemas, de forma que cada 
obstáculo pode ser visto como uma oportunidade de inovação. Se o engenheiro possuir o 
olhar crítico para os problemas da sua região, oportunidades não faltarão.A Universidade 
deve ser o elo entre as novas tecnologias e os problemas da sociedade. 
Todas as outras alternativas exigem investimentos e tempo de retorno, pois: 
• Mudar a cultura empreendedora pode custar mais de uma geração; 
• Melhorar a educação exige mais tempo ainda; 
• Mudar a legislação tributária e com possibilidades de incentivo a novas empresas 
também exige tempo e recursos. 
 
 
 
 
 
 
52 / 53 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Vimos o papel da Engenharia na construção da civilização ocidental até o processo 
evolutivo da industrialização atual e sua importância como agente estratégico de 
desenvolvimento de um país. 
Assim, podemos concluir que a Engenharia e o desenvolvimento são indissociáveis e que 
os desafios são infinitos. 
Que isso sirva como elemento motivador e de orgulho para que, ao longo de toda a 
formação e atuação profissional, todos tenham uma postura ativa diante das 
oportunidades de aprendizagem e de transformação da sociedade. 
REFERÊNCIAS 
ABMES. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia. In: 
ABMES, Brasília, 2019. 
AGOSTINHO, M.; AMORELLI, D.; BARBOSA, S. Introdução à Engenharia. Rio de Janeiro: 
Lexicon, 2015. 
BURNS, E. M. História da Civilização Ocidental: Do homem das cavernas até a bomba 
atômica– O drama da raça humana. Rio de Janeiro: Globo, 1975. 
FIRJAN. Indústria 4.0. In: Firjan. Rio de Janeiro, 2016. 
HOLTZAPPLE, Mark T.; REECE, W. Dan. Introdução à Engenharia. Rio de Janeiro: LTC, 
2006. 
INDÚSTRIA40. Agenda brasileira para a Indústria 4.0. In: Indústria40, Brasília (s.d.). 
INSTITUTO DE ENGENHARIA. Indústria 4.0 pede engenheiro empreendedor e 
comunicativo. In: Instituto de Engenharia, São Paulo, 2018. 
MOTA, R.; FLORES, R. Z.; SEPEL, L.; LORETO, E. Método Científico & Fronteiras do 
Conhecimento. Santa Maria: Cesma, 2003. 
MOTA, R.; MACHADO, L.; DE PAULA, S. M. Bases Físicas para Engenharia. Rio de Janeiro: 
SESES, 2015. 
SACOMANO, J. B. et al. Indústria 4.0: Conceitos e fundamentos. São Paulo: Blucher, 2018. 
53 / 53 
 
VOLPATO, Neri (org.). Manufatura aditiva: Tecnologias e aplicações da impressão 3D. São 
Paulo: Blucher, 2018. 
VERASZTO, E. V. et al. A Engenharia e os Engenheiros ao Longo da História. Brasília: 
Cobenge, 2003. 
ZANINI, A. Sistemas cyber-físicos e cidades inteligentes. New York: Developer Works- 
IBM, 2015. 
EXPLORE+ 
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste tema, assista: 
Inteligência Artificial – IBM, Discovery Brasil. 
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste tema, leia: 
• História dos engenheiros e da Engenharia ‒ VERASZTO, E. V. et al. A Engenharia e os 
Engenheiros ao Longo da História. Brasília: Cobenge, 2003. 
• Indústria 4.0 ‒ FIRJAN. Indústria 4.0. In: Firjan. Rio de Janeiro, 2016, 
INDÚSTRIA40. Agenda brasileira para a Indústria 4.0. In: Indústria40, Brasília (s.d.), 
INSTITUTO DE ENGENHARIA. Indústria 4.0 pede engenheiro empreendedor e 
comunicativo. In: Instituto de Engenharia, São Paulo, 2018. 
• Sistemas Ciber-Físicos ‒ ZANINI, A. Sistemas cyber-físicos e cidades 
inteligentes. New York: Developer Works- IBM, 2015. 
CONTEUDISTA 
Luiz Gil Solon Guimarães

Continue navegando