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Hospitalização na Velhice - Cuidados Paliativos - resumo

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Sabrina Feitosa DE Sousa 
 
Vivência de Internação 
Hospitalar 
“O idoso tende a apresentar taxas de 
internação hospitalar bem mais elevadas do 
que as observadas em outros grupos 
etários, assim como uma permanência 
hospitalar mais prolongada” (AMARAL et 
al., 2004; como citado em GIACOMINI; 
WANDERLEY, 2010). 
A tentativa dos profissionais de saúde em 
serem objetivos em suas práticas pode 
resultar na invisibilidade do paciente 
enquanto sujeito (AMATUZZI, 2008; como 
citado em GIACOMINI; WANDERLEY, 2010). 
Perspectivas em Cuidados 
Paliativos 
 À título de curiosidade: 8 de outubro é o 
Dia Mundial dos Cuidados Paliativos 
desde 2005 (PESSINI; BERTACHINI, 
2005). 
Cuidar dos doentes e dos que estão 
morrendo não é uma novidade do século 
atual. Em geral, “uma profunda reverência 
e mística envolvem esses acontecimentos”. 
Normalmente, após a morte da pessoa 
querida há rituais para se despedir do ente 
querido. A importância desses rituais é 
quase unânime em todas as sociedades, 
apenas as formas de rituais e vivências de 
luto diferem (PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
Nos anos medievais, “hospice” se referia ao 
local de acolhimento para peregrinos e 
viajantes, ou seja, à uma hospedaria 
(PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
Em 1841, Jeanne Garnier (viúva e mãe 
enlutada) fundou a L'Association dês Dames 
du Calvaire em Lyon para aqueles que 
estavam em sua fase final de vida (PESSINI; 
BERTACHINI, 2005). 
Em 1834, Mary Aikenhead foi uma 
importante fundadora das Irmãs Irlandesas 
da Caridade e colaboradora direta para a 
abertura do St. Vincent Hospital. Morreu 
em 1958, passando seus últimos dias num 
convento que veio a se tornar o Our lady's 
Hospice em 1879 (PESSINI; BERTACHINI, 
2005). 
No fim dos anos 1890, Rose Hawthorne, nos 
Estados Unidos, fundou o Servas do Alívio 
do Câncer Incurável junto com outras 
mulheres. Após a morte de seu marido, 
tornou-se religiosa e, já como Madre 
Afonsa, fundou as Irmãs Dominicanas de 
Hawthorne que, por sua vez, fundaram o St. 
Rose's Hospice em Manhattan e outros 
hospices espalhados pelos Estados Unidos. 
O primeiro hospice norte-americano foi 
estabelecido em New Haven, Connecticut, 
em 1794 (PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
Essas mulheres, mesmo não se 
conhecendo, foram pioneiras nos cuidados 
paliativos, em particular para os pobres pois 
suas organizações eram de caráter 
filantrópico e religioso. Desempenharam 
um papel importante para o 
desenvolvimento da área após a 2ª Guerra 
Mundial (PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
No século XX, a Medicina Ocidental passou 
por diversas mudanças importantes, como 
o surgimento de novas áreas, novos 
tratamentos e um interesse maior na cura e 
reabilitação. Nesse contexto, o fim da vida 
que era vivido, predominantemente, em 
seio familiar passou a ser vivido em 
hospitais. Os pacientes sem perspectiva de 
cura e/ou que estavam no fim da vida eram 
sinônimos de falha médica (PESSINI; 
BERTACHINI, 2005). 
No Reino Unido, no início dos anos 50, o 
foco foi em pessoas no fim da vida que 
Hospitalização na Velhice Hospitalização na Velhice 
 
 
 Sabrina Feitosa DE Sousa 
 
estavam quase invisíveis para a medicina. 
Por outro lado, nos Estados Unidos a 
medicalização do morrer passou a ganhar 
força (METZGER; KAPLAN, 2011; como 
citados em PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
Aqui podem se destacar quatro marcos 
importantes para os cuidados paliativos: 
1. questões sobre cuidados paliativos foram 
inseridos formalmente na literatura; 
2. com uma nova visão sobre os pacientes 
em fase terminal, surgiram novos estudos 
sobre o tema, como até que ponto o 
paciente deve saber sobre sua morte 
iminente; 
3. o abandono da postura neutra para uma 
postura crítica e ativa, buscando novas 
formas de cuidado para o paciente próximo 
à morte e em relação aos enlutados; e 
4. o novo conceito de sofrimento, 
considerando os estados mentais 
relacionados ao estado físico, trouxe 
desafios para as práticas médicas (PESSINI; 
BERTACHINI, 2005). 
Cicely Sauders, trabalhando, inicialmente, 
no St. Joseph's Hospice em Hackney, 
Londres, desenvolveu uma nova teoria 
sobre os cuidados paliativos. Ouvindo 
relatos dos próprios pacientes sobre seu 
sofrimento e doença, ela descobriu o que 
chamou de “dor total” - uma visão sistêmica 
da dor que vai além do sofrimento físico, 
abraçando o sofrimento social, emocional e 
espiritual (PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
A partir dos anos 50, os novos surgimentos 
de tipos variados de remédios 
possibilitaram o “cuidado e administração 
da dor” (PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
A palavra “paliativo” deriva da palavra 
“pallium” do latim que significa manto, 
capote. Ressalta-se as características do 
cuidado paliativo: cuidar, diminuir a dor e o 
sofrimento de pacientes terminais ou com 
doenças degenerativas. Assim, no sentido 
etimológico, quer dizer “prover um manto 
para aquecer 'aqueles que passam frio', 
uma vez que não podem mais ser ajudados 
pela medicina curativa” (PESSINI; 
BERTACHINI, 2005). 
Os cuidados paliativos não se restringem às 
práticas em instituições, eles também 
podem ser utilizados em diferentes 
contextos (de domicílios às instituições). 
Cuidados paliativos se referem muito mais 
à uma filosofia do que uma técnica 
(PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
Hospice é um setor específico 
dentro da instituição de saúde 
destinado para as práticas do 
cuidado paliativo. Entretanto, antes 
de ser um local, hospice é uma 
filosofia do cuidado (PESSINI; 
BERTACHINI, 2005). 
Os cuidados paliativos tem início já na 
compreensão de que cada ser humano é 
único, logo, cada paciente merece cuidado 
original e único, tendo acesso aos cuidados 
médicos e novas tecnologias da saúde, de 
modo que ele possa viver melhor seu 
tempo de vida (SAUNDER,199-; como citada 
em PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
“Os cuidados paliativos foram definidos 
tendo como referência não um órgão, 
idade, tipo de doença ou patologia, mas 
antes de tudo a avaliação de um provável 
diagnóstico e possíveis necessidades 
especiais da pessoa doente e sua família” 
(PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
Antigamente, os cuidados paliativos eram 
aplicados apenas no momento em que se 
percebia a morte como próxima ou certa. 
 
 
 Sabrina Feitosa DE Sousa 
 
Atualmente, eles são empregados já no 
início, assim que se diagnostica uma doença 
progressiva, avançada e incurável 
(SEPULVEDA, 2005; como citado em 
PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
À priori, os cuidados paliativos foram 
definidos, em 1987, como medicina 
paliativa, se restringindo à prática médica 
(DOVLE et al., 2005; como citado em 
PESSINI; BERTACHINI, 2005). Com o passar 
do tempo outros profissionais se 
envolveram nessa área, fazendo com que a 
medicina paliativa se tornasse 
multidisciplinar e nomeada como cuidados 
paliativos (PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
Segundo a Organização Mundial da Saúde 
(OMS, 2002; como citada em PESSINI; 
BERTACHINI, 2005): “cuidados paliativos é 
uma abordagem que aprimora a qualidade 
de vida dos pacientes e famílias que 
enfrentam problemas associados com 
doenças ameaçadoras de vida, através da 
prevenção e alívio do sofrimento, por meios 
de identificação precoce, avaliação correta 
e tratamento da dor e outros problemas de 
ordem física, psicossocial e espiritual”. 
Esses princípios estão baseados na 
definição de cuidados paliativos da OMS em 
2002 (COUNCIL OF EUROPE, 2005; como 
citado em PESSINI; BERTACHINI, 2005): 
1. Os cuidados paliativos valorizam atingir 
e manter um nível ótimo de dor e 
administração dos sintomas. Portanto, 
os pacientes devem ter acesso a todos 
os remédios necessários 
imediatamente. 
2. Afirmam a vida e encaram o morrer 
como um processo normal. Portanto, os 
pacientes que solicitam cuidados 
paliativos não são vistos como erros 
médicos. Eles precisam dos cuidados 
para poder viver a vida de forma útil até 
o momento da morte. 
3. Não apressam nem adiam a morte. Isto 
é, os cuidados paliativos não oferecem 
garantia de mais tempo de vida, nem 
deve apressar a morte (a eutanásia ou o 
suicídioassistido não está incluído como 
parte dos cuidados paliativos). Entende-
se que a doença irá conduzir o doente à 
uma morte natural. 
4. Integram aspectos psicológicos e 
espirituais dos cuidados do paciente. 
Isto é, os cuidados não devem se 
restringir ao biológico, o espiritual, 
psicológico e social também compõem o 
indivíduo. 
5. Oferecem um sistema de apoio para 
ajudar os pacientes a viver tão 
ativamente quanto possível, até o 
momento da sua morte. Ressalta-se que 
os objetivos e prioridades são 
estabelecidos pelo paciente e que ele 
pode mudá-los a qualquer momento. 
6. Ajudam a família a lidar com a doença do 
paciente e no luto. Entende-se a família 
como uma unidade de cuidados, suas 
dificuldades e questões devem ser 
trabalhadas, bem como o luto já se inicia 
antes da morte. 
7. Exigem uma abordagem em equipe. Isto 
é, nenhuma especialidade sozinha dará 
conta dos cuidados integrais do 
paciente. 
8. Buscam aprimorar a qualidade de vida. 
Ressalta-se que a qualidade de vida é 
definida pelo paciente, o que ele quer 
fazer ou o que ele considera como 
qualidade de vida. 
 
 
 Sabrina Feitosa DE Sousa 
 
9. São aplicáveis no estágio inicial da 
doença, concomitantemente com 
modificações da doença e terapias que 
prolongam a vida. Isto é, antigamente os 
cuidados paliativos eram aplicados 
apenas para aqueles que tinham câncer 
em estágio final, atualmente eles podem 
ser aplicados para pessoas com doenças 
progressivas e incuráveis nos estágios 
iniciais. 
Saunders é conhecida como a fundadora do 
movimento Hospice. Ela fundou o St. 
Chistopher's Hospice (além de cuidados 
para os doentes, também oferece 
possibilidade de estudos e pesquisa para 
futuros profissionais e interessados nos 
cuidados paliativos), onde morreu, em 
2005, aos 87 anos. Ela começou sua carreira 
como enfermeira, assistente social e, mais 
tarde, estudou medicina com o intuito de 
cuidar dos pacientes esquecidos pela 
medicina tradicional (PESSINI; BERTACHINI, 
2005). 
Kübler-Ross (1926-2004), psiquiatra, ficou 
conhecida internacionalmente com sua 
obra Sobre a morte e o morrer, no qual 
relata os estágios que são atravessados por 
aqueles que estão no final da vida. Foi ela 
quem introduziu os estudos sobre 
Tanatologia na medicina e impulsionou os 
hospices nos Estados Unidos (PESSINI; 
BERTACHINI, 2005). 
A ética em cuidados paliativos se baseia no 
fato da pessoa em fase terminal não ser 
apenas um resíduo biológico, mas sim um 
ser humano, ainda vivo e, portanto, capaz 
de viver até o final (PESSINI; BERTACHINI, 
2005). 
Os profissionais devem evitar o tratamento 
da distanásia ou tratamento fútil e inútil. É 
preciso entender que eliminar a dor e o 
sofrimento não é a única forma de lidar com 
ele. A dor total não pode ser tratada apenas 
com medicamentos (PESSINI; BERTACHINI, 
2005). 
Beauchamp e Childress (2002, como citados 
em PESSINI; BERTACHINI, 2005) propõem 4 
princípios: respeito pela autonomia, 
beneficência, não-maleficência e justiça. 
Aplicados aos cuidados paliativos, temos: 
respeitar a autonomia do sujeito quando 
ele não quiser mais fazer parte de 
tratamentos que não curam, apenas 
prolongam o processo de morrer; respeitar 
as prioridades e objetivos dos cuidadores; 
não esconder informações sobre a condição 
de saúde do sujeito e dos familiares ou 
cuidadores (PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
A ética do cuidado e das virtudes é 
necessária em cuidados paliativos. 
1. Ética do cuidado: a ética não diz respeito 
apenas ao poder de decisão, mas 
também à qualidade das relações. 
2. Ética das virtudes: é uma crítica ao 
enfoque ético com base em decisões a 
partir do caráter, defendendo a 
relevância das ações virtuosas (PESSINI, 
2004; com citado em PESSINI; 
ERTACHINI, 2005). 
Os pacientes em cuidados paliativos têm os 
mesmos direitos que outros pacientes. 
Todavia, destaca-se que os pacientes em 
estado terminal ou doenças avançadas têm 
o direito ao melhor analgésico de dor 
disponível e ao alívio do sofrimento, 
garantindo o respeito ao grau máximo da 
sua dignidade (PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
 
 
 Sabrina Feitosa DE Sousa 
 
Geriatria e Cuidados Paliativos divergem em 
relação à morte, enquanto a primeira se 
silencia diante do tema, a outra a 
reconhece o tempo inteiro. Entretanto, em 
comum, ambas apresentam: o paciente 
como centro dos cuidados, trabalho 
multidisciplinar, visão holística do indivíduo, 
paciente e família são unidades de 
cuidados. Ambas também têm como 
prioridade oferecer qualidade de vida, 
avaliação regular para identificar problemas 
de saúde precocemente e cuidados 
constantes. Ambas também não se 
restringem aos hospitais, indo ao encontro 
do paciente que necessita de cuidados 
(PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
Hoje os profissionais dos cuidados 
paliativos se preocupam também com o 
equilíbrio entre as tentativas de curas 
(quando se tem uma chance real de 
recuperação) e a não ocorrência da 
distanásia (PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
A comunicação vai além do processo de dá 
informações, envolve também trocas de 
informações, compreensão mútua, apoio, 
enfrentamento de questões difíceis e 
dolorosas e lidar com estresse emocional 
(SILVA, 2004; como citado em PASSINI; 
BERTACHINI, 2005). É necessário tempo, 
compromisso, disponibilidade para ouvir e 
compreender o outro, muitas vezes requer 
simplesmente está com o outro, numa 
presença empática pela sua dor (PESSINI; 
BERTACHINI, 2005). 
A comunicação é realizada também pelo 
não-verbal. Os pacientes exigem a verdade, 
geralmente, sobre seu estado de saúde, o 
que gera nos profissionais, a depender do 
caso, o desejo de ocultar a verdade. Apesar 
de isso acontecer com boas intenções, as 
consequências não são boas. Assim, é 
importante entender que más notícias são 
sempre más notícias, mas a forma como ela 
é dita, o quanto o paciente se sente capaz 
de confiar na equipe de saúde e em seus 
cuidadores faz toda a diferença na forma 
em que ele irá enfrentar a realidade 
(PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
Após dar uma má notícia, não se 
recomenda que continue dando 
informações adicionais porque, 
geralmente, as pessoas já não estão mais 
em condições para prestar atenção em 
outras informações enquanto compreende 
a má notícia. Quando se dá informações 
para os pacientes a respeito de seu estado 
de saúde, deve-se fazer isso com respeito, 
empatia e cuidado. Em relação à 
autonomia, o paciente precisa de 
informações verdadeiras para que possa 
tomar suas decisões, logo, é preciso que os 
profissionais de saúde avaliem sempre até 
que ponto o paciente está compreendendo 
(KOVÁCS, 2004; como citado em PESSINI; 
BERTACHINI, 2005). 
É comum que a família e o paciente se 
desentendam. Os cuidadores sentem que 
estão sendo responsáveis injustamente 
pelo cuidado do familiar doente. Além 
disso, rivalidades e desentendimentos 
antigos podem ser despertados (PESSINI; 
BERTACHINI, 2005). 
 
 
 Sabrina Feitosa DE Sousa 
 
Os profissionais de saúde podem tentar 
ajudar de modo que os familiares e 
paciente sejam honestos e compartilhem as 
informações (PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
Nesse sentido, as crianças e adolescentes 
são os que mais são excluídos do processo 
de compartilhamento de informações. Os 
responsáveis fazem isso com a intenção de 
protegê-las, entretanto, elas também 
precisam de informações e ser escutadas 
(KÓVACS, 2004; como citado em PESSINI; 
BERTACHINI, 2005). 
Assim como a comunicação entre família 
não é fácil, entre os profissionais de saúde 
a complexidade se mantém. Para fazer com 
que os profissionais entendam o ponto de 
vista do outro, estudos de casos podem ser 
de grande ajuda. É preciso que os 
profissionais estejam dispostos a trocar 
informações e opiniões (PESSINI; 
BERTACHINI, 2005). 
Espiritualidade não é apenas ser praticante 
de uma religião (PESSINI; BERTACHINI, 
2005). 
Bryson (2004; como citado em PESSINI; 
BERTACHINI, 2005) definiu 5 características 
da espiritualidade: 
1.“tendência inata em direção a um 
sentido; 
2. a dimensão espiritual expressa-se no 
âmbito temporal; 
3. a espiritualidade é uma dimensão 
transcendente; 
4. é um movimento para se conseguir 
unidade, verdade e bondade 
(compaixão); e 
5. a espiritualidade expressa-se em 
esferas, ou seja, no nível pessoal, com 
outras pessoas, no meio ambiente 
natural e na ordem não-visível”. 
Assim, Bryson define espiritualidade como 
a tendência para seguir em busca de Deus, 
uma Força Superior ou à Transcendência. O 
sentimento da transcendência dá ao 
indivíduo a sensação de pertencimento a 
algo maior. 
Segundo Puchalski e Romer (2000; como 
citado em PESSINI; BERTACHINI, 2005), a 
espiritualidade tem a ver com fé e sentido. 
A fé não está necessariamente vinculada à 
uma crença em Deus, nem à religião ou 
rituais. A fé consiste apenas em acreditar 
numa força maior. 
O sentido da vida tem a ver com acreditar 
que se está realizando um propósito e é 
menos associado à religião (PESSINI; 
BERTACHINI, 2005). 
Viktor Frankl coloca que o sentido da vida é 
um instinto humano primário motivando o 
comportamento; a vida sempre tem 
sentido em sua perspectiva, o sentido pode 
ser alterado, mas nunca cessado; as três 
principais fontes de sentido da vida são 
criatividade (trabalho, boas ações), 
experiência (arte, natureza, humor, amor, 
relacionamentos, papeis), e atitude frente 
aos problemas e sofrimento (BREITBART, 
2004; como citado em PESSINI; 
BERTACHINI, 2005). 
Os problemas existenciais inevitáveis que 
Frankl propõe são: sofrimento, morte e 
culpa por não ter desfrutado todo seu 
potencial (PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
 
 
 Sabrina Feitosa DE Sousa 
 
John Hardwing (2000; como citado em 
PESSINI; BERTACHINI, 2005) define 
“espiritual” como preocupação sobre o 
significado e valores da vida. Não está 
relacionada à crença em um ser superior ou 
na vida após morte, nem à religião. Assim, 
até mesmo os ateus ou agnósticos têm 
espiritualidade. 
Os cuidados paliativos é uma questão de 
saúde pública. Trabalha-se cuidando do 
sofrimento, dignidade, necessidades e 
qualidade de vida da pessoa em fase de 
morte iminente ou de doenças crônicas 
degenerativas. Trabalha-se também com o 
cuidado à família e aos amigos do doente, 
auxiliando também no processo do luto 
(PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
Antes do físico, os profissionais dos 
cuidados paliativos se preocupam com a 
qualidade e o sentido de vida do indivíduo 
(PESSINI; BERTACHINI, 2005). 
Fica claro que, quanto mais próximo do fim 
da vida, mais as pessoas tendem a se 
questionar sobre o valor da sua própria 
vida, podendo até mesmo enxergarem a si 
mesmas como peso para os outros. 
Entretanto, as pessoas só começam a se 
questionar sobre suas vidas se sua dor física 
estiver aliviada e seus parentes cuidando 
dela. É frustrante para o paciente se ele não 
encontrar pessoas dispostas a escutá-lo e a 
conversar com ele (PESSINI; BERTACHINI, 
2005). 
Por fim, na filosofia dos cuidados paliativos 
há o impasse entre querer diminuir o 
sofrimento, mas também não praticar a 
distanásia. 
Referências 
GIACOMINI, Talita; WANDERLEY, Kátia da 
Silva. Compreendendo o idoso e sua 
vivência de internação hospitalar. Revista 
Kairós Gerontologia, [S.L.], v. 1, n. 13, p. 
221-230, jun. 2010. Disponível em: 
https://revistas.pucsp.br/kairos/article/vie
w/4871. Acesso em: 21 set. 2021. 
 
PESSINI, Leo; BERTACHINI, Luciana. Novas 
perspectivas em cuidados paliativos: ética, 
geriatria, gerontologia, comunicação e 
espiritualidade. O Mundo da Saúde, São 
Paulo, v. 4, n. 29, p. 491-509, 28 dez. 2005. 
Disponível em: http://www.saocamilo-
sp.br/pdf/mundo_saude/32/03_Novas%20
pers.ectivas%20cuida.pdf. Acesso em: 26 
set. 2021. 
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