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Esse material foi elaborado com muito carinho e cuidado, a partir de estudos das obras de alguns dos autores mais conhecidos da educação, fontes confiáveis e sites oficiais do Governo Brasileiro. Se você está vendo essa mensagem, é por que adquiriu e confiou no meu trabalho, desde já, fico extremamente grata. Trata-se de um e-book de resumos sobre os assuntos de conhecimentos pedagógicos mais cobrados pelas bancas nos concursos para professores de Educação Infantil ou Ensino Fundamental series iniciais. Com mais de 30 mapas mentais que facilitarão a compreensão e a fixação dos conteúdos abordados, além de contribuir para a sua preparação na busca da tão sonhada aprovação. Bons estudos! Recomendações Não se limite apenas ao que será abordado neste material, busque conhecimento através de outros meios fontes também. O conteúdo desse e-book servirá como um norte a você na horas dos estudos. Não compartilhe este material com outras pessoas, você adquiriu, fará parte da sua preparação. Estou à disposição para dicas, dúvidas e feedbacks, no contato: - Email: conteudos.pedagogicos13@gmail.com - Instagram: @conteudos.pedagogicos. Apostila elaborada por Cláudia Macêdo, Pedagoga, Pós-graduanda em Alfabetização e Letramento, concurseira e administradora do IG @conteudos.pedagogicos. Sumário 1. História da educação no Brasil .......................................................................................... 1 2. Didática e organização do ensino ................................................................................... 6 3. Tendências Pedagógicas ...................................................................................................... 11 4. Planejamento educacional ................................................................................................. 16 5. Avaliação da aprendizagem ............................................................................................. 19 6. Gestão democrática ............................................................................................................. 25 7. Projeto Político Pedagógico – PPP ............................................................................... 30 8. Currículo escolar ................................................................................................................... 34 9. Função social da escola ..................................................................................................... 39 10. O papel do professor .......................................................................................................... 41 11. Formação continuada ........................................................................................................ 44 12. Relação família x escola ................................................................................................... 47 13. Relação professor x aluno .............................................................................................. 49 14. Lúdico na aprendizagem ................................................................................................... 51 15. Pilares da educação ........................................................................................................... 54 16. Interdisciplinaridade .......................................................................................................... 56 17. Educação Especial e Educação Inclusiva ................................................................ 59 18. Alfabetização e letramento ........................................................................................... 66 19. Educação de Jovens e Adultos – EJA ......................................................................... 75 20. TICs na Educação ................................................................................................................ 78 21. Bibliografia .............................................................................................................................. 83 História da educação no Brasil “ �tuvias a eivcaçãp e tvat uepsjat op cpouexup hjtuósjcp en rve surgiram, para observar a concomitância entre suas crises e as do sistema social, não significa, porém, que essa sincronia deva ser entendida como simples paralelismo entre fatos da educação e fatos políticos e sociais. Na verdade, as questões de educação são engendradas nas reações que se estabelecem entre as pessoas nos diversos segmentos da comunidade. A educação não é, portanto, um fenômeno neutro, mas sofre efeitos do jogo do qpies, qps etuas ie faup eowpmwjia oa qpmíujca.” ({saoha, 2006, q..24) Fases da educação no Brasil Período colonial ou jesuítico (1549-1759): Os primeiros jesuítas chegaram ao território brasileiro em março de 1549. Nesse período começou uma forte atuação ia “cpnqaohja ie �etvt” rve ujoha cpnp njttãp qspqagas a fé csjtuã, e com isso trouxeram também os primeiros ideais de ensino e escola, esse movimentos foi liderado por Padre Manoel da Nóbrega. 15 dias após a chegada edificaram a primeira escola elementar brasileira em Salvador, tendo como mestre o Irmão Vicente Rodrigues que foi o primeiro professor nos moldes europeus em terras brasileiras. Os estudos iniciais foram direcionados aos indígenas, justamente pela intenção de propagar a fé que confessavam, apesar de ser um trabalho de ipvusjoaçãp fpj csjaip p ipcvneoup “Qaujp Suvijpsvn” cpn a neua ie usazes, além da moral, os costumes e a religiosidade européia, os preceitos básicos pedagógicos que os jesuítas deviam usar em todo o território, para normatizar a educação. Todos os jesuítas deviam seguir os mesmos métodos ao dar a aula sobre fé cristã. Uma nova ruptura marcou a historia da educação no Brasil em 1759: A expulsão dos jesuítas por Marquês de Pombal. Se existia algo bem estruturado, em termos de educação, o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos. No momento da expulsão os jesuítas tinham 25 residências, 36 missões e 17 colégios e seminários menores e escolas de primeiras letras instaladas em todas as cidades onde havia casas da Companhia de Jesus. Essa foi uma ruptura histórica num processo já implantado e consolidado como modelo educacional. Período pombalino (1760 – 1808): Os jesuítas foram expulsos em razão de radicais diferenças de objetivos com os interesses da Corte. Enquanto os jesuítas preocupavam-se com o proselitismo e o noviciado, Pombal pensava em reerguer Portugal da decadência que se encontrava diante de outras potências européias da época. Além disso, Lisboa passou um terremoto que destruiu parte significativa da cidade e precisava ser reerguida. O reflexo disso tudo nas aulas foi que passariam a seguir preceitos das “}asuat ségjat” rve usazjan pt cpoueúipt rve iewesjan tes etuviaipt. Nette período também foi instituído o estado laico e o ensino publico. Tudo isso pode parecer democrático, porém, negros e mulheres não tinham acesso à educação, enquanto homens brancos, estudavam nas escolas religiosas ou iam estudar na Europa. Quando Portugal percebeu que a educação no Brasil estava estagnada, cpnp tpmvçãp jotujuvjv p “tvbtíijp mjuesásjp” qasa naovueoçãp ipt eotjopt primário e médio. Esse subsidio era uma taxação, ou um imposto sobre alguns produtos. Os professores eram mal preparados, quase não recebiam, e eram nomeados por indicação. Como resultado, no princípio do séc. XIX, a educação no Brasil estava reduzida a praticamente nada. 1 Período Joanino (Chegada da família Real no Brasil 1808-1821): No ano de 1808 a família real chega ao Brasil, como estratégia de fugir dos conflitos bélicos que estavam ocorrendo na Europa em que Portugal via a família real sendo ameaçada. Ainda não existia um sistema educacional verdadeiro no Brasil, o que tinham eram iniciativas isoladas religiosas mas que não eram sistematizadasao ponto de chamar de sistema educacional. Dom João VI, para atender suas necessidades, tomou diversas atitudes que melhoraram alguns aspectos da cultura brasileira. Abriu academias militares, jardim botânico, biblioteca real e museu real, apesar dessas melhorias a educação ainda não era tão valorizada, sua importância era secundária. Período Imperial (1822-1888): Dom João VI volta a Portugal em 1821. Em 1822 seu filho Dom Pedro I proclama a independência do Brasil e, em 1824 outorga a primeira constituição brasileira, que instituía a liberdade de ensino sem restrições, com a intenção de uma instrução primária e gratuita a todos os cidadãos. Em 1827 foi criado um projeto de lei que perdurou até 1846 que exigia e garantia a criação de escolas de primeiras letras em todas as cidades e vilarejos do Brasil, propunha ainda a escola para meninas. Em 1834, um ato adicional alterou a constituição, onde ficou a cargo das províncias um ensino elementar, secundário e de formação dos professores, a cargo do poder central ficou apenas o ensino superior.. Graças a isso em 1835 surge a primeira Escola Normal do país, em Niterói, essas escolas focavam no aspecto da formação de professores e capacitação para a educação básica, pois acreditava-se que os professores da época não tinham preparação para a prática docente. Essas instituições inseriram a mulher no ensino superior. Outras fundação marcante dessa época foi o Colégio Dom Pedro II em 1837. Primeira república (1889-1930): A república proclamada adotou o modelo político americano baseado no sistema presidencialista. Na organização escolar percebe-se a influencia da filosofia positivista O ensino secundário era apenas um preparatório para se ingressar no ensino superior. Embora seja comum hoje em dia uma faixa etária para cada série, oarvema éqpca uvip esa “kvoup e njtuvsaip” joieqeoieoue ia jiaie, qpsen, a partir da primeira republica houve a divisão em séries de acordo com a idade chanaip ie “eotjop tesjaip”. As décadas de 1920 a 1930 wjsan tvsgjs p npwjneoup “etcpmaopwjtua”, a Escola Nova vinha de uma inspiração liberal democrática, teve grande influencia no Brasil pois houveram reformas educacionais inspiradas nestes preceitos. O ideal da escola nova era o de libertar o aluno da tutela do adulto para o colocar sob a tutela da sua consciência moral. Era Vargas (1930-1945): Em 1930 foi criado o ministério dos negócios, da educação e da saúde publica. O escolanovismo continuou a ganhar força centrada na valorização de jogos e exercício, ou seja, atividades que favorecessem a motricidade e a percepção do estudante. Em 1932 um grupo de educadores lança a nação o Manifesto os Pioneiros da Educação Nova, redigido por Fernando de Azevedo e assinado por outros conceituados educadores da época. Em 1934 a nova constituição dispõe, pela primeira vez, que a educação é um direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos poderes públicos enfatizando o ensino pré vocacional e profissional. 2 As conquistas do movimento renovador, influenciando a constituição de 1934, foram enfraquecidas na nova constituição de 1937 que refletia tendências fascistas. Esse período marcou uma distinção entre o trabalho intelectual, para as classes favorecidas, e o trabalho manual, enfatizando o ensino profissional para as classes mais desfavorecidas. Em 1942, por iniciativa de Gustavo Capanema, são reformados alguns ramos do ensino. Estas reformas receberam o nome de Leis Orgânicas do Ensino, e são compostas por decretos-lei que criam o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, valorizando o ensino profissionalizante. Republica Populista (1946-1963): Em 1946 o Brasil passou a ter uma nova constituição de cunho liberal e democrático. Esta nova constituição, na área da educação, determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primário e dá competência à União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional. Além disso, a nova constituição fez voltar o preceito de que a educação é direito de todos, inspirada nos princípios proclamados pelos Pioneiros, no Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, nos primeiros anos da década de 30. Nesse período também iniciou os primeiros trabalhos de Paulo Freire com alfabetização, desenvolvendo um método que partia dos saberes do estudante para esse processo. Essa didática propunha alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos; Em 1962 é criado o Conselho Federal de Educação, que substitui o Conselho Nacional de Educação e os Conselhos Estaduais de Educação e, ainda em 1962 e criado o Plano Nacional de Educação e o Programa Nacional de Alfabetização, pelo MEC, inspirado no método Freiriano. Era Militar (1964-1985): Em 1964 o Brasil assinou um acordo com os Estados Unidos fazendo com que o Brasil passasse a ter um caráter e uma formação muito mais tecnicista. Em 1969 a disciplina educação moral e cívica passou a ser obrigatória em todos os níveis de ensino. Neste período deu-se a grande expansão das Universidades no |satjm. �, qasa acabas cpn pt “exceieouet” (arvemet rve tiravam notas suficientes para serem aprovados, mas não conseguiam vaga para estudar), foi criado o vestibular classificatório. Em 1967, para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL. Esse movimento preocupava-se tão somente em fazer seus alunos aprender a ler e escrever sem se preocupar com a sua formação. Os técnicos do MOBRAL afirmavam que o método empregado era fundamentado no aproveitamento das experiências significativas da clientela. Na era militar a disciplina de filosofia foi extinta dos currículos, enquanto as de historia e geografia estavam unidas na disciplina de estudos sociais no ensino primário. Em meados de 1985, o ensino profissionalizante deixou de ser obrigatório. Retomada Democrática (1986 aos dias atuais): A educação teve um grande destaque na constituição de 1988. Em 1990 foi organizado o Saeb – Sistema de avaliação da educação básica, que é composto por duas avaliações: a ANEB e a ANRESC, conhecida como prova Brasil. As duas são realizadas a cada 2 anos com foco em português e matemática e questionários socioeconômicos. Em 1996 foi criado a última versão da Lei de Diretrizes e Bases da Educação e também o FUNDEF, garantindo verbas para o Ensino Fundamental sendo substituído depois pelo FUNDEB, que garantiu que estados e municípios deviam reservar um percentual para serem gastos com educação e destes 60% com pagamentos de professores. Além de tudo isso, foram criados também os Parâmetros Curriculares Nacionais, Exame Nacional do Ensino Médio, Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, Diretrizes Curriculares Nacionais, Plano nacional de educação, Base Nacional Comum Curricular, documentos estes criados na busca por uma educação de mais qualidade. 3 História da educação no Brasil Período Colonial (1549-1759) - Atuação forte dos jesuítas da companhia de Jesus. - Pe. Manoel da Nóbrega coordenou a primeira missão. - Estudos iniciais dirigidos aos indígena com o objetivo de difundir a fé cristã. – Procedimentos pedagógicos orientados pelo Ratio Studiorium. Período Pombalino (1760-1808) - Expulsão dos jesuítas. - Instituído o estado laico. – Aulas seguiam os preceitos das cartas régias. – Negros e mulher não tinham acesso à educação. – Subsídio literário (imposto). – Educação estagnada. Período Joanino (chegada da família real 1808-1821) - Não existia sistema educacional. – D. João VI abriu academias militares, jardim botânico, biblioteca real, e museu real. – A educação continuou tendo importânciasecundária. – Ainda não tinha universidades no Brasil. Período Imperial (1822-1888) - A constituição de 1824 manteve o princípio da liberdade de ensino. – Instrução primária gratuita a todos os cidadãos. – 1ª lei elementar em 1827, determinando a jmplantação ie “escolas ie primeiras letras em todas as cidades e vilarejos do Brasil. – Em 1824, ato adicional havendo reforma no ensino para formação de professores sob responsabilidade de cada província. – 1ª Escola Normal, em Niterói, focada na capacitação para a educação básica. Parte 1 Início 4 História da educação no Brasil Parte 2 Primeira república (1889-1930) - Seguindo o modelo americano de presidencialismo. - Influência do positivismo na educação. – O ensino secundário preparava para o superior. – Turmas “mjsturaias” independente da idade do alunos. – Surgimento do escolanovismo com inspiração liberal democrática. Era Vargas (1930-1945) - Criado o Ministério dos Negócios, da Educação e Saúde Publica. – Escolanovismo ganhou força, com foco em desenvolver a motricidade e a percepção do aluno, e estimular o interesse da criança. – Nova constituição dispondo que educação é direito de todos. – Na déc. de 20 existiam universidades como a do RG e a de MG. Em 1934, surgiu a USP. – Criação do SENAI em 1942 (ensino profissionalizante) – Trabalho intelectual (ricos) Trabalho manual (pobres). República populista (1946-1963) - Nova constituição de cunho liberal democrático implanta- do a gratuidade para o ensino primário e na sequência dos estudos para que comprovasse a baixa renda. – Primeiras discussões sobre LDB. – Primeiras experiências de Paulo Freire com seu método de alfabetização. – Criado o Conselho Federal de Educação, Plano Nacional de Educação e Programa de alfabetização. Era Militar (1964-1985) - Criação do MOBRAL. – Filosofia retirada do currículo, história e geografia dentro da disciplina de estudos sociais. – Escola Normal foi extinta. – Ensino profissionalizante deixou de ser obrigatório. – Formação baseada na tendência tecnicista. Retomada Democrática (1986 até hoje) - Educação com grande destaque na Constituição Federal de 1988. – Criado o SAEB em 1990 e em 1995 a Criação do Conselho Nacional de Educação – CNE. – Lei de Diretrizes e Bases da Educação em 1996. – FUNDEF organizado pelo lei 9.424/96, substituído posteriormente pelo FUNDEB, para que os Estados e municípios apliquem parte das suas receitas na educação. – Publicados os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs em 1998 – Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM criado em 1998, que depois passou a ser utilizado como vestibular. – Diretrizes Curriculares Nacionais – DCNs criadas em 2012 – Base Nacional Comum Curricular – BNCC criada em 2016 5 Didática e organização do Ensino A didática (Origem do grego: Techné didaktiké), estuda o processo de ensino no seu conjunto, isto é, a atividade do professor e dos alunos visando o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas e operativas destes mediante a assimilação consciente e ativa de conhecimentos e habilidades. Essa parte da pedagogia se ocupada dos métodos e técnicas de ensino destinados a colocar em prática as diretrizes da teoria pedagógica. O educador Jan Amos Komenský (Comenius) é reconhecido como pai da didática moderna e um dos maiores educadores do séc. XVIII. Os elementos da ação didática são: O professor O aluno A disciplina O contexto da aprendizagem As estratégias metodológicas O grande desafio da didática na atualidade é superar a uma dimensão técnica, propondo alterações na maneira de agir e pensar do docente. A didática aborda a arte do ensino, provendo as bases para que os professores possam trabalhar as situações de aprendizado em sala de aula. (Gatti, 2010) Apresenta 4 grupos de concepções associadas aos estudos em educação, enquanto campos de investigação que tem por objeto ações educacionais, considerando essas ações no campo da sua localização nas realidades social e escolar. 1- Perspectiva técnico-instrumental: A educação é encarada como conjunto de métodos, técnicas e procedimentos para o ensino, portanto, na didática, existem ordenações de organização e gestão. 2- Perspectiva lógico-cognitiva: Tem como foco as teorizações sobre questões associadas ao ensino das disciplinas. 3- O ponto de vista do sujeito que aprende: Investiga os processos de apropriação dos saberes e se apóia basicamente na proposta epistemológica genética ou teoria psicogenética propostas por Jean Piaget, ou nas referências de Vygotsky. 4- Pensar as ações educativas: Criar conceitos fecundos na relação teoria- prática e produzir conjuntos instrumentais ancorados em uma reflexão sobre suas utilizações e suas finalidades, em contextos complexamente considerados. Esta posição expressa a idéia de que o conhecimento em educação nasce da prática e com a prática deve a ela retornar. A didática e o Currículo No começo, a didática e currículo se desenvolveram de forma paralela, sem a interferência de uma no campo da outra, referindo-se cada uma a conteúdos, sujeitos e finalidades diferentes. A partir dos anos 60 foi que o currículo começou a formar parte do campo da didática, alternando-se sua incumbência segundo predominava uma forma ou outra de entender a educação e a didática. O eofprve cvssjcvmas há ie anqmjas p “rve”, p “qpsrve”, p “qasa rve” e, em que condições há que levar-se a cabo o ensino, mas sempre colocando no centro o aluno. 6 Para que serve a didática? “ { ijiáujca exqsetta vna qsáujca qeiagógjca rve iecpsse ia semaçãp básica do sistema capitalista num momento histórico determinado. Portanto, as formas como as classes sociais se relacionam vão se materializar em técnicas, processos, tecnologias, inclusive processos pedagógicos que se realizam através ie vna cesua semaçãp qeiagógjca.” (Masujot, 1998, q. 23) Para ensinar, é necessário que o professor pesquise o assunto a ser retratado, se atualizando diante dos conteúdos propostos em sala de aula. A didática colocada em prática serve de base para um conjunto de mudanças significativas que requerem profissionais não só inventivos, mas que tenham olhos abertos para a realidade da qual fazem parte. A didática serve como instrumento de inspiração e criatividade, fazendo-o compreender o processo de ensino em suas múltiplas determinações, para articulá-lo à lógica, aos interesses e necessidades da maioria da clientela presente nas escolas hoje, propondo também reflexões sobre a prática e formas de organização voltados aos interesses da atual organização da escola, suas políticas implícitas na seleção de conteúdos, objetivos, métodos, técnicas, recursos e avaliação para o ensino, conforme o Projeto Político Pedagógico de cada escola. O objetivo fundamental da didática e ocupar-se das estratégias de ensino, das questões práticas relativas à metodologia e das estratégiasde aprendizagem. Metodologias de ensino A metodologia constitui o estudo dos métodos, é o conjunto das ações de investigação das diversas ciências. A metodologia pode ser compreendida no âmbito geral considerando os diversos métodos: Os tradicionais, os ativos, da descoberta e da solução de problemas. Os métodos de ensino são as ações do professor por intermédio das suas atividades com os estudantes, procurando atingir os objetivos do trabalho docente, considerando um contexto específico. Métodos individualizados de ensino - Aula expositiva : Apresentação oral de um tema estruturado. Por ser dialógica, a mensagem do professor é simples pretexto para desencadear a participação, pesquisa, discussão e debate. - Estudo dirigido: A proposta é fazer com que os estudantes estudem a partir de um roteiro elaborado pelo professor. - Centro de interesse: Percebe a educação como manutenção e conservação da vida. Seguido por alguns princípios como auto-educação. Métodos socializados de ensino - Uso de jogos: Atividade física ou mental, organizada por um sistema de regras, é natural do ser humano inserindo-se na ludicidade humana e estimulando-a - Dramatização: Representação pelos estudantes de um fato ou fenômeno, de forma espontânea ou planejada. - Trabalho em grupo: Oportunidade para o dialogo, a troca de idéias e informações. - Estudo de caso: Apresentação de uma situação real aos estudantes dentro do assunto estudado, para que analisem e proponham soluções. 7 - Estudo do meio: Essa técnica permite o estudo de forma direta, tem o objetivo de facilitar a construção do conhecimento e permitir a troca de idéias e informações. Métodos socioindividualizados de ensino Método da descoberta: Propõe aos estudantes uma situação de experiência e observação para que formulem por si conceitos e princípios. Método da solução de problemas: Propõe ao estudante uma situação problemática para que ele crie uma situação satisfatória. Métodos de projetos: Desenvolve o raciocínio aplicada à vida real, buscando soluções e integração do pensamento, sentimento e ação dos educandos a partir da realidade, a globalização do ensino. Unidades temáticas: Organização e desenvolvimento do ensino por meio de unidades amplas, significativas e globalizadas de conhecimentos. Metodologias ativas de aprendizagem As metodologias ativas propõem um protagonismo maior do aluno, ou seja, eme qasujcjqa aujwaneoue iette qspcettp, fvocjpoaoip ie vna mógjca “fpsa ip usaijcjpoam”, etta neupipmpgja qspnpwe najt avupopnja op amvop e cpmabpsa para uma aprendizagem mais rápida e eficaz. Algumas dessas abordagens de ensino são: - Problematização: Após uma exploração do conteúdo de forma tradicional e expositiva, os alunos são desafiados a resolver um problema colaborando entre si para encontrar uma solução. - Aprendizagem baseada em projetos: Nessa abordagem o aluno também recebe uma espécie de desafio a ser solucionado, a partir dos recursos que considerar necessários. Essa abordagem é considerada um dos métodos mais adequados para a preparação dos alunos como futuros profissionais. - Sala de aula invertida: Essa abordagem inverte a forma pela qual os alunos terão contato com os conteúdos, em comparação ao método mais tradicional. Muito mais voltada para a autonomia e liberdade, essa abordagem se volta para a absorção dos conteúdos em outros espaços, como a própria casa, por exemplo, substituindo a monotonia das aulas expositivas. - Aprendizagem em times: Esse tipo de abordagem gira em torno da formação de grupos que serão orientados pelo professor dentro da atividade proposta. A proposta é o compartilhamento, seja de idéias, hipóteses ou conteúdos, para que, partindo de pontos de vista distintos, se possa ter uma visão ampla da atividade, assim como maiores possibilidades de aprendizagem. Também temos como metodologias ativas: O Ensino Híbrido, Gamificação, Aprendizagem entre pares, etc. 8 Didática É a arte do ensino. Jan Amos Komenský (Comenius) “Paj ia ijiátjca” Elementos da ação didática: O professor, O aluno, A disciplina, O contexto e Os métodos. É um instrumento para entender o processo de ensino, para articulá-lo à lógica, interesses e necessidades da clientela. Do grego Techné didaktiké, estuda o processo de ensino no seu conjunto. Se ocupa dos métodos e técnicas de ensino 4 campos de investigação das ações educacionais: (Gatti,2010) 1- Perspectiva técnico instrumental 2- Perspectiva lógico-coginitiva 3- O ponto de vista do sujeito que aprende. 4- Pensar as ações educativas O currículo começou a fazer parte da didática, a partir dos anos 60, com enfoque de ampliar o ensino, e colocar o aluno como o centro. Serve de base para um conjunto de mudanças significativas que requerem profissionais atentos à realidade da qual o contexto escolar faz parte. 9 Métodos de ensino Conjunto de ações de investigação das diversas ciências. Ação do professor para atingir os objetivos da docência. Métodos individualizados: - Aula expositiva. – Estudo dirigido. – Centro de interesse. Métodos Socializados: - Uso de jogos. – Dramatização. – Trabalho em grupo. – Estudo de caso. – Estudo do meio. Metodologias ativas: Propõem um protagonismo maior do aluno. É “fora io traijcjonal”. Promove a autonomia e uma aprendizagem rápida e eficaz. Tipos: - Problematização. – Aprendizagem baseada em projetos. – Sala de aula invertida. – Aprendizagem em times. – Ensino hibrido. – Gamificação. – Aprendizagem em pares. Métodos socioindividualizados: - Método da descoberta. – Solução de problemas. – Método de projetos. – Unidades temáticas. 10 Tendências pedagógicas “A prática escolar consiste na concretização das condições que asseguram a realização do trabalho docente. Tais condições não se reduzem ao estritamente "pedagógico", já que a escola cumpre funções que lhe são dadas pela sociedade concreta que, por sua vez, apresenta-se como constituída por classes sociais com interesses antagônicos. A prática escolar assim, tem atrás de si condicionantes sociopolíticos que configuram diferentes concepções de homem e de sociedade e, consequentemente, diferentes pressupostos sobre o papel da escola, aprendizagem, relações professor-aluno, técnicas pedagógicas etc. Fica claro que o modo como os professores realizam sou trabalho, selecionam e organizam o conteúdo das matérias, ou escolhem técnicas de ensino e avaliação tem a ver com pressupostos teórico-metodológicos, explícita ou implicitamente”. (LIBÂNEO, Livro: Democratização da escola publica) As tendências pedagógicas surgiram a partir dos diferentes pensamentos filosóficos. Os autores em geral, classificam as tendências em dois grupos: as de cunho liberal e as de cunho progressista, vejamos: Tendências liberais “A pedagogia liberal defende a proposta de que a escola tem por função preparar os educandos para o desempenho de papéis sociais, atendendo às suas aptidões individuais. Para que isto ocorra, os indivíduos precisam aprender a adaptar-se aos valores e às normas que normatizam a sociedade de classes, através do desenvolvimento da cultura individual.” (LIBÂNEO, 1986). Apesar de passar a impressão de algo livre, não tem nada a ver com isso. A pedagogia liberal sustenta a idéia de que o aluno deve ser preparado para viver em harmonia com as normas do tipo de sociedade que Libâneo destacou no parágrafo acima. As tendências liberais são: - Tradicional: Sendo a primeira instituída no Brasil,essa tendência tem o professor como autoridade maior, onde os alunos são apenas receptores, onde aprendem por meio seu próprio esforço. Muitas vezes são utilizados meios como a apresentação de objetos, ilustrações, exemplos, mas o meio principal é a palavra, a explicação oral. “ O professor é a figura central do processo educativo. Ele se apresenta como o detentor da autoridade, exigindo dos estudantes uma atitude receptiva, passiva, controlando opressivamente os processos de comunicação na sala de aula. As ações do ensino estão centradas em aulas expositivas e transmissão oral dos conteúdos pelo docente, atendendo a uma sequência predefinida e a um rigoroso e inflexível controle do tempo.” (LUCKESI, 1994). Exemplos de autores: Comenius, Emile Durkheim - Renovadora progressista: Foi a segunda a aparecer no cenário da educação brasileira. Essa vertente centraliza-se no aluno, o professor é apenas um facilitador. “O qspcettp ie eotjop qspcvsa pfeseces cpoijçõet fawpsáwejt ap avupieteowpmwjneoup ip ijtceoue e etujnvmas a tva cvsjptjiaie” (S{V�{N�, 1985). O professor deve organizar e coordenar as situações de aprendizagem, procurando adaptar permanentemente as suas ações às características individuais dos discentes. {t neupipmpgjat vujmjzaiat tãp qps nejp ip “aqseoies fazeoip”., e uanbén vujmjzan qetrvjta e tpmvçãp ie qspbmenat. Exemplos de autores: Piaget, Decroly, Montessori, Dewey. - Renovadora não-diretiva: Assume como princípio norteador de valorização do indivíduo enquanto um ser livre, ativo e social. O centro da atividade escolar não pode ser caracterizado enquanto ensino no professor, ou mesmo nos conteúdos disciplinares. 11 Nessa tendência, os métodos comuns são dispensados, o educador é um facilitador onde pesquisa os meios para que a aprendizagem ocorra. “O professor deve para isso motivar os estudantes, despertando neles a busca pelo conhecimento e o alcance das metas pessoais e de aprendizagem.” (LIBÂNEO, 1986). Exemplo de autor: Carl Rogers. - Tecnicista: A prática pedagógica nessa tendência revela-se extremamente controlada e dirigida, com atividades mecânicas no âmbito de uma proposta educacional rígida e passível de ser programada em detalhes pormenorizados. O aluno deve acumular conteúdos na mente através de associações. O papel da escola objetiva modelar o comportamento humano, para produzir pessoas com habilidades para o mercado de trabalho. O professor administra os conteúdos e é visto como um técnico qe garante a eficiência do ensino e o aluno recebe informações passadas e propõe uma aprendizagem baseada no desempenho. “A educação escolar funciona como modeladora do comportamento, oportunizando ao mercado de trabalho, indivíduos tecnicamente competentes.” (LUCKESI, 1994) Exemplos de autores: Skinner, Bloom, Gagné, Mager. Tendências Progressistas O termo "progressista" é usado para designar as tendências que, partindo de uma análise crítica das realidades sociais, sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação. (Libâneo) A pedagogia progressista se divide em três tendências. Veja como caracterizam-se. - Libertadora: O principal autor dessa tendência é Paulo Freire, essa pedagogia une a educação à luta de organização de classe do oprimido. Para Freire o saber mais importante é a de que o indivíduo é oprimido, ter a consciência da realidade que vive. A escola deve ser valorizada como instrumento de luta das camadas populares, oportunizando o acesso ao saber historicamente acumulado pela humanidade, filtrado pela realidade social na qual o estudante está inserido. A aprendizagem ocorre por meio da troca de experiência em torno da prática social. A relação professor x aluno é horizontal, de igual para igual. Os conteúdos de ensino são designados de temas geradores e resultam da problematização da prática vivida pelos estudantes, da qual se deve distanciar para poder ter as condições para analisar criticamente. O importante não é a transmissão de conteúdos específicos, mas despertar uma nova forma da relação com a experiência vivida. - Libertária: A tendência libertária busca transformar a personalidade dos alunos no sentido libertário e autogestionário (Sempre que vir a palavra autogestão nas provas, ligue a tendência libertária). Enfoca a livre expressão, o contexto cultural, a educação estética. Ela recusa qualquer forma de poder ou autoridade. Por isso procura conduzir a relação professor-estudante no sentido da não-diretividade, considerando a ineficácia e a nocividade dos métodos que transformam o docente em objeto. As matérias são colocadas mas não exigidas. A escola instituirá, com base na participação grupal, mecanismos institucionais de mudança (assembleias, conselhos, eleições, reuniões, associações etc.). Exemplos de Autores: Celestin Freinet, Miguel Gonzales Arroyo. 12 - Crítico-Social dos conteúdos ou histórico-crítica: Aqui a prioridade é focar os conteúdos no confronto com as realidades sociais, e enfatizar o conhecimento histórico. O estudante, por intermédio de sua experiência imediata num contexto cultural, participa na busca da verdade, ao confrontá-la com os conteúdos e modelos apresentados pelo professor. Os métodos da pedagogia crítico-social dos conteúdos não partem de um saber artificial, depositado a partir do exterior, nem do saber espontâneo. Eles devem estabelecer uma relação direta entre a experiência já construída e confrontada com o seu saber vivenciado nos conteúdos propostos pelo professor. O assumir de novos paradigmas, só será possível com a introdução explícita pelo professor dos novos elementos de análise a serem aplicados criticamente à prática do estudante, num processo em que se procura a unidade entre teoria e prática. O professor é apenas um mediador, entre o saber e o aluno onde a aprendizagem ocorre por meio do esforço. Exemplos de autores: Mário Manacorda, Georges Snyders, Demerval Saviani. 13 Tendências Liberais Defende a proposta de que a escola tem a função de preparar os alunos para o desempenho de pais sociais. (Libâneo, 1986). As tendências liberais são as (Tradicional, Renovadora progressivista, Renovadora não-diretiva e Tecnicista) Tradicional - Conteúdos: Conhecimentos herdados e transmitidos pelos adultos. – Professor: Autoridade maior. – Alunos: Meros ouvintes. – Métodos: Exposição, demonstração verbal, memorização e repetição. Renovadora progressivista: - Conteúdo: Experiências vivenciadas, situações – problema. – Professor; É um facilitador – Alunos: São o centro. – Métoios: Atjvos, “Aprenier fazenio”, trabalho em grupos, resolução de problemas e propor situações. Tecnicista: - Conteúdos: Preparação técnica do aluno, responder adequadamente ao sistema social e ao mercado de trabalho. – Professor: Administrador, técnico que garante a eficiência do ensino. – Aluno: Acumula conteúdos através de associações, é um ser que responde. – Métodos: Baseados no desempenho, instrução programada, planejamentos, abordagem sistêmica. Renovadora não-diretiva: - Conteúdo: Incentivo para que os alunos busquem por si mesmos o próprio conhecimento. – Professor: Facilitador e autêntico. – Alunos: São responsáveis pela busca dos conhecimentos e alcance das metas pessoais de aprendizagem.– Métodos: Terapêutico, técnicas de sensibilização, melhoria do relacionamento interpessoal. 14 Tendências Progressistas Partem de uma análise crítica das realidades sociais, sustentam de forma implícita as finalidades sociopolíticas da educação. As tendências progressistas se dividem em três: Libertadora, Libertária e a crítico-social dos conteúdos. Libertadora: - Conteúdos: Têm caráter político, a realidade do aluno é ponto de partida para a ação educativa. – Professor: Coordena atividades, favorece a aproximação da consciência. – Alunos: Sujeitos ao ato do conhecimento. – Métodos: Diálogo, trabalho em grupo, discussão de temas sociais e políticos. Libertária: - Conteúdos: Emerge dos interesses do aluno, não são pré- determinados. – Professor: É orientador e catalisador do processo, um conselheiro à disposição do aluno. – Alunos: Livre em uma relação baseada na não-diretividade. – Métodos: Autogestão da experiência em grupo. Os conteúdos ficam à disposição mas não são exigidos. Organização e execução do trabalho. Crítico-Social dos conteúdos: - Conteúdos: São escolhidos a partir de bens culturais da humanidade, com funções formativas e instrumentais. – Professor: Mediador e intervencionista. – Alunos: Confronta suas experiências com os conhecimentos selecionados pelo professor. – Métodos: Participativo e fundamentado no saber universal; Vinculo entre teoria e prática. 15 Planejamento educacional “Pmaoekas é psgaojzas açõet, jiéjat e jofpsnaçõet, tva fvoçãp é facjmjuas p usabamhp uaoup qasa p qspfettps cpnp ip amvop.” (Mpseuup,2007) Existem três dimensões que se tornam um ponto crucial para organizadores no processo de planejar, na qual precisam ser concretizadas no planejamento: a realidade, a finalidade e o plano de ação. Para Celso Vasconcellos (1995), ensinar sem planejar é impossível pelo fato que o ato de planejar é inerente ao ser humano. No caso do processo de ensino e aprendizagem é necessário ser planejado com responsabilidade, intencionalidade e qualidade. Sem perder de vista as intenções mencionadas no ato de planejar, que são antecipadas as ações para alcançar os objetivos. O planejamento possibilita e permite à escola e ao professor, organizar antecipadamente a ação didática, possibilitando atender mais facilmente aos objetivos desejados, superar as dificuldades, evitar a improvisação, aumentar a economia de tempo e eficiência na ação. Pra se compreender ainda melhor o que é planejamento, é preciso saber diferenciá-lo de plano pois é muito comum confundir estes termos, pois apesar de estarem ligados, eles tem funções diferentes. Planejamento: É uma direção para todo o processo educacional, em que se determina grandes urgências, as prioridades, ordena e determina todos os recursos e meios necessários para a consecução de grandes finalidades, metas e objetivos da educação. Planos: São o desdobramento do planejamento, onde devem ser sistematizadas as ações e princípios que sustentam as ações. Ora, se planejamento é organizar as ações, o plano será guia para a execução dessas ações e se configura, portanto, num registro escrito apresentado sob a forma de um documento. Todo planejamento resulta em um plano. Para Libâneo, o planejamento é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social. Os principais requisitos para o planejamento são: os objetivos e tarefas da escola democrática, que é aquela que possibilita a todas as crianças a assimilação de conhecimentos científicos e o desenvolvimento de suas capacidades intelectuais. De acordo com Gandin (2001, p.83), é impossível enumerar todos os tipos e níveis de planejamentos necessários à atividade humana. Vamos ver, então, os mais essenciais para a educação: Planejamento Educacional Também conhecido como planejamento do sistema da educação, corresponde ao planejamento da educação em âmbito nacional, estadual e municipal, ele elabora, incorpora e reflete as políticas educacionais e prevê a estrutura e o funcionamento do sistema educacional. O Planejamento Educacional tem como resultado o Plano Nacional de Educação (PNE), onde é descrito as 20 metas para os próximos 10 anos. Planejamento Escolar Pode ser chamado também de planejamento da escola. São as ações sobre o funcionamento administrativo e pedagógico da escola, que necessita da participação da comunidade escolar. É realizado no início do ano na qual são reunidos gestores, coordenadores, docentes para planejarem os próximos dias. Também conhecida como semana pedagógica, onde são discutidas as normas 16 da escola, a organização administrativa, o calendário escolar, os projetos para o ano letivo e a revisão do Projeto Político Pedagógico. Planejamento Curricular É o da organização dinâmica escolar, um instrumento que sistematiza as ações escolares do espaço físico às avaliações de aprendizagem. }pofpsne (Vatcpocemmpt, 1995, q.56) “É vn qspcettp ie upnaia ie decisões sobre a dinâmica da ação escolar do alunp” É constituído pelas diversas áreas de ensino: as disciplinas, os fundamentos pedagógicos e os processos de avaliação nos vários níveis dos seus componentes. Seu objetivo é orientar o trabalho do professor. Esse trabalho é uma das tarefas mais difíceis, pois apesar de sua complexidade deve ser desenvolvido em um ano letivo. BNCC, DCNs, PCNs, são exemplares que orientam as escolas com o objetivo de garantir aos estudantes conhecimentos necessárias para se tornarem cidadãos conscientes e responsáveis na sociedade. Planejamento de Ensino Envolve a organização dos educadores durante o processo de ensino, integrando professores, coordenadores e alunos na elaboração de uma proposta de ensino, que será projetada para o ano letivo e constantemente avaliada. “É vn qspcettp ie iecjtãp tpbse a auvaçãp cpocseua ipt qspfettpset op cotidiano de seu trabalho pedagógico, envolvendo as ações e situações em cpotuaoue jouesaçõet eouse qspfettps e amvopt e eouse pt qsóqsjpt amvopt” (Padilha, 2001, p.33) São os planos de ensino, que geralmente os professores fazem no início do ano, planejando aquilo que vai ensinar durante o ano letivo. Planejamento de aula Organiza as ações referentes ao trabalho na sala de aula. É aquele que o professor prepara para desenvolver a aprendizagem de seus alunos coerentemente articulado com o Planejamento curricular, com o planejamento escolar e com o planejamento de ensino. Já o Plano de aula é forma como o professor vai trabalhar para executar e desenvolver essas ações propostas no planejamento de aula, em um dia letivo. “O qmaoekaneoup é vn qspcettp jojouessvqup, qspcettvam, psgaojzaips ia conquista prazerosa dos nossos desejos onde o esforço, a perseverança, a ijtcjqmjoa tãp asnat ie mvua cpujijaoa qasa a nviaoça qeiagógjca” (Maiameoa Freire) A finalidade de planejar é permitir que se pense previamente no que se quer e no que se pode fazer, em função da criança com que se trabalha e da sociedade em que se vive e se quer viver. 17 Planejamento educacional 3 dimensões cruciais para o processo de planejar: - Realidade; - Finalidade; - Plano de ação; Requisitos para planejar: Objetivos e tarefas de uma escola democrática. Diferenças entre - Planejamento: Direção para todo o processoeducacional. - Plano: Desdobramento do planejamento (execução das ações). Deve ser flexível. Deve estar ligado à avaliação. O que é: “Processo ie racjonaljzação e coorienação ia ação iocente.” (Libâneo) Para quê serve: - Organizar idéias e informações; - Permite a escola e ao professor, organizar antecipadamente a ação didática; - Organiza o trabalho e o processo educativo; - Transforma idéias em realidade; - Momento de pesquisa e de reflexão; Tipos: Planejamento educacional - Em âmbito nacional, estadual ou municipal. – Prevê a estrutura e o funcionamento do sistema educacional. Ex.: Plano Nacional de Educação Planejamento Curricular - Organiza a dinâmica escolar, sistematiza ações escolares, e orienta o trabalho do professor. Ex.: BNCC Planejamento de ensino - Organização dos educadores durante o processo de ensino. É uma proposta projetada para o ano letivo. Ex.: Semana pedagógica Planejamento de aula - Organização das ações referente ao trabalho em sala de aula. Ex.: Plano de aula Planejamento escolar - Participam a escola e a comunidade escolar. – São ações sobre o funcionamento administra- tivo e pedagógico da escola. Ex.: PPP 18 Avaliação da aprendizagem A avaliação é uma atividade processual que norteia o trabalho do professor. Esse processo deve ser valorizado por todos os atores educacionais que nele estão envolvidos: Gestão, docentes, estudantes, pais e responsáveis, para que se alcance o melhor desempenho de todos. Avaliar deve criar possibilidades para o estudante compreender os seus limites na construção do conhecimento, valorizando suas verdades, interesses e autonomia. Se a escola é o lugar da construção da autonomia e da cidadania, a avaliação dos processos, sejam eles das aprendizagens, da dinâmica escolar ou da própria instituição, não deve ficar sob a responsabilidade apenas de um ou de outro profissional, é uma responsabilidade tanto da coletividade, como de cada um, em particular. Avaliar serve também como reflexão sobre o grau de qualidade de todo o trabalho pedagógico. É algo complexo, não se resume a aplicação de provas para atribuição de notas. O objetivo é diagnosticar como a escola e o professor estão contribuindo para o desenvolvimento dos alunos. A avaliação é uma atividade orientada para o futuro. Avalia-se para tentar manter ou melhorar nossa atuação futura. Essa é a base da distinção entre medir e avaliar. Medir refere-se ao presente e ao passado e visa obter informações a respeito do progresso efetuado pelos estudantes. Avaliar refere- se à reflexão sobre as informações obtidas com vistas a planejar o futuro. Portanto, medir não é avaliar, ainda que o medir faça parte do processo de avaliação. Avaliar a aprendizagem do estudante não começa e muito menos termina quando atribuímos uma nota à aprendizagem. A educação escolar é cheia de intenções, visa a atingir determinados objetivos educacionais, sejam estes relativos a valores, atitudes ou aos conteúdos escolares. - Vejamos o que diz alguns autores sobre a avaliação: “O aup ie awamjas, iewjip a etuas a teswjçp ia pbueoçãp ip nemhps resultado possível, antes de tudo, implica a disposição de acolher a realidade cpnp ema é.” (Lvcletj, 2005) “{wamjaçãp é vna ijiáujca oecettásja e qesnaoeoue ip usabamhp ipceoue, rve iewe acpnqaohas qattp a qattp p qspcettp ie eotjop e aqseoijzagen.” (Libâneo, 2017, p.301) “A avaliação deve ser pensada no âmbito de uma didática. Nessa perspectiva, cabe ao professor integrar a avaliação à sua pratica didática através de uma nova proposta que implique necessariamente na modificação dessas práticas, ou seja, o professor deverá compreender que o progresso do estudante só poderá ser percebido quando comparado com ele mesmo: Como estava? Como está? As ações desenvolvidas entre as duas questões compõem a avaliação.” (HADJI, 2001). “{ awamjaçãp é vna sefmexãp ip qspcettp eivcaujwp rve absaoge amvop e professor. Os dados coletados são mensurados em quantitativos e qualitativos.” (Libâneo, 2017) Como base na última citação, veja a diferença entre uma avaliação quantitativa e uma avaliação qualitativa: _ Avaliação quantitativa: É aquilo que se pode medir por meio de notas e informações. É classificatória e representada por dados numéricos. - Avaliação qualitativa: É aquilo que não se pode medir. O processo de ensino- aprendizagem é observado de forma continua e global. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, a avaliação deve compreender o ensino oferecido, a atuação do professor, o desempenho 19 do aluno, a estrutura da escola, as ferramentas auxiliares promovidas no ensino e a metodologia utilizada. (No inciso V alínea e) do artigo 24 A lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996 recomenda flexibilidade nos assuntos sobre a avaliação no âmbito escolar. Essa flexibilidade envolve a contínua prevalência dos aspectos de qualidade sobre os de quantidade, sobretudo na aplicação dos resultados das provas finais. Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguintes regras comuns: [...] V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado; d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos (BRASIL, 1996). O que é abordado na lei não são notas, mas registros de acompanhamento das atividades dos alunos. Demonstra que avaliação contínua e cumulativa é diária, transparente e diagnóstica. Princípios da avaliação Os princípios básicos norteadores da avaliação são: Integralidade: Deve perceber o estudante como um todo e considerar todos os envolvidos no processo. Funcionalidade: Relaciona a avaliação aos objetivos educacionais. Orientação e direção da prática escolar: Sem assumir um caráter excludente. Sistematicidade: Deve ser planejada e integrar todo o trabalho educativo. A avaliação, como parte de uma ação coletiva de formação dos estudantes, ocorre, portanto, em várias esferas e com vários objetivos e funções. Funções da avaliação Fique atento a essas funções, que mudam de acordo com alguns autores, e sempre caem nas provas. Os conceitos a seguir são uns dos mais cobrados pelas bancas dos concursos, veja quais são as principais funções da avaliação: Diagnóstica: Realiza-se no início do ano letivo, do semestre/bimestre. Direciona o trabalho do professor, verificando os conhecimentos prévios dos alunos. Formativa: Ocorre ao longo do ano, identifica dificuldades que precisam ser corrigidas, possibilita um feedback para reorientar o planejamento do professor. 20 Somativa: Realizada no final do processo, classificando os alunos quanto ao nível de desenvolvimento. Emancipatória: Assegurar às instituições, o caráter educativo da avaliação que se revela como meio de revisão das ações do professor, práticas de ensino, interação com os estudantes, de modo que tome decisões com maior conhecimento de causa. Comparativa: Usada para verificar se os alunos dominam um tópico do conteúdo. É aplicada durante ou depois de auma aula e abrange uma parte do material. Na visão do autor Libâneo, a avaliaçãotem 3 funções: Pedagogica-didática: Para ajudar na compreensão acerca do alcance dos objetivos educacionais. Diagnóstica: Para apresentar os avanços e regressos dos alunos, junto a atuação do professor. Controle: Para verificação de qualificação dos resultados escolares, permitindo o diagnostico das situações didáticas. As avaliações podem ocorrer de maneira formal ou informal, veja como: Avaliação Informal: Quando os alunos não sabem que estão sendo avaliados. Leva em conta todos os fatores anteriormente ditos junto ao fator \"integralidade-aluno\",aborda as necessidades reais do aluno e trabalha para melhorá-las. Avaliação Formal: Formada por instrumentos de avaliação como: provas, trabalhos, tarefas, etc. Avaliação x Tendências pedagógicas O papel da avaliação também está presente em cada prática pedagógica: - Pedagogia liberal Tradicional: A avaliação na abordagem tradicional é realizada, predominantemente, visando exatidão da reprodução do conteúdo comunicado em sala de aula e tem a função classificatória. Escola Nova: Valoriza os aspectos afetivos, e prioriza o desenvolvimento individual do aluno. Tecnicista: A avaliação neste sentido comportamentalista está diretamente ligada aos objetivos estabelecidos. Essa avaliação consiste de uma pré- testagem dos conhecimentos prévios dos estudantes. - Pedagogia progressista Libertadora: Tem caráter coletivo. O modelo que mais se enquadra nesta prática de educação é a avaliação em grupo e a autoavaliação. Libertária: Não há avaliação. Histórico-crítica: Ela tem caráter formativo, pois é voltada para a formação do estudante em sua totalidade, para o desenvolvimento de suas capacidades que são construídas socialmente e no próprio processo de aprendizagem. 21 Avaliação da aprendizagem - É processual; - Norteia o trabalho do professor; - Possibilita reflexão sobre o grau de qualidade do trabalho pedagógico; - Não termina quando se atribui uma nota; - Identifica a contribuição da escola para o aprendizado dos alunos; - Fortalece e capacita a tomada de decisões; - Assegura um ambiente de continua transformação. Objetiva atingir metas educacionais relativo a valores, atitudes ou conteúdos. Para os PCNs, deve compreender o ensino, a docência, o desempenho do aluno, estrutura escolar, ferramentas e metodologias. Avaliação quantitativa - Notas e informações; - Classificatória; Avaliação qualitativa - Contínua e global; - Não se atribui notas; Segundo a LDB – Art. 24 Inciso V. a avaliação deve ser: - Contínua e cumulativa; - Aspectos qualitativos sobre os quantitativos; - Possibilidade e avanços nos estudos, cursos, ou séries; - Aproveitamento de estudos concluídos com êxito; - Obrigatoriedade de estudos de recuperação; Pode ocorrer de maneira formal ou informal. Princípios norteadores - Integralidade; - Funcionalidade; - Orientação e direção da prática escolar; - Sistematicidade; Funções - Diagnóstica; - Formativa; - Somativa; - Emancipatória; - Comparativa; Para Libâneo, a avaliação se classifica em 3 funções: Pedagógica-didática, Diagnostica, e de controle. 22 Avaliação Mediadora (Jussara Hoffman) Jussara Hoffmann (2014, p.26), defende uma nova compreensão de awamjaçãp rve exjge ip qspfettps vna “... cpoceqçãp ie csjaoça, ie kpwen e ie adulto como sujeitos do seu desenvolvimento, inseridos no contexto de sua seamjiaie tpcjam e qpmíujca”. }pofpsne a sefesjia avupsa, oetta ijneotãp educativa, os erros e dúvidas dos estudantes são considerados como momentos significativos e impulsionadores da ação educativa. Lpgp, qasa �pffnaoo (1995, q. 20), “awamjas é ijoanjzas pqpsuvojiaiet ie ação-reflexão, num acompanhamento permanente do professor, que incitará o amvop a opwat rvetuõet [...] a qasujs ie setqptuat rve etue waj fpsnvmaoip”. A avaliação mediadora se opõe ao paradigma classificatório e quantitativo, esse conceito defendido pela autora, também é frequentemente cobrado nos concursos. Veja as características: Segvoip a avupsa, cpssjgjs oãp é awamjas, jouesqseuas é awamjas. “O qspbmena na análise quantitativa é a arbitrariedade que confere poder ao professor. Não sou contra a nota, mas números não me falam das pessoas e nem do que elas etuãp aqseoieoip”. (�offman, 2014) “O rve te qseueoie jouspivzjs oa awamjaçãp neijaipsa é a qestqecujwa ia ação avaliativa como uma das mediações pela qual se encorajaria a reorganização do saber. Ação, movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa. Professor e aluno buscando coordenar seus pontos de vista, trocando idéias, reorganizando- at”. (�pffnao, 1991, q.67) Princípios da avaliação mediadora Oportunizar momentos de expressão de idéias; Diversificar tarefas: individuais e em grupo; Oportunizar discussão dos alunos a partir de situações-problema; Ponto de partida para a ação educativa; Registros de avaliação devem ser transformados em anotações significativas sobre o acompanhamento do aluno. A autora ressalta que o princípio da avaliação deve incluir, que o conhecimento humano visa sempre o futuro, tende a evoluir e se superar. Assim, procura não apenas compreender, mas promover ações em benefício dos educandos e das escolas. (Hoffman, 2001) 23 Avaliação mediadora Esse tipo de avaliação exige do professor uma concepção de criança, de jovem e de adulto como sujeitos do seu desenvolvimento, inseridos no contexto de sua realidade social e política. É oposto ao paradigma classificatório e quantitativo. Para a autora, corrigir não é avaliar, interpretar é avaliar. Jussara Hoffman “ O problema ia análjse quantitativa é a arbitrariedade que confere poier ao professor.” Princípios Registro de avaliações devem ser transformados em anotações significativas sobre o acompanhamento do aluno Oportunizar momentos de expressão de idéias. Diversificar tarefas: Individuais ou em grupo. Oportunizar discussão dos alunos a partir de situações e problemas. Ponto de partida para a ação educativa. “avaljar é ijnamjzar oportunjiaies ie ação- reflexão, num acompanhamento permanente do professor, que incitará o aluno a novas questões [...] a partir de respostas que este vaj formulanio”. 24 Gestão Democrática A gestão democrática escolar é um espaço de articulação das ações desenvolvidas no ambiente escolar, que pressupões a participação efetiva dos vários segmentos da comunidade escolar: Pais, Professores, Estudantes e demais funcionários. O foco está em desenvolver os conceitos e as formas de administrar a educação de forma que possibilite a escola criar novos padrões de organizar a gestão garantindo o efetivo ensino e a significativa aprendizagem. “Gestão da educação significa ser responsável por garantir a qualidade ie vna neijaçãp op tejp ia qsáujca tpcjam gmpbam” (S{V�{N�, 1996, q. 120) Gestão democrática na Lei de Diretrizes e Bases da educação 9.394/96 Os princípios e incumbências que regem a gestão democrática darão uma base para a discussão dos problemas que ocorrem na escola. Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) 9.394/96 está explicito os princípios que norteiam a gestão democrática. Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I - elaborar e executar sua proposta pedagógica; II- administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento; VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola; VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; (Redação dada pela Lei nº 12.013, de 2009) VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de 30% (trinta por cento) do percentual permitido em lei; (Redação dada pela Lei nº 13.803, de 2019) IX - promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência, especialmente a intimidação sistemática (bullying), no âmbito das escolas; (Incluído pela Lei nº 13.663, de 2018) X - estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nas escolas. (Incluído pela Lei nº 13.663, de 2018) XI - promover ambiente escolar seguro, adotando estratégias de prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência de drogas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; III - zelar pela aprendizagem dos alunos; IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento; 25 V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade. Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público. Os artigos 12 a 15 defendem que a gestão democrática do ensino público fundamental é amparada na autonomia pedagógica e administrativa das escolas, com a elaboração de ações por todos os membros envolvidos na escola, incluídas práticas sociais que possam contribuir para a consciência democrática e a participação popular no interior da escola. A gestão democrática vai planejar suas ações na área educativa propriamente dita da escola, definindo as linhas de atuação em função dos objetivos das comunidades e dos alunos, propondo metas a serem atingidas, onde o diretor é auxiliado nessa tarefa pela comunidade escolar. Gestão democrática na Constituição Federal de 1988 Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade. VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos 26 Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) A Constituição Federal declara como princípios do ensino a igualdade de condições de acesso e permanência com oferta de uma escola com um padrão de qualidade que possibilite a todos brasileiros cursar uma escola com boas condições de funcionamento e de competência educacional, em termos de pessoal, material, recursos financeiros e projeto pedagógico, que lhes permita jieoujfjcas e sejwjoijcas a “etcpma ie rvamjiaie cpnvn” ie ijsejup ie upipt pt cidadãos (ARELARO, 2005, p.37). Importância da gestão democrática nas escolas É importante garantir métodos coletivos de participação e tomada de decisões assertivas para as diversas situações apresentadas. A gestão escolar dos sistemas de ensino e de suas escolas constitui uma dimensão e um enfoque de atuação na estruturação organizada e orientação da ação educacional que objetiva promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições estruturais, funcionais, materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos sócios educacionais. (LUCK, 2006, p.26) A Gestão Democrática deve ser transparente e garantir a implementação de políticas educacionais comprometidas com a qualidade do ensino. Contudo, não se pode pensar em Gestão Democrática sem a participação, presença e comprometimento da comunidade. Sendo assim, os instrumentos que possibilitam a efetivação da Gestão Democrática são as Instâncias Colegiadas. Para que estas participem das discussões e decisões da escola, é preciso que a equipe diretiva informe e divulgue as ideias e ações, com transparência, para toda a comunidade escolar. As Instâncias Colegiadas - APMF, Conselho Escolar, Grêmio Estudantil e Conselho de Classe - são organizações compostas por representantes de todos os segmentos da comunidade com o objetivo de auxiliar o diretor na função de Gestor Escolar, nas decisões e encaminhamentos para solucionar os problemas do cotidiano da escola, mas tendo como objetivo principal a busca pela melhoria da qualidade no processo ensino e aprendizagem. Como implementá-la na escola É preciso dar a oportunidade de participação, pois não há gestão democrática sem a vivência do exercício de participação e de tomada de decisões por todos. É necessário ter em mente que a democratização da gestão educacional não ocorrerá sem uma compreensão mais ampla da função política e social da escola, lócus privilegiado da educação sistematizada, e da sua importância no processo de transformação da sociedade, à medida que ela se compromete cpn a fvoçãp ie “preparar e elevar o indivíduo ao domínio de instrumentos culturais, intelectuais, profissionais e políticos” (QO~Q��U�S, 1987, q. 43). Pilares da gestão democrática 1- Gestão pedagógica: Planejamento de conteúdos e métodos relacionados à educação. 2- Gestão administrativa: Parte responsável por cuidar da estrutura da escola garantindo seu funcionamento. 3- Gestão financeira: Incumbido de pelas finanças da instituição, viabilizar recursos e equilibrá-los. 27 4- Gestão de pessoas: É realizada em 3 instâncias -> A supervisão que atua diretamente com professores, os orientadores que mediam a resolução de problemas professor/aluno/famílias e a direção que é a articuladora de tudo, precisa estaratento a todos esses processos e participar diretamente da gestão de pessoas. 5- Gestão da comunicação: Alem de promover a comunicação entre professores, aluno e comunidade, esta ligada a gestão de pessoas como forma de evitar ou minimizar problemas. 6- Administrar o tempo em tarefas do cotidiano, resolver janelas de horários, falta de professores, conflitos escolares e problemas do dia-dia escolar. Papel do gestor escolar O foco da atuação do gestor escolar tem como orientação principal coordenar a elaboração coletiva da ação educacional e pedagógica da escola. O gestor escolar coordena juntamente com o coordenador pedagógico, ações relativas à: Organizar e coordenar as atividades de planejamento e a elaboração do Projeto Político Pedagógico (PPP); Dar assistência pedagógico-didática aos professores no auxilio à organização das atividades adequadas às necessidades dos educandos; Efetivação das atividades de rotina como: reuniões pedagógicas, conselhos de classe, escolha do livro didático, diagnostico de aprendizagem, material didático necessário as aulas; Acompanhar a aprendizagem dos estudantes, definir quais expectativas devem ser atingidas pelas turmas; Divulgar os objetivos da escola, apresentar resultados a comunidade escolar; Elaborar o calendário escolar; Definição do tempo escolar e constituição das turmas; Fortalecer a relação escola-comunidade; Promover a formação continuada dos docentes e do pessoal técnico- administrativo. A visão do gestor educacional deve estar além dos muros da escola numa forma de situar o cenário real na perspectiva de projetar a escola ideal. Deve estar além dos padrões considerados normais numa perspectiva de desafiar sempre o novo, saindo um pouco do espaço burocrático inserindo mais na área pedagógica. A forma de administrar a educação constitui-se num fazer coletivo, no processo diversificado e múltiplo onde várias falas têm direito a voz definindo o padrão da educação de qualidade para todos. (BORDIGNON, G.; GRACINDO, R. V. 2004) Mas, se a transformação da autoridade no interior da escola for entendida como uma quimera, se a participação efetiva das camadas trabalhadoras nos destinos da educação escolar for uma utopia no sentido apenas de sonho irrealizável, e não no sentido que falando de escola como algo que possa contribuir para a transformação social e, definitivamente, devemos deixar cair as máscaras e as ilusões com relação à escola que aí está e partir para outras soluções, ou então cruzar os braços e esperar passivamente que os gsvqpt ipnjoaouet, qps nejp ie tvat “sefpsnat” e acpnpiaçõet” ie jouesettet, continuem nos fazendo engolir as soluções paliativas dos que os mantêm permanentemente no poder (PARO, 2005, p. 14) 28 Gestão democrática Espaço de articulação de idéias e ações desenvolvidas no ambiente escolar, conta com a participação de pais, professores, estudantes e demais funcionários. Essa participação ocorre por meio das Instâncias colegiadas. (APMF, Conselho escolar, Grêmio estudantil e Conselho de classe), que são representações de todos os segmentos. A democratização da gestão educacional não ocorre sem que haja uma compreensão mais ampla da função política e social da escola Não há gestão democrática sem a vivência do exercício de participação e de tomada de decisões por todos. O gestor é a figura que articula os diferentes braços operacionais e conceituais em relação ao plano de intenções. Nos Artigos 12 a 15 da LDB, A gestão é amparada na autonomia pedagógica e administrativa das escolas, elabora ações junto com todos os membros. Define linhas de atuação levando em consideração os objetivos da comunidades e dos alunos. Na CF/88 Art. 206 A gestão democrática é destacada como um dos princípios da educação O papel do gestor é mobilizar para que haja participação de todos na elaboração do PPP, como também, coordenar a elaboração efetiva das atividades de rotina e uma ação educacional coletiva e pedagógica na escola. A Gestão Democrática deve ser transparente e garantir a implementação de políticas educacionais comprometidas com a qualidade do ensino. Os pilares da gestão democrática: Gestão pedagógica, gestão administrativa, gestão financeira, gestão de pessoas, gestão da comunicação, administração do tempo e tarefas cotidianas. 29 Projeto Político Pedagógico – PPP Em geral, trata-se de um documento que norteia as bases de ações da instituição. Ele assume as diretrizes como compromisso de gestão escolar participativa. O PPP é uma ferramenta teórico - metodológico responsável pela organização e integração do trabalho escolar, visando à transformação dessa realidade e acreditando que cada escola irá construir suas alterações a partir de condições específicas. Sabendo-se que a maior compreensão é que o projeto pedagógico é o elemento que busca um rumo, um direcionamento para as práticas que serão desenvolvidas na escola é um instrumento que tem a responsabilidade de construção da identidade da escola. Os resultados direcionados do PPP são estudados, executados e amparados pela LDB/ 9.394/96, as leis não fazem milagres por si só, é necessário pessoas que construam suas práticas visando a democratização do espaço escolar. Esse documento não é algo que é construído e em seguida arquivado ou encaminhado ás autoridades educacionais apenas como prova de cumprimento de tarefas burocráticas, não pode ser visto como nada além de um papel guardado na gaveta. Na LDB (Lei de Diretrizes e Bases), nos artigos citados no capítulo anterior (12 a 15), destacam-se três grandes eixos diretamente relacionados à construção do projeto pedagógico: Eixo da Flexibilidade, Eixo da Avaliação e Eixo da Liberdade Considerando esses três eixos, a LDB destaca na escola um importante ambiente educativo e nos profissionais da educação uma capacidade técnica e política que os certifica a participar da elaboração do seu projeto pedagógico. Nessa perspectiva democrática, a lei estende o papel da escola diante da sociedade, coloca-a como centro de atenção das políticas educacionais mais gerais e sugere o fortalecimento de sua autonomia. Os conceitos que aparecem no próprio nome do documento também podem ser úteis para esclarecer a necessidade e o objetivo do Projeto Político Pedagógico: - Projeto: é uma reunião de propostas que têm como objetivo a realização de uma ação. Assim, essa palavra traz a ideia de futuro, que tem como ponto de partida o presente; - Político: esse termo se refere à função social das instituições de ensino. Seu significado está relacionado à possibilidade de fazer da escola um espaço emancipatório que atua na formação de cidadãos ativos na construção da sociedade; - Pedagógico: a palavra define o conjunto de métodos utilizados na educação para que cada sujeito se desenvolva de forma global. No documento, o termo faz menção a todos os projetos e atividades educacionais que são utilizados nos processos de ensino e aprendizagem. “ Nãp te cpotusój vn qspkeup ten vna direção política, um norte, um rumo. Por isso, todo projeto pedagógico é também político, o projeto pedagógico da escola é, por isso mesmo, sempre um processo inconcluso, uma etapa em ijseçãp a vna fjoamjiaie rve qesnaoece cpnp hpsjzpoue ia etcpma.” (�aiputi, 2000) Para se construir a proposta curricular de uma escola faz-se necessário seguir algumas etapas que serão de grande importância para a construção do PPP. Veja quais são as etapas: Diagnóstico da realidade escolar; Levantamento das concepções do coletivo da escola; 30 Definições de estratégias, pessoais ou grupos, visando garantir as ações. estabelecidas pelo coletivo. Essas etapas, juntas e bem consolidadas revelam-se como elemento dinâmico que contribui para criação da identidade da escola. A construção do projeto
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