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Postagem de Atividade Estruturada - Sociologia - aula 3

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ATIVIDADES ESTRUTURADAS – SEMANA 3
	NOME DA DISCIPLINA:
	 SOCIOLOGIA JURÍDICA E JUDICIÁRIA
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	CÓDIGO:
	CCJ0008
	Aluna: EDILENE ARAÚJO DOS SANTOS
	2º Período – Millôr Fernandes
	TÍTULO DA ATIVIDADE ESTRUTURADA: 
	 Fichamento dos textos PLURALIDADE DE PLURALISMOS - BREVE INCURSÃO NAS TEORIAS PLURALISTAS DO DIREITO (disponível em http://sociologiajur.vilabol.uol.com.br/rev06danielec.htm) e UM ESTUDO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE A TEORIA JURÍDICA CRÍTICA E O PLURALISMO JURÍDICO (Disponível em http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7503).  
	PRODUTO/RESULTADO:
	 1º FICHAMENTO
1 – Indicação bibliográfica: Artigo para breve incursão sobre as principais teorias Pluralistas do Direito por Daniele Comim Martins
2 – Resumo:
Existe ma uma luta de paradigmas no Direito, o dominante Monista ainda acredita ser capaz da resolver os problemas da realidade social, e esse paradigma tem sido provado por sua insuficiência. Por outro lado o Pluralismo Jurídico tem sido comprovado em sua existência pois existem várias formas de juridicidade detentoras de certa validade, legitimidade, eficácia e coercibilidade. Em termos gerais as variantes do pluralismo jurídico têm um “núcleo comum” que é a negação de que o Estado é a única fonte emanadora de normas jurídicas. As teorias pluralistas contestam qualquer forma de centralização e unificação. O pluralismo é marca constitutiva das democracias contemporâneas , representa um debate atual e de relevância. 
Embora seja o pluralismo uma marca da democracia e se busca no pluralismo um novo referencial para o social, o político e o jurídico, etc. no aspecto jurídico essa realidade não implicou em uma postura pluralista, ao contrário, com o Estado moderno o paradigma jurídico que se solidificou foi o Monista e o Estado é a única fonte de produção jurídica. Mas isso não impediu que teorias pluralistas do Direito ganhassem espaço, entretanto difícil é apontar uniformidade de princípios entre elas pois há diversidade de perspectiva e de autores.
Há vários filósofos que representam o pluralismo jurídico, podemos citar Santi Romano, Del Vecchio. Os eurupeus foram os que mais contribuíram para a construção do pluralismo jurídico. Ehrlich, George Gurvich. 
Gurvich entende que o Direito surge da própria sociedade, não necessitando do Estado, mas tão somente dos fatos normativos que lhe dão existência e força obrigatória.
Na atualidade temos o doutor em Sociologia do Direito Boaventura de Souza Santos um grande contribuidor a pluralismo jurídico que através de pesquisa realizada em favela do Rio de Janeiro que denominou “Pasárgada” constata a vigência oficial ou não de mais de uma ordem jurídica. O fundamento desse autor é de que o pluralismo jurídico se dá através da posse da terra, do direito de construção e dos conflitos daí decorrentes.
Para Miranda Rosa a formação extralegislativa com força coativa advém de associações e organizações sindicais bem como de regras e dos acordos entre grandes corporações industriais. 
A partir dos anos 60 houve um forte desenvolvimento das pesquisas de cunho antropológico do pluralismo jurídico. D Destaca-se o trabalho de John Griffiths em 1986 onde apresenta uma crítica às mais destacadas formulações do pluralismo jurídico pois não rompem com o paradigma dominante do monismo estatal, declarando que prejudica o desenvolvimento da moderna Teoria do Direito. Distingue duas modalidades de pluralismo jurídico, uma permitida pelo Estado e outra independente deste, e esse ele considera realmente verdadeiro. Existe na verdade um ordenamento paralelo ao ordenamento estatal, e a principal característica desse novo ordenamento é que desabilita a coerção como característica essencial do direito, e isso implica uma reviravolta na forma de se conceber o Direito e o Estado.
O pluralismo enquanto modelo societário, político e jurídico se fixa principalmente pelo progressivo aumento da demanda por formas de participação social democratizantes e emancipatórias. No entanto as várias teorias não conseguem esclarecer esses elementos e descrevem algumas vezes uma pluralidade jurídica somente como manifestação extra-estatal de grupos isolados com demandas relacionadas a questões classistas ou culturais. Essas não são correntes progressistas. 
O pluralismo Jurídico de Caráter Progressista tem seus fundamentos verificados empiricamente os quais rompem com a racionalidade formal e valores liberal-individualistas presentes no Monismo. Antonio Carlos Wolkmer citas descreve os cinco elementos essenciais desse Pluralismo: os sujeitos coletivos de direito representados pelos novos movimentos socais, as necessidades humanas fundamentais, a democracia participativa, a ética da alteridade e a racionalidade emancipatória. 
3 – Citações:
Uma luta subparadigmática é travada no âmbito do Direito, em que o Paradigma dominante Monista, modelo teórico positivista ou neopositivista com base liberal-burguesa- individualista  apresenta-se como se ainda fosse capaz de dar conta dos problemas que se colocam na realidade social. É neste contexto de rupturas epistemológicas que tal paradigma é posto em xeque e entra em crise por sua atual insuficiência.
Em termos gerais, todas as variantes do pluralismo jurídico têm, basicamente, um “núcleo comum”, constituído pela negação de que o Estado é a única fonte emanadora de normas jurídicas, somando-se a isto inúmeros aspectos que ora convergem e ora divergem das teorias pluralistas sociológicas, filosóficas ou políticas.
Em termos gerais, todas as variantes do pluralismo jurídico têm, basicamente, um “núcleo comum”, constituído pela negação de que o Estado é a única fonte emanadora de normas jurídicas, somando-se a isto inúmeros aspectos que ora convergem e ora divergem das teorias pluralistas sociológicas, filosóficas ou políticas.
Assim, pode-se dizer que Gurvitch entende que o Direito surge da própria  sociedade, não necessitando do Estado, mas apenas de fatos normativos que lhe dão existência e força obrigatória. Sua compreensão de Direito é global e pluralista. Nesse sentido, pontuou Arnaud que “em uma análise microsociológica, ele percebeu [Gurvitch], nas sociedade contemporâneas ‘a presença de inumeráveis centros geradores de direito logo acima do Estado... logo abaixo (...).” (tradução nossa).[19]
Por fim, a perspectiva de Antônio Carlos Wolkmer do Pluralismo Jurídico Comunitário-Participativo representa a teorização mais completa do pluralismo jurídico progressista, de caráter emancipatório no Brasil. Sua reflexão teórico-jurídica “é sumamente sugestiva, já que permite colocar bases teóricas sólidas a este fenômeno cada vez mais freqüente de juridicidades plurais” (trad. nossa)[46] e apresenta fundamentos para a construção de um novo paradigma societário do Direito, face à insuficiência e crise do paradigma dominante, não só pelo desgaste do modelo epistemológico da Dogmática Jurídica, mas também e principalmente pelos seus reflexos e conseqüente ineficácia social. Nesse sentido, a emergência de um novo Paradigma do Direito torna-se inevitável e imprescindível. É sobre ele que o próximo item se propõe a discorrer.
4 – Comentários:
Não há o que discutir, o Pluralismo Jurídico é uma realidade no Brasil, é preciso que nossos legisladores, juristas deixem de negá-lo. É preciso admitir que onde o Estado não chega surge o pluralismo. Na verdade o pluralismo se definido seu alcance será um braço do Estado em lugares que este não pode chegar, seja por falta de estrutura funcional ou por distancias geográficas. 
Texto retirado do Jornal O Globo de 04 de abril de 2007 - “Na ausência do poder público, a maior associação de moradores da favela, a União Pró-Melhoramentos dos Moradores da Rocinha, acabou se transformando numa espécie de cartório, já tendo cadastrado um terço das moradias da comunidade.  Hoje quando a uma família precisa, por exemplo, fazer um inventário, a Justiça manda ofício direto para a Associação de Moradores.”
Percebe-se que para alcançar resultados o Judiciáriojá admite o Pluralismo Jurídico, a negação de sua existência é inaceitável e prejudicial, como sempre, aos mais desfavorecidos. 
 2º FICHAMENTO
1 – Indicação bibliográfica: Teoria Crítica no Direito e sua relação com o Pluralismo Jurídico enquanto novo paradigma para o modelo jurídico brasileiro. Por Renato Toller
2 – Resumo: 
A Teoria Crítica pode ser aplicada em vários ramos das ciências humanas pois sua função é libertar o homem de toda a forma de alienação, contribuindo para a compreensão de muitas doenças sociais e para combater as teorias tradicionais e formas de positivismo científico. Com esse olhar ela tem a função de exercer a crítica das ciências, da razão e dos valores. 
A Teoria Crítica aparece no Direito no fim dos anos 60, por causa dos pensadores europeus que estudavam o Direito de modo não tradicional. Nesse período tivemos: o economicismo jurídico soviético, Stuka e Pashukanis, a releitura gramsciana da teoria marxista feita pelo grupo de Althusser, a teoria crítica frankfurtiana e as teses de Foucault sobre poder.
Nos anos 70, o movimentou ficou concentrado na França por professores universitários de esquerda, e depois na Itália com magistrados antipositivistas e politizados precursores do uso alternativo do Direito
Aqui no Brasil as discussões sobre Teoria Crítica ganharam força a partir da metade dos anos 80 graças aos críticos já citados e ainda a alguns professores de filosofia e sociologia jurídica de diversas faculdades do país. São eles Roberto Lyra Filho, Tércio Sampaio Ferraz Jr., Luiz Fernando Coelho e Luiz Alberto Warat.
A Teoria Crítica representa: a formulação teórico-prática que se revela sob a forma do exercício reflexivo capaz de questionar e de romper com o que está ordenado e oficialmente consagrado em dada formação social. Seguindo esse pensamento é possível operacionalizar práticas de pluralidade alternativa. 
Quando o órgão de jurisdição do modelo do Estado torna-se funcionalmente incapaz de acolher as demandas e de resolver os conflitos inerentes às necessidades da sociedade, é perfeitamente normal que essa sociedade institua instâncias extrajudiciais assentada na informalidade. 
O Direito não foi sempre monista, na Europa o pluralismo jurídico tem raízes no Império Romano, pois eles não impuseram rigidamente seu Direito à população conquistada, permitiam uma certa liberdade para que as jurisdições locais e estrangeiras continuassem a aplicar seu direito.
O Pluralismo jurídico está relacionado ao reconhecimento da existência de outras fontes de produção jurídica ao lado do Estado.
Aos olhos de uma Teoria Crítica reconhece-se a existência de um Direito não oficial que surge das práticas sociais, um “direito paralelo” achado na rua ou que insurgiu. Seguindo esse raciocínio o Direito é legítimo não em função da autoridade competente ou dos procedimentos do Estado para a criação das normas, mas válido porque é reconhecido pela sociedade como tal. De nada adianta uma norma do Estado formalmente válida, se os membros da sociedade civil não reconhece como legítima e não acreditam na ação das instituições do Estado. 
O principal núcleo para o qual converge o pluralismo jurídico é a negação de que o Estado seja a fonte única e exclusiva de todo o Direito. Prioriza-se a produção normativa multiforme de conteúdo concreto gerador de instâncias, corpos ou movimentos organizados semi-autônomos que compõem a vida social.
Numka leitura com teor positivista, há autores que preferem chamar “pluralismo normativo”. Pois para um positivista o pluralismo que existe é apenas normativo e não jurídico, pois as normas informais não possuem o atributo da juridicidade.
O Estado Brasileiro não consegue estabelecer um consenso e nem mesmo um diálogo com a sociedade civil especialmente com as populações excluídas, marginalizadas e oprimidas do nosso país. Nosso paradigma jurídico mostra-se ultrapassado pois o critério de legitimação de normas pelo sistema burocrático-legal do Estado é separado das práticas sociais. 
3 – Citações:
Com efeito, não há uma Teoria Crítica do Direito, mas uma Teoria Crítica no Direito, já que ela pode ser aplicada em qualquer ramo das ciências que tem como objeto o estudo do fenômeno humano e de seu mundo.
Na medida em que o órgão de jurisdição do modelo de legalidade estatal convencional torna-se funcionalmente incapaz de acolher as demandas e de resolver os conflitos inerentes às necessidades engendradas por novos atores sociais, nada mais natural do que o poder societário instituir instâncias extrajudiciais assentadas na informalidade, autenticidade, flexibilidade e descentralização.
O "monismo" parte da idéia de que o Estado é a única fonte legítima de produção normativa, descartando qualquer possibilidade de reconhecimento de outras fontes de produção jurídica.
            Basicamente, o "pluralismo jurídico" está relacionado ao reconhecimento da existência de outras fontes de produção jurídica ao lado do Estado.
4 – Comentários:
Não há o que discutir, o Pluralismo Jurídico é uma realidade no Brasil, é preciso que nossos legisladores, juristas deixem de negá-lo. É preciso admitir que onde o Estado não chega surge o pluralismo. Na verdade o pluralismo se definido seu alcance será um braço do Estado em lugares que este não pode chegar, seja por falta de estrutura funcional ou por distancias geográficas.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Estácio	Relatório de Atividades Estruturadas 	Página 1

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