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1 PROTEÇÃO CONTRA INCENDIOS E EXPLOSÕES 2 PROTEÇÃO CONTRA INCENDIOS E EXPLOSÕES 3 SUMÁRIO CONSIDERAÇÕES SOBRE INCÊNDIO E EXPLOSÃO ................................................................4 TEORIA DO FOGO ...............................................................................................................................4 TETRAEDRO DO FOGO .....................................................................................................................6 PRINCÍPIO DA COMBUSTÃO ..........................................................................................................11 QUANTO À VELOCIDADE DA COMBUSTÃO ..............................................................................11 QUANTO ÀS REAÇÕES DA COMBUSTÃO ..................................................................................12 CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS ...............................................................................................18 PROPORÇÃO DOS INCÊNDIOS .....................................................................................................18 COMBUSTÍVEL ...................................................................................................................................20 PROPAGAÇÃO, EXTINÇÃO E CLASSES DE RISCO .................................................................21 CONDUÇÃO ........................................................................................................................................22 CONVECÇÃO ......................................................................................................................................23 IRRADIAÇÃO .......................................................................................................................................25 FORMAS DE EXTINÇÃO...................................................................................................................28 ISOLAMENTO ......................................................................................................................................29 RESFRIAMENTO ................................................................................................................................30 ABAFAMENTO ....................................................................................................................................31 EXTINÇÃO QUÍMICA .........................................................................................................................33 NR 23 - PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO ....................................................................................35 CLASSE DE RISCO DAS EDIFICAÇÕES ......................................................................................38 QUANTO À CONSTRUÇÃO .............................................................................................................39 QUANTO AO RISCO DE INCÊNDIO ...............................................................................................40 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS MÓVEIS DE COMBATE AO INCÊNDIO .............................44 AGENTES EXTINTORES ..................................................................................................................44 ÁGUA ....................................................................................................................................................45 DIÓXIDO DE CARBONO (CO2) .......................................................................................................48 ESPUMA ...............................................................................................................................................49 EQUIPAMENTOS FIXOS DE COMBATE AO INCÊNDIO ...........................................................80 ..............................................................................................................................................................105 BRIGADA DE EMERGÊNCIA .........................................................................................................105 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................131 4 CONSIDERAÇÕES SOBRE INCÊNDIO E EXPLOSÃO Inicialmente, iremos estudar um pouco sobre alguns dos principais incêndios que ocorreram no Brasil, temos muitos incêndios, citaremos alguns que tiveram repercussão nacional e, que, a partir dessas catástrofes, mudaram ou tornaram as normas mais rígidas. A partir dos incêndios, Gran Circo Norte Americano Edifício Joelma, Boate Kiss e da explosão do Restaurante Filé Carioca, veremos a diferença entre um incêndio e uma explosão. Na sequência, falamos sobre o tetraedro do fogo, ou seja, quatro lados iguais. Dessa forma, com a mesma importância e mostrarei que são quatro elementos: combustível, comburente, fonte de calor e reação em cadeia, quando esses elementos estão jun tos e nas mínimas condições haverá fogo. Veremos, também, sobre o princípio da combustão, a definição de combustão, a velocidade da combustão, que pode ser desde incêndios até explosões, os tipos de reação da combustão que pode ser completa e incompleta e, por fim, qual a porcentagem de oxigênio presente na combustão. TEORIA DO FOGO A partir de agora, iremos estudar como acontece o fogo, quais são as condições necessárias e suficientes para que o fogo se inicie. Por isso, passarei para vocês algumas defi nições que serão importantes. Todas as definições abaixo foram retiradas do Código de Segurança Contra Incêndios e Pânico do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar – Terminologia de Segurança Contra Incêndio, cada estado possui um código diferente que, em mu itos aspectos, coincidem, no caso das definições, que similares nos códigos. Vamos analisar as diferenças entre os seguintes conceitos: fogo, combustão, incêndio e explosão. FONTE: https://br.pinterest.com/pin/856669160340829420/ 5 Fogo é a resultante de uma reação química de oxidação (processo de combustão), caracterizada pela emissão de calor, luz e gases tóxicos. Para que o fogo exista, é necessária a presença de quatro elementos: combustível, comburente (normalmente o Oxigênio), calor e reação em cadeia. De acordo com a definição do fogo, para que exista fogo, é necessário que seus elementos estejam em condições mínimas, ou seja, tenha o combustível, com o mínimo de oxigênio, na temperatura correta e que produza uma faísca, a união dessas condições produzirá uma chama, sendo que essa chama sob controle é o fogo. Por exemplo a chama de um fósforo. Combustão é a ação de queimar ou arder. Estado de um corpo que queima, produzindo calor e luz. Oxidação forte com produção de calor e normalmente de chama (não obrigatoriamente). Reação química que resulta da combinação de um elemento combustível com o oxigênio (comburente), com intensa produção de energia calorífica e, não obrigatoriamente, de chama (CSCIPCB/PMPR, NPT 003, p. 10). A combustão é o ato de queimar esse combustível, que deve conter porcentagens mínimas de oxigênio se não a combustão não acontece. Essa combustão pode produzir chamas e brasas ou somente brasas e, também, a energia irradiada sem a presença de efeitos luminosos. Incêndio: é o fogo sem controle, intenso, o qual causa danos e prejuízos à vida, ao meio ambiente e ao patrimônio (CSCIP-CB/PMPR, NPT 003, p. 26). Explosão: fenômeno acompanhadode rápida expansão de um sistema de gases, seguida de uma rápida elevação na pressão; seus principais efeitos são o desenvolvimento de uma onda de choque e ruído (CSCIP-CB/PMPR, NPT 003, p.22). Agora, vamos entender alguns conceitos: o fogo é um fenômeno sobre controle em que a resultante do processo de combustão, ou seja, é a parte visível da combustão e a combustão é a queima propriamente dita de uma substância. Comparando o fogo com o incêndio e a explosão verifica-se que a diferença está na questão da velocidade, ou seja, o fogo é a queima controlada, o incêndio é o fogo FONTE: https://br.pinterest.com/pin/640426009508053314/ 6 sem controle e a explosão é uma rápida expansão dos gases acompanhado do ruído e da queima. Inicialmente, quando começaram o s estudos sobre o fogo, entendia - se, que, para que ocorresse o início do fogo, eram necessários três elementos, ou seja, o triângulo do fogo. Os três elementos são combustível, comburente e o calor. Figura : Triângulo do Fogo TETRAEDRO DO FOGO Com o passar dos anos, verificou - se a necessidade se de incluir mais um elemento no triângulo do fogo, dessa forma os elementos que compõe o tetraedro do fogo são combustível, comburente, calor e reação em cad eia. Vamos entender todos estes elementos que, juntos, em quantidades e condições adequadas, trazem, como resultante, o fogo. Figura - Tetraedro do Fogo FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 7 OS ELEMENTOS DO FOGO ■ Combustível: o combustível é todo o material que pode ser queimado. Independente do estado físico que ele esteja, a saber, sólido, liquido ou gasoso. Os combustíveis sólidos e líquidos precisam mudar de estado com ação do calor para o estado gasoso, combinados com o com o comburente (oxigênio), formem uma substância inflam ável (CAMILO Jr., 2012). O combustível sólido, quando exposto a um determinado nível de energia ( calor ou radiação) sofre um processo de decomposição térmica, denominado pirólise, e desenvolvem produtos gasosos (gás e vapor), que, com o oxigênio do ar, for ma mistura inflamável (ou mistura explosiva). Essa mistura na presença de uma fonte de energia ativante (faísca, chama, centelha) se inflama. Caso o nível de energia incidente sobre o sólido for suficiente para manter a razão da pirólise para formara mistu ra inflamável, haverá a continuidade da combustão. A continuidade da combustão ocorre, na maioria dos casos, pelo calor da própria chama do material em combustão (SEITO et al, 2008, p. 37). Os combustíveis sólidos, ao entrarem em contato com oxigênio, se inflamam, e se aqueçam, liberando vapores das substâncias que estão queimando, quanto mais se aquecem mais vapores liberam e, assim, o combustível entra em combustão. Exemplos de combustíveis sólidos são: papel, madeira, plástico, palha, ferro, tecido, alg odão entre outros. Figura : Materiais sólidos – palha, tecido e papel Combustível Líquido: os combustíveis líquidos podem ser divididos em voláteis e não voláteis. Os voláteis são aqueles que desprendem gases inflamáveis à temperatura ambiente. Ex: álcool, éter, benzeno. Os não voláteis são ©shutterstock FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 8 aqueles que desprendem gases inflamáveis à temperatura maiores do que a do ambiente. Ex: óleo, graxa. Figura: Combustíveis líquidos inflamáveis O combustível líquido quando exposto a um determinado grau de calor, não sofre decomposição térmica, mas, sim, o fenômeno físico denominado evaporação, que é a liberação dos vapores, os quais, em contato com o oxigênio do ar, forma a mistura inflamável (ou mistura explosiva). Essa mistura na prese nça de uma fonte de energia ativante (faísca, chama, centelha) se inflama. A queima terá continuidade caso o líquido atinja a sua temperatura de combustão. Os combustíveis líquidos são na sua maioria derivados de petróleo, que são denominados hidrocarbonet os. As substâncias oleígenas retiradas de plantas e gorduras animais têm mecanismo semelhante, na ignição, aos derivados de petróleo (SEITO et al, 2008, p. 37). Os combustíveis líquidos, que são voláteis, são aqueles que quando abrimos o recipiente em que estão contidos, conseguimos, em temperatura ambiente, sentir seu cheiro, que são os vapores da substância. Os vapores são inflamados e, com a ação do calor, a parte líquida evaporará para se inflamar. Já os combustíveis líquidos não voláteis são aqueles qu e são necessários primeiro o aquecimento depois estes se inflamam com a presença do oxigênio. ■ Combustível Gasoso: diferentemente dos líquidos e sólidos em que há a necessidade de transformação do estado físico, os combustível gasoso permanecem no mesmo est ado, ou seja, no estado gasoso. Esse combustível se incendeia quando estão em contato com o oxigênio e uma faísca. São combustíveis que se inflamam de forma rápida e consomem o combustível de forma rápida FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 9 também. Assim considerado quando se apresenta em fo rma de gás ou vapor na temperatura do ambiente. Esse combustível em contato com o oxigênio do ar forma a mistura inflamável (ou mistura explosiva), que na presença de uma energia ativante (faísca, chama, centelha) se inflama. Os combustíveis gasosos são, n a maioria, as frações mais leves do petróleo. Outros gases combustíveis mais conhecidos que não derivam do petróleo são: hidrogênio, o monóxido de carbono, amônia, dissulfeto de carbono (SEITO et al, 2008, p. 38). Acidentes domésticos com vazamento de gás de cozinha são muito comuns e dependendo da quantidade de combustível disponível para a queima, na presença de oxigênio, e uma faísca, pode causar explosões, por isso os fabricantes misturam, na sua composição, a metil mercaptana, para alertar vazamentos d e GLP (gás liquefeito de petróleo) uma vez que este gás não tem cheiro. Outros exemplos de Combustíveis Gasosos são butano, propano, GLP e etano. Figura : Combustível gasoso – GLP O SEGUNDO ELEMENTO DO FOGO QUE IREMOS ESTUDA R É O COMBURENTE ■ Comburente: o fogo não acontecerá, dependendo da porcentagem existente. Este elemento é o oxigênio, lembrando que o ar atmosférico ideal possui 21% de O2 e 79% N2, por isso, quando riscamos um fósforo ele se FONTE: https://www.assistenciatecnicadmark.com.br/oque-e-gas-glp/ 10 acende, o ar atmosférico poss ui a quantidade suficiente de oxigênio para iniciar uma combustão. O comburente é o elemento ativador do fogo, o comburente dá vida às chamas, e o mais comum é o oxigênio, contido no ar atmosférico numa porcentagem entre 21% (CAMILO Jr., 2012, p. 18). Vere mos que a porcentagem de oxigênio presente na combustão é muito importante e dela é que saberemos se a combustão estará em sua plenitude, incandescência ou não haverá fogo. 3 - ) Calor: é o elemento que dá início ao fogo; é ele que faz o fogo se propagar pelo combustível (CAMILO Jr., 2012, p. 19). A faísca, a chama, o superaquecimento de equipamentos, a sobrecarga em aparelhos energizados são exemplos de calor. ■ Reação em cadeia: uma reação em cadeia é uma sequência de reações que ocorrem durante o fogo, pr oduzindo sua própria energia de ativação (o calor) enquanto há comburente e combustível para queimar (CAMILO JR., 2012 p. 20). A reação em cadeia é quando o processo seguinte acontece continuamente e progressivamente. Os materiais combinados com o oxigênio e submetidos a uma temperatura mais alta, essa mistura inflamarse- á, gerando maior quantidade de calor, que vai aquecendo novas partículas do combustível e inflamando - as de forma contínua e progressiva, gerando maior quantidade de calor (CAMILO Jr., p. 19 , 2012). Percebemos que precisamos de várias condições para que ocorra o fogo. Iniciaremos pelo combustível, ou seja, a substância que queremos queimar, caso esta não esteja no estado físico adequado esta precisará se adequar. Segundo é necessário que poss ua a quantidade mínima de comburente no local onde o combustível se encontra, senão não haverá fogo. E que possua calor suficiente para aquecer o combustível em um dos pontos notáveis, pois se não tiver temperatura correta o corpo não se aquece e, portanto não inflama. 11 Figura: Triângulo do fogo Um dos exemplos mais simples de triângulo do fogo é uma vela acessa. Na qual o combustível é a cera que envolve o pavio, o comburente é o oxigênio presente no ar atmosférico e calor nesse caso é a chama do fósforo aceso. PRINCÍPIO DA COMBUSTÃO A combustão é a queima propriamente dita, pode ser classificada de três formas: quanto a velocidade, reação e a porcentagem de O2. A combustão quanto a velocidade pode ser lenta, viva e muito viva ou instantânea. Já quanto a reação pode ser completa ou incompleta. E por fim quanto a porcentagem de oxigênio, dependendo da quantidade de oxigênio sua chama estará em plenitude, incandescência ou não é possível ter fogo. QUANTO À VELOCIDADE DA COMBUSTÃO ■ Segundo Camillo Jr. (2012, p.20), combustão lenta é aquela em que o fogo só produz calor, não há chama, isto é, não há luz, e geralmente se processa em ambientes pobres em oxigênio. ■ De acordo Camillo Jr. (2012, p.20), combustão ativa é aquela em que o fogo, além de produz ir calor, produz também chama, isto é, luz, e se processa em ambientes ricos em oxigênio. Tipos de combustão ativa ou viva são os incêndios em geral. FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 12 Figura : Combustão viva – Incêndio ■ Conforme Camillo Jr. (2012, p.20), explosão é a combustão rápi da que atinge altas temperaturas, essa transformação de energia se caracteriza por violenta dilatação dos gases que, por sua vez, exercem também violenta pressão nas paredes que o confinam. QUANTO ÀS REAÇÕES DA COMBUSTÃO A combustão pode ser completa ou incompleta, dependendo da quantidade de oxigênio. Na combustão completa ocorre a queima total de oxigênio e na combustão incompleta, a queima parcial de oxigênio (CAMILLO Jr., 2012, p.21). Quando duas substâncias reagem quimicamente entre si, se transforma m em outras substâncias. Esses produtos finais resultantes da combustão, que dependerão do tipo do combustível, normalmente são: Gás carbônico (CO2), Monóxido de carbono (CO), fuligem, cinzas, vapor d´água, mais calor e energia luminosa. Um combustível em contato com o oxigênio do ar pode formar em seus produtos tanto gás carbônico, monóxido de carbono ou carbono, além da água. Em todos os casos, esses produtos dependerão, principalmente, da quantidade de oxigênio que o seu combustível está em contato. Na c ombustão completa, reagimos o combustível com o oxigênio e o calor e forma - se o gás carbônico e a água. FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 13 Combustível + oxigênio + calor → CO2+H2O Figura : Combustão Completa - chama azul Já, na combustão incompleta, reagimos o combustível com o oxigênio e o calor e forma - se monóxido de carbono e água, além da energia e da fumaça que cada reação produz. Combustível + oxigênio + calor → CO+H2O A fumaça é um dos produtos da combustão, sendo o resultado de uma combustão incompleta, onde pequenas partículas sólidas se tornam visíveis . Para entendermos melhor os conceitos de combustão completa e incompleta, vá até o nosso fogão e acenda uma das bocas, se a chama que estiver saindo do seu fogão for azul, então está produzindo uma reação completa, ou seja, todo o combustível liberado pelo botijão em contato com o ar atmosférico e fornecido uma faísca está sendo consumido. A combustão será incompleta quando a chama do seu fogão for alaranjada, ou seja, o combustível liberado pelo botijão não está sendo consumido c ompletamente. FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 14 PORCENTAGEM DE O2 NA COMBUSTÃO A quantidade de O2 no ambiente é extremamente importante, pois sem o O2, nas quantidades corretas, não ocorr e a combustão. Observe a tabela . A PARA O2 DE QUANTIDADE COMBUSTÃO TIPO DE COMBUSTÃO De 13% a % de O 2 21 Viva ou Plena De 8% a 13% de O2 Lenta ou incandescente De 0% a 8% de O2 Não ocorre Tabela: Quantidade de Oxigênio em uma combustão Fonte: Camillo Jr. (2012, p.18). Um exemplo prático e fácil que pode se verificar a diminuição do oxigênio é o seguinte: acendemos uma vela e colocarmos um copo sobre a vela, de tal forma que não seja possível haver um contato entre oxigênio e a vela e o copo. É possível verificar que a chama diminuirá, gradativamente, até se apagar. Quando ela se apagar, certamen te a quantidade de oxigênio estará entre 0% e 8%, ou seja, não terá oxigênio suficiente para manter a combustão (CAMILLO Jr., 2012). Existem combustíveis que já possuem oxigênio em sua composição, como é o caso da pólvora, nitratos, celuloides etc, que pod em queimar em qualquer lugar, com ou sem a presença de ar (CAMILLO Jr., 2012, p.19). PONTOS NOTÁVEIS Os pontos notáveis são definidos com três pontos diferentes de temperatura. A maioria das substâncias ou combustíveis possuem os três pontos notáveis que iremos estudar. Cada combustível tem os seus pontos notáveis que, provavelmente, não serão os mesmos d e outra substância. Os três pontos notáveis que iremos estudar são: ponto de fulgor, ponto de combustão e temperatura de ignição. Segundo Camillo Jr. (2012, p.24), nos estudos de prevenção e extinção de incêndios, devemos saber como os diversos materiais s e comportam em rela ção ao calor. O ponto de fulgor é definido segundo Camillo Jr. (2012, p.24 - 25) , como : [...] é a temperatura mínima necessária para que um combustível desprenda vapores ou 15 gases inflamáveis, que, combinados com o oxigênio do ar em contato com uma chama, começam a se queimar, mas a chama não se mantém porque os gases produzidos são ainda insuficientes. É chamado ponto de lampejo ou flash point. Dizemos que um combustível está em seu ponto ou temperatura de fulgorno momento em que, ao aproximar uma chama externa aos gases desprendidos pelo aquecimento e em contato com o oxigênio, um lampejo for emitido (acende e, em seguida, apaga). Tomemos, como exemplo, o álcool num dia frio. Se quisermos queimá-lo, só conseguiremos que se incendeie efetivamente depois da terceira ou quarta tentativa de ateamento de fogo. Conforme Camillo Jr. (2012, p.25), a principal característica desse ponto é que, se retirarmos a chama, o fogo se apagará por causa da pouca quantidade de calor para produzir gases suficientes e manter a transformação em cadeia, ou seja, manter o fogo. De acordo com Seito et al, (2008, p.39), o ponto de fulgor é a menor tempe- ratura em que ocorre um lampejo, provocado pela inflamação dos vapores da amostra, pela passagem de uma chama piloto, ou ainda, a menor temperatura em que a aplicação da chama piloto produz um lampejo provocado pela infla- mação dos vapores desprendidospela amostra. Segundo o Código dos Bombeiros, ponto de fulgor é a menor temperatura na qual um combustível emite vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura com o ar na região, imediatamente, acima da sua superfície, capaz de entrar em ignição quando em contato com uma chama e não mantê-la após a retirada da chama. Outro exemplo comum do ponto de fulgor se dá na churrasqueira em que preparamos nosso churrasco. Coloca-se o carvão e joga-se óleo ou álcool no carvão e, em seguida, ateia-se fogo, este, por sua vez, consome o álcool e/ou o óleo e inicialmente não pega fogo no carvão, após o consumo do álcool ou óleo, o carvão se apaga, pois o carvão está em uma temperatura abaixo do ponto de fulgor e por isso só pega fogo no álcool. Se atearmos fogo novamente, o carvão vai começar a sair fumaça e em seguida apagar. Neste momento, o carvão está no ponto de fulgor, pois não tem gases ou vapores suficientes para manter a combustão. 16 Figura: Ponto de Fulgor O ponto de combustão é definido, segundo Camillo Jr. (2012, p. 25 - 26) , como : É a temperatura mínima necessária para que um combustível despre nda vapores ou gases inflamáveis que, combinados com o oxigênio do ar e ao entrar em contato com uma chama, se inflamam, e, mesmo que se retire a chama, o fogo não se apaga, pois essa temperatura faz gerar, do combustível, vapores ou gases suficientes para manter o fogo ou a transformação em cadeia. No instante em que, ao atearmos fogo, ele se instala e permanece, dizemos que o combustível se encontra em seu ponto ou temperatura de combustão (fire point). Conforme Seito et al. (2008, p. 39), o ponto de comb ustão é a temperatura em que a amostra, após inflamar - se pela passagem da chama piloto, continua a queimar por cinco segundos, no mínimo. Segundo Código dos Bombeiros, o ponto de combustão é a menor temperatura na qual um combustível emite vapores em quant idade suficiente, para formar uma mistura com o ar na região imediatamente acima da sua superfície, capaz de entrar ignição quando em contato com uma chama e manter a combustão após a retirada da chama. Voltando ao nosso churrasco, se atearmos fogo novamen te no carvão já aquecido anteriormente, e começarmos a abanar (fornecendo oxigênio a combustão), o fogo começará a pegar e não apagará enquanto tiver carvão ou brasa, certo? Nesse momento, a temperatura do carvão atingirá o ponto de combustão, possuindo, p ortanto, vapores suficientes para manter a combustão. FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 17 Figura : Ponto de Combustão A temperatura de ignição é definido conforme Camillo Jr. (2012, p. 26 - 27) , como: [...] a temperatura em que os gases desprendidos dos combustíveis entram em combustão apenas pelo contato com o oxigênio do ar, independentemente de qualquer fonte de calor. Até agora, para provocarmos uma combustão, tivemos de lançar mão de uma chama externa. Mas, se continuarmos aque cendo o combustível, ele chegará a atingir a sua temperatura mais crítica, a temperatura de ignição espontânea, e então os vapores por ele desprendidos entrarão em combustão pelo simples contato com o oxigênio, sem o auxílio da chama externa. Segundo Códi go dos Bombeiros, a temperatura de ignição é a temperatura mínima em que ocorre uma combustão independente de uma fonte de ignição como chama e faísca. O simples contato do combustível com o comburente é suficiente para estabelecer a reação. Um exemplo muito típico quando se inflama sem o necessidade de chamas é em quando vemos um campo ou floresta muito seca e um calor muito grande de repente a floresta começa a se inflamar (ou pegar fogo) espontaneamente. Figura: Temperatura de Ignição FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 18 CLASSIF ICAÇÃO DOS INCÊNDIOS A classificação dos incêndios pode ser divida em duas formas quanto à proporção e quanto aos combustíveis. A proporção é a extensão que seu incêndio pode atingir e o combustível são as classes de incêndio, que são os combustíveis que estão sendo incendiados. Gostaria que você prestasse bastante atenção na diferenciação das classes, pois a partir dela é que saberemos como devemos proceder para sua extinção e como, possivelmente, será sua propagação. PROPORÇÃO DOS INCÊNDIOS Os incêndio s podem ser classificados quanto a proporção em: principio de incêndio, pequeno incêndio, médio, grande ou extraordinário. Quando falamos de proporção quero que vocês entendam que não tem ligação com o número de mortos e sim quanto a sua extensão. Podemos ter um incêndio extraordinário sem mortos ou com poucos mortos, como podemos ter um incêndio de médias proporções como no caso da Boate Kiss, com centenas de mortos. ■ Princípio de incêndio é o incêndio de mínimas proporções, embrionário, e que pode ser faci lmente extinto pela utilização de um ou mais aparelhos extintores portáteis. ■ Exemplos típicos de incêndios nesse caso são: fogo em uma cesta de lixo, um aparelho eletrodoméstico incendiado. ■ Pequeno incêndio - é o incêndio de pequenas proporções, normalmente, os objetos existentes dentro de um compartimento, porém, sem apresentar perigo iminente de propagação e necessitando, na sua extinção, de material e pessoal especializado. Outros exemplos que podem ser tido como possíveis locais para pequenos incêndios são: cômodos de uma casa, como o quarto, a sala, ou um estabelecimento comercial. 19 Figura : Pequeno Incêndio – por exemplo, carro ou cômodo de casa ■ Médio incêndio: é o incêndio de proporções relativas que queima na parte interna e externa de uma construção, destruindo as instalações e com grande risco de propagação, necessitando, para sua extinção do Corpo de Bombeiros. Outros exemplos da classificação de porte médio são: incêndios em uma sala comercial, uma casa pequena, uma unidad e de apartamento eu um edifício, uma boate, um restaurante. Figura: Médio incêndio – casa ■ Grande incêndio: é o incêndio de propagação crescente, causador de grande devastação, destruidor de construções e muito resistente. Ex.: incêndio de um edifício. Figura : Grande incêndio – por exemplo, Prédios FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 20 ■ Extraordinário: São os incêndios catastróficos, abrangendo quarteirões, oriundos de bombardeios, terremotos e outros, necessitando para o seu combate, do emprego de todos os meios disponíveis em uma cid ade Figura: Incêndio extraordinário – por exemplo, florestas Os incêndios que ocorrem em indústria de qualquer natureza, ocorrendo, um escoamento de líquidos inflamáveis, que provoca vários incêndios. COMBUSTÍVEL O combustível foi dividido em cinco grandes classes, se for levar em consideração uma classificação mundial, aqui, no Brasil, a classificação se divide em quatro e, em alguns estados, são adotadas apenas três classificações, como os códigos são estaduais, dependerá de cada estado. Para comba ter o incêndio, o responsáveldeve conhecer as classes de fogo possíveis de ocorrer no local, para que possa selecionar o melhor meio de combatê - lo. Sendo assim, para facilitar o combate ao incêndio, o fogo foi dividido em classes ( SALIBA, 2010, p. 62). Cla sse de incêndio é a classificação didática na qual se definem fogos de diferentes naturezas. Adotada no Brasil em quatro classes: fogo classe A, fogo classe B, fogo classe C e fogo classe D. Já existe uma tendência em incluir a classe K nos códigos dos Bom beiros do Brasil, mas essa inclusão ainda não aconteceu, apenas para completar a classe K é para a classe de materiais que incluem óleos FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 21 vegetais ou animais e cozinhas industriais.Dra. Ana Elisa Lavezo PROPAGAÇÃO, EXTINÇÃO E CLASSES DE RISCO Vamos agora analisar as formas que o incêndio se propaga, entender as formas para extinção de um princípio de incêndio, compreender a NR 23 – Proteção contra incêndio, para fins de pesquisa e, por fim, ensinar as diferentes classes de risco das diferentes edificações. A propagação, ou seja, a forma que o fogo ele se alastra depende muito do material ou combustível que está em chamas. Depois de entendermos quais são as formas de propagação e suas características, você conseguirá classificar quais as formas de propagaçã o que, provavelmente, ocorreram nos incêndios. A partir dos conhecimentos do tetraedro do fogo e os elementos necessários para a ocorrência dos incêndios, é possível trabalhar para a extinção do fogo, sendo assim, veremos como ocorre a extinção do fogo par a cada tipo de incêndio. I remos estudar a NR 23 que regulamenta sobre a Proteção Contra Incêndio, e estudaremos que essa normativa sofreu algumas modificações a partir de 2012, introduzindo os Códigos dos Bombeiros de cada estado. Com isso, cada estado pôd e inserir suas normas e levar em consideração as diferenças presentes em casa código. Os códigos são similares, mas têm alguns que possuem peculiaridades diferentes. FORMAS DE PROPAGAÇÃO As formas de propagação nada mais são do que como nosso incêndio po de transmitir seu calor, gerando outros focos de fogo, existindo três formas dessa transmissão que são a condução, a convecção e a irradiação. Segundo Miranda Jr. et al (2005), o fogo pode se propagar pelo contato da chama com outros combustíveis ou por me io do deslocamento de partículas incandescentes ou pela ação do calor, transmitindo o calor de várias formas. O fogo se propaga por contato direto da chama com os materiais combustíveis, pelo deslocamento de partículas incandescentes, que se desprendem 22 de outros materiais já em combustão, e pela ação do calor. O calor é uma forma de energia produzida pela combustão ou originada do atrito dos corpos. Ele se propaga por três processos de transmissão: condução, convecção e irradiação (CAMILLO Jr., 2012 , p. 28) . Cada uma dessas formas (condução, a convecção e a irradiação) tem características distintas, mas todas transmitem o calor para formarmos outro foco de fogo. Lembramos que, em incêndios grandes, geralmente, existe a ocorrência das três formas, sabemos que umas com maior intensidade e outras com menor, mas as três formas podem ser observadas em incêndios, por exemplo, em edifícios cujo fogo atinge vários andares. CONDUÇÃO Conforme Código dos Bombeiros de SP – IT02 (2015, p.96), a condução acontece através de um material sólido de uma região de temperatura elevada em direção a outra região de baixa temperatura. Condução é a transferência de calor de um ponto para outro de forma contínua. Esta transferência é feita de molécula a molécula sem que haja transporte da matéria de uma região para outra. É o processo pelo qual o calor se propaga da chama para a mão, através da barra de ferro (EPOQS, 2008, p. 20). Figura : Formas de transferência de calor por condução Utilizando a definição anterior e as figuras anteriores, verificamos que a condução ocorre quando possui contato, entre a faísca e o fio do carregador ou o fio de uma corrente elétrica. Um dos exemplos que já mencionamos, inclusive, foi o incêndio do Edifício Joelma de São Paulo. FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 23 De acordo com Camillo Jr. (2012, p. 29) [...] para que haja transmissão por condução ou contato, é necessário que os copos estejam juntos. Ex: se colocarmos a ponto de uma barra de ferro sobre o fogo, após algum tempo, podemos verificar que a outra ponta não exposta à ação do fogo estará aquecida. Nesse caso, o calor se transmitiu de molécula a molécula até atingir a outra extremidade da barra de ferro. Se colocarmos um fardo de algodão próximo a uma chapa de ferro e, na outra face da chapa, a chama de uma maçarico, em breve notaremos que a parte do fardo de algodão encostada na chapa de ferro também estará aquecida. Percebemos que a condução do calor tem a capacidade de transferência do calor de materiais condutores como é o caso da barra de ferro e, se algum outro combustível estiver encostado nessa barra, a transferência de calor também ocorre. A condução também é a transferência de calor de “material para material”, de forma direta, em que uma viga de metal como suporte de telhado, nas extremidades da viga possui um estoque de material (papel, plástico, tecidos, por exemplo), por algum motivo, esses materiais se incendeiam próximo a uma das extremidades da viga, provocando nela um aquecimento capaz de, por condução, transmitir o incêndio por toda a viga e para os materiais próximos a ela, causando um incêndio em grandes proporções. Sem contar que a viga chegará a uma temperatura muito alta, o que a tornará flexível, provocando até um desmoronamento, ou seja, fazendo vir abaixo toda a estrutura do barracão (CAMILLO Jr., 2012). Dessa forma, podemos concluir que a condução sempre acontecerá quando os materiais estão encostados uns nos outros e o calor passa molécula a molécula, sem carregar as moléculas o que passa é o calor que faz com que as moléculas vibrem também. CONVECÇÃO Conforme o Código dos Bombeiros de SP – IT 02 (2015, p.96), “a convecção acontece por meio de um fluido de líquido ou gás, entre 2 corpos submersos no fluído, ou entre um corpo e o fluído.” Na convecção, diferentemente da condução não é necessário o contato entre 24 os combustíveis para que ocorra a transferência de calor, o método dessa transfe rência é por meio da massa de ar aquecida, pois todas as vezes que se incendeia um combustível, a “fumaça” carrega grande quantidade de calor, e essa fumaça em contato com outros combustíveis, aquecendos até que gere novo foco de fogo. Convecção é a transf erência do calor de uma região para a outra, através do transporte de matéria (ar ou fumaça). O ar quente sempre subirá. É o processo pelo qual o calor se propaga nas galerias ou janelas dos edifícios em chamas (EPOQS, 2008 , p. 20). [...] a convecção acont ece quando o calor é transmitido através de uma massa de ar aquecida, que se desloca do local em chamas, levando para outros locais quantidades de calor suficientes para que os materiais combustíveis aí existentes atinjam seu ponto de combustão, originando outro foco de fogo. Um exemplo de transmissão do calor por convecção é o ar quente projetado pelo secador de cabelo (CAMILLO Jr., 2012, p. 30). O incêndio em edifícios é característico desse tipo de transferência de calor, a convecção, a convecção em edif ícios ocorre por meio das escadas, poços de elevadores e janelas. Atualmente, as construtoras estão investindocada vez mais em isolantes de elevadores para não passar o calor por convecção; a utilização de escadas de emergência confina o incêndio até que os bombeiros cheguem até o local incendiado. Já as janelas ainda são os vilões para essa transferência, pois, quando a fumaça sai pela janela e sobe até os andares superiores, quase nada pode ser feito. Figura : Forma de transferência de calor por convecção Na convecção, diferentemente da condução não é necessário o contato entre FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 25 A convecção é uma transferência de calor que quando ocorre em líquidos ou gases pode ser ascendente ou descendente, mas, quando ocorre em edifícios, geralmente, é ascendente, veja o exemplo de qualquer edifício que se incendeia, dificilmente ele irá para baixo e, geralmente, sobe até o último andar. Toda abertura vertical (como os poços de elevador, dutos de ar-condicionado, lixeiras, poços de escada) funciona como verdadeira chaminé. As chamas, a fumaça (gases e vapores) e a fuligem sobem por convecção e levam o incêndio para o alto, internamente. O mesmo acontece com um incêndio localizado nos andares baixos (ou porão) de um prédio: os gases aquecidos sobem pelas aberturas verticais e, atingindo combustíveis dos locais elevados do prédio, provocam outros focos de incêndio (CAMILLO Jr, 2012, p. 31). A convecção pode acontecer, também, no mesmo piso, quando se incendeia algo em uma sala e a fumaça toma conta do andar todo, lembramos que essa fumaça carrega temperaturas altas, e quando toca em outro combustível, este vai esquentando até que chega à temperatura de combustão e gera outro foco de fogo. Na Figura anterior, pode-se perceber um incêndio em que é possível visualizar duas formas de propagação, a condução e a convecção. A condução é observada, principalmente, no corrimão da escada tanto na madeira como nas barras de ferro. E a convecção acontecerá na massa de ar aquecida que irá carregando esse calor e gerar novos focos de fogo. IRRADIAÇÃO A irradiação, por sua vez, não precisa nem do contato e nem da fumaça para que o calor irradiado gere focos de fogo ou novos focos de fogo. É necessário, apenas, que as ondas caloríficas irradiem calor para os combustíveis ao lado da fonte, que está gerando essas ondas e, dessa forma, aqueça o combustível, gerando novo foco de fogo. Conforme Código dos Bombeiros de SP – IT 02 (2015, p.96), [...] a irradiação acontece por meio de um gás ou do vácuo, na forma de energia irradiante. Já segundo a EPOQS (2008, p. 20) é a transferência do calor através de ondas eletromagnéticas, denominadas ondas caloríficas ou calor radiante. Neste processo não há necessidade de suporte material nem transporte de matéria. A irradiação 26 passa por corpos transparentes como o vidro e fica bloqueada em corpos opacos como a parece . Ex: O calor propagado de um prédio para o outro sem ligação física. Figura : Forma de transferência de calor por irradiação Exemplos simples de irradiação são os aquecedores de ambientes, que, quando ligados, irradiam calor por ondas de caloríficas e se estiverem muito próximos de materiais combustíveis, por muito tempo, podem aquecer esses combustíveis e acabar incendiando - o. Isso acontece, pois o combustível em questão atinge a sua temperatura de combustão através dessas ondas de calor e, com a presença de oxigênio, acontece a combustão. De acordo com Camillo Jr. (2012, p.32), [...] os exemplos típicos de transmissão de calor por irradiação é o calor solar irradiado para o nosso planeta, a transmissão do calor por meio de raios ou ondas e também o calor que sentimos no rosto quando nos aproximamos do fogo. Num grande incêndio de um prédio, por exemplo, vários outros prédios ao seu redor ficam queimados em virtude da irradiação do calor. São chamados incêndios secundários, em que, apesar d e as chamas não aflorarem, as consequências são semelhantes às dos incêndios primários. Uma das formas comuns de acontecer a irradiação é quando a floresta ou mata está muito seca e com a ação solar muito forte , inicia - se um incêndio em florestas, que, dep endendo da extensão, é muito difícil e demorado a sua extinção. Outra forma comum de ocorrer a irradiação é quando um edifício ou casa se incendeia (incêndio primário) e acontece a propagação por irradiação em edifícios ou casas vizinhas (incêndio secundár io). Essa forma de propagação é muito comum, FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 27 por isso é comum vermos em incêndios grandes os bombeiros fazerem o resfriamento de edifícios ou casas vizinhas para abaixar a temperatura e prevenir a irradiação. Figura : Forma de transferência de calor por irradiação A tabela, a seguir, é um resumo dos conhecimentos adquiridos até aqui, facilitando a consulta, contemplando as formas de propagação e a sua definição que acabamos de estudar. FORMAS CONCEITO Condução Essa transferência é feita de molécula a molécula sem que haja transporte da matéria de uma região para outra. Convecção O calor é transmitido através de uma massa de ar aquecida, que se desloca do local em chamas, levando para outros locais as quantidades de calor suficientes para que os materiais combustíveis aí existentes atinjam seu ponto de combustão, originando outro foco de fogo. Irradiação A irradiação ocorre quando o calor é transmitido por ondas; nesse caso, o calor é transmitido através do espaço, sem utilizar nenhum meio mater ial. Tabela : Formas de Propagação Fonte: adaptado de Camillo Jr. (2012). Na tabela, é possível observar uma correlação entre as forma de propagação dos incêndios, assim como seu conceito. Lembrando sempre que para ter a FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 28 condução, é necessário o contato, e, para a convecção, a massa de ar aquecida, na transferência do calor e, por fim, na irradiação, acontece a transmissão do calor por ondas caloríficas. FORMAS DE EXTINÇÃO Segundo a Cartilha de Orientações Básicas do CBPMESP (2011, p.16), a maioria dos incêndios começa com um pequeno foco, fácil de debelar. Conheça os métodos de extinção do fogo e as formas de evitar que um incêndio se transforme numa catástrofe em sua atividade econômica, trazendo danos e perdas irreparáveis. A figura seguinte mostra o tetraedro do fogo, precisamos lembrar quais são os elementos necessários para que este exista. Dessa forma, a extinção do fogo está intimamente ligada com o tetraedro do fogo ou quadrado do fogo. Lembramos, que, para cada lado do quadrado do fogo, terá um método diferente para extinguir o fogo. É preciso ressaltar que dependendo do incêndio, será necessário mais de um método para a extinção completa. Conforme Camillo Jr. (2012, p.22), [...] partindo do princípio de que para haver fogo são necessários o com bustível, o comburente e o calor, formando o triângulo do fogo ou, mais modernamente, o quadrado ou tetraedro do fogo, quando já se admite a ocorrência de uma reação em cadeia, para extinguirmos o fogo, basta retirar um desses componentes. FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 29 De acordo com a Cartilha de Orientações Básicas do CBPMESP (2011, p.16), em todo incêndio ocorre uma reação de combustão, envolvendo os quatro elementos: o combustível, o comburente, o calor e a reaçãoem cadeia. Os métodos de extinção do fogo consistem em “atacar” cada um desses elementos. A forma mais fácil que temos para a extinção desses elementos são os métodos de extinção para retirada do material (isolamento – retirada do combustível), abafamento (retirada do oxigênio ou comburente), resfriamento ( re tirada do calor) e a extinção química (retirada da reação em cadeia). ISOLAMENTO De acordo com Miranda Jr. et al. (2005), o método que consiste na extinção por retirada do material ou isolamento possui duas técnicas: a retirada do material que está queim ando e a retirada do material que está próximo ao fogo. Acabando o combustível, o incêndio se extingue mais rapidamente. Conforme a Cartilha de Orientações Básicas do CBPMESP (2011, p.17), o isolamento trata - se de retirar do local o material (combustível) que está pegando fogo e, também, outros materiais que estejam próximos às chamas. A figura mostra uma das formas de isolamento utilizada quando grandes áreas são incendiadas, para o confinamento do incêndio. Com as demais formas aplicadas juntamente á área atingida, o incêndio pode ser extinto. De acordo com Mattos e Másculo (2011, p. 161), A atuação no combustível consiste na retirada do material ainda não atingida pelo fogo. Muitas vezes, no caso de incêndios de penetração, como em silos e em pilhas de ma teriais combustíveis sólidos, ou de incêndios em florestas, tanques de armazenamento de fluidos inflamáveis e outros, o único método de extinção disponível é a remoção do combustível não queimado da área do incêndio. 30 Se observarmos a Figura, veremos uma exemplificação do quadrado do fogo, pois, quando temos um incêndio, todos os elementos do quadrado do fogo estão ativos, e se quisermos fazer a extinção desse incêndio através da ausência do combustível, teremos que aplicar o isolamento que nad a mais é que a retirada do combustível. O aceiro é um exemplo desse método feito para apagar fogo em mato, quando fechamos o registro de gás, o fogo do queimador se apaga por falta de combustível. RESFRIAMENTO De acordo com Miranda Jr. et al. (2005), o mé todo que consiste na extinção por retirada do calor ou resfriamento se dá pela diminuição da temperatura e eliminação do calor, até que o combustível não gere mais gases ou vapores e se apague, ou que gere poucos gases que não sejam suficientes para manter a combustão. Conforme a Cartilha de Orientações Básicas do CBPMESP (2011, p.17), trata - se de diminuir a temperatura (calor) do material em chamas. Segundo Camillo Jr. (2012, p. 23), quando retiramos o calor do fogo, até que o combustível não gere mais gas es nem vapores e se apague, dizemos que extinguimos o fogo pelo método de resfriamento. De acordo com Saliba (2010), Mattos e Másculo (2011), o método mais empregado e no caso de incêndios em materiais combustíveis comuns, como papel, plástico, madeira, pa lha, e o mais eficiente é extinguir o fogo mediante a remoção do calor do combustível, diminuindo, assim, a taxa de evaporação até o fogo cessar. O FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 31 agente usado comumente para combater incêndios por resfriamento é a água. Figura : Utilização de água para o resfriamento A Figura mostra os bombeiros utilizando a água para proceder a forma de extinção de resfriamento para a extinção, seguida de rescaldo do incêndio. Se observarmos a figura, veremos uma exemplificação do quadrado do fogo, pois, quando temos um incêndio, todos os elementos do quadrado do fogo estão ativos e se quisermos fazer a extinção desse incêndio mediante da ausência do calor, teremos que aplicar o resfriamento, que nada mais é que a retirada do calor. Exemplos desse mé todo podem ser observados quando têm - se incêndios de prédios e os bombeiros resfriam o local, jogando água. ABAFAMENTO De acordo com Miranda Jr, et al. (2005), o método que consiste na extinção por retirada do comburente ou abafamento ocorre na diminuiçã o ou impedimento do contato de oxigênio com o combustível. Quando a quantidade de combustível estiver FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 32 muito baixa, não ocorre a combustão. Conforme a Cartilha de Orientações Básicas do CBPMESP (2011, p.17), o abafamento trata de diminuir a temperatura (cal or) do material em chamas. Segundo Camillo Jr. (2012, p. 23) consiste na retirada do comburente, evitando - se que o oxigênio contido no ar se misture com os gases gerados pelo combustível e forme uma mistura inflamável. Figura: Abafadores Fonte: Técnicos(2012, online). Em incêndios em florestas, que são de grande extensão, é comum proceder mais de uma forma de extinção e uma delas é o abafamento, como os abafadores que podemos ver na figura , pois o incêndio corre próximo ao solo, quando isso acontece, geralmente, é essa grama está muito seco e facilitando a propagação. Segundo Mattos e Másculo (2011, p. 160), O abafamento é, entre os métodos de extinção o mais difícil. Uma cobertura de gás carbônico, espuma, tetracloreto de carbono, ou outro l íquido vaporizante, exatamente em cima da superfície do material inflamado, evitará que o oxigênio alcance o fogo, extinguindo - o. Não haverá reignição se a cobertura for mantida durante um período suficiente para que o material combustível se resfrie abaix o de sua temperatura de combustão. Portanto, esses agentes extintores são de valor limitado em incêndios de madeiras e outros materiais combustíveis comuns, porque a cobertura não costuma ser conservada por um período bastante longo. De acordo com Saliba ( 2010) , o abafamento é, dos métodos de extinção, o mais difícil, pois somente pequenos incêndios podem ser abafados com tampas de 33 vasilhas, panos, cobertores, etc., enquanto que para outros de maiores proporções são necessários produtos específicos para se conseguir o abafamento. Um exemplo desse princípio é a colocação de um tampa em cima de uma panela com gordura inflamada. Para grandes áreas de incêndios como complemento de método de extinção pode - se utilizar o abafamento da seguinte forma um cabo com um pedaço de pano na ponta e vai batendo e abafando. Se observarmos a figura, veremos uma exemplificação do quadrado do fogo, quando temos um incêndio, todos os elementos do quadrado do fogo estão ativos, se quisermos fazer a extinção desse incêndio por meio da ausência do oxigênio, teremos que aplicar o abafamento que nada mais é que a retirada do oxigênio. Lembre - se da panela pegando fogo, cuja tampa é colocada para a contenção do princípio de incêndio e do botijão, que desligamos, além do abafador, utilizado em incêndios em florestas. EXTINÇÃO QUÍMICA De acordo com Miranda Jr., et al. (2005), a extinção química ocorre quando interrompemos a reação em cadeia. A quebra da reação em cadeia extingue, também, o incêndio. Este método consiste n o seguinte: o combustível, sob ação do calor, gera gases ou vapores que, ao se combinarem com o comburente, formam uma mistura inflamável. Quando lançamos determinados agentes extintores ao fogo, FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 34 suas moléculas se dissociam pela ação do calor e se combinam com a mistura inflamável (gás ou vapor maiscomburente), formando outra mistura não inflamável. Conforme a Cartilha de Orientações Básicas do CBPMESP (2011, p.18): A reação em cadeia torna a queima autossustentável. O calor irradiado das chamas atinge o c ombustível e este é decomposto em partículas menores, que se combinam com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o combustível, formando um ciclo constante. Quando temos um incêndio, no qual queremos que um dos lados do tetraedro do fogo se quebre, para que ocorra a extinção, seja a reação em cadeia é necessário que o método utilizado seja a extinção química. Para que ocorra a extinção química, é necessária a aplicação de pó químico seco à base de halogenados. Essa forma de extinção caiu em d esuso, uma vez que esses extintores de halogenados não são mais fabricados, devido a problemas técnicos. Segundo Camillo Jr. (2012, p. 24) quando determinados agentes extintores são lançados ao fogo, suas moléculas se dissociam pela ação do calor e se comb inam com a mistura inflamável, formando outra mistura não inflamável. Ao observarmos a figura, veremos uma exemplificação do quadrado do fogo quando temos um incêndio. Todos os elementos do quadrado do fogo estão ativos, se quisermos fazer a extinção desse incêndio, por meio da quebra da reação em cadeia, teremos que aplicar a extinção química que nada mais é que a utilização de pós químicos halogenados. FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 35 De acordo com Saliba (2012, p.62), Mattos e Másculo (2011, p.161), a teoria da extinção qu ímica atribui a eficiente extinção dos hidrocarbonetos halogenados e dos sais inorgânicos a uma reação química, pois interfere na cadeia de reações que se realiza durante a combustão. A reação em cadeia é quando todos os elementos estão nas condições ideai s para ocorrer uma combustão e, por isso torna a queima autossustentável, então, para que possamos quebrar o quadrado do fogo precisaríamos da extinção química, que, atualmente, não está mais sendo utilizada. Assim, utilizam - se todos ou quase todos os méto dos de extinção juntos para conseguir quebrar a reação em cadeia. Para retomar os conteúdos já trabalhados, observe a tabela , nela contém o método de extinção e a retirada de um dos elementos do tetraedro do fogo. Tabela : Formas de Extinção do Incêndio DE MÉTODO EXTINÇÃO RETIRAR DO TETRAEDRO Resfriamento Calor Abafamento Comburente Isolamento Combustível Extinção Química Reação em Cadeia V ocê encontrará, as principais causas de incêndios em residência, pois é muito importante sabermos em quais momentos devemos ter mais cuidado, para que evitemos um princípio de incêndio e um consequente incêndio. Essas causas foram determinadas pelo Corpo de Bombeiros de vários estados, como as principais causas, que ocorrem no cotidiano. NR 23 - PROTEÇÃO CONTR A INCÊNDIO A NR 23 teve uma grande mudança em 2011, obrigando a cada estado elaborar seu regulamento dos bombeiros. Alguns estados possuem o código bem definido e subdivido em vários assuntos (extintores, hidrantes, chuveiros automáticos, brigada de incên dios, plano de emergência, sinalização de emergência 36 entre outros assuntos. Outros estados possuem uma cartilha de informação, independente de qual documento que cada estado elaborou, deve ser seguido, pois as informações sobre os equipamentos de combate ao incêndio tanto os fixos como os móveis, ou as sinalizações de emergência, chuveiros automáticos, planos de emergência, detectores de fumaça, alarme contra incêndios, não são mais contemplados, detalhadamente, na NR 23, pois cada estado tem autonomia de inserir as regras que julgar necessárias para a proteção das edificações. Utilizaremos como referência a própria NR 23, retirada do site do Ministério do Trabalho, e explicaremos cada um de seus itens para que você possa compreender todos os detalhes dessa importante Norma Regulamentadora e tenha condições plenas de agir adequadamente no momento em que for necessário. A NR 23 não possui divisão, possui apenas 5 itens, extintores, hidrantes, chuveiros automáticos, sinalização e saída de emergência, brigada de incêndio e plano de emergência. Segundo a Norma Regulamentadora - NR-23, no item 23.1, todos os empregadores devem adotar medidas de prevenção de incêndios, em conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis (NR – 23, p. 1 ). A partir do item 23.1, verifica-se que os empregadores devem adotar medidas de prevenção de incêndios conforme legislação estadual, ou seja, código dos bombeiros de cada estado e normas técnicas aplicáveis, ou seja, as normas apontarão como se deve proceder, por exemplo, em relação à recarga dos extintores, forma de armazenamento das mangueiras de hidrante, diferenças na forma de enrolar as mangueiras e seus tipos. No item 23.1.1 da NR 23 (apud CURIA; CÉSPEDES e NICOLETTI, 2013, p. 540), o empregador deve providenciar para todos os trabalhadores informações sobre: a. utilização dos equipamentos de combate ao incêndio; b. procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com segurança; c. dispositivos de alarme existentes. Vamos analisar cada um dos subitens, do item 23.1.1 da NR 23 (apud os empregadores ficam obrigados a providenciar treinamento para os seguintes casos 37 no subitem: a. utilização dos equipamentos de combate ao incêndio: a NR se refere a informações sobre extintores, hidrantes e chuveiros automáticos, tanto treinamentos de uso e localização quanto as formas de inspeção. b. procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com segurança: a NR solicita treinamento para plano de emergência contra incêndio, rotas de fuga, pontos de encontro, brigada de incêndio. É preciso saber como dimensionar uma brigada para que esta consiga retirar as pessoas de forma segura e sem tumultos. c. dispositivos de alarme existentes: que requer treinamento para a identificação e acionamento de alarme de incêndios e sistema de detecção como detectores de fumaça. No item 23.3, da NR 23 (apud CURIA; CÉSPEDES e NICOLETTI, 2013), as aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída. Nesse item da NR 23 indica-se a necessidade de respeitar a orientação dos Bombeiros Militares ou do código que estes elaboraram na parte que diz respeito à sinalização e iluminação de emergência. O item aborda todas as sinalizações obrigatórias para escadas, corredores, rampas, extintores, hidrantes e para o direcionamento da rota de fuga, além da iluminação que conduzirá as pessoas com segurança para fora da edificação e a luz de emergência que acende na falta de energia. Estudaremos, nas próximas unidades, sobre sinalizações de extintores e hidrantes. Na NR 23, quando se fala das saídas de emergência, esta é contemplada em três itens (23.2, 23.4 e 23.5), portanto, analisaremos juntos. No item 23.2, os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e dispostas de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança, em caso de emergência. No item 23.4, nenhuma saída de emergência deverá ser fechada à chave ou presa durante a jornada de trabalho. E, por fim, no item 23.5, as saídas de emergência podem ser equipadas com 38 dispositivos de travamento que permitam fácil abertura do interior do estabelecimento (CURIA; CÉSPEDES e NICOLETTI, 2013, p. 540). Devemos observar o que os bombeiros militares recomendam que todas as info rmações necessárias para que as saídas de emergência estejamdentro das normas do estado e as normas de utilização e dispositivos disponíveis para a saída de emergência. Algumas das informações que contemplam esses regulamentos sobre saídas de emergência é que esta não deve diminuir sua abertura em toda a extensão para dentro da edificação e não pode conter degraus e nada que impeça a saída das pessoas do interior do recinto para fora em caso de emergência. Esclarecendo que as portas de emergência adequadas para serem colocadas nos limites das edificações apesar de estarem abertas, possuem travamento em que é possível abri - las no travessão apenas de dentro para fora. A NR 23 limita - se nesses itens que acabamos de estudar, mas o código dos bombeiros se torna amplo e válido, uma vez que esta NR23 os cita os como legislação estadual no início dela. Nos estados os quais ainda não possuem um regulamento dividido, deve - se se guir a cartilha de cada estado ou a recomendação que o corpo de bombeiros militares do estado indicar; já, nos estados que possuem o regulamento, deve - se segui - lo da melhor forma. CLASSE DE RISCO DAS EDIFICAÇÕES Nessa última parte da nossa segunda unida de, veremos que segundo Fernandes (2010), as edificações poderão ser classificadas em diversos aspectos, adotando as Normas Brasileiras e o Código de Prevenção de Incêndios dos Estados, quanto à construção, ou seja, o material que sua edificação foi constr uída ( madeira, concreto, alvenaria, ferro) e quanto ao risco de incêndio, que pode ter em áreas isoladas, compartimentadas ou incorporadas. Dessa forma, vamos, a seguir, explicar os tipos de cada um deles. 39 QUANTO À CONSTRUÇÃO De acordo com Fernandes (2 010) , quanto à construção das edificações, ou seja, os materiais utilizados para a construção, podem ser classificados em: a. ombustíveis: edificações construídas total ou parcialmente em madeira Figura : Edificações em madeira b. Resistentes ao fogo: são as edificações construídas com materiais que opõem resistência ao fogo, tais como ferro e alvenaria de tijolos. Figura : Edificações construídas em alvenaria c. Incombustíveis: edificações construídas tota lmente em concreto Figura : Edificações construídas em concreto FONTE: https://www.stant.com.br FONTE: hhttp://www.forumdaconstrucao.com.br FONTE: hhttp://www.forumdaconstrucao.com.br 40 QUANTO AO RISCO DE INCÊNDIO Segundo Fernandes (2010), quanto ao risco de incêndio, as edificações, nos códigos dos bombeiros de cada estado ou mesmo no corpo de bombeiros, possuem uma tabela em que são classificadas. Com isso, todas as atividades, desde a habitação unifamiliar até os túneis, os depósitos e as indústrias das mais diversas atividades e classificação, se divide em: a. Risco Leve (RL): ocupações de potencial calorífico sutil. Ex: Residências. Figura: Edificações classificadas em risco leve b. Risco Moderado (RM): ocupações de potencial calorífico limitado. Ex: Hotéis Figura : Edificações classificadas em risco moderado FONTE: hhttp://www.forumdaconstrucao.com.br FONTE: hhttp://www.forumdaconstrucao.com.br FONTE: hhttp://www.forumdaconstrucao.com.br 42 Vários estados possuem tabelas semelhantes, e para identificar o risco de cada edificação, procure a tabela que traz essas informações. Saber o grau de risco é importante, além de saber a classificação dos incêndios, pois influenciará na distância de caminhamento máxima entre os extintores de incêndios . As áreas de risco das edificações são classificadas em: isoladas, compartimentadas e incorporadas. Para sabermos identificar a diferença dessas áreas de risco, são feitos cálculos, consider ando a distância entre as edificações, sempre quando houver mais edificações no mesmo terreno, caso sejam terrenos distintos, tem que respeitar as normas municipais. Lembrar sempre que a área de risco corresponde à toda a área que possa se incendiar, sendo coberta ou não. a. Área de Risco Isolada Conforme Fernandes (2010), área de risco isolada é a separada de qualquer outra área de risco por espaços desocupados, com distância igual ou superior calculadas pelo código dos bombeiros de cada estado ou recomendadas pelo corpo de bombeiros da sua cidade ou estado. As construções em lotes de terrenos distintos, independentes estruturalmente e sem aberturas comuns, serão computadas como áreas de risco isoladas, ou seja, significam que caso uma edificação se inflame, as outras como estão isoladas, não correm o risco de se incendiarem também. Na Figura, mostra que as áreas são isoladas, ou seja, respeita as distâncias mínimas determinadas pelo código dos bombeiros de cada estado e, dessa forma, garante que o incêndio em uma edificação, não atingirá outra no mesmo terreno. Figura : Exemplo de área de risco isolada Fonte: Fernandes (2010, p. 17). b. Área de Risco Compartimentada De acordo com Fernandes (2010), a área de risco compartimentada é aquela 43 que possui co mpartimentação horizontal e/ou vertical por meio de elementos construturais (paredes corta - fogo, portas corta - fogo etc.) os quais oferecem resistência à propagação do fogo a outras partes do risco ou a outros riscos. Essas paredes e muro corta - fogo podem s er construídos com bloco de concreto celular autoclavado, trazendo essa resistência ao fogo, quanto mais espesso for o bloco, maior é o período de resistência ao fogo. Na Figura , são apresentadas que as áreas são compartimentadas, ou seja, não respeitam as distâncias mínimas determinadas pelo código dos bombeiros de cada estado, para edificações no mesmo terreno, mas possuem parede, porta ou muro corta - fogo, que trazem uma resistência ao incêndio e, dessa forma, garantem que o incêndio em uma edificação, nã o atingirá outra, por determinado tempo, no mesmo terreno. Figura: Exemplo de área de risco compartimentada com porta, parede ou muro corta fogo Fonte: Fernandes (2010, p.18). c. Área de Risco Incorporada Área de risco incorporada é aquela que não poss ui isolamento, tornando possível a propagação do fogo a outras áreas de risco, ou seja, estão no mesmo terreno. Esta área de risco possui uma distância entre as edificações menor que a 44 recomendada pelo corpo de bombeiros e não possui nenhuma porta, muro, p arede que retardasse a propagação do fogo. A Figura mostra que as áreas são incorporadas, ou seja, não respeita as distâncias mínimas determinadas pelo código dos bombeiros de cada estado para edificações no mesmo terreno e não possui parede ou porta ou mu ro corta fogo, que oferece uma resistência ao incêndio e, dessa forma, não é possível garantir que o incêndio em uma edificação não atingirá a outra no mesmo terreno. Figura : Exemplo de área de risco incorporado Resumindo, caso possua mais de uma edificação no mesmo terreno e esta estiver com uma distância igual ou superior ao que o código dos bombeiros ou o corpo de bombeiros recomendar, a área de risco se encontra isolada. Se a distância for menor que a recomendada e possuir parede, muro ou p orta corta - fogo, será uma área compartimentada e, se além de estar com uma distância inferior não possuir nenhum mecanismo que retarde a propagação do fogo, então, sua área de risco será incorporada. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS MÓVEIS DE COMBATE AO INCÊNDIO AGENTES EXTINTORES Segundo Camillo (2012),os agentes extintores são as substâncias sólidas, líquidas ou gasosas que utilizaremos para extinção de um incêndio. Essas substâncias podem ser dispostas em extintores (aparelhos portáteis de utilização imediata ou sobre rodas), conjuntos hidráulicos (hidrantes) e dispositivos especiais ( chuveiros automáticos ou sprinklers ). FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 45 Para Camillo (2012), os agentes extintores, portanto, são todas as substâncias capazes de interromper uma combustão, quer por resfriamento (retirada do calor), abafamento (retirada do comburente), extinção química (retirada da reação em cadeia), quer pela utilização simultânea desses processos. Pode-se dizer que os principais agentes extintores são: água, espuma, pós-químicos e gás carbônico. Como mencionamos anteriormente, as substâncias (água, PQS, CO2 e espuma mecânica) podem ser dispostas dentro de extintores ou hidrantes. Agora iremos entender todos esses tipos de agentes extintores, dessa forma, saberemos onde e quando utilizarmos. Devemos ressaltar que é muito importante conciliar os conhecimentos sobre agente extintores com as classes de incêndios que já estudamos, pois cada classe tem um agente extintor que é mais favorável e o que não deve ser utilizado, pois poderá aumentar ou espalhar o incêndio ao invés de extingui-lo. ÁGUA O primeiro agente extintor que estudaremos é a água, pois é o agente que existe em abundância. Sua ação extintora é o resfriamento (retirada do calor), podendo ser empregado tanto no estado líquido como no gasoso. No estado líquido, pode ser utilizado sob a forma de jato sólido, chuveiro e neblina. Nas formas de jato sólido, compacto e chuveiro, sua ação extintora é somente o resfriamento. Na forma de neblina, sua ação extintora é resfriamento e abafamento. A água no estado gasoso é aplicada em forma de vapor. A água é condutora de corrente elétrica (CAMILLO, 2012). Conforme Seito et al. (2008, p. 233 apud GOMES, 1998): A água é o mais completo dos agentes extintores. A sua importância é reconhecida, pois mesmo que não leve à extinção completa do incêndio auxilia no isolamento de riscos e facilita a aproximação dos bombeiros ao fogo para o emprego de outros agentes extintores. Atualmente é mais utilizada em sistemas de proteção contra incêndio como o sistema de hidrantes e mangotinhos, sistema de chuveiros automáticos e sistema de água nebulizada, tendo como objetivo o controle e a extinção rápida e eficiente de um incêndio. 46 Para Seito et al. (2008 apud FERREIRA, 1987), a água é o agente extintor que proporciona a m elhor absorção de calor, sendo que o poder de extinção pode ser aumentado ou diminuído, conforme a forma que é aplicado sobre o fogo. Pode proporcionar os seguintes métodos de extinção: por resfriamento, abafamento e emulsificação. Figura : Agente Extintor – Água Como podemos notar, a água pode ser utilizada como agente extintor para os métodos de extinção de resfriamento prioritariamente e, secundariamente, por abafamento. O que resultará na diferença desses métodos de extinção é o jato que irá ser empregado, esses jatos são produzidos por diferentes tipos de esguicho ( em hidrantes). Dessa forma, vamos entender os tipos de jatos existentes, os quais podem ser aplicados de quatro formas básicas: jato sólido, compacto, neblina e chuveiro. O jato tipo sólido é o mais utilizado na maioria dos hidrantes, formado por um tubo único e totalmente denso de água, tipo tronco - cônico, não sendo oco internamente. A água sai do esguicho com a forma de um tubo cilíndrico e comprido, apresentando caracter ísticas de volume e forma bem definidas, como se fosse um filete. Esse jato é produzido pelo esguicho agulheta e é utilizado para atingir locais com maiores distâncias, como incêndios que exigem penetração nos materiais combustíveis ou grande volume de águ a (CAMILLO Jr., 2012). FONTE: https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ https://www.cursodebombeiro.com.br/8269-2/ 47 De acordo com Camillo (2012), o jato compacto é um jato fornecido pelo esguicho regulável, esse jato possui o centro oco, pois os filetes de água são produzidos pelas ranhuras externas da parte frontal do esguicho. Devemos tomar bastante cuidado para não confundir esse jato com o jato sólido, pois ambos possuem formato e vazão diferenciados. Já Seito et al. (2008) menciona que o jato compacto extingue o incêndio por resfriamento e o seu sucesso depende, essencialmente, de se conseguir a vaporização da água na imediata proximidade do objeto incendiado. Quando falamos sobre o jato chuveiro, temos que visualizar que é um jato formado por: [...] pequenas gotas de água que se assemelham a uma chuva. É produzido pelo esguicho regulável e tem a aparência de um cone de 90º com a abertura voltada para frente. É utilizado para a aproximação em incêndios, pois fornece ótima proteção do calor irradiado e também tem grande poder de cobertura, ajudando a extinguir rapidamente as chamas. Pode ser utilizado também com um cone de 45º que atinge maior distância no combate ao incêndio e ainda fornece uma razoável proteção ao calor irradiando (CAMILLO Jr., 2012, p. 94-95). Portanto, verificamos que, nos jatos sólido, compacto e chuveiro, estamos utilizando o método de extinção de resfriamento. No jato sólido, o tipo de esguicho utilizado será o agulheta; no jato compacto e no jato chuveiro, o esguicho é o regulável, depende da forma como regulamos para produzir o tipo de jato que desejamos. Conforme Seito et al. (2008, p. 233), ainda sobre o jato neblina, quando A água é aplicada na forma de neblina, possibilita o máximo de utilização da capacidade de absorver o calor (cerca de 90% da água se transforma em vapor). No sistema de hidrantes e de mangotinhos, o emprego do jato em forma de neblina é eficiente tanto na extinção de incêndio confinado como na extinção de incêndio aberto e em líquidos inflamáveis. O efeito de emulsificação é obtido por meio de neblina de alta velocidade. Pode-se obter, por esse método, a extinção de incêndios em líquidos inflamáveis viscosos, pois o efeito de resfriamento que a água proporciona na superfície de tais líquidos impedirá a liberação de seus vapores inflamáveis. Em geral, no processo de emulsificação, gotas de inflamáveis ficam envolvidas individualmente por gotas de água, dando, no caso dos óleos, aspecto leitoso. 48 A água em jato sob a forma de vapor, com esguichos especiais e com bombas de pressão, é aquela fragmentada em pequeníssimas partículas, de diâmetro quase que microscópico, chamada também de neblina. A água na forma de neblina apresenta a máxima de superfície em relação ao conteúdo líquido que a compõe, é borrifada em pequenas e finas quantidades na forma de névoa. Disso resulta a máxima capacidade prática para a absorção do calor. A quase totalidade de água assim empregada no combate a incêndios é transformada em vapor, que continua agindo por abafamento, aumentando, dessa forma, o poder extintor da água, sobretudo em locais confinados (SEITO et al. 2008,p. 233 apud FERREIRA, 1987). Para utilizar, então, o método de extinção de resfriamento e abafamento juntos, temos que produzir um jato chamado neblina, que é obtido por intermédio de esguicho especial e com bomba de pressão. Assim, conseguimos os dois métodos de extinção utilizados em incêndios em líquidos inflamáveis viscosos. DIÓXIDO DE CARBONO (CO2) Segundo Saliba (2010), o CO2 ou dióxido de carbono é um material não condutor que atua sobre o fogo pela exclusão do oxigênio, ou seja, por abafamento e por uma pequena ação de resfriamento. De acordo com Seito et al. (2008,
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