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Câmara Municipal de Aracaju/SE Assistente Administrativo Língua Portuguesa Elementos de construção do texto e seu sentido: gênero do texto (literário e não literário, narrativo, descritivo e argumentativo); ................................................................................................................................................................ 1 Interpretação e organização interna................................................................................................................................. 7 Semântica: sentido e emprego dos vocábulos; campos semânticos; ...................................................................... 18 Emprego de tempos e modos dos verbos em português. Morfologia: reconhecimento, emprego e sentido das classes gramaticais; processos de formação de palavras; ......................................................................................... 23 Mecanismos de flexão dos nomes e verbos. ................................................................................................................ 44 Sintaxe: frase, oração e período; termos da oração; processos de coordenação e subordinação; .................... 50 Concordância nominal e verbal; .................................................................................................................................... 62 Transitividade e regência de nomes e verbos; ............................................................................................................ 66 Padrões gerais de colocação pronominal no português; ........................................................................................... 70 Mecanismos de coesão textual. ....................................................................................................................................... 72 Ortografia. ........................................................................................................................................................................... 72 Acentuação gráfica. ........................................................................................................................................................... 79 Emprego do sinal indicativo de crase. .......................................................................................................................... 81 Pontuação. ......................................................................................................................................................................... 84 Reescrita de frases: substituição, deslocamento, paralelismo; ................................................................................ 89 Variação linguística: norma culta. ................................................................................................................................. 94 Raciocínio Lógico Matemático Proposições, valor-verdade, negação, conjunção, disjunção, implicação, equivalência, proposições compostas. Equivalências lógicas ........................................................................................................................................................... 1 Problemas de raciocínio: deduzir informações de relações arbitrárias entre objetos, lugares, pessoas e/ou eventos fictícios dados ..................................................................................................................................................... 16 Diagramas lógicos, tabelas e gráficos. Conjuntos e suas operações ......................................................................... 28 Números naturais, inteiros, racionais, reais e suas operações. Representação na reta ....................................... 40 Unidades de medida: distância, massa e tempo. Representação de pontos no plano cartesiano ....................... 49 Álgebra básica: equações, sistemas e problemas do primeiro grau ......................................................................... 51 Porcentagem e proporcionalidade direta e inversa .................................................................................................... 55 Sequências, reconhecimento de padrões, progressões aritmética e geométrica .................................................. 61 Juros ..................................................................................................................................................................................... 64 Geometria básica: distâncias e ângulos, polígonos, circunferência, perímetro e área. Semelhança e relações métricas no triângulo retângulo. Medidas de comprimento, área, volume ............................................................ 67 Princípios de contagem e noção de probabilidade...................................................................................................... 92 Apostila Digital Licenciada para Rafael André Ferreira Leal - CPF:073.123.105-83 (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br Pedido N.: 2881353 - Apostila Licenciada para rafadigitus@gmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br Noções de Direito Administrativo Princípios da Administração Pública (expressos e implícitos). ................................................................................... 1 Da Administração Pública: direta e indireta. ................................................................................................................... 5 Atos administrativos. ........................................................................................................................................................ 14 Contratos administrativos. .............................................................................................................................................. 23 Processo Administrativo. ................................................................................................................................................. 37 Agentes Públicos. ............................................................................................................................................................... 48 Lei Complementar Municipal de Aracaju nº 153/2016: Estatuto dos Servidores Públicos do Município de Aracaju. ............................................................................................................................................................................... 51 Noções de Direito Constitucional Direitos e garantias fundamentais. .................................................................................................................................. 1 Organização do Estado: dos Municípios. ...................................................................................................................... 24 Da Administração Pública: disposições gerais. ........................................................................................................... 27 Regimento Interno da Câmara Municipal de Aracaju. ................................................................................................ 32 Noções de Informática Componentes de um computador: processadores, memória e periféricos mais comuns; dispositivos de armazenagem de dados; propriedades e características. ............................................................................................. 1 Arquivos digitais: documentos, planilhas, imagens, sons, vídeos; principais padrões e características. Arquivos PDF. ...................................................................................................................................................................................... 21 Conhecimentos sobre sistema operacional Windows 10: conceitos gerais, principais utilitários, configurações. ..............................................................................................................................................................................................23 Editores de texto: funções de editoração básicas. Corretores ortográficos. Manipulação de arquivos: leitura e gravação; controle de alterações; uso de senhas para proteção. Formatos para gravação. Impressão. ........... 33 Planilhas: funções básicas de formatação; utilização de funções matemáticas, de busca, e outras de uso geral; criação e manipulação de fórmulas; Gráficos mais comuns. Manipulação de arquivos: leitura e gravação. Recursos para impressão. Importação e exportação de dados. Proteção de dados e planilhas. ......................... 51 Internet: conceitos gerais e funcionamento. Endereçamento de recursos. Navegação segura: cuidados no uso da Internet; ameaças; uso de senhas e criptografia; tokens e outros dispositivos de segurança; senhas fracas e fortes. ................................................................................................................................................................................... 74 Navegadores (browsers) e suas principais funções. Sites e links; buscas; salva de páginas. Google Chrome. Firefox. Internet Explorer. ............................................................................................................................................... 93 E-mail: utilização, caixas de entrada, endereços, cópias e outras funcionalidades. Webmail. Transferência de arquivos e dados: upload, download, banda, velocidades de transmissão. .......................................................... 108 Pacotes de escritório: MS OFFICE 2010 BR (ou superior) e Libre Office 4 (ou superior). ................................. 118 Noções Gerais de Administração Habilidades e papéis do administrador. ........................................................................................................................... 1 Eficiência, eficácia e efetividade. ....................................................................................................................................... 4 Níveis organizacionais. ........................................................................................................................................................ 7 As funções administrativas - planejamento, organização, direção e controle. .......................................................... 9 Organização: princípios de organização, tipos de estrutura organizacional, centralização e descentralização; tipos de departamentalização. ........................................................................................................................................ 12 Controle: tipos de controle; controle por nível organizacional; ferramentas de controle. .................................. 20 Apostila Digital Licenciada para Rafael André Ferreira Leal - CPF:073.123.105-83 (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br Pedido N.: 2881353 - Apostila Licenciada para rafadigitus@gmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br Aqui você vai saber tudo sobre o Conteúdo Extra Online Para acessar o Conteúdo Extra Online (vídeoaulas, testes e dicas) digite em seu navegador: www.apostilasopcao.com.br/extra O Conteúdo Extra Online é apenas um material de apoio complementar aos seus estudos. O Conteúdo Extra Online não é elaborado de acordo com Edital da sua Apostila. O Conteúdo Extra Online foi tirado de diversas fontes da internet e não foi revisado. A Apostilas Opção não se responsabiliza pelo Conteúdo Extra Online. AVISO IMPORTANTE Apostila Digital Licenciada para Rafael André Ferreira Leal - CPF:073.123.105-83 (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br Pedido N.: 2881353 - Apostila Licenciada para rafadigitus@gmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br A Apostilas Opção não está vinculada as organizadoras de Concurso Público. A aquisição do material não garante sua inscrição ou ingresso na carreira pública. Sua Apostila aborda os tópicos do Edital de forma prática e esquematizada. Alterações e Retificações após a divulgação do Edital estarão disponíveis em Nosso Site na Versão Digital. Dúvidas sobre matérias podem ser enviadas através do site: https://www.apostilasopcao.com.br/contatos.php, com retorno do Professor no prazo de até 05 dias úteis. PIRATARIA É CRIME: É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila, de acordo com o Artigo 184 do Código Penal. Apostilas Opção, a Opção certa para a sua realização. AVISO IMPORTANTE Apostila Digital Licenciada para Rafael André Ferreira Leal - CPF:073.123.105-83 (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br Pedido N.: 2881353 - Apostila Licenciada para rafadigitus@gmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br LÍNGUA PORTUGUESA Apostila Digital Licenciada para Rafael André Ferreira Leal - CPF:073.123.105-83 (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br Pedido N.: 2881353 - Apostila Licenciada para rafadigitus@gmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br Apostila Digital Licenciada para Rafael André Ferreira Leal - CPF:073.123.105-83 (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br Pedido N.: 2881353 - Apostila Licenciada para rafadigitus@gmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 1 SENTIDO LITERAL E SENTIDO NÃO LITERAL Literal É o sentido da palavra interpretada ao pé da letra, isto é, de acordo com o sentido geral que ela tem na maioria dos contextos em que ocorre. É o sentido próprio da palavra. Exemplo: “Uma pedra no meio da rua foi a causa do acidente.” A palavra “pedra” aqui está usada em sentido literal. Não Literal É o sentido da palavra desviado do usual, isto é, aquele que se distancia do sentido próprio e costumeiro. Exemplo: “As pedras atiradas pela boca ferem mais do que as atiradas pela mão.” “Pedras”, nesse contexto, não está indicando o que usualmente indica, mas um insulto, uma ofensa produzida pela boca. Ampliação de Sentido Fala-se em ampliação de sentido quando a palavra passa a designar uma quantidade mais ampla de objetos ou noções do que originariamente. “Embarcar”, por exemplo, que originariamente era usada para designar o ato de viajar em um barco, ampliou consideravelmente o sentido e passou a designar a ação de viajar em outros veículos. Hoje se diz, por ampliação de sentido, que um passageiro: - Embarcou num ter. - Embarcou no ônibus das dez. - Embarcou no avião da força aérea. - Embarcou num transatlântico. “Alpinista”, na origem, era usado para indicar aquele que escala os Alpes (cadeia montanhosa europeia). Depois, por ampliação de sentido, passou a designar qualquer tipo de praticante do esporte de escalar montanhas. Restrição de Sentido Ao lado da ampliação de sentido, existe o movimento inverso, isto é, uma palavra passa a designar uma quantidade mais restrita de objetos ou noções do que originariamente. É o caso, por exemplo, das palavras que saem da língua geral e passam a ser usadas com sentido determinado, dentro de um universo restrito do conhecimento. A palavra aglutinação, por exemplo, na nomenclatura gramatical, é bom exemplo de especialização de sentido. Na língua geral, ela significa qualquer junção de elementos para formar um todo, porém em Gramática designa apenas um tipo de formação de palavras por composição em que a junção dos elementos acarreta alteração de pronúncia, como é o caso de pernilongo (perna + longa). Se não houver alteração de pronúncia, já não se diz mais aglutinação, mas justaposição. A palavra Pernalonga, por exemplo, que designa uma personagem de desenhos animados, não se formou por aglutinação, mas por justaposição . Em linguagem científica é muito comum restringir-se o significado das palavras para dar precisão à comunicação.A palavra girassol, formada de gira (do verbo girar) + sol, não pode ser usada para designar, por exemplo, um astro que gira em torno do Sol: seu sentido sofreu restrição, e ela serve para designar apenas um tipo de flor que tem a propriedade de acompanhar o movimento do Sol. Há certas palavras que, além do significado explícito, contêm outros implícitos (ou pressupostos). Os exemplos são muitos. É o caso do adjetivo outro, por exemplo, que indica certa pessoa ou coisa, pressupondo necessariamente a existência de ao menos uma além daquela indicada. Prova disso é que não faz sentido, para um escritor que nunca lançou um livro, dizer que ele estará autografando seu outro livro. O uso de outro pressupõe necessariamente ao menos um livro além daquele que está sendo autografado. Questões 01. A morte do narrador Recentemente recebi um e-mail de uma leitora perguntando a razão de eu ter, segundo ela, uma visão tão dura para com os idosos. O motivo da sua pergunta era eu ter dito, em uma de minhas colunas, que hoje em dia não existiam mais vovôs e vovós, porque estavam todos na academia querendo parecer com seus netos. Claro, minha leitora me entendeu mal. Mas o fato de ela ter me entendido mal, o que acontece com frequência quando se discute o tema da velhice, é comum, principalmente porque o próprio termo “velhice” já pede sinônimos politicamente corretos, como “terceira idade”, “melhor idade”, “maturidade”, entre outros. Uma característica do politicamente correto é que, quando ele se manifesta num uso linguístico específico, é porque esse uso se refere a um conceito já considerado como algo ruim. A marca essencial do politicamente correto é a hipocrisia articulada como gesto falso, ideias bem comportadas. Voltando à velhice. Minha leitora entendeu que eu dizia que idosos devem se afundar na doença, na solidão e no abandono, e não procurar ser felizes. Mas, quando eu dizia que eles estão fugindo da condição de avós, usava isso como metáfora da mentira (politicamente correta) quanto ao medo que temos de afundar na doença, antes de tudo psicológica, devido ao abandono e à solidão, típicos do mundo contemporâneo. Minha crítica era à nossa cultura, e não às vítimas dela. Ela cultua a juventude como padrão de vida e está intimamente associada ao medo do envelhecimento, da dor e da morte. Sua opção é pela “negação”, traço de um dos sintomas neuróticos descritos por Freud. Walter Benjamim, filósofo alemão do século XX, dizia que na modernidade o narrador da vida desapareceu. Isso quer dizer que as pessoas encarregadas, antigamente, de narrar a vida e propor sentido para ela perderam esse lugar. Hoje os mais velhos querem “aprender” com os mais jovens (aprender a amar, se relacionar, comprar, vestir, viajar, estar nas redes sociais). Esse fenômeno, além de cruel com o envelhecimento, é também desorganizador da própria juventude. Ouço cotidianamente, na sala de aula, os alunos demonstrarem seu desprezo por pais e mães que querem aprender a viver com eles. Alguns elementos do mundo moderno não ajudam a Elementos de construção do texto e seu sentido: gênero do texto (literário e não literário, narrativo, descritivo e argumentativo); Apostila Digital Licenciada para Rafael André Ferreira Leal - CPF:073.123.105-83 (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br Pedido N.: 2881353 - Apostila Licenciada para rafadigitus@gmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 2 combater essa desvalorização dos mais velhos. As ferramentas de informação, normalmente mais acessíveis aos jovens, aumentam a percepção negativa dos mais velhos diante do acúmulo de conhecimento posto a serviço dos consumidores, que questionam as “verdades constituídas do passado”. A própria estrutura sobre a qual se funda a experiência moderna – ciência, técnica, superação de tradição – agrava a invisibilidade dos mais velhos. Em termos humanos, o passado (que “nada” serve ao mundo do progresso) tem um nome: idoso. Enfim, resta aos vovôs e vovós ir para a academia ou para as redes sociais. (Luiz Felipe Pondé, Somma, agosto 2014) O termo empregado com sentido figurado está em destaque na seguinte passagem do texto: (A) Mas o fato de ela ter me entendido mal, o que acontece com frequência quando se discute o tema da velhice… (segundo parágrafo). (B) O motivo da sua pergunta era eu ter dito, em uma de minhas colunas, que hoje em dia não existiam mais vovôs e vovós… (primeiro parágrafo). (C) Walter Benjamim, filósofo alemão do século XX, dizia que na modernidade o narrador da vida desapareceu. (penúltimo parágrafo). (D) A própria estrutura sobre a qual se funda a experiência moderna – ciência, técnica, superação de tradição – agrava a invisibilidade dos mais velhos. (último parágrafo). (E) Minha leitora entendeu que eu dizia que idosos devem se afundar na doença, na solidão e no abandono… (quarto parágrafo). 02. Ficção universitária Os dados do Ranking Universitário publicados em setembro de 2013 trazem elementos para que tentemos desfazer o mito, que consta da Constituição, de que pesquisa e ensino são indissociáveis. É claro que universidades que fazem pesquisa tendem a reunir a nata dos especialistas, produzir mais inovação e atrair os alunos mais qualificados, tornando- se assim instituições que se destacam também no ensino. O Ranking Universitário mostra essa correlação de forma cristalina: das 20 universidades mais bem avaliadas em termos de ensino, 15 lideram no quesito pesquisa (e as demais estão relativamente bem posicionadas). Das 20 que saem à frente em inovação, 15 encabeçam também a pesquisa. Daí não decorre que só quem pesquisa, atividade estupidamente cara, seja capaz de ensinar. O gasto médio anual por aluno numa das três universidades estaduais paulistas, aí embutidas todas as despesas que contribuem direta e indiretamente para a boa pesquisa, incluindo inativos e aportes de Fapesp, CNPq e Capes, é de R$ 46 mil (dados de 2008). Ora, um aluno do ProUni custa ao governo algo em torno de R$ 1.000 por ano em renúncias fiscais. Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber que o país não dispõe de recursos para colocar os quase sete milhões de universitários em instituições com o padrão de investimento das estaduais paulistas. E o Brasil precisa aumentar rapidamente sua população universitária. Nossa taxa bruta de escolarização no nível superior beira os 30%, contra 59% do Chile e 63% do Uruguai. Isso para não mencionar países desenvolvidos como EUA (89%) e Finlândia (92%). Em vez de insistir na ficção constitucional de que todas as universidades do país precisam dedicar-se à pesquisa, faria mais sentido aceitar o mundo como ele é e distinguir entre instituições de elite voltadas para a produção de conhecimento e as que se destinam a difundi-lo. O Brasil tem necessidade de ambas. (Hélio Schwartsman. http://www1.folha.uol.com.br, 10.09.2013.) Assinale a alternativa em que a expressão destacada é empregada em sentido figurado. (A) ... universidades que fazem pesquisa tendem a reunir a nata dos especialistas... (B) Os dados do Ranking Universitário publicados em setembro de 2013... (C) Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber que o país não dispõe de recursos... (D) ... das 20 universidades mais bem avaliadas em termos de ensino... (E) ... todas as despesas que contribuem direta e indiretamente para a boa pesquisa... 03. Leia o texto para responder à questão. Um pé de milho Aconteceu que no meu quintal, em um monte de terra trazido pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser um pé de capim – mas descobri que era um pé de milho. Transplantei-o para o exíguo canteiro na frente da casa. Secaram as pequenas folhas, pensei que fosse morrer. Mas ele reagiu. Quando estava do tamanho de um palmo, veio um amigo e declarou desdenhosamente quena verdade aquilo era capim. Quando estava com dois palmos veio outro amigo e afirmou que era cana. Sou um ignorante, um pobre homem da cidade. Mas eu tinha razão. Ele cresceu, está com dois metros, lança as suas folhas além do muro – e é um esplêndido pé de milho. Já viu o leitor um pé de milho? Eu nunca tinha visto. Tinha visto centenas de milharais – mas é diferente. Um pé de milho sozinho, em um canteiro, espremido, junto do portão, numa esquina de rua – não é um número numa lavoura, é um ser vivo e independente. Suas raízes roxas se agarra no chão e suas folhas longas e verdes nunca estão imóveis. Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que nos encantou como se fosse inesperado: meu pé de milho pendoou. Há muitas flores belas no mundo, e a flor do meu pé de milho não será a mais linda. Mas aquele pendão firme, vertical, beijado pelo vento do mar, veio enriquecer nosso canteirinho vulgar com uma força e uma alegria que fazem bem. É alguma coisa de vivo que se afirma com ímpeto e certeza. Meu pé de milho é um belo gesto da terra. E eu não sou mais um medíocre homem que vive atrás de uma chata máquina de escrever: sou um rico lavrador da Rua Júlio de Castilhos. (Rubem Braga. 200 crônicas escolhidas, 2001) Assinale a alternativa em que, nas duas passagens, há termos empregados em sentido figurado. (A) ... beijado pelo vento do mar... (3º §) / Meu pé de milho é um belo gesto da terra. (3º §) (B) Mas ele reagiu. (1º §) / ... na verdade aquilo era capim. (1º §) (C) Secaram as pequenas folhas... (1º §) / Sou um ignorante... (2º §) (D) Ele cresceu, está com dois metros... (2º §) / Tinha visto centenas de milharais... (2º §) (E) ... lança as suas folhas além do muro... (2º §) / Há muitas flores belas no mundo... (3º §) 04. Assinale a opção em que NÃO há palavra usada em sentido conotativo. (A) Tuas atitudes são o espelho do teu caráter. (B) Regras podem ser estabelecidas para uma convivência pacífica. (C) Pipocavam palavras no texto, como se fossem rabiscos coloridos do próprio pensamento (D) Choviam risadas naquela peça de humor. (E) A sabedoria abre as portas do conhecimento. Apostila Digital Licenciada para Rafael André Ferreira Leal - CPF:073.123.105-83 (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br Pedido N.: 2881353 - Apostila Licenciada para rafadigitus@gmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 3 05. Sobre a tirinha, de uma maneira geral, analise as afirmações. I. A linguagem do texto da tirinha é absolutamente formal. II. A palavra “Garfield”, no segundo quadrinho, aparece isolada por vírgula por se tratar de um vocativo. III. O humor da tirinha se constrói com base, essencialmente, na linguagem não verbal, já que as bruscas alterações nas feições de Garfield levam à estranheza do leitor. Está correto o que se afirma em: (A) I, somente. (B) II, somente. (C) III, somente. (D) I e III, somente. (E) II e III, somente. Respostas 01.D / 02.A / 03.A / 04.B / 05.B Texto Descritivo É a representação com palavras de um objeto, lugar, situação ou coisa, onde procuramos mostrar os traços mais particulares ou individuais do que se descreve. É qualquer elemento que seja apreendido pelos sentidos e transformado, com palavras, em imagens. Não é, por norma, um tipo de texto autônomo, encontrando-se presente em outros textos, como o texto narrativo. Passagens descritivas ocorrem no meio da narração quando há uma pausa no desenrolar dos acontecimentos para caracterizar pormenorizadamente um objeto, um lugar ou uma pessoa, sendo um recurso útil e importante para capturar a atenção do leitor. Exemplo: Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos; vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro. Reunia a isso grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes. O mestre era mais severo com ele do que conosco. (Machado de Assis. "Conto de escola". Contos. 3ed. São Paulo, Ática, 1974) Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor da escola que o escritor frequentava. Deve-se notar: - que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que os outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha grande medo ao pai); - por isso, não existe uma ocorrência que possa ser considerada cronologicamente anterior a outra do ponto de vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na escola é cronologicamente anterior a retirar-se dela; no nível do relato, porém, a ordem dessas duas ocorrências é indiferente: o que o escritor quer é explicitar uma característica do menino, e não traçar a cronologia de suas ações); - ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-se), todas elas estão no pretérito imperfeito, que indica concomitância em relação a um marco temporal instalado no texto (no caso, o ano de 1840, em que o escritor frequentava a escola da Rua da Costa) e, portanto, não denota nenhuma transformação de estado; - se invertêssemos a sequência dos enunciados, não correríamos o risco de alterar nenhuma relação cronológica - poderíamos mesmo colocar o último período em primeiro lugar e ler o texto do fim para o começo: O mestre era mais severo com ele do que conosco. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes... Estrutura Introdução: Primeiramente é feita a identificação do ser ou objeto que será descrito, de modo a que o leitor foque sua atenção nesse ser ou objeto. Desenvolvimento: Ocorre então a descrição do objeto ou ser em foco, apresentando seus aspectos mais gerais e mais pormenorizados, havendo caracterizações mais objetivas e outras mais subjetivas. Conclusão: A descrição está concluída quando a caracterização do objeto ou ser estiver terminada. Características O texto descritivo não se encontra limitado por noções temporais ou relações espaciais, visto descrever algo estático, sem ordem fixa para a realização da descrição. Há uma notória predominância de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas, em detrimento de verbos, sendo maioritariamente necessária a utilização de verbos de estado, como ser, estar, parecer, permanecer, ficar, continuar, tornar-se, andar... O uso de uma linguagem clara e dinâmica, com vocabulário rico e variado, bem como o uso de enumerações e comparações, ou outras figuras de linguagem, servem para melhor apresentar o objeto ou ser em descrição, enriquecendo o texto e tornando-o mais interessante para o leitor. A descrição pode ser mais objetiva, focalizando aspectos físicos, ou mais subjetiva, focalizando aspectos emocionais e psicológicos. Nas melhores descrições, há um equilíbrio entre os dois tipos de descrição, sendo o objeto ou ser descrito apresentado nas suas diversas vertentes. Na descrição de pessoas, há a descrição de aspectos físicos, ou seja, aquilo que pode ser observado e a descrição de aspectos psicológicos e comportamentais, como o caráter, personalidade, humor…, apreendidos pelo convívio com a pessoa e pela observação de suas atitudes. Na descrição de lugares ocorre tanto a descrição de aspectos físicos, como a descrição do ambiente social, econômico, político... Na descrição de objetos, embora predomine a descrição de aspectos físicos, pode ocorrer uma descrição sensorial, que estimule os sentidos do leitor. A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É uma estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais predominam. Porque toda técnica descritiva implica contemplação e apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o redator, ao descrever, precisa possuir certo grau de sensibilidade. Assim como o pintor capta o mundo exterior ou interior emsuas telas, o autor de uma descrição focaliza cenas ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade. Apostila Digital Licenciada para Rafael André Ferreira Leal - CPF:073.123.105-83 (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br Pedido N.: 2881353 - Apostila Licenciada para rafadigitus@gmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 4 Texto Narrativo O texto narrativo é caracterizado por narrar uma história, ou seja, contar uma história através de uma sequência de várias ações reais ou imaginárias. Essa sucessão de acontecimentos é contada por um narrador e está estruturada em introdução, desenvolvimento e conclusão.1 Ao longo dessa estrutura narrativa são apresentados os principais elementos da narração: espaço, tempo, personagem, enredo e narrador. Todas as vezes que uma história é contada (é narrada), o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e com quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de ações; assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo de texto são os verbos de ação. O conjunto de ações que compõem o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo de texto recebe o nome de enredo. As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas personagens, que são justamente as pessoas envolvidas no episódio que está sendo contado. As personagens são identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos substantivos próprios. Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo sem querer) ele acaba contando "onde" (em que lugar) as ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre uma ação ou ações é chamado de espaço, representado no texto pelos advérbios de lugar. Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer "quando" ocorreram as ações da história. Esse elemento da narrativa é o tempo, representado no texto narrativo através dos tempos verbais, mas principalmente pelos advérbios de tempo. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele que indica ao leitor "como" o fato narrado aconteceu. A história contada, por isso, passa por uma introdução (parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo desenvolvimento do enredo (é a história propriamente dita, o meio, o "miolo" da narrativa, também chamada de trama) e termina com a conclusão da história (é o final ou epílogo). Aquele que conta a história é o narrador, que pode ser pessoal (narra em 1ª pessoa: Eu) ou impessoal (narra em 3ª pessoa: Ele). Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos substantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história contada. Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta a história. Principais elementos da narrativa Os principais elementos da narrativa, também chamados de elementos da narração, são: Espaço: O espaço se refere ao local onde se desenrola a ação. Pode ser físico (no colégio, no Brasil, na praça,…), social (características do ambiente social) e psicológico (vivências, pensamento e sentimentos do sujeito,…). Tempo: O tempo se refere à duração da ação e ao desenrolar dos acontecimentos. O tempo cronológico indica a sucessão cronológica dos fatos, pelas horas, dias, anos,… O tempo psicológico se refere às lembranças e vivências das personagens, sendo subjetivo e influenciado pelo estado de espírito das personagens em cada momento. Personagens: São caracterizadas através de qualidades físicas e psicológicas, podendo essa caracterização ser feita de modo direto (explicitada pelo narrador ou por outras personagens, através de autocaracterização ou 1 https://www.normaculta.com.br/texto-narrativo/ heterocaracterização) ou de modo indireto (feita com base nas atitudes e comportamento das personagens). As personagens possuem diferentes importâncias na narração, havendo personagens principais e personagens secundárias. As personagens principais desempenham papéis essenciais no enredo, podendo ser protagonistas (que deseja, tenta, consegue) ou antagonistas (que dificulta, atrapalha, impede). As personagens secundárias desempenham papéis menores e podem ser coadjuvantes (ajudam as personagens principais em ações secundárias) ou figurantes (ajudam na caracterização de um espaço social). Podem ser dinâmicas, apresentando diferentes comportamentos ao longo da narração (personagem modelada ou redonda), bem como estáticas, não se modificando no decorrer da ação (personagem plana). Há ainda personagens que representam um grupo específico (personagem-tipo). Enredo: Também chamado de intriga, trama ou ação, o enredo é composto pelos acontecimentos que ocorrem num determinado tempo e espaço e são vivenciados pelas personagens. As ações seguem-se umas às outras por encadeamento, encaixe e alternância. Existem ações principais e ações secundárias, mediante a importância que apresentam na narração. Além disso, o enredo pode estar fechado, estando definido e conhecido o final da história, ou aberto, não havendo um final definitivo e conhecido para a narrativa. Narrador: O narrador é o responsável pela narração, ou seja, é quem conta a história. Existem vários tipos de narrador: Narrador onisciente e onipresente: Conhece intimamente as personagens e a totalidade do enredo, de forma pormenorizada. Utiliza maioritariamente a narração na 3.ª pessoa, mas pode narrar na 1.ª pessoa, em discurso indireto livre, tendo sua voz confundida com a voz das personagens, tal é o seu conhecimento e intimidade com a narrativa. Narrador personagem, participante ou presente: Conta a história na 1.ª pessoa, do ponto de vista da personagem que é. Apenas conhece seus próprios pensamentos e as ações que se vão desenrolando, nas quais também participa. Tem conhecimentos limitados sobre as restantes personagens e sobre a totalidade do enredo. Este tipo de narração é mais subjetivo, transmitindo o ponto de vista e as emoções do narrador. Narrador observador, não participante ou ausente: Limita-se a contar a história, sem se envolver nela. Embora tenha conhecimento das ações, não conhece o íntimo das personagens, mantendo uma narrativa imparcial e objetiva. Utiliza a narração na 3.ª pessoa. Nos textos narrativos, é através da voz do narrador que conhecemos o desenrolar da história e as ações das personagens, mas é através da voz das personagens que conhecemos as suas ideias, opiniões e sentimentos. A forma como a voz das personagens é introduzida na voz do narrador é chamada de discurso. Através de uma correta utilização dos tipos de discurso, a narrativa poderá assumir um caráter mais ou menos dinâmico, mais ou menos natural, mais ou menos interessante, mais ou menos objetivo,… Existem três tipos de discurso, ou seja, três formas de introdução das falas das personagens na narrativa: - O discurso direto é caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das personagens, sem participação do narrador. Apostila Digital Licenciada para Rafael André Ferreira Leal - CPF:073.123.105-83 (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br Pedido N.: 2881353 - Apostila Licenciada para rafadigitus@gmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 5 - O discurso indireto é caracterizado por ser uma intervenção do narrador no discurso ao utilizar as suas próprias palavras para reproduzir as falas das personagens. - O discurso indireto livre é caracterizado por permitir que os acontecimentos sejam narrados em simultâneo, estando as falas das personagens direta e integralmente inseridas dentro do discurso do narrador. Exemplo - Personagens "Aboletado na varanda, lendo Graciliano Ramos, O Dr. Amâncio não viu a mulherchegar. - Não quer que se carpa o quintal, moço? Estava um caco: mal vestida, cheirando a fumaça, a face escalavrada. Mas os olhos... (sempre guardam alguma coisa do passado, os olhos)." (Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre: Mercado Aberto) Exemplo - Espaço Considerarei longamente meu pequeno deserto, a redondeza escura e uniforme dos seixos. Seria o leito seco de algum rio. Não havia, em todo o caso, como negar-lhe a insipidez." (Linda, Ieda. As amazonas segundo tio Hermann. Porto Alegre: Movimento, 1981) Exemplo - Tempo “Sete da manhã. Honorato Madeira acorda e lembra-se: a mulher lhe pediu que a chamasse cedo." (Veríssimo, Érico. Caminhos Cruzados) Estrutura: - Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da história, como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá. - Complicação: é a parte do texto em que se inicia propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, conduzindo ao clímax. - Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu momento crítico, tornando o desfecho inevitável. - Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações dos personagens. Tipos de Personagens: Os personagens têm muita importância na construção de um texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser principais ou secundários, conforme o papel que desempenham no enredo, podem ser apresentados direta ou indiretamente. A apresentação direta acontece quando o personagem aparece de forma clara no texto, retratando suas características físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando os personagens aparecem aos poucos e o leitor vai construindo a sua imagem com o desenrolar do enredo, ou seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e do modo como vai fazendo. - Em 1ª pessoa: Personagem Principal: há um “eu” participante que conta a história e é o protagonista. Exemplo: “Parei na varanda, ia tonto, atordoado, as pernas bambas, o coração parecendo querer sair-me pela boca fora. Não me atrevia a descer à chácara, e passar ao quintal vizinho. Comecei a andar de um lado para outro, estacando para amparar-me, e andava outra vez e estacava.” (Machado de Assis. Dom Casmurro) Observador: é como se dissesse: É verdade, pode acreditar, eu estava lá e vi. Exemplo: “Batia nos noventa anos o corpo magro, mas sempre teso do Jango Jorge, um que foi capitão duma maloca de contrabandista que fez cancha nos banhados do Brocai. Esse gaúcho desamotinado levou a existência inteira a cruzar os campos da fronteira; à luz do Sol, no desmaiado da Lua, na escuridão das noites, na cerração das madrugadas...; ainda que chovesse reiúnos acolherados ou que ventasse como por alma de padre, nunca errou vau, nunca perdeu atalho, nunca desandou cruzada! ... (...) Aqui há poucos - coitado! - pousei no arranchamento dele. Casado ou doutro jeito, afamilhado. Não nos víamos desde muito tempo. (...) Fiquei verdeando, à espera, e fui dando um ajutório na matança dos leitões e no tiramento dos assados com couro.” (J. Simões Lopes Neto – Contrabandista) - Em 3ª pessoa: Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira pessoa. Exemplo: “Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a fantasiaram de borboleta. Por isso não pôde defender-se. E saiu à rua com ar menos carnavalesco deste mundo, morrendo de vergonha da malha de cetim, das asas e das antenas e, mais ainda, da cara à mostra, sem máscara piedosa para disfarçar o sentimento impreciso de ridículo.” (Ilka Laurito. Sal do Lírico) Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história como sendo vista por uma câmara ou filmadora. Sequência Narrativa Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias: uma coordena-se a outra, uma implica a outra, uma subordina-se a outra. A narrativa típica tem quatro mudanças de situação: - uma em que uma personagem passa a ter um querer ou um dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo); - uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma competência para fazer algo); - uma em que a personagem executa aquilo que queria ou devia fazer (é a mudança principal da narrativa); - uma em que se constata que uma transformação se deu e em que se podem atribuir prêmios ou castigos às personagens (geralmente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os maus). Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata a realização de uma mudança é porque ela se verificou, e ela efetua-se porque quem a realiza pode, sabe, quer ou deve fazê-la. Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um apartamento: quando se assina a escritura, realiza-se o ato de compra; para isso, é necessário poder (ter dinheiro) e querer ou dever comprar (respectivamente, querer deixar de pagar aluguel ou ter necessidade de mudar, por ter sido despejado, por exemplo). Algumas mudanças são necessárias para que outras se deem. Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar um bambu ou outro instrumento para derrubá-la. Para ter um carro, é preciso antes conseguir o dinheiro. Narrativa e Narração Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A narratividade é um componente narrativo que pode existir Apostila Digital Licenciada para Rafael André Ferreira Leal - CPF:073.123.105-83 (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br Pedido N.: 2881353 - Apostila Licenciada para rafadigitus@gmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 6 em textos que não são narrações. A narrativa é a transformação de situações. Por exemplo, quando se diz “Depois da abolição, incentivou-se a imigração de europeus”, temos um texto dissertativo, que, no entanto, apresenta um componente narrativo, pois contém uma mudança de situação: do não incentivo ao incentivo da imigração europeia. Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de texto, o que é narração? A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três características: - é um conjunto de transformações de situação; - é um texto figurativo, isto é, opera com personagens e fatos concretos; - as mudanças relatadas estão organizadas de maneira tal que, entre elas, existe sempre uma relação de anterioridade e posterioridade. Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre pertinente num texto narrativo, mesmo que a sequência linear da temporalidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no romance machadiano Memórias póstumas de Brás Cubas, quando o narrador começa contando sua morte para em seguida relatar sua vida, a sequência temporal foi modificada. No entanto, o leitor reconstitui, ao longo da leitura, as relações de anterioridade e de posterioridade. Texto Dissertativo O texto dissertativo tem-se a intenção de explicar, provar, analisar, expor ideias e/ou discutir determinado assunto.2 Na dissertação, o escritor geralmente defende uma tese ou expõe uma série de fatos e ideias que levam a uma constatação. O texto dissertativo é impessoal e utiliza-se de estruturas lógicas para se sustentar. Existem duas subdivisões na tipologia dissertativa: a dissertação expositiva (exposição) e a dissertação argumentativa (argumentação). Características - ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é temático; - como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situação; - ao contrário do texto narrativo, nele as relações de anterioridade e de posterioridade dos enunciados não têm maior importância - o que importa são suas relações lógicas: analogia, pertinência, causalidade, coexistência, correspondência, implicação, etc. - a estética e a gramática são comuns a todos os tipos de redação. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística possuem características próprias a cada tipo de texto. Dissertação Expositiva e Argumentativa A dissertação expositiva é voltada para aquelesfatos que estão sendo focados e discutidos pela grande mídia. É um tipo de acontecimento inquestionável, mesmo porque todos os detalhes já foram expostos na televisão, rádio e novas mídias. Já o texto dissertativo argumentativo vai fazer uma reflexão maior sobre os temas. Os pontos de vista devem ser declarados em terceira pessoa, há interações entre os fatos que se aborda. Tais fatos precisam ser esclarecidos para que o leitor se sinta convencido por tal escrita. Quem escreve uma dissertação argumentativa deve saber persuadir a partir de sua crítica de determinado assunto. A linguagem jamais poderá deixar de ser objetiva, com fatos reais, evidências e concretudes. São partes da dissertação: Introdução / Desenvolvimento / Conclusão. 2 https://segredosdeconcurso.com.br/tipologia-textual/ Introdução Em que se apresenta o assunto; se apresenta a ideia principal, sem, no entanto, antecipar seu desenvolvimento. Tipos: - Divisão: quando há dois ou mais termos a serem discutidos. Ex.: “Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro...” - Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona a um fato presente. Ex.: “A crise econômica que teve início no começo dos anos 80, com os conhecidos altos índices de inflação que a década colecionou, agravou vários dos históricos problemas sociais do país. Entre eles, a violência, principalmente a urbana, cuja escalada tem sido facilmente identificada pela população brasileira.” - Proposição: o autor explicita seus objetivos. - Convite: proposta ao leitor para que participe de alguma coisa apresentada no texto. Ex.: Você quer estar “na sua”? Quer se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo cano! Faça parte desse time de vencedores desde a escolha desse momento! - Contestação: contestar uma ideia ou uma situação. Ex.: “É importante que o cidadão saiba que portar arma de fogo não é a solução no combate à insegurança.” - Características: caracterização de espaços ou aspectos. - Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex.: “Em 1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo, existem no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar programas) e 2.624 repetidoras (que apenas retransmitem sinais recebidos). (...)” - Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato. - Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto do texto. Ex.: “A principal característica do déspota encontra- se no fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das regras que definem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu poder, escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre exclusivamente de sua vontade, de seu prazer e de suas necessidades.” - Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que compõem o texto. - Interrogação: questionamento. Ex.: “Volta e meia se faz a pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entusiasmo pelo futebol não é uma prova de alienação?” - Suspense: alguma informação que faça aumentar a curiosidade do leitor. - Comparação: social e geográfica. - Enumeração: enumerar as informações. Ex.: “Ação à distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, triunfo das massas, holocausto: através das metáforas e das realidades que marcaram esses 100 últimos anos, aparece a verdadeira doença do século...” - Narração: narrar um fato. Deve conter a ideia principal a ser desenvolvida (geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do texto, por isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para dois itens básicos: os objetivos do texto e o plano do desenvolvimento. Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de análise e a hipótese ou a tese a ser defendida. Desenvolvimento É a argumentação da ideia inicial, de forma organizada e progressiva. É a parte maior e mais importante do texto. Podem ser desenvolvidas de várias formas: Apostila Digital Licenciada para Rafael André Ferreira Leal - CPF:073.123.105-83 (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br Pedido N.: 2881353 - Apostila Licenciada para rafadigitus@gmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 7 - Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com este tipo de abordagem. - Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a ideia principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a definição. - Comparação: estabelecer analogias, confrontar situações distintas. - Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta pontos favoráveis e desfavoráveis. - Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou descrever uma cena. - Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados estatísticos. - Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para prováveis resultados. - Interrogação: toda sucessão de interrogações deve apresentar questionamento e reflexão. - Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos, valores, juízos. - Causa e Consequência: estruturar o texto através dos porquês de uma determinada situação. - Oposição: abordar um assunto de forma dialética. - Exemplificação: dar exemplos. Exposição de elementos que vão fundamentar a ideia principal que pode vir especificada através da argumentação, de pormenores, da ilustração, da causa e da consequência, das definições, dos dados estatísticos, da ordenação cronológica, da interrogação e da citação. No desenvolvimento são usados tantos parágrafos quantos forem necessários para a completa exposição da ideia. Conclusão É uma avaliação final do assunto, um fechamento integrado de tudo que se argumentou. Para ela convergem todas as ideias anteriormente desenvolvidas. - Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese. - Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de quem lê. É a retomada da ideia principal, que agora deve aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação (um parágrafo). Deve, pois, conter de forma sintética, o objetivo proposto na instrução, a confirmação da hipótese ou da tese, acrescida da argumentação básica empregada no desenvolvimento. Exemplo: Redução da maioridade penal, grande falácia O advogado criminalista Dalio Zippin Filho explica por que é contrário à mudança na maioridade penal. Diuturnamente o Brasil é abalado com a notícia de que um crime bárbaro foi praticado por um adolescente, penalmente irresponsável nos termos do que dispõe os artigos 27 do CP, 104 do ECA e 228 da CF. A sociedade clama por maior segurança. Pede pela redução da maioridade penal, mas logo descobrirá que a criminalidade continuará a existir, e haverá mais discussão, para reduzir para 14 ou 12 anos. Analisando a legislação de 57 países, constatou-se que apenas 17% adotam idade menor de 18 anos como definição legal de adulto. Se aceitarmos punir os adolescentes da mesma forma como fazemos com os adultos, estamos admitindo que eles devem pagar pela ineficácia do Estado, que não cumpriu a lei e não lhes deu a proteção constitucional que é seu direito. A prisão é hipócrita, afirmando que retira o indivíduo infrator da sociedade com a intenção de ressocializá-lo, segregando-o, para depois reintegrá-lo. Com a redução da menoridade penal, o nosso sistema penitenciário entrará em colapso. Cerca de 85% dos menores em conflito com a lei praticam delitos contra o patrimônio ou por atuarem no tráfico de drogas, e somente 15% estão internados por atentarem contra a vida. Afirmar que os adolescentes não são punidos ou responsabilizados é permitir que a mentira, tantas vezes dita, transforme-se em verdade, pois não é o ECA que provoca a impunidade, mas a falta de ação do Estado. Ao contrário do que muitos pensam, hoje em diaos adolescentes infratores são punidos com muito mais rigor do que os adultos. Apresentar propostas legislativas visando à redução da menoridade penal com a modificação do disposto no artigo 228 da Constituição Federal constitui uma grande falácia, pois o artigo 60, § 4º, inciso IV de nossa Carta Magna não admite que sejam objeto de deliberação de emenda à Constituição os direitos e garantias individuais, pois se trata de cláusula pétrea. A prevenção à criminalidade está diretamente associada à existência de políticas sociais básicas e não à repressão, pois não é a severidade da pena que previne a criminalidade, mas sim a certeza de sua aplicação e sua capacidade de inclusão social. Dalio Zippin Filho é advogado criminalista. 10/06/2013 Texto publicado na edição impressa de 10 de junho de 2013 É bom lembrarmos que é praticamente impossível opinar sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos é um dos recursos que permite uma segurança maior no momento de dissertar sobre algum assunto. Debater e pesquisar são atitudes que favorecem o senso crítico, essencial no desenvolvimento de um texto dissertativo. Ainda temos: Tema: compreende o assunto proposto para discussão, o assunto que vai ser abordado. Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo discutido. Argumentação: é um conjunto de procedimentos linguísticos com os quais a pessoa que escreve sustenta suas opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É fornecer argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma determinada tese. Pontos Essenciais - toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade de pleno domínio do assunto e habilidade de argumentação; - em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao tema; - a coerência é tida como regra de ouro da dissertação; - impõem-se sempre o raciocínio lógico; - a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstração do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original, nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve ser impessoal (evitar-se o uso da primeira pessoa). INTERPRETAÇÃO DE TEXTO A leitura é o meio mais importante para chegarmos ao conhecimento, portanto, precisamos aprender a ler e não apenas “passar os olhos sobre algum texto”. Ler, na verdade, é dar sentido à vida e ao mundo, é dominar a riqueza de Interpretação e organização interna. Apostila Digital Licenciada para Rafael André Ferreira Leal - CPF:073.123.105-83 (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br Pedido N.: 2881353 - Apostila Licenciada para rafadigitus@gmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 8 qualquer texto, seja literário, informativo, persuasivo, narrativo, possibilidades que se misturam e as tornam infinitas. É preciso, para uma boa leitura, exercitar-se na arte de pensar, de captar ideias, de investigar as palavras… Para isso, devemos entender, primeiro, algumas definições importantes: Texto O texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de organização e transmissão de ideias, conceitos e informações de modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro, um símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma novela de televisão também são formas textuais. Interlocutor É a pessoa a quem o texto se dirige. Texto-modelo “Não é preciso muito para sentir ciúme. Bastam três – você, uma pessoa amada e uma intrusa. Por isso todo mundo sente. Se sua amiga disser que não, está mentindo ou se enganando. Quem agüenta ver o namorado conversando todo animado com outra menina sem sentir uma pontinha de não-sei-o-quê? (…) É normal você querer o máximo de atenção do seu namorado, das suas amigas, dos seus pais. Eles são a parte mais importante da sua vida.” (Revista Capricho) Modelo de Perguntas 1) Considerando o texto-modelo, é possível identificar quem é o seu interlocutor preferencial? Um leitor jovem. 2) Quais são as informações (explícitas ou não) que permitem a você identificar o interlocutor preferencial do texto? Do contexto podemos extrair indícios do interlocutor preferencial do texto: uma jovem adolescente, que pode ser acometida pelo ciúme. Observa-se ainda , que a revista Capricho tem como público-alvo preferencial: meninas adolescentes. A linguagem informal típica dos adolescentes. 09 DICAS PARA MELHORAR A INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 01) Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; 02) Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura; 03) Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos duas vezes; 04) Inferir; 05) Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; 06) Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; 07) Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor compreensão; 08) Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão; 09) O autor defende ideias e você deve percebê-las; Fonte: http://portuguesemfoco.com/09-dicas-para- melhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas/ Não saber interpretar corretamente um texto pode gerar inúmeros problemas, afetando não só o desenvolvimento profissional, mas também o desenvolvimento pessoal. O mundo moderno cobra de nós inúmeras competências, uma delas é a proficiência na língua, e isso não se refere apenas a uma boa comunicação verbal, mas também à capacidade de entender aquilo que está sendo lido. O analfabetismo funcional está relacionado com a dificuldade de decifrar as entrelinhas do código, pois a leitura mecânica é bem diferente da leitura interpretativa, aquela que fazemos ao estabelecer analogias e criar inferências. Para que você não sofra mais com a análise de textos, elaboramos algumas dicas para você seguir e tirar suas dúvidas. Uma interpretação de texto competente depende de inúmeros fatores, mas nem por isso deixaremos de contemplar alguns que se fazem essenciais para esse exercício. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos das minúcias presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz suficiente, o que não é verdade. Interpretar demanda paciência e, por isso, sempre releia, pois uma segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes que não foram observados anteriormente. Para auxiliar na busca de sentidos do texto, você pode também retirar dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleatória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias supracitadas ou apresentando novos conceitos. Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo autor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. Quem lê com cuidado certamente incorre menos no risco de tornar-se um analfabeto funcional e ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes e sagazes. Agora que você já conhece nossas dicas, desejamos a você uma boa leitura e bons estudos! Fonte: http://portugues.uol.com.br/redacao/dicas-para-uma-boa- interpretacao-texto.html Questões 01. (Câmara de Mauá – SP - Procurador Legislativo - VUNESP/2019) Leia trecho da crônica de Luís Fernando Veríssimo para responder às questão. Vá entender___________. que depois dos 7 a 1 o torcedor brasileiro, desencantado, passaria _______ badminton, balé aquático ou outro esporte que não envolvesse bola ou qualquer coisavagamente esférica. O desastre na Copa de 2014 não só _______ não éramos mais o país do futebol como fomentaria nosso ódio pelo futebol. O futebol seria para nós como a História para Stephen Dedalus, aquele personagem do James Joyce: um pesadelo do qual estaríamos tentando acordar. Mas não. Assimilamos a derrota até com certa resignação filosófica. Depois da derrota para o Uruguai em 1950, correram boatos de suicídios em massa, de torcedores ateando fogo _______ vestes, do Bigode engolindo formicida e do Barbosa pedindo asilo numa embaixada estrangeira. Depois dos 7 a 1 não houve nada parecido, nem boatos de coisa parecida. Foi uma desilusão dolorida, não foi uma tragédia. (Luis Fernando Veríssimo [org. Adriana Falcão e Isabel Falcão], “O bum”. Ironias do tempo, 2018. Adaptado.) As informações do texto permitem concluir que a hipótese de que (A) o torcedor brasileiro deixaria de exaltar suas tragédias não foi levada a termo, uma vez que a sua resignação filosófica foi insuficiente para minimizar a derrota por 7 a 1 da Copa de 2014. (B) o futebol deixaria de ser o esporte preferido do brasileiro começou a virar realidade, uma vez que outros Apostila Digital Licenciada para Rafael André Ferreira Leal - CPF:073.123.105-83 (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br Pedido N.: 2881353 - Apostila Licenciada para rafadigitus@gmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 9 esportes que não envolvem bola caíram no gosto dos torcedores. (C) o Brasil deixaria de ser o país do futebol virou realidade, uma vez que os torcedores encararam a derrota por 7 a 1 como uma verdadeira tragédia, tal como aquela para o Uruguai em 1950. (D) o brasileiro deixaria de gostar de futebol depois do desastre da Copa de 2014 não se concretizou, uma vez que os torcedores aceitaram o sofrimento imposto pela derrota por 7 a 1 sem revoltas. (E) a Copa de 2014 deixaria de incomodar rapidamente o torcedor brasileiro foi deixada de lado, uma vez que o espírito de sofrimento e tragédia de 1950 se instalou no país. 02. (TRF - 3ª REGIÃO - Técnico Judiciário - FCC/2019) 1 Existe uma enfermidade moderna que afeta dois terços dos adultos. Seus sintomas incluem falta de apetite, dificuldade para controlar o peso, baixa imunidade, flutuações de humor, entre outros. Essa enfermidade é a privação de sono crônica, que vem crescendo na esteira de dispositivos que emitem luz azul. 2 Por milênios, a luz azul existiu apenas durante o dia. Velas e lenha produziam luz amarelo-avermelhada e não havia iluminação artificial à noite. A luz do fogo não é problema porque o cérebro interpreta a luz vermelha como sinal de que chegou a hora de dormir. Com a luz azul é diferente: ela sinaliza a chegada da manhã. 3 Assim, um dos responsáveis pelo declínio da qualidade do sono nas duas últimas décadas é a luz azulada que emana de aparelhos eletrônicos; mas um dano ainda maior acontece quando estamos acordados, fazendo um malabarismo obsessivo com computadores e smartphones. 4 A maioria das pessoas passam de uma a quatro horas diárias em seus dispositivos eletrônicos - e muitos gastam bem mais que isso. Não é problema de uma minoria. Pesquisadores nos aconselham a usar o celular por menos de uma hora diariamente. Mas o uso excessivo do aparelho é tão predominante que os pesquisadores cunharam o termo “nomofobia" (uma abreviatura da expressão inglesa no- mobile-phobiaj para descrever a fobia de ficar sem celular. 5 O cérebro humano exibe diferentes padrões de atividade para diferentes experiências. Um deles retrata reações cerebrais de um viciado em jogos eletrônicos. “Comportamentos viciantes ativam o centro de recompensa do cérebro", afirma Claire Gillan, neurocientista que estuda comportamentos obsessivos. “Contanto que a conduta acarrete recompensa, o cérebro a tratará da mesma maneira que uma droga". (Adaptado de: ALTER, Adam. Irresistível. São Paulo: Objetiva, edição digital) Considere as afirmações abaixo. I. Critica-se no último parágrafo a dependência psicológica do celular, chamada por especialistas de “nomofobia”, característica de uma minoria que o utiliza de maneira abusiva. II. No texto, associa-se a perda da qualidade do sono ao uso de dispositivos eletrônicos que emitem luz azul. III. O autor expressa sentimento de nostalgia ao enaltecer uma época em que a maior parte da iluminação noturna provinha de luzes amarelo-avermelhadas. Está correto o que consta APENAS de (A) II e III (B) I e II. (C) II. (D) I (E) I e III. 03. (Prefeitura de Caranaíba - MG - Auxiliar de Consultório Dentário - FCM/2019) A questão se refere ao texto a seguir. Seu cachorro é um gênio – saiba o porquê Brian Hare, neurocientista especializado em cognição canina, e sua esposa, a cientista e jornalista Vanessa Woods, explicam como funciona a mente dos cães e contam por que eles podem ser mais inteligentes do que seus donos imaginam. Baseados em um conjunto de trabalhos sobre o assunto que apelidaram de caninognição – ou seja, a cognição dos cães –, os autores chegaram à conclusão de que o processo evolutivo que transformou lobos em cachorros domésticos fez com que os animais adquirissem um novo tipo de inteligência social. Essa inteligência teria tornado os cães muito semelhantes a bebês humanos, em termos de comportamento e de habilidades de comunicação – conquistando seus donos definitivamente. De acordo com Brian Hare, depois dos seres humanos, os cachorros são os mamíferos mais bem-sucedidos do planeta, superando até mesmo os chipanzés, famosos por sua esperteza. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/ciencia/seu-cachorro-e-um-genio- saiba-o-porque/> Acesso em: 13 ago. 2019. Adaptado. Considerando-se a leitura do texto, é correto afirmar que (A) cachorros e lobos se igualam em termos de comportamento e de habilidades. (B) o estudo da mente dos cães prova a semelhança de comportamento entre estes animais e os bebês humanos. (C) cachorros domésticos se tornaram bem-sucedidos em inteligência graças a pesquisas de cognição canina. (D) os cães conquistaram ainda mais seus donos porque estes descobriram a inteligência social desses animais. 04. (UFPE - Químico - COVEST-COPSET/2019) “Português é muito difícil”. Essa afirmação preconceituosa é prima-irmã da ideia de que “brasileiro não sabe português”. Como o nosso ensino da língua sempre se baseou na norma gramatical literária de Portugal, as regras que aprendemos na escola, em boa parte, não correspondem à língua que realmente falamos e escrevemos no Brasil. Por isso, achamos que “português é uma língua difícil”: temos de fixar regras que não significam nada para nós. No dia em que nosso ensino se concentrar no uso real, vivo e verdadeiro da língua portuguesa do Brasil, é bem provável que ninguém continue a pensar assim. Todo falante nativo de uma língua sabe essa língua. Saber uma língua, na concepção científica da linguística moderna, significa conhecer intuitivamente e empregar com facilidade e naturalidade as regras básicas de seu funcionamento. Está provado e comprovado que uma criança, por volta dos 7 anos de idade, já domina perfeitamente as regras gramaticais de sua língua. O que ela não conhece são sutilezas e irregularidades no uso dessas regras, que só a leitura e o estudo podem lhe dar. Nenhuma criança brasileira dessa idade vai dizer, por exemplo: “Uma meninos chegou aqui amanhã”. (...) Se tantas pessoas inteligentes e cultas continuam achando que “não sabem português” ou que “português é muito difícil”, é porque o uso da língua foi transformado numa ciência esotérica, numa doutrina cabalística que somente alguns iluminados conseguem dominar completamente. (...) No fundo, a ideia de que “português é muito difícil” serve como um dos instrumentos de manutenção do status quo das classes sociais prestigiadas. É lamentável que a imagem da línguatenha sido Apostila Digital Licenciada para Rafael André Ferreira Leal - CPF:073.123.105-83 (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br Pedido N.: 2881353 - Apostila Licenciada para rafadigitus@gmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 10 empobrecida e reduzida a uma nomenclatura confusa e a exercícios descontextualizados, práticas que se revelam irrelevantes para, de fato, levar alguém a se valer dos muitos recursos que a língua oferece. Marcos Bagno. Preconceito linguístico. São Paulo: Parábola, 2015. p. 57-63. Adaptado. Avaliando as ideias expressas no Texto 2, é correto afirmar que: (A) são mostradas as consequências do problema, mas não se discutem as causas que o provocam. (B) faltam argumentos que sustentem outras possibilidades de contornar a realidade tratada. (C) conforme a visão do Texto 2, a escola fica inteiramente dispensada de ensinar a língua. (D) os preconceitos que atingem o fenômeno da língua têm repercussão socialmente danosa. (E) o uso real da língua portuguesa falada no Brasil constitui o referencial de estudo nas escolas. 05. (IBGE - Agente Censitário Operacional - FGV/2019) Texto 1 Uma propaganda sobre o aniversário de um programa de notícias diz o seguinte: O maior programa brasileiro de notícias completa 40 anos A história de quatro décadas do programa registra os fatos mais relevantes da história mundial, bem como as evoluções tecnológicas e de tratamento de informação que vêm transformando as comunicações em todo o mundo. Segundo o texto 1, o destaque de maior valor do programa de notícias é: (A) a procura incessante pela verdade nas informações; (B) a durabilidade sempre atualizada do programa; (C) a documentação histórica de fatos e evoluções; (D) a transformação do programa através do tempo; (E) as mudanças no tratamento das informações. Gabarito 1. D / 2. C / 3. B / 4. D / 5. C COESÃO Uma das propriedades que distinguem um texto de um amontoado de frases é a relação existente entre os elementos que os constituem. A coesão textual é a ligação entre palavras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os componentes do texto. Observe: “O iraquiano leu sua declaração num bloquinho comum de anotações, que segurava na mão.” Nesse período, o pronome relativo “que” estabelece conexão entre as duas orações. Se tivermos: “O iraquiano leu sua declaração num bloquinho comum de anotações e segurava na mão, retomando na segunda um dos termos da primeira: bloquinho. O pronome relativo é um elemento coesivo, e a conexão entre as duas orações, um fenômeno de coesão. Leia o texto que segue: Arroz-doce da infância Ingredientes 1 litro de leite desnatado 150g de arroz cru lavado 1 pitada de sal 4 colheres (sopa) de açúcar 1 colher (sobremesa) de canela em pó Preparo Em uma panela ferva o leite, acrescente o arroz, a pitada de sal e mexa sem parar até cozinhar o arroz. Adicione o açúcar e deixe no fogo por mais 2 ou 3 minutos. Despeje em um recipiente, polvilhe a canela. Sirva. Cozinha Clássica Baixo Colesterol, nº4. São Paulo, InCor, agosto de 1999,. Toda receita culinária tem duas partes: lista dos ingredientes e modo de preparar. As informações apresentadas na primeira são retomadas na segunda. Nesta, os nomes mencionados pela primeira vez na lista de ingredientes vêm precedidos de artigo definido, o qual exerce, entre outras funções, a de indicar que o termo determinado por ele se refere ao mesmo ser a que uma palavra idêntica já fizera menção. No nosso texto, por exemplo, quando se diz que se adiciona o açúcar, o artigo relaciona ao açúcar citado na primeira parte. Se dissesse apenas adicione açúcar, deveria adicionar mais além do citado anteriormente, pois se trataria de outro açúcar, diverso daquele citado no rol dos ingredientes. Há dois tipos principais de mecanismos de coesão: retomada ou antecipação de palavras, expressões ou frases e encadeamento de segmentos. Retomada ou Antecipação por meio de uma palavra gramatical (pronome, verbos ou advérbios) “No mercado de trabalho brasileiro, ainda hoje não há total igualdade entre homens e mulheres: estas ainda ganham menos do que aqueles em cargos equivalentes.” Nesse período, o pronome demonstrativo “estas” retoma o termo mulheres, enquanto “aqueles” recupera a palavra homens. - Os termos que servem para retomar outros são denominados anafóricos; os que servem para anunciar, para antecipar outros são chamados catafóricos. No exemplo a seguir, desta antecipa abandonar a faculdade no último ano: “Já viu uma loucura desta, abandonar a faculdade no último ano?” - São anafóricos ou catafóricos os pronomes demonstrativos, os pronomes relativos, certos advérbios ou locuções adverbiais (nesse momento, então, lá), o verbo fazer, o artigo definido, os pronomes pessoais de 3ª pessoa (ele, o, a, os, as, lhe, lhes), os pronomes indefinidos. Exemplos: - O pronome relativo “quem” retoma o substantivo mestre. “Ele era muito diferente de seu mestre, a quem sucedera na cátedra de Sociologia na Universidade de São Paulo.” - O pronome pessoal “elas” recupera o substantivo pessoas; o pronome pessoal “o” retoma o nome Machado de Assis. “As pessoas simplificam Machado de Assis; elas o veem como um descrente do amor e da amizade.” - O numeral “ambos” retoma a expressão os dois homens. “Os dois homens caminhavam pela calçada, ambos trajando roupa escura.” - O advérbio “lá” recupera a expressão ao cinema. “Fui ao cinema domingo e, chegando lá, fiquei desanimado com a fila.” - A forma verbal “fará” retoma a perífrase verbal vai inaugurar e seu complemento. Apostila Digital Licenciada para Rafael André Ferreira Leal - CPF:073.123.105-83 (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br Pedido N.: 2881353 - Apostila Licenciada para rafadigitus@gmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 11 “O governador vai pessoalmente inaugurar a creche dos funcionários do palácio, e o fará para demonstrar seu apreço aos servidores.” - Em princípio, o termo a que “o” anafórico se refere deve estar presente no texto, senão a coesão fica comprometida, como neste exemplo: “André é meu grande amigo. Começou a namorá-la há vários meses.” A rigor, não se pode dizer que o pronome “la” seja um anafórico, pois não está retomando nenhuma das palavras citadas antes. Exatamente por isso, o sentido da frase fica totalmente prejudicado: não há possibilidade de se depreender o sentido desse pronome. Pode ocorrer, no entanto, que o anafórico não se refira a nenhuma palavra citada anteriormente no interior do texto, mas que possa ser inferida por certos pressupostos típicos da cultura em que se inscreve o texto. É o caso de um exemplo como este: “O casamento teria sido às 20 horas. O noivo já estava desesperado, porque eram 21 horas e ela não havia comparecido.” Por dados do contexto cultural, sabe-se que o pronome “ela” é um anafórico que só pode estar-se referindo à palavra noiva. Num casamento, estando presente o noivo, o desespero só pode ser pelo atraso da noiva (representada por “ela” no exemplo citado). - O artigo indefinido (um, uma, uns, umas) serve geralmente para introduzir informações novas ao texto. Quando elas forem retomadas, deverão ser precedidas do artigo definido (o, a, os, as), pois este é que tem a função de indicar que o termo por ele determinado é idêntico, em termos de valor referencial, a um termo já mencionado. “O encarregado da limpeza encontrou uma carteira na sala de espetáculos. Curiosamente, a carteira tinha muito dinheiro dentro, mas nem um documento sequer.” - Quando, em dado contexto, o anafórico pode referir-se a dois termos distintos, há uma ruptura de coesão, porque ocorre uma ambiguidade
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