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TCC FINAL _ ARIELLY_PDF

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE 
GOIÁS CÂMPUS ANÁPOLIS 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA 
MOBILIDADE 
 
 
 
 
 
REAPROVEITAMENTO URBANO DE ÁGUAS PLUVIAIS: O CASO DE UMA 
ESCOLA EM SILVÂNIA/GO 
 
 
 
 
Arielly Silva Borges 
 
 
 
 
ORIENTADOR: Prof. Ms. Frederico de Souza Aleixo 
 
 
 
 
PUBLICAÇÃO: 
 
 
ANÁPOLIS 
2021 
 
 
 
 
Arielly Silva Borges 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REAPROVEITAMENTO URBANO DE ÁGUAS PLUVIAIS: O CASO DE UMA 
ESCOLA EM SILVÂNIA/GO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Civil 
da Mobilidade do Instituto Federal de Educação, 
Ciência e Tecnologia de Goiás - Campus Anápolis, 
como requisito parcial para conclusão de curso. 
 
Orientadora: Prof. Ms. Frederico de Souza Aleixo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁPOLIS 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arielly Silva Borges 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
Arielly Silva Borges 
 
 
 
 
REAPROVEITAMENTO URBANO DE ÁGUAS PLUVIAIS: O CASO DE UMA 
ESCOLA EM SILVÂNIA/GO 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Civil 
da Mobilidade do Instituto Federal de Educação, 
Ciência e Tecnologia de Goiás - Campus Anápolis, 
como requisito parcial para conclusão de curso. 
 
Orientador: Prof. Ms. Frederico de Souza Aleixo 
 
 
 
APROVADO EM: 26/02/2021 
 
 
 
 
Orientador (a): 
Prof.ª (IFG) Frederico de Souza Aleixo 
 
Examinador (a): 
Prof. (IFG) Christiane Rosa Paiva 
 
 
Examinador (a): 
Prof. (IFG) Ricardo Chaveiro Alves 
 
ANÁPOLIS 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicado à minha família, que sempre me 
apoiou, e em memória à minha mãe Kátia que 
sempre me incentivou a persistir. 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
Em primeiro lugar, agradeço a Deus pelo dom da vida e da sabedoria. 
Agradeço ao meu professor orientador Frederico, pela disponibilidade, atenção e 
dedicação em todo o meu processo de aprendizado durante curso, e principalmente, durante a 
elaboração desse trabalho. 
À minha família e amigos que incentivaram, apoiaram e idealizaram um futuro 
comigo, que sempre me deram forças em todos os momentos. Por toda paciência e orações, 
carinho e amor dedicados a mim. 
Minha eterna gratidão à minha mãe, Kátia, que com muita garra e perseverança meu 
deu o melhor alicerce para que eu pudesse construir o meu futuro, e me tornar digna de tudo 
que conquistei e conquistarei. 
Ao meu pai, Osvair, exemplo de caráter e hombridade, que se dedica integralmente ao 
bem estar dos filhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A persistência é o menor caminho do êxito.” 
Charles Chaplin. 
RESUMO 
 
 
 
Para economizar água, existem medidas convencionais e não convencionais. O sistema 
de reaproveitamento de água da chuva não é uma medida convencional. Atualmente, muitos 
países como Estados Unidos, Alemanha, Austrália, Japão e outros lançam mão do reuso da 
água da chuva. 
A viabilidade do aproveitamento da água da chuva é caracterizada pela redução da 
demanda hídrica pela empresa de abastecimento, o que diminui o custo da água potável e 
diminui o risco de inundações em decorrência de chuvas fortes. 
No projeto de reaproveitamento de águas pluviais, geralmente são utilizadas áreas 
impermeáveis para captação, como telhados. A água da chuva é coletada por meio de calhas, 
tubulações verticais e horizontais e armazenada em reservatórios, tais dispositivos serão 
dimensionados nesse projeto para atender uma escola em Silvânia- GO, a água coletada e 
armazenada será utilizada para a lavagem das áreas externas e limpeza da quadra esportiva. 
Ao final, é feito um cálculo utilizando um método simples para avaliação do custo x 
benefício da instalação do sistema. Provando o quanto o método de reuso de água pluvial pode 
ser eficaz economicamente, ambientalmente e socialmente. 
Palavras-chave: Reuso, coleta, demanda hídrica, disponibilidade, sustentável, economia, meio 
ambiente, custo, benefício. 
ABSTRACT 
 
 
 
To save water, there are conventional and unconventional measures. The rainwater 
recovery system is not a conventional measure. Currently, many countries such as the United 
States, Germany, Australia, Japan and others are using rainwater reuse. 
The feasibility of using rainwater is characterized by the reduction of water demand 
by the supply company, which reduces the cost of drinking water and reduces the risk of 
flooding due to heavy rains. In the rainwater reuse project, impermeable areas are generally 
used, such as roofs. 
Rainwater is collected through gutters, vertical and horizontal pipes and stored in 
reservoirs. Such devices will be dimensioned in this project to serve a school in Silvânia-GO, 
the collected and stored water will be used for washing the external areas and cleaning the sports 
court. 
At the end, a calculation is made using a simple method to assess the cost-benefit of 
installing the system. Proving how effective the rainwater reuse method can be both 
economically, environmentally and socially. 
Key words: Rainwater,reuse, collect, hydraulic demand, availability, sustainable, economy, 
environment, cost, benefit. 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
 
 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
ANA Agência Nacional de Águas 
ASCE American Society of Civil Engineer 
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
IMP Integrated Management Practices 
LID Low Impact Development 
NBR Norma Brasileira 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
 
 
FIGURA 1 – Regiões hidrográficas brasileiras ...................................................................... 18 
FIGURA 2 – Estimativa do crescimento da extração de água para abastecimento do consumo 
mundial ................................................................................................................................ 21 
FIGURA 3 – Área de coleta – telhado: comprimento x largura .............................................. 27 
FIGURA 4 – Sistema de grade localizado sobre a calha ......................................................... 27 
FIGURA 5 – Esquema de funcionamento do sistema de coleta e aproveitamento de águas 
pluviais com reservatório de autolimpeza .............................................................................. 28 
FIGURA 6 – Sistema de irrigação de jardins e seus componentes ......................................... 28 
FIGURA 7 – Mapa dos biomas brasileiros ............................................................................ 29 
FIGURA 8– As grandes regiões climáticas da América do Sul ............................................. 30 
FIGURA 9 – Tipos de clima predominantes no Bioma Cerrado, de acordo com Koppen ....... 31 
FIGURA 10 – Precipitação média anual por Cardoso et al. 2014 ........................................... 32 
FIGURA 11 – Precipitação pluviométrica média mensal de acordo com Cardoso et al.......... 33 
FIGURA 12– Classificação climatica de Koppen Geiger para o estado de Goiás ................... 33 
FIGURA 13 – Microrregiões de Goiás .................................................................................. 34 
FIGURA 14– Gráfico de temperatura e precipitação em Silvânia,2019 ................................. 35 
FIGURA 15 – Cálculo da área de contribuição para superfície inclinada ............................... 37 
FIGURA 16 – Ábaco para a determinação do diâmetro de condutores verticais ..................... 39 
FIGURA 17 – Imagem superior do Instituto Auxiliadora capturada via satélite, com área do 
telhado da quadramarcado em vermelho............................................................................... 41 
FIGURA 18 – Planta baixa de cobertura do Instituto Auxiliadora em Silvânia – GO ............. 41 
FIGURA 19 – Área de contribuição escolhida, com dimensões a, b ...................................... 42 
FIGURA 20 - Tela plástica de PEAD posicionada sobre calha ............................................... 44 
FIGURA 21 - Ábaco para a determinação do diâmetro de condutores verticais com resultado 
para esse projeto ................................................................................................................... 44 
LISTA DE QUADROS E TABELAS 
 
 
 
TABELA 1 – Disponibilidade e demanda hídrica nas divisões hidrográficas do território 
brasileiro em 2010................................................................................................................ 18 
TABELA 2–Comparação entre os atributos hidrológicos de práticas LID e práticas 
convencionais ...................................................................................................................... 23 
TABELA 3 – Parâmetros de qualidade de água da chuva para usos restritivos não 
potáveis ...............................................................................................................................25 
TABELA 4 – Frequência de manutenção .............................................................................. 26 
TABELA 5 – Chave de classificação de Koppen simplificada por Setzer,1966 ...................... 31 
TABELA 6 – Dados climatológicos para Silvânia ,2019. ....................................................... 35 
TABELA 7 – Coeficientes multiplicativos de vazão do projeto. ............................................ 38 
TABELA 8 – Coeficientes de rugosidade .............................................................................. 38 
TABELA 9 – Capacidade de calhas semicirculares com coeficientes de rugosidade n = 0,011 
vazão em (L/min) ................................................................................................................. 39 
TABELA 10 – Capacidade de condutores horizontais de seção circular (Vazões em L/min) . 40 
TABELA 11 – Capacidade de calhas semicirculares com coeficientes de rugosidade n = 0,011 
vazão em (L/min), com resultado para esse projeto ............................................................... 43 
TABELA 12 – Capacidade de condutores horizontais de seção circular (Vazões em L/min), 
com resultado para o projeto ................................................................................................. 45 
TABELA 13 – Quadro resumo com especificação de materiais, dispositivos e respectivas 
dimensões para esse projeto .................................................................................................. 46 
TABELA 14 – Tarifas de água e esgoto para o estado de Goiás e cálculo para 20m³ de água 
.................................................................................................................................................. 47 
TABELA 15 – Valor gasto para a instalação desse projeto ..................................................... 48 
 
SUMÁRIO 
RESUMO ............................................................................................................................. 7 
ABSTRACT ......................................................................................................................... 8 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .......................................................................... 9 
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................ 10 
LISTA DE QUADROS E TABELAS ................................................................................ 11 
SUMÁRIO .......................................................................................................................... 12 
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14 
1.1. OBJETIVOS .......................................................................................................... 15 
1.1.1. Objetivo geral................................................................................................ 15 
1.1.2. Objetivos específicos ..................................................................................... 15 
1.2. JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 15 
2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 16 
2.1. ÁGUA: UMA VISÃO GERAL .............................................................................. 16 
2.1.1. Importância global da água ............................................................................. 16 
2.1.2. Recursos hídricos no Brasil .............................................................................. 17 
2.2. REAPROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS PARA FINS NÃO POTÁVEIS.19 
2.3. TÉCNICA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA PELO TELHADO ............. 24 
2.3.1. Sistema de captação de água da chuva pelo telhado ....................................... 26 
2.4. CONDIÇÕES CLIMÁTICAS E PLUVIOMÉTRICAS DE GOIÁS .......................... 29 
2.4.1. Precipitações em Goiás ..................................................................................... 32 
2.4.2. Clima em Silvânia e precipitações ................................................................... 34 
3. METODOLOGIA ................................................................................................... 36 
3.1. MATERIAIS E DISPOSITIVOS ........................................................................... 36 
3.2. DIMENSIONAMENTO DE CALHAS E TUBULAÇÕES .................................... 37 
3.3. RESERVATÓRIO ................................................................................................. 40 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 41 
4.1. DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES ..................................................... 41 
4.2. ESTIMATIVA CUSTO X BENEFÍCIO ................................................................ 47 
 
4.3. DISCUSSÕES ....................................................................................................... 49 
4.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 50 
5. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 51 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 52 
ANEXO I - PLANTA BAIXA DO SISTEMA DE REAPROVEITAMENTO NA QUADRA 
ESPORTIVA E DETALHAMENTOS ................................................................................ 54 
14 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
 
Atualmente, as questões relacionadas à proteção ambiental e ao uso consciente da 
água têm se tornado uma preocupação mundial, o que motiva o crescimento do número 
de políticas públicas voltadas para a promoção de práticas sustentáveis e gestão dos 
recursos hídricos. Devido ao desperdício, a água potável usada em residências e indústrias 
tem gradualmente deixado de atender às necessidades das pessoas (MAY,2009). 
A água da chuva é um recurso hídrico desperdiçado com grande potencial para ser 
utilizado em escolas, residências e em outras instituições, sendo um recurso acessível a 
todos, independentemente de classes sociais. Seu uso pode tornar os edifícios 
sustentáveis, economizar custos e reduzir a necessidade da utilização da água que se 
encontra preservada no subsolo e em outros locais com acesso restrito (VAZ,2015). 
É muito importante hoje em dia lidar com os problemas sociais que afligem a 
escassez de água. Nesse sentido,é imprescindível criar alternativas para que esse recurso 
seja utilizado da maneira mais adequada possível. (VAZ, 2015) 
O surgimento de novas técnicas de reaproveitamento de água da chuva em 
edifícios permite que ela seja razoavelmente utilizada para fins não potáveis, como 
irrigação de jardins, lavagem de áreas externas ou veículos (TOMAZ, 2003). 
A técnica de reaproveitamento de águas pluviais com captação pelo telhado e 
armazenamento em reservatórios, é utilizada ao longo dos tempos pela humanidade em 
várias partes do planeta. No Brasil, essa técnica é bastante difundida e incentivada pelo 
governo na região do semiárido brasileiro, que sofre com mudanças climáticas severas, 
desertificação e pouca disponibilidade de recursos hídricos superficiais, rios e lagos 
(MAY,2009). 
Neste contexto, busca-se aqui introduzir uma abordagem do estudo de um sistema 
de aproveitamento da água da chuva para fins não potáveis em uma unidade escolar na 
cidade de Silvânia – GO. 
O projeto foi dimensionado de acordo com a NBR 10844/1989 - Instalações 
prediais de águas pluviais, onde previamente foi feito um estudo do clima e precipitações 
na região. 
15 
 
 
 
 
1.1. OBJETIVOS 
1.1.1 Objetivo geral 
Elaboração de um projeto de reaproveitamento de águas pluviais com captação no 
telhado, seguindo o dimensionamento disposto na NBR 10844/1989, para atender uma 
instituição de ensino na cidade de Silvânia – GO. 
1.1.2 Objetivos específicos 
 Demonstrar como o reaproveitamento da água pluvial já é feito em alguns 
países ao longo das épocas. 
 Evidenciar os benefícios dessa forma de reaproveitamento de água e como 
impacta o meio ambiente, a sociedade e a drenagem urbana. 
 Desenvolver a técnica de captação de água da chuva pelo telhado segundo a 
NBR 15527 
 Estudar a classificação do clima e precipitações do bioma Cerrado, no estado 
de Goiás e município de Silvânia. 
 Realizar o dimensionamento da área de captação, calhas, tubulações 
horizontais e verticais do projeto, considerando todo o estudo climático e 
pluviométrico previamente feito, utilizando como base a NBR 10844. 
 
1.2. JUSTIFICATIVA 
 
 
A atual situação ambiental desperta a atenção das pessoas para a importância da 
proteção dos recursos hídricos. A crise hídrica do país é agravada por uma cultura de 
desperdício de água potável, o que levou a um repensar da educação para que os princípios 
e práticas de desenvolvimento sustentável sejam incorporados a todos os aspectos da 
aprendizagem (TUGOZ et al., 2017). 
Considerando a quantidade de água consumida pelo homem na Terra, nossa 
cultura de consumo e o alto crescimento populacional, a escassez de água se tornou um 
dos graves problemas do mundo. Outros problemas muito comuns que exacerbam a 
escassez de água são os ciclos de abastecimento, abastecimento irregular, desmatamento, 
poluição da água de nascente, falta de instalações de saneamento e má gestão (BUFFON, 
2010). 
Assim sendo, o reaproveitamento da água da chuva torna-se uma alternativa de 
reuso racional, de baixo custo e interessante do ponto de vista do abastecimento público, 
16 
 
 
 
 
pois contribui para redução do consumo de água potável em atividades onde ela é 
desnecessária. 
O principal impacto do desenvolvimento deste estudo é a disseminação 
cooperativa da ideia do reaproveitamento de águas pluviais nas unidades escolares, como 
um mecanismo que aumenta a eficiência econômica e permite o uso pleno dos recursos 
hídricos na sociedade, conscientizando os alunos sobre o desenvolvimento sustentável. 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
 
2.1. ÁGUA: UMA VISÃO GERAL 
A água é considerada um bem essencial para a manutenção da vida em nosso 
planeta. O homem a utiliza com o intuito de manter e melhorar suas condições sociais e 
econômicas. Contudo, deve ser utilizada de forma racional e criteriosa, pois a 
disponibilidade de água doce é limitada. É de extrema importância a conservação e o 
controle de seu uso (IGAM, 2007). 
A distribuição desigual de água doce na superfície da terra aliados ao 
desenvolvimento da globalização. O uso massivo e o mal aproveitamento dos recursos 
hídricos, contribui cada vez mais com a escassez desse bem necessário a manutenção da 
vida no planeta (JESUS, 2013). 
 
2.1.1. Importância global da água 
 
 
Apenas um terço da água precipitada anualmente e que corre para o mar pode ser 
utilizada pelo ser humano. Desta quantidade, mais da metade já tem destino ou é utilizada. 
Na maioria das vezes, a água é encontrada na natureza corrompida por esgotos, poluição 
industrial, produtos químicos, excesso de nutrientes e pragas de algas. Deste modo, a 
disponibilidade de água potável vem diminuindo gradativamente em países 
desenvolvidos e subdesenvolvidos (VILLIERS, 2002). 
Segundo a ANA - Agência Nacional de Águas (2020), 97,5% da água do planeta 
é salgada e não utilizável diretamente. Dos 2,5% restantes, 69 % é de difícil acesso, pois 
estão congeladas nas geleiras, 30% se localiza no subterrâneo (aquíferos), restando apenas 
1% para os rios e lagos. 
17 
 
 
 
 
Com o desenvolvimento econômico e a crescente disponibilidade de trabalho nas 
cidades, o mundo vem se tornando cada vez mais urbano. A estimativa é que a população 
mundial em 2050 chegue a 9 bilhões de habitantes, sendo que grande parte desse 
crescimento ocorrerá nas cidades. Assim a competição pelos recursos naturais 
disponíveis, principalmente a água, aumentará, pois deverá atender a todas as 
necessidades humanas disponíveis (BICUDO et al., 2010). 
De acordo com Tomaz (2003), um terço da população mundial sofrerá com a 
escassez de água ainda nesse século. Com isso, deve ser desenvolvida uma cultura que 
envolva o aproveitamento da água da chuva. 
No Brasil, nas regiões Sul e Sudeste, a urbanização já ultrapassou os 60% e em 
alguns lugares já chegou a 90%. Na região nordeste ainda oscila em torno de 50%. 
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a região Centro-Oeste possui 
taxa de urbanização de 88,8% (IBGE, 2010). 
Nesse contexto, é necessário ampliar os conhecimentos sobre os meios de 
conservação da água. Umas das formas de manutenção desse recurso é através do 
reaproveitamento de águas pluviais para fins não potáveis, cuja eficácia já é comprovada 
em muitos países, inclusive no Brasil (TOMAZ, 2003). 
 
2.1.2. Recursos hídricos no Brasil 
 
 
Conforme dados da ANA (2020), “o Brasil possui 12% da quantidade de água 
doce disponível no mundo, mas a sua distribuição pelo território não é equilibrada.” 
Segundo Bicudo et al. (2010), a vazão média gerada por rios e lagos de água doce 
do país chega a 179 000 m³/s. Devido às grandes dimensões continentais do território 
brasileiro, esse recurso não é distribuído igualitariamente entre as regiões. A região 
Amazônica comporta 70% dos recursos hídricos disponíveis, e sua área equivale a 44% 
do território. No entanto, possui apenas 4,5% da população brasileira. A região do 
Nordeste Oriental possui 13% da população e apenas 0,5% de água disponível, e a região 
do Sudeste mais próxima ao Oceano Atlântico detém 15% da população e somente 2% 
do volume total de água. A região hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental se encontra 
em situação muito crítica no que diz respeito à disponibilidade de água para a demanda 
requerida, e essa relação chega a 186,81%. O Nordeste brasileiro ocupa uma área de 1 
219 000 km² o que corresponde a um quinto de todo o território. A região é composta por 
18 
 
 
 
 
9 estados brasileiros com uma população equivalente a 18,5 milhões de pessoas, sendo 
que 8,6 milhões ainda vivem no meio rural. A bacia hidrográfica Tocantins – Araguaia, 
que envolve grande parte do estado de Goiás, se encontra em uma situação excelente. A 
disponibilidade é de 5362 m³/s para uma demanda de apenas 55 m³/s. Assim, a relação 
demanda/disponibilidade se encontra em 1,03%. Apesar do cenário ser muito bom, a 
população dessa regiãohidrográfica se encontra em constante desenvolvimento 
(TABELA 1). 
 
Tabela 1 – Disponibilidade e demanda hídrica nas divisões 
hidrográficas do território brasileiro em 2010 
 
Divisão hidrográfica nacional 
Disponibilidade 
(m³/s) 
Demanda 
(m³/s) 
Relação 
demanda/ 
Disponibilidade 
 
Classificação 
Amazônia 73748 47 0,06% Excelente 
Atlântico Leste 305 68 22,30% Critica 
Atlântico Nordeste Ocidental 328 15 4,57% Excelente 
Atlântico Nordeste Oriental 91 170 186,81% Muito Critica 
Atlântico Sudeste 1108 168 15,16% Preocupante 
Atlântico Sul 671 240 35,77% Critica 
Paraguai 785 19 2,42% Excelente 
Paraná 5792 479 8,27% Confortável 
Paraíba 379 19 5,01% Confortável 
São Francisco 1886 166 8,80% Confortável 
Tocantins - Araguaia 5362 55 1,03% Excelente 
Uruguai 565 146 25,84% Critica 
Fonte: adaptado Livro águas do Brasil, 2010, p. 149 
 
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos, divide o país em 12 regiões 
hidrográficas (FIGURA 1), levando em conta o grupo de bacias ou sub bacias 
hidrográficas próximas, com características semelhantes, sejam elas naturais, sociais ou 
econômicas (CNRH, 2020). 
Figura 1 - Regiões hidrográficas brasileiras 
 
Fonte: Agência Nacional de Águas (2020) 
19 
 
 
 
 
Baseado no que foi exposto, observa-se que o território do estado de Goiás, é 
contemplado com a grande bacia do Tocantins – Araguaia, cuja classificação em relação 
a demanda e disponibilidade de água se encontra excelente. 
 
2.2. REAPROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS PARA FINS NÃO POTÁVEIS 
 
 
Na literatura, o termo sustentabilidade é citado de diversas formas, mas “a ideia 
da sustentabilidade não está definida pelo consumir mais ou menos. O princípio é 
provocar nos consumidores a consciência do que suas escolhas acarretam, motivando-os 
a adotarem hábitos de consumo menos lesivos” (PEIXOTO e PEREIRA, 2013). 
O desenvolvimento sustentável dos recursos hídricos foi definido pelo American 
Society of Civil Engineer (ASCE) como “aqueles recursos projetados e gerenciados para 
contribuir com os objetivos totais da sociedade, agora e no futuro, devendo manter o meio 
ambiente e a integridade ecológica e hidrológica” (ASCE, 1998 apud TOMAZ, 2003). 
Devido à cultura de desperdício enraizada na população brasileira, o país enfrenta 
uma crise hídrica que se expande ao longo dos anos. Isso se deve ao fato de priorizarem 
o crescimento econômico e deixarem em segundo plano questões importantes como o 
meio ambiente, tecnologia e educação, fazendo com que o país seja considerado atrasado 
em relação aos países mais desenvolvidos (SOUZA et al, 2005). 
O uso racional da água precisa estar associado não somente à gestão de demanda 
bem como à gestão de abastecimento, para que assim uma água considerada não potável 
possa ser reutilizada para outros fins (SOUZA et al, 2005). 
De acordo com Leite (2003) “as águas de qualidade inferior tais como esgotos, 
particularmente os de origem doméstica, águas da chuva, águas de drenagem agrícola e 
águas salobras devem, sempre que possível, ser consideradas como fontes alternativas 
para usos menos restritivos”. 
Dentre os benefícios relacionados ao aproveitamento da água da chuva, podemos 
citar a diminuição no consumo de água potável para diversos fins, o que acarreta também 
na redução do custo da água fornecida pela concessionária, reduzindo o risco de 
inundações e restringindo a escassez dos recursos hídricos (LEITE,2003). 
Devido ao grave problema ambiental de escassez hídrica pelo mundo, vários 
países vêm adotando o artificio de reaproveitamento de água pluvial para uso doméstico, 
20 
 
 
 
 
industrial e agrícola, sendo o meio mais simples e eficaz de se combater tal crise 
(MAY,2004). 
A primeira menção de reaproveitamento de água da chuva na história, data de 830 
a.C., onde o rei Moabita idealiza em uma pedra escrita na linguagem cananita, a 
construção de reservatórios para aproveitamento de águas pluviais. A pedra foi 
encontrada no Oriente Médio a leste do Mar Morto (TOMAZ, 2003). 
De acordo com Tomaz (2003), alguns países já beneficiam a população com ajuda 
financeira para incentivar a construção e utilização de reservatórios, alguns exemplos são 
Califórnia, Alemanha e Japão. 
O primeiro estado alemão a adotar o sistema de reservatórios foi Hamburgo em 
1988. Atualmente é concedida uma ajuda financeira do governo de US$ 1.500,00 a US$ 
2.000,00 para quem reaproveitar a água da chuva. A água é reaproveitada na irrigação de 
jardins, descargas de bacias sanitárias, máquina de lavar roupas, uso comercial e 
industrial, ou seja, fins não potáveis (TOMAZ, 2003). 
Na Holanda, o reuso de água ajuda a resolver alguns problemas urbanos, por 
exemplo, coletar água para evitar o transbordamento em certos canais ao redor de algumas 
cidades abaixo do nível do mar. Posteriormente, a água armazenada é usada para irrigar 
plantações e fornecer recursos ornamentais (MAY, 2004). 
O clima da região Nordeste no semiárido brasileiro, comporta um regime de 
chuvas concentrado em apenas 4 meses do ano (fevereiro-maio) podendo variar muito 
anualmente, sendo que em alguns anos pode chover bem abaixo do necessário. O volume 
de água superficial é muito pobre e constituído em grande parte por rios intermitentes, ou 
seja, as águas desaparecem no período de estiagem (BICUDO et al., 2010). 
Um dos meios que a população encontrou para a melhor conservação da água, foi 
a coleta da água da chuva nos telhados que é armazenada em cisternas. Essa pratica é bem 
natural e intuitiva e já é aplicada a milênios. Devido às chuvas irregulares e a alta taxa de 
evaporação do solo, essa técnica se mostra como a mais indicada para suprir as 
necessidades humanas (MAY, 2004). 
De acordo com Bicudo et al. (2010), essas cisternas tem capacidade de 
armazenamento geralmente entre 7 e 15 m³, onde conseguem ofertar cerca de 50 litros de 
água por dia por um período de 140 a 300 dias. Assegurando os cuidados com a limpeza 
dos telhados, calhas e da cisterna, se torna uma solução viável para atender as 
necessidades essenciais da população rural difusa. 
21 
 
 
 
 
“O processo de urbanização gera o aumento da concentração populacional, o que 
por consequência gera um rápido crescimento na demanda de água nas cidades, tanto para 
uso doméstico como para fins industriais” (BUFFON, 2010). 
Com esse crescimento populacional devido a massiva urbanização, o consumo de 
água vem aumentando ao longo das décadas e continuará em crescimento exponencial, 
conforme abordado no parágrafo anterior e de acordo com (FIGURA 2). 
 
Figura 2 – Estimativa do crescimento da extração 
de água para abastecimento do consumo mundial 
 
Fonte: Shiklomanov, 1998, p.24. 
 
“A drenagem urbana, especialmente nos grandes centros, tem sido efetuada de 
forma insustentável com aumento do volume de escoamento superficial e contaminação 
devido a impermeabilização, canalização e resíduos sólidos” (SOUZA e TUCCI, 2005). 
Quatro metas são definidas para promover a sustentabilidade dos sistemas 
modernos de drenagem urbana: manter a saúde pública e o controle de enchentes, evitar 
a poluição local e remota, minimizar o uso de recursos hídricos, operar e adaptar a longo 
prazo (TOMAZ, 2003). 
A história da evolução do tratamento das águas no Brasil passa por três períodos 
distintos, sendo o primeiro no início do século XX, onde a política de saneamento básico, 
consistia apenas em despejar as águas vindas das atividades urbanas para a jusante, sem 
nenhum tipo de tratamento. O único objetivo na época era a não proliferação de doenças 
(TUCCI et al., 2012). 
O segundo período, seria o que envolve o final da década de 60, onde houve a 
percepção que os sistemas do período anterior não eram mais tão eficientes, pois 
22 
 
 
 
 
causavam danos sociais e econômicos, como por exemplo, as enchentes. Assim, alguns 
países começaram a investir mais em sistemas de manejo de águas pluviais e tratamento 
deesgoto (TUCCI et al., 2012). 
No final dos anos 90, surgiram observações diferentes sobre o assunto, onde a 
prioridade era manter a vegetação natural e o solo quanto fosse possível, pois esses 
desempenhavam um papel fundamental na drenagem das águas e no controle do ciclo 
hidrológico, visto que promovem a infiltração da água no solo e a evapotranspiração 
(TUCCI et al., 2012). 
Ainda de acordo com Tucci (2012), “o crescimento urbano de cidades brasileiras 
encontra-se ainda alicerçada na impermeabilização massiva de áreas e canalizações 
artificiais, ampliando a escassez de água em função da baixa eficiência dos sistemas 
hídricos, contaminações e baixo grau de reaproveitamento de água”. 
A partir desse cenário, foi criada a estratégia de Low Impact Development (LID): 
 
 
Desenvolvimento Urbano de Baixo Impacto (uma tradução livre de LID) 
surgiu na década de 80 como uma estratégia de manejo de águas pluviais e 
servidas; por meio do emprego de planejamento multidisciplinar, integrado a 
práticas de tratamento e controle em pequena-escala, para mimetizar o 
comportamento hidrológico natural em configurações residenciais, comerciais 
e industriais (TUCCI et al., 2012, p. 11). 
 
Dentro da estratégia de Low Impact Development (LID), são usadas algumas 
outras ferramentas que são denominadas Integrated Management Practices (IMPs). Essas 
ferramentas têm como seguintes características para o tratamento e reuso de águas 
pluviais: o uso mais eficaz da vegetação, pois intercepta, armazena e promove 
evapotranspiração da água. As IMPs artificiais promovem o armazenamento para 
posterior utilização da água (cisternas), e por último, a adaptação de estruturas naturais 
para uma mínima perturbação no sistema de drenagem. 
No texto de Tucci et al. (2012), são expostos vários mecanismos e instrumentos 
utilizados para a boa prática de aproveitamento de águas pluviais envolvendo as IMPs, 
tanto para melhoria do solo, benefício do ciclo hidrológico e meio ambiente, como para 
a economia nas edificações e soluções para escassez hídrica. 
 
O aproveitamento de água de chuva oportuniza o aumento da eficiência hídrica 
no empreendimento, exonerando o poder público ou a concessionária pelo 
serviço de abastecimento do volume captado. Dentre as alternativas 
empregadas por LID para coleta e armazenamento de água de chuva 
23 
 
 
 
 
encontram-se cisternas, barris de chuva e adaptações de pavimentos 
permeáveis, telhados verdes e biorretenções (as que apresentam drenos 
subjacentes). A experiência com o uso de cisternas, especialmente na região 
Nordeste do país (BRASIL, 2007) pode facilitar o desenvolvimento de 
mecanismos para incentivo, dimensionamento e construção (TUCCI et al., 
2012, p. 15). 
 
 
Tabela 2 – Comparação entre os atributos hidrológicos de práticas LID e práticas 
convencionais. 
Parâmetro 
hidrológico 
Convencional LID 
 on site 
Cobertura 
Impermeável 
Encorajada para atingir uma drenagem 
efetiva 
Minimizada para reduzir impactos 
Cobertura 
Natural/Vegetação 
Reduzida para melhorar drenagem local 
eficiente 
Maximizada para manter 
hidrologia de pré desenvolvimento 
Tempo de 
concentração 
Reduzido como produto da eficiência 
drenagem 
Maximizada e aumentada para 
aproximar às condições de pré 
desenvolvimento 
Volume de escoamento Grande aumento em volume de 
escoamento não controlado. 
Controlado para condições de pré 
desenvolvimento 
Descarga de Pico Controlado para chuva de projeto de pré 
desenvolvimento (2 anos) 
Controlado para condições de pré 
desenvolvimento para todas as 
chuvas 
Frequência de 
escoamento 
Grandemente aumentada, especialmente 
para chuvas pequenas, frequentes 
Controlado para condições de pré 
desenvolvimento para todas as 
chuvas 
Duração do 
escoamento 
Aumentada para todas as chuvas, 
porque o volume não é controlado 
Controlado para condições de pré 
desenvolvimento 
Abstração das chuvas Grande redução em todos os elementos 
(Interceptação, Infiltração, Depressões e 
Armazenamento) 
Mantida para condições de pré 
desenvolvimento 
Recarga de água 
subterrânea 
Redução de carga Mantida para condições de pré 
desenvolvimento 
 Off site 
Qualidade da água Redução em cargas de poluição, mas 
controle limitado para eventos menores 
que descarga de projeto 
Aumento em reduções de cargas 
poluentes. Controle total para 
eventos menores que descarga de 
projeto 
Corpos receptores Impactos severos documentados - 
Erosão e degradação de canais; 
Deposição de sedimentos; Fluxo de base 
reduzido; Adequabilidade do habitar 
diminuída ou eliminada 
Ecologia do sistema mantida para 
condições de pré desenvolvimento 
Inundações a Jusante Controle de descarga do pico reduz 
inundações imediatamente abaixo de 
estruturas de controle, mas podem 
aumentar inundações a jusante através 
de impactos cumulativos e 
superposicionamento de hidrogramas 
Controladas para condições de pré 
desenvolvimento 
Fonte: adaptado de Department of Evironmental Resources 1999.p.57 
 
Em 2006, foi lançado no Brasil o programa “Drenagem Urbana Sustentável” que 
consiste em um amparo do governo para os municípios que adotarem a técnica LID para 
24 
 
 
 
 
a criação ou um maior desdobramento do sistema de drenagem. A intenção era que esse 
programa fosse adotado em escala nacional, porém, houve uma falta de gerenciamento 
efetivo para o seu desenvolvimento. Envolvendo também a falta de capacitação e 
conhecimento por parte de alguns administradores, pois há ainda a necessidade da 
mobilização de diversos profissionais de diversas áreas do sistema público para um 
trabalho eficiente no que diz respeito ao controle e manejo de águas pluviais (TUCCI et 
al., 2012). 
 
2.3. TÉCNICA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA PELO TELHADO 
 
 
A norma ABNT NBR 15527 (2007) fornece requisitos para o aproveitamento de 
água da chuva de coberturas de áreas urbanas para fins não potáveis. 
Nela são dispostas algumas definições de termos imprescindíveis utilizados em 
todo o processo de captação e reaproveitamento de águas pluviais, sendo eles: 
 Água de chuva: água resultante de precipitações atmosféricas coletada em 
coberturas, telhados, onde não haja circulação de pessoas, veículos ou animais; 
 Água não potável: água que não atende à Portaria n° 518 do Ministério da Saúde; 
 Área de captação: área, em metros quadrados, projetada na horizontal da 
superfície impermeável da cobertura onde a água é o captada; 
 Coeficiente de escoamento superficial ou de Runoff (C): coeficiente que 
representa a relação entre o volume total de escoamento superficial e o volume 
total precipitado, variando conforme a superfície; 
 Conexão cruzada: qualquer ligação física através de peça, dispositivo ou outro 
arranjo que conecte duas tubulações, das quais uma conduz água potável e a outra, 
água de qualidade desconhecida ou não potável; 
 Demanda: consumo médio (mensal ou diário) a ser atendido para fins não 
potáveis; 
 Escoamento inicial: água proveniente da área de captação suficiente para 
carregar a poeira, fuligem, folhas, galhos e detritos; 
 Suprimento: fonte alternativa de água para complementar o reservatório de água 
de chuva. 
25 
 
 
 
 
A norma ainda explana que será necessária uma estimativa de demanda, alcance 
do projeto, população que será beneficiada. Também será necessário um estudo de 
precipitações, séries históricas e sintéticas da região em que se encontrará o projeto. 
Em relação às calhas em condutores, estas devem atender às descrições da ABNT 
NBR 10844 (1989). Os dispositivos utilizados para a remoção de detritos que são colhidos 
do escoamento inicial devem estar de acordo com a ABNT NBR 12213 (1992). 
Os reservatórios devem atender a ABNT NBR 12217 (1994), devendo constar no 
projeto: extravasor, dispositivo de esgotamento, cobertura, inspeção, ventilação e 
segurança. 
O volume de água da chuva aproveitável depende do coeficiente de escoamentoda cobertura (Equação 1): 
 
𝑉 = 𝑃 × 𝐴 × 𝐶 × 𝑁 (1) 
 
Onde: 
 V = Volume, anual, mensal ou diário de água aproveitável 
 P = Precipitação média anual, mensal ou diária 
 A = Área de coleta 
 C = coeficiente de escoamento superficial da cobertura 
 N (fator de captação) = eficiência do sistema de captação, levando em conta o 
dispositivo de descarte dos sólidos e desvio do escoamento inicial, caso seja utilizado. 
 
As instalações prediais devem atender a ABNT NBR 5626 (1998) seguindo as 
especificações mencionadas na norma. O sistema de condutores de água da chuva, assim 
como o reservatório, deve ser separado do sistema de condutores de água potável, sendo 
restrito e identificável. 
Quanto aos padrões da água a ser reutilizada, deve ser atendido o que está disposto 
na tabela 3. 
 
Tabela 3 – Parâmetros de qualidade de água da chuva para usos restritivos não potáveis 
Parâmetro Análise Valor 
Coliformes totais Semestral Ausência em 100 mL 
Coliformes termotolerantes Semestral Ausência em 100 mL 
Cloro resisual livre Mensal 0,5 a 3,0 mg/L 
Turbidez Mensal <2,0 uT, para menos restritivos <0,5 uT 
Cor aparente (caso não seja utilizado nenhum 
corante, ou antes da sua utilização) 
 
Mensal 
 
< 15 uH 
Deve prever ajuste de pH para proteção das redes 
de distribuição, caso necessário 
 
Mensal 
 
pH de 6,0 a 8,0 no caso de tubulação de 
Fonte: adaptado ABNT NBR 15527 
26 
 
 
 
 
 
Para o bombeamento da água, deve ser utilizada a ABNT NBR 12214 (1992), 
onde devem ser observadas as tubulações de sucção e recalque, velocidade mínima de 
sucção e recalque para a seleção do conjunto motor bomba. Quanto à manutenção do 
sistema deve ser seguido o que está exposto na tabela 4. 
 
Tabela 4 – Frequência de manutenção 
Componente Frequência de manutenção 
Dispositivo de descarte de detritos Inspeção mensal. Limpeza trimestral 
Dispositivo de descarte do escoamento inicial Limpeza mensal 
Calhas, condutores verticais e horizontais Semestral 
Dispositivos de desinfecção Mensal 
Bombas Mensal 
Reservatório Limpeza e desinfecção anual 
Fonte: adaptado ABNT NBR 15527 
 
Na norma também são feitas algumas recomendações para quando houver a 
necessidade de utilização de produtos nocivos à saúde humana durante a manutenção. 
 
2.3.1. Sistema de captação de água da chuva pelo telhado 
 
 
Ultimamente, tem-se observado o desenvolvimento de várias tecnologias voltadas 
para a área do manejo de recursos hídricos. Assim, constata-se um aumento na utilização 
de técnicas de reaproveitamento de águas pluviais, em locais em que já eram utilizadas e 
em locais que ainda não faziam uso (MAY, 2004). 
A água é coletada de áreas impermeáveis, geralmente telhados. Em seguida é 
tratada e armazenada em reservatório de acumulação, que pode ser apoiado, 
enterrado ou elevado e ser construído de diversos materiais como: concreto 
armado, blocos de concreto, alvenaria de tijolos, aço, plástico, poliéster, 
polietileno e outros (MAY, 2009, p. 49). 
 
De acordo com Tomaz (2003), os principais componentes de um sistema de 
captação de águas pluviais são: 
 Área de captação: sendo por ele definida, como as áreas impermeáveis das casas 
e industrias, como por exemplo, os telhados que podem ser constituídos de vários 
materiais tais como, telhas de fibrocimento, telhas de zinco, telhas de ferro 
galvanizado, telhas cerâmicas entre outros (FIGURA 3). 
Calhas e condutores: são necessários para a condução da água coletada no 
telhado ao reservatório final, que podem ser de PVC ou metálicos. 
27 
 
 
 
 
Figura 3 – Área de coleta – telhado: comprimento x largura 
 
Fonte: Waterfall, 2002 apud May, 2004 
 
 By Pass: segundo Tomaz (2003), pode ser utilizado para a remoção automática 
dos resíduos acumulados no telhado, que são transportados pela primeira chuva 
para o restante do sistema, com esse dispositivo não seria necessário o trabalho 
humano para tal operação. Uma grade sobre a calha funciona como um bom by 
pass (FIGURA 4). 
 
Figura 4 – Sistema de grade localizado sobre a calha. 
 
Fonte: Waterfall, 2002 apud May, 2004 
 
 
 Peneira: é utilizada para remover os materiais em suspensão. 
 Reservatório: Pode ser fabricado de diversos tipos de materiais e pode ser 
enterrado, apoiado ou elevado, dependendo da necessidade do projeto. 
 Extravasor: deve ser instalado no reservatório para expulsão da água em 
excesso, deve conter dispositivos que impeça a entrada de animais. 
 
A figura 5 mostra um sistema bem simples de reaproveitamento de água pluvial 
captada pelo telhado: 
28 
 
 
 
 
Figura 5 – Esquema de funcionamento do sistema de coleta e aproveitamento de águas 
pluviais com reservatório de autolimpeza. 
 
Fonte: Tomaz, 1998. 
 
 
O sistema de coleta e aproveitamento de água pluvial destinado para a rega de 
jardins e áreas verdes, pode ser de simples ou complexa instalação. A rega das 
plantas não pode ser feita com a água da chuva em todas as épocas do ano, 
devido ao período de seca, o ideal é que a água da chuva seja armazenada e 
utilizada entre o período entre uma chuva e outra, para que assim haja 
aproveitamento máximo do sistema (FIGURA 6) (MAY ,2004) 
Figura 6 – Sistema de irrigação de jardim e seus componentes. 
Fonte: Waterfall, 2002 apud May, 2004. 
 
 
O reaproveitamento de água da chuva também é benéfico se utilizado nas 
descargas sanitárias, pois encontra-se entre os três maiores consumos de uma 
residência. O princípio de coleta é o mesmo utilizado para a irrigação de 
jardins. O cuidado está na hora da instalação, para que as águas pluviais não se 
misturem com a água potável (MAY,2009). 
 
O reaproveitamento da água da chuva traz inúmeros benefícios, a saber: controle 
do escoamento, controle de enchentes, conservação da água, recuperação do ciclo 
hidrológico urbano e educação ambiental (MAY, 2009). 
29 
 
 
 
 
2.4. CONDIÇÕES CLIMÁTICAS E PLUVIOMÉTRICAS DE GOIÁS 
 
 
Segundo Albuquerque et al. (2012) o Cerrado brasileiro é a segunda maior 
formação vegetal do Brasil, perdendo apenas para o bioma Floresta Amazônica. Ocupa 
dois milhões de metros quadrados se estendendo por onze estados brasileiros: Mato 
Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Minas 
Gerais, São Paulo e o Distrito Federal (FIGURA 7). 
 
Figura 7 – Mapa dos biomas brasileiros 
 
Fonte: IBGE, 2012. 
 
 
Para que haja o entendimento do clima predominante no Bioma Cerrado, deve ser 
feito antes uma análise sobre a atmosfera que circunda o território brasileiro, pois nela há 
vários mecanismos que influenciam nas condições climáticas de determinados locais. Sua 
localização próxima a Cordilheira dos Andes facilita o trânsito das massas de ar, o que 
torna o clima do Brasil tão variado que se pode dizer que o país é composto por vários 
climas. (ALBUQUERQUE, et al.,2008). 
Um estudo feito por Monteiro (1973), revela que o Anticiclone Permanente do Atlântico 
Sul é o principal causador de tais diferenças climáticas por todo o território.Com base em 
tais estudos e nas dinâmicas das massas de ar pelo Centro Oeste brasileiro é possível 
identificar que o Bioma Cerrado é dominado pela massa Tropical Atlântica (mTa) 
(FIGURA 8). 
30 
 
 
 
 
Figura 8 – As grandes regiões climáticas da América do Sul 
 
Fonte: Livro Agricultura Tropical, 2008. 
 
 
Em relação ao clima, é através do estudo das massas de ar que ele pode ser 
classificado. São usadas várias metodologias para a classificação climática de um 
determinado local, predominando a que leva em conta a vegetação natural existente. É 
necessário identificar regiões com características climáticas homogêneas. Com base nos 
estudos feitos por Koppen e Thornthwaite foram criados índices de classificação para a 
caracterização climática em um reduzido número de siglas. Assim foram divididos os 
índices em cinco letras de A a E, sendo o tipo com a letra B o que caracteriza climas 
secos, os tiposA, C e D caracterizam climas úmidos e o com a letra E clima polar 
(ALBUQUERQUE et al., 2008). 
“A Classificação climática de Köppen-Geiger é baseada principalmente na 
quantidade e distribuição de precipitação e temperatura, anual e mensal. Os elementos de 
temperatura e precipitação constituem um critério inicial para a divisão dos tipos de 
clima” (CARDOSO et al., 2014). 
Como essa classificação remonta a mais de um século, ela foi adaptada neste 
interim por vários autores e foi simplificada por Setzer (1966) (TABELA 5). 
31 
 
 
 
 
Tabela 5 – Chave de classificação de Koppen simplificada por Setzer, 1966 
Temperatura média 
Normal 
Total de 
chuva do 
mês mais 
seco (Pms) 
 
Total de chuva anual 
(P) 
 
Descrição do tipo de clima 
segundo Koppen (Climas 
úmidos) 
 
 
Símbolo 
do mês 
mais frio 
do mês 
mais 
quente 
 
 
≥ 18 °C 
 
≥ 60 mm 
 
TROPICAL 
sem estação 
seca 
Af 
≥ 22°C 
< 60 mm 
< 2500 - 27,27, Pms TROPICAL 
com chuvas 
excessivas 
 
Inverno Seco 
Aw 
 ≥ 2500 - 27,27, Pms Am 
 
 
< 18 °C 
 
< 30 mm 
 
S
u
b
tr
o
p
ic
al
 Quente Cwa 
< 22 °C Temperado Cwb 
≥ 22°C 
≥ 30 mm 
Quente Sem estação 
seca 
Cfa 
< 22 °C Temperado Cfb 
Fonte: adaptado Cardoso et al., 2014 
 
 
Portanto o clima do Bioma Cerrado foi classificado da seguinte forma, levando 
em conta a média do mês mais frio (julho): megatérmico ou tropical úmido letra (A), com 
o subtipo clima de savana, com inverno seco e chuvas máximas de verão (w). Aw é o 
clima que predomina no Cerrado. O clima mesotérmico ou temperado quente (C), com 
inverno quente, onde a temperatura mais quente chega aos 22 ° C (wa) ocorre apenas nas 
regiões sul e leste de Minas Gerais e em parte do estado de Mato Grosso do Sul (FIGURA 
9). 
Figura 9- Tipos de clima predominantes no Bioma Cerrado, de acordo com Koppen. 
 
Fonte: Livro Agricultura Tropical, 2008. 
 
 
“Pode-se observar que os fatores climáticos que definem a ocorrência do Cerrado 
são a alta disponibilidade energética durante todo o ano e a sazonalidade da distribuição 
32 
 
 
 
 
da precipitação, sendo a estação úmida no verão e a estação seca no inverno” 
(ALBUQUERQUE et al., 2008). 
2.4.1. Precipitações em Goiás 
 
 
No Estado de Goiás não existem grandes altitudes, fator que influência muito no 
clima. Sendo assim, as massas de ar que percorrem o território não têm muita dificuldade 
em passar pelo estado, pois não há barreiras naturais que impeçam esse trânsito. O ponto 
mais baixo se encontra no Distrito Federal, a 186 m de altitude, e o mais alto está 
localizado na Chapada dos Veadeiros no município de Alto Paraiso, com 1670 m. 
(CARDOSO et al., 2014). 
Para a definição de precipitação no estado foi utilizado o estudo feito por Cardoso 
(2014), que através da coleta de dados envolvendo temperatura e precipitação, puderam 
fazer a classificação do clima de acordo com os índices Koppen-Geiger. 
De acordo com o estudo, precipitação média anual para o estado é de 1500 mm, 
sendo que em algumas regiões há grandes volumes de chuva como na região central do 
Norte de Goiás e na cidade Piracanjuba no Sudeste do estado os valores da precipitação 
nesses locais foram de 2400 mm e 2800 mm (FIGURA 10). 
 
Figura 10 - Precipitação média anual por Cardoso et al. 2014. 
 
Fonte: Cardoso, Marcuzzo et al., 2014 
As regiões intertropicais como a do Centro Oeste, apresentam uma grande 
variação no volume precipitado durante o ano. Assim possuem duas estações bem 
definidas, seca e úmida. Os meses considerados secos foram de Maio a Setembro, e o 
meses considerados úmidos foram de Janeiro a Abril e de Outubro a Dezembro. O mês 
mais úmido foi o mês de Dezembro e o mês de Julho o mais seco (FIGURA 11). 
33 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11 – Precipitação pluviométrica média mensal de acordo com Cardoso et al. 
Fonte: Cardoso et al., 2014. 
 
 
Considerando as duas variáveis do estudo: temperatura do ar e precipitação. Para 
a classificação de Koppen – Geiger foi obtido o mapa para o clima do Estado de Goiás 
(FIGURA 12). 
 
Figura 12 – Classificação climatica de Koppen Geiger para o estado de Goiás. 
 
Fonte: Cardoso, Marcuzzo et al., 2014. 
 
 
De acordo com os resultados obtidos no estudo, e os índices de Koppen – Geiger 
simplificados por Setzer (1966), tabela 5, o estado de Goiás apresentou quatro tipos de 
clima: Aw ( clima tropical com estação seca no inverno) encontrado na maior parte do 
34 
 
 
 
 
estado; em uma pequena porção do centro Norte goiano ocorre um clima muito atípico, 
Am ( clima de monção); nas regiões entro os municípios de Anápolis e Goiânia foi 
encontrado o clima Cwb (clima temperado úmido com inverno seco e verão temperado); 
o clima Cwa (clima temperado úmido com inverno seco e verão quente) foi encontrado 
na região do Sudoeste Goiano e em uma pequena parte do Nordeste do estado 
(CARDOSO et al., 2014). 
Na região que abrange a cidade de Silvânia, situada na mesorregião do Sul do 
estado, foco desse trabalho, o clima foi classificado de acordo com o mapa como clima 
tropical com estação seca no inverno (Aw), assim como a maior parte do estado. 
 
2.4.2. Clima em Silvânia e precipitações 
 
 
Silvânia é uma cidade do interior de Goiás, localizada na Mesorregião Sul, mais 
precisamente na microrregião de Pires do Rio (FIGURA 13), a 183 km de Brasília e a 83 
km de Goiânia, capital do estado (IBGE,1990). 
 
Figura 13 – Microrregiões de Goiás. 
 
Fonte: Revista Eletrônica de Economia da Universidade Estadual de Goiás, 2014. 
 
 
O município teve início por volta do ano de 1774 com a descoberta das lavras de 
ouro na região, onde era chamado de Arraial Nosso Senhor do Bonfim, ou simplesmente 
Bonfim. O nome foi alterado para Silvânia em 1943, em homenagem a família Silva, de 
Vicente Miguel da Silva e seus descendentes. É um importante polo educacional e 
35 
 
 
 
 
comercial da região da estrada de ferro. Com uma população de 19.089 habitantes e 
densidade demográfica de 8,14 hab/ km² (IBGE,2010). 
Se encontra a 891m acima do nível do mar, seu clima é tropical pois chove muito 
menos no inverno que no verão. O clima é classificado como Aw de acordo com a Köppen 
e Geiger. Em Silvânia a temperatura média é 22.5 °C. A média anual de pluviosidade é 
de 1370 mm (CLIMATE- DATA,2019). 
A figura 14 e a tabela 6 mostram os dados relativos à temperatura e precipitações 
médias mensais no ano de 2019, os dados foram todos coletados pelo site climate - data 
com todos os direitos reservados. 
 
Figura 14 – Gráfico de temperatura e precipitação em Silvânia,2019 
 
Fonte: climate - data.org, 2019. 
 
 
O mês mais seco, que teve menor precipitação foi junho com aproximadamente 7 
mm. Dezembro é o mês com maior precipitação com 270 mm. A estação seca no 
município ocorre nos meses de Maio, Junho, Julho, Agosto e Setembro, o período de 
chuva começa em Outubro e se estende por Novembro, Dezembro, Janeiro, Fevereiro, 
Março e Abril. 
Tabela 6 – Dados climatológicos para Silvânia, 2019. 
 
 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 
Temperatura média (° C) 23.3 23.4 23.2 22.1 20.7 19.9 20.7 22.7 23.7 23.6 23.4 22.9 
Temperatura mínima (° C) 18.3 18.2 17.7 16.2 14 12.7 13.4 15.8 17.5 18.2 18.5 17.6 
Temperatura máxima (° C) 28.4 28.7 28.8 28.1 27.4 27.2 28.1 29.6 30 29.1 28.3 28.2 
Temperatura média (° F) 73.9 74.1 73.8 71.8 69.3 67.8 69.3 72.9 74.7 74.5 74.1 73.2 
Temperatura mínima (° F) 64.9 64.8 63.9 61.2 57.2 54.9 56.1 60.4 63.5 64.8 65.3 63.7 
36 
 
 
 
 
 
Temperatura máxima (°F) 83.1 83.7 83.8 82.6 81.3 81.0 82.6 85.3 86.0 84.4 82.9 82.8 
Chuva(mm) 219 173 179 101 29 7 8 13 52 142 206 241 
Fonte: adaptado climate – data.org, 2019 
 
Comparando o mês mais seco (Junho) com o mais chuvoso (Dezembro), tem-se 
um diferença de precipitação de 234 mm. 
 
3. METODOLOGIA 
 
 
O presente trabalho foi realizado em uma instituição de ensino na cidade de 
Silvânia, consiste em um projeto de captaçãode águas pluviais pelo telhado e 
reaproveitamento em áreas externas, para a lavagem de calçadas e da quadra esportiva. 
Como base para os dispositivos a serem utilizados para o desenvolvimento do 
projeto foi utilizada a NBR 15527 – Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para 
fins não potáveis. E para o dimensionamento dos dispositivos escolhidos foi utilizada a 
NBR 10844 – Instalações prediais de águas pluviais. 
Primeiro foi feito um estudo do local e um estudo climatológico da região, 
conforme já exposto nesse trabalho. O prédio do Instituto Auxiliadora foi construído em 
1935, sua estrutura é bem antiga, foram feitas algumas adaptações ao longo dos anos, 
como a construção de uma quadra esportiva coberta, construção da piscina para as aulas 
de natação, entre outras. 
 
3.1. MATERIAIS E DISPOSITIVOS 
 
 
Segundo a norma, a área de captação é definida como “soma das áreas das 
superfícies, que interceptando chuva, conduzem água para determinado ponto de 
instalação” (ABNT, 1989). Sendo assim, após o estudo da estrutura do prédio, a área de 
captação escolhida foi uma parte da cobertura da quadra esportiva com 391 m². 
As calhas utilizadas “canal que recolhe a água das coberturas, terraços e similares 
e a conduz a um ponto de destino” (ABNT, 1989), foram as que a norma recomenda sendo 
de PVC rígido, a escolha desse material para a construção da calha foi feita levando em 
conta a economia do projeto, sendo de todos os materiais sugeridos o mais acessível 
financeiramente. 
37 
 
 
 
 
Os condutores verticais “tubulação vertical destinada a recolher águas de calhas, 
coberturas, terraços e similares e conduzi-las até a parte inferior do edifício” (ABNT, 
1989), foi do tipo PVC rígido, pelo mesmo motivo de escolha do material da calha. 
Os condutores horizontais “canal ou tubulação horizontal destinado a recolher e 
conduzir águas pluviais até locais permitidos pelos dispositivos legais” (ABNT,1989), o 
empregado será o do tipo PVC rígido. 
 
3.2. DIMENSIONAMENTO DE CALHAS E TUBULAÇÕES 
 
 
A determinação da intensidade pluviométrica segundo a NBR 10844 deve ser feita 
de acordo com os dados locais já coletados, que no caso de Silvânia é de 1370 mm anuais. 
Porém, para os cálculos desse projeto seriam necessários os dados relativos a intensidade 
pluviométrica em mm/h, como não foram encontrados estudos para a cidade de Silvânia, 
os dados utilizados foram os da capital Goiânia, que possui características climáticas 
semelhantes e precipitação anual de 1415 mm, e para essa localidade foi encontrada uma 
intensidade pluviométrica para um período de retorno de 5 anos de 178 mm/h. O período 
de retorno de 5 anos foi escolhido segundo as recomendações da NBR 10844, para 
coberturas e terraços, assim como a duração de precipitação deve ser fixada em t = 5 min. 
A área de contribuição “soma das áreas das superfícies que, depende da área do 
telhado escolhido, que interceptando chuva, conduzem as águas para determinado ponto 
de captação” (ABNT,1989), depende do formato do telhado escolhido, que no caso se 
trata de uma área de cobertura com telhas metálicas de zinco onduladas com inclinação 
de 15 % (FIGURA 15). 
 
 
Figura 15 – Cálculo da área de contribuição para superfície inclinada. 
 
Fonte: adaptada ABNT NBR 10844,1989. 
 
 
Assim o valor encontrado para a área de contribuição foi calculado (Equação 2): 
38 
 
 
 
 
 
 
𝐴 = ( 𝑎 + 
ℎ 
) × 𝑏 (2) 
2 
Também é necessário para o projeto, o cálculo referente a vazão de projeto 
(Equação 3). 
 
𝑄 = 
𝐼×𝐴 
60 
(3) 
 
 
Considerando que a saída da tubulação vertical fique a menos de 2 m da mudança 
de direção do telhado é necessário levar em conta um coeficiente multiplicativo para o 
cálculo da vazão do projeto (TABELA 7). 
 
Tabela 7 – Coeficientes multiplicativos de vazão do projeto. 
Tipo de curva 
Curva a menos de 2 m da 
saída da calha. 
Curva entre 2 e 4 m da 
saída da calha 
Canto reto 1,1 1,1 
Canto arredondado 1,2 1,05 
Fonte: adaptado ABNT NBR 10844 ,1989. 
 
 
Para o dimensionamento das calhas foi utilizada a formula de Manning-Strickler 
(Equação 4), cujos resultados para algumas vazões com um coeficiente de rugosidade n 
= 0,011 (TABELA 8) foi disponibilizado na tabela 9. 
 
 
𝑄 = 𝐾 × 
𝑆 
× 𝑅 × 𝐻2 × 𝑖1 (4) 
 
𝑛 3 3 
 
Onde: 
Q = vazão do projeto em L/min 
S = área da seção molhada em m² 
n = coeficiente de rugosidade (tabela 6) 
R = raio hidráulico em m 
H = perímetro molhado em m 
i= declividade da calha em m/m 
K = 60.000 
 
 Tabela 8 – Coeficientes de rugosidade 
 
Material N 
Plástico, fibrocimento, aço, metais 
não ferrosos. 
0,011 
39 
 
 
 
 
 
Ferro fundido, concreto alisado, 
alvenaria revestida 
0,012 
Cerâmica, concreto não - alisado 0,013 
Alvenaria de tijolos não revestida 0,015 
Fonte: adaptado NBR 10844,1989, p.6. 
 
Tabela 9 – Capacidade de calhas semicirculares com coeficientes de rugosidade n= 0,011 
 vazão em (L/min) 
 
Diâmetro interno (mm) 
Declividades 
0,50% 1% 2% 
100 130 183 256 
125 236 333 466 
150 384 541 757 
200 829 1167 1634 
Fonte: adaptado NBR 10844,1989, p. 6. 
 
 
O dimensionamento dos condutores verticais deve ser feito levando em conta os 
seguintes dados: 
Q = vazão do projeto, em L/ min 
H = altura da lâmina d’agua na calha, em mm 
L = comprimento do condutor vertical, em m 
 
No projeto foi utilizada calha com funil de saída, onde o dimensionamento deve 
ser feito utilizado ábaco disposto na NBR 10844 (FIGURA 16). Deve-se levantar uma 
vertical a partir do valor da vazão calculada para o condutor vertical até interceptar as 
curvas de H (altura da lâmina de água na calha, em mm) e L (comprimento do condutor 
vertical, em m), correspondentes, depois de realizada a interseção, transportamos a mais 
alta até o eixo D, por meio de uma linha horizontal. 
 
Figura 16 – Ábaco para a determinação do diâmetro de condutores verticais 
40 
 
 
 
 
 
 
Fonte: ABNT NBR 10844, 1989. 
No dimensionamento dos condutores horizontais deve ser levado em conta uma 
declividade de no mínimo 0,5%, sempre que houver o encontro entre uma tubulação e 
outra deve ser colocada uma caixa de areia para inspeção. No encontro da saída da 
tubulação vertical com a entrada da tubulação horizontal deve ser colocada uma curva 
com raio longo, com inspeção ou caixa de areia. As vazões para os tubos e vários materiais 
com inclinações usuais está disposto na (TABELA 10). 
 
Tabela 10– Capacidade de condutores horizontais de seção circular (Vazões em L/min) 
 
Fonte: adaptado ABNT NBR 10844, 1989. 
 
Com base nos dados fornecidos pela norma, o projeto foi dimensionado de forma 
a atender todos os requisitos pensando no melhor custo benefício. 
 
3.3. RESERVATÓRIO 
41 
 
 
 
 
O reservatório será do tipo cilíndrico não enterrado e já existente no local, do tipo 
polietileno com capacidade de 20.000 L. Como a água a ser reutilizada lavagem de áreas 
externas, serão instaladas algumas válvulas para a saída água no próprio reservatório, não 
sendo necessária bomba de sucção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
 
4.1. DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES. 
 
O Instituto Auxiliadora conta com uma área de edificação bastante extensa de 
4.062,22m², por isso, nesse primeiro momento o projeto de captação e reaproveitamento 
de águas pluviais será voltado apenas para a área de cobertura da quadra esportiva, 
assinalada em vermelho (FIGURA 17) e hachurada em azul na planta baixa de cobertura 
da edificação (FIGURA 18). 
Figura 17 – Imagem superior do Instituto Auxiliadora capturada via satélite, com área do 
telhado da quadra marcado em vermelho. 
 
Fonte: Google Maps, acesso em 18/01/2021. 
42 
 
 
 
 
 
Figura 18 – Planta baixa de cobertura do Instituto Auxiliadora em Silvânia – GO 
Fonte: A autora. 
 
A área de captação escolhida foi uma parte da cobertura da quadra esportiva com 
391 m², onde a água recolhida será utilizadapara lavagem de áreas externas e lavagem da 
própria quadra esportiva. As dimensões utilizadas para o cálculo foi a da metade da área 
total da cobertura, assim a área teria dimensões em a = 11,3 m, b = 34,7 m e h = 1,7 m, 
considerando o cálculo de telhado inclinado (FIGURA 19). 
 
Figura 19 – Área de contribuição escolhida, com dimensões a, b. 
 
Fonte: A autora. 
 
 
 
Assim o valor encontrado para a área de contribuição foi calculado (EQUAÇÃO 
2) da seguinte forma: 
𝑨 = ( 𝒂 + 
𝒉 
) × 𝒃 (2) 
𝟐 
 
 
𝑨 = ( 𝟏𝟏, 𝟑 + 
𝟏𝟏, 𝟕 
 
 
𝟐 
 
) × 𝟑𝟒, 𝟕 
 
A = 421,6 m² 
43 
 
 
 
 
 
 
Para a área de contribuição desse projeto foi utilizado o valor calculado de 421,6 
m² 
Também é necessário para o projeto, o cálculo referente a vazão de projeto 
(EQUAÇÃO 3). O valor encontrado referente a intensidade pluviométrica é de I = 178 
mm/h, considerando um período de retorno de 5 anos, e tempo de precipitação 
considerado foi de t = 5 min, conforme foi exposto anteriormente no estudo climatológico 
e pluviométrico para o estado de Goiás e cidade de Silvânia. A área de captação A= 421,6 
m² foi calculada no item anterior. 
 
𝑸 = 
𝑰×𝑨 
𝟔𝟎 
(3) 
 
𝑸 = 
𝟏𝟕𝟖×𝟒𝟐𝟏,𝟔 
𝟔𝟎 
 
Q = 1250 L/min 
 
 
Assim, o valor encontrado para a vazão de projeto foi de 1250 L/min. 
Considerando que a saída da tubulação vertical fique a menos de 2 m da mudança 
de direção do telhado é necessário levar em conta um coeficiente multiplicativo para o 
cálculo da vazão do projeto (TABELA 7). 
Foi utilizada para esse projeto um fator multiplicativo de 1,1, sendo de canto para 
uma curva a menos de 2 da saída da calha. Portanto, a vazão final do projeto foi calculada 
em 1375 L/min. 
Levando em conta a vazão desse projeto de 1375 L/min, o ideal é que seja utilizada 
uma calha semicircular, com diâmetro interno de 200 mm e inclinação de 2% que pode 
suportar uma vazão de até 1634 L/min (TABELA 11). 
 
Tabela 11– Capacidade de calhas semicirculares com coeficientes de rugosidade n= 0,011 
vazão em (L/min), com resultado para esse projeto. 
Fonte: adaptado ABNT NBR 10844, 1989. 
44 
 
 
 
 
 
 
Serão colocadas sobre a calha um protetor. Trata-se de uma tela plástica feita de 
Polietileno de Alta Densidade (PEAD). A tela é posicionada sobre a calha, permitindo a 
passagem da água da chuva, mas não de objetos que possam obstruir a tubulação 
(FIGURA 20). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 20 – Tela plástica de PEAD posicionada sobre calha. 
 
Fonte: Tegape telas plásticas. 
 
Utilizando o ábaco (FIGURA 21), para a determinação do diâmetro dos 
condutores verticais. 
 
Figura 21 – Ábaco para a determinação do diâmetro de condutores verticais com resultado 
para esse projeto 
 
Fonte: adaptado ABNT NBR 10844, 1989. 
45 
 
 
 
 
 
Obtêm-se o resultado da seguinte forma: traçando uma linha vertical a partir do 
valor encontrado para a vazão de projeto (1634 L/min) até interceptar a altura do condutor 
vertical 6 m, a partir desse ponto traçando uma horizontal até os diâmetros dispostos em 
y, é encontrado um valor de diâmetro mínimo entre 80 e 90 mm, o valor utilizado para a 
dimensão do condutor vertical é de 100 mm, para melhor similaridade do projeto. 
Assim serão utilizados dois condutores verticais, um em cada ponta da calha, 
distando apenas 1 m da mudança de direção do telhado, pois o comprimento do telhado é 
de 34,7 m, tornando – se uma distância muito longa para apenas um condutor vertical. Os 
condutores verticais encontram-se detalhados no (ANEXO 1). 
Serão utilizados no projeto dois condutores horizontais para o acesso tubulação 
vertical – reservatório, ou seja, um condutor horizontal para cada condutor vertical. As 
dimensões das tubulações horizontais com rugosidade n = 0,011, serão de 150 mm e 
inclinação de 1% de acordo com a (TABELA 12), onde cada condutor é capaz de suportar 
uma vazão de 847 L/min. Sendo a vazão final a ser suportada pelos dois condutores de 
1694 L/min, maior do que a vazão de projeto que é de 1375 L/min. 
Tabela 12 – Capacidade de condutores horizontais de seção circular ( Vazões em L/min) 
,com resultado para o projeto. 
 
Fonte: adaptado ABNT NBR 10844, 1989. 
 
 
A tubulação horizontal que conduzirá a água proveniente das demais tubulações 
horizontais até o reservatório, deverá ter um diâmetro maior pois terá que suportar uma 
vazão maior que as demais. Assim o diâmetro adotado será o de 200 mm e inclinação de 
1%, capaz de suportar uma vazão de até 1820 L/min. 
Haverá 3 mudanças de direções nas tubulações horizontais, onde serão colocadas 
3 caixas de inspeção, também serão colocadas caixas de inspeção na mudança de direção 
46 
 
 
 
 
da tubulação vertical para a tubulação horizontal, conforme exigido pela NBR 10844 
(1989). Totalizando assim 5 caixas de inspeção com dimensões 50cm x 50 cm. 
Por fim, toda a água coletada no telhado será transportada através desses 
condutores dimensionados, até um reservatório já existente no local que será destinado 
exclusivamente para o armazenamento dessa água pluvial coletada. Esse reservatório tem 
capacidade para 20.000 L, a água excedente será descartada do reservatório através de um 
extravasor. 
A escolha desse reservatório existente, foi feita para minimizar os custos do 
projeto com a implantação de um novo reservatório. O que acarretaria em um custo muito 
alto para a escola, com isso o projeto se tornaria inviável. 
Abaixo, encontra-se um quadro resumo com todos os dispositivos e suas 
respectivas dimensões para esse projeto (TABELA 13). 
 
Tabela 13 – Quadro resumo com especificação de materiais, dispositivos e respectivas 
 dimensões para esse projeto. 
 
Dispositivo Material 
Diâmetro 
(mm) 
Inclinação 
(%) 
Tamanho 
(m) 
Qtd. 
Barras 
(6 m) 
Calha semicircular com 
funil de saída 
PVC 200 2 31,7 1 - 
Tubulação vertical PVC 100 - 6 2 2 
Tubulação horizontal PVC 200 1 6 1 1 
Tubulação horizontal PVC 150 1 44 2 8 
Caixa de inspeção PVC - - 0,5mx0,5m 5 - 
Joelho 90° PVC 100 - - 2 - 
Tela para calha PEAD - - 1,5mx50m 1 - 
Fonte: Autoria própria. 
 
O projeto final detalhado feito em Autocad, encontra-se no (ANEXO 1) deste 
trabalho. 
O mesmo projeto foi desenvolvido de forma a gerar o menor custo possível de 
implantação, para que possa se tornar uma realidade na escola. Inicialmente, foi pensando 
para ser utilizado na rega dos jardins, porém, geraria custos adicionais com os quais a 
instituição não poderia arcar. Então, foi pensado apenas para a utilização da água 
reaproveitada na lavagem das áreas externas e quadra esportiva. 
Esse sistema de captação e reaproveitamento de água da chuva, nesta escola é uma 
tecnologia sustentável, viável e econômica, com o viés de reduzir o consumo de água 
potável. 
47 
 
 
 
 
Este trabalho foi baseado na pesquisa de mestrado da autora Simone May (2004), 
onde é feito o estudo da viabilidade do reaproveitamento de águas pluviais em 
edificações, em sua pesquisa foram utilizados parâmetros semelhantes aos utilizados 
nesse trabalho. Na pesquisa da autora, foi feito um estudo de caso em um posto de 
gasolina com lava jato, na cidade de São Paulo. 
Em seu estudo foi verificado que a viabilidade de um projeto de reaproveitamento 
de água da chuva depende de três fatores: precipitação, área de coleta e demanda. Se tais 
fatores forem elevados o prazo de recuperação do investimento do sistema é curto. 
No trabalho de May (2004), foi constatado que o maior custo para a implantação 
do sistema é com o reservatório, sendo assim seria mais viável que o sistema fosse 
instalado em uma edificação em construção para que haja economia com tubulações, 
bomba de recalque, energia elétrica, entre outros. 
 
4.2. ESTIMATIVA CUSTO X BENEFÍCIO. 
 
Um método simples e viável para realizar um estudo do custo – benefício para 
esse projeto é o payback simples. É um pré estudo para analisar se um projeto pode ser 
aceito ou não, levando em contaos custos antes da implantação, e os custos da própria 
implantação em si. O objetivo é medir em quanto tempo o investimento inicial será 
reposto. A vantagem desse método é que ele é feito através de um cálculo simples 
(TOMAZ,2003). 
Primeiro é feito um cálculo, do quanto a Instituição gastaria para suprir as 
necessidades relacionadas aos gastos de água, levando em conta o tamanho do 
reservatório, que no caso desse projeto é de 20.000 L, equivalente a 20 m³, e a taxa da 
concessionária de abastecimento (SANEAGO), por m³ de água (TABELA 14). 
Tabela 14- Tarifas de água e esgoto para o estado de Goiás e cálculo para 20m³ de água. 
Tarifas m³ VALOR 
Tarifa água (m³) 20 10,24 204,80 
Tarifa esgoto (m³) 20 10,24 204,80 
 Total final R$ 409,60 
Fonte: Adaptado de Resolução Normativa 0125/2018. 
 
 
O gasto da instituição com 20 m³ de água é de R$409,60. 
48 
 
 
 
 
Para identificar a quantidade de vezes que esse reservatório pode ser abastecido 
durante o ano utilizamos um cálculo que considera um aproveitamento de 90% da água 
que cai no telhado da edificação, pois os outros 10% são descartados inicialmente, por se 
tratar de uma água impropria para uso (VALLE, 1981). 
É considerado ainda a área da cobertura que será utilizada para reaproveitamento, 
391 m² e precipitação anual, que em Silvânia é de 1370 mm/ano. Ainda é utilizado um 
fator de 2/3, que se refere a média dos três anos consecutivos de menos chuva, para que 
não se sobrestime a quantidade de água coletada (VALLE, 1981). 
Assim: 
Chuva média anual: 1370 mm 
1370 x (2/3) = 913,33 mm 
Chuva coletada = 913 x 391 x 0,9 = 321.284,70 Litros por anos ou seja 321,28 m³. 
Assim o reservatório de 20 m³ pode se encher 16 vezes ao ano, totalizando R$ 
6.553,00 ao ano, que será o valor utilizado para esse cálculo. 
Para esse cálculo do payback, também é considerado os valores referentes aos 
custos da instalação do projeto. Nesse caso, foi levado em conta apenas os valores 
referentes aos materiais: calhas, tubulações, caixas de passagem e etc. Os valores 
referentes a mão de obra levam em conta o trabalho de 8 horas por dia de um pedreiro e 
um servente, durante 15 dias, tempo estimado para a instalação desse projeto. Todos os 
valores estão de acordo com a Tabela SINAPI, para o ano de 2020 (TABELA 15). 
 
Tabela 15 – Valor gasto para a instalação desse projeto. 
Dispositivo Valor SINAPI Qtd Total 
Tubo PVC 100 mm 53,46 2 106,92 
Tubo PVC 150 mm 136,74 8 1093,92 
Tubo PVC 200 mm 327 1 327,00 
Calha PVC semicircular 3m 127,4 11 1401,40 
Caixa de inspeção 50x50 105,27 5 526,35 
Joelho 90° 7,69 2 15,38 
Tela PEAD calha 239,00 1 239,00 
Mão de obra 5539,20 
 TOTAL R$ 9249,17 
Fonte: A autora. 
 
O valor total para a instalação desse projeto foi calculado em R$ 9249,17. O 
reservatório não foi considerado como gasto, pois já estava instalado no local. 
Sendo assim é divido o valor calculado para instalação do projeto pelo valor 
calculado para o gasto de água em reais. R$ 9249,17/ R$6553,00 ano. Resultando em 1,4 
anos o período de retorno, 15 meses. 
49 
 
 
 
 
 
 
4.3. DISCUSSÕES 
 
 
 
Este trabalho foi baseado na pesquisa de mestrado da autora Simone May (2004), 
onde é feito o estudo da viabilidade do reaproveitamento de águas pluviais em 
edificações, em sua pesquisa foram utilizados parâmetros semelhantes aos utilizados 
nesse trabalho. Na pesquisa da autora, foi feito um estudo de caso em um posto de 
gasolina com lava jato, na cidade de São Paulo. 
Em seu estudo foi verificado que a viabilidade de um projeto de 
reaproveitamento de água da chuva depende de três fatores: precipitação, área de coleta 
e demanda. Se tais fatores forem elevados o prazo de recuperação do investimento do 
sistema é curto. 
No trabalho de May (2004), foi constatado que o maior custo para a implantação 
do sistema é com o reservatório, sendo assim seria mais viável que o sistema fosse 
instalado em uma edificação em construção para que haja economia com tubulações, 
bomba de recalque, energia elétrica, entre outros. 
Na pesquisa de May (2004), alguns parâmetros envolvendo a qualidade para 
consumo da água foram estudados, assim foram encontrados inúmeras bactérias, 
coliformes fecais, dejetos, substâncias dissolvidas e em suspensão vindas da atmosfera. 
Inviabilizando a água da chuva para consumo potável. Ela ainda aponta que mesmo para 
que a água seja utilizada de forma não potável devem ser tomados alguns cuidados, como 
a desinfecção da água através da cloração no reservatório e uso de peneiras ou filtros, para 
que resíduos maiores não sejam transportados pela tubulação, assim evitando o acumulo 
de microrganismos e fungos no sistema. 
Tendo como base os estudos de May (2004), o trabalho aqui apresentado é 
economicamente viável, isso foi confirmado através do cálculo do payback em que o 
período de retorno do investimento foi de 15 meses, considerado assim um retorno rápido, 
também houve a economia com a implantação do reservatório, que já existia no local. 
Sendo um fator de enorme peso no orçamento do projeto. 
Os cuidados com a limpeza e desinfecção também serão levados em conta na 
implantação desse projeto. 
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Para o dimensionamento, são usados dispositivos que também foram 
apresentados na pesquisa de May (2004), porém a autora se deteve apenas no estudo da 
qualidade e viabilidade econômica de implantação, não realizando o dimensionamento do 
sistema. Assim, para essa parte do trabalho foi utilizada somente a NBR 10844 (1989). 
 
4.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
No desenvolvimento desse trabalho algumas alterações foram feitas em relação 
ao reuso da água captada, a ideia inicial era a utilização da água também para a irrigação 
do jardim e da horta da escola. Porém, se tornaria algo muito dispendioso para a 
instituição, pois necessitaria de um reservatório maior e de mais dispositivos para que a 
água fosse levada para as outras partes da escola. 
Como exposto no desenvolvimento, a área de cobertura da escola é bastante 
extensa, assim poderia ser feito um outro projeto para a outra parte da escola e a água 
poderia ser usada para outros fins, como nas descargas de banheiros, limpeza dos outros 
pátios da escola e abastecimento do sistema de combate a incêndio. 
Dada a importância do assunto, o projeto desenvolvido só traz ganhos para a 
comunidade escolar, que fara bom uso da água pluvial reaproveitada, além dos benefícios 
no desenvolvimento critico dos alunos. O trabalho também trouxe enorme proveito para 
o meu progresso como profissional da área de Engenharia Civil, pois trouxe 
aprofundamento em temas sociais, ambientais e de ordem econômica, além de colocar em 
pratica conhecimentos adquiridos durante todo o curso. 
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5. CONCLUSÃO 
 
 
O desenvolvimento do presente trabalho mostra que o reaproveitamento de águas 
pluviais é uma das melhores alternativas para a preservação da água e proteção do meio 
ambiente. Pois, promove inúmeros benefícios, dentre eles a redução do consumo de água 
potável e com isso consequente economia nas despesas, descongestionamento do sistema 
de drenagem das cidades, conservação da água doce subterrânea entre outros. 
Como o projeto foi desenvolvido dentro de uma escola, pode despertar nos alunos 
um olhar mais atento as questões que envolvem a água, meio ambiente, e o verdadeiro 
significado de sustentabilidade, que ao contrário do que muitos pensam não é somente 
economia de recursos, mas a criação de novas técnicas para que esses recursos durem até 
as próximas gerações. 
A aplicação desse tipo de metodologia no ambiente escolar, contribui para uma 
formação crítica e reflexiva, que desperte uma perspectiva sustentável nos estudantes e 
com isso poderá fomentar resultados (OLIVEIRA, 2017). 
Também é preciso cooperar para a disseminação de práticas sustentáveis, 
conscientes e menos

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