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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS CÂMPUS ANÁPOLIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA MOBILIDADE REAPROVEITAMENTO URBANO DE ÁGUAS PLUVIAIS: O CASO DE UMA ESCOLA EM SILVÂNIA/GO Arielly Silva Borges ORIENTADOR: Prof. Ms. Frederico de Souza Aleixo PUBLICAÇÃO: ANÁPOLIS 2021 Arielly Silva Borges REAPROVEITAMENTO URBANO DE ÁGUAS PLUVIAIS: O CASO DE UMA ESCOLA EM SILVÂNIA/GO Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Civil da Mobilidade do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás - Campus Anápolis, como requisito parcial para conclusão de curso. Orientadora: Prof. Ms. Frederico de Souza Aleixo ANÁPOLIS 2021 Arielly Silva Borges FICHA CATALOGRÁFICA Arielly Silva Borges REAPROVEITAMENTO URBANO DE ÁGUAS PLUVIAIS: O CASO DE UMA ESCOLA EM SILVÂNIA/GO Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Civil da Mobilidade do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás - Campus Anápolis, como requisito parcial para conclusão de curso. Orientador: Prof. Ms. Frederico de Souza Aleixo APROVADO EM: 26/02/2021 Orientador (a): Prof.ª (IFG) Frederico de Souza Aleixo Examinador (a): Prof. (IFG) Christiane Rosa Paiva Examinador (a): Prof. (IFG) Ricardo Chaveiro Alves ANÁPOLIS 2021 Dedicado à minha família, que sempre me apoiou, e em memória à minha mãe Kátia que sempre me incentivou a persistir. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, agradeço a Deus pelo dom da vida e da sabedoria. Agradeço ao meu professor orientador Frederico, pela disponibilidade, atenção e dedicação em todo o meu processo de aprendizado durante curso, e principalmente, durante a elaboração desse trabalho. À minha família e amigos que incentivaram, apoiaram e idealizaram um futuro comigo, que sempre me deram forças em todos os momentos. Por toda paciência e orações, carinho e amor dedicados a mim. Minha eterna gratidão à minha mãe, Kátia, que com muita garra e perseverança meu deu o melhor alicerce para que eu pudesse construir o meu futuro, e me tornar digna de tudo que conquistei e conquistarei. Ao meu pai, Osvair, exemplo de caráter e hombridade, que se dedica integralmente ao bem estar dos filhos. “A persistência é o menor caminho do êxito.” Charles Chaplin. RESUMO Para economizar água, existem medidas convencionais e não convencionais. O sistema de reaproveitamento de água da chuva não é uma medida convencional. Atualmente, muitos países como Estados Unidos, Alemanha, Austrália, Japão e outros lançam mão do reuso da água da chuva. A viabilidade do aproveitamento da água da chuva é caracterizada pela redução da demanda hídrica pela empresa de abastecimento, o que diminui o custo da água potável e diminui o risco de inundações em decorrência de chuvas fortes. No projeto de reaproveitamento de águas pluviais, geralmente são utilizadas áreas impermeáveis para captação, como telhados. A água da chuva é coletada por meio de calhas, tubulações verticais e horizontais e armazenada em reservatórios, tais dispositivos serão dimensionados nesse projeto para atender uma escola em Silvânia- GO, a água coletada e armazenada será utilizada para a lavagem das áreas externas e limpeza da quadra esportiva. Ao final, é feito um cálculo utilizando um método simples para avaliação do custo x benefício da instalação do sistema. Provando o quanto o método de reuso de água pluvial pode ser eficaz economicamente, ambientalmente e socialmente. Palavras-chave: Reuso, coleta, demanda hídrica, disponibilidade, sustentável, economia, meio ambiente, custo, benefício. ABSTRACT To save water, there are conventional and unconventional measures. The rainwater recovery system is not a conventional measure. Currently, many countries such as the United States, Germany, Australia, Japan and others are using rainwater reuse. The feasibility of using rainwater is characterized by the reduction of water demand by the supply company, which reduces the cost of drinking water and reduces the risk of flooding due to heavy rains. In the rainwater reuse project, impermeable areas are generally used, such as roofs. Rainwater is collected through gutters, vertical and horizontal pipes and stored in reservoirs. Such devices will be dimensioned in this project to serve a school in Silvânia-GO, the collected and stored water will be used for washing the external areas and cleaning the sports court. At the end, a calculation is made using a simple method to assess the cost-benefit of installing the system. Proving how effective the rainwater reuse method can be both economically, environmentally and socially. Key words: Rainwater,reuse, collect, hydraulic demand, availability, sustainable, economy, environment, cost, benefit. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ANA Agência Nacional de Águas ASCE American Society of Civil Engineer CNRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IMP Integrated Management Practices LID Low Impact Development NBR Norma Brasileira LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Regiões hidrográficas brasileiras ...................................................................... 18 FIGURA 2 – Estimativa do crescimento da extração de água para abastecimento do consumo mundial ................................................................................................................................ 21 FIGURA 3 – Área de coleta – telhado: comprimento x largura .............................................. 27 FIGURA 4 – Sistema de grade localizado sobre a calha ......................................................... 27 FIGURA 5 – Esquema de funcionamento do sistema de coleta e aproveitamento de águas pluviais com reservatório de autolimpeza .............................................................................. 28 FIGURA 6 – Sistema de irrigação de jardins e seus componentes ......................................... 28 FIGURA 7 – Mapa dos biomas brasileiros ............................................................................ 29 FIGURA 8– As grandes regiões climáticas da América do Sul ............................................. 30 FIGURA 9 – Tipos de clima predominantes no Bioma Cerrado, de acordo com Koppen ....... 31 FIGURA 10 – Precipitação média anual por Cardoso et al. 2014 ........................................... 32 FIGURA 11 – Precipitação pluviométrica média mensal de acordo com Cardoso et al.......... 33 FIGURA 12– Classificação climatica de Koppen Geiger para o estado de Goiás ................... 33 FIGURA 13 – Microrregiões de Goiás .................................................................................. 34 FIGURA 14– Gráfico de temperatura e precipitação em Silvânia,2019 ................................. 35 FIGURA 15 – Cálculo da área de contribuição para superfície inclinada ............................... 37 FIGURA 16 – Ábaco para a determinação do diâmetro de condutores verticais ..................... 39 FIGURA 17 – Imagem superior do Instituto Auxiliadora capturada via satélite, com área do telhado da quadramarcado em vermelho............................................................................... 41 FIGURA 18 – Planta baixa de cobertura do Instituto Auxiliadora em Silvânia – GO ............. 41 FIGURA 19 – Área de contribuição escolhida, com dimensões a, b ...................................... 42 FIGURA 20 - Tela plástica de PEAD posicionada sobre calha ............................................... 44 FIGURA 21 - Ábaco para a determinação do diâmetro de condutores verticais com resultado para esse projeto ................................................................................................................... 44 LISTA DE QUADROS E TABELAS TABELA 1 – Disponibilidade e demanda hídrica nas divisões hidrográficas do território brasileiro em 2010................................................................................................................ 18 TABELA 2–Comparação entre os atributos hidrológicos de práticas LID e práticas convencionais ...................................................................................................................... 23 TABELA 3 – Parâmetros de qualidade de água da chuva para usos restritivos não potáveis ...............................................................................................................................25 TABELA 4 – Frequência de manutenção .............................................................................. 26 TABELA 5 – Chave de classificação de Koppen simplificada por Setzer,1966 ...................... 31 TABELA 6 – Dados climatológicos para Silvânia ,2019. ....................................................... 35 TABELA 7 – Coeficientes multiplicativos de vazão do projeto. ............................................ 38 TABELA 8 – Coeficientes de rugosidade .............................................................................. 38 TABELA 9 – Capacidade de calhas semicirculares com coeficientes de rugosidade n = 0,011 vazão em (L/min) ................................................................................................................. 39 TABELA 10 – Capacidade de condutores horizontais de seção circular (Vazões em L/min) . 40 TABELA 11 – Capacidade de calhas semicirculares com coeficientes de rugosidade n = 0,011 vazão em (L/min), com resultado para esse projeto ............................................................... 43 TABELA 12 – Capacidade de condutores horizontais de seção circular (Vazões em L/min), com resultado para o projeto ................................................................................................. 45 TABELA 13 – Quadro resumo com especificação de materiais, dispositivos e respectivas dimensões para esse projeto .................................................................................................. 46 TABELA 14 – Tarifas de água e esgoto para o estado de Goiás e cálculo para 20m³ de água .................................................................................................................................................. 47 TABELA 15 – Valor gasto para a instalação desse projeto ..................................................... 48 SUMÁRIO RESUMO ............................................................................................................................. 7 ABSTRACT ......................................................................................................................... 8 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .......................................................................... 9 LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................ 10 LISTA DE QUADROS E TABELAS ................................................................................ 11 SUMÁRIO .......................................................................................................................... 12 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14 1.1. OBJETIVOS .......................................................................................................... 15 1.1.1. Objetivo geral................................................................................................ 15 1.1.2. Objetivos específicos ..................................................................................... 15 1.2. JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 15 2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 16 2.1. ÁGUA: UMA VISÃO GERAL .............................................................................. 16 2.1.1. Importância global da água ............................................................................. 16 2.1.2. Recursos hídricos no Brasil .............................................................................. 17 2.2. REAPROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS PARA FINS NÃO POTÁVEIS.19 2.3. TÉCNICA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA PELO TELHADO ............. 24 2.3.1. Sistema de captação de água da chuva pelo telhado ....................................... 26 2.4. CONDIÇÕES CLIMÁTICAS E PLUVIOMÉTRICAS DE GOIÁS .......................... 29 2.4.1. Precipitações em Goiás ..................................................................................... 32 2.4.2. Clima em Silvânia e precipitações ................................................................... 34 3. METODOLOGIA ................................................................................................... 36 3.1. MATERIAIS E DISPOSITIVOS ........................................................................... 36 3.2. DIMENSIONAMENTO DE CALHAS E TUBULAÇÕES .................................... 37 3.3. RESERVATÓRIO ................................................................................................. 40 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 41 4.1. DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES ..................................................... 41 4.2. ESTIMATIVA CUSTO X BENEFÍCIO ................................................................ 47 4.3. DISCUSSÕES ....................................................................................................... 49 4.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 50 5. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 51 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 52 ANEXO I - PLANTA BAIXA DO SISTEMA DE REAPROVEITAMENTO NA QUADRA ESPORTIVA E DETALHAMENTOS ................................................................................ 54 14 1. INTRODUÇÃO Atualmente, as questões relacionadas à proteção ambiental e ao uso consciente da água têm se tornado uma preocupação mundial, o que motiva o crescimento do número de políticas públicas voltadas para a promoção de práticas sustentáveis e gestão dos recursos hídricos. Devido ao desperdício, a água potável usada em residências e indústrias tem gradualmente deixado de atender às necessidades das pessoas (MAY,2009). A água da chuva é um recurso hídrico desperdiçado com grande potencial para ser utilizado em escolas, residências e em outras instituições, sendo um recurso acessível a todos, independentemente de classes sociais. Seu uso pode tornar os edifícios sustentáveis, economizar custos e reduzir a necessidade da utilização da água que se encontra preservada no subsolo e em outros locais com acesso restrito (VAZ,2015). É muito importante hoje em dia lidar com os problemas sociais que afligem a escassez de água. Nesse sentido,é imprescindível criar alternativas para que esse recurso seja utilizado da maneira mais adequada possível. (VAZ, 2015) O surgimento de novas técnicas de reaproveitamento de água da chuva em edifícios permite que ela seja razoavelmente utilizada para fins não potáveis, como irrigação de jardins, lavagem de áreas externas ou veículos (TOMAZ, 2003). A técnica de reaproveitamento de águas pluviais com captação pelo telhado e armazenamento em reservatórios, é utilizada ao longo dos tempos pela humanidade em várias partes do planeta. No Brasil, essa técnica é bastante difundida e incentivada pelo governo na região do semiárido brasileiro, que sofre com mudanças climáticas severas, desertificação e pouca disponibilidade de recursos hídricos superficiais, rios e lagos (MAY,2009). Neste contexto, busca-se aqui introduzir uma abordagem do estudo de um sistema de aproveitamento da água da chuva para fins não potáveis em uma unidade escolar na cidade de Silvânia – GO. O projeto foi dimensionado de acordo com a NBR 10844/1989 - Instalações prediais de águas pluviais, onde previamente foi feito um estudo do clima e precipitações na região. 15 1.1. OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo geral Elaboração de um projeto de reaproveitamento de águas pluviais com captação no telhado, seguindo o dimensionamento disposto na NBR 10844/1989, para atender uma instituição de ensino na cidade de Silvânia – GO. 1.1.2 Objetivos específicos Demonstrar como o reaproveitamento da água pluvial já é feito em alguns países ao longo das épocas. Evidenciar os benefícios dessa forma de reaproveitamento de água e como impacta o meio ambiente, a sociedade e a drenagem urbana. Desenvolver a técnica de captação de água da chuva pelo telhado segundo a NBR 15527 Estudar a classificação do clima e precipitações do bioma Cerrado, no estado de Goiás e município de Silvânia. Realizar o dimensionamento da área de captação, calhas, tubulações horizontais e verticais do projeto, considerando todo o estudo climático e pluviométrico previamente feito, utilizando como base a NBR 10844. 1.2. JUSTIFICATIVA A atual situação ambiental desperta a atenção das pessoas para a importância da proteção dos recursos hídricos. A crise hídrica do país é agravada por uma cultura de desperdício de água potável, o que levou a um repensar da educação para que os princípios e práticas de desenvolvimento sustentável sejam incorporados a todos os aspectos da aprendizagem (TUGOZ et al., 2017). Considerando a quantidade de água consumida pelo homem na Terra, nossa cultura de consumo e o alto crescimento populacional, a escassez de água se tornou um dos graves problemas do mundo. Outros problemas muito comuns que exacerbam a escassez de água são os ciclos de abastecimento, abastecimento irregular, desmatamento, poluição da água de nascente, falta de instalações de saneamento e má gestão (BUFFON, 2010). Assim sendo, o reaproveitamento da água da chuva torna-se uma alternativa de reuso racional, de baixo custo e interessante do ponto de vista do abastecimento público, 16 pois contribui para redução do consumo de água potável em atividades onde ela é desnecessária. O principal impacto do desenvolvimento deste estudo é a disseminação cooperativa da ideia do reaproveitamento de águas pluviais nas unidades escolares, como um mecanismo que aumenta a eficiência econômica e permite o uso pleno dos recursos hídricos na sociedade, conscientizando os alunos sobre o desenvolvimento sustentável. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. ÁGUA: UMA VISÃO GERAL A água é considerada um bem essencial para a manutenção da vida em nosso planeta. O homem a utiliza com o intuito de manter e melhorar suas condições sociais e econômicas. Contudo, deve ser utilizada de forma racional e criteriosa, pois a disponibilidade de água doce é limitada. É de extrema importância a conservação e o controle de seu uso (IGAM, 2007). A distribuição desigual de água doce na superfície da terra aliados ao desenvolvimento da globalização. O uso massivo e o mal aproveitamento dos recursos hídricos, contribui cada vez mais com a escassez desse bem necessário a manutenção da vida no planeta (JESUS, 2013). 2.1.1. Importância global da água Apenas um terço da água precipitada anualmente e que corre para o mar pode ser utilizada pelo ser humano. Desta quantidade, mais da metade já tem destino ou é utilizada. Na maioria das vezes, a água é encontrada na natureza corrompida por esgotos, poluição industrial, produtos químicos, excesso de nutrientes e pragas de algas. Deste modo, a disponibilidade de água potável vem diminuindo gradativamente em países desenvolvidos e subdesenvolvidos (VILLIERS, 2002). Segundo a ANA - Agência Nacional de Águas (2020), 97,5% da água do planeta é salgada e não utilizável diretamente. Dos 2,5% restantes, 69 % é de difícil acesso, pois estão congeladas nas geleiras, 30% se localiza no subterrâneo (aquíferos), restando apenas 1% para os rios e lagos. 17 Com o desenvolvimento econômico e a crescente disponibilidade de trabalho nas cidades, o mundo vem se tornando cada vez mais urbano. A estimativa é que a população mundial em 2050 chegue a 9 bilhões de habitantes, sendo que grande parte desse crescimento ocorrerá nas cidades. Assim a competição pelos recursos naturais disponíveis, principalmente a água, aumentará, pois deverá atender a todas as necessidades humanas disponíveis (BICUDO et al., 2010). De acordo com Tomaz (2003), um terço da população mundial sofrerá com a escassez de água ainda nesse século. Com isso, deve ser desenvolvida uma cultura que envolva o aproveitamento da água da chuva. No Brasil, nas regiões Sul e Sudeste, a urbanização já ultrapassou os 60% e em alguns lugares já chegou a 90%. Na região nordeste ainda oscila em torno de 50%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a região Centro-Oeste possui taxa de urbanização de 88,8% (IBGE, 2010). Nesse contexto, é necessário ampliar os conhecimentos sobre os meios de conservação da água. Umas das formas de manutenção desse recurso é através do reaproveitamento de águas pluviais para fins não potáveis, cuja eficácia já é comprovada em muitos países, inclusive no Brasil (TOMAZ, 2003). 2.1.2. Recursos hídricos no Brasil Conforme dados da ANA (2020), “o Brasil possui 12% da quantidade de água doce disponível no mundo, mas a sua distribuição pelo território não é equilibrada.” Segundo Bicudo et al. (2010), a vazão média gerada por rios e lagos de água doce do país chega a 179 000 m³/s. Devido às grandes dimensões continentais do território brasileiro, esse recurso não é distribuído igualitariamente entre as regiões. A região Amazônica comporta 70% dos recursos hídricos disponíveis, e sua área equivale a 44% do território. No entanto, possui apenas 4,5% da população brasileira. A região do Nordeste Oriental possui 13% da população e apenas 0,5% de água disponível, e a região do Sudeste mais próxima ao Oceano Atlântico detém 15% da população e somente 2% do volume total de água. A região hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental se encontra em situação muito crítica no que diz respeito à disponibilidade de água para a demanda requerida, e essa relação chega a 186,81%. O Nordeste brasileiro ocupa uma área de 1 219 000 km² o que corresponde a um quinto de todo o território. A região é composta por 18 9 estados brasileiros com uma população equivalente a 18,5 milhões de pessoas, sendo que 8,6 milhões ainda vivem no meio rural. A bacia hidrográfica Tocantins – Araguaia, que envolve grande parte do estado de Goiás, se encontra em uma situação excelente. A disponibilidade é de 5362 m³/s para uma demanda de apenas 55 m³/s. Assim, a relação demanda/disponibilidade se encontra em 1,03%. Apesar do cenário ser muito bom, a população dessa regiãohidrográfica se encontra em constante desenvolvimento (TABELA 1). Tabela 1 – Disponibilidade e demanda hídrica nas divisões hidrográficas do território brasileiro em 2010 Divisão hidrográfica nacional Disponibilidade (m³/s) Demanda (m³/s) Relação demanda/ Disponibilidade Classificação Amazônia 73748 47 0,06% Excelente Atlântico Leste 305 68 22,30% Critica Atlântico Nordeste Ocidental 328 15 4,57% Excelente Atlântico Nordeste Oriental 91 170 186,81% Muito Critica Atlântico Sudeste 1108 168 15,16% Preocupante Atlântico Sul 671 240 35,77% Critica Paraguai 785 19 2,42% Excelente Paraná 5792 479 8,27% Confortável Paraíba 379 19 5,01% Confortável São Francisco 1886 166 8,80% Confortável Tocantins - Araguaia 5362 55 1,03% Excelente Uruguai 565 146 25,84% Critica Fonte: adaptado Livro águas do Brasil, 2010, p. 149 O Conselho Nacional de Recursos Hídricos, divide o país em 12 regiões hidrográficas (FIGURA 1), levando em conta o grupo de bacias ou sub bacias hidrográficas próximas, com características semelhantes, sejam elas naturais, sociais ou econômicas (CNRH, 2020). Figura 1 - Regiões hidrográficas brasileiras Fonte: Agência Nacional de Águas (2020) 19 Baseado no que foi exposto, observa-se que o território do estado de Goiás, é contemplado com a grande bacia do Tocantins – Araguaia, cuja classificação em relação a demanda e disponibilidade de água se encontra excelente. 2.2. REAPROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS PARA FINS NÃO POTÁVEIS Na literatura, o termo sustentabilidade é citado de diversas formas, mas “a ideia da sustentabilidade não está definida pelo consumir mais ou menos. O princípio é provocar nos consumidores a consciência do que suas escolhas acarretam, motivando-os a adotarem hábitos de consumo menos lesivos” (PEIXOTO e PEREIRA, 2013). O desenvolvimento sustentável dos recursos hídricos foi definido pelo American Society of Civil Engineer (ASCE) como “aqueles recursos projetados e gerenciados para contribuir com os objetivos totais da sociedade, agora e no futuro, devendo manter o meio ambiente e a integridade ecológica e hidrológica” (ASCE, 1998 apud TOMAZ, 2003). Devido à cultura de desperdício enraizada na população brasileira, o país enfrenta uma crise hídrica que se expande ao longo dos anos. Isso se deve ao fato de priorizarem o crescimento econômico e deixarem em segundo plano questões importantes como o meio ambiente, tecnologia e educação, fazendo com que o país seja considerado atrasado em relação aos países mais desenvolvidos (SOUZA et al, 2005). O uso racional da água precisa estar associado não somente à gestão de demanda bem como à gestão de abastecimento, para que assim uma água considerada não potável possa ser reutilizada para outros fins (SOUZA et al, 2005). De acordo com Leite (2003) “as águas de qualidade inferior tais como esgotos, particularmente os de origem doméstica, águas da chuva, águas de drenagem agrícola e águas salobras devem, sempre que possível, ser consideradas como fontes alternativas para usos menos restritivos”. Dentre os benefícios relacionados ao aproveitamento da água da chuva, podemos citar a diminuição no consumo de água potável para diversos fins, o que acarreta também na redução do custo da água fornecida pela concessionária, reduzindo o risco de inundações e restringindo a escassez dos recursos hídricos (LEITE,2003). Devido ao grave problema ambiental de escassez hídrica pelo mundo, vários países vêm adotando o artificio de reaproveitamento de água pluvial para uso doméstico, 20 industrial e agrícola, sendo o meio mais simples e eficaz de se combater tal crise (MAY,2004). A primeira menção de reaproveitamento de água da chuva na história, data de 830 a.C., onde o rei Moabita idealiza em uma pedra escrita na linguagem cananita, a construção de reservatórios para aproveitamento de águas pluviais. A pedra foi encontrada no Oriente Médio a leste do Mar Morto (TOMAZ, 2003). De acordo com Tomaz (2003), alguns países já beneficiam a população com ajuda financeira para incentivar a construção e utilização de reservatórios, alguns exemplos são Califórnia, Alemanha e Japão. O primeiro estado alemão a adotar o sistema de reservatórios foi Hamburgo em 1988. Atualmente é concedida uma ajuda financeira do governo de US$ 1.500,00 a US$ 2.000,00 para quem reaproveitar a água da chuva. A água é reaproveitada na irrigação de jardins, descargas de bacias sanitárias, máquina de lavar roupas, uso comercial e industrial, ou seja, fins não potáveis (TOMAZ, 2003). Na Holanda, o reuso de água ajuda a resolver alguns problemas urbanos, por exemplo, coletar água para evitar o transbordamento em certos canais ao redor de algumas cidades abaixo do nível do mar. Posteriormente, a água armazenada é usada para irrigar plantações e fornecer recursos ornamentais (MAY, 2004). O clima da região Nordeste no semiárido brasileiro, comporta um regime de chuvas concentrado em apenas 4 meses do ano (fevereiro-maio) podendo variar muito anualmente, sendo que em alguns anos pode chover bem abaixo do necessário. O volume de água superficial é muito pobre e constituído em grande parte por rios intermitentes, ou seja, as águas desaparecem no período de estiagem (BICUDO et al., 2010). Um dos meios que a população encontrou para a melhor conservação da água, foi a coleta da água da chuva nos telhados que é armazenada em cisternas. Essa pratica é bem natural e intuitiva e já é aplicada a milênios. Devido às chuvas irregulares e a alta taxa de evaporação do solo, essa técnica se mostra como a mais indicada para suprir as necessidades humanas (MAY, 2004). De acordo com Bicudo et al. (2010), essas cisternas tem capacidade de armazenamento geralmente entre 7 e 15 m³, onde conseguem ofertar cerca de 50 litros de água por dia por um período de 140 a 300 dias. Assegurando os cuidados com a limpeza dos telhados, calhas e da cisterna, se torna uma solução viável para atender as necessidades essenciais da população rural difusa. 21 “O processo de urbanização gera o aumento da concentração populacional, o que por consequência gera um rápido crescimento na demanda de água nas cidades, tanto para uso doméstico como para fins industriais” (BUFFON, 2010). Com esse crescimento populacional devido a massiva urbanização, o consumo de água vem aumentando ao longo das décadas e continuará em crescimento exponencial, conforme abordado no parágrafo anterior e de acordo com (FIGURA 2). Figura 2 – Estimativa do crescimento da extração de água para abastecimento do consumo mundial Fonte: Shiklomanov, 1998, p.24. “A drenagem urbana, especialmente nos grandes centros, tem sido efetuada de forma insustentável com aumento do volume de escoamento superficial e contaminação devido a impermeabilização, canalização e resíduos sólidos” (SOUZA e TUCCI, 2005). Quatro metas são definidas para promover a sustentabilidade dos sistemas modernos de drenagem urbana: manter a saúde pública e o controle de enchentes, evitar a poluição local e remota, minimizar o uso de recursos hídricos, operar e adaptar a longo prazo (TOMAZ, 2003). A história da evolução do tratamento das águas no Brasil passa por três períodos distintos, sendo o primeiro no início do século XX, onde a política de saneamento básico, consistia apenas em despejar as águas vindas das atividades urbanas para a jusante, sem nenhum tipo de tratamento. O único objetivo na época era a não proliferação de doenças (TUCCI et al., 2012). O segundo período, seria o que envolve o final da década de 60, onde houve a percepção que os sistemas do período anterior não eram mais tão eficientes, pois 22 causavam danos sociais e econômicos, como por exemplo, as enchentes. Assim, alguns países começaram a investir mais em sistemas de manejo de águas pluviais e tratamento deesgoto (TUCCI et al., 2012). No final dos anos 90, surgiram observações diferentes sobre o assunto, onde a prioridade era manter a vegetação natural e o solo quanto fosse possível, pois esses desempenhavam um papel fundamental na drenagem das águas e no controle do ciclo hidrológico, visto que promovem a infiltração da água no solo e a evapotranspiração (TUCCI et al., 2012). Ainda de acordo com Tucci (2012), “o crescimento urbano de cidades brasileiras encontra-se ainda alicerçada na impermeabilização massiva de áreas e canalizações artificiais, ampliando a escassez de água em função da baixa eficiência dos sistemas hídricos, contaminações e baixo grau de reaproveitamento de água”. A partir desse cenário, foi criada a estratégia de Low Impact Development (LID): Desenvolvimento Urbano de Baixo Impacto (uma tradução livre de LID) surgiu na década de 80 como uma estratégia de manejo de águas pluviais e servidas; por meio do emprego de planejamento multidisciplinar, integrado a práticas de tratamento e controle em pequena-escala, para mimetizar o comportamento hidrológico natural em configurações residenciais, comerciais e industriais (TUCCI et al., 2012, p. 11). Dentro da estratégia de Low Impact Development (LID), são usadas algumas outras ferramentas que são denominadas Integrated Management Practices (IMPs). Essas ferramentas têm como seguintes características para o tratamento e reuso de águas pluviais: o uso mais eficaz da vegetação, pois intercepta, armazena e promove evapotranspiração da água. As IMPs artificiais promovem o armazenamento para posterior utilização da água (cisternas), e por último, a adaptação de estruturas naturais para uma mínima perturbação no sistema de drenagem. No texto de Tucci et al. (2012), são expostos vários mecanismos e instrumentos utilizados para a boa prática de aproveitamento de águas pluviais envolvendo as IMPs, tanto para melhoria do solo, benefício do ciclo hidrológico e meio ambiente, como para a economia nas edificações e soluções para escassez hídrica. O aproveitamento de água de chuva oportuniza o aumento da eficiência hídrica no empreendimento, exonerando o poder público ou a concessionária pelo serviço de abastecimento do volume captado. Dentre as alternativas empregadas por LID para coleta e armazenamento de água de chuva 23 encontram-se cisternas, barris de chuva e adaptações de pavimentos permeáveis, telhados verdes e biorretenções (as que apresentam drenos subjacentes). A experiência com o uso de cisternas, especialmente na região Nordeste do país (BRASIL, 2007) pode facilitar o desenvolvimento de mecanismos para incentivo, dimensionamento e construção (TUCCI et al., 2012, p. 15). Tabela 2 – Comparação entre os atributos hidrológicos de práticas LID e práticas convencionais. Parâmetro hidrológico Convencional LID on site Cobertura Impermeável Encorajada para atingir uma drenagem efetiva Minimizada para reduzir impactos Cobertura Natural/Vegetação Reduzida para melhorar drenagem local eficiente Maximizada para manter hidrologia de pré desenvolvimento Tempo de concentração Reduzido como produto da eficiência drenagem Maximizada e aumentada para aproximar às condições de pré desenvolvimento Volume de escoamento Grande aumento em volume de escoamento não controlado. Controlado para condições de pré desenvolvimento Descarga de Pico Controlado para chuva de projeto de pré desenvolvimento (2 anos) Controlado para condições de pré desenvolvimento para todas as chuvas Frequência de escoamento Grandemente aumentada, especialmente para chuvas pequenas, frequentes Controlado para condições de pré desenvolvimento para todas as chuvas Duração do escoamento Aumentada para todas as chuvas, porque o volume não é controlado Controlado para condições de pré desenvolvimento Abstração das chuvas Grande redução em todos os elementos (Interceptação, Infiltração, Depressões e Armazenamento) Mantida para condições de pré desenvolvimento Recarga de água subterrânea Redução de carga Mantida para condições de pré desenvolvimento Off site Qualidade da água Redução em cargas de poluição, mas controle limitado para eventos menores que descarga de projeto Aumento em reduções de cargas poluentes. Controle total para eventos menores que descarga de projeto Corpos receptores Impactos severos documentados - Erosão e degradação de canais; Deposição de sedimentos; Fluxo de base reduzido; Adequabilidade do habitar diminuída ou eliminada Ecologia do sistema mantida para condições de pré desenvolvimento Inundações a Jusante Controle de descarga do pico reduz inundações imediatamente abaixo de estruturas de controle, mas podem aumentar inundações a jusante através de impactos cumulativos e superposicionamento de hidrogramas Controladas para condições de pré desenvolvimento Fonte: adaptado de Department of Evironmental Resources 1999.p.57 Em 2006, foi lançado no Brasil o programa “Drenagem Urbana Sustentável” que consiste em um amparo do governo para os municípios que adotarem a técnica LID para 24 a criação ou um maior desdobramento do sistema de drenagem. A intenção era que esse programa fosse adotado em escala nacional, porém, houve uma falta de gerenciamento efetivo para o seu desenvolvimento. Envolvendo também a falta de capacitação e conhecimento por parte de alguns administradores, pois há ainda a necessidade da mobilização de diversos profissionais de diversas áreas do sistema público para um trabalho eficiente no que diz respeito ao controle e manejo de águas pluviais (TUCCI et al., 2012). 2.3. TÉCNICA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA PELO TELHADO A norma ABNT NBR 15527 (2007) fornece requisitos para o aproveitamento de água da chuva de coberturas de áreas urbanas para fins não potáveis. Nela são dispostas algumas definições de termos imprescindíveis utilizados em todo o processo de captação e reaproveitamento de águas pluviais, sendo eles: Água de chuva: água resultante de precipitações atmosféricas coletada em coberturas, telhados, onde não haja circulação de pessoas, veículos ou animais; Água não potável: água que não atende à Portaria n° 518 do Ministério da Saúde; Área de captação: área, em metros quadrados, projetada na horizontal da superfície impermeável da cobertura onde a água é o captada; Coeficiente de escoamento superficial ou de Runoff (C): coeficiente que representa a relação entre o volume total de escoamento superficial e o volume total precipitado, variando conforme a superfície; Conexão cruzada: qualquer ligação física através de peça, dispositivo ou outro arranjo que conecte duas tubulações, das quais uma conduz água potável e a outra, água de qualidade desconhecida ou não potável; Demanda: consumo médio (mensal ou diário) a ser atendido para fins não potáveis; Escoamento inicial: água proveniente da área de captação suficiente para carregar a poeira, fuligem, folhas, galhos e detritos; Suprimento: fonte alternativa de água para complementar o reservatório de água de chuva. 25 A norma ainda explana que será necessária uma estimativa de demanda, alcance do projeto, população que será beneficiada. Também será necessário um estudo de precipitações, séries históricas e sintéticas da região em que se encontrará o projeto. Em relação às calhas em condutores, estas devem atender às descrições da ABNT NBR 10844 (1989). Os dispositivos utilizados para a remoção de detritos que são colhidos do escoamento inicial devem estar de acordo com a ABNT NBR 12213 (1992). Os reservatórios devem atender a ABNT NBR 12217 (1994), devendo constar no projeto: extravasor, dispositivo de esgotamento, cobertura, inspeção, ventilação e segurança. O volume de água da chuva aproveitável depende do coeficiente de escoamentoda cobertura (Equação 1): 𝑉 = 𝑃 × 𝐴 × 𝐶 × 𝑁 (1) Onde: V = Volume, anual, mensal ou diário de água aproveitável P = Precipitação média anual, mensal ou diária A = Área de coleta C = coeficiente de escoamento superficial da cobertura N (fator de captação) = eficiência do sistema de captação, levando em conta o dispositivo de descarte dos sólidos e desvio do escoamento inicial, caso seja utilizado. As instalações prediais devem atender a ABNT NBR 5626 (1998) seguindo as especificações mencionadas na norma. O sistema de condutores de água da chuva, assim como o reservatório, deve ser separado do sistema de condutores de água potável, sendo restrito e identificável. Quanto aos padrões da água a ser reutilizada, deve ser atendido o que está disposto na tabela 3. Tabela 3 – Parâmetros de qualidade de água da chuva para usos restritivos não potáveis Parâmetro Análise Valor Coliformes totais Semestral Ausência em 100 mL Coliformes termotolerantes Semestral Ausência em 100 mL Cloro resisual livre Mensal 0,5 a 3,0 mg/L Turbidez Mensal <2,0 uT, para menos restritivos <0,5 uT Cor aparente (caso não seja utilizado nenhum corante, ou antes da sua utilização) Mensal < 15 uH Deve prever ajuste de pH para proteção das redes de distribuição, caso necessário Mensal pH de 6,0 a 8,0 no caso de tubulação de Fonte: adaptado ABNT NBR 15527 26 Para o bombeamento da água, deve ser utilizada a ABNT NBR 12214 (1992), onde devem ser observadas as tubulações de sucção e recalque, velocidade mínima de sucção e recalque para a seleção do conjunto motor bomba. Quanto à manutenção do sistema deve ser seguido o que está exposto na tabela 4. Tabela 4 – Frequência de manutenção Componente Frequência de manutenção Dispositivo de descarte de detritos Inspeção mensal. Limpeza trimestral Dispositivo de descarte do escoamento inicial Limpeza mensal Calhas, condutores verticais e horizontais Semestral Dispositivos de desinfecção Mensal Bombas Mensal Reservatório Limpeza e desinfecção anual Fonte: adaptado ABNT NBR 15527 Na norma também são feitas algumas recomendações para quando houver a necessidade de utilização de produtos nocivos à saúde humana durante a manutenção. 2.3.1. Sistema de captação de água da chuva pelo telhado Ultimamente, tem-se observado o desenvolvimento de várias tecnologias voltadas para a área do manejo de recursos hídricos. Assim, constata-se um aumento na utilização de técnicas de reaproveitamento de águas pluviais, em locais em que já eram utilizadas e em locais que ainda não faziam uso (MAY, 2004). A água é coletada de áreas impermeáveis, geralmente telhados. Em seguida é tratada e armazenada em reservatório de acumulação, que pode ser apoiado, enterrado ou elevado e ser construído de diversos materiais como: concreto armado, blocos de concreto, alvenaria de tijolos, aço, plástico, poliéster, polietileno e outros (MAY, 2009, p. 49). De acordo com Tomaz (2003), os principais componentes de um sistema de captação de águas pluviais são: Área de captação: sendo por ele definida, como as áreas impermeáveis das casas e industrias, como por exemplo, os telhados que podem ser constituídos de vários materiais tais como, telhas de fibrocimento, telhas de zinco, telhas de ferro galvanizado, telhas cerâmicas entre outros (FIGURA 3). Calhas e condutores: são necessários para a condução da água coletada no telhado ao reservatório final, que podem ser de PVC ou metálicos. 27 Figura 3 – Área de coleta – telhado: comprimento x largura Fonte: Waterfall, 2002 apud May, 2004 By Pass: segundo Tomaz (2003), pode ser utilizado para a remoção automática dos resíduos acumulados no telhado, que são transportados pela primeira chuva para o restante do sistema, com esse dispositivo não seria necessário o trabalho humano para tal operação. Uma grade sobre a calha funciona como um bom by pass (FIGURA 4). Figura 4 – Sistema de grade localizado sobre a calha. Fonte: Waterfall, 2002 apud May, 2004 Peneira: é utilizada para remover os materiais em suspensão. Reservatório: Pode ser fabricado de diversos tipos de materiais e pode ser enterrado, apoiado ou elevado, dependendo da necessidade do projeto. Extravasor: deve ser instalado no reservatório para expulsão da água em excesso, deve conter dispositivos que impeça a entrada de animais. A figura 5 mostra um sistema bem simples de reaproveitamento de água pluvial captada pelo telhado: 28 Figura 5 – Esquema de funcionamento do sistema de coleta e aproveitamento de águas pluviais com reservatório de autolimpeza. Fonte: Tomaz, 1998. O sistema de coleta e aproveitamento de água pluvial destinado para a rega de jardins e áreas verdes, pode ser de simples ou complexa instalação. A rega das plantas não pode ser feita com a água da chuva em todas as épocas do ano, devido ao período de seca, o ideal é que a água da chuva seja armazenada e utilizada entre o período entre uma chuva e outra, para que assim haja aproveitamento máximo do sistema (FIGURA 6) (MAY ,2004) Figura 6 – Sistema de irrigação de jardim e seus componentes. Fonte: Waterfall, 2002 apud May, 2004. O reaproveitamento de água da chuva também é benéfico se utilizado nas descargas sanitárias, pois encontra-se entre os três maiores consumos de uma residência. O princípio de coleta é o mesmo utilizado para a irrigação de jardins. O cuidado está na hora da instalação, para que as águas pluviais não se misturem com a água potável (MAY,2009). O reaproveitamento da água da chuva traz inúmeros benefícios, a saber: controle do escoamento, controle de enchentes, conservação da água, recuperação do ciclo hidrológico urbano e educação ambiental (MAY, 2009). 29 2.4. CONDIÇÕES CLIMÁTICAS E PLUVIOMÉTRICAS DE GOIÁS Segundo Albuquerque et al. (2012) o Cerrado brasileiro é a segunda maior formação vegetal do Brasil, perdendo apenas para o bioma Floresta Amazônica. Ocupa dois milhões de metros quadrados se estendendo por onze estados brasileiros: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e o Distrito Federal (FIGURA 7). Figura 7 – Mapa dos biomas brasileiros Fonte: IBGE, 2012. Para que haja o entendimento do clima predominante no Bioma Cerrado, deve ser feito antes uma análise sobre a atmosfera que circunda o território brasileiro, pois nela há vários mecanismos que influenciam nas condições climáticas de determinados locais. Sua localização próxima a Cordilheira dos Andes facilita o trânsito das massas de ar, o que torna o clima do Brasil tão variado que se pode dizer que o país é composto por vários climas. (ALBUQUERQUE, et al.,2008). Um estudo feito por Monteiro (1973), revela que o Anticiclone Permanente do Atlântico Sul é o principal causador de tais diferenças climáticas por todo o território.Com base em tais estudos e nas dinâmicas das massas de ar pelo Centro Oeste brasileiro é possível identificar que o Bioma Cerrado é dominado pela massa Tropical Atlântica (mTa) (FIGURA 8). 30 Figura 8 – As grandes regiões climáticas da América do Sul Fonte: Livro Agricultura Tropical, 2008. Em relação ao clima, é através do estudo das massas de ar que ele pode ser classificado. São usadas várias metodologias para a classificação climática de um determinado local, predominando a que leva em conta a vegetação natural existente. É necessário identificar regiões com características climáticas homogêneas. Com base nos estudos feitos por Koppen e Thornthwaite foram criados índices de classificação para a caracterização climática em um reduzido número de siglas. Assim foram divididos os índices em cinco letras de A a E, sendo o tipo com a letra B o que caracteriza climas secos, os tiposA, C e D caracterizam climas úmidos e o com a letra E clima polar (ALBUQUERQUE et al., 2008). “A Classificação climática de Köppen-Geiger é baseada principalmente na quantidade e distribuição de precipitação e temperatura, anual e mensal. Os elementos de temperatura e precipitação constituem um critério inicial para a divisão dos tipos de clima” (CARDOSO et al., 2014). Como essa classificação remonta a mais de um século, ela foi adaptada neste interim por vários autores e foi simplificada por Setzer (1966) (TABELA 5). 31 Tabela 5 – Chave de classificação de Koppen simplificada por Setzer, 1966 Temperatura média Normal Total de chuva do mês mais seco (Pms) Total de chuva anual (P) Descrição do tipo de clima segundo Koppen (Climas úmidos) Símbolo do mês mais frio do mês mais quente ≥ 18 °C ≥ 60 mm TROPICAL sem estação seca Af ≥ 22°C < 60 mm < 2500 - 27,27, Pms TROPICAL com chuvas excessivas Inverno Seco Aw ≥ 2500 - 27,27, Pms Am < 18 °C < 30 mm S u b tr o p ic al Quente Cwa < 22 °C Temperado Cwb ≥ 22°C ≥ 30 mm Quente Sem estação seca Cfa < 22 °C Temperado Cfb Fonte: adaptado Cardoso et al., 2014 Portanto o clima do Bioma Cerrado foi classificado da seguinte forma, levando em conta a média do mês mais frio (julho): megatérmico ou tropical úmido letra (A), com o subtipo clima de savana, com inverno seco e chuvas máximas de verão (w). Aw é o clima que predomina no Cerrado. O clima mesotérmico ou temperado quente (C), com inverno quente, onde a temperatura mais quente chega aos 22 ° C (wa) ocorre apenas nas regiões sul e leste de Minas Gerais e em parte do estado de Mato Grosso do Sul (FIGURA 9). Figura 9- Tipos de clima predominantes no Bioma Cerrado, de acordo com Koppen. Fonte: Livro Agricultura Tropical, 2008. “Pode-se observar que os fatores climáticos que definem a ocorrência do Cerrado são a alta disponibilidade energética durante todo o ano e a sazonalidade da distribuição 32 da precipitação, sendo a estação úmida no verão e a estação seca no inverno” (ALBUQUERQUE et al., 2008). 2.4.1. Precipitações em Goiás No Estado de Goiás não existem grandes altitudes, fator que influência muito no clima. Sendo assim, as massas de ar que percorrem o território não têm muita dificuldade em passar pelo estado, pois não há barreiras naturais que impeçam esse trânsito. O ponto mais baixo se encontra no Distrito Federal, a 186 m de altitude, e o mais alto está localizado na Chapada dos Veadeiros no município de Alto Paraiso, com 1670 m. (CARDOSO et al., 2014). Para a definição de precipitação no estado foi utilizado o estudo feito por Cardoso (2014), que através da coleta de dados envolvendo temperatura e precipitação, puderam fazer a classificação do clima de acordo com os índices Koppen-Geiger. De acordo com o estudo, precipitação média anual para o estado é de 1500 mm, sendo que em algumas regiões há grandes volumes de chuva como na região central do Norte de Goiás e na cidade Piracanjuba no Sudeste do estado os valores da precipitação nesses locais foram de 2400 mm e 2800 mm (FIGURA 10). Figura 10 - Precipitação média anual por Cardoso et al. 2014. Fonte: Cardoso, Marcuzzo et al., 2014 As regiões intertropicais como a do Centro Oeste, apresentam uma grande variação no volume precipitado durante o ano. Assim possuem duas estações bem definidas, seca e úmida. Os meses considerados secos foram de Maio a Setembro, e o meses considerados úmidos foram de Janeiro a Abril e de Outubro a Dezembro. O mês mais úmido foi o mês de Dezembro e o mês de Julho o mais seco (FIGURA 11). 33 Figura 11 – Precipitação pluviométrica média mensal de acordo com Cardoso et al. Fonte: Cardoso et al., 2014. Considerando as duas variáveis do estudo: temperatura do ar e precipitação. Para a classificação de Koppen – Geiger foi obtido o mapa para o clima do Estado de Goiás (FIGURA 12). Figura 12 – Classificação climatica de Koppen Geiger para o estado de Goiás. Fonte: Cardoso, Marcuzzo et al., 2014. De acordo com os resultados obtidos no estudo, e os índices de Koppen – Geiger simplificados por Setzer (1966), tabela 5, o estado de Goiás apresentou quatro tipos de clima: Aw ( clima tropical com estação seca no inverno) encontrado na maior parte do 34 estado; em uma pequena porção do centro Norte goiano ocorre um clima muito atípico, Am ( clima de monção); nas regiões entro os municípios de Anápolis e Goiânia foi encontrado o clima Cwb (clima temperado úmido com inverno seco e verão temperado); o clima Cwa (clima temperado úmido com inverno seco e verão quente) foi encontrado na região do Sudoeste Goiano e em uma pequena parte do Nordeste do estado (CARDOSO et al., 2014). Na região que abrange a cidade de Silvânia, situada na mesorregião do Sul do estado, foco desse trabalho, o clima foi classificado de acordo com o mapa como clima tropical com estação seca no inverno (Aw), assim como a maior parte do estado. 2.4.2. Clima em Silvânia e precipitações Silvânia é uma cidade do interior de Goiás, localizada na Mesorregião Sul, mais precisamente na microrregião de Pires do Rio (FIGURA 13), a 183 km de Brasília e a 83 km de Goiânia, capital do estado (IBGE,1990). Figura 13 – Microrregiões de Goiás. Fonte: Revista Eletrônica de Economia da Universidade Estadual de Goiás, 2014. O município teve início por volta do ano de 1774 com a descoberta das lavras de ouro na região, onde era chamado de Arraial Nosso Senhor do Bonfim, ou simplesmente Bonfim. O nome foi alterado para Silvânia em 1943, em homenagem a família Silva, de Vicente Miguel da Silva e seus descendentes. É um importante polo educacional e 35 comercial da região da estrada de ferro. Com uma população de 19.089 habitantes e densidade demográfica de 8,14 hab/ km² (IBGE,2010). Se encontra a 891m acima do nível do mar, seu clima é tropical pois chove muito menos no inverno que no verão. O clima é classificado como Aw de acordo com a Köppen e Geiger. Em Silvânia a temperatura média é 22.5 °C. A média anual de pluviosidade é de 1370 mm (CLIMATE- DATA,2019). A figura 14 e a tabela 6 mostram os dados relativos à temperatura e precipitações médias mensais no ano de 2019, os dados foram todos coletados pelo site climate - data com todos os direitos reservados. Figura 14 – Gráfico de temperatura e precipitação em Silvânia,2019 Fonte: climate - data.org, 2019. O mês mais seco, que teve menor precipitação foi junho com aproximadamente 7 mm. Dezembro é o mês com maior precipitação com 270 mm. A estação seca no município ocorre nos meses de Maio, Junho, Julho, Agosto e Setembro, o período de chuva começa em Outubro e se estende por Novembro, Dezembro, Janeiro, Fevereiro, Março e Abril. Tabela 6 – Dados climatológicos para Silvânia, 2019. Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Temperatura média (° C) 23.3 23.4 23.2 22.1 20.7 19.9 20.7 22.7 23.7 23.6 23.4 22.9 Temperatura mínima (° C) 18.3 18.2 17.7 16.2 14 12.7 13.4 15.8 17.5 18.2 18.5 17.6 Temperatura máxima (° C) 28.4 28.7 28.8 28.1 27.4 27.2 28.1 29.6 30 29.1 28.3 28.2 Temperatura média (° F) 73.9 74.1 73.8 71.8 69.3 67.8 69.3 72.9 74.7 74.5 74.1 73.2 Temperatura mínima (° F) 64.9 64.8 63.9 61.2 57.2 54.9 56.1 60.4 63.5 64.8 65.3 63.7 36 Temperatura máxima (°F) 83.1 83.7 83.8 82.6 81.3 81.0 82.6 85.3 86.0 84.4 82.9 82.8 Chuva(mm) 219 173 179 101 29 7 8 13 52 142 206 241 Fonte: adaptado climate – data.org, 2019 Comparando o mês mais seco (Junho) com o mais chuvoso (Dezembro), tem-se um diferença de precipitação de 234 mm. 3. METODOLOGIA O presente trabalho foi realizado em uma instituição de ensino na cidade de Silvânia, consiste em um projeto de captaçãode águas pluviais pelo telhado e reaproveitamento em áreas externas, para a lavagem de calçadas e da quadra esportiva. Como base para os dispositivos a serem utilizados para o desenvolvimento do projeto foi utilizada a NBR 15527 – Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis. E para o dimensionamento dos dispositivos escolhidos foi utilizada a NBR 10844 – Instalações prediais de águas pluviais. Primeiro foi feito um estudo do local e um estudo climatológico da região, conforme já exposto nesse trabalho. O prédio do Instituto Auxiliadora foi construído em 1935, sua estrutura é bem antiga, foram feitas algumas adaptações ao longo dos anos, como a construção de uma quadra esportiva coberta, construção da piscina para as aulas de natação, entre outras. 3.1. MATERIAIS E DISPOSITIVOS Segundo a norma, a área de captação é definida como “soma das áreas das superfícies, que interceptando chuva, conduzem água para determinado ponto de instalação” (ABNT, 1989). Sendo assim, após o estudo da estrutura do prédio, a área de captação escolhida foi uma parte da cobertura da quadra esportiva com 391 m². As calhas utilizadas “canal que recolhe a água das coberturas, terraços e similares e a conduz a um ponto de destino” (ABNT, 1989), foram as que a norma recomenda sendo de PVC rígido, a escolha desse material para a construção da calha foi feita levando em conta a economia do projeto, sendo de todos os materiais sugeridos o mais acessível financeiramente. 37 Os condutores verticais “tubulação vertical destinada a recolher águas de calhas, coberturas, terraços e similares e conduzi-las até a parte inferior do edifício” (ABNT, 1989), foi do tipo PVC rígido, pelo mesmo motivo de escolha do material da calha. Os condutores horizontais “canal ou tubulação horizontal destinado a recolher e conduzir águas pluviais até locais permitidos pelos dispositivos legais” (ABNT,1989), o empregado será o do tipo PVC rígido. 3.2. DIMENSIONAMENTO DE CALHAS E TUBULAÇÕES A determinação da intensidade pluviométrica segundo a NBR 10844 deve ser feita de acordo com os dados locais já coletados, que no caso de Silvânia é de 1370 mm anuais. Porém, para os cálculos desse projeto seriam necessários os dados relativos a intensidade pluviométrica em mm/h, como não foram encontrados estudos para a cidade de Silvânia, os dados utilizados foram os da capital Goiânia, que possui características climáticas semelhantes e precipitação anual de 1415 mm, e para essa localidade foi encontrada uma intensidade pluviométrica para um período de retorno de 5 anos de 178 mm/h. O período de retorno de 5 anos foi escolhido segundo as recomendações da NBR 10844, para coberturas e terraços, assim como a duração de precipitação deve ser fixada em t = 5 min. A área de contribuição “soma das áreas das superfícies que, depende da área do telhado escolhido, que interceptando chuva, conduzem as águas para determinado ponto de captação” (ABNT,1989), depende do formato do telhado escolhido, que no caso se trata de uma área de cobertura com telhas metálicas de zinco onduladas com inclinação de 15 % (FIGURA 15). Figura 15 – Cálculo da área de contribuição para superfície inclinada. Fonte: adaptada ABNT NBR 10844,1989. Assim o valor encontrado para a área de contribuição foi calculado (Equação 2): 38 𝐴 = ( 𝑎 + ℎ ) × 𝑏 (2) 2 Também é necessário para o projeto, o cálculo referente a vazão de projeto (Equação 3). 𝑄 = 𝐼×𝐴 60 (3) Considerando que a saída da tubulação vertical fique a menos de 2 m da mudança de direção do telhado é necessário levar em conta um coeficiente multiplicativo para o cálculo da vazão do projeto (TABELA 7). Tabela 7 – Coeficientes multiplicativos de vazão do projeto. Tipo de curva Curva a menos de 2 m da saída da calha. Curva entre 2 e 4 m da saída da calha Canto reto 1,1 1,1 Canto arredondado 1,2 1,05 Fonte: adaptado ABNT NBR 10844 ,1989. Para o dimensionamento das calhas foi utilizada a formula de Manning-Strickler (Equação 4), cujos resultados para algumas vazões com um coeficiente de rugosidade n = 0,011 (TABELA 8) foi disponibilizado na tabela 9. 𝑄 = 𝐾 × 𝑆 × 𝑅 × 𝐻2 × 𝑖1 (4) 𝑛 3 3 Onde: Q = vazão do projeto em L/min S = área da seção molhada em m² n = coeficiente de rugosidade (tabela 6) R = raio hidráulico em m H = perímetro molhado em m i= declividade da calha em m/m K = 60.000 Tabela 8 – Coeficientes de rugosidade Material N Plástico, fibrocimento, aço, metais não ferrosos. 0,011 39 Ferro fundido, concreto alisado, alvenaria revestida 0,012 Cerâmica, concreto não - alisado 0,013 Alvenaria de tijolos não revestida 0,015 Fonte: adaptado NBR 10844,1989, p.6. Tabela 9 – Capacidade de calhas semicirculares com coeficientes de rugosidade n= 0,011 vazão em (L/min) Diâmetro interno (mm) Declividades 0,50% 1% 2% 100 130 183 256 125 236 333 466 150 384 541 757 200 829 1167 1634 Fonte: adaptado NBR 10844,1989, p. 6. O dimensionamento dos condutores verticais deve ser feito levando em conta os seguintes dados: Q = vazão do projeto, em L/ min H = altura da lâmina d’agua na calha, em mm L = comprimento do condutor vertical, em m No projeto foi utilizada calha com funil de saída, onde o dimensionamento deve ser feito utilizado ábaco disposto na NBR 10844 (FIGURA 16). Deve-se levantar uma vertical a partir do valor da vazão calculada para o condutor vertical até interceptar as curvas de H (altura da lâmina de água na calha, em mm) e L (comprimento do condutor vertical, em m), correspondentes, depois de realizada a interseção, transportamos a mais alta até o eixo D, por meio de uma linha horizontal. Figura 16 – Ábaco para a determinação do diâmetro de condutores verticais 40 Fonte: ABNT NBR 10844, 1989. No dimensionamento dos condutores horizontais deve ser levado em conta uma declividade de no mínimo 0,5%, sempre que houver o encontro entre uma tubulação e outra deve ser colocada uma caixa de areia para inspeção. No encontro da saída da tubulação vertical com a entrada da tubulação horizontal deve ser colocada uma curva com raio longo, com inspeção ou caixa de areia. As vazões para os tubos e vários materiais com inclinações usuais está disposto na (TABELA 10). Tabela 10– Capacidade de condutores horizontais de seção circular (Vazões em L/min) Fonte: adaptado ABNT NBR 10844, 1989. Com base nos dados fornecidos pela norma, o projeto foi dimensionado de forma a atender todos os requisitos pensando no melhor custo benefício. 3.3. RESERVATÓRIO 41 O reservatório será do tipo cilíndrico não enterrado e já existente no local, do tipo polietileno com capacidade de 20.000 L. Como a água a ser reutilizada lavagem de áreas externas, serão instaladas algumas válvulas para a saída água no próprio reservatório, não sendo necessária bomba de sucção. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1. DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES. O Instituto Auxiliadora conta com uma área de edificação bastante extensa de 4.062,22m², por isso, nesse primeiro momento o projeto de captação e reaproveitamento de águas pluviais será voltado apenas para a área de cobertura da quadra esportiva, assinalada em vermelho (FIGURA 17) e hachurada em azul na planta baixa de cobertura da edificação (FIGURA 18). Figura 17 – Imagem superior do Instituto Auxiliadora capturada via satélite, com área do telhado da quadra marcado em vermelho. Fonte: Google Maps, acesso em 18/01/2021. 42 Figura 18 – Planta baixa de cobertura do Instituto Auxiliadora em Silvânia – GO Fonte: A autora. A área de captação escolhida foi uma parte da cobertura da quadra esportiva com 391 m², onde a água recolhida será utilizadapara lavagem de áreas externas e lavagem da própria quadra esportiva. As dimensões utilizadas para o cálculo foi a da metade da área total da cobertura, assim a área teria dimensões em a = 11,3 m, b = 34,7 m e h = 1,7 m, considerando o cálculo de telhado inclinado (FIGURA 19). Figura 19 – Área de contribuição escolhida, com dimensões a, b. Fonte: A autora. Assim o valor encontrado para a área de contribuição foi calculado (EQUAÇÃO 2) da seguinte forma: 𝑨 = ( 𝒂 + 𝒉 ) × 𝒃 (2) 𝟐 𝑨 = ( 𝟏𝟏, 𝟑 + 𝟏𝟏, 𝟕 𝟐 ) × 𝟑𝟒, 𝟕 A = 421,6 m² 43 Para a área de contribuição desse projeto foi utilizado o valor calculado de 421,6 m² Também é necessário para o projeto, o cálculo referente a vazão de projeto (EQUAÇÃO 3). O valor encontrado referente a intensidade pluviométrica é de I = 178 mm/h, considerando um período de retorno de 5 anos, e tempo de precipitação considerado foi de t = 5 min, conforme foi exposto anteriormente no estudo climatológico e pluviométrico para o estado de Goiás e cidade de Silvânia. A área de captação A= 421,6 m² foi calculada no item anterior. 𝑸 = 𝑰×𝑨 𝟔𝟎 (3) 𝑸 = 𝟏𝟕𝟖×𝟒𝟐𝟏,𝟔 𝟔𝟎 Q = 1250 L/min Assim, o valor encontrado para a vazão de projeto foi de 1250 L/min. Considerando que a saída da tubulação vertical fique a menos de 2 m da mudança de direção do telhado é necessário levar em conta um coeficiente multiplicativo para o cálculo da vazão do projeto (TABELA 7). Foi utilizada para esse projeto um fator multiplicativo de 1,1, sendo de canto para uma curva a menos de 2 da saída da calha. Portanto, a vazão final do projeto foi calculada em 1375 L/min. Levando em conta a vazão desse projeto de 1375 L/min, o ideal é que seja utilizada uma calha semicircular, com diâmetro interno de 200 mm e inclinação de 2% que pode suportar uma vazão de até 1634 L/min (TABELA 11). Tabela 11– Capacidade de calhas semicirculares com coeficientes de rugosidade n= 0,011 vazão em (L/min), com resultado para esse projeto. Fonte: adaptado ABNT NBR 10844, 1989. 44 Serão colocadas sobre a calha um protetor. Trata-se de uma tela plástica feita de Polietileno de Alta Densidade (PEAD). A tela é posicionada sobre a calha, permitindo a passagem da água da chuva, mas não de objetos que possam obstruir a tubulação (FIGURA 20). Figura 20 – Tela plástica de PEAD posicionada sobre calha. Fonte: Tegape telas plásticas. Utilizando o ábaco (FIGURA 21), para a determinação do diâmetro dos condutores verticais. Figura 21 – Ábaco para a determinação do diâmetro de condutores verticais com resultado para esse projeto Fonte: adaptado ABNT NBR 10844, 1989. 45 Obtêm-se o resultado da seguinte forma: traçando uma linha vertical a partir do valor encontrado para a vazão de projeto (1634 L/min) até interceptar a altura do condutor vertical 6 m, a partir desse ponto traçando uma horizontal até os diâmetros dispostos em y, é encontrado um valor de diâmetro mínimo entre 80 e 90 mm, o valor utilizado para a dimensão do condutor vertical é de 100 mm, para melhor similaridade do projeto. Assim serão utilizados dois condutores verticais, um em cada ponta da calha, distando apenas 1 m da mudança de direção do telhado, pois o comprimento do telhado é de 34,7 m, tornando – se uma distância muito longa para apenas um condutor vertical. Os condutores verticais encontram-se detalhados no (ANEXO 1). Serão utilizados no projeto dois condutores horizontais para o acesso tubulação vertical – reservatório, ou seja, um condutor horizontal para cada condutor vertical. As dimensões das tubulações horizontais com rugosidade n = 0,011, serão de 150 mm e inclinação de 1% de acordo com a (TABELA 12), onde cada condutor é capaz de suportar uma vazão de 847 L/min. Sendo a vazão final a ser suportada pelos dois condutores de 1694 L/min, maior do que a vazão de projeto que é de 1375 L/min. Tabela 12 – Capacidade de condutores horizontais de seção circular ( Vazões em L/min) ,com resultado para o projeto. Fonte: adaptado ABNT NBR 10844, 1989. A tubulação horizontal que conduzirá a água proveniente das demais tubulações horizontais até o reservatório, deverá ter um diâmetro maior pois terá que suportar uma vazão maior que as demais. Assim o diâmetro adotado será o de 200 mm e inclinação de 1%, capaz de suportar uma vazão de até 1820 L/min. Haverá 3 mudanças de direções nas tubulações horizontais, onde serão colocadas 3 caixas de inspeção, também serão colocadas caixas de inspeção na mudança de direção 46 da tubulação vertical para a tubulação horizontal, conforme exigido pela NBR 10844 (1989). Totalizando assim 5 caixas de inspeção com dimensões 50cm x 50 cm. Por fim, toda a água coletada no telhado será transportada através desses condutores dimensionados, até um reservatório já existente no local que será destinado exclusivamente para o armazenamento dessa água pluvial coletada. Esse reservatório tem capacidade para 20.000 L, a água excedente será descartada do reservatório através de um extravasor. A escolha desse reservatório existente, foi feita para minimizar os custos do projeto com a implantação de um novo reservatório. O que acarretaria em um custo muito alto para a escola, com isso o projeto se tornaria inviável. Abaixo, encontra-se um quadro resumo com todos os dispositivos e suas respectivas dimensões para esse projeto (TABELA 13). Tabela 13 – Quadro resumo com especificação de materiais, dispositivos e respectivas dimensões para esse projeto. Dispositivo Material Diâmetro (mm) Inclinação (%) Tamanho (m) Qtd. Barras (6 m) Calha semicircular com funil de saída PVC 200 2 31,7 1 - Tubulação vertical PVC 100 - 6 2 2 Tubulação horizontal PVC 200 1 6 1 1 Tubulação horizontal PVC 150 1 44 2 8 Caixa de inspeção PVC - - 0,5mx0,5m 5 - Joelho 90° PVC 100 - - 2 - Tela para calha PEAD - - 1,5mx50m 1 - Fonte: Autoria própria. O projeto final detalhado feito em Autocad, encontra-se no (ANEXO 1) deste trabalho. O mesmo projeto foi desenvolvido de forma a gerar o menor custo possível de implantação, para que possa se tornar uma realidade na escola. Inicialmente, foi pensando para ser utilizado na rega dos jardins, porém, geraria custos adicionais com os quais a instituição não poderia arcar. Então, foi pensado apenas para a utilização da água reaproveitada na lavagem das áreas externas e quadra esportiva. Esse sistema de captação e reaproveitamento de água da chuva, nesta escola é uma tecnologia sustentável, viável e econômica, com o viés de reduzir o consumo de água potável. 47 Este trabalho foi baseado na pesquisa de mestrado da autora Simone May (2004), onde é feito o estudo da viabilidade do reaproveitamento de águas pluviais em edificações, em sua pesquisa foram utilizados parâmetros semelhantes aos utilizados nesse trabalho. Na pesquisa da autora, foi feito um estudo de caso em um posto de gasolina com lava jato, na cidade de São Paulo. Em seu estudo foi verificado que a viabilidade de um projeto de reaproveitamento de água da chuva depende de três fatores: precipitação, área de coleta e demanda. Se tais fatores forem elevados o prazo de recuperação do investimento do sistema é curto. No trabalho de May (2004), foi constatado que o maior custo para a implantação do sistema é com o reservatório, sendo assim seria mais viável que o sistema fosse instalado em uma edificação em construção para que haja economia com tubulações, bomba de recalque, energia elétrica, entre outros. 4.2. ESTIMATIVA CUSTO X BENEFÍCIO. Um método simples e viável para realizar um estudo do custo – benefício para esse projeto é o payback simples. É um pré estudo para analisar se um projeto pode ser aceito ou não, levando em contaos custos antes da implantação, e os custos da própria implantação em si. O objetivo é medir em quanto tempo o investimento inicial será reposto. A vantagem desse método é que ele é feito através de um cálculo simples (TOMAZ,2003). Primeiro é feito um cálculo, do quanto a Instituição gastaria para suprir as necessidades relacionadas aos gastos de água, levando em conta o tamanho do reservatório, que no caso desse projeto é de 20.000 L, equivalente a 20 m³, e a taxa da concessionária de abastecimento (SANEAGO), por m³ de água (TABELA 14). Tabela 14- Tarifas de água e esgoto para o estado de Goiás e cálculo para 20m³ de água. Tarifas m³ VALOR Tarifa água (m³) 20 10,24 204,80 Tarifa esgoto (m³) 20 10,24 204,80 Total final R$ 409,60 Fonte: Adaptado de Resolução Normativa 0125/2018. O gasto da instituição com 20 m³ de água é de R$409,60. 48 Para identificar a quantidade de vezes que esse reservatório pode ser abastecido durante o ano utilizamos um cálculo que considera um aproveitamento de 90% da água que cai no telhado da edificação, pois os outros 10% são descartados inicialmente, por se tratar de uma água impropria para uso (VALLE, 1981). É considerado ainda a área da cobertura que será utilizada para reaproveitamento, 391 m² e precipitação anual, que em Silvânia é de 1370 mm/ano. Ainda é utilizado um fator de 2/3, que se refere a média dos três anos consecutivos de menos chuva, para que não se sobrestime a quantidade de água coletada (VALLE, 1981). Assim: Chuva média anual: 1370 mm 1370 x (2/3) = 913,33 mm Chuva coletada = 913 x 391 x 0,9 = 321.284,70 Litros por anos ou seja 321,28 m³. Assim o reservatório de 20 m³ pode se encher 16 vezes ao ano, totalizando R$ 6.553,00 ao ano, que será o valor utilizado para esse cálculo. Para esse cálculo do payback, também é considerado os valores referentes aos custos da instalação do projeto. Nesse caso, foi levado em conta apenas os valores referentes aos materiais: calhas, tubulações, caixas de passagem e etc. Os valores referentes a mão de obra levam em conta o trabalho de 8 horas por dia de um pedreiro e um servente, durante 15 dias, tempo estimado para a instalação desse projeto. Todos os valores estão de acordo com a Tabela SINAPI, para o ano de 2020 (TABELA 15). Tabela 15 – Valor gasto para a instalação desse projeto. Dispositivo Valor SINAPI Qtd Total Tubo PVC 100 mm 53,46 2 106,92 Tubo PVC 150 mm 136,74 8 1093,92 Tubo PVC 200 mm 327 1 327,00 Calha PVC semicircular 3m 127,4 11 1401,40 Caixa de inspeção 50x50 105,27 5 526,35 Joelho 90° 7,69 2 15,38 Tela PEAD calha 239,00 1 239,00 Mão de obra 5539,20 TOTAL R$ 9249,17 Fonte: A autora. O valor total para a instalação desse projeto foi calculado em R$ 9249,17. O reservatório não foi considerado como gasto, pois já estava instalado no local. Sendo assim é divido o valor calculado para instalação do projeto pelo valor calculado para o gasto de água em reais. R$ 9249,17/ R$6553,00 ano. Resultando em 1,4 anos o período de retorno, 15 meses. 49 4.3. DISCUSSÕES Este trabalho foi baseado na pesquisa de mestrado da autora Simone May (2004), onde é feito o estudo da viabilidade do reaproveitamento de águas pluviais em edificações, em sua pesquisa foram utilizados parâmetros semelhantes aos utilizados nesse trabalho. Na pesquisa da autora, foi feito um estudo de caso em um posto de gasolina com lava jato, na cidade de São Paulo. Em seu estudo foi verificado que a viabilidade de um projeto de reaproveitamento de água da chuva depende de três fatores: precipitação, área de coleta e demanda. Se tais fatores forem elevados o prazo de recuperação do investimento do sistema é curto. No trabalho de May (2004), foi constatado que o maior custo para a implantação do sistema é com o reservatório, sendo assim seria mais viável que o sistema fosse instalado em uma edificação em construção para que haja economia com tubulações, bomba de recalque, energia elétrica, entre outros. Na pesquisa de May (2004), alguns parâmetros envolvendo a qualidade para consumo da água foram estudados, assim foram encontrados inúmeras bactérias, coliformes fecais, dejetos, substâncias dissolvidas e em suspensão vindas da atmosfera. Inviabilizando a água da chuva para consumo potável. Ela ainda aponta que mesmo para que a água seja utilizada de forma não potável devem ser tomados alguns cuidados, como a desinfecção da água através da cloração no reservatório e uso de peneiras ou filtros, para que resíduos maiores não sejam transportados pela tubulação, assim evitando o acumulo de microrganismos e fungos no sistema. Tendo como base os estudos de May (2004), o trabalho aqui apresentado é economicamente viável, isso foi confirmado através do cálculo do payback em que o período de retorno do investimento foi de 15 meses, considerado assim um retorno rápido, também houve a economia com a implantação do reservatório, que já existia no local. Sendo um fator de enorme peso no orçamento do projeto. Os cuidados com a limpeza e desinfecção também serão levados em conta na implantação desse projeto. 50 Para o dimensionamento, são usados dispositivos que também foram apresentados na pesquisa de May (2004), porém a autora se deteve apenas no estudo da qualidade e viabilidade econômica de implantação, não realizando o dimensionamento do sistema. Assim, para essa parte do trabalho foi utilizada somente a NBR 10844 (1989). 4.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS No desenvolvimento desse trabalho algumas alterações foram feitas em relação ao reuso da água captada, a ideia inicial era a utilização da água também para a irrigação do jardim e da horta da escola. Porém, se tornaria algo muito dispendioso para a instituição, pois necessitaria de um reservatório maior e de mais dispositivos para que a água fosse levada para as outras partes da escola. Como exposto no desenvolvimento, a área de cobertura da escola é bastante extensa, assim poderia ser feito um outro projeto para a outra parte da escola e a água poderia ser usada para outros fins, como nas descargas de banheiros, limpeza dos outros pátios da escola e abastecimento do sistema de combate a incêndio. Dada a importância do assunto, o projeto desenvolvido só traz ganhos para a comunidade escolar, que fara bom uso da água pluvial reaproveitada, além dos benefícios no desenvolvimento critico dos alunos. O trabalho também trouxe enorme proveito para o meu progresso como profissional da área de Engenharia Civil, pois trouxe aprofundamento em temas sociais, ambientais e de ordem econômica, além de colocar em pratica conhecimentos adquiridos durante todo o curso. 51 5. CONCLUSÃO O desenvolvimento do presente trabalho mostra que o reaproveitamento de águas pluviais é uma das melhores alternativas para a preservação da água e proteção do meio ambiente. Pois, promove inúmeros benefícios, dentre eles a redução do consumo de água potável e com isso consequente economia nas despesas, descongestionamento do sistema de drenagem das cidades, conservação da água doce subterrânea entre outros. Como o projeto foi desenvolvido dentro de uma escola, pode despertar nos alunos um olhar mais atento as questões que envolvem a água, meio ambiente, e o verdadeiro significado de sustentabilidade, que ao contrário do que muitos pensam não é somente economia de recursos, mas a criação de novas técnicas para que esses recursos durem até as próximas gerações. A aplicação desse tipo de metodologia no ambiente escolar, contribui para uma formação crítica e reflexiva, que desperte uma perspectiva sustentável nos estudantes e com isso poderá fomentar resultados (OLIVEIRA, 2017). Também é preciso cooperar para a disseminação de práticas sustentáveis, conscientes e menos
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