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1 Pneumologia – Radiologia do Tórax Daniel Duarte MED79 Antes de iniciarmos o estudo dos aspectos radiológicos, precisamos relembrar a anatomia da região torácica. Assim, na região torácica temos as seguintes estruturas: Componentes ósseo: É representado pelas costelas, vertebras (Coluna vertebral), esterno, clavícula e escápulas. Estruturas Moles: São as cúpulas diafragmáticas, campos pulmonares, pleuras e músculos. No raio-x, podemos identificar alguns marcos, como: o Os Seios costofrênicos, os quais são importantes na identificação de derrames pleurais. o A Bolha Gástrica: Um círculo cinza abaixo da Cúpula diafragmática esquerda. Pode ter alterações de tamanho e tonalidade de cinza dependendo do paciente. Figura 1- Círculo vermelho = Bolha Gástrica, Setas Vermelhas= Seios Costofrênicos. Mediastino: Está mais central e inferior no tórax. É levemente deslocado para a esquerda. Coração: Localizado no Mediastino e recoberto pelo pericárdio. Vasos torácicos Vias aéreas e Pulmões: Nas vias aéreas podemos perceber a traqueia, a árvore brônquica e os pulmões. Quanto ao pulmão, é necessário termos a seguinte noção: Essa noção é fundamental, uma vez que determinadas afecções tem preferência por certas regiões pulmonares. Além disso, ela serve também na hora de pedir a incidência correta na radiografia. Principais Incidências Incidência é o nome dado a trajetória dos raios na radiografia, ela tem o seu sentido sendo como: Equipamento Lâmina ou Filtro Desse modo, temos diversas variações na radiografia. Algumas dessas Variações são: Incidência em PA (Póstero-Anterior): É uma das mais utilizadas para a avaliação torácica, uma vez que ela evita a magnificação do coração (ele se encontra mais próximo ao filtro). Incidência em AP (Ântero-Posterior) Esta incidência não é tão confiável e por isso não é muito utilizada. Isso porque os raios (divergentes) vão ampliar a magnitude do coração, o qual se encontra mais distante do filtro. Essa incidência é mais usada para pacientes com limitações de movimentos (acamados). P u lm ão E sq u er d o 2 Lóbulos Superior Inferior 1 Fissura (Oblíqua) P u lm ão D ir ei to 3 Lóbulos Superior Inferior Médio 2 Fissuras Óbliqua Horizontal 2 Pneumologia – Radiologia do Tórax Daniel Duarte MED79 Incidência em Perfil É bastante solicitada, uma vez que ela auxilia a interpretação das demais incidências (Como a PA). Isso porque a Incidência em perfil retira uma limitação dessas outras incidências, que é a sobreposição de planos. No perfil, podemos visualizar melhor os espaços e as dimensões torácicas. Incidência em Apical Lordótica É a incidência em que o paciente assume uma posição a fim de melhorar a radiografia dos ápices pulmonares, a partir da retirada das clavículas do plano de projeção. Ela é usada, uma vez que existem patologias que possuem predileção pela região apical dos pulmões. Incidência em Decúbito Lateral (Lawrell) É usada como temos lesões que alteram sua posição ao mudarmos a posição do paciente, como o derrame pleural que em posição ortostática, há a obliteração dos seios costofrênicos. E em Lawrell ele “escorre”. Incidência Oblíqua É usada para visualizar a área cardíaca em caso de imagens duvidosas nas demais incidências. Qualidade do Exame Radiológico do Tórax Para que o médico possa analisar de modo adequado e dá um parecer a respeito da radiografia, é necessário que está esteja com uma qualidade boa. Assim, como identificamos uma radiografia de qualidade? Há alguns pontos que devemos analisar sobre o exame radiográfico que vemos, são eles: 1- Identificação: A imagem deve conter pelo menos o Nome do paciente e a data da realização do exame. 2- Alinhamento das costelas e das Escápulas Ou seja, a Imagem deve estar Centrada. Percebemos que o exame apresenta uma imagem centrada quando as clavículas estão alinhadas no mesmo nível e elas estão equidistantes das costelas. A coluna deve estar no centro e equidistante das demais margens da imagem. 3- Penetração adequada dos raios X A penetração adequada tem por objetivo melhorar a imagem, a fim de facilitar a nossa interpretação. Dizemos que uma imagem tem boa penetração quando é possível ver 3 a 4 corpos vertebrais (ou o processo espinhoso). Não devemos observar os corpos vertebrais que estão sobrepostos ao coração. Figura 2- Penetração Adequada 3 Pneumologia – Radiologia do Tórax Daniel Duarte MED79 Imagens Muito Penetradas: Apresentam o parênquima pulmonar mais escuro, é possível visualizar aos corpos vertebrais sobrepostos ao coração e as costelas não estão bem visíveis. Figura 3- Muito Penetrada Imagens Pouco Penetradas: Apresentam um aspecto mais claro, não é possível ver nenhum processo espinhoso. Figura 4- Pouco Penetrada 4- Visualização dos espaços Intercostais (EIC) Devemos ser capazes de visualizar pelo menos o 9º ou 10ª EIC posterior ou pelo menos o 7ª EIC anterior. A alteração na quantidade de EIC visualizado pode indicar momento respiratório inadequado. Assim, percebemos que precisamos achar um instante respiratório adequado. Uma Expiração forçada resulta em um aumento das densidade das paredes pulmonares, uma elevação das cúpulas diafragmáticas, Porém ela é indicada em casos de Pneumotórax. Uma Hipoventilação pode dificultar a avaliação do parênquima pulmonar e da área cardíaca. 4 Pneumologia – Radiologia do Tórax Daniel Duarte MED79 Radiologia do Mediastino Ao observamos o mediastino através de uma radiografia é possível ver alguns contornos, que são um desenho do coração e dos seus vasos. O número de contornos não é igual para ambos os Hemitórax, temos a seguinte configuração: A visualização de 4 contornos no hemitórax esquerdo pode ser fisiológico, mas o mais comum é a visualização destes três. O 4 contorno é resultado do aumento do átrio esquerdo, o que pode resultar em um outro contorno a direita. Além disso, o aumento do átrio esquerdo pode culminar em um sintomatologia, uma vez que ele possui relação anatômica com o esôfago. Assim, a dilatação do átrio esquerdo pode vir associado ao disfagia, devido a um abaulamento do Esôfago. Índice Cardiotorácico Tem o intuito de analisar o tamanho do coração. É feito a partir da comparação do comprimento do coração (Linha reta entre a extremidade direita e esquerda) em comparação com um hemitórax. Temos a imagem a segui exemplificando: Lembrando que a medida transversal do coração deve ser inferior a medida do hemitórax. Assim como já foi dito no momento de explicação dos lóbulos pulmonares, no mediastino, temos doenças que possuem maior predileção por regiões anatômicas do mediastino. Temos as seguintes regiões: Figura 5- Anatomia do Mediastino (T5 marca a divisão entre superior e Inferior). Radiologia do Pulmão e Vias aéreas Revisando um pouco sobre a anatomia das vias aéreas, temos que a traqueia é um tubo uniforme até que se bifurca (essa bifurcação recebe o nome de Carina) e dá origem as dois Brônquios, os brônquios principais. Os brônquios principais irão se dividir novamente dando origem aos brônquios lobares e em seguida aos brônquios seguimentares e pro fim nos bronquíolos. Na região medial de ambos os pulmões, temos o hilo, que é o local de entrada dos vasos sanguíneos Hemitórax Direito Contorno da Veia Cava Superior Contorno do Átrio Direito Hemitórax Esquerdo Contorno do Arco Aórtico Contronos do Tronco Pulmonar Contorno do Ventrículo Esquerdo 5 Pneumologia – Radiologia do Tórax Daniel Duarte MED79 (artéria pulmonar e veia pulmonar) e respiratórios. A seguir temos o hilo esquerdo: Figura 6- Hilo esquerdo Outro aspecto importante é a anatomia dos lobos pulmonares, uma vez que a partir dela, podemos identificar em qual região pulmonar encontramos a lesão. As características dos lobos pulmonares são as seguintes: Pulmão Esquerdo: Lobo Superior: É anterior e mais apical. Lobo Inferior: É mais posterior, ocupa desde o final do ápice pulmonar esquerdo até a base pulmonar direita. Pulmão Direito: Lobo Superior: Ocupa todo o Ápice pulmonar. Lobo Médio: É Anterior, ocupa o restante anterior do pulmão direito, ou seja, a base anterior do pulmão direito. Lobo Inferior: É Posterior, ocupa o restante posterior do pulmão direito. Sinal da Silhueta É uma técnica usada para identificar o local da lesão quando há a ausência da radiografia de perfil. Usa-se a densidade, objetos de densidade parecidas em um mesmo plano vai apresentar contornos borrado. Caso a lesão esteja localizada no mesmo local da região estudada, o contorno ficará borrado. Não é o caso. Podemos ver claramente os contornos cardíacos à direita (veia cava superior e átrio direito) preservados. O coração mantém relações anatômicas diretas com o lobo médio, de forma que, se os contornos não estão borrados a lesão não está no 6 Pneumologia – Radiologia do Tórax Daniel Duarte MED79 mesmo plano que o coração, ou seja, está no lobo inferior direito e não lobo médio direito. Segundo casos: A lesão borra o contorno cardíaco à direita, de modos que de acordo com a técnica (lei) da silhueta, temos que a lesão está localizada no lobo médio direito.
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