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DESAFIO DIREITO CIVIL - AULA 6

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Material elaborado por Priscila Cysneiros 
 
DIREITO CIVIL 
Aula 6 
Professora Roberta Queiroz 
 
 
AULA 6 
Parte 1/3 
 
- Momento extintivo dos direitos da personalidade 
 Embora os direitos da personalidade sejam extintos com o advento da morte de 
seu titular, é possível que haja reflexos posteriores a esse momento, que podem ocorrer sob 
três aspectos: 
1- Sucessão processual 
 Também chamada de substituição de parte. Vale lembrar que substituição 
processual é diferente de sucessão processual. A primeira tem a ver com legitimidade 
extraordinária. É alguém poder postular em nome próprio direito alheio. Exemplo: MP, em 
uma ação civil pública, postulando a proteção do meio ambiente. O MP atua, nesse caso, na 
qualidade de substituto processual. 
 Já quando a gente fala em substituição processual, é o mesmo que falar em 
substituição de parte. Imagine que eu tenho uma ação proposta por A em desfavor de B. Se 
A morrer, C o substituirá. 
 
Art. 110, CPC: Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu 
espólio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 313, §§ 1º e 2º. 
 
@profrobertaqueiroz 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
 Sendo assim, ocorrendo a morte de uma das partes, não necessariamente a 
demanda será extinta. A parte poderá ser substituída por um dos legitimados. Quem são eles? 
Depende! Via de regra, são os herdeiros. Se a ação discutir direito patrimonial, entra, no lugar 
do morto, a herança (que será denominada “espólio”, que é uma adjetivação da herança em 
juízo). 
 
2- Transmissibilidade do direito à reparação 
Art. 943, CC: O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a 
herança. 
 
 No caso que citei, da questão cobrada pelo CESPE, em que há uma colisão de 
veículos e o motorista de um deles vem a falecer, seus herdeiros podem pleitear a reparação 
dos danos em seu lugar. 
3- Lesados indiretos 
 Sofrem dano por ricochete, dano moral indireto. 
 Eu te perguntei se o morto sofre dano moral. Na verdade, sofre dano moral quem 
fica! 
 Lembra do caso da Daniella Perez, que eu contei na última aula? Ela fazia par 
romântico com o Guilherme de Pádua, em uma novela, e ele a matou, em conjunto com a 
esposa, Paula Thomaz. Naquela época, o caso ganhou grande repercussão, a nível nacional, e 
um jornal publicou a foto da atriz, alegando que ela teria sido morta em virtude de um 
relacionamento extraconjugal com seu algoz. 
 Daniella (morta) teve sua honra maculada com a reportagem, mas é possível dizer 
que ela sofreu dano moral? E o Cristiano Araújo, que teve o seu corpo morto veiculado pelas 
redes sociais, sofreu dano moral? A resposta é NÃO, porque o morto não sofre dano moral. 
 Quando ocorre a violação de um direito da personalidade de alguém que já 
morreu, sofre quem fica. Esses são os denominados “lesados indiretos”. Quem são eles? 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
Art. 12, CC. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e 
reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida 
prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou 
colateral até o quarto grau. 
 
 Aplica-se, o art. 12, a qualquer direito de personalidade do morto. Incluem-se, 
portanto, o cônjuge/companheiro, os ascendentes, os descendentes e os colaterais até o 
quarto grau. Em relação ao companheiro, estamos fazendo uma interpretação extensiva. 
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção 
da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a 
exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu 
requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa 
fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para 
requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. 
 
 O art. 20 se aplica para o direito de imagem do morto. 
 Nesse caso, os direitos reservados ao cônjuge também se estendem ao 
companheiro, assim como no artigo anterior. Perceba que os colaterais foram excluídos dessa 
lista, não podendo ser considerados lesados indiretos para pleitear danos morais pelo uso da 
imagem do morto. 
 Nesses casos, observamos que essas pessoas estão postulando em nome próprio 
direito próprio, e não o morto. Sofre quem fica! 
 O direito de imagem se divide em: 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
 
 Observem o julgado abaixo: 
PROCESSUAL CIVIL. DIREITO CIVIL. INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS. HERDEIROS. 
LEGITIMIDADE. 
1. Os pais estão legitimados, por terem interesse jurídico, para acionarem o Estado na busca 
de indenização por danos morais, sofridos por seu filho, em razão de atos administrativos 
praticados por agentes públicos que deram publicidade ao fato de a vítima ser portadora 
do vírus HIV. 
2. Os autores, no caso, são herdeiros da vítima, pelo que exigem indenização pela dor (dano 
moral) sofrida, em vida, pelo filho já falecido, em virtude de publicação de edital, pelos 
agentes do Estado réu, referente à sua condição de portador do vírus HIV. 
3. O direito que, na situação analisada, poderia ser reconhecido ao falecido, transmite-se, 
induvidosamente, aos seus pais. 
4. A regra, em nossa ordem jurídica, impõe a transmissibilidade dos direitos não 
personalíssimos, salvo expressão legal. 
5. O direito de ação por dano moral é de natureza patrimonial e, como tal, transmite-se aos 
sucessores da vítima (RSTJ, vol. 71/183). 
6. A perda de pessoa querida pode provocar duas espécies de dano: o material e o moral. 
7."O herdeiro não sucede no sofrimento da vítima, Não seria razoável admitir-se que o 
sofrimento do ofendido se prolongasse ou se entendesse (deve ser estendesse) ao herdeiro 
e este, fazendo sua a dor do morto, demandasse o responsável, a fim de ser indenizado da 
dor alheia. Mas é irrecusável que o herdeiro sucede no direito de ação que o morto, quando 
ainda vivo, tinha contra o autor do dano. Se o sofrimento é algo entranhadamente pessoal, 
o direito de ação de indenização do dano moral é de natureza patrimonial e, como tal, 
transmite-se aos sucessores" (Leon Mazeaud, 
DIREITO DE 
IMAGEM
Voz
Atributo
Retrato
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
em magistério publicado no Recueil Critique Dalloz, 1943, pg. 46, citado por Mário Moacyr 
Porto, conforme referido no acórdão recorrido). 
8 .Recurso improvido. 
RECURSO ESPECIAL N° 324.886 - PR 
 
DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. LEGITIMIDADE PARA O 
AJUIZAMENTO DE AÇÃO INDENIZATÓRIA DE DANOS MORAIS POR MORTE. NOIVO. 
ILEGITIMIDADE ATIVA. NECESSÁRIA LIMITAÇÃO SUBJETIVA DOS AUTORIZADOS A 
RECLAMAR COMPENSAÇÃO. 
... 
5. Nessa linha de raciocínio, conceder legitimidade ampla e irrestrita a todos aqueles que, 
de alguma forma, suportaram a dor da perda de alguém – como um sem-número de 
pessoas que se encontram fora do núcleo familiar da vítima – significa impor ao obrigado 
um dever também ilimitado de reparar um dano cuja extensão será sempre 
desproporcional ao ato causador. Assim, o dano por ricochete a pessoas não pertencentes 
ao núcleo familiar da vítima direta da morte, de regra, deve ser considerado como não 
inserido nos desdobramentos lógicos e causais do ato, seja na responsabilidade por culpa, 
seja na objetiva, porque extrapolam os efeitos razoavelmente imputáveis à conduta do 
agente. 6. Por outro lado, conferir a via da ação indenizatória a sujeitos não inseridos no 
núcleo familiar da vítima acarretaria também uma diluição de valores, em evidente prejuízo 
daqueles que efetivamentefazem jus a uma compensação dos danos morais, como 
cônjuge/companheiro, descendentes e ascendentes. 7. Por essas razões, o noivo não 
possui legitimidade ativa para pleitear indenização por dano moral pela morte da noiva, 
sobretudo quando os pais da vítima já intentaram ação reparatória na qual lograram êxito, 
como no caso. 8. Recurso especial conhecido e provido. 
RECURSO ESPECIAL Nº 1.076.160 - AM 
 
 Os arts. 12 e 20 devem ser interpretados de maneira restritiva, salvo em relação 
ao cônjuge e companheiro. Noivo(a) e namorado(a) NÃO integram esse rol! 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
"RESPONSABILIDADE CIVIL. USO INDEVIDO DA IMAGEM. DIVULGAÇÃO, EM REVISTA DE 
EXPRESSIVA CIRCULAÇÃO, DE PROPAGANDA COMERCIAL CONTENDO AS FOTOS DO 
CONHECIDO CASAL 'LAMPIÃO' E 'MARIA BONITA'. FALTA DE AUTORIZAÇÃO FINALIDADE 
COMERCIAL. REPARAÇÃO 
DEVIDA. 
A utilização da imagem da pessoa, com fins econômicos, sem a sua autorização ou do 
sucessor, constitui locupletamento indevido, a ensejar a devida reparação. - Não 
demonstração pelo recorrente de que a foto caiu no domínio público, de acordo com as 
regras insertas no art. 42 e seus parágrafos da Lei nº 5.988, de 14.12.73. - Improcedência 
da denunciação da lide à falta do direito de regresso contra a litisdenunciada. 
Recurso especial não conhecido." 
RECURSO ESPECIAL Nº 86.109 
 
CIVIL. DANOS MORAIS E MATERIAIS. DIREITO À IMAGEM E À HONRA DE PAI FALECIDO. 
Os direitos da personalidade, de que o direito à imagem é um deles, guardam como 
principal característica a sua intransmissibilidade. 
Nem por isso, contudo, deixa de merecer proteção a imagem e a honra de quem falece, 
como se fossem coisas de ninguém, porque elas permanecem perenemente lembradas nas 
memórias, como bens imortais que se prolongam para muito além da vida, estando até 
acima desta, como sentenciou Ariosto. Daí porque não se pode subtrair dos filhos o direito 
de defender a imagem e a honra de seu falecido pai, pois eles, em linha de normalidade, 
são os que mais se desvanecem com a exaltação feita à sua memória, como são os que mais 
se abatem e se deprimem por qualquer agressão que lhe possa trazer mácula. 
Ademais, a imagem de pessoa famosa projeta efeitos econômicos para além de sua morte, 
pelo que os seus sucessores passam a ter, por direito próprio, legitimidade para postularem 
indenização em juízo, seja por dano moral, seja por dano material. Primeiro recurso 
especial das autoras parcialmente conhecido e, nessa parte, parcialmente provido. 
Segundo recurso especial das autoras não conhecido. Recurso da ré conhecido pelo 
dissídio, mas improvido. 
RECURSO ESPECIAL Nº 521.697 - RJ 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
- Direitos de Personalidade x Liberdade de Imprensa e Liberdade de Expressão 
 Não podemos dizer que sempre prevalecerá um ou outro. Deve ser utilizada a 
técnica da ponderação. 
 Imagine que, em uma notícia, é divulgada uma informação que extrapole os 
limites da verossimilhança e culmine na distorção dos fatos perante a opinião pública. Isso é 
uma violação dos direitos da personalidade, que pode atingir a honra, a respeitabilidade, a 
boa-fama, a imagem... inúmeras vertentes! 
Constituição Federal 
Art. 5º, IX: É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de 
comunicação, independentemente de censura ou licença; 
Art. 5º, IV: É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob 
qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto 
nesta Constituição. 
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de 
informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto 
no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV. 
 
 Havendo colisão entre direitos estampados na CF, devemos utilizar a técnica da 
ponderação, na qual analisaremos, caso a caso, qual o princípio que deve prevalecer. Ora, se 
houvesse uma regra geral, estabelecendo uma hierarquia entre as normas constitucionais, 
correríamos o risco de que, no caso concreto, prevalecesse a injustiça. 
 O objetivo será, sempre, alcançar um julgamento justo, razoável, adequado... ou 
seja: o julgador lançará mão da equidade, que nós já estudamos. 
 No caso de uma reportagem que explore uma característica depreciativa de 
alguém, é claro que o direito à informação não deve prevalecer em detrimento do direito de 
personalidade. 
 Veja o julgado abaixo: 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
O Tribunal de origem, amparado nas provas dos autos, entendeu pela prática de ilícito 
consubstanciado no abuso de direito de informar, ao se veicular notícia em programa de 
rádio que desvirtuou a realidade dos fatos, induzindo a opinião pública a uma visão 
distorcida deles, causando danos à parte envolvida, violando o direito à integridade moral. 
A revisão desse entendimento e do dever de indenizar encontra óbice na Súmula 7/STJ. 
AGRG NO AG 1.335.108/PR 
 
 Em alguns editais, poderemos encontrar, expressamente, o termo “hate speech”. 
Trata-se de manifestações de ódio e intolerância, geralmente praticados no campo da 
internet, onde as pessoas acham que estão escondidas atrás de uma tela e que, por isso, são 
inatingíveis. 
 Corriqueiramente, o “hate speech” está ligado a questões raciais, religiosas ou 
políticas. Porém, vale lembrar que, embora a regra seja que as pessoas possuam liberdade de 
expressão, esta jamais resguardará manifestações de ódio e intolerância. 
Súmula 221 do STJ: São civilmente responsáveis pelo ressarcimento de dano, decorrente 
de publicação pela imprensa, tanto o autor do escrito quanto o proprietário do veículo de 
divulgação. 
 
 Portanto, se alguém posta em um blog manifestação que exceda o limite do 
razoável, transcendendo a sua liberdade de expressão, tanto o dono do veículo quanto o 
autor da manifestação poderão ser condenados civilmente a ressarcir os danos causados pela 
publicação. 
ATENÇÃO! 
CLÁUSULA DE MODICIDADE (recorrente objeto de cobrança em provas!): 
O desembargador XXXX ajuizou contra a EDITORA ABRIL S/A ação indenizatória, em 
decorrência de publicação de matéria na Revista Veja, na edição de 8 de dezembro de 1999, 
sob o título "O Doutor Milhão", na qual se fez incursão nas conclusões do relatório final da 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
Comissão Parlamentar de Inquérito denominada "CPI do Judiciário", na qual foi investigado, 
em sua atuação no âmbito do Poder Judiciário do Distrito Federal. 
RECURSO ESPECIAL. CIVIL. DANOS MORAIS. MATÉRIA JORNALÍSTICA OFENSIVA. LEI DE 
IMPRENSA (LEI 5.250/67). ADPF N. 130/DF. EFEITO VINCULANTE. OBSERVÂNCIA. 
LIBERDADE DE IMPRENSA E DE INFORMAÇÃO (CF, ARTS. 5º, IV, IX E XIV, E 220, CAPUT, §§ 
1º E 2º). CRÍTICA JORNALÍSTICA. OFENSAS À IMAGEM E À HONRA DE MAGISTRADO (CF, 
ART. 5º, V E X). ABUSO DO EXERCÍCIO DA LIBERDADE DE IMPRENSA NÃOCONFIGURADO. 
RECURSO PROVIDO. 
... 
6. Tratando-se de imagem de multidão, de pessoa famosa ou ocupante de cargo público, 
deve ser ponderado se, dadas as circunstâncias, a exposição da imagem é ofensiva à 
privacidade ou à intimidade do retratado, o que poderia ensejar algum dano patrimonial 
ou extrapatrimonial. Há, nessas hipóteses, em regra, presunção de consentimento do uso 
da imagem, desde que preservada a vida privada 
... 
7. Em se tratando de pessoa ocupante de cargo público, de notória importância social, 
como o é o de magistrado, fica Tais restrito o âmbito de reconhecimento do dano à imagem 
e sua extensão, mormente quando utilizada a fotografia para ilustrar matéria jornalística 
pertinente, sem invasão da vida privada do retratado. 
... 
10. Assim, em princípio, não caracteriza hipótese de responsabilidade civil a publicação de 
matéria jornalística que narre fatos verídicos ou verossímeis, embora eivados de opiniões 
severas,irônicas ou impiedosas, sobretudo quando se trate de figuras públicas que 
exerçam atividades tipicamente estatais, gerindo interesses da coletividade, e a notícia e 
crítica referirem-se a fatos de interesse geral relacionados à atividade pública desenvolvida 
pela pessoa noticiada. Nessas hipóteses, principalmente, a liberdade de expressão é 
prevalente, atraindo verdadeira excludente anímica, a afastar o intuito doloso de ofender 
a honra da pessoa a que se refere a reportagem. Nesse sentido, precedentes do egrégio 
Supremo Tribunal Federal: ADPF 130/DF, de relatoria do Ministro CARLOS BRITTO; AgRg no 
AI 690.841/SP, de relatoria do Ministro CELSO DE MELLO. 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
11. A análise relativa à ocorrência de abuso no exercício da liberdade de expressão 
jornalística a ensejar reparação civil por dano moral a direitos da personalidade depende 
do exame de cada caso concreto, máxime quando atingida pessoa investida de autoridade 
pública, pois, em tese, sopesados os valores em conflito, mostra-se recomendável que se 
dê prevalência à liberdade de informação e de crítica, como preço que se paga por viver 
num Estado Democrático. 
12. Na espécie, embora não se possa duvidar do sofrimento experimentado pelo recorrido, 
a revelar a presença de dano moral, este não se mostra indenizável, por não estar 
caracterizado o abuso ofensivo na crítica exercida pela recorrente no exercício da liberdade 
de expressão jornalística, o que afasta o dever de indenização. Trata-se de dano moral não 
indenizável, dadas as circunstâncias do caso, por força daquela "imperiosa cláusula de 
modicidade“ subjacente a que alude a eg. Suprema Corte no julgamento da ADPF 130/DF. 
RECURSO ESPECIAL Nº 801.109 - DF 
 
 Há um caso famoso, de um rapaz que, apoiado em um amigo, teve acesso a um 
camarote do carnaval de Salvador, e beijou uma moça que lá estava. O fato teve grande 
repercussão, em virtude de ele ser casado. Nesse contexto, entendeu-se que ele cedeu seus 
direitos de imagem ao comprar os ingressos para a folia. Sendo assim, nada poderia exigir em 
relação a danos morais eventualmente sofridos. 
BIOGRAFIAS NÃO AUTORIZADAS 
Por unanimidade, o STF julgou procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 
4815 e declarou inexigível a autorização prévia para a publicação de biografias. Seguindo o 
voto da relatora, ministra Cármen Lúcia, a decisão dá interpretação conforme a 
Constituição da República aos artigos 20 e 21 do Código Civil, em consonância com os 
direitos fundamentais à liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica 
e de comunicação, independentemente de censura ou licença de pessoa biografada, 
relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais (ou de seus familiares, em caso 
de pessoas falecidas). 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
Na ADI 4815, a Associação Nacional dos Editores de Livros (ANEL) sustentava que os artigos 
20 e 21 do Código Civil conteriam regras incompatíveis com a liberdade de expressão e de 
informação. O tema foi objeto de audiência pública convocada pela relatora em novembro 
de 2013, com a participação de 17 expositores. 
 
Art. 20, CC. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça 
ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da 
palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa 
poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que 
couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se 
destinarem a fins comerciais. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas 
para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. 
 
Art. 21, CC. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a 
requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para 
impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. 
 
Min. Barroso: O caso envolve uma tensão entre a liberdade de expressão e o direito à 
informação, de um lado, e os direitos da personalidade (privacidade, imagem e honra), do 
outro – e, no caso, o Código Civil ponderou essa tensão em desfavor da liberdade de 
expressão, que tem posição preferencial dentro do sistema constitucional. 
 
 Nesse caso das biografias, houve uma interpretação conforme a Constituição 
Federal. A conclusão é que não há necessidade, para a elaboração de biografias, de 
autorização do biografado ou, caso já tenha falecido, de seus familiares. 
- Direito ao esquecimento 
 “Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar 
o que somos” (Eduardo Galeano) 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
 O direito ao esquecimento não é o direito de apagar o passado ou de reescrever 
a sua história. Na verdade, é o direito de não conviver com fatos pretéritos que digam respeito 
exclusivamente à pessoa, não havendo necessidade de divulgação para o público. 
 Trata-se, portanto, de uma garantia contra o superinformacionismo midiático. 
 O direito ao esquecimento foi muito discutido jurisprudencialmente em relação à 
informação sensacionalista. Nesses casos, deve ser aplicada a técnica de ponderação de 
interesses. 
CESPE: A exagerada e indefinida exploração midiática de crimes e tragédias privadas deve 
ser impedida, a fim de se respeitar o direito ao esquecimento das vítimas de crimes e, 
assim, preservar a dignidade da pessoa humana. (item CORRETO) 
 
Enunciado 531, Jornada de Direito Civil – A tutela da dignidade da pessoa humana na 
sociedade da informação inclui o direito ao esquecimento. 
 
CASO XUXA 
“Após o lançamento da fita [no cinema], ocorrido em 1982, a 2ª Autora [Xuxa] se projetou, 
nacional e internacionalmente, com programas infantis na televisão, criando uma imagem 
que muito justamente não quer ver atingida, cuja vulgarização atingiria não só ela própria 
como a das crianças que são o seu público, ao qual se apresenta como símbolo da liberdade 
infantil, de bons hábitos e costumes, e da responsabilidade das pessoas.” 
(TJRJ, Apelação Cível nº 3819/91, rel. Des. Thiago Ribas Filho, julgada em 27.02.92; fls. 802). 
 
 
CASO AIDA CURI 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL. LIBERDADE DE IMPRENSA VS. 
DIREITOS DA PERSONALIDADE. LITÍGIO DE SOLUÇÃO TRANSVERSAL. COMPETÊNCIA DO 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. DOCUMENTÁRIO EXIBIDO EM REDE NACIONAL. LINHA 
DIRETA-JUSTIÇA. HOMICÍDIO DE REPERCUSSÃO NACIONAL OCORRIDO NO ANO DE 1958. 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
CASO "AIDA CURI". VEICULAÇÃO, MEIO SÉCULO DEPOIS DO FATO, DO NOME E IMAGEM 
DA VÍTIMA. NÃO CONSENTIMENTO DOS FAMILIARES. DIREITO AO ESQUECIMENTO. 
ACOLHIMENTO. NÃO APLICAÇÃO NO CASO CONCRETO. RECONHECIMENTO DA 
HISTORICIDADE DO FATO PELAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. IMPOSSIBILIDADE DE 
DESVINCULAÇÃO DO NOME DA VÍTIMA. ADEMAIS, INEXISTÊNCIA, NO CASO CONCRETO, DE 
DANO MORAL INDENIZÁVEL. VIOLAÇÃO AO DIREITO DE IMAGEM. SÚMULA N. 403/STJ. 
NÃO INCIDÊNCIA. (RESP 1.335.153/RJ) 
Assim como os condenados que cumpriram pena e os absolvidos que se envolveram em 
processo-crime (REsp. n. 1.334/097/RJ), as vítimas de crimes e seus familiares têm direito 
ao esquecimento - se assim desejarem -, direito esse consistente em não se submeterem a 
desnecessárias lembranças de fatos passados que lhes causaram, por si, inesquecíveis 
feridas. Caso contrário, chegar-se-ia à antipática e desumana solução de reconhecer esse 
direito ao ofensor (que está relacionado com sua ressocialização) e retirá-lo dos ofendidos, 
permitindo que os canais de informação se enriqueçam mediante a indefinida exploração 
das desgraças privadas pelas quais passaram. 
A reportagem contra a qual se insurgiram os autores foi ao ar 50 (cinquenta) anos depois 
da morte de Aida Curi, circunstância da qual se conclui não ter havido abalo moral apto a 
gerar responsabilidade civil. Nesse particular,fazendo-se a indispensável ponderação de 
valores, o acolhimento do direito ao esquecimento, no caso, com a consequente 
indenização, consubstancia desproporcional corte à liberdade de imprensa, se comparado 
ao desconforto gerado pela lembrança. 
 
NO STF: 
ARE 833.248 
REPERCUSSÃO GERAL EM 20/02/2015 
 
CASO CHACINA DA CANDELÁRIA 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL. LIBERDADE DE IMPRENSA VS. 
DIREITOS DA PERSONALIDADE. LITÍGIO DE SOLUÇÃO TRANSVERSAL. COMPETÊNCIA DO 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. DOCUMENTÁRIO EXIBIDO EM REDE NACIONAL. LINHA 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
DIRETA-JUSTIÇA. SEQUÊNCIA DE HOMICÍDIOS CONHECIDA COMO CHACINA DA 
CANDELÁRIA. REPORTAGEM QUE REACENDE O TEMA TREZE ANOS DEPOIS DO FATO. 
VEICULAÇÃO INCONSENTIDA DE NOME E IMAGEM DE INDICIADO NOS CRIMES. 
ABSOLVIÇÃO POSTERIOR POR NEGATIVA DE AUTORIA. DIREITO AO ESQUECIMENTO DOS 
CONDENADOS QUE CUMPRIRAM PENA E DOS ABSOLVIDOS. 
ACOLHIMENTO. DECORRÊNCIA DA PROTEÇÃO LEGAL E CONSTITUCIONAL DA DIGNIDADE 
DA PESSOA HUMANA E DAS LIMITAÇÕES POSITIVADAS À ATIVIDADE INFORMATIVA. 
PRESUNÇÃO LEGAL E CONSTITUCIONAL DE RESSOCIALIZAÇÃO DA PESSOA. PONDERAÇÃO 
DE VALORES. PRECEDENTES DE DIREITO COMPARADO. 
Não há dúvida de que a história da sociedade é patrimônio imaterial do povo e nela se 
inserem os mais variados acontecimentos e personagens capazes de revelar, para o futuro, 
os traços políticos, sociais ou culturais de determinada época. Todavia, a historicidade da 
notícia jornalística, em se tratando de jornalismo policial, há de ser vista com cautela. Há, 
de fato, crimes históricos e criminosos famosos; mas também há crimes e criminosos que 
se tornaram artificialmente históricos e famosos, obra da exploração midiática exacerbada 
e de um populismo penal satisfativo dos prazeres primários das multidões, que simplifica o 
fenômeno criminal às estigmatizadas figuras do "bandido" vs. "cidadão de bem" 
Com efeito, o reconhecimento do direito ao esquecimento dos condenados que cumpriram 
integralmente a pena e, sobretudo, dos que foram absolvidos em processo criminal, além 
de sinalizar uma evolução cultural da sociedade, confere concretude a um ordenamento 
jurídico que, entre a memória – que é a conexão do presente com o passado – e a esperança 
– que é o vínculo do futuro com o presente –, fez clara opção pela segunda. E é por essa 
ótica que o direito ao esquecimento revela sua maior nobreza, pois afirma-se, na verdade, 
como um direito à esperança, em absoluta sintonia com a presunção legal e constitucional 
de regenerabilidade da pessoa humana. 
 
- Direito à vida 
 Talvez seja o direito mais ligado à dignidade da pessoa humana e dele decorrem 
vários outros direitos da personalidade. 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
Art. 1º, CF: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem 
como fundamentos: 
(...) 
III - a dignidade da pessoa humana 
 
A defesa da vida com dignidade é o objetivo constitucionalmente assegurado pelo Poder 
Público. Por isso, funciona como verdadeira cláusula geral, que serve como motor de 
impulsão de tudo o que vem expresso na ordem constitucional ou mesmo 
infraconstitucional. (Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald) 
 
 No âmbito penal, ouvimos falar, com frequência, da eutanásia, da ortotanásia... 
Por outro lado, em um viés civilista, temos a manifestação do direito à vida como o direito a 
uma vida digna ou a uma morte com dignidade, que é a chamada MISTANÁSIA. Mas o que é 
isso? Cenas do próximo bloco. Beijo! 
 
Parte 2/3 
 No que tange a morte digna, temos a questão da ética médica, que trabalha a 
possibilidade do direito a ter uma morte em casa, em casos que não haja mais tratamento, 
em que a dor pode ser amenizada. Assim, a pessoa poderá ter a companhia e o acolhimento 
dos familiares nos momentos que antecedem a sua morte. 
A MISTANASIA ou EUTANASIA SOCIAL é a morte miserável fora e antes da hora, que ocorre 
quando: 
a) uma grande massa de doentes e deficientes não ingressam no sistema de saúde por ser 
ausente ou precário (mistanásia passiva); ou ainda, quando do extermínio de pessoas 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
indesejáveis, como ocorreu na Segunda Guerra Mundial, nos campos nazistas de 
concentração; 
b) doentes crônicos ou terminais são vítimas de erro médico, como por exemplo, 
diagnóstico errôneo; 
c) pacientes são vítimas de má prática por motivos econômicos, científicos ou 
sociopolíticos, por exemplo, quando um médico intencionalmente retira órgão vital de 
indivíduo com esperança de vida. 
Maria Helena Diniz 
 Acontece muito de pessoas fazerem cirurgias desnecessárias e acabarem 
falecendo, bem como são recorrentes os casos de colocação de próteses desnecessárias. A 
mistanásia, portanto, viola frontalmente o direito à vida, uma vez que se traduz em uma morte 
extremamente indigna. É uma morte prematura, que ocorre de maneira deplorável. 
➢ Integridade física 
 O Direito Civil traz a proteção do corpo humano em sua integridade, tanto corpo 
vivo quanto o corpo morto. Trata-se de assunto recorrente em questões de prova, em razão 
das constantes abordagens pela jurisprudência pátria. 
Código Civil: 
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando 
importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na 
forma estabelecida em lei especial. 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio 
corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. 
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento 
médico ou a intervenção cirúrgica. 
 Esses são dispositivos que transcendem a letra fria da lei para outras discussões, 
no âmbito jurisprudencial. 
Violação do corpo vivo: DANO ESTÉTICO – sem sequelas (RESP 575.576/PR) – súmula 387 
do STJ – cumulação dano moral 
 Por muito tempo, o dano estético se confundiu com o dano moral. Porém, o RESP 
575.576/PR, mesmo tratando o dano estético como dano moral, trouxe a ideia de que ele não 
depende de sequelas. Basta a violação da integridade física. Isso é um ponto polêmico, dentro 
da doutrina: há quem defenda esse entendimento e quem entenda de maneira contrária. 
 Portanto, eu recomendo que você faça questões da carreira almejada e da banca 
que organizará o seu concurso, a fim de saber qual é o posicionamento por ela adotado. Eu, 
Roberta, defendo que o dano estético independe de sequelas, uma vez que, para a sua 
caracterização, basta a violação da integridade física. 
Bodyart ou bodymodification – bons costumes – tatuagem – concurso público – RE 898.450 
 Não pode haver discriminação ou impedimento que uma pessoa participe de um 
concurso público em razão de possuir tatuagens, em regra. Exceção: quando ofender os bons 
costumes. 
Lutadores de MMA e outras artes marciais – diminuição sem intervenção médica – 
autonomia da vontade 
 Os lutadores podem ter sua integridade física diminuída em virtude da atividade 
praticada, sem intervenção médica. Isso decorre da autonomia da vontade. Trata-se de uma 
mitigação ao art. 13 do Código Civil. 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
Direito ao cadáver – transplante de órgãos – lei 9434/97 
 Em breve, falaremos dessa lei. 
Enunciado nº 277, Jornada de Direito Civil – O art. 14 do Código Civil, ao afirmar a validade 
da disposição gratuita do próprio corpo, com objetivo científico ou altruístico, para depois 
da morte, determinou que a manifestação expressa do doador de órgãos em vida prevalece 
sobre a vontade dos familiares,portanto, a aplicação do art. 4º da Lei n. 9.434/97 ficou 
restrita à hipótese de silêncio do potencial doador. 
 Falaremos desse dispositivo mais adiante. 
Enunciado nº 276 da Jornada de Direito Civil - O art. 13 do Código Civil, ao permitir a 
disposição do próprio corpo por exigência médica, autoriza as cirurgias de 
transgenitalização, em conformidade com os procedimentos estabelecidos pelo Conselho 
Federal de Medicina, e a consequente alteração do prenome e do sexo no Registro Civil. 
 Também falaremos, em breve, sobre isso. 
➢ Ato de disposição do próprio corpo 
 Aqui, a gente entra em uma área muito sensível do Direito Civil, porque abrange 
a questão da autonomia da vontade em relação ao próprio corpo. 
REGRA: é possível praticar atos de disposição que não ocasionem diminuição permanente 
 
“Disponibilidade limitada dos direitos de personalidade” 
Leonardo Zanini 
 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando 
importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. 
 
Ponderação reflexiva: mesmo que não seja permanente, o ato de restrição do próprio corpo 
não pode ofender a dignidade da pessoa humana – implantes de chips em funcionários. 
 Recentemente, veio a público o caso do Chiquinho Scarpa, que implantou um 
chip na sua esposa, a fim de localizá-la onde quer que ela esteja. 
Ponderação reflexiva: não há possibilidade de diminuição somente por exigência médica. 
 Até que ponto o Estado pode ditar regras acerca da disposição do corpo das 
pessoas? Abordaremos esse tema sob uma análise simplória, apenas para despertar a sua 
curiosidade, uma vez que o esgotamento desse tema demandaria um maior aprofundamento 
em vários outros aspectos. 
 Há alguns anos, quem sofria de transtorno de identidade sexual era tido como 
louco. Hoje, há a possibilidade da cirurgia de transgenitalização, inclusive, sem autorização 
médica, de acordo com o Conselho Federal de Medicina, em resolução recente, de 2010. 
Caso Wannabes – Robert Smith 
Transtorno de Identidade da Integridade Corporal (TIIC) 
Em 1977, o termo "apotemnofilia" foi criado por John Money, que descreveu o caso de duas 
pessoas que se excitavam sexualmente com a ideia de ser amputadas. 
Em 1997, um paciente procurou o Dr. Robert Smith em seu consultório, pedindo-lhe que 
removesse a parte inferior da perna esquerda. Demorou 18 meses para tomar a decisão, 
mas Smith cedeu. "Foi a operação mais gratificante que já realizei. Não tenho dúvida de que 
fiz o correto", disse numa coletiva de imprensa. Mas, antes de amputar seu 3ª paciente com 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
TIIC, o caso se tornou escândalo no Reino Unido, e seu hospital impediu que continuasse 
esse tipo de cirurgia. 
(informações da Revista Super Interessante) 
 Se você quiser saber mais sobre isso, existe um documentário chamado “Whole”, 
que conta a história de pessoas com esse transtorno. Também há bastantes informações no 
Google e no YouTube. 
 Essas pessoas acabam se encontrando por meio da deep web e conseguindo 
realizar as cirurgias, em situações precárias, e acabam falecendo devido a infecções, 
hemorragias, e outras complicações. 
LEI N° 8.501, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1992 
Dispõe sobre a utilização de cadáver não reclamado, para fins de estudos ou pesquisas 
científica e dá outras providências. 
Art. 2°. O cadáver não reclamado junto às autoridades públicas, no prazo de trinta dias, 
poderá ser destinado às escolas de medicina, para fins de ensino e de pesquisa de caráter 
científico. 
Art. 3°. Será destinado para estudo, na forma do artigo anterior, o cadáver: 
 I -- sem qualquer documentação; 
 II -- identificado, sobre o qual inexistem informações relativas a endereços de parentes 
ou responsáveis legais. 
§ 1° Na hipótese do inciso II deste artigo, a autoridade competente fará publicar, nos 
principais jornais da cidade, a título de utilidade pública, pelo menos dez dias, a notícia do 
falecimento. 
§ 2° Se a morte resultar de causa não natural, o corpo será, obrigatoriamente, submetido à 
necropsia no órgão competente. 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
§ 3° É defeso encaminhar o cadáver para fins de estudo, quando houver indício de que a 
morte tenha resultado de ação criminosa. 
§ 4° Para fins de reconhecimento, a autoridade ou instituição responsável manterá, sobre o 
falecido: 
 a) os dados relativos às características gerais; 
 b) a identificação; 
 c) as fotos do corpo; 
 d) a ficha datiloscópica; 
 e) o resultado da necropsia, se efetuada; e 
 f) outros dados e documentos julgados pertinentes. 
Art. 4°. Cumpridas as exigências estabelecidas nos artigos anteriores, o cadáver poderá ser 
liberado para fins de estudo. 
Art. 5°. A qualquer tempo, os familiares ou representantes legais terão acesso aos 
elementos de que trata o § 4° do art. 3° desta Lei. 
 
REsp 1.693.718 
Em julgamento inédito no STJ a 3ª turma reconheceu o direito de preservação do corpo de 
um brasileiro em procedimento de criogenia, nos Estados Unidos. 
A técnica da criogenia após a morte foi realizada a pedido de uma de suas filhas, na 
esperança de que ele possa ser ressuscitado no futuro. De forma unânime, o colegiado 
considerou que a legislação brasileira, apesar de não haver previsão, não impede a 
realização do procedimento. Além disso, a turma levou em consideração a própria 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
manifestação de vontade do falecido, transmitida à sua filha mais próxima, que conviveu 
com ele por mais de 30 anos. 
“Na falta de manifestação expressa deixada pelo indivíduo em vida acerca da destinação de 
seu corpo após a morte, presume-se que sua vontade seja aquela apresentada por seus 
familiares mais próximos”, apontou o relator, ministro Marco Aurélio Bellizze. 
 Sendo assim, não há impedimento no ordenamento jurídico brasileiro para a 
realização da técnica de criogenia. Mesmo sem declaração expressa do falecido de que seu 
desejo era ter seu corpo congelado, houve a comprovação em juízo de que essa era a sua 
vontade, e assim foi feito. 
➢ Transplante de órgãos 
Art. 14, CC. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio 
corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. 
 
Artigo 199, § 4º, CF: A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção 
de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, 
bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado 
todo tipo de comercialização. 
 
Transplantes entre VIVOS: consentimento do titular que pode ser revogável; se incapaz 
deve haver autorização judicial com oitiva do MP. 
Pauta é a solidariedade; permissão de escolha de quem será beneficiário se for da própria 
família. 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
Médico comunica o transplante ao MP que instaura processo administrativo de investigação 
dos requisitos legais (evitar comércio) – Decreto 2.668/97 que regula a lei 9434/97. 
Se não for pessoa da família deve haver autorização judicial – lei 9434/97, para verificar se 
há comércio, salvo transplante de medula. 
 Se você tiver interesse em concursos de MP, é interessante dar uma olhada na Lei 
nº 9.434/97 e veja, também, se o Decreto 2.668/97 foi revogado, pois só estou trazendo a 
título de curiosidade. 
Transplantes MORTOS: consentimento dos familiares, vedada a comercialização e a escolha 
do beneficiário. (não se admite doação presumida – artigo 4° da lei 9434/97) 
Redação original: Art. 4º Salvo manifestação de vontade em contrário, nos termos desta Lei, 
presume-se autorizada a doação de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano, para 
finalidade de transplantes ou terapêutica post mortem. 
Art. 4o A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpode pessoas falecidas para 
transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou 
parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau 
inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação 
da morte. (Redação dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001) 
Central de notificação, captação e distribuição de órgão – CNCDOS 
Morte encefálica (resolução 1.480/97 do CFM) comprovada por dois médicos que não 
sejam integrantes da equipe de retirada. 
 
 
 
 
 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
➢ Transgenitalização 
 O termo refere-se à cirurgia de alteração sexual, que pode ser tanto do feminino 
para o masculino, quanto do masculino para o feminino. 
Terminologias: 
- Homossexual 
- Bissexual 
- Travesti 
- Transexual é aquele que tem uma divergência entre o físico e o psíquico. 
 
Maria Berenice Dias: não é um processo passageiro. É a busca consiste de integração física, 
emocional, social, espiritual e sexual, conquistada com muito esforço e sacrifícios por 
pessoas que vivem infelizes e muitas vezes depressivas quanto ao próprio sexo. 
 
276 – Art.13. O art. 13 do Código Civil, ao permitir a disposição do próprio corpo por 
exigência médica, autoriza as cirurgias de transgenitalização, em conformidade com os 
procedimentos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina, e a consequente 
alteração do prenome e do sexo no Registro Civil. 
 
Resolução do CFM: 
- 1.652/02: permitia cirurgia após autorização judicial 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
- 1.955/10 (vigente hoje): permite a cirurgia independentemente de autorização 
judicial 
 Abaixo, vemos alguns trechos dessa última resolução do CFM (1.955/10): 
Art. 3º. Que a definição de transexualismo obedecerá, no mínimo, aos critérios abaixo 
enumerados: 
1) Desconforto com o sexo anatômico natural; 
2) Desejo expresso de eliminar os genitais, perder as características primárias e secundárias 
do próprio sexo e ganhar as do sexo oposto; 
3) Permanência desses distúrbios de forma contínua e consistente por, no mínimo, dois 
anos; 
4) Ausência de transtornos mentais. 
Art. 4º. Que a seleção dos pacientes para cirurgia de transgenitalismo obedecerá a 
avaliação de equipe multidisciplinar constituída por médico psiquiatra, cirurgião, 
endocrinologista, psicólogo e assistente social, obedecendo os critérios a seguir definidos, 
após, no mínimo, dois anos de acompanhamento conjunto: 
1) Diagnóstico médico de transgenitalismo; 
2) Maior de 21 (vinte e um) anos; 
3) Ausência de características físicas inapropriadas para a cirurgia. 
 Começaram a surgir divergências nesse ponto: fazendo a cirurgia de 
transgenitalização, seria dada a autorização para alteração do prenome e do sexo no registro 
civil, sem qualquer caracterização de alteração sexual. 
 Depois, começou-se a discutir a possibilidade de alteração do prenome e do sexo 
sem cirurgia. O STJ permitiu. 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
 No final de 2018, o STF reconheceu aos transgêneros a possibilidade de alteração 
do registro civil sem mudança de sexo: 
 
 Assim, é possível a alteração do prenome no registro civil, por autodeclaração, 
diretamente em cartório, sem autorização judicial e sem cirurgia. Porém, é um caminho sem 
volta e gera consequência em todos os aspectos jurídicos, como concursos públicos, 
previdência... tudo! 
➢ Gestação em útero alheio 
 É popularmente conhecida como “barriga de aluguel”, mas, como não é possível 
a cobrança de aluguel nesses casos, podemos chamar de “barriga em comodato”. 
 Sim, é possível a gestação em útero alheio. É uma questão muito utilizada, mas 
pouco debatida. 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
Resolução 2168/18 do CFM 
As clínicas, centros ou serviços de reprodução assistida podem usar técnicas de RA 
para criarem a situação identificada como gestação de substituição, desde que exista 
um problema médico que impeça ou contraindique a gestação na doadora genética, em 
união homoafetiva ou pessoa solteira. 
1. A cedente temporária do útero deve pertencer à família de um dos parceiros em 
parentesco consanguíneo até o quarto grau (primeiro grau - mãe/filha; segundo grau - 
avó/irmã; terceiro grau - tia/sobrinha; quarto grau - prima). Demais casos estão sujeitos à 
autorização do Conselho Regional de Medicina. 
 A gente volta no próximo bloco, com mais direitos da personalidade. O tema é 
extenso! Beijo! 
Parte 3/3 
 
➢ Testemunhas de Jeová 
 Trata-se de segmento religioso que não recebe transfusão sanguínea, com 
fundamento em passagens bíblicas previstas em Gênesis, Levítico e Atos. 
Art. 15, CC: Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento 
médico ou a intervenção cirúrgica. 
 
 Temos, de um lado, o direito à vida digna e à integridade física e, de outro, o 
direito à liberdade de crença. 
 E o que deve prevalecer? Há quem diga que é o direito à vida, mas NÃO! Se você 
ordena que uma pessoa que daria sua vida por razões religiosas receba a transfusão 
sanguínea, condenará essa pessoa a uma morte em vida. Por isso, deve ser utilizada a técnica 
da ponderação. 
 Existem, na jurisprudência, decisões favoráveis e desfavoráveis à realização da 
transfusão nesses casos. 
EXEMPLO DE DECISÃO FAVORÁVEL 
APELAÇÃO CÍVEL. TRANSFUSÃO DE SANGUE. TESTEMUNHA DE JEOVÁ. RECUSA DE 
TRATAMENTO. INTERESSE EM AGIR. Carece de interesse processual o hospital ao ajuizar 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
demanda no intuito de obter provimento jurisdicional que determine à paciente que se 
submeta à transfusão de sangue. Não há necessidade de intervenção judicial, pois o 
profissional de saúde tem o dever de, havendo iminente perigo de vida, empreender todas 
as diligências necessárias ao tratamento da paciente, independentemente do 
consentimento dela ou de seus familiares. Recurso desprovido. (Apelação Cível Nº 
70020868162, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Umberto Guaspari 
Sudbrack, Julgado em 22/08/2007) 
 
 
EXEMPLO DE DECISÃO DESFAVORÁVEL 
Prevalência pela liberdade Religiosa 
PROCESSO Nº 2009.35.00.003277-7 – 4ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de 
Goiás – TRF1 
Juíza Federal Luciana Laurenti Gheller, 18.02.09). 
 
Enunciado 403, da Jornada de Direito Civil: O Direito à inviolabilidade de consciência e de 
crença, previsto no art. 5º, VI, da Constituição Federal, aplica-se também à pessoa que se 
nega a tratamento médico, inclusive transfusão de sangue, com ou sem risco de morte, em 
razão do tratamento ou da falta dele, desde que observados os seguintes critérios: a) 
capacidade civil plena, excluído o suprimento pelo representante ou assistente (o pai não 
pode tomar a decisão pelo filho); b) manifestação de vontade livre, consciente e informada 
(princípio do consenso informado. O médico deve dar todos os esclarecimentos ao 
paciente); e c) oposição que diga respeito exclusivamente à própria pessoa do declarante. 
 
 Portanto, não se pode dizer que sempre prevalecerá um ou outro princípio. Deve 
ser feita a ponderação e esse enunciado servirá como norte para decisões de casos dessa 
natureza. 
➢ Integridade psíquica 
 Abrange a honra, liberdade, imagem, vida privada e o nome. 
1) Imagem 
"Pasmam subitamente os juízes deslumbrados 
Leões, pelo calmo olhar de um domador, curvados 
Nua e branca, de pé, patente à luz do dia 
Todo o corpo ideal de Frinéia reluzia 
Diante da multidão atônita e surpresa 
No triunfo imortal da carne e da beleza". 
Olavo Bilac 
(caso Frineia por Hipérides) 
 
 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
 O direito de imagem é o primeiro momento de identificação da pessoa. É uma 
exteriorização da personalidade, individualização do sujeito. 
 Temos a imagem-retrato, a imagem-voz, a imagem-atributo. 
Art. 20, CC. Salvo se autorizadas, ou se necessárias àadministração da justiça ou à 
manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a 
publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a 
seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a 
boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. 
 
 Esse artigo dá a entender que a imagem fica atrelada à honra, à boa fama e à 
respeitabilidade, mas NÃO é o que acontece. Mesmo sem violação de outro direito de 
personalidade, a imagem tem a sua autonomia, sendo a sua violação pelo retrato, pela voz 
ou pelo atributo – interpretação conforme a CF. 
Súmula 403 do STJ: 
Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem 
de pessoa com fins econômicos ou comerciais. 
 
 Mesmo que não haja fim econômico ou comercial, pode haver indenização. Essa 
súmula é um caso de presunção. 
DIREITO DE ARENA – transmissões esportivas – imagem do atleta mesmo sem anuência 
expressa, por ser inerente ao exercício da profissão. 
Lei Pelé (Lei 9615/1998) 
 
 Trata-se de uma relativização do direito de imagem. 
“O direito de imagem, no desporto, diz respeito à representação do perfil social da pessoa” 
“O direito de arena, por sua vez, é limitado a um grupo de atletas que efetivamente tem 
sua imagem transmitida em razão de sua participação nas partidas de futebol. Conforme 
fixa a legislação, os participantes do evento têm direito ao recebimento de 5% do valor 
negociado entre a entidade de prática desportiva (clube, federação ou confederação de 
futebol) e os canais de distribuição das imagens do jogo (emissoras de televisão, rádio, 
internet, etc.). ” 
Ministro Alexandre Agra. 
 
Art. 42. Pertence às entidades de prática desportiva o direito de arena, consistente na 
prerrogativa exclusiva de negociar, autorizar ou proibir a captação, a fixação, a emissão, a 
transmissão, a retransmissão ou a reprodução de imagens, por qualquer meio ou processo, 
de espetáculo desportivo de que participem. (Redação dada pela Lei nº 12.395, de 2011). 
§ 1º Salvo convenção coletiva de trabalho em contrário, 5% (cinco por cento) da receita 
proveniente da exploração de direitos desportivos audiovisuais serão repassados aos 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
sindicatos de atletas profissionais, e estes distribuirão, em partes iguais, aos atletas 
profissionais participantes do espetáculo, como parcela de natureza civil. (Redação dada 
pela Lei nº 12.395, de 2011). 
 
Enunciado nº 279, da Jornada de Direito Civil – A proteção à imagem deve ser ponderada 
com outros interesses constitucionalmente tutelados, especialmente em face do direito de 
amplo acesso à informação e da liberdade de imprensa. Em caso de colisão, levar-se-á em 
conta a notoriedade do retratado e dos fatos abordados, bem como a veracidade destes e, 
ainda, as características de sua utilização (comercial, informativa, biográfica), privilegiando-
se medidas que não restrinjam a divulgação de informações. 
 
É possível que haja responsabilidade civil da pessoa famosa que participe de publicidade 
de determinado produto? 
 
Sim, é possível! A pessoa famosa PODE ser responsabilizada pelos danos causados pelo 
produto a que ela entrega seu nome. 
 
Quando você olha um produto da Monange, provavelmente, faz a associação à Xuxa. A 
imagem da artista fica atrelada ao produto. 
 
 
“A celebridade assume a posição de garante perante o consumidor.” (Paulo Jorge 
Scartezzini) 
 
Caso: Maitê Proença e o anticoncepcional Microvlar 
 
A marca resolveu se relançar no mercado, após envolver-se na polêmica das pílulas de 
farinha, e convidou a Maitê Proença para fazer a sua publicidade. Todavia, uma nova 
polêmica surgiu: em um dos lotes, as cartelas de comprimidos vieram com um a menos, 
culminando na gravidez de várias consumidoras. 
 
"Responsabilidade civil. Direito à imagem. Sentença de procedência. Recurso das partes. A 
dispensa de testemunha, que não tenha conhecimento sobre os fatos da causa, não 
configura cerceamento de defesa, estando na linha de condução do processo pelo julgador. 
Agravo retido desprovido. Valoração do dano moral não especificada nem delimitado ao 
menos um patamar mínimo. Falta de interesse em recorrer da parte que formulou o pedido 
naqueles termos. Recurso da autora, de que não se conhece. Campanha publicitária de 
reabilitação de produto medicamentoso junto ao público feminino, por atriz, mediante 
contrato com cláusula de caráter testemunhal a respeito de seu relançamento sob outra 
apresentação. Novos incidentes com o remédio, que acarretaram a suspensão da 
campanha. Dano moral à imagem da autora, todavia, não configurado, porquanto a 
matéria se reconduz ao plano dos direitos autorais, uma vez que cedeu ela o direito à 
imagem e à utilização da voz na propaganda, em contrapartida de remuneração. Por sua 
condição de atriz, leiga, não estava vinculada a garantir propriedades do medicamento, 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
que não resultaram comprometidas, passando a faltar apenas uma cápsula em cada 
cartela. Imagem dela, atriz famosa, ornada de atributos, que já participou de campanhas e 
desfruta de prestígio junto ao público, que não resultou afetada. Não lhe era exigível nem 
estava adstrita a garantir a integridade do medicamento, mas a de anunciar que era 
relançado sob diversa apresentação. Recurso da ré, no mérito, provido para julgar-se 
improcedente a ação." 
TJRJ – citado no acórdão do Resp 578.777 
 
Portanto, é o tipo de situação que deve ser analisada casuisticamente. 
 
 
2) Privacidade 
É o refúgio impenetrável pela coletividade, merecendo proteção. 
Ou seja, é o direito de viver a sua própria vida em isolamento, não sendo submetido à 
publicidade que não provocou, nem desejou. 
Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald 
 
 A delimitação do tema depende da cultura local, tradições, costumes... 
Vida pessoal da pessoa! 
 A privacidade é um gênero, que comporta duas espécies: a intimidade e o 
segredo. 
 
“O direito à vida privada posiciona-se como gênero ao qual pertencem o direito à 
intimidade e o direito ao segredo. A vida privada é esfera que concentra, em escala 
decrescente, outros direitos relativos à restrição de vida pessoal de cada um.” 
Gilberto Haddad Jabur 
 
 
 
PRIVACIDADE
INTIMIDADE
Direitos que devem ser 
protegidos de outras pessoas, 
informações que dizem 
respeito somente ao titular.
SEGREDO (SIGILO)
Não divulgação de fatos da 
vida do titular.
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
 É possível flexibilizar o direito à intimidade? Sim! Ex: quebra de sigilo bancário e 
fiscal. 
Art. 21, CC. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do 
interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário 
a esta norma. 
 
Nem toda informação privada é íntima, embora toda intimidade seja privada. 
Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald 
 
3) Honra 
Projeção social da respeitabilidade e estima conquistada pelo indivíduo no seu ambiente e 
na sociedade. 
Luiz Almeida 
 
Reputação 
Boa fama 
Autoestima 
Respeitabilidade 
----------------------------------------------------- 
Meio social; profissional; familiar; acadêmico... 
 
HONRA OBJETIVA HONRA SUBJETIVA 
Aspectos relacionados a terceiros 
(sentimento coletivizado) – Reputação; boa 
fama - externa 
Valoração da pessoa sobre si mesma 
(sentimento interiorizado) – Autoestima - 
interna 
 
 Um mesmo ato pode violar a honra objetiva e a subjetiva. 
➢ Integridade intelectual 
“Neste aspecto é a proteção jurídica às obras de inteligência do indivíduo” 
Francisco Amaral 
 
 Há a proteção das criações intelectuais do indivíduo. 
DIREITO AUTORAL 
 
Lei 9610/98 – LEI DOS DIREITOS AUTORAIS 
Objeto: criação 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
DIREITOS MORAIS DO AUTOR: personalíssima – não admite cessão – projeção da 
personalidade do autor – direitoà paternidade da obra (adquirido com a criação e não com 
registro - facultativo) 
DIREITOS PATRIMONIAIS DO AUTOR: material – direito à exploração autoral, utilizar, fruir, 
dispor da obra – admite-se transmissão 
ECAD – músicas 
Súmula 63 do STJ: são devidos direitos autorais pela retransmissão radiofônica de músicas 
em estabelecimentos comerciais. 
 
➢ Nome civil 
 O nome é a primeira etiqueta identificadora de um sujeito. 
Código Civil: 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. 
 
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou 
representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção 
difamatória. 
 
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. 
 
 
 
 
Prenome: nome de batismo 
Sobrenome ou nome patronímico: apelido familiar ou patronímico 
Agnome: aponta grau de parentesco (Júnior, Neto...) 
Hipocorístico: redução do nome original (Beto, Chico ) 
 
 Vale lembrar que o pseudônimo recebe a mesma proteção dada ao nome. Zezé di 
Camargo é pseudônimo de Mirosmar. 
 
Lei de Registros Públicos: 
 
Art. 52. São obrigados a fazer declaração de nascimento: 
§1° O pai ou a mãe, isoladamente ou em conjunto, observado o disposto no § 2o do art. 
54; (Redação dada pela Lei nº 13.112, de 2015) 
NOME PRENOME SOBRENOME
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
Art. 54, § 2º: O nome do pai constante da Declaração de Nascido Vivo não constitui prova 
ou presunção da paternidade, somente podendo ser lançado no registro de nascimento 
quando verificado nos termos da legislação civil vigente. (Incluído pela Lei nº 12.662, de 
2012) 
 
Art. 55. Quando o declarante não indicar o nome completo, o oficial lançará adiante do 
prenome escolhido o nome do pai, e na falta, o da mãe, se forem conhecidos e não o 
impedir a condição de ilegitimidade, salvo reconhecimento no ato. Parágrafo único. Os 
oficiais do registro civil não registrarão prenomes suscetíveis de expor ao ridículo os seus 
portadores. Quando os pais não se conformarem com a recusa do oficial, este submeterá 
por escrito o caso, independente da cobrança de quaisquer emolumentos, à decisão do Juiz 
competente. 
 
 
PSEUDÔNIMO 
Codinome ou heterônimo 
Art. 19, CC. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao 
nome. 
Sílvio Santos – Senor Abravanel 
Di Cavalcante – Emiliano de Albuquerque Melo 
Garrincha - Manoel Francisco dos Santos 
Pelé - Edson Arantes do Nascimento 
Zico - Arthur Antunes Coimbra 
Greta Garbo - Greta Lovisa Gustafsson 
Lady Gaga - Stefani Joanne Angelina Germanotta 
 
 É possível a alteração do nome? A regra é a inalterabilidade, mas ela é relativa 
(art. 58 da Lei de Registros Públicos). 
 A alteração só se dará em casos excepcionais: 
1. Expuser a pessoa ao ridículo; 
2. Maioridade em prazo decadencial de 1 ano – LRP - Art. 56. O interessado, no 
primeiro ano após ter atingido a maioridade civil, poderá, pessoalmente ou por 
procurador bastante, alterar o nome, desde que não prejudique os apelidos de 
família, averbando-se a alteração que será publicada pela imprensa. 
3. Houver erro gráfico; 
4. Para inclusão de apelido notório, hipocorístico – acréscimo de alcunha designativa; 
5. Adoção 
6. Uso prolongado de nome diverso; 
7. Adaptação de tradução do nome em caso de língua estrangeira; 
8. Homonímia depreciativa; 
9. Proteção a testemunha – LRP - artigo 58, Parágrafo único. A substituição do 
prenome será ainda admitida em razão de fundada coação ou ameaça decorrente 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
da colaboração com a apuração de crime, por determinação, em sentença, de juiz 
competente, ouvido o Ministério Público. 
 
 
 E o sobrenome? Também poderá ser alterado, nos seguintes casos: 
1. Adoção; 
2. Casamento; 
3. Divórcio ou nulidade de casamento; 
4. Inclusão de sobrenome de ascendente – sobrenome avoengo; 
5. União estável ou homoafetiva; 
6. Lei 11.924/09 – Lei Clodovil – autoriza acréscimo de sobrenome do padrasto ou 
madrasta pelo enteado(a) 
 
 Esse rol admite interpretação diante do caso concreto. Vejamos a jurisprudência 
abaixo: 
CIVIL. REGISTRO PÚBLICO. NOME CIVIL. PRENOME. RETIFICAÇÃO. POSSIBILIDADE. 
MOTIVAÇÃO SUFICIENTE. PERMISSÃO LEGAL. LEI 6.015/1973, ART. 57. HERMENEUTICA. 
EVOLUÇÃO DA DOUTRINA E DA JURISPRUDENCIA. RECURSO PROVIDO. 
I - O NOME PODE SER MODIFICADO DESDE QUE MOTIVADAMENTE JUSTIFICADO. NO CASO, 
ALEM DO ABANDONO PELO PAI, O AUTOR SEMPRE FOI CONHECIDO POR OUTRO 
PATRONIMICO. 
II - A JURISPRUDENCIA, COMO REGISTROU xxxxxx, AO BUSCAR A CORRETA INTELIGENCIA 
DA LEI, AFINADA COM A "LOGICA DO RAZOAVEL", TEM SIDO SENSIVEL AO ENTENDIMENTO 
DE QUE O QUE SE PRETENDE COM O NOME CIVIL E A REAL INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA 
PERANTE A FAMÍLIA E A SOCIEDADE 
Resp 66.643 - STJ 
 
➢ Combate ao bullying – Lei nº 13.185/15 
Artigo 1°: considera-se intimidação sistemática (bullying) todo ato de violência física ou 
psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por 
indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-
la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as 
partes envolvidas. 
 
Artigo 2°: Caracteriza-se a intimidação sistemática (bullying) quando há violência física ou 
psicológica em atos de intimidação, humilhação ou discriminação e, ainda: 
I - ataques físicos; 
II - insultos pessoais; 
III - comentários sistemáticos e apelidos pejorativos; 
IV - ameaças por quaisquer meios; 
V - grafites depreciativos; 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
VI - expressões preconceituosas; 
VII - isolamento social consciente e premeditado; 
VIII - pilhérias. 
 
Há intimidação sistemática na rede mundial de computadores (cyberbullying), quando se 
usarem os instrumentos que lhe são próprios para depreciar, incitar a violência, adulterar 
fotos e dados pessoais com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial. 
 
Artigo 3°: A intimidação sistemática (bullying) pode ser classificada, conforme as ações 
praticadas, como: 
I - VERBAL: insultar, xingar e apelidar pejorativamente; 
II - MORAL: difamar, caluniar, disseminar rumores; 
III - SEXUAL: assediar, induzir e/ou abusar; 
IV - SOCIAL: ignorar, isolar e excluir; 
V - PSICOLÓGICA: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar, manipular, 
chantagear e infernizar; 
VI - FÍSICO: socar, chutar, bater; 
VII - MATERIAL: furtar, roubar, destruir pertences de outrem; 
VIII - VIRTUAL: depreciar, enviar mensagens intrusivas da intimidade, enviar ou adulterar 
fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com o intuito de criar meios de 
constrangimento psicológico e social. 
 
ATENÇÃO! 
 Seguem, abaixo, alguns julgados recentes sobre direitos da personalidade: 
O dano moral extrapatrimonial atinge direitos de personalidade do grupo ou da 
coletividade como realidade massificada, não sendo necessária a demonstração de da dor, 
da repulsa, da indignação, tal qual fosse um indivíduo isolado. 
AgInt no REsp 1712940/PE, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, julgado 
em 03/09/2019, DJe 09/09/2019 
 
A imunidade conferida ao advogado para o pleno exercício de suas funções não possui 
caráter absoluto, devendo observar os parâmetros da legalidade e da razoabilidade, não 
abarcando violações de direitos da personalidade, notadamente da honra e da imagem de 
outras partes ou de profissionais que atuem no processo. 
REsp 1677957/PR, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado 
em 24/04/2018, DJe 30/04/2018 
 
A voz humana encontra proteção nos direitos da personalidade, seja como direito 
autônomo ou como parte integrante do direito à imagem ou do direito à identidade 
pessoal. 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
REsp 1630851/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 27/04/2017, DJe 22/06/2017 
 
O reconhecimento doestado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e 
imprescritível, assentado no princípio da dignidade da pessoa humana. 
AgInt no REsp 1477031/MG, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, 
julgado em 26/08/2019, DJe 02/09/2019 
 
A regra no ordenamento jurídico é a imutabilidade do prenome, um direito da 
personalidade que designa o indivíduo e o identifica perante a sociedade, cuja modificação 
revela-se possível, no entanto, nas hipóteses previstas em lei, bem como em determinados 
casos admitidos pela jurisprudência. 
REsp 1728039/SC, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 
12/06/2018, DJe 19/06/2018 
 
O transgênero tem direito fundamental subjetivo à alteração de seu prenome e de sua 
classificação de gênero no registro civil, exigindo-se, para tanto, nada além da manifestação 
de vontade do indivíduo, em respeito aos princípios da identidade e da dignidade da pessoa 
humana, inerentes à personalidade. 
REsp 1561933/RJ, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado 
em 20/03/2018, DJe 23/04/2018 
 
É possível a modificação do nome civil em decorrência do direito à dupla cidadania, de 
forma a unificar os registros à luz dos princípios da verdade real e da simetria. 
REsp 1310088/MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, Rel. p/ Acórdão Ministro 
PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 17/05/2016, DJe 
19/08/2016 
 
A continuidade do uso do sobrenome do ex-cônjuge, à exceção dos impedimentos 
elencados pela legislação civil, afirma-se como direito inerente à personalidade, 
integrando-se à identidade civil da pessoa e identificando-a em seu entorno social e 
familiar. 
REsp 1732807/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 
14/08/2018, DJe 17/08/2018 
 
O direito ao nome, enquanto atributo dos direitos da personalidade, torna possível o 
restabelecimento do nome de solteiro após a dissolução do vínculo conjugal em 
decorrência da morte. 
REsp 1724718/MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 
22/05/2018, DJe 29/05/2018 
 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
Em caso de uso indevido do nome da pessoa com intuito comercial, o dano moral é in re 
ipsa. 
AgInt no AREsp 1343054/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado 
em 12/02/2019, DJe 19/02/2019 
 
Não se exige a prova inequívoca da má-fé da publicação (actual malice), para ensejar a 
indenização pela ofensa ao nome ou à imagem de alguém. 
AgInt no AREsp 1120731/RJ 
 
Os pedidos de remoção de conteúdo de natureza ofensiva a direitos da personalidade das 
páginas de internet, seja por meio de notificação do particular ou de ordem judicial, 
dependem da localização inequívoca da publicação (Universal Resource Locator - URL), 
correspondente ao material que se pretende remover. 
REsp 1738628/SE, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 
19/02/2019, REPDJe 26/02/2019 
 
O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não 
seja permanente nem geral. (Enunciado n. 4 da I Jornada de Direito Civil do CJF) 
AgInt no REsp 1586380/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado 
em 11/06/2019, DJe 18/06/2019 
 
A pretensão de reconhecimento de ofensa a direito da personalidade é imprescritível. 
REsp 1782024/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 
07/05/2019, DJe 09/05/2019 
 
A ampla liberdade de informação, opinião e crítica jornalística reconhecida 
constitucionalmente à imprensa não é um direito absoluto, encontrando limitações, tais 
como a preservação dos direitos da personalidade. 
REsp 1704600/RS, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 10/10/2019, DJe 15/10/2019 
 
No tocante às pessoas públicas, apesar de o grau de resguardo e de tutela da imagem não 
ter a mesma extensão daquela conferida aos particulares, já que comprometidos com a 
publicidade, restará configurado o abuso do direito de uso da imagem quando se constatar 
a vulneração da intimidade ou da vida privada. 
REsp 1594865/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 
20/06/2017, DJe 18/08/2017 
 
O uso não autorizado da imagem de menores de idade gera dano moral in re ipsa. 
AgInt no AREsp 1018992/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 
20/08/2019, DJe 09/09/2019 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
 
Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem 
de pessoa com fins econômicos ou comerciais. (Súmula n. 403/STJ) 
AgInt no AREsp 1346273/PR, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 
02/04/2019, DJe 24/04/2019 
 
Quando os registros da folha de antecedentes do réu são muito antigos, admite-se o 
afastamento de sua análise desfavorável, em aplicação à teoria do direito ao esquecimento. 
AgRg no HC 503912/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 
03/09/2019, DJe 09/09/2019 
 
A divulgação de fotografia em periódico (impresso ou digital) para ilustrar matéria acerca 
de manifestação popular de cunho político-ideológico ocorrida em local público não tem 
intuito econômico ou comercial, mas tão-somente informativo, ainda que se trate de 
sociedade empresária, não sendo o caso de aplicação da Súmula n. 403/STJ. 
REsp 1449082/RS, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 21/03/2017, DJe 27/03/2017 
 
 
SÚMULAS DO STJ 
 
SÚMULA 37 
São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato. 
 
SÚMULA 221 
São civilmente responsáveis pelo ressarcimento de dano decorrente de publicação pela 
imprensa, tanto o autor do escrito quanto o proprietário do veículo de divulgação. 
 
SÚMULA 227 
A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. 
 
SÚMULA 54 
Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade 
extracontratual. 
 
SÚMULA 362 
A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do 
arbitramento. 
 
SÚMULA 370 
Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado. 
 
 
 
Material elaborado por Priscila Cysneiros 
SÚMULA 387 
É lícita a cumulação de dano moral e dano estético. 
 
SÚMULA 388 
A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.

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