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COMUNICAÇÃO INTERNA Fernanda Rocha de Aguiar Processos de comunicação interna Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os processos de comunicação interna. Analisar a relevância dos processos de comunicação interna. Aplicar processos de comunicação interna. Introdução A comunicação organizacional muitas vezes é exercida como troca de informações, sendo ainda mais mecanicista quando vinculada às atividades e tarefas. No entanto, a comunicação interna deve ser um processo de construção de relações que oportunizam o desenvolvi- mento dos seres humanos por meio da interação social e da criação de significado. Neste capítulo, você vai entender como os processos de comu- nicação interna ocorrem, os seus fluxos e as linhas de execução das mensagens. Também vai reconhecer a relevância da comunicação interna para o engajamento das pessoas e como se aplica um processo com o plano de comunicação interna estruturado. Os processos de comunicação interna A comunicação é um dos fatores mais importantes dentro de uma organiza- ção, pois é base de todas as ações da empresa, sejam elas voltadas para um procedimento ou tarefa ou até mesmo para uma reunião de equipes. Quando ocorrem falhas em um processo de comunicação, a organização sente o efeito desse problema na forma de perdas, que podem ser fi nanceiras ou ligadas aos problemas de relacionamento entre equipes. Rapidamente entendemos que a perda fi nanceira representa um grande problema gerado pela comunicação inefi caz. Porém, os confl itos mal resolvidos e as difi culdades de relacionamento afetam e põem em risco o clima organizacional. No caso da comunicação interna, podemos entender que se trata de uma comunicação entre os colaboradores e a organização. Esse processo necessita de transparência e credibilidade para que todos os envolvidos possam convergir aos interesses da instituição, transmitindo informações entre si e interpretando os seus significados. Destacamos ainda que os processos de comunicação interna podem ocorrer de forma integrada, em diferentes áreas, permitindo atuação sistêmica e sinergia entre os elos da organização. As pessoas compartilham experiências, ideias e sentimentos por meio daquilo que tornam comum, ou seja, do que comunicam. Além disso, de forma geral todos nós precisamos de atuação em rede (o trabalho em equipe), o que demanda interações. De acordo com Nassar (2005, p. 47), os gestores “[…] são os principais artífices da boa comunicação interna, os líderes responsáveis pelo pensamento estratégico que leva a organização a crescer e desenvolver-se”. Diante dessa premissa, não deve haver um discurso dos líderes que seja diferente das ações, para que não se perca a credibilidade dos agentes comunicadores. Para Kunsch (2003), o processo de comunicação interna apresenta os seguintes elementos: fonte, codificador, canal, mensagem, decodificador e receptor. Entretanto, esses elementos não são isolados, pois o fator relacional da comunicação afeta todo o processo entre as pessoas, os departamentos, as unidades e as organizações. Além disso, as estruturas cognitivas de cada um oportunizam o entendimento individual diante da mensagem, bastante influenciado pela cultura organizacional. Conforme Curvello (2002), a comunicação interna é operada por meio de quatro fluxos: ascendente, descendente, horizontal e transversal (e-mails e uso de tecnologias). Poderíamos acrescentar ainda o fluxo circular, que ocorre frequentemente entre as pessoas e as suas intervenções. A Figura 1 ilustra esses fluxos de comunicação. Processos de comunicação interna2 Figura 1. Fluxos da comunicação interna. Fonte: Adaptada de Camacho (2019). O fluxo descendente é o mais dominante nos tipos presentes nas orga- nizações, porque está associado com as relações hierárquicas, em que as informações se originam nos altos escalões e são transmitidas por diferentes canais, incluindo murais, e-mails ou boletins de notícias. Já o fluxo ascendente se caracteriza pelas informações oriundas dos funcionários e dirigidas para os gestores ou as lideranças. A comunicação ascendente ocorre, portanto, do subordinado para o superior. Nesse caso, podemos citar memorandos escritos, relatórios, reuniões grupais planejadas, conversas informais com o superior. Esse fluxo tem propósito informativo e auxilia na tomada de decisão. Conforme Melo (2006), para facilitar esse tipo de comunicação, as empresas desenvolvem programas e políticas. Veja alguns exemplos (ANDRADE, 2007). Políticas de portas abertas: permitem a qualquer empregado receber a atenção da alta administração. Programas de treinamento: servem para avaliar aspectos da empresa, uma vez que os empregados trazem os problemas à tona. Permitem atingir velocidade e simplicidade nas operações. 3Processos de comunicação interna Programas de reclamações: as reclamações são enviadas para cima, incluindo aquelas sobre os supervisores, condição de trabalho, conflitos, assédio sexual, métodos de trabalho. O fluxo horizontal e o circular são o que move a organização no seu dia a dia, situando-se em grande medida no campo informal. No entanto, a comunicação transversal tem o poder de subverter as hierarquias, per- mitindo a transmissão de mensagens entre as equipes de diferentes setores ou áreas. Ainda conforme o autor, a predominância de alguns desses fluxos esta- belece uma classificação no processo de comunicação. O fluxo descendente, por exemplo, traz a presença de um sistema burocrático; já o fluxo ascendente prevê a presença de feedback, por isso classifica-se como retroalimentador. Os fluxos circulares, horizontais e transversais, por sua vez, caracterizam-se como informais. Nesse sentido, é importante indicar as redes de comunicação em que esses fluxos operam. A rede formal depende de canais preestabelecidos e trata da comunicação administrativa composta por normas que regem comportamentos, objetivos, estratégias que norteiam as responsabilidades das pessoas dentro das organizações. Trata-se de comunicados, portarias, recomendações, pronunciamentos pelos mais diversos meios de comunicação da organização: veículos impressos, visuais, auditivos, eletrônicos, entre outros (SILVA; OLIVEIRA, 2015). No caso do sistema informal, é relevante mencionar que ele emerge das relações sociais entre as pessoas. A necessidade de obter informações sobre a organização e como as mudanças podem afetar as suas vidas é o que explica a necessidade das pessoas por informações confiáveis e seguras. Nesse sentido, às vezes os canais formais não proporcionam informações suficientes para o caso de dúvidas e curiosidades, o que pode fomentar boatos. Os canais informais de comunicação representam a rede de comunicação não oficial, que complementa os canais formais. Dois importantes canais informais de comunicação são a rádio corredor e os encontros casuais. A rádio corredor é o principal meio de transmissão de boatos, o que pode criar inúmeros problemas Processos de comunicação interna4 As barreiras no processo de comunicação interna Na comunicação interna, é muito comum que ocorram barreiras à fl uidez da informação. Tal situação demanda muita energia e desgaste para as empresas de forma geral, pois resulta em retrabalho e confl itos interpessoais. E-mails mal escritos ou desnecessários, omissão, falta de habilidades na fala, problemas de gestão são alguns exemplos que retratam os erros que refl etem em barreiras à comunicação. Isso tem como consequência direta os problemas de qualidade dos produtos e serviços das empresas. Enquanto se discutem essas questões internamente, algum cliente estará esperando pela agilidade e competitividade que a empresa não entrega naquele momento. Uma das barreiras mais comuns nesse processo é a falta de reforço posi- tivo de algumas lideranças com os seus colaboradores. A falta de elogio aos bons resultados e a ausência depequenas comemorações quanto às metas alcançadas distanciam as equipes dos seus líderes. Nesse contexto, quando a liderança busca trazer informações relevantes, essa conexão não acontece, à organização. Boatos falsos podem ser prejudiciais à moral e à produtividade da empresa. A Figura 2 ilustra os problemas causados pelos boatos dentro de uma organização. Figura 2. Os problemas da disseminação de boatos. Fonte: Mendonça (2015, documento on-line). 5Processos de comunicação interna porque o ambiente está inóspito e não fomenta a comunicação interna. Para resolver esse problema, as lideranças precisam estar muito atentas às questões de gestão de equipes. A falta de cooperação praticada por alguns colaboradores também impede a efetiva comunicação interna. Algumas pessoas têm dificuldade em manifestar empatia em relação aos demais colaboradores, por fatores que vão desde a personalidade até ambientes que não estimulam as práticas de cooperação. Nesse caso, a comunicação interna parece inócua a essas pessoas. Como antídoto, caberá às lideranças o estímulo às redes de cooperação com práticas que envolvam os colaboradores até mesmo em situações de trocas de posição de trabalho por poucos dias, para que as equipes sintam as dificuldades e as facilidades de outras posições de trabalho. Por outro lado, o fato de algumas lideranças não darem o devido retorno sobre casos em andamento — com afirmações como “Não tive tempo” ou “Desculpe, não pude ver o que você fez” — também trazem barreiras à co- municação. As pessoas se sentem menosprezadas quando investem grande energia em determinados projetos e não recebem o devido retorno. Nesse caso, personificam a insatisfação ao descaso do líder e tornam-se refratárias à comunicação que ele possa vir a fazer. Uma questão relevante ao sucesso das práticas de comunicação interna é o clima organizacional. Muito embora a comunicação interna tenha o poder de melhorar o clima organizacional, quando ele está demasiado tenso ou há questões não resolvidas, como condições de trabalho, falta de comunicação entre as áreas ou baixa percepção de benefícios, as pessoas tendem a demonstrar grande insatisfação, revolta e mágoas com a empresa, o que prejudica as práticas de comunicação interna. Nesse cenário, essas questões precisam ser resolvidas para garantir a integração entre empresa e colaboradores. Os problemas clássicos de gestão também são barreiras à comunicação interna. Às vezes, há gestores em determinados cargos que, tentando investir em uma comunicação assertiva, acabam por demonstrar uma postura agres- siva e impositiva, caracterizando autoritarismo e pressão aos colaboradores. O resultado dessa relação é mais uma vez o distanciamento entre colaboradores Processos de comunicação interna6 e líderes, o que pode danificar completamente um plano de comunicação interna. Para contornar essa situação, é preciso que haja o desenvolvimento de uma comunicação transparente e respeitosa, a fim de captar as pessoas para perto da liderança e do seu propósito. A sobrecarga de informações de toda ordem e nas mais variadas formas, reuniões desnecessárias, a constante mudança em novos meios impressos, eletrônicos e temáticos causam certa saturação no receptor, o que também acaba sendo uma barreira. Outras barreiras são apontadas por Silva e Oliveira (2015), como o nível de credibilidade que o receptor atribui ao comunicador, bem como alguns problemas de semântica que se destacam em certas lideranças, ou ainda a má gestão do tempo, que impede encontros mais frequentes entre gestores e as suas equipes. Esse chamado “curto-circuito” no processo comunicativo pode gerar problemas com consequências mais amplas, comprometendo a eficiência e a eficácia da comunicação. De acordo com Scharf (2011), no caso da comunicação interna em redes informais, a forma de comunicação é extremamente relevante para o fomento da cultura organizacional e a indicação de criação de mal-entendidos ou boatos. Albert Mehrabian confirmou, nas pesquisas de um laboratório de psicologia da UCLA (Universidade da Califórnia), que a comunicação humana face a face possui a seguinte composição: 55% vêm da linguagem não verbal; 38% acontecem pelo tom de voz; 7% representam a comunicação verbal. Quando dirigimos a palavra a alguém e nos concentramos na mensagem enviada, estamos expressando somente uma pequena fração da totalidade da comunicação. Esquecemos que o tom de voz pode alterar drasticamente o teor da mensagem. Há tons de voz delicados, severos e irônicos. Um “bom dia” dito com sarcasmo pode gerar sentidos diferentes de uma simples saudação matinal. O tom de voz do “chefe” costuma ser diferente da tonalidade dos subordinados; assim como é discernível o tom de voz das pessoas que estão apaixonadas, mal-humoradas ou estressadas (SCHARF, 2011). 7Processos de comunicação interna A relevância dos processos de comunicação interna A comunicação interna serve para humanizar as relações na empresa, tornar os funcionários mais conscientes do seu papel, distinguir o nível de conhe- cimento deles sobre determinado assunto de interesse, integrá-los melhor ao ambiente de trabalho e ajudá-los a alcançar os objetivos da empresa. Nesse sentido, entender a importância da comunicação interna em todos os meios hierárquicos como um instrumento da gestão é uma premissa para atingir a efi cácia organizacional. Para tanto, compreender o processo de comunicação para que ele ocorra de forma efi ciente e no momento adequado, de modo que se atinja o objetivo pretendido, é um desafi o para as organizações (MELO, 2006). Almeida (2013) sinaliza que a evolução da comunicação interna no âmbito do funcionamento das organizações transitou de um papel operacional para um papel crescentemente estratégico. Esse papel estratégico está fortemente elencado num conjunto de objetivos que moldam a atuação prática nessa área. Nesse caso, o conjunto de objetivos de comunicação interna permite capitalizar uma relevância estratégica nas organizações, especialmente quando estas estão inseridas em ambientes complexos e exigentes. A comunicação interna é capaz de integrar o colaborador ao mais distante topo da organização, porque promove transparência do propósito do negócio e da sua estrutura, trazendo clareza de objetivos e metas. Além disso, a comunicação interna proporciona a melhoria do clima organizacional e da motivação das pessoas, à medida que impulsiona o protagonismo de todos. Imagine o quão ruim pode ser a experiência de estar em um ambiente de trabalho em que as pessoas não dizem claramente do que precisam e qual o papel de cada um na instituição, ou em ambientes que não dão autonomia aos seus colaboradores para darem andamento às ações que lhes foram destacadas. Excesso de autoritarismo, em que as pessoas se sentem engessadas e até mesmo coagidas, resulta em inibição da criatividade e da cooperação. Processos de comunicação interna8 Diante dessas perspectivas, a comunicação interna tem um papel decisivo no protagonismo dos colaboradores. A informação também representa certo tipo de poder, porque dá clareza aos propósitos e às estratégias da empresa. É diferente saber aonde queremos chegar e quais os meios que vamos utilizar para chegar lá. Além disso, a comunicação interna ainda dá alinhamento aos níveis da organização, até mesmo para novos colaboradores. O subprocesso de recur- sos humanos chamado de integração também é favorecido pelas práticas de comunicação. Quantas empresas perdem os seus novos talentos por falta de acolhimento e clareza de objetivos para quem está chegando. Ora, um colabo- rador novo geralmente tem muito mais motivação do que alguém mais antigo no quadro. A novidade do emprego, novas possibilidades, novos desafios fazem desse colaborador um verdadeiro agente de mudança. Nesse caso, quanto mais a organização investir em alinhamento e transparência de objetivos, mais aproveitará esse novo talento. No entanto,para que haja eficiência na comunicação interna, é de funda- mental importância conhecer em profundidade o público interno da empresa. É necessário um contato pessoal em que se estabeleça uma relação de confiança, e em que possam ser transmitidos os interesses, as expectativas e ansiedades entre a organização e o seu público interno. É importante que o emissor tenha acesso aos conhecimentos do receptor sobre o assunto a ser abordado. O seu nível de linguagem e o seu grau de interesse também são itens relevantes para que ocorra a sintonia entre eles. Portanto, a comunicação interna permite estabelecer canais que possibi- litem o relacionamento ágil e transparente da direção da organização com o seu público interno e entre as próprias figuras que integram esse público. A comunicação efetiva só se estabelece em clima de verdade e autenticidade. À medida que a comunicação interna vai sendo valorizada, novos recursos e práticas são desenvolvidos e adotados pela organização. Por exemplo, a co- municação burocratizada realizada por meio de memorandos, circulares, atas e comunicados está cada vez sendo menos utilizada nas empresas. A própria velocidade requerida hoje na tomada de decisão não permite a lentidão da troca de informações. Um fato que não pode ser ignorado é que, com as novas tecnologias, entre as quais a internet, tudo mudou. A humanidade está defini- tivamente atravessando uma nova era, que se caracteriza por aceleração dos contatos, ampliação dos espaços e derrubada de conceitos tradicionais como os de mercado, vendas e com certeza o de comunicação empresarial (FARIA, 2009). 9Processos de comunicação interna A comunicação interna como ferramenta estratégica Não há dúvidas de que a comunicação interna é uma ferramenta estratégica capaz de integrar áreas e alinhar ações importantes para o alcance de resulta- dos. No entanto, é preciso gerar valor por meio da coerência estratégica, para que todos os colaboradores sejam capazes de valorizar os canais e o fl uxo das informações internas. Para tanto, as informações precisam ser geradas de modo que possam causar impactos que interfi ram no comportamento das pessoas de forma clara e concisa. Informações mal divulgadas ou geradas com ruídos podem trazer grandes problemas ao contexto da organização. Portanto, um plano de comunicação interna precisa estar em sintonia com o planejamento estratégico de maneira a viabilizar a efetiva realização dos objetivos almejados. Assim, é fundamental que toda a organização esteja envolvida nas práticas desenvolvidas, pois é a melhor forma de executar a comunicação estratégica. Com canais planejados e de fácil acesso, é possível transmitir mensagens com informações verdadeiras e coerentes para aproxi- mar a empresa dos seus colaboradores. Por isso, o comunicador interno tem uma posição estratégica e deve conhecer bem o funcionamento de cada área, para realizar um trabalho eficaz, de acordo com as necessidades específicas. A seguir, você verá alguns pontos importantes para o êxito da comunica- ção interna como ferramenta estratégica nas organizações, com base no que estabelece Assad (2011): os colaboradores devem ser vistos como parceiros que devem ser envolvidos no negócio e estar bem informados das estratégias da empresa; a opinião dos colaboradores deve ser levada em consideração, pois é essa imagem que prevalece para o público externo; a disseminação de novas tecnologias deve oportunizar que a comuni- cação interna seja valorizada por meio da escolha assertiva de canais aderentes ao público; a comunicação interna deve ser de fácil acesso aos funcionários para estabelecer um relacionamento saudável e repercutir em melhoria do clima organizacional. Com essa aproximação entre organização e empregados, é natural que a comunicação interna reforce a imagem institucional e alguns elementos rele- vantes da identidade corporativa, em especial os elementos de missão, visão e Processos de comunicação interna10 valores das organizações. Para tanto, podem ser usados kits institucionais de boas-vindas aos novos empregados, a fim de integrá-los à cultura da empresa, bem como um manual de políticas e procedimentos. Nos links a seguir, você poderá aprender mais sobre a importância e os desafios da comunicação interna. Neste link, a professora e pesquisadora Margarida Kunsch fala sobre os desafios das empresas diante do cenário de mídias sociais e destaca a importância de um plano estratégico nas empresas e de uma proposta de política de comunicação que invista no profissional. https://qrgo.page.link/sNkRC Neste link, você terá acesso a uma entrevista com os autores do livro Sem Megafone, Com Smartphone: práticas, desafios e dilemas da comunicação com os empregados. https://qrgo.page.link/k4EYz Observe no artigo 7 Tendências de Comunicação Interna para 2019, disponível no link a seguir, o que se pode esperar em termos de comunicação interna para a atualidade. https://qrgo.page.link/FBZte Aplicação dos processos de comunicação interna A aplicação da comunicação interna se traduz na elaboração de um plano. Antes, porém, é importante a análise dos pontos fortes e fracos da organiza- ção, e de como a empresa está naquele momento, de modo que a comunicação interna contribua diretamente para que a empresa seja projetada de forma sustentável. Nesse caso, é preciso verificar quais meios foram utilizados nas ações passadas, voltadas para o público interno, com o intuito de analisar quais foram os mais efetivos e com menos ruídos, além de identificar quais os formatos que mais chamaram a atenção. Essa análise poderá contemplar os 11Processos de comunicação interna últimos seis meses, avaliando sempre se houve conflitos internos por conta da comunicação entre os colaboradores e as diferentes áreas. A comunicação interna tem efeito direto na produtividade, colaboração e engajamento dentro da empresa. Além disso, o seu plano também deve considerar quem são suas per- sonas, para que você possa ter o perfil dos colaboradores bem definido, de modo que a mensagem seja assertiva e direta ao propósito que foi vinculada. É fundamental, portanto, analisar os perfis e as necessidades de cada um. Por exemplo, se os seus colaboradores não têm o costume de ler muito, já sabe que elaborar grandes textos para comunicar algo não surtirá o melhor resultado. Também é fundamental mapear a cultura da empresa e como ela é percebida pelo seu público. Todas essas informações nortearão a gestão de pessoas a adotar práticas cada vez mais assertivas. Em outras palavras, é a partir da análise dessas perspectivas — as ações já implantadas, perfil do receptor da mensagem e a cultura organizacional — que será possível estabelecer um objetivo maior, que identifique uma visão em médio prazo. Com a definição do objetivo, será possível traçar o caminho a ser seguido, com as ações corretas a serem realizadas para alcançá-lo Se a empresa já sabe aonde deseja chegar ao trabalhar melhor a comunicação para o público interno, é hora de pontuar as ações para alcançar os objetivos definidos. Para tanto, as metas devem ser realistas, mensuráveis, relevantes e, sem dúvida, precisam de tempo determinado para a gestão do acompanhamento. Existem diferentes estudos e modelos de planos de comunicação. A maioria segue uma mesma estrutura básica, e o que muda muitas vezes é o modo de execução. O modelo abordado por Kunsch (2003) define que um planejamento de comunicação é feito em doze etapas: 1. identificação da realidade situacional; 2. levantamento de informações; 3. análise dos dados; 4. construção de um diagnóstico; 5. identificação dos públicos envolvidos; 6. determinação de objetivos e metas; 7. adoção de estratégias; 8. previsão de formas alternativas de ação; 9. estabelecimento de ações necessárias; Processos de comunicação interna12 10. definição de recursos a serem alocados; 11. fixação de técnicas de controle; 12. implantação do planejamentoe avaliação dos resultados. Esse modelo segue etapas primordiais para a elaboração do planejamento e aborda atividades básicas necessárias para a construção, como a identi- ficação da situação atual, a análise de dados, a definição de estratégias e o acompanhamento. Portanto, existe um método para a realização da comunicação interna. Quais meios de comunicação devem ser utilizados? Diante da elaboração do plano e a partir da defi nição de recursos a serem utiliza- dos, vale defi nir as ferramentas que serão usadas para comunicar. Essa escolha tem grande impacto sobre a efi ciência da comunicação e o alcance dos resultados esperados, e poderá exigir menos ou mais recursos para a implementação. A seguir, você verá alguns exemplos de ferramentas que podem ser utilizadas: reuniões e palestras; jornal periódico da empresa; folhetos; caixa de sugestões (com o objetivo de estimular a participação dos colaboradores); intranet; e-mail; murais; redes sociais; webinars. No link a seguir, você aprenderá sobre a nova fase da comunicação interna, a “comu- nicação interna 4.0”, e verá um panorama sobre as ondas de comunicação passadas. https://qrgo.page.link/XZnsd 13Processos de comunicação interna ALMEIDA, L. A. S. A importância da comunicação interna para a motivação dos cola- boradores. Exedra: Revista Científica, n. 8, p. 91-103, 2013. ANDRADE, L. P. 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