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Seminário - CERRADO

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Cerrado e sua vegetação
Área do Cerrado
O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil, ocupando uma área de aproximadamente 2 milhões de km², (25% do território nacional). Ele está presente nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Bahia, Minas Gerais, Maranhão, Piauí, Rondônia e São Paulo. Há também áreas disjuntas do Cerrado no Nordeste (Caatinga) e Norte (Floresta Amazônica), em estados como Pará e Roraima. 
O Cerrado também se expande para partes da Bolívia e Paraguai, sendo um dos maiores em formação vegetal da América do Sul.
Biomas e Sistema Costeiro-Marinho do Brasil. Fonte: IBGE, 2019.
Clima e precipitação do Cerrado
O Cerrado possui duas estações bem definidas: uma estação chuvosa, que começa entre setembro e outubro indo até março e abril (a umidade média varia entre 70% - 90%) e outra estação seca, com profunda deficiência hídrica pela drástica redução de chuvas, e que começa entre abril e maio e vai até setembro e outubro (umidade média variando entre 40% - 60%).
A precipitação anual varia entre 650 mm a 2250 mm, sendo a média anual de 1394 mm. A quantidade de chuvas no Cerrado é menor no leste (onde se encontra a Caatinga) e maior no oeste (onde está o limite da Floresta Amazônica).
A temperatura média anual do Cerrado é de 23,7 °C, com mínima de 15,6 °C e máxima de 28,1 °C. O gradiente de temperatura é maior no norte e menor no sul devido ao fator latitude.
Fonte: Sano et al. (2019).
Geomorfologia e solo do Cerrado
No Cerrado, os platôs (ou planaltos) estão presentes na porção central e leste do bioma (onde se localiza o chamado Planalto Central), enquanto as depressões localizam-se na porção norte e oeste do Cerrado. A elevação dos planaltos varia entre 520 m a 1045 m, e a elevação das depressões varia entre 85 m a 415 m. 
Os dois principais tipos de solos do Cerrado são os Latossolos Vermelhos (44,1%) e Neossolos Quartazarênicos (solos arenosos, 21,4%), que são solos profundos (com mais de 2 m de profundidade) e bem drenados. Possuem certa acidez, tendo alto teor de alumínio, e são pobres em nutrientes essenciais como cálcio, magnésio e potássio.  
Fonte: Sano et al. (2019).
Recursos hídricos do Cerrado
Há áreas do Cerrado distribuídas por quase todas as grandes bacias hidrográficas brasileiras. Além disso, é nas áreas do Cerrado que se encontram as nascentes dos rios das diferentes bacias hidrográficas, e portanto, o Cerrado tem papel fundamental na distribuição de água para os outros biomas e para o restante do país (o Cerrado é chamado de Berço das águas). 
Vale comentar também que o Cerrado contribui para a produção hídrica de oito das doze bacias hidrográficas brasileiras, sendo que três das maiores bacias da América do Sul (São Francisco, Tocantins-Araguaia e Prata) tem origem no Cerrado. Alguns estudos apontam que a existência desses cursos d'água pode ter contribuído para a grande biodiversidade da região 
Há também a presença de três grandes aquíferos que necessitam do Cerrado para a sua recarga: os aquíferos Guarani, Bambuí e Urucuia.
Fonte: Lima e Silva, 2008.
Queimadas
As queimadas são comuns no Cerrado, e há pesquisadores que indicam que a sua ocorrência na região datam de pelo menos 32 mil anos atrás, sendo, provavelmente, de origem natural.
O fogo, juntamente com o regime de chuvas e o solo pobre em nutrientes, são fatores determinantes da vegetação do Cerrado, gerando características adaptativas como cascas grossas, raízes profundas e órgãos de reserva nas raízes que permitem a rebrota e armazenam elementos químicos. 
As queimadas do Cerrado envolvem o tipo de queimada (frequência e época do ano em que ocorrem) e o comportamento do fogo (velocidade de propagação e intensidade). Quaisquer alterações desses fatores podem gerar danos à vegetação. Por exemplo, incêndios naturais ocorrem no Cerrado no final da estação seca e início da chuvosa (setembro/outubro) ocasionado por raios. Os incêndios antrópicos por outro lado ocorrem durante a estação seca, o que pode ocasionar prejuízos e danos à vegetação.
O fogo é um elemento de renovação da vegetação, pois gera a rebrota e a germinação de sementes pela quebra da dormência, floração em algumas espécies, além de ter papel principal na estruturação de algumas fitofisionomias do Cerrado (passando da fisionomia fechada, como Cerradão, para aberta como cerrado sensu stricto). 
Fitofisionomias do Cerrado
A fitofisionomia do Cerrado envolve três grandes grupos de formações: as do tipo florestal (predominância de espécies arbóreas, com dossel contínuo ou descontínuo), savânicas (arbóreo-arbustivo, espalhado por estratos graminosos, sem dossel contínuo) e campestres (predominância de gramíneas, com poucos arbustos e sem árvores). 
O Cerrado possui um verdadeiro mosaico vegetacional, devido a diversidade de solos, topografia e clima. Podem ser descritos 11 principais tipos de fitofisionomias do Cerrado, e se considerarmos os subtipos, o número pode chegar até 25 fitofisionomias.
Para resumir e facilitar a compreensão, trataremos de 4 tipos de fitofisionomias, aquelas que compõem o chamado Cerrado Sentido Amplo (lato sensu).
Fitofisionomias do Cerrado
Esquema das principais fitofisionomias do Cerrado. Fonte: Ribeiro e Walter, 2008.
Cerradão
O Cerradão é a formação do tipo florestal. Possui um dossel predominantemente contínuo, possuindo cobertura arbórea de 50% (estação seca) a 90% (estação chuvosa). A altura média do estrato arbóreo varia de 8-15 metros, favorecendo a formação dos estratos arbustivos e herbáceos.
Fonte: José Felipe Ribeiro, Agência de Informação Embrapa.
Fonte: Ribeiro e Walter, 2008.
Cerrado sentido restrito
Fonte: José Felipe Ribeiro, Agência de Informação Embrapa.
Fonte: Ribeiro e Walter, 2008.
O cerrado stricto senso, é de formação savânica, caracterizado pela presença dos estratos arbóreos e arbustivos-herbáceos. As árvores são distribuídas aleatoriamente pelo terreno em diferentes densidades.
As árvores são baixas, tortuosas, com ramificações irregulares, possuindo casca grossa e folhas rígidas e coriáceas. Podem possuir evidência de queimadas. Os arbustos encontram-se espalhados e possuem órgãos subterrâneos que permitem a rebrota após a queima. 
Campo sujo
Fonte: Ribeiro e Walter, 2008.
O campo sujo é uma formação campestre, sendo caracterizado pela evidente presença de arbustos e subarbustos entremeados pelo estrato herbáceo. É exclusivamente arbustivo-herbáceo.
Pode ser: seco (com lençol freático profundo), úmido (lençol freático mais superficial) ou com murundus (presença de micro-relevos mais elevados). 
Fonte: José Felipe Ribeiro, Agência de Informação Embrapa.
Campo limpo
Fonte: Ribeiro e Walter, 2008.
O campo limpo é uma formação campestre, sendo predominantemente herbáceo, com raros arbustos e ausência completa de árvores. Podem ser encontrados em diversas posições topográficas, mas são mais frequentes em encostas e chapadas. 
Pode ser: seco (com lençol freático profundo), úmido (lençol freático mais superficial) ou com murundus (presença de micro-relevos mais elevados). 
Fonte: José Felipe Ribeiro, Agência de Informação Embrapa.
Fauna e Flora do Cerrado
O Cerrado possui mais de 330 mil espécies de plantas e animais, o que representa cerca de 5% de todas as espécies do mundo e cerca de 30% da biodiversidade do Brasil.
A flora é bastante diversificada, sendo extremamente rica em plantas vasculares. Há estudos que sugerem pelo menos 12.600 espécies de plantas no domínio, sendo 38% endêmicas. 
Em relação à fauna, os levantamentos ainda são poucos e mais superficiais, mas percebe-se uma grande riqueza devido a heterogeneidade de ambientes no Cerrado. Estima-se que quase metade das espécies de aves do Brasil vivem no Cerrado (das 800, apenas 32 são endêmicas), tendo bastante riqueza de espécies de répteis (17% endêmicos), anfíbios (28% endêmicos) e mamíferos (8% endêmicos). Em relação aos insetos, há pelo menos 90 mil espécies, sendo o bioma refúgio de 13% das borboletas, 35% das abelhase 23% dos cupins. 
Fonte: WWF Brasil.
Fauna endêmica do Cerrado
O Cerrado é a habitação de animais conhecidos, como o Lobo Guará, a Anta, o Tamanduá Bandeira, a Ema, a Arara-Canindé, o Tatu-Canastra, a Falsa-Coral, a Cobra Cipó, entre outros. Mas esses animais não são endêmicos do Cerrado, já que também são encontrados em outras regiões do Brasil ou até em outros países. 
Mas vocês conheciam o Morceguinho-do-Cerrado? E a Raposa-do-Campo? E que tal o Rato Candango ou a Rolinha-do-Planalto? Eis os animais endêmicos do Cerrado: 
Raposa-do-Campo (Lycalopex vetulus) é a única espécie de canídeo endêmica do Cerrado. São carnívoros-onívoros e cupins são a base de sua dieta; possuem atividade crepuscular-noturno, e são solitários e monogâmicos. 
Fonte: Lemos, Azevedo & Beisiegel, 2013.
Morceguinho-do-Cerrado (Lonchophylla dekeyseri). Vive em cavernas do Cerrado, e se alimentam de néctar, pólen e frutos, e também predam insetos. Encontra-se ameaçada pelas destruições das cavernas ocasionada pelas atividades mineradoras. 
Foto: Thiago Bernadi 
Vieira, ICMBio, MMA.
Fauna endêmica do Cerrado
Rolinha-do-Planalto 
(Columbina cyanopis) se alimenta de pequenos grãos e sementes. Hoje encontra-se em situação crítica de extinção (há apenas 31 indivíduos vivos).  Foto: Ciro Albano/Acervo Save Brasil
Papagaio-Galego 
(Alipiopsitta xanthops). Fazem ninhos em buracos ocos de árvores nativas, e o casal cuida de até 4 filhotes. Estão em risco de extinção por conta do tráfico e comércio ilegal. Foto: Wikimedia Commons
Campainha-azul 
(Porphyrospiza caerulescens). Vive em ambientes abertos, de arbustos e árvores baixas. Alimenta-se de insetos e larvas.
Rato-Candango (Juscelinomys candango). Também chamado Rato do presidente, foi descoberto durante a construção de Brasília. Desde então não foi mais encontrado, estando provavelmente extinto. Foto: João Moojen.
Foto: Arquivo TG, G1
Foto: Wikimedia Commons
Fauna endêmica do Cerrado
A Cobra-de-pé ou Briba (Heterodactylus lundii) é encontrada em áreas de campo de altitude no Cerrado. É caraterizada como Vulnerável.  Foto: Mauro Teixeira Jr, ICMBio, MMA.
Cobra-de-duas-cabeças (Amphisbaena mensae). Endêmica do Cerrado, é encontrada no Mato Grosso, Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais. É caracterizada como Menos Preocupante. 
Foto: Davi Pantoja
A Perereca-usina (hypsiboas lundii) é uma espécie noturna que habita nas matas de galeria do Cerrado. Se reproduz em riachos permanentes de fundo arenoso.  Foto: Reuber Brandão.
Calango (Kentropyx vanzoi ). É uma espécie terrícola que habita áreas abertas do Cerrado. É caracterizada como Vulnerável.
Foto: Rafael Valadão.
Flora
 A savana mais biodiversa do mundo, com aproximadamente 12 mil plantas catalogadas, das quais mais de 4 mil são endêmicas, um percentual bastante expressivo. Por esse motivo, o bioma é considerado um ‘hotspot’ global de biodiversidade, o que significa que possui uma alta quantidade de espécies endêmicas ao mesmo tempo em que se encontra seriamente ameaçado, o que o torna de certa forma “insubstituível” e o faz ser considerado prioritário para a conservação. 
No Cerrado, tem-se um clima estacional, com duas estações bem marcadas ao longo do ano, um verão chuvoso e um inverno bastante seco. 
Foto: Peter Caton/ISPN)
Flora
 Adaptações ao clima:  raízes profundas capazes de explorar regiões do solo onde há água, principalmente no período de secas; algumas plantas entram em dormência durante esse período, o que exigem menos água para o metabolismo; alta capacidade de armazenamento de água e nutrientes, seja nas raízes ou troncos; características nas folhas que evitam perda excessiva de água; dentre outras. Em relação ao fogo, muitas espécies se recuperam rapidamente das queimadas, algumas possuem troncos com casca espessa ou mesmo troncos subterrâneos que as protegem e, ainda, algumas têm a floração estimulada pelo fogo.
Fatores que podem afetar a distribuição das espécies de plantas no Bioma Cerrado: o clima; fertilidade e pH do solo; disponibilidade de água; geomorfologia e topografia; latitude; frequência de fogo e fatores antrópicos; além da interação complexa entre eles. A grande variedade desses fatores no Cerrado faz com que este apresente um mosaico vegetacional com várias fitofisionomias, que englobam formações florestais, formações savânicas e formações campestres.
Flora endêmica do Cerrado
Pequi - O pequizeiro é uma árvore de copa frondosa que pode chegar a 12 metros de altura. Suas folhas são grandes, cada uma composta por três grandes folíolos, cobertos por uma penugem e com as pontas entrecortadas.
(Foto: Lilian Brandt)
O capim-dourado -  (nome científico: Syngonanthus nitens), apesar do nome, não é um capim, ou seja, não pertence à família das gramíneas, sendo, na verdade, a haste de uma pequena flor branca da família das sempre-vivas (família Eriocaulaceae).
Foto: Isabel Schmidt)
Flora endêmica do Cerrado
Arnica-do-Cerrado (Planta da família Asteraceae), com até 3 metros de altura, bastante ramificada e com as folhas concentradas na porção terminal dos ramos; folhas alongadas e finas com textura aveludada; flores em forma de capítulo, reunindo entre 20-30 flores de coloração arroxeada. Os frutos são tipo aquênios, com 2-3 cm de comprimento e contém muitas sementes pequenas.
Foto: a planta da vez/arnica-do-cerrado
Flora endêmica do Cerrado
Canela-de-Ema é típica do Cerrado, a espécie possui flores que vão do lilás ao branco, com o miolo sempre amarelo. Arbusto comum no bioma Cerrado, a canela-de-ema tem várias espécies genericamente conhecidas por este nome. Tanto que apresenta muitas variações de cor, do lilás ao branco, sempre com o miolo amarelo.
 (Foto: Eulâmpio Vianna Neto / TG)
O pau-terra-da-folha-pequena é uma árvore nativa do Cerrado e muito comum nas fisionomias cerrado stricto sensu e cerradão. A espécie, é frondosa e alcança até 15 m. Rebocos de terra em caules de árvores saudáveis deu origem ao seu nome comum. 
Foto:Geraldo Nunes 12/2015
Impactos sofridos
Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o ecossistema brasileiro que mais alterações sofreu com a ocupação humana. Um dos impactos ambientais mais graves na região foi causado por garimpos, que contaminaram os rios com mercúrio e provocaram o assoreamento dos cursos de água (bloqueio por terra).
 A erosão causada pela atividade mineradora tem sido tão intensa que, em alguns casos, chegou até mesmo a impossibilitar a própria extração do ouro rio abaixo. Nos últimos anos, contudo, a expansão da agricultura e da pecuária representa o maior fator de risco para o Cerrado.
Foto: espaçoecológico/cerradoameaçado
Impactos sofridos
O Cerrado já sofre hoje as consequências de mudanças que estão ocorrendo em escala local, regional e global, afirma a ecóloga Mercedes Bustamante, da Universidade de Brasília (UnB), especialista em conservação e uso sustentável desse ecossistema.
Nos últimos 36 anos, o Cerrado perdeu quase 20% do que restava de sua vegetação original. De 1985 a 2020, cerca de 26,5 milhões de hectares contendo os três principais tipos de formação nativa (campos, savanas e florestas) deram lugar a novas áreas de criação de gado e produção em larga escala das principais commodities agrícolas brasileiras, segundo o mais recente relatório do Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil, o MapBiomas, divulgado em setembro deste ano.
 (Foto: Marina Lapenta)
Impactos sofridos
Alguns efeitos associados a essa transformação radical na paisagem e no uso do solo estão cada vez mais evidentes: o Cerrado está se tornando mais quente, seco e, consequentemente, propenso a sofrer incêndios devastadores. Indícios da perda de umidade, do aquecimento e do crescimento do número de queimadas de grandes proporções foram apresentados nos últimos meses em estudos conduzidos por equipes de pesquisadores de diferentes regiões do país.
Impactos ambientais causados pela degradação do Cerrado
Aumento das emissões dos gases de efeito estufa;
Aumento das queimadas;Extinção de diversas espécies de plantas e animais;
Mudanças climáticas (seca);
Contaminação dos rios;
Contaminação do solo e da água;
Erosão;
Esgotamento dos recursos naturais.
Foto: meioambientetecnico
Impactos sofridos
Se o índice de desmatamento do cerrado brasileiro se mantiver como é hoje - cerca de 2,5 maior do que na Amazônia -, o mundo pode registrar a maior perda de espécies vegetais da história.
O cerrado perdeu 46% de sua vegetação nativa, e só cerca de 20% permanece completamente intocado, segundo os pesquisadores. Até 2050, no entanto, pode perder até 34% do que ainda resta.
Isso levaria à extinção 1.140 espécies endêmicas - um número oito vezes maior que o número oficial de plantas extintas em todo o mundo desde o ano de 1500, quando começaram os registros.
Foto: ecoa.org
Ameaçadas de extinção
Espécies Alstroemeria, no Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, uma das plantas que tem família com ameaça de extinção. 
Foto: Reprodução/MMA
O lobo-guará é uma das espécies em ameaça de extinção. O animal é visto com frequência em áreas urbanas de Brasília.
 A busca constante por novos territórios no Cerrado faz com que o animal saia da área protegida e apareça na cidade.
                
Foto: Brasília É o Bicho/Divulgação
Preservação e Conservação
“preservação: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais;”
“conservação da natureza: o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral;”
 
Lei n.º 9.985, de 18 de julho de 2000, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC.
Preservação e Conservação
Painel Unidades de Conservação: Fonte ministério do Meio ambiente - Departamento de áreas protegidas – 2° semestre 2021.
https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiNDJiMTk4MGUtYmU0Ny00YzEwLWJmMzctNTZkM2JlMTBmOThlIiwidCI6IjM5NTdhMzY3LTZkMzgtNGMxZi1hNGJhLTMzZThmM2M1NTBlNyJ9&pageName=ReportSectione0a112a2a9e0cf52a827
Preservação e Conservação
“Apenas cerca 8,21% da área total do território é legalmente protegida com unidades de conservação; uma das razões que fazem do Cerrado o bioma brasileiro que mais sofreu alterações com a ação humana. Atualmente a área conta com uma intensa exploração predatória: inúmeros animais e plantas correm risco de extinção e estima-se que 20% das espécies nativas e endêmicas da região já não corram em áreas protegidas.”
ICMBio 2021
Cerrado: Área protegida 
Fonte ministério do Meio ambiente - Departamento de áreas protegidas – 2° semestre 2021.
Competência
Fonte ministério do Meio ambiente - Departamento de áreas protegidas – 2° semestre 2021.
Proteção Integral e de Uso Sustentável
Fonte ministério do Meio ambiente - Departamento de áreas protegidas – 2° semestre 2021.
Parque Estadual do Jalapão
Criado pela Lei Estadual 1.203 de 12 de janeiro de 2001, pertence à categoria de Unidades de Conservação de Proteção Integral do Estado do Tocantins. 
É atravessado por diversas sub-bacias;
Espécies vegetais: Aroeira, Babaçú, Buriti, Jacarandá e Maçaranduba;
Espécies faunísticas: Lobo-guará, pato-mergulhão, tatu-canastra; 
Fonte: Daniel Andrade/Governo do Tocantins
Cachoeira da Velha - Fonte: Fabrizio Fonseca/Gestão da s Unidades de Conservação do Tocantins
Dunas - Fonte: Fabrizio Fonseca/Gestão da s Unidades de Conservação do Tocantins
Fonte: Daniel Andrade/Governo do Tocantins
Parque Nacional da Emas
Fonte: Eduardo Vessoni
Flagra de um lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) no Parque Nacional das Emas. Foto: Emanuel de Jesus Caldeira, Wikiparques.org
Criado em 1961 pelo presidente Juscelino Kubitschek, protege 132 mil hectares de Cerrado;
Declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco no ano de 2001. 
Unidade de conservação (UC) federal administrada pelo ICMBio em Goiás;
Apresentam as diversas formas de Cerrado no seu interior, como campos limpos, campos sujos, veredas e matas ciliares.
Recebe o nome pela presenças de emas, além disso também apresenta: o tamanduá-bandeira, o gato-do-mato, a águia-cinzenta e o lobo-guará;
Bioluminescência dos cupinzeiros, que ocorre no fim do período de seca (junho a setembro).
Parque Nacional da Emas
Entrada do parque das Emas Fonte: Quero Mochilar
Bioluminescência dos cupinzeiros Fonte: Mineiros.com
Coruja-buraqueira no parque nacional da Emas, Fonte: Ana Luzia - ICMbio
Organizações não Governamentais (Ong’s)
Sensibilização, valorização do bioma e envolvimento com as comunidades locais ( indígenas, comunidades quilombolas, apanhadores de flores, quebradeiras de coco Babaçu...)
 WWF, Rede Cerrado, Save Cerrado
Podcast da WWF em parceria com a Rede Cerrado
Arte e Cerrado
Guimarães Rosa, nasceu em 27 de junho de 1908 na cidade de Cordisburgo, Minas Gerais;
1952 fez um percurso de 240 quilômetros no sertão mineiro, durante dez dias, conduzindo uma boiada;
1956 Escreve Grande Sertão: Veredas;
Livro trata de um romance no qual um ex-jagunço conta sua história.
Repleto de referências a flora, fauna, relevo e geografia do Cerrado;
Fotos do acervo de João Guimarães Rosa, no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens
Arte e Cerrado
“O senhor estude: o buriti é das margens, ele cai seus cocos na vereda – as águas levam – em beiras, o coquinho as águas mesmas replantam; dai o buritizal, de um lado e do outro se alinhando, acompanhando, que nem que por um cálculo..” João Guimarães Rosa - Grande Sertão: Veredas pg. 535.
Fernando Tatagiba. Buritis no Distrito Federal, Serra do Cabral em Buenópolis (MG), Boa Vista (RR) e Cavalcante (GO). 
Parque Nacional Grande Sertão: Veredas
Fonte: Bento Viana/WWF Brasil
Criado em 12 de abril de 1989, atualmente possui 230 mil hectares, estendo-se por parte dos municípios de Chapada Gaúcha, Formoso e Arinos, em Minas Gerais e Côcos, na Bahia.
Fonte: Bento Viana/WWF Brasil
Arte e Cerrado
Fonte: Evandro Alves
Arte e Cerrado
Evandro Alves. Museu Cerrado
Preservação e Conservação
Turma do Cerrado de Ribamar Araújo
Referências Bibliográficas
Ribeiro, José Felipe; Walter, Bruno Machado Teles. Fitofisionomias do bioma Cerrado. In: Sano, Sueli Matiko; Almeida, Semíramis Pedrosa de; Ribeiro, José Felipe. Cerrado: ecologia e flora. Embrapa Informação Tecnológica, vol. 1, Brasília - DF, 2008. 
Aguiar, Ludmilla Moura de Souza; Camargo, Amabílio José Aires de. Cerrado: ecologia e caracterização. Embrapa Informação Tecnológica, Brasília - DF, 2004.
Sano et al. Característias gerais da paisagem do Cerrado. In: Bolfe, Édson Luis; Sano, Edson Eyji; Campos, Silvia Kanadani. Dinâmica agrícola no Cerrado. Embrapa, Brasília - DF, 2020.
Scariot, Aldicir; Souza-Silva, José Carlos; Felfili, Jeanine M. Cerrado: Ecologia, Biodiversidade e Conservação. Ministério do Meio Ambiente, Brasília - DF, 2005.
Machado et al. Caracterização da Fauna e Flora do Cerrado. In: Faleiro, F. G.; Farias Neto, A. L. de. Savanas: Desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade, agronegócio e recursos naturais. Embrapa Cerrados, Planaltina - DF, 2008.
Lemos, Frederico Gemesio; Azevedo, Fernanda Cavalcanti de; Beisiegel, Beatriz de Mello. Avaliação do risco de extinção da Raposa-do-campo Lycalopex vetulus (Lund, 1842) no Brasil. In: Avaliação do Estado de Conservação dos Carnívoros. Biodiversidade Brasileira, 3(1), 160-171, 2013.
Sumário executivo do plano de ação nacional para a conservação do morceguinho-do-Cerrado. Instituto Chico Mendes (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente.
Site WWF Brasil: https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/areas_prioritarias/cerrado/https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/biodiversidade/especie_do_mes/especies_cerrado/papagaio_galego/
Site Agência de Informação Embrapa: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/Abertura.html
Site Embrapa: https://www.embrapa.br/contando-ciencia/bioma-cerrado
Site Unesp "Coisas do Cerrado": https://www2.ibb.unesp.br/departamentos/Educacao/Trabalhos/coisasdecerrado/FAUNA/bichosmorcego.htm
Site Critical Ecosystem Partnership Fund: http://cepfcerrado.iieb.org.br/rolinha-do-planalto-populacao-de-31-individuos-em-todo-o-brasil/
Site ICMBio: https://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/estado-de-conservacao/8154-repteis-heterodactylus-lundii
https://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/estado-de-conservacao/8845-repteis-amphisbaena-mensae
https://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/estado-de-conservacao/8163-repteis-kentropyx-vanzoi
Site do Laboratório de Fauna e Unidades de Conservação (LAFUC): https://www.lafuc.com/hypsiboas-lundii
Site Ciência Hoje das Crianças: http://chc.org.br/coluna/o-rato-do-presidente/
Site do G1 – Terra da Gente: http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/fauna/noticia/2016/05/campainha-azul-e-ave-especifica-do-cerrado-e-corre-risco-de-extincao.html
Referências Bibliográficas
José Felipe Ribeiro. Imagem Campo Limpo. Agência de Informação Embrapa. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/arvore/AG01_37_911200585233.html Acesso em: 2021-10-12.
José Felipe Ribeiro. Imagem Campo Sujo. Agência de Informação Embrapa. Disponível em:  https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/arvore/AG01_49_911200585233.html Acesso em: 2021-10-12.
José Felipe Ribeiro. Imagem Cerrado sentido restrito. Agência de Informação Embrapa. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/arvore/AG01_52_911200585234.html Acesso em: 2021-10-12.
José Felipe Ribeiro. Imagem Cerradão. Agência de Informação Embrapa. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/arvore/AG01_58_911200585234.html Acesso em: 2021-10-12.
Foto Papagaio-Galego. Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Papagaio-galego.jpg Acesso em 21-10-24.
Foto Campainha-Azul. Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Porphyrospiza_caerulescens_-_Blue_Finch_(male).JPG Acesso em 21-10-24.
Evandro Alves. Imagem Perfis do Cerrado. Disponível em: https://museucerrado.com.br/arte/arte-visual/desenho/evandro-alves/ Acesso em: 2021. 10.18.
Evandro Alves. Imagem Cerrado. Disponível em: https://museucerrado.com.br/arte/cartoon-charge/evandro-alves/. Acesso em: 2021.10.18.
Evandro Alves. Imagem Caixa d’água do Brasil. Disponível em: https://museucerrado.com.br/arte/cartoon-charge/evandro-alves/. Acesso em: 2021.10.18.
Ribamar Araújo. Imagem Turma do Cerrado: Cerrado Lembranças. Disponível em: https://museucerrado.com.br/arte/cartoon-charge/ribamar-araujo/. Acesso em: 2021.10.18. 
Referências Bibliográficas
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Painel Unidades de Conservação. ministério do Meio ambiente - Departamento de áreas protegidas – 2° semestre 2021. Disponível em: https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiNDJiMTk4MGUtYmU0Ny00YzEwLWJmMzctNTZkM2JlMTBmOThlIiwidCI6IjM5NTdhMzY3LTZkMzgtNGMxZi1hNGJhLTMzZThmM2M1NTBlNyJ9&pageName=ReportSectione0a112a2a9e0cf52a827 Acesso em: 2021. 10.13
Etnobotânica literária. Fernando Tatagiba. Disponível em: https://biologo.com.br/bio/etnobotanica-literaria/ Acesso em: 2021.10.13
Imagem entrada parque da Emas; fonte Quero Mochilar. Disponível em: https://www.transportal.com.br/noticias/rodoviaria-goiania/parque-nacional-das-emas/ Acesso em: 2021.10.18
Imagem bioluminescência dos cupinzeiro; fonte: Mineiro.com. Disponível em: https://www.transportal.com.br/noticias/rodoviaria-goiania/parque-nacional-das-emas/ Acesso em: 2021.10.18
Ana Luzia. Imagem Coruja-buraqueira no parque nacional da Emas, ICMbio. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/portal/ultimas-noticias/20-geral/8660-parque-nacional-das-emas-guarda-riquezas-naturais-do-cerrado Acesso em: 2021.10.18
Emanuel de Jesus Caldeira, Imagem: Flagra de um lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) no Parque Nacional das Emas. Disponível em: https://www.wikiparques.org/noticias/10-parques-para-conhecer-o-cerrado/ Acesso em: 2021.10.18
Eduardo Vessoni. Imagem ema no parque nacional da s Emas. Disponível em: https://viagemempauta.com.br/2017/01/27/parque-nacional-das-emas-reabre-em-goias-confira-atracoes/ Acesso em: 2021.10.18 
Grande Sertão: Veredas” – Resumo da obra de Guimarães Rosa . Guia do Estudante. Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/grande-sertao-veredas-resumo-da-obra-de-guimaraes-rosa/. Acesso em: 2021.10.18
Referências Bibliográficas
Site da Cerratinga: https://www.cerratinga.org.br/biomas/cerrado/   Acesso em 2021.11.06
Centro nacional  de pesquisa e conservação: https://www.icmbio.gov.br/cbc/conservacao-da-biodiversidade/biodiversidade.htmlAcesso em 2021.11.06
Fauna e flora do cerrado – Instituto Sociedade, população ..: https://ispn.org.br/biomas/cerrado/fauna-e-flora-do-cerrado/Acesso em 2021.11.06
Espaço Ecolígico do Cerrado: https://espacoecologico.com.br/cerrado-ameacado/ Acesso em 2021.11.06
Brasília ambiental: https://www.ibram.df.gov.br/bioma-cerrado/Acesso em 2021.11.06
Blog sobre impactos ambientes do Cerrado :https://biomasdocerrado.blogspot.com/p/impactos-ambientais.htmlAcesso em 2021.11.06
Biomas do Cerrado, imagem  disponível em: https://biomasdocerrado.blogspot.com/p/impactos-ambientais.htmlAcesso em 2021.11.06
imagem disponível em/:http://inct-bionat.iq.unesp.br/biomas/cerrado/ Acesso em 2021.11.06
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42995360Acesso em 2021.11.06
Site Ecoa:   https://ecoa.org.br/se-nao-os-sojeiros-quem-e-o-culpado-pelo-desmatamento-do-cerrado/ Acesso em 2021.11.06
Imagem disponível  em :  https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/os-impactos-ambientais-causados-pela-degradacao-cerradoAcesso em 2021.11.06

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