Buscar

16473510-etica-no-servico-publico

Prévia do material em texto

SISTEMA DE ENSINO
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Livro Eletrônico
DIOGO SURDI
Diogo Surdi é formado em Administração Pública 
e é professor de Direito Administrativo em 
concursos públicos, tendo sido aprovado para 
vários cargos, dentre os quais se destacam: 
Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil 
(2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), 
Analista Tributário da Receita Federal do Brasil 
(2012) e Técnico Judiciário dos seguintes 
órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-
MS e MPU.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
3 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
Ética no Serviço Público ...............................................................................4
1. Ética, Moral, Valores e Virtudes .................................................................4
2. A Importância da Ética no Serviço Público ..................................................7
3. Improbidade Administrativa .....................................................................9
3.1. Conceito de Improbidade e Disposições Constitucionais .............................9
3.2. Sujeitos da Ação de Improbidade .........................................................11
3.3. Atos de Improbidade Administrativa .....................................................19
3.4. Características dos Atos de Improbidade Administrativa ..........................26
3.5. Indisponibilidade dos Bens ..................................................................30
3.6. Penas Aplicáveis ................................................................................32
3.7. Declaração de Bens ............................................................................35
Questões de Concurso ...............................................................................37
Gabarito ..................................................................................................53
Gabarito Comentado .................................................................................54
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
4 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
1. Ética, Moral, Valores e Virtudes
Inicialmente, temos que compreender o significado da palavra ética, bem como 
as diferenças existentes entre ética e moral. Constantemente, tais conceitos são 
utilizados como sinônimos, o que não faz nenhum sentido.
A palavra Ética deriva do grego ethos, que tem o mesmo sentido de “modo de 
ser, caráter, costume”.
A palavra Moral, por sua vez, deriva do latim mos, significando “comportamen-
to”.
Podemos conceituar ética como a disciplina filosófica que se ocupa com a re-
flexão a respeito das noções e princípios que fundamentam a vida moral. 
Essa reflexão pode seguir as mais diversas direções, dependendo da concepção de 
homem que se toma como ponto de partida.
Da mesma forma, podemos conceituar moral como o conjunto dos costumes e 
juízos morais de um indivíduo ou de uma sociedade que possui caráter nor-
mativo.
Como exemplo, podemos analisar a situação hipotética do apedrejamento de 
mulheres por um grupo de muçulmanos.
Nesta situação, a ética se preocuparia em analisar o comportamento humano, que 
no exemplo seria o próprio apedrejamento, independente de que o provocou e do 
local onde o mesmo foi realizado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
5 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
Já a moral analisaria se o comportamento é cabível segundo as regras daquela 
sociedade. Neste sentido, temos que a virtude está inteiramente ligada ao conceito 
de moral, estando relacionada à capacidade das pessoas fazerem o bem e utiliza-
rem-se da moral pessoal.
No exemplo do apedrejamento, percebemos que no Brasil ele não seria aceito, 
resultando, em caso de sua ocorrência, em diversas infrações.
No caso do Irã, por outro lado, ele seria perfeitamente cabível.
Conseguimos perceber, com isso, que a ética é universal, enquanto a moral 
é cultural. Para não restar dúvidas, vamos sintetizar os dois conceitos:
Além dos conceitos de ética e de moral, devemos conhecer também as defini-
ções utilizadas para os valores e as virtudes.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
6 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
Os valores, em linhas gerais, podem ser entendidos como os padrões de con-
duta mantidos por determinado indivíduo, que, para isso, levará em conta a socie-
dade na qual está inserido.
Os valores se diferenciam dos demais conceitos éticos na medida em que estão 
relacionados com a subjetividade de cada indivíduo. Neste sentido, aquilo 
que é considerado de valor ético para uma pessoa pode não ser para a outra, ou 
então o grau de importância conferido a determinados valores tende, quase sem-
pre, a não ser o mesmo.
Importante mencionar que os valores são intimamente relacionados e in-
fluenciados pela cultura de cada pessoa. Assim, a depender de aspectos re-
lacionados com a criação, com a base cultural, com a família e com os diversos 
grupos conhecidos ao longo da vida, cada pessoa forma uma espécie de “conjunto 
de valores” a ser seguido em sua vida.
Já as virtudes estão relacionadas com a capacidade do indivíduo, diante de 
duas alternativas, optar por aquela que é considerada a mais correta e jus-
ta. Logo, a virtude pode ser definida como a propensão que as pessoas possuem 
para, com base nos valores, tomar decisões que sejam consideradas corretas e 
honestas.
De acordo com Aristóteles, as virtudes podem ser classificadas em intelectuais 
e morais.
As virtudes intelectuais estão relacionadas com o ensino e o aprendizado ao 
longo do tempo. Logo, uma pessoa que sempre frequentou a escola, de acordo 
com o autor, tende a tomar decisões que estejam mais de acordo com as virtudes 
intelectuais do que uma pessoa, por exemplo, analfabeta.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
7 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
As virtudes morais, por sua vez, são adquirida ao longo dos anos com a força 
do hábito, não dependendo, ao contrário do que ocorre com as virtudes intelectu-
ais, de estudo ou conhecimento prévio.
De acordo com a teoria do autor, até mesmo uma pessoa analfabeta pode vir a 
desempenhar de uma melhor forma a virtude moral, algo que não ocorre, pratica-
mente, com as virtudes intelectuais.
2. A Importância da Ética no Serviço Público
Já sabemos o significado de Ética. Mas qual a razãode termos, no âmbito do 
serviço público, diversos Código de Ética regulando as diversas práticas que 
podem ou não ser praticadas pelos agentes públicos e demais colaboradores? 
Em outras palavras, não bastariam as diversas leis disciplinando os deveres e 
proibições a serem observados?
Para respondermos esta pergunta, temos que saber que todos os Códigos de 
Ética derivam do princípio da moralidade.
Mas esta moral administrativa difere em muitos aspectos da moral co-
mum. Enquanto a moralidade administrativa está ligada à ideia de boa ou má 
administração e aos preceitos éticos da probidade, decoro e boa-fé, a moral 
comum está baseada unicamente na crença entre o bem e o mal.
Dessa forma, nota-se que a moral administrativa é um conceito bem mais amplo 
que o da moral comum.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
8 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
E justamente por ser um conceito amplo é que surgem as principais dúvidas 
pertinentes a este princípio: Seria ele de caráter subjetivo ou objetivo? Em 
caso de desrespeito, teríamos anulação ou revogação?
Já está pacificado na doutrina que o princípio da moralidade, ainda que dotado 
de certo grau de subjetivismo (pois certas situações podem depender do julgamen-
to de cada administrador, que terá uma opinião sobre o ato ser ou não contrário à 
moralidade), o princípio é de caráter objetivo.
E, por ser de caráter objetivo, a sua não observância acarreta a anulação do 
ato administrativo, e não a simples revogação. A anulação importa controle de 
legalidade, enquanto a revogação adentra apenas no mérito do ato, analisando os 
aspectos de conveniência e oportunidade. Ato contrário ao princípio da morali-
dade, portanto, é ato nulo.
Outra peculiaridade do princípio em estudo é que, ao listá-lo como princípio 
básico da Administração Pública, o legislador constitucional optou pela não juridi-
cização das regras morais da sociedade.
Mas e o que vem a ser essa não juridicização?
Simples, aluno(a)... Se a ideia do Poder Constituinte fosse a de ter uma so-
ciedade onde todas as regras de comportamento fossem pautadas estritamente 
pelas leis, teríamos a juridicização. Nesta situação, bastaria aos agentes pú-
blicos obedecerem aos diversos mandamentos estabelecidos em leis para 
que suas condutas fossem consideradas morais.
Em resumo, bastaria que o Princípio da Legalidade fosse observado!
Ao incluir a Moralidade como princípio básico da Administração Pública, por 
outro lado, o legislador constitucional quis que os agentes públicos não apenas 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
9 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
obedecessem às estritas regras previstas em lei, mas também que suas condutas 
fossem pautadas em padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé.
Aliás, fica a dica para a sua prova: Se a banca des-
crever uma determinada situação e pedir qual princípio 
que se aplica à situação narrada, certamente a respos-
ta será moralidade, que possui como principais ca-
racterísticas os subprincípios da probidade, decoro, 
boa-fé e honestidade.
3. Improbidade Administrativa
3.1. Conceito de Improbidade e Disposições Constitucionais
Para compreendermos as disposições concernentes à lei da improbidade admi-
nistrativa, devemos, em um primeiro momento, entender a origem da prática dos 
atos de improbidade.
Assim, devemos fazer menção ao princípio da moralidade, que, em sentido 
amplo, comporta os subprincípios da probidade, decoro e boa-fé. Como é sabi-
do, a moralidade é um princípio constitucionalmente estabelecido, de forma a ser 
observado pelos órgãos e entidades de todos os entes federativos, independente de 
estarmos no âmbito do Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário.
Não respeitar a moralidade ou qualquer um de seus subprincípios acarreta a 
anulação do ato administrativo praticado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
10 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
Neste sentido, para conferir maior segurança ao respeito do subprincípio da 
probidade, é que a Constituição Federal estabeleceu, em seu artigo 37, § 4º, as se-
guintes consequência para a prática dos atos de improbidade:
Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, 
a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na 
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Tal artigo, no entanto, trata-se de norma constitucional de eficácia limitada, ca-
recendo, quando da promulgação da Constituição Federal, de regulamentação para 
a produção de efeitos jurídicos.
Dessa forma, foi com a edição, em 1992, da Lei n. 8.429, conhecida como lei 
da improbidade administrativa, que o legislador infraconstitucional estabeleceu 
as regras e procedimentos a serem observados quando da prática de atos de im-
probidade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
11 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
Importante salientar que a Lei n. 8.429 é uma lei nacional, sendo, por isso 
mesmo, de observância obrigatória por parte da administração direta e indireta 
de todos os entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municí-
pios).
Todas as regras que iremos ver, a partir de agora, são oriundas do mencionado 
diploma legal.
3.2. Sujeitos da Ação de Improbidade
Analisar os sujeitos ativo e passivo da lei de improbidade administrativa é com-
preender quais partes figuram no polo ativo e passivo da relação jurídica instaurada 
com o cometimento da improbidade.
Ao passo que os sujeitos ativos são aqueles que podem vir a cometer atos de 
improbidade administrativa e a figurar no polo passivo da respectiva ação, os sujei-
tos passivos são as pessoas jurídicas vítimas dos atos ímprobos, figurando, quando 
da instauração da ação de improbidade, no polo ativo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
12 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
3.2.1. Sujeitos Ativos
Os sujeitos ativos, como já mencionado, são as pessoas que podem vir a come-
ter atos que sejam configurados como improbidade administrativa.
De acordo com o artigo 2º da Lei n. 8.429, extraímos a relação de pessoas com 
vínculo com o Poder Público que podem vir a se tornar sujeito passivo da ação de 
improbidade.
Reputa-se agente público, para os efeitos destalei, todo aquele que exerce, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação 
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função 
nas entidades mencionadas no artigo anterior.
Trata-se de um conceito extremamente amplo de agente público, de forma que 
mesmo aqueles que exerçam suas atribuições em caráter transitório ou ainda que 
sem remuneração são considerados, para efeitos legais, como possíveis sujeitos 
ativos.
Jaime foi escolhido para ser jurado em um Tribunal do Júri, oportunidade em que 
desempenhará uma função pública de caráter transitório e sem remuneração.
Caso Jaime pratique alguma das condutas elencadas como atos de improbidade 
administrativa, deverá, nos termos legais, ser responsabilizado com base nas dis-
posições da Lei n. 8.429.
O conceito de sujeito ativo, entretanto, não compreende apenas as pessoas 
que tenham algum tipo de vínculo com o Poder Público, abrangendo também as 
pessoas que, ainda que não sejam titulares de cargo, emprego ou função pública, 
induzam ou concorram para a prática de improbidade administrativa.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
13 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
Neste sentido é a previsão da Lei n. 8.429, conforme disposição do seu arti-
go 3º:
As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo 
agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se be-
neficie sob qualquer forma direta ou indireta.
Assim, chegamos a constatação que duas são as classes de pessoas que podem 
figuram como sujeito ativo dos atos de improbidade administrativa: os que man-
tenham algum vínculo com o Poder Público, ainda que transitório ou sem remune-
ração, e os particulares que induzam ou concorram para a prática de improbidade.
Obs.: � No entanto, temos que fazer uma importante distinção no que se refere às 
duas classes de pessoas que podem vir a figurar como sujeito ativo dos atos 
de improbidade:
 � - Para que o agente público venha a figurar como sujeito ativo, basta que 
ele tenha agido com dolo (intencionalmente) ou com culpa (por negligência, 
imperícia ou imprudência).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
14 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
 � - Para que o particular (que tenha induzido ou concorrido para a improbida-
de) figurar como sujeito ativo, faz-se necessário, obrigatoriamente, que ele 
tenha agido com dolo, ou seja, que tenha havido a intenção do particular em 
cooperar para a improbidade.
Trata-se de uma regra que faz todo o sentido, uma vez que a participação do 
particular, ainda que tenha sido de extrema importância para a caracterização da ir-
regularidade, jamais seria capaz, por si só, de gerar a improbidade administrativa. 
Para a configuração do ilícito, faz-se necessária a existência de um elo de ligação 
com o serviço público, condição que é preenchida pelo respectivo agente público.
Neste sentido já decidiu o STJ, no REsp 1155992, de seguinte teor:
1. Os arts. 1º e 3º da Lei n. 8.429/1992 são expressos ao prever a responsa-
bilização de todos, agentes públicos ou não, que induzam ou concorram para 
a prática do ato de improbidade ou dele se beneficiem sob qualquer forma, 
direta ou indireta.
2. Não figurando no polo passivo qualquer agente público, não há como o par-
ticular figurar sozinho como réu em Ação de Improbidade Administrativa.
Durante muito tempo, a doutrina se dividia acerca da possibilidade de as pes-
soas jurídicas virem a figurar como sujeito ativo dos atos de improbidade adminis-
trativa. Tal controvérsia foi sanada no julgamento do REsp 970.393, de autoria do 
STJ, que decidiu que as pessoas jurídicas, tal como ocorre com os agentes públicos, 
podem perfeitamente concorrer para a prática dos atos de improbidade.
Considerando que as pessoas jurídicas podem ser beneficiadas e condenadas 
por atos ímprobos, é de se concluir que, de forma correlata, podem figurar no 
polo passivo de uma demanda de improbidade, ainda que desacompanhada 
de seus sócios.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
15 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
Até tempos atrás, o entendimento consolidado pelas bancas organizadoras era 
de que as disposições da lei de improbidade administrativa não se aplicavam aos 
agentes políticos que estivessem sujeitos às disposições da Lei n. 1.079, de 1950 
(lei dos crimes de responsabilidade).
Tal entendimento podia ser verificado, por exemplo, no âmbito da reclamação 
2138-DF, de autoria do STF:
Os atos de improbidade administrativa são tipificados como crime de responsabilidade 
na Lei n. 1.079/1950, delito de caráter político-administrativo. II. Distinção entre os 
regimes de responsabilização político-administrativa. O sistema constitucional brasileiro 
distingue o regime de responsabilidade dos agentes políticos dos demais agentes públi-
cos. A Constituição não admite a concorrência entre dois regimes de responsabilidade 
político-administrativa para os agentes políticos: o previsto no art. 37, § 4º (regulado 
pela Lei n. 8.429/1992) e o regime fixado no art. 102, I, c, (disciplinado pela Lei n. 
1.079/1950). Se a competência para processar e julgar a ação de improbidade (CF, 
art. 37, § 4º) pudesse abranger também atos praticados pelos agentes políticos, sub-
metidos a regime de responsabilidade especial, ter-se-ia uma interpretação ab-rogante 
do disposto no art. 102, I, c, da Constituição. II.
No mencionado julgado, o STF afirma a impossibilidade de os agentes públicos 
virem a ser responsabilizados por dois regimes distintos. No caso em tela, afir-
mou-se que os Ministros de Estado não responderiam pela prática de improbidade 
administrativa, com base nas disposições da Lei n. 8.429, uma vez que já se en-
contravam regidos pelas normas da Lei n. 1.079.
Com a decisão, o STF diferenciou os atos de improbidade administrativa das 
condutas que acarretam crime de responsabilidade, de forma que os agentes que 
se encontram regidos pelas disposições deste último regime (crime de responsabi-
lidade) não podem respondem por improbidade administrativa.
Contudo, em decisão histórica, proferida no final de 2015, o STF, em decisão 
unânime, inverteu a posição que até então defendia, assegurando que os agentes 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
16 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
políticos estão sujeitos a uma “dupla normatividade em matéria de improbidade, 
com objetivos distintos” Pet 3.923/SP.
Professor, isso significa que todos os agentes políticos estão sujeitos à dupla 
responsabilização (por crime de responsabilidadee com base nas regras de im-
probidade administrativa)?
Quase todos! De acordo com o STF, em decisão proferida no AC 3585 AgR/RS, 
todos os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, estão sujeitos 
à dupla responsabilização.
A exceção ao Presidente da República ocorre na medida em que tal agente pos-
sui um regramento para as ações de improbidade administrativa previsto na pró-
pria Constituição Federal, que possui a seguinte redação:
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que aten-
tem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
V – a probidade na administração;
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da 
Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal 
Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de res-
ponsabilidade.
Para fins de prova, levaremos os seguintes entendimentos:
•	 Todos os agentes administrativos estão sujeitos às disposições da Lei n. 8.429 
no que se refere aos atos de improbidade administrativa.
•	 Os agentes políticos, de acordo com entendimento recente do STF, estão 
sujeitos a uma dupla responsabilização: tanto por crime de responsabilidade 
quanto por atos de improbidade administrativa.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
17 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
•	 O Presidente da República, em caráter de exceção, não está sujeito a esta 
dupla responsabilização, mas sim apenas ao regramento estabelecido na 
Constituição Federal.
Questão 1   (CEBRASPE (CESPE) - AAP (PGE PE)/PGE PE/CALCULISTA/2019) 
Acerca da responsabilização pela prática de ato de improbidade administrativa, 
julgue o item a seguir, à luz da Lei n. 8.429/1992.
Estudante maior de vinte e um anos de idade que estagia sem remuneração em 
empresa pública estadual estará sujeito a responder por ato de improbidade ad-
ministrativa caso se utilize de sua condição de estagiário para auferir vantagem 
econômica indevida.
Certo.
Os estagiários, ainda que exerçam suas atividades sem remuneração, são conside-
rados, para fins de responsabilização por ato de improbidade administrativa, como 
agentes públicos.
Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, 
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, 
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, empre-
go ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
Neste mesmo sentido, merece ser destacado o entendimento do STJ sobre o assun-
to, conforme observa-se da decisão proferida no Resp. 1.352.035.
O estagiário que atua no serviço público, ainda que transitoriamente, remunerado ou 
não, está sujeito a responsabilização por ato de improbidade administrativa (Lei n. 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
18 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
8.429/1992). De fato, o conceito de agente público, constante dos artigos 2º e 3º da Lei 
n. 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), abrange não apenas os servidores 
públicos, mas todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, 
por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura 
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função na Administração Pública. Assim, na 
hipótese em análise, o estagiário, que atua no serviço público, enquadra-se no conceito 
legal de agente público preconizado pela Lei n. 8.429/1992 (...)
3.2.2. Sujeitos Passivos
Os sujeitos passivos, de maneira contrária, são as pessoas jurídicas que são 
lesadas pela prática de improbidade administrativa, passando a figurar, quando da 
respectiva ação, no polo ativo da demanda.
De acordo com a Lei n. 8.429, são as seguintes as pessoas que podem figurar 
em tal situação (extração do artigo 1º):
•	 Administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território;
•	 Empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação 
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por 
cento do patrimônio ou da receita anual;
•	 Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de 
órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja 
concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou 
da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à reper-
cussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
Tais entidades, conforme mencionado, são as que são lesadas com a prática de 
atos de improbidade administrativa, vindo a figurar, no âmbito da relação proces-
sual instaurada com a ação de improbidade, no polo ativo da demanda.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
19 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
Importante salientar, neste sentido, que o Ministério Público, ainda que não seja 
uma das entidades relacionadas expressamente pela Lei n. 8.429, pode figurar, tal 
como as demais pessoas jurídicas, no polo ativo da ação.
O fundamento para tal atuação é a defesa, por parte do Ministério Público, dos 
interesses públicos indisponíveis, conforme previsão no artigo 127 da Constituição 
Federal:
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional 
do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos 
interesses sociais e individuais indisponíveis.
3.3. Atos de Improbidade Administrativa
A Lei n. 8.429 apresenta, a depender da conduta do agente público ou de ter-
ceiros relacionados, quatro espécies de atos de improbidade administrativa, sendo 
elas: atos que importam em enriquecimento ilícito, atos que causam preju-
ízo ao erário, atos que atentam contra os princípios da administração pú-
blica e atos que violam a legislação do ISS no que se refere aos benefícios 
financeiros ou tributários.
A depender da configuração em cada uma das espécies, diversas sanções de 
natureza administrativa, cível e política são aplicadas aos responsáveis.
Frisa-se que o conhecimento das ações de improbidade administrativa elenca-
das exemplificativamente pela Lei n. 8.429 é um dos temas mais exigidos em pro-
vas de concursos públicos, sendo bastante comum as bancas apresentarem uma 
conduta ímproba e exigirem do candidato qual a classificação com base na norma 
legal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
20 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
Assim, antes de conhecermos as condutas previstas no texto da Lei n. 8.429, 
precisamos conhecerum método que possibilita a rápida resolução deste tipo de 
questão sem a eventual necessidade do candidato memorizar todas as con-
dutas previstas em lei.
- Enriquecimento ilícito: o agente público é quem 
recebe vantagem indevida.
- Prejuízo ao erário: um terceiro (que não o agente 
público) recebe a vantagem ou alguma norma prevista 
em lei ou regulamento não é observada.
- Violação aos princípios: Situações que não geram, 
por si só, vantagem indevida ao agente público ou a 
terceiros.
- Violação da legislação do ISS: Situações relacio-
nadas com benefícios financeiros ou tributários.
Caso um agente público utilize bens da administração pública para a realização de 
atividades particulares, estamos diante de uma conduta que representa uma van-
tagem direta ao servidor, uma vez que é ele que será beneficiado com a utilização 
dos bens. Logo, trata-se de enriquecimento público.
Caso o agente público apenas permita que os bens da repartição sejam utilizados, 
em atividades particulares, por terceiros, nota-se que não é o servidor quem está 
recebendo diretamente a vantagem, mas sim um terceiro alheio ao serviço público. 
Neste caso, estamos diante de um ato que causa prejuízo ao erário.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
21 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
Caso o agente público, notificado pela administração, não preste suas contas no 
prazo legal, estaremos diante de uma conduta que não causa, por si só, vantagem 
ao servidor ou a terceiros. Por exclusão, estamos diante de um ato que atenta 
contra os princípios da administração pública.
3.3.1. Atos que Importam Enriquecimento Ilícito
Estabelece o artigo 9º da Lei n. 8.429 uma série de condutas que resultam na 
mais grave das espécies de improbidade administrativa:
Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito 
auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, 
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1º desta 
lei, e notadamente:
I – receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra 
vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratifica-
ção ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou 
amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
II – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, per-
muta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades 
referidas no art. 1º por preço superior ao valor de mercado;
III – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, per-
muta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço 
inferior ao valor de mercado;
IV – utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou ma-
terial de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades 
mencionadas no art. 1º desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empre-
gados ou terceiros contratados por essas entidades;
V – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a 
exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, 
de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer 
declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro ser-
viço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou 
bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
VII – adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou fun-
ção pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do 
patrimônio ou à renda do agente público;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
22 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
VIII – aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessora-
mento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou 
amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante 
a atividade;
IX – perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba 
pública de qualquer natureza;
X – receber vantagem econômica de qualquer
natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração 
a que esteja obrigado;
XI – incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores 
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
XII – usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo 
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei.
3.3.2. Atos que Causam Prejuízo ao Erário
As condutas que são configuradas como prejuízo ao erário estão previstas, de 
forma exemplificativa, no artigo 10 da Lei n. 8.429.
Tais atos de improbidade administrativa possuem a peculiaridade de poder re-
sultar tanto de condutas omissivas quanto comissivas do agente público. Da mes-
ma forma, podem dar ensejo à lesão ao erário atos dolosos (com intenção) ou 
culposos (em que houve a imperícia, a negligência ou a imprudência do 
agente estatal).
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer 
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, 
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º 
desta lei, e notadamente:
I – facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, 
de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo pa-
trimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
II – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, 
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º 
desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à es-
pécie;
III – doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins 
educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
23 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e 
regulamentares aplicáveis à espécie;
IV – permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patri-
mônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de 
serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;
V – permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço 
superior ao de mercado;
VI – realizar operação financeira sem observância das normaslegais e regulamentares 
ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
VII – conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades 
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração 
de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;
IX – ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regula-
mento;
X – agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz 
respeito à conservação do patrimônio público;
XI – liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de 
qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XII – permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
XIII – permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipa-
mentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer 
das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, bem como o trabalho de servidor públi-
co, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de ser-
viços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas 
na lei;
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação 
orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.
XVI – facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio par-
ticular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transfe-
ridos pela administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, 
sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XVII – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, 
rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade 
privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais 
ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XVIII – celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a ob-
servância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XIX – agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de con-
tas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
24 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
XX – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades 
privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma 
para a sua aplicação irregular.
XXI – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades 
privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma 
para a sua aplicação irregular.
Questão 2   (CEBRASPE (CESPE) - ASSP (PGE PE)/PGE PE/2019) Considerando a 
Lei n. 8.429/1992 e a Lei Estadual n. 11.781/2000 — que trata de processo admi-
nistrativo estadual —, julgue o item, a respeito de improbidade administrativa.
Servidor público que aja negligentemente na fiscalização das prestações de contas 
de parceria firmada pela administração pública com entidade privada cometerá ato 
de improbidade administrativa.
Certo.
Assim como afirmado, a conduta é qualificada como ato de improbidade adminis-
trativa (no caso, por lesão ao erário).
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer 
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, 
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º 
desta lei, e notadamente:
XIX – agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de con-
tas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;
3.3.3. Atos que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública
Por fim, temos os atos de improbidade administrativa que atentam contra 
os princípios da administração pública. Em tais situações, ainda que não tenha 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
25 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
ocorrido a vantagem do agente público ou de terceiros, certos princípios ou deveres 
do Poder Público deixaram de ser observados.
Relaciona-se abaixo tais condutas, com a menção ao princípio ou dever que dei-
xou de ser observado pelo agente público:
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da 
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, 
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, 
na regra de competência; (Legalidade)
II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; (Poder-Dever de Agir)
III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que 
deva permanecer em segredo; (Publicidade)
IV – negar publicidade aos atos oficiais; (Publicidade)
V – frustrar a licitude de concurso público; (Impessoalidade)
VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; (Probidade)
VII – revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva 
divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mer-
cadoria, bem ou serviço; (Publicidade)
VIII – descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas 
de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas. (Legalida-
de)
IX – deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legisla-
ção. (Legalidade)
X – transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área 
de saúde sem a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere, 
nos termos do parágrafo único do art. 24 da Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. 
(Legalidade)
Questão 3   (CEBRASPE (CESPE) - ASSP (PGE PE)/PGE PE/2019) Acerca de im-
probidade administrativa, julgue o item subsecutivo.
O agente público que nega publicidade de atos administrativos oficiais comete ato 
ímprobo que atenta contra os princípios da administração pública.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
26 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
Certo.
Ao negar publicidade aos atos oficiais, o agente público comete improbidade admi-
nistrativa por violar os princípios da Administração Pública.
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da 
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, 
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
IV – negar publicidade aos atos oficiais;
3.3.4. Atos Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefí-
cio Financeiro ou Tributário
A Lei Complementar n. 157,de 2016, instituiu uma nova modalidade de atos de 
improbidade administrativa.
De acordo com a Lei n. 8.429, enquadra-se em tal modalidade qualquer ação 
ou omissão destinada a conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou 
tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Comple-
mentar n. 116, de 31 de julho de 2003 (que é a norma relacionada com o ISS).
3.4. Características dos Atos de Improbidade Administrativa
Como se percebe, as quatro grandes espécies de atos de improbidade adminis-
trativa estão hierarquizadas de acordo com a lesão sofrida pelo patrimônio público.
Dessa forma, sempre que um ato cause enriquecimento ilícito, ainda que possa 
recair em outra hipótese de ilícito (prejuízo ao erário ou desobediência aos princí-
pios da administração), será configurado como pertencente ao primeiro caso.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
27 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
Neste sentido, inclusive, já decidiu o STJ, conforme se observa do julgamento 
do Recurso Especial 1.075.882, de seguinte teor:
1. A Lei de Improbidade Administrativa visa a tutela do patrimônio público e da 
moralidade, impondo aos agentes públicos e aos particulares padrão de com-
portamento probo, ou seja, honesto, íntegro, reto.
2. A Lei n. 8.429/1992 estabelece três modalidades de improbidade adminis-
trativa, previstas nos arts. 9º, 10 e 11, a saber, respectivamente: enriqueci-
mento ilícito, lesão ao erário e violação aos princípios norteadores da Adminis-
tração Pública.
3. A conduta prevista no art. 9º da LIA (enriquecimento ilícito) abrange, por 
sua amplitude, as demais formas de improbidade estabelecidas nos artigos 
subsequentes. Desta maneira, a violação aos princípios pode ser entendida, 
em comparação ao direito penal, como “soldado de reserva”, sendo, aplicada, 
subsidiariamente, isto é, quando a conduta ímproba não se subsume nas 
demais formas previstas.
Outro ponto importante se refere à necessidade da existência de dolo ou culpa 
para a caracterização de cada uma das hipóteses elencadas nas quatro espécies de 
atos de improbidade.
De acordo com a doutrina majoritária, as condutas que resultam em enrique-
cimento ilícito ou em desrespeito aos princípios da administração pública 
necessitam, para a sua configuração, da presença de dolo (intenção) do agente 
público para a sua configuração. Dessa forma, a simples conduta culposa do agente 
não enseja a configuração de improbidade administrativa nas espécies enriqueci-
mento ilícito e lesão aos princípios da administração pública.
Nos casos de prejuízo ao erário, por sua vez, a improbidade estará confi-
gurada tanto nas hipóteses de dolo quanto nas condutas praticadas com 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
28 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
simples culpa do agente público. Tal entendimento está consubstanciado no 
julgamento do Recurso Especial 1.364.529, da lavra do STJ:
Para que seja configurado o ato de improbidade de que trata a Lei n. 8.429/99, “é 
necessária a demonstração do elemento subjetivo, consubstanciado pelo dolo para os 
tipos previstos nos artigos 9º e 11 e, ao menos, pela culpa, nas hipóteses do artigo 10”.
Sobre os atos de improbidade administrativa que causam enriquecimento ilícito 
ou lesão ao erário, merecem destaque, ainda, alguns artigos da Lei n. 8.429:
Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do 
agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. (art. 5º)
No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os 
bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. (art. 6º)
Tais artigos possuem o claro objetivo de evitar que uma possível omissão legis-
lativa seja alegada, pela parte que está respondendo pela prática de improbidade 
administrativa, como forma de evitar o ressarcimento ao Poder Público ou a perda 
dos bens acrescidos ao patrimônio quando da pratica dos atos em questão.
Ainda como forma de evitar que não haja o correto ressarcimento dos danos cau-
sados ao Poder Público, o artigo 8º da mesma norma estabelece que “o sucessor 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
29 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicita-
mente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da heran-
ça”.
Tal regra encontra fundamento na obrigação do Estado em preservar o bem-es-
tar coletivo, garantindo que o interesse público seja preservado ante as práticas 
que tentam usufruir indevidamente dos direitos indisponíveis da sociedade.
Obs.: � Uma das principais finalidades do Estado é a garantia do bem-estar da popu-
lação existente em seu território.
 � Como é a população, basicamente, quem financia, por meio do pagamento 
de tributos, as atividades do Estado, quando ocorre uma prática de impro-
bidade administrativa que causa prejuízo ao Erário, é o próprio patrimônio 
coletivo que está sendo dilapidado.
 � Assim, cabe ao Estado, por meio da exigência de ressarcimento aos cofres 
públicos, a manutenção do patrimônio daqueles que financiam as suas ati-
vidades, qual seja, o povo.
Assim, se algum agente público adquirir, ao longo de sua carreira no serviço 
público, bens que são comprovadamente desproporcionais ao valor da sua remu-
neração, estaremos diante da prática de improbidade administrativa causadora de 
enriquecimento ilícito.
Nesta situação, caso tal agente venha a falecer, ocorrerá a transferência do 
patrimônio, oportunidade em que os sucessores receberão a herança do agente 
ímprobo.
E como boa parte dos bens transferidos foram adquiridos com base no ato 
de improbidade, uma vez que o Poder Público tome conhecimento da prática, 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
30 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
poderá exigir dos herdeiros a responsabilização, com base nas disposições da Lei 
n. 8.429, até o limite dos valores que foram transferidos.
3.5. Indisponibilidade dos Bens
Como anteriormente mencionado, o artigo 37, § 4º, da Constituição Federal 
estabelece uma série de consequências para os atos de improbidade administra-
tiva, dentre as quais se inclui a possibilidade da decretação da indisponibilidade 
dos bens.
Em sintonia com a disposição constitucional, a Lei n. 8.429 estabelece, em seu 
artigo 7º, que a indisponibilidade dos bens será declarada sempre que o ato de im-
probidade administrativa ficar caracterizado como enriquecimento ilícito ou lesão 
ao patrimônio público.
Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriqueci-
mento ilícito, caberá aautoridade administrativa responsável pelo inquérito representar 
ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegu-
rem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do 
enriquecimento ilícito.
Importante mencionarmos que a indisponibilidade dos bens não trata-se de uma 
espécie de sanção, mas sim de medida cautelar que tem por finalidade assegurar 
que o indiciado não dilapide o seu patrimônio antes que o Poder Público conclua o 
respectivo processo administrativo.
De acordo com a doutrina majoritária, dois são os requisitos que devem estar 
presentes para que seja possível a determinação da indisponibilidade dos bens no 
curso da ação de improbidade administrativa, sendo eles o fumus boni juris e o 
periculum in mora.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
31 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
O fumus boni juris consiste na probabilidade de os fatos imputados ao agente 
público serem verossímeis. Isso não significa que o ato ímprobo deve estar cabal-
mente provado, uma vez que tal pressuposto é averiguado por ocasião da senten-
ça. O que deve existir é uma grande possibilidade, no curso do processo adminis-
trativo, da ocorrência do ato de improbidade administrativa.
O periculum in mora (também conhecido como perigo de dano iminente e 
irreparável) por sua vez, refere-se à possibilidade daquele que está indiciado dila-
pidar o seu patrimônio, impossibilitando a devolução dos valores devidos aos cofres 
públicos.
Uma vez estando presentes estas duas características, a autoridade adminis-
trativa representa ao Ministério Público, que, analisando os fatos, requer ao juiz 
responsável pela ação a decretação da indisponibilidade dos bens.
Ressalta-se que a possibilidade de decretação da indisponibilidade dos bens é 
privativa do Poder Judiciário, não havendo que se falar na possibilidade do Ministé-
rio Público atuar desta forma.
Álvaro foi indiciado pelo cometimento de ato de improbidade administrativa que 
configura enriquecimento ilícito.
Neste caso, a autoridade que está conduzindo o inquérito, verificando que é muito 
provável que tenha ocorrido a improbidade (fumus boni juris), bem como que 
Álvaro está em vias de dilapidar os seus bens (periculum in mora), representa ao 
Ministério Público, que, após analisar os fatos, requer ao Poder Judiciário a decre-
tação da indisponibilidade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
32 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
3.6. Penas Aplicáveis
Para cada uma das condutas que dão ensejo às quatro diferentes espécies de 
improbidade administrativa, a Lei n. 8.429 apresenta uma série de sanções de na-
tureza administrativa, civil e política.
Tais sanções estão hierarquizadas de acordo com a gravidade da conduta, de 
forma que as ações que ensejam enriquecimento ilícito possuem como conse-
quência as sanções mais graves, as que ensejam lesão ao patrimônio público 
possuem sanções intermediárias e as que atentam contra os princípios da ad-
ministração pública, por sua vez, possuem as sanções de menor gravidade.
As sanções de natureza civil são aquelas que implicam na obrigação de pagar 
ou devolver algo ao poder público. De acordo com as normas da Lei n. 8.429, são 
as seguintes:
•	 Ressarcimento ao Erário;
•	 Perda dos Bens e Valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;
•	 Multa;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
33 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
As sanções de natureza política são aquelas que implicam em restrições aos 
direitos políticos, sendo, nos termos do dispositivo legal, uma só:
•	 Suspensão dos direitos políticos;
Por fim, as sanções administrativas são aquelas que implicam na impossibi-
lidade de ser mantido vínculo com a administração pública, sendo elas:
•	 Perda da função pública;
•	 Proibição de contratar com o Poder Público;
•	 Proibição de receber incentivos fiscais ou creditícios por parte do Poder Pú-
blico.
Tais sanções, independente da natureza (administrativa, civil e política), são 
graduadas, conforme já mencionado, de acordo com a gravidade da conduta pra-
ticada pelo agente público ou por terceiro, conforme se extrai do artigo 12 da Lei 
n. 8.429:
Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação 
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, 
que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do 
fato (...)
Ato de Improbidade Sanção Polí-
tica
Sanção Cível Sanção Administra-
tiva
Enriquecimento Ilí-
cito
Suspensão dos 
direitos polí-
ticos de 8 a 
10 anos
Pagamento de 
multa de até 3 
vezes o valor do 
acréscimo
Proibição de contratar 
ou receber benefícios 
do Poder Público por 
10 anos
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
34 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
Dano causado ao 
Erário
Suspensão dos 
direitos polí-
ticos de 5 a 
8 anos
Pagamento de 
multa de até 2 
vezes o valor 
do dano
Proibição de contratar 
ou receber benefícios 
do Poder Público por 
5 anos
Não obediência aos 
Princípios
Suspensão dos 
direitos polí-
ticos de 3 a 
5 anos
Pagamento de 
Multa civil de até 
100 vezes o valor 
da remuneração 
do agente
Proibição de contratar 
ou receber benefícios 
do Poder Público por 
3 anos
Violação relacionada 
com benefício finan-
ceiro ou tributário 
contrário às disposi-
ções do ISS
Suspensão dos 
direitos polí-
ticos de 5 a 
8 anos
Pagamento de 
multa civil de até 
3 vezes o valor do 
benefício finan-
ceiro ou tributário 
concedido
No que se refere à perda da função pública e à suspensão dos direitos políticos, 
tais sanções só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
A aplicação das sanções previstas na Lei n. 8.429 independe, conforme previsão 
do artigo 21, dos seguintes fatores:
I – da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à 
pena de ressarcimento;
II – da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou 
pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
A circunstância das contas de determinado agente público ou do órgão onde este 
desempenha suas atribuições terem sido aprovadas pelos tribunais ou conselhos de 
contas não impede que, diante de provas, seja o respectivo agente responsabiliza-
do pela prática de improbidade.
Isso ocorre porque os tribunais e conselhos, em determinadas situações, não con-
seguem detectar que houve a prática de improbidade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309,vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
35 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
Da mesma forma, ainda que não haja dano ao patrimônio público, poderá o agente 
público ou terceira pessoa ser responsabilizado pela prática de improbidade, situa-
ção que ocorre, por exemplo, com a violação dos princípios da administração públi-
ca.
A única ressalva, nesta última situação, fica por conta da pena de ressarcimento, 
ou seja, para que o agente seja obrigado a ressarcir o erário, deverá obrigatoria-
mente ser comprovado que houve dano ao Poder Público.
3.7. Declaração de Bens
Dois são os momentos distintos, de acordo com a lei de improbidade, em que o 
agente público deve demonstrar a sua declaração de bens: na posse e no exercí-
cio da função pública.
Assim, ao ser empossado, o agora servidor deve apresentar a declaração de 
todos os bens que constituem o seu patrimônio, incluindo imóveis, móveis, semo-
ventes, dinheiros, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patri-
moniais, localizado no país ou no exterior. Quando for o caso, a declaração deverá 
abranger os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de 
outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos 
apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.
Posteriormente, a cada ano, o agente público deve demonstrar a mesma de-
claração, até que ocorra a sua saída do respectivo cargo, mandato, emprego ou 
função.
A ideia de tal medida é propiciar que a autoridade administrativa verifique a 
evolução patrimonial do agente público, uma vez que esta, quando incompatível 
com a soma das remunerações do servidor, é um dos principais indícios de impro-
bidade administrativa.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
36 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
Como forma de simplificar a comprovação dos valores, o agente público poderá 
entregar, anualmente, cópia de sua declaração do Imposto de Renda à repartição 
pública.
Caso o agente não cumpra com a obrigação de apresentar os bens que com-
põem o seu patrimônio, ou então apresente declaração falsa, teremos, nos termos 
do § 3º do artigo 13 da Lei n. 8.429, a demissão a bem do serviço público, sem 
prejuízo das demais sanções previstas em lei.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de 
outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, 
dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
37 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1   (CEBRASPE (CESPE) - AFRE (SEFAZ RS)/SEFAZ RS/2019) De acordo 
com a Lei n. 8.429/1992, constitui ato de improbidade administrativa que atenta 
especificamente contra os princípios da administração pública qualquer ação ou 
omissão que violar os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealda-
de às instituições, e notadamente
a) negar publicidade aos atos oficiais.
b) facilitar para que terceiro se enriqueça ilicitamente.
c) conceder indevidamente benefício administrativo ou fiscal.
d) representar negligência na arrecadação de tributo e na conservação do patrimô-
nio público.
e) consistir em uso, em proveito próprio, de bens ou valores integrantes do acervo 
patrimonial da administração pública.
Questão 2   (CEBRASPE (CESPE) - PJ (MPE PI)/MPE PI/2019) Prefeito de deter-
minado município deixou de cumprir obrigação legal de prestar contas à respectiva 
câmara municipal. O Ministério Público estadual ajuizou ação de improbidade admi-
nistrativa pelo ato praticado pelo prefeito no exercício de seu mandato.
Nessa situação hipotética, de acordo com a Lei de Improbidade Administrativa e 
com a jurisprudência dos tribunais superiores,
a) não caberia a ação de improbidade por se tratar de ato do prefeito de natureza 
omissiva.
b) não caberia a ação por improbidade, porque os prefeitos se submetem apenas 
à legislação específica sobre crimes de responsabilidade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
38 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
c) caberia a ação por improbidade, desde que observado o foro especial por prer-
rogativa de função para o seu ajuizamento.
d) caberia a ação por improbidade, uma vez que o ato do prefeito atentou contra 
os princípios da administração pública.
e) caberia a ação por improbidade, que deveria ser proposta dentro do prazo pres-
cricional previsto em lei específica para as faltas disciplinares puníveis com demis-
são.
Questão 3   (CEBRASPE (CESPE) - JE TJPR/TJ PR/2019) Conforme a Lei de Impro-
bidade Administrativa, para a configuração de um ato de improbidade por dano ao 
erário, é imprescindível que haja, além do efetivo prejuízo,
a) culpa do agente, ao menos.
b) dolo genérico do agente, ao menos.
c) dolo específico do agente.
d) ilegalidade na conduta, independentemente do elemento subjetivo do agente.
Questão 4   (CEBRASPE (CESPE) - ASSP (PGE PE)/PGE PE/2019) Acerca de im-
probidade administrativa, julgue o item subsecutivo.
Comete ato de improbidade administrativa o agente público que, em razão do 
exercício de sua função, é beneficiado com a aquisição de imóvel cujo valor seja 
desproporcionalmente superior à evolução de sua renda ou patrimônio.
Questão 5   (CEBRASPE (CESPE) - AAP (PGE PE)/PGE PE/CALCULISTA/2019) 
Acerca da responsabilização pela prática de ato de improbidade administrativa, 
julgue o item a seguir, à luz da Lei n. 8.429/1992.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
39 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
Os sucessores de agente público falecido que, em vida, praticou ato de improbidade 
administrativa que importou lesão ao patrimônio público terão obrigação de ressar-
cir o dano apurado até o limite do valor da herança.
Questão 6   (CEBRASPE (CESPE) - AJP (PGE PE)/PGE PE/2019) À luz das normas 
pertinentes à administração pública e com relação a atos e contratos administra-
tivos, serviços públicos, improbidade administrativa e intervenção do Estado na 
propriedade, julgue o item seguinte.
O recebimento de vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação 
de verba pública de qualquer natureza constitui ato de improbidade administrativa 
que importa prejuízo ao erário.
Questão 7   (CEBRASPE (CESPE) - MED LEG (PC MA)/PC MA/2018) A Lei de Im-
probidade Administrativa elenca as penas aplicáveisàqueles que praticarem atos 
de improbidade. O agente público que, atentando contra os princípios da adminis-
tração pública, for condenado em ação de improbidade por ter deixado de praticar, 
indevidamente, ato de ofício, estará sujeito à pena de
a) suspensão dos direitos políticos pelo período de oito a dez anos.
b) suspensão da função pública pelo período de cinco a oito anos.
c) ressarcimento integral do dano, ainda que este seja presumido.
d) proibição de contratar com o poder público pelo prazo de três anos.
e) multa, limitada a vinte vezes o valor da sua remuneração.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
40 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
Questão 8   (CEBRASPE (CESPE) - ESC POL (PC MA)/PC MA/2018) De acordo com 
a Lei de Improbidade — Lei n. 8.429/1992 —, o servidor público que comprovada-
mente tiver causado lesão ao patrimônio público estará sujeito
a) a detenção de cinco a oito anos.
b) à perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
c) ao ressarcimento correspondente ao dobro do valor integral do dano.
d) ao pagamento de multa civil em valor igual ao do acréscimo patrimonial.
e) a suspensão dos direitos políticos por dez anos.
Questão 9   (CEBRASPE (CESPE) - ANA MIN (MPE PI)/MPE PI/ENGENHARIA/EN-
GENHARIA CIVIL/2018) Julgue o item subsequente, relativo a controle da admi-
nistração pública, regime jurídico administrativo, processo administrativo federal e 
improbidade administrativa.
A recusa do servidor público em apresentar declaração anual dos bens e valores 
que compõem o seu patrimônio privado acarretar-lhe-á a penalidade de suspensão, 
que somente será convertida em demissão caso a falta documental não seja resol-
vida dentro do prazo legalmente estipulado.
Questão 10   (CESPE - ADM (FUB)/FUB/2018) José, servidor público federal está-
vel, praticou, no ano de 2017, ato de improbidade administrativa no exercício das 
atribuições de seu cargo, tendo causado prejuízo ao erário. Por isso, ele respondeu 
a processo administrativo disciplinar, no qual teve assegurado o direito à ampla 
defesa e ao contraditório. Ao final do processo, José foi demitido e condenado ao 
ressarcimento integral do dano causado, nos termos da lei.
Nessa situação hipotética, de acordo com os dispositivos do Regime Jurídico dos 
Servidores Públicos Civis da União, da Lei n. 8.429/1992 e os princípios e normas 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
41 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
de ética do servidor público, o ato de improbidade praticado por José teve natureza 
dolosa, uma vez que não se admite conduta culposa para a configuração de ato 
administrativo que gere prejuízo ao erário.
Questão 11   (CESPE - ANA MIN (MPE PI)/MPE PI/PROCESSUAL/2018) O estado 
do Piauí concedeu incentivo fiscal a determinada organização social (OS), visando 
fomentar a execução de projeto social voltado à preservação do meio ambiente. 
Assim, foi firmado contrato de gestão para o fomento e a execução de atividades, 
ficando consignado no ajuste que o ente federado repassaria verba pública à OS. 
No início da execução da parceria, a OS contratou, sem concurso público, um pro-
fissional para trabalhar na área de atuação da OS. No exercício de suas funções, 
esse profissional, com o auxílio de um servidor público estadual, permitiu que sua 
esposa utilizasse, para fins particulares, parte da verba pública transferida pela 
administração pública à entidade. O Ministério Público, ao tomar ciência do fato, 
requereu ao juízo competente medida cautelar de indisponibilidade de bens do tra-
balhador contratado e do servidor público que o havia auxiliado.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
O trabalhador contratado pela OS está sujeito às penalidades da Lei de Improbidade 
Administrativa e poderá figurar como único demandado em ação de improbidade.
Questão 12   (CESPE - ANALISTA MPU/2015) Com base nas disposições da Lei n. 
8.429/1992 e nos preceitos de ética, moral e cidadania, julgue o item seguinte.
Em razão do caráter meramente exemplificativo do rol de condutas que caracteri-
zam os atos de improbidade administrativa, poderá ser cometido ato de improbida-
de ainda que a infração praticada pelo agente público não esteja descrita na Lei de 
Improbidade Administrativa.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
42 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
Questão 13   (CESPE - AUD (FUB)/FUB/2015) A respeito do controle da adminis-
tração pública, julgue o próximo item.
O particular tem legitimidade para figurar como sujeito ativo de ato de improbidade 
administrativa, isolada e independentemente da participação de agentes públicos.
Questão 14   (CESPE – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ/2015) Acerca do processo 
administrativo e da improbidade administrativa, julgue o item que se segue.
Os sucessores da pessoa que causar lesão ao patrimônio público ou enriquecer-se 
ilicitamente poderão sofrer as consequências das sanções patrimoniais previstas na 
Lei de Improbidade Administrativa até o limite do valor da herança.
Questão 15   (CESPE - TJ TJDFT/ADMINISTRATIVA/2015) Julgue o item seguinte, 
com base no disposto na Lei de Improbidade Administrativa.
O estagiário de órgão público não pode ser sujeito ativo de ato de improbidade 
administrativa, em virtude do vínculo precário e transitório que mantém com a ad-
ministração pública.
Questão 16   (CESPE - DEF PF/DPU/2015) Em relação a improbidade administrati-
va e responsabilidade civil do servidor público federal, julgue o item subsequente.
O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade administrativa constante na 
Lei de Improbidade (Lei n. 8.429/1992) é taxativo.
Questão 17   (CESPE - CONT (FUB)/FUB/2015) Maria, servidora pública federal 
estável, integrante de comissão de licitação de determinado órgão público do Poder 
Executivo federal, recebeu diretamente, no exercício do cargo, vantagem econô-
mica indevida para que favorecesse determinada empresa em um procedimento 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA RODRIGUES DA SILVA - 04691624309, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
43 de 93www.grancursosonline.com.br
ÉTICA
Ética no Serviço Público
Prof. Diogo Surdi 
licitatório. Após o curso regular do processo administrativo disciplinar, confirmada 
a responsabilidade de Maria na prática delituosa, foi aplicada a pena de demissão.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir, com base na legisla-
ção aplicável ao caso.
A infração praticada por Maria caracteriza-se como ato de improbidade administra-
tiva que importa enriquecimento ilícito.
Questão 18   (CESPE - ASS ADM (FUB)/FUB/2015) Julgue o item subsecutivo, com 
base nas disposições da Lei n. 8.429/1992.
Servidor público que

Continue navegando