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VICTOR SIQUEIRA BEDUSQUI – RA: 1611402685 – 5º ANO - CLAUDINHO EXMO. SR. DR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ..../UF Processo nº ........... TÍCIO, brasileiro, estado civil, portador do RG sob n° ..., inscrito no CPF/MF sob n° ..., residente e domiciliado na Rua..., n°... cidade... UF, por seu advogado que esta subscreve, em trâmite por esse R. Juízo e Cartório, vem, respeitosamente, com base no artigo 621, I do Código de Processo Penal, requerer REVISÃO CRIMINAL, nos feitos do processo crime n° ... que motivou a sentença, já transitada em julgado, prolatada pelo MM. Juízo da 1ª Vara Criminal da Comarca de X, pelos motivos a seguir expostos. 1. DOS FATOS O réu foi condenadom pelo r. Juízo da 1ª Vara Criminal da Comarca de X, pelo crime tipificado no artigo 157, §2°A, I do Código Penal, sendo fixada a pena com o regime inicial fechado em 8 (oito) anos e 6 (seis) meses de reclusão. Conforme o descrito nos autos, o Autor, durante o Inquérito Policial teria sido reconhecido pela vítima, através de um procedimento de reconhecimento consubstanciado pela visão, através de um pequeno orifício, da sala onde se encontrava o Autor. Durante a instrução criminal, a vítima não confirmou ter escutado disparos de arma de fogo, tampouco as testemunhas ouvidas confirmaram os tiros, muito embora todos tenha afirmado que o autor do fato portava uma arma. Não houve apreensão de qualquer arma e, também por isso, não houve qualquer perícia. Os policiais ouvidos em juízo, afirmaram que após ouvirem gritos de ‘pega ladrão’, saíram ao encalço do acusado. Também disseram que durante a perseguição o acusado era apontado por pessoas que passavam próximas, e que perceberam quando este jogou algo no córrego que existe ali perto, imaginando que fosse uma arma. No interrogatório, o acusado, ora Autor, exerceu o seu direito de ficar em silêncio, tendo o juízo ‘a quo’ considerado, para a condenação e fixação da pena, os depoimentos das testemunhas e o reconhecimento feito pela vítima em sede policial. A decisão condenatória, contudo, merece ser reformada, senão vejamos. 2. DO DIREITO O artigo 621, inciso I do Código de Processo Penal diz o seguinte: “Art. 621. A revisão dos processos findos será admtida: I- quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos.” Evidentemente, pelo que consta dos autos, merece o autor ser absolvido da imputação que lhe é feita através da denúncia. Não há qualquer prova de ter o acusado, concorrido para a prática do crime de roubo, eis que não comprovada a autoria. Concretamente o que existe nos autos não serve para apontar autoria. A vítima reconheceu o acusado, ora Autor, em procedimento totalmente impróprio e inadequado, já que ‘espiou’ por um pequeno orifício de porta em direção a sala onde se encontrava o réu. Assim procedendo, não observou a autoridade as condições impostas pela legislação penal para o reconhecimento de pessoas, expressamente dispostas no artigo 226, II do Código de Processo Penal. Assim, procedendo, incorreu, inclusive, em prova ilícita, contrariando, também, o contido no artigo 157 do CPP. Veja-se, também, que a coleta da prova, irregular e ilícita, foi feita em sede policial, não tendo sido judicializada e, por isso mesmo, imprestável para sustentar a condenação do acusado, ora Autor. Além disso, há apontada nulidade, conforme explicitado em preliminar, já que o acusado deveria ter sido colocado em sala própria, ao lado de outras pessoas, a fim de que pudesse ser, verdadeiramente, identificado pela vítima. Assim, não há como se sustentar esteja provada a autoria, impondo-se, não reconhecida a nulidade, a absolvição, por ausência de prova da autoria. Alternativamente, há se de apontar para a ausência de comprovação da utilização de arma – se por hipótese, e por mera argumentação, aceitar-se tenha o agente sido o autor do delito. A arma não foi apreendida e, se ela existisse, deveria ter sido alcançada pois que os policiais afirmam ter sido a mesma jogada em um córrego. Embora a afirmação, não houve qualquer empenho na busca da suposta arma. Assim, apenas para argumentar, tivesse sido o agente autor de algum delito, esse não poderia ser de roubo majorado pelo emprego de arma. Não poderia, sequer, ser considerado crime de roubo, eis que não há prova, nos autos, do emprego de violência ou grave ameaça contra pessoa. 3. DO PEDIDO Ante o exposto, requer desse Egrégio Tribunal de Justiça seja processado o presente pedido de Revisão Criminal, anulando o processo ex tunc, reconhecer o erro judiciário cometido, absolvendo o Réu, para futuro ingresso de justa indenização. Termos em que, P. Deferimento. Cidade/UF., local e data/ano. - ADVOGADO - OAB/UF
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