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CCJ0235_Plano_de_aula

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TEORIA DA EMPRESA E SOCIEDADES ­ CCJ0235
Semana Aula: 1
Noções introdutórias de direito empresarial
Tema
Introdução ao estudo do direito empresarial, evolução histórica e teoria da empresa.
Palavras­chave
Introdução; Historicidade; Empresarial; Empresa; Empresário.
Objetivos
­ Conhecer o plano de ensino da disciplina e sua importância;
­ Visualizar através da apresentação do mapa conceitual o encadeamento existente entre as unidades que
compõe a ementa da disciplina.
­ Compreender a evolução histórica do Direito Empresarial.
­ Conhecer o conceito de empresa e dos elementos da Organização da Atividade Econômica;
­ Visualizar a aplicabilidade da Teoria da Empresa no Novo Código Civil de 2002;
­ Compreender os conceitos de empresário individual e sociedade.
Estrutura de Conteúdo
1. Evolução Histórica do Direito Empresarial;
Pode­se afirmar que numa primeira fase o direito comercial era o direito dos comerciantes. Com o passar
do tempo os comerciantes passaram a praticar atos acessórios, que surgiram ligados a atividade
comercial, mas logo se tornaram autônomos (títulos cambiários), sendo utilizados inclusive por quem não
era comerciante. Já não era suficiente a concepção de direito comercial como direito dos comerciantes,
era necessário estender seu âmbito de aplicação para disciplinar relações que não envolviam
comerciantes. Desenvolve­se a partir desse momento o sistema objetivista, o qual desloca o centro do
direito comercial para os chamados atos de comércio. Tal sistema foi adotado pelo de Código Comercial
napoleônico, o qual influenciou diretamente a elaboração do nosso Código Comercial de 1850,
posteriormente complementado pelo Regulamento 737 de 1850. Modernamente surge uma nova
concepção que qualifica o direito comercial como o direito das empresas, orientação maciçamente
adotada na doutrina pátria, apesar de alguma ainda existir alguma resistência. Nesta fase histórica, o
direito comercial reencontra sua justificação não na tutela do comerciante, mas na tutela do crédito e da
circulação de bens ou serviços . Além da aceitação doutrinária, tal concepção influenciou os trabalhos de
atualização do direito comercial positivo brasileiro, sobretudo na elaboração do novo Código Civil, que
unifica a disciplina das matérias mercantis e civis, similarmente ao ocorrido na Itália no Código de 1942.
2. Fontes e Características do Direito Empresarial;
As fontes do Direito Empresarial podem ser classificadas em primárias e secundárias. Consideram­se
fontes primárias as leis de Direito Empresarial, e como fontes secundárias os costumes, os princípios
gerais do direito e a jurisprudência.
3. A Teoria da Empresa:
O Código Civil de 2002 revogou a primeira parte do Código Comercial de 1850, continuando em vigor
apenas os dispositivos relativos ao Direito Marítimo. Ao incorporar o Direito de Empresa no Código
Civil de 2002, o objetivo era a unificação do Direito Privado, que entre nós é motivo de divergência na
doutrina. O Código Civil de 2002 não conceitua empresa, limitando a conceituar o empresário,
deslocando o foco para quem efetivamente assume os ricos da atividade empresarial. O artigo 966 traz o
conceito de empresário: Considera­se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Caracteriza­se então a empresa pelos
seguintes elementos: a) atividade econômica; b) atividade organizada; c) exercida de forma profissional;
d) para produção e/ou circulação; e) bens e/ou prestação de serviços.
4. Formação do Conceito de Empresa;
A empresa se apresenta como um instrumento voltado para a produção de riquezas; atua de forma
organizada e profissional desenvolvendo atividades econômicas voltadas para a produção ou a
circulação de bens ou de serviços. A combinação do capital com a tecnologia e o trabalho, no intuito de
lucro, faz nascer o risco de a empresa alcançar, ou não, o objetivo esperado, por isso, o negócio tem que
ser realizado de maneira profissional, uma vez que vários agentes dependem do sucesso da empresa, para
continuar operando no mercado. O conceito de Empresa baseia­se na organização dos fatores da
produção, fazendo­os compreender o estabelecimento de um novo regime geral de disciplina da
atividade econômica e a sua abrangência. Relevante sua função social na produção de riquezas e
produção de bens e renda.
5. Natureza Jurídica da Empresa;
6. Espécies de Empresa e Regulamentação Jurídica da Empresa;
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
Dois artistas plásticos decidem abrir uma galeria de arte para expor e comercializar suas obras. Para
tanto, pretendem alugar um imóvel e contratar 5 colaboradores que trabalharão no regime da CLT.
Diante dessa situação hipotética, e considerando seus estudos sobre a Teoria da empresa, adotada pelo
ordenamento jurídico brasileiro, pergunta­se se essa atividade pode ser considerada como atividade
empresarial. Justifique sua resposta.
QUESTÃO OBJETIVA 1:
(OAB Unificado – 2007,2) Considerando o atual estágio do direito commercial (empresarial) brasileiro,
assinale a opção correta.
A) O Código Civil de 2002, assim como o Código Comercial de 1850, adotou a teoria da empresa.
B) O Código Civil de 2002 não revogou a antiga legislação sobre sociedades por quotas de
responsabilidade limitada.
C) O Código Civil de 2002, revogou totalmente o Código Comercial de 1850.
D) A Constituição da República estabelece a competência privativa da União para legislar sobre direito
comercial (ou empresarial).
QUESTÃO OBJETIVA 2:
Assinale a alternative correta:
A) O Estabelecimento empresarial é composto exclusivamente de bens moveis e imóveis, utilizados pelo
empresário ou sociedade empresária para o exercício da atividade empresarial.
B) A atividade empresária não pode ser exercida por pessoas jurídicas.
C) Quem exerce profissão intellectual, de natureza científica, literária ou artistica será sempre
considerado empresário.
D) De acordo com o Código Civil, considera­se empresário todo aquele que exerce, de forma
professional, atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços.
Considerações Adicionais
TEORIA DA EMPRESA E SOCIEDADES ­ CCJ0235
Semana Aula: 2
Teoria Geral do Direito Societário.
Tema
Teoria Geral do Direito Societário. Teoria da Empresa.
Palavras­chave
Direito societário; Empresa;
Objetivos
­ Compreender o conceito de sociedade;
­ Compreender os efeitos e limites da responsabilidade da personificação da sociedade;
­ Distinguir a responsabilidade dos sócios e da sociedade;
­ Entender a desconsideração da personalidade jurídica;
Estrutura de Conteúdo
1. Da Sociedade
1.1. Conceito e personificação da sociedade;
Nas palavras de Arnaldo Rizzardo “As sociedades correspondem à reunião de pessoas com um objetivo
comum, de natureza econômica ou não. As pessoas associam­se umas às outras, formando a sociedade.
Na verdade, não são sócias da sociedade, mas o são umas das outras. O art. 981 dá a caracterização da
sociedade: “Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com
bens ou serviços, para o exercício da atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados”. Ou seja,
o contrato pelo qual duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir, com bens ou prestação de serviços, a
uma mesma finalidade”.
E continua, “a personalização da pessoa jurídica realiza­se em duas fases, sendo a primeira através da
exteriorização da vontade humana em instrumento escrito, também conhecido por contrato social; e a
segunda por meio do registro no órgão competente (Cartório de Título e Documentos e Junta Comercial
ou Registro de Comércio).”
1.2. Efeitos, separação e limite de responsabilidade da personificação;
A responsabilidade patrimonial caracteriza­se pela sujeitabilidade do patrimônio de alguém as medidas
executivas destinadas à realização do direito material já decidido.
A regra geral da responsabilidade patrimonialencontra­se estabelecida no artigo 591 do Código de
Processo Civil, segundo o qual “o devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos
os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei”.
1.3. Responsabilidade da sociedade e dos sócios;
O efeito prático e talvez mais importante da diferenciação entre a pessoa física dos sócios e a pessoa
jurídica em que se constituiu a Sociedade, é – ou ao menos deveria ser — a completa separação
patrimonial que a autonomia e individualidade da pessoa jurídica estabelece, o que, em tese,
minimizaria os riscos patrimoniais do sócio, uma vez que este delimita o risco patrimonial no
montante que destacou de seu patrimônio para integralizar o capital da sociedade.
1.4. Desconsideração da Personalidade Jurídica:
Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão
patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber
intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos
bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica (art. 50 do CC).
Francisco AMARAL descreve as hipóteses mais freqüentes de aplicabilidade da desconsideração da
personalidade jurídica como sendo: o ingresso fraudulento na sociedade de bens ou direitos pertencentes
a terceiros, realizado por sócio; a mistura de bens ou de contas entre acionista controlador e
participantes da sociedade e a própria sociedade; negócios pessoais feitos pelo administrador como se
fosse pela sociedade, confusão de patrimônios de sócio e da sociedade; o desvio de finalidade do objeto
social com fins ilícitos ou fraudulentos etc.
A aplicação dessa teoria da desconsideração da personalidade jurídica tem por finalidade principal fazer
desaparecer a autonomia da pessoa jurídica e das pessoas naturais que a constituem, criando uma
situação de subsidiariedade em que a responsabilização pessoal da pessoa natural começa no momento
em que se esgotam as possibilidades patrimoniais da pessoa jurídica para garantir as responsabilidades
por esta assumidas.
1.5. Nome Empresarial:
No entendimento de Maria Bernadete Miranda: o nome empresarial vem a ser a identificação que será
adotada pela pessoa física ou jurídica para o exercício da empresa, podendo ser a firma individual, a
firma ou razão social e a denominação. O novo Código determina que para os efeitos de proteção da lei,
equipara­se ao nome empresarial, a denominação das sociedades simples, associações e fundações. O
novo dispositivo legal, nos artigos finais, do Capítulo II, do Título IV, determina, que o nome empresarial
não poderá ser objeto de alienação e, que o adquirente de um estabelecimento comercial, por ato entre
vivos, pode, se o contrato permitir, usar o nome do alienante, porém este deverá estar precedido do seu
próprio nome, com a qualificação de sucessor.
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
Um dos sócios de certa sociedade em comum ajuizou ação de execução contra Filarmônica Instrumentos
Musicais Ltda., em razão do inadimplemento de várias obrigações. No curso do processo, o exequente
constatou a confusão patrimonial entre os bens da pessoa jurídica devedora e de seus três sócios, razão
pela qual pretende requerer ao juízo competente a desconsideração da personalidade jurídica de
Filarmônica Instrumentos Musicais Ltda. Em decorrência deste fato hipotética, existe a razão apontada é
suficiente para provocar a desconsideração da personalidade jurídica de Filarmônica Instrumentos
Musicais Ltda.?
QUESTÃO OBJETIVA:
1) A desconsideração da pessoa jurídica
a)  será configurada apenas com a insolvência do ente coletivo, sem outras considerações;
b) não ocorre no direito brasileiro, dada a separação patrimonial entre pessoas físicas e
jurídicas;
c) restringe­se às relações consumeristas;
d) implicará responsabilização pessoal, direta, do sócio por obrigação original da empresa, em
caso de fraude ou abuso, caracterizando desvio de finalidade ou confusão patrimonial;
e)  prescinde de fraude para sua caracterização, bastando a impossibilidade de a pessoa jurídica
adimplir as obrigações assumidas;
2) (FUNCAB/2016/Delegado Polícia Civil/PA)  Com relação às sociedades e à
responsabilidade dos sócios, assinale a alternativa correta.
a) Na sociedade limitada, os condôminos de quota indivisa não respondem solidariamente pelas
prestações necessárias à sua integralização;
b) Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas,
assim com o a responsabilidade pela integralização do capital social:
c) Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo
todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais;
d) O sócio admitido em sociedade já constituída não responde pelas dívidas sociais anteriores à
sua admissão;
e) A distribuição de lucros ilícitos ou fictícios acarreta responsabilidade solidária apenas dos
administradores que a realizarem.
Considerações Adicionais
TEORIA DA EMPRESA E SOCIEDADES ­ CCJ0235
Semana Aula: 3
Do empresário
Tema
Do empresário e suas obrigações profissionais.
Palavras­chave
Empresário; Obrigações; Direitos; Legalidade;
Objetivos
­ Compreender o conceito de empresário individual e as conseqüências do exercício da atividade
empresarial de forma individual em relação ao seu patrimônio;
­ Compreender os pressupostos para o exercício da atividade empresarial.
­ Conhecer as obrigações profissionais do empresário;
­ Compreender a importância do registro para a regularidade do exercício da atividade empresarial;
­ Identificar as diferenças entre o Empresário Individual, a EIRELI e o Microempreendedor Individual
(MEI).
Estrutura de Conteúdo
1. Do Empresário
O empresário individual é aquele que exerce a atividade empresarial enquanto pessoa física,
individualmente, tendo como consequência a responsabilidade integral pelas obrigações sociais
inclusive com o patrimônio pessoal (confusão patrimonial). O empresário individual é equiparado a
uma Pessoa Jurídica pela legislação fiscal.
2. Conceito e atividades econômicas e civis;
O parágrafo único do artigo 966 do Código Civil afasta algumas atividades do conceito de
empresário tais como atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda que
contem com auxiliares ou colaboradores. À exceção é quando o exercício desta atividade for
elemento da empresa, organizando os fatores de produção.
3. Espécies de Empresários e condições (pressupostos) para o exercício das atividades:
A Capacidade civil plena, conforme artigo 972 do Código Civil é requisito para o exercício da
empresa individual. O requisito da capacidade para o exercício da empresa individual é imperativo
para iniciar a empresa individual. O incapaz poderá continuá­la, sendo procedimento previsto no
artigo 974 e parágrafos do Código Civil. O exercício da atividade empresarial entre cônjuges é
possível desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens ou no da separação
obrigatória, conforme disposto no artigo 977 do Código Civil. Ressalta­se a responsabilidade pessoal
pelas obrigações sociais de quem legalmente impedida de exercer a atividade empresarial (artigo 973
do Código Civil).
4. Obrigações Profissionais do Empresário
Antes do início da atividade empresarial é obrigatório o arquivamento dos atos constitutivos da
empresa no Registro Público de Empresas Mercantis, de acordo com o artigo 967 do Código Civil.
Importante destacar a bifurcação existente em relação ao registro: o empresário e a sociedade
empresária realização o registro junto ao Registro Público de Empresas Mercantis, enquanto as
sociedades simples vinculam­se ao Cartório Civil de Pessoa Jurídica. O registro das empresas de
exercem atividade economicamente organizada está disciplinada na Lei 8.934/1994. Além disso, A
manutenção da escrituração regularé obrigatória de acordo com o artigo 1.179 do Código Civil e
possui natureza gerencial,onde o empresário pode verificar os resultados obtidos e redirecionar
esforços para o próximo exercício , natureza fiscal, onde verificam o cumprimento da legislação
vigente acerca do recolhimento obrigatório dos impostos, inerentes a sua atividade e de natureza
documental, onde há o registro dos eventos contábeis, descrevendo os acontecimentos financeiros e
contábeis relevantes da empresa, possuindo fé pública após autenticação no Registro Público de
Empresas Mercantis. O artigo 1.180 do Código Civil torna obrigatória a manutenção do Livro Diário,
podendo, caso a empresa seja microempresa ou empresa de pequeno porte, que o registro seja feito
no Livro Caixa, atendendo ao mandamento constitucional do tratamento diferenciado a
microempresa e empresa de pequeno porte ­ artigos 170, IX e 179, da CRFB/1988. A não
escrituração regular, além das punições previstas em lei, pode configurar crime de acordo com a
nova legislação falimentar.
5. Empresário individual e Empresa individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI).
6. Microempreendedor Individual (MEI)
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
Bernardo pretende exercer a atividade de comércio de produtos alimentícios orgânicos. Para o exercício
da referida atividade, Bernardo dispõe de R$ 80.000,00 de capital social, e precisa do auxílio de 2
colaboradores. Além disso, estima um faturamento mensal de R$ 10.000,00. Diante desse cenário,
 Bernardo consulta você sobre a possibilidade de exercer tal atividade como Microempreendedor
Individual ou até mesmo constituindo uma EIRELI, questionando quais as características de cada uma
das modalidades.
QUESTÃO OBJETIVA:
(OAB 2011.2 – FGV) Em relação à incapacidade e proibição para o exercício da empresa, assinale a
alternativa correta.
A) Caso a pessoa proibida de exercer a atividade de empresário praticar tal atividade, deverá responder
pelas obrigações contraídas, podendo até ser declarada falida.
B) Aquele que tenha impedimento legal para ser empresário está impedido de ser sócio ou acionista de
uma sociedade empresária;
C) Entre as pessoas impedidas de exercer a empresa está o incapaz, que não poderá exercer tal
atividade.
D) Por se tratar de matéria de ordem pública e considerando que a continuação da empresa interessa a
toda a sociedade, quer em razão da arrecadação de impostos, quer em razão da geração de empregos,
caso a pessoa proibida de exercer a atividade empresarial o faça, poderá requerer a recuperação judicial.
Considerações Adicionais
TEORIA DA EMPRESA E SOCIEDADES ­ CCJ0235
Semana Aula: 4
Sociedade
Tema
Sociedade Empresarial
Palavras­chave
Sociedade; Empresa;
Objetivos
­ Compreender o conceito de estabelecimento empresarial;
­ Reconhecer os atos constitutivos da sociedade;
­ Distinguir os agentes societários;
Estrutura de Conteúdo
1.1. Estabelecimento Empresarial:
O art. 1.142 do Código Civil Brasileiro, o estabelecimento comercial será todo o complexo de bens,
corpóreos (mercadorias, mesas, mobílias, imóveis) ou incorpóreos (nome comercial, marca, patente,
direitos) que possibilitam o desenvolvimento da atividade empresarial.
Ronaldo Sales Cardoso afirma que Os elementos do estabelecimento empresarial são os meios através
dos quais o empresário irá exercer a sua atividade econômica para cumprir a sua finalidade principal, a
obtenção de lucro. Eles são, em última análise, os instrumentos de que dispõe o empresário realizar sua
atividade empresarial. E ainda, considera­se domicílio para o direito empresarial, o local onde o
empresário exerce suas atividades. Há, entretanto, a possibilidade de que o administrador utilize mais
de um estabelecimento empresarial, surgindo, com isto, a ideia de estabelecimento principal, cuja
solução se mostra importante para a fixação do juízo competente para a declaração de falência.
No que se refere a alienação Gustavo Nardelli Borges escreve que Uma série de negócios jurídicos
pode envolver o estabelecimento empresarial, dentre os quais a cessão de sua universalidade de bens,
denominada trespasse, em que um empresário o vende a outro, ficando o adquirente responsável a
partir de então pela condução do negócio. O objeto do trespasse é a universalidade de bens materiais ou
imateriais que formam o estabelecimento, diferindo da venda isolada de um ou outro de seus bens,
porque se está cedendo também o aviamento ou capacidade de gerar lucros, condição indispensável à
caracterização do trespasse. Todavia, nada impede que sejam excluídos da compra e venda alguns dos
bens que compõem o estabelecimento empresarial, desde que isso não inviabilize sua existência e
utilização.
1.2. Ato Constitutivo da Sociedade:
Temos como Atos Constitutivos das Sociedades, o Contrato Social e o Estatuto Social. Como trataremos
neste período das Sociedades Contratuais, estudaremos o Contrato Social. O contrato social é o elemento
constitutivo das normas estabelecidas entre os sócios e o documento que será levado ao Registro Público
de Empresas Mercantis.  Sua elaboração deve obedecer às normas legais, contendo cláusulas que são
essenciais para seu arquivamento na Junta Comercial como, por exemplo, o nome da sociedade,
qualificação dos sócios, indicação da sede, dentre outros. A doutrina estabelece elementos de validade
para o contrato social e os classifica em elementos comuns e elementos específicos.
São elementos do ato constitutivos:
Comuns do Contrato Social e de acordo o artigo 104 do CC:
1. Agente capaz;
2. Objeto Licito;
3. Forma Prescrita ou não Defesa em Lei.
Quanto ao elemento capacidade é importante sinalizar a possibilidade de o menor integrar uma
sociedade desde que as seguintes condições sejam respeitadas: o capital social deve estar totalmente
integralizado e o menor não poderá assumir atos de administração da sociedade. Outra questão diz
respeito à sociedade entre marido e mulher, em que a lei civil admite desde que não sejam casados sob o
regime de comunhão universal ou de separação obrigatória de bens. Artigo 977 do CC.
São elementos específicos do contrato social: 
1. Pluralidade de sócios:  uma sociedade empresária resulta da vontade de, no mínimo, duas
pessoas, que poderão ser pessoas naturais ou pessoas jurídicas;
2. Participação nos resultados;
3. Affectio societatis: diz respeito a disposição que toda pessoa manifesta ao ingressar em uma
sociedade comercial, de lucrar ou suportar prejuízo em decorrência do negócio comum. Sem este
“ânimo”, não haveria a própria conjugação de esforços indispensável à criação e desenvolvimento de
ente coletivo.
4. Capital social: é o valor que os sócios ou acionistas estabelecem para sua empresa no momento
da abertura. É a quantia bruta que é investida, o montante necessário para iniciar as atividades de uma
nova empresa, considerando o tempo em que ela ainda não vai gerar lucro suficiente para se sustentar.
1.3. Capital Social:
De acordo com o Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a
contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos
resultados.
O Capital Social consiste na contribuição dos sócios para a formação de um montante pecuniário
pertencente à pessoa jurídica. Esta contribuição pode se ocorrer em espécie, bens ou créditos. Nestes
dois últimos casos, a responsabilidade por eventuais vícios redibitórios, evicção ou não satisfação do
crédito, recai sobre o sócio que apresentou o respectivo bem ou crédito como forma de realização do
capital social. Excepcionalmente, temos a contribuição em forma de serviços, caso único previsto no
Novo Código Civil, quando dispõe o legislador a respeito das sociedades simples.
A finalidade do capital social é oferecer garantia aos credores. Na realidade, apesar de integrar o
patrimônio da sociedade, em conjunto com outros bens, o capital social não se confunde com este. Isso
ocorre porque o capital socialé estático enquanto que o patrimônio é dinâmico. São três os princípios
que regem o capital social: intangibilidade, veracidade e unicidade. No primeiro deles, o capital social
mostra­se intangível, ou seja, não é um capital para ser utilizado como capital de giro. A veracidade
determina que deva haver uma transparência entre o montante declarado no contrato social e o valor
real existente do capital social. O último princípio perpetua que cada sociedade apresenta um único
capital social.
O capital social poderá ser modificado e, isso, não contraria o princípio da intangibilidade. Com efeito, a
alteração só ocorre por provocação dos sócios, em procedimento assemblear anterior. A modificação
poderá ser para o aumento ou para a redução do capital social, neste último caso, é necessária a
notificação dos credores para que possam se manifestar a respeito. A notificação é necessária porque
sendo o capital social uma garantia para os credores, devem esses tomar ciência que tal garantia está
sendo reduzida. A não notificação aos credores acarreta a possibilidade do seu pedido de falência (Lei
11.101/2005).
1.4. Agentes Societários
A Natureza Jurídica dos sócios é discutida na doutrina e, sustentada por alguns como sendo um direito de
propriedade do sócio sobre a sociedade que ele integra. Outros afirmam que ser sócio é um direito de
crédito sobre a sociedade, por ter contribuído na formação do capital social. A doutrina majoritária
inclina­se para a formação de um regime jurídico próprio entre sócio/sociedade com regras específicas
que delimitam direitos e deveres peculiares.
 São Direitos dos Sócios: A participação nos lucros, assumir a função de sócio administrador, fiscalizar os
administradores das sociedades, terem acesso aos dados contábeis e o direito de retirada.
São Obrigações dos Sócios: Integralizar o Capital Social, participar das perdas, respeitas as cláusulas
pactuadas no Contrato Social, prestar contas quando assumir a função de sócio administrador.
Ocorre a resolução do sócio perante a sociedade de quatro formas distintas, a saber: pela morte do sócio;
de forma voluntária; cessão de suas quotas a terceiros ou exclusão (obrigatória).
Pode ocorrer a exclusão, nos casos de: sócio remisso; falta grave via ação judicial; incapacidade
superveniente via ação judicial; justa causa, para sociedades limitadas ou por via administrativa, desde
que haja previsão contrato social ou pela penhora das quotas, art. 655 do CPC.
A terminologia técnica usada para a desclassificação é resolução de um sócio perante a sociedade, já que
o vocábulo ?resolução? consiste na quebra do pacto estabelecido no contrato social por um dos sócios.
A Administração da Sociedade:
A importância do estudo dos administradores das sociedades, antes da vigência do Código Civil de 2002,
conhecidos como sócios gerentes, ocorre pelo fato de ser o agente responsável em corporificar a vontade
da sociedade assumindo assim pessoalmente a responsabilidade pessoal pelos atos realizados. Distinguir
sua atuação como gestor, norteada pela autonomia de vontade versus a submissão às normas sociais,
compõe no contexto societário, extrema relevância no aspecto da responsabilidade pessoal pelos atos do
administrador da sociedade.
A Administração Societária encontra­se regulada no CC do artigo 1010 a 1021. O artigo 1061 do CC nos
trouxe uma inovação: A de Administradores não sócios nas sociedades limitadas. Neste caso, esta
designação dependerá da aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não tiver sido
integralizado, ou de 2/3 no mínimo, após a sua integralização.
No ensinamento de Maria Elci Moreira Galvão a responsabilidade civil do administrador está
contextualizada em quatro situações:
1) O administrador pratica ato regular de gestão, aqui pratica o entendimento de que a sociedade
responde sozinha, sem direito de regresso contra o administrador, Pois os preconceitos decorrentes
dos atos regulares de gestão do serão sempee imputados à pessoa jurídica administrada
2) O administrador pratica ato regular ou irregular de gestão, antes de averbado o ato de nomeado:
Quando o nomeado pelo meio de outro documento que é contrato contrato social, o administrador É
uma obrigação de providenciar, o quanto antes, um averbação o do nome do produto sem Registro de
Empresas Mercantis se a sociedade para empresário, ou no Registro Civil das Pessoas Jurídicas para
Uma sociedade simples. Enquanto isso, o administrador responde com seus bens pessoais em
solidariedade com uma sociedade (artigo 1.012). 
3) O administrador pratica ato de gestão além dos limites expressos pelo contrato. Será sempre
necessário analisar o contrato da sociedade, para verificar a extensão dos poderes de
administrador. Uma sociedade e os súditos que podem ser administrados podem se beneficiar em
detrimento da boa de terceiros. A sociedade responde perante terceiros, e mais uma vez, contas de
contas com o administrador que extrapolou os poderes; (Art. 1.015, Parágrafo único, inciso I, II e
III). 
4) O administrador que idade com culpa ou dolo sem desempenho de suas funções. Todo o
administrador da sociedade, querido, é um de nossos clientes, passa um ser responsável pelos atos que
praticam, podendo ser responsabilizado pessoalmente por todos os atos que causem danos à
sociedade. (Artigo 1.016). DIREITO EMPRESARIAL
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
Quatro amigos de infância, após ganharem uma bolada na Mega Sena, decidiram abrir um negócio. Para
tanto, procuraram a Dra. Lúcia Guimarães, advogada no ramo do direito societário, para obter todas as
informações sobre esta nova empreitada. Desejam os sócios que esta sociedade tenha como objeto social
a venda de motocicletas, e a mesma empresa uma sociedade limitada. Como não entendem nada de
administração, desejam colocar como administrador, o padrinho de um deles, que não vai integrar o
quadro associativo. Diante disto, responda: Existe uma possibilidade de determinada pessoa que é um
documento ocupa o cargo de administrador em uma sociedade limitada?
QUESTÃO OBJETIVA:
1) (FMP/2014/Juiz/MT) A responsabilidade dos administradores na sociedade limitada:
a)  é objetiva;
b) é subjetiva, mas depende da prova do dolo;
c) é subjetiva bastando a culpa;
d) é objetiva, mas limitada ao valor do capital integralizado;
e)  é subjetiva, mas limitada ao valor do capital integralizado;
2) (FCC/2012/Juiz do Trabalho/20º Região ­ SE) O administrador de uma companhia:
a) sempre responde subsidiariamente pelas obrigações que contraiu em nome da sociedade em
virtude de atos de gestão, independentemente de culpa ou dolo;
b) somente será responsável pelas obrigações que contrair em nome da sociedade, em virtude
de ato regular de gestão, se agiu com violação de lei ou do estatuto;
c) responde civilmente pelo prejuízos que causar, quando proceder, dentro de suas atribuições
ou poderes, com dolo, mas não responderá se obrar apenas com culpa;
d) é solidariamente responsável pelos atos ilícitos cometidos por outros administradores, mesmo
que dissidente, eximindo­se, apenas, se convocar assembleia geral para dar ciência do que souber;
e) não é pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em nome da sociedade e em
virtude de ato regular de gestão.
Considerações Adicionais
TEORIA DA EMPRESA E SOCIEDADES ­ CCJ0235
Semana Aula: 5
Sociedade e Personalidade Jurídica
Tema
Sociedade: personalidade jurídica e efeitos. Desconsideração da personalidade jurídica;
Palavras­chave
Personalidade Jurídica; Sociedade; Desconsideração;
Objetivos
­ Compreender o conceito de sociedade;
­ Compreender os efeitos e limites da responsabilidade da personificação da sociedade;
­ Distinguir a responsabilidade dos sócios e da sociedade;
­ Entender a desconsideração da personalidade jurídica;
Estrutura de Conteúdo
1. Direito Societário:
1.1. Sociedade: personalidade jurídica e efeitos. Desconsideração da personalidade jurídica;
1.2. Classificação de acordocom o Código Civil:
1.2.1. Espécies: não personificadas e personificadas;
1.2.2. Tipos: sociedade simples, sociedade em comandita simples, sociedade limitada,
sociedade em comandita por ações e sociedade anônima.
1.3. Responsabilidade da Sociedade e dos Sócios
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
Ailton e Bruna querem constituir uma sociedade limitada para explorar o ramo de importação de carne
de canguru. O contrato social foi devidamente celebrado pelos sócios que tiveram suas assinaturas
reconhecidas pelo Cartório.
Sabendo que ainda não levaram o contrato ao Registro Público de Empresas Mercantis, a Junta
Comercial, responda as seguintes questões, JUSTIFICANDO cada uma:
A) A sociedade entre Ailton e Bruna já existe?
B) Qual é o ato constitutivo da sociedade?
C) As sociedades são pessoas jurídicas?
D) O tipo de sociedade entre Ailton e Bruna é uma sociedade limitada?
E) Em caso de dívidas da sociedade, existirá o benefício de ordem do artigo 1.024 do CC para esta
sociedade?
QUESTÃO OBJETIVA:
Quanto à Teoria da Superação ou Desconsideração da Personalidade Jurídica, podemos afirmar que:
(A) não é aceita em nosso direito;
(B) é aceita e aplicável nos casos de responsabilidade penal e não aos de responsabilidade civil dos
dirigentes;
(C) tem aplicação restrita às relações de consumo;
(D) não tem aplicação em sociedades contratuais;
(E) foi desenvolvida pela jurisprudência e tem como pressuposto a fraude e o abuso de direito.
Considerações Adicionais
TEORIA DA EMPRESA E SOCIEDADES ­ CCJ0235
Semana Aula: 6
Sociedade Limitada
Tema
Sociedade Limitada
Palavras­chave
Sociedade; Responsabilidade; Limitada;
Objetivos
­ Compreender a sociedade limitada;
­ Reconhecer suas características;
­ Distinguir a responsabilidade do sócio e da sociedade perante terceiros;
Estrutura de Conteúdo
1.1. Da Sociedade Limitada
A sociedade limitada é uma sociedade de pessoas, mas a que os sócios poderão, na confecção do
contrato social, imprimir certos contornos e características da sociedade de capital.
Na sociedade limitada, a responsa​bilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos
respondem solidariamente pela integralização do capital social.
O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada pelas normas da sociedade
anônima, dentre as cláusulas as cláusulas opcionais, eletivas ou acidentais.
Nos casos de omissão serão aplicadas as normas pertinentes aos preceitos da sociedade simples,
conforme o artigo 1.053 do Código civil.
1.2. Da Responsabilidade dos sócios
O principal pressuposto para a sociedade limitada é a regra da não responsabilidade dos sócios, porém,
existem determinadas situações em que o patrimônio dos sócios responderá pelas obrigações da
sociedade.
No artigo de Rodolfo Rubens Martins Correa reconhece que “a limitação da responsabilidade dos sócios
resulta da separação patrimonial existente entre a sociedade empresária e os sócios. Isso significa que a
sociedade possui um patrimônio próprio, pelo qual responderá por suas obrigações. Com efeito, os
patrimônios pessoais dos sócios não se comunicam com o patrimônio da sociedade, de forma que eles
não responderão (em princípio) por dívidas dela, citando Fábio Ulhoa Coelho:
“Da personalização das sociedades empresárias decorre o princípio da autonomia
patrimonial, que é um dos elementos fundamentais do direito societário. Em razão desse
princípio, os sócios não respondem, em regra pelas obrigações da sociedade”.
(COELHO, 2010b, p. 16)
1.3. Das Quotas
O capital social divide­se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio,
conforme o estabelecido no contrato social firmado. Pela exata estimação de bens conferidos ao capital
social respondem solidariamente to​dos os sócios, até o prazo de cinco anos da data do registro da
sociedade.
Entretanto, admite­se que o contrato social estabeleça a regência supletiva da sociedade limitada pelas
normas da sociedade anônima.
O contrato mencionará, no que couber, as indicações obrigatórias, e, se for o caso, a firma social.
Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio,
independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais
de um quarto do capital social.
A cessão terá eficácia quanto à sociedade e terceiros, a partir da averbação do respectivo instrumento,
subscrito pelos sócios anuentes.
1.4. Do Capital Social
O capital social é o valor citado no contrato social para a sua formação, do ingresso do sócio, que pode
corresponder a bens ou dinheiro que são ou serão transferidos para a sociedade, integralizando a sua
participação na sociedade.
1.5. Do Sócio Remisso
A inadimplência do sócio pelo descumprimento da sua responsabilidade perante a sociedade,
objetivamente pela não integralização da sua quota social.
O artigo 1.058 do Código Civil fixa que a quota não integralizada pelo sócio remisso, os outros sócios
podem, sem prejuízo do disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, tomá­la para si ou transferi­la a
terceiros, ex​cluindo o primitivo titular e devolvendo­lhe o que houver pago, deduzidos os juros da mora,
as prestações estabelecidas no contrato mais as despesas.
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
Paula, sócia administradora de Nova Trento Serviços Automotivos Ltda., cujo capital encontra­se
parcialmente integralizado, comunica aos demais sócios que pretende se afastar da administração e
indicar sua mãe Maria para a administração. O sócio Dionísio consulta seu(sua) advogado(a) para
saber a legalidade da indicação e eventual eleição, porque Maria não integra o quadro social. Na
condição de advogado, diante da situação acima apresentada qual seria a sua recomendação?
Fundamente a sua resposta?
QUESTÃO OBJETIVA:
1) (VUNESP/Juiz Substituto/TJ­RJ/2014) Na Sociedade Limitada:
a)  as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o número de sócios,
independentemente de seu comparecimento em assembleia;
b) o sócio, admitido em sociedade já constituída, não se exime das dívidas anteriores à
admissão;
c) no silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à
gestão, inclusive quanto à oneração ou à venda de bens imóveis;
d) são revogáveis os poderes do sócio investido na administração por cláusula expressa do
contrato social, inclusive por justa causa, independentemente de reconhecimento judicial, desde que
assim decida a maioria absoluta dos sócios;
2) (FGV/Auditor Fiscal/Prefeitura Cuiba­MT/2016) Em uma sociedade do tipo simples, constituída
por prazo indeterminado, formada pelos sócios Rita, Antônio e José, o segundo sócio veio a falecer
em decorrência de um acidente. Sabendo­se que o contrato é omisso quanto à sucessão por morte do
sócio, assinale a afirmativa correta:
a) Diante da morte do sócio Antônio, a sociedade terá continuidade com seu sucessor, em razão
da ausência de disposição contratual em sentido contrário;
b) A sociedade deverá proceder à liquidação da quota titularizada por Antônio, não podendo
haver acordo dos sócios com os herdeiros para substituição do sócio falecido;
c) A sociedade poderá permanecer em atividade com os sócios remanescentes por até 180
dias, contados da data do óbito, prazo para que seja substituído o sócio falecido, sob pena de
dissolução de pleno direito;
d) A sociedade será dissolvida de pleno direito com a morte do sócio, em razão de sua natureza
personalista (intuitu personae), da quebra de  affectio societatis e da omissão no contrato
assegurando sua continuidade;
e) A morte de qualquer sócio enseja a resolução da sociedade em relação ao  de cujus,
operando­se sua dissolução parcial e apuração de haveres com base no balanço patrimonial especial
à data da resolução (balanço de determinação).
Considerações Adicionais
TEORIA DA EMPRESA E SOCIEDADES ­CCJ0235
Semana Aula: 7
Sociedade Limitada (Cont)
Tema
Sociedade Limitada ­ Administração
Palavras­chave
Administração; Sociedade Limitada;
Objetivos
­ Compreender a sociedade limitada e sua administração;
­ Reconhecer os conselhos e suas atribuições;
­ Identificar as formas de retirada do sócio;
Estrutura de Conteúdo
Da Administração
O Código Civil deu uma nova feição a sociedade limitada, profissionalizando­a, evidenciado na
possibilidade de profissionalização da administração, em que admite­se administrador não sócio, através
de cláusula no contrato ou em ato separado, tornado assim de importância vital a questão das
deliberações dos sócios.
O administrador não sócio será designado após aprovação unânime dos sócios, enquanto não
integralizado o capital, ou dois terços dos sócios quando o capital já estiver totalmente integralizado,
devendo ser assinado termo de posse o qual será devidamente registrado no livro competente, cuja
investidura durará até ser destituído ou pelo prazo pactuado.
Em sendo o administrador sócio a sua destituição somente ocorrerá pela aprovação de dois terços do
capital social ou outra forma prevista no contrato social.
2. Teoria dos Atos Ultra Vires;
No século XIX cresceu de forma substancial a preocupação com os desvios de finalidade na
administração das sociedades por ações, surgiu nas cortes britarias a Teoria Ultra Vires que tinha por
objetivo justamente evitar tais desvios, preservando os interesses dos investidores, prevendo esta teoria
que qualquer ato praticado em nome da sociedade, por seus sócios ou administradores, que extrapolasse
o objeto social seria nulo.
O Código Civil vigente reconheceu expressamente esta teoria através do parágrafo único do artigo
1.015.
Art. 1.015. No silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os atos
pertinentes à gestão da sociedade; não constituindo objeto social, a oneração ou a venda
de bens imóveis depende do que a maioria dos sócios decidir.
Parágrafo único. O excesso por parte dos administradores somente pode ser oposto a
terceiros se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses:
I  ­ se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio da
sociedade;
II ­ provando­se que era conhecida do terceiro;
III ­ tratando­se de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade.
3. Conselho Fiscal:
O Conselho Fiscal para a sociedade limitada é facultativo, mas se o contrato dispuser sobre sua
existência, sem prejuízo dos direitos de fiscalização normalmente exercidos pelos sócios, o conselho
fiscal tem atribuições legais expressas no artigo 1.069.
O Conse​lho Fiscal será composto de três ou mais membros e respectivos suplentes, sócios ou não,
residentes no País, eleitos na assembleia anual prevista no art. 1.078 do Código civil, não podendo fazer
parte do conselho fiscal, além dos inelegíveis enumerados no § 1o do art. 1.011, os membros dos demais
órgãos da sociedade ou de outra por ela controlada, os em​pregados de quaisquer delas ou dos respectivos
administradores, o cônjuge ou parente destes até o terceiro grau.
Aos sócios minoritários é assegurado, que representarem pelo menos um quinto do capital social, o
direito de eleger, separadamente, um dos membros do conselho fiscal e o respec​tivo suplente.
4. Da Deliberação dos sócios.
O sócios poderão deliberar sobre qualquer matéria, pertinente a sociedade conforme previsão no
contrato social ou em lei, bem como daquelas que tratarem sobre a  aprovação das contas da
administração, a designação dos administradores, quando feita em ato separado, a destituição dos
administradores, o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no contrato, a modificação do
contrato social, a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do estado de
liquidação, a nomeação e destituição dos liqui​dantes e o julgamento das suas contas, o pedido de
concordata.
A reunião ou assembleia para a tomada de deliberações sobre convocadas pelos administradores (art.
1072) ou pelos sócios (art. 1.073), cuja presidência será exercida por um dos sócios presentes.
5. Da Retirada do Sócio;
As relações societárias são saudáveis enquanto não houver nenhuma divergência que venha a provocar
desconforto e constantes atritos entre seus sócios, e desta forma, através dos artigos 1.029 e 1.077 foi
prevista a retirada do sócio por ato unilateral.
Nestes casos a saída do sócio poderá provocar a redução do capital social, em virtude de que os haveres
e as quotas do sócio retirante serão proveniente dos recursos da própria sociedade.
Em estando a sociedade supletivamente regida pelas normas da sociedade simples, o sócio retirante
permanecerá responsável pelas obrigações societárias pelo período de dois anos a contar do registro da
sua retirada da sociedade, em virtude do quanto previsto no art. 1.032, limitando­se a sua
responsabilidade a sua quota parte do capital social antes da sua saída.
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
João Carlos, Guilherme e Marco Aurélio são sócios da JGM Ltda., sociedade empresária regularmente
constituída na vigência do novo Código Civil (Lei nº 10.406/02). Cada sócio detém 1/3 (um terço) do
capital social e a administração social compete exclusivamente a Marco Aurélio. João Carlos e
Guilherme descobriram que Marco Aurélio desviou vultosa quantia do patrimônio social, em proveito
próprio, e desejam responsabilizá­lo civilmente pelo ocorrido. O contrato social prevê a aplicação
subsidiária das normas relativas às sociedades anônimas e é omisso quanto à forma de deliberação dos
sócios e quanto à responsabilização dos administradores. Na qualidade de advogado de João Caralos e
Guilherme, qual seria a sua orientação? Fundamente?
QUESTÃO OBJETIVA:
1) (CESPE/Juiz/TJ­BA/2012) Acerca da sociedade limitada, assinale a opção correta.:
a)  Em se tratando de sociedade cujo contrato social estabeleça a intransferibilidade das quotas
sem o consentimento dos demais sócios, não cabem caução ou penhora, sendo obrigatória à
sociedade a admissão do credor como sócio;
b) A diminuição do capital social somente ocorrerá se, depois de integralizado, for considerado
excessivo para a realização do objeto social ou se houver perdas irreparáveis, e, nesse caso, cabe a
diminuição proporcional das quotas sociais por deliberação dos sócios em assembleia, não se
exigindo que a ata seja arquivada no registro público de empresas mercantis;
c) A destituição de administrador sócio deve ser deliberada pela metade dos titulares do capital
social, caso não seja estipulado quórum diferente em contrato social, enquanto a destituição de
administrador não sócio nomeado em contrato social deve ser deliberada por sócios que detenham
dois terços do capital social; em ato apartado, a destituição deve ser deliberada pela maioria dos
presentes;
d) Cabe ao conselho fiscal acompanhar e fiscalizar a administração da sociedade, verificando a
sua atuação e opinando sobre os procedimentos e práticas adotados, conforme determinado no
contrato social; como forma de proteção dos interesses da minoria, é, ainda, assegurado ao grupo de
sócios que detenha no mínimo um quinto do capital social eleger, em separado, um dos membros do
conselho fiscal e seu respectivo suplente;
e) Segundo a teoria ultra vires, vigente no ordenamento jurídico brasileiro mesmo antes do
advento do atual Código Civil, a sociedade somente se vincula aos atos praticados por seus
administradores caso tenham pertinência com o seu objeto social, ou seja, se o ato praticado
extrapolar os limites contratuais, a sociedade não será obrigada a observá­lo.
2) (IBFC/ANALISTA DE REGISTRO DE COMÉRCIO/SAEB­BA/2015) Considere as disposições
do código civil brasileiro sobre o conselho fiscal na sociedade limitada e assinale a alternativa
corretaa:
a) Sem prejuízo dos poderes da assembleia dos sócios, pode o contrato instituir conselho fiscal
composto de dois ou mais membros e respectivos suplentes, sócios ou não;b) Não podem fazer parte do conselho fiscal os membros dos demais órgãos da sociedade ou de
outra por ela controlada, os empregados de quaisquer delas ou dos respectivos administradores, o
cônjuge ou parente destes até o terceiro grau;
c) É assegurado aos sócios minoritários, que representarem pelo menos um décimo do capital
social, o direito de eleger, separadamente, dois dos membros do conselho fiscal e os respectivos
suplentes;
TEORIA DA EMPRESA E SOCIEDADES ­ CCJ0235
Semana Aula: 1
Noções introdutórias de direito empresarial
Tema
Introdução ao estudo do direito empresarial, evolução histórica e teoria da empresa.
Palavras­chave
Introdução; Historicidade; Empresarial; Empresa; Empresário.
Objetivos
­ Conhecer o plano de ensino da disciplina e sua importância;
­ Visualizar através da apresentação do mapa conceitual o encadeamento existente entre as unidades que
compõe a ementa da disciplina.
­ Compreender a evolução histórica do Direito Empresarial.
­ Conhecer o conceito de empresa e dos elementos da Organização da Atividade Econômica;
­ Visualizar a aplicabilidade da Teoria da Empresa no Novo Código Civil de 2002;
­ Compreender os conceitos de empresário individual e sociedade.
Estrutura de Conteúdo
1. Evolução Histórica do Direito Empresarial;
Pode­se afirmar que numa primeira fase o direito comercial era o direito dos comerciantes. Com o passar
do tempo os comerciantes passaram a praticar atos acessórios, que surgiram ligados a atividade
comercial, mas logo se tornaram autônomos (títulos cambiários), sendo utilizados inclusive por quem não
era comerciante. Já não era suficiente a concepção de direito comercial como direito dos comerciantes,
era necessário estender seu âmbito de aplicação para disciplinar relações que não envolviam
comerciantes. Desenvolve­se a partir desse momento o sistema objetivista, o qual desloca o centro do
direito comercial para os chamados atos de comércio. Tal sistema foi adotado pelo de Código Comercial
napoleônico, o qual influenciou diretamente a elaboração do nosso Código Comercial de 1850,
posteriormente complementado pelo Regulamento 737 de 1850. Modernamente surge uma nova
concepção que qualifica o direito comercial como o direito das empresas, orientação maciçamente
adotada na doutrina pátria, apesar de alguma ainda existir alguma resistência. Nesta fase histórica, o
direito comercial reencontra sua justificação não na tutela do comerciante, mas na tutela do crédito e da
circulação de bens ou serviços . Além da aceitação doutrinária, tal concepção influenciou os trabalhos de
atualização do direito comercial positivo brasileiro, sobretudo na elaboração do novo Código Civil, que
unifica a disciplina das matérias mercantis e civis, similarmente ao ocorrido na Itália no Código de 1942.
2. Fontes e Características do Direito Empresarial;
As fontes do Direito Empresarial podem ser classificadas em primárias e secundárias. Consideram­se
fontes primárias as leis de Direito Empresarial, e como fontes secundárias os costumes, os princípios
gerais do direito e a jurisprudência.
3. A Teoria da Empresa:
O Código Civil de 2002 revogou a primeira parte do Código Comercial de 1850, continuando em vigor
apenas os dispositivos relativos ao Direito Marítimo. Ao incorporar o Direito de Empresa no Código
Civil de 2002, o objetivo era a unificação do Direito Privado, que entre nós é motivo de divergência na
doutrina. O Código Civil de 2002 não conceitua empresa, limitando a conceituar o empresário,
deslocando o foco para quem efetivamente assume os ricos da atividade empresarial. O artigo 966 traz o
conceito de empresário: Considera­se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Caracteriza­se então a empresa pelos
seguintes elementos: a) atividade econômica; b) atividade organizada; c) exercida de forma profissional;
d) para produção e/ou circulação; e) bens e/ou prestação de serviços.
4. Formação do Conceito de Empresa;
A empresa se apresenta como um instrumento voltado para a produção de riquezas; atua de forma
organizada e profissional desenvolvendo atividades econômicas voltadas para a produção ou a
circulação de bens ou de serviços. A combinação do capital com a tecnologia e o trabalho, no intuito de
lucro, faz nascer o risco de a empresa alcançar, ou não, o objetivo esperado, por isso, o negócio tem que
ser realizado de maneira profissional, uma vez que vários agentes dependem do sucesso da empresa, para
continuar operando no mercado. O conceito de Empresa baseia­se na organização dos fatores da
produção, fazendo­os compreender o estabelecimento de um novo regime geral de disciplina da
atividade econômica e a sua abrangência. Relevante sua função social na produção de riquezas e
produção de bens e renda.
5. Natureza Jurídica da Empresa;
6. Espécies de Empresa e Regulamentação Jurídica da Empresa;
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
Dois artistas plásticos decidem abrir uma galeria de arte para expor e comercializar suas obras. Para
tanto, pretendem alugar um imóvel e contratar 5 colaboradores que trabalharão no regime da CLT.
Diante dessa situação hipotética, e considerando seus estudos sobre a Teoria da empresa, adotada pelo
ordenamento jurídico brasileiro, pergunta­se se essa atividade pode ser considerada como atividade
empresarial. Justifique sua resposta.
QUESTÃO OBJETIVA 1:
(OAB Unificado – 2007,2) Considerando o atual estágio do direito commercial (empresarial) brasileiro,
assinale a opção correta.
A) O Código Civil de 2002, assim como o Código Comercial de 1850, adotou a teoria da empresa.
B) O Código Civil de 2002 não revogou a antiga legislação sobre sociedades por quotas de
responsabilidade limitada.
C) O Código Civil de 2002, revogou totalmente o Código Comercial de 1850.
D) A Constituição da República estabelece a competência privativa da União para legislar sobre direito
comercial (ou empresarial).
QUESTÃO OBJETIVA 2:
Assinale a alternative correta:
A) O Estabelecimento empresarial é composto exclusivamente de bens moveis e imóveis, utilizados pelo
empresário ou sociedade empresária para o exercício da atividade empresarial.
B) A atividade empresária não pode ser exercida por pessoas jurídicas.
C) Quem exerce profissão intellectual, de natureza científica, literária ou artistica será sempre
considerado empresário.
D) De acordo com o Código Civil, considera­se empresário todo aquele que exerce, de forma
professional, atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços.
Considerações Adicionais
TEORIA DA EMPRESA E SOCIEDADES ­ CCJ0235
Semana Aula: 2
Teoria Geral do Direito Societário.
Tema
Teoria Geral do Direito Societário. Teoria da Empresa.
Palavras­chave
Direito societário; Empresa;
Objetivos
­ Compreender o conceito de sociedade;
­ Compreender os efeitos e limites da responsabilidade da personificação da sociedade;
­ Distinguir a responsabilidade dos sócios e da sociedade;
­ Entender a desconsideração da personalidade jurídica;
Estrutura de Conteúdo
1. Da Sociedade
1.1. Conceito e personificação da sociedade;
Nas palavras de Arnaldo Rizzardo “As sociedades correspondem à reunião de pessoas com um objetivo
comum, de natureza econômica ou não. As pessoas associam­se umas às outras, formando a sociedade.
Na verdade, não são sócias da sociedade, mas o são umas das outras. O art. 981 dá a caracterização da
sociedade: “Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com
bens ou serviços, para o exercício da atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados”. Ou seja,
o contrato pelo qual duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir, com bens ou prestação de serviços, a
uma mesma finalidade”.
E continua, “a personalização da pessoa jurídica realiza­se em duas fases, sendo a primeira através da
exteriorização da vontade humana em instrumento escrito, também conhecido porcontrato social; e a
segunda por meio do registro no órgão competente (Cartório de Título e Documentos e Junta Comercial
ou Registro de Comércio).”
1.2. Efeitos, separação e limite de responsabilidade da personificação;
A responsabilidade patrimonial caracteriza­se pela sujeitabilidade do patrimônio de alguém as medidas
executivas destinadas à realização do direito material já decidido.
A regra geral da responsabilidade patrimonial encontra­se estabelecida no artigo 591 do Código de
Processo Civil, segundo o qual “o devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos
os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei”.
1.3. Responsabilidade da sociedade e dos sócios;
O efeito prático e talvez mais importante da diferenciação entre a pessoa física dos sócios e a pessoa
jurídica em que se constituiu a Sociedade, é – ou ao menos deveria ser — a completa separação
patrimonial que a autonomia e individualidade da pessoa jurídica estabelece, o que, em tese,
minimizaria os riscos patrimoniais do sócio, uma vez que este delimita o risco patrimonial no
montante que destacou de seu patrimônio para integralizar o capital da sociedade.
1.4. Desconsideração da Personalidade Jurídica:
Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão
patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber
intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos
bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica (art. 50 do CC).
Francisco AMARAL descreve as hipóteses mais freqüentes de aplicabilidade da desconsideração da
personalidade jurídica como sendo: o ingresso fraudulento na sociedade de bens ou direitos pertencentes
a terceiros, realizado por sócio; a mistura de bens ou de contas entre acionista controlador e
participantes da sociedade e a própria sociedade; negócios pessoais feitos pelo administrador como se
fosse pela sociedade, confusão de patrimônios de sócio e da sociedade; o desvio de finalidade do objeto
social com fins ilícitos ou fraudulentos etc.
A aplicação dessa teoria da desconsideração da personalidade jurídica tem por finalidade principal fazer
desaparecer a autonomia da pessoa jurídica e das pessoas naturais que a constituem, criando uma
situação de subsidiariedade em que a responsabilização pessoal da pessoa natural começa no momento
em que se esgotam as possibilidades patrimoniais da pessoa jurídica para garantir as responsabilidades
por esta assumidas.
1.5. Nome Empresarial:
No entendimento de Maria Bernadete Miranda: o nome empresarial vem a ser a identificação que será
adotada pela pessoa física ou jurídica para o exercício da empresa, podendo ser a firma individual, a
firma ou razão social e a denominação. O novo Código determina que para os efeitos de proteção da lei,
equipara­se ao nome empresarial, a denominação das sociedades simples, associações e fundações. O
novo dispositivo legal, nos artigos finais, do Capítulo II, do Título IV, determina, que o nome empresarial
não poderá ser objeto de alienação e, que o adquirente de um estabelecimento comercial, por ato entre
vivos, pode, se o contrato permitir, usar o nome do alienante, porém este deverá estar precedido do seu
próprio nome, com a qualificação de sucessor.
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
Um dos sócios de certa sociedade em comum ajuizou ação de execução contra Filarmônica Instrumentos
Musicais Ltda., em razão do inadimplemento de várias obrigações. No curso do processo, o exequente
constatou a confusão patrimonial entre os bens da pessoa jurídica devedora e de seus três sócios, razão
pela qual pretende requerer ao juízo competente a desconsideração da personalidade jurídica de
Filarmônica Instrumentos Musicais Ltda. Em decorrência deste fato hipotética, existe a razão apontada é
suficiente para provocar a desconsideração da personalidade jurídica de Filarmônica Instrumentos
Musicais Ltda.?
QUESTÃO OBJETIVA:
1) A desconsideração da pessoa jurídica
a)  será configurada apenas com a insolvência do ente coletivo, sem outras considerações;
b) não ocorre no direito brasileiro, dada a separação patrimonial entre pessoas físicas e
jurídicas;
c) restringe­se às relações consumeristas;
d) implicará responsabilização pessoal, direta, do sócio por obrigação original da empresa, em
caso de fraude ou abuso, caracterizando desvio de finalidade ou confusão patrimonial;
e)  prescinde de fraude para sua caracterização, bastando a impossibilidade de a pessoa jurídica
adimplir as obrigações assumidas;
2) (FUNCAB/2016/Delegado Polícia Civil/PA)  Com relação às sociedades e à
responsabilidade dos sócios, assinale a alternativa correta.
a) Na sociedade limitada, os condôminos de quota indivisa não respondem solidariamente pelas
prestações necessárias à sua integralização;
b) Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas,
assim com o a responsabilidade pela integralização do capital social:
c) Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo
todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais;
d) O sócio admitido em sociedade já constituída não responde pelas dívidas sociais anteriores à
sua admissão;
e) A distribuição de lucros ilícitos ou fictícios acarreta responsabilidade solidária apenas dos
administradores que a realizarem.
Considerações Adicionais
TEORIA DA EMPRESA E SOCIEDADES ­ CCJ0235
Semana Aula: 3
Do empresário
Tema
Do empresário e suas obrigações profissionais.
Palavras­chave
Empresário; Obrigações; Direitos; Legalidade;
Objetivos
­ Compreender o conceito de empresário individual e as conseqüências do exercício da atividade
empresarial de forma individual em relação ao seu patrimônio;
­ Compreender os pressupostos para o exercício da atividade empresarial.
­ Conhecer as obrigações profissionais do empresário;
­ Compreender a importância do registro para a regularidade do exercício da atividade empresarial;
­ Identificar as diferenças entre o Empresário Individual, a EIRELI e o Microempreendedor Individual
(MEI).
Estrutura de Conteúdo
1. Do Empresário
O empresário individual é aquele que exerce a atividade empresarial enquanto pessoa física,
individualmente, tendo como consequência a responsabilidade integral pelas obrigações sociais
inclusive com o patrimônio pessoal (confusão patrimonial). O empresário individual é equiparado a
uma Pessoa Jurídica pela legislação fiscal.
2. Conceito e atividades econômicas e civis;
O parágrafo único do artigo 966 do Código Civil afasta algumas atividades do conceito de
empresário tais como atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda que
contem com auxiliares ou colaboradores. À exceção é quando o exercício desta atividade for
elemento da empresa, organizando os fatores de produção.
3. Espécies de Empresários e condições (pressupostos) para o exercício das atividades:
A Capacidade civil plena, conforme artigo 972 do Código Civil é requisito para o exercício da
empresa individual. O requisito da capacidade para o exercício da empresa individual é imperativo
para iniciar a empresa individual. O incapaz poderá continuá­la, sendo procedimento previsto no
artigo 974 e parágrafos do Código Civil. O exercício da atividade empresarial entre cônjuges é
possível desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens ou no da separação
obrigatória, conforme disposto no artigo 977 do Código Civil. Ressalta­se a responsabilidade pessoal
pelas obrigações sociais de quem legalmente impedida de exercer a atividade empresarial (artigo 973
do Código Civil).
4. Obrigações Profissionais do Empresário
Antes do início da atividade empresarial é obrigatório o arquivamento dos atos constitutivos da
empresa no Registro Público de Empresas Mercantis, de acordo com o artigo967 do Código Civil.
Importante destacar a bifurcação existente em relação ao registro: o empresário e a sociedade
empresária realização o registro junto ao Registro Público de Empresas Mercantis, enquanto as
sociedades simples vinculam­se ao Cartório Civil de Pessoa Jurídica. O registro das empresas de
exercem atividade economicamente organizada está disciplinada na Lei 8.934/1994. Além disso, A
manutenção da escrituração regular é obrigatória de acordo com o artigo 1.179 do Código Civil e
possui natureza gerencial,onde o empresário pode verificar os resultados obtidos e redirecionar
esforços para o próximo exercício , natureza fiscal, onde verificam o cumprimento da legislação
vigente acerca do recolhimento obrigatório dos impostos, inerentes a sua atividade e de natureza
documental, onde há o registro dos eventos contábeis, descrevendo os acontecimentos financeiros e
contábeis relevantes da empresa, possuindo fé pública após autenticação no Registro Público de
Empresas Mercantis. O artigo 1.180 do Código Civil torna obrigatória a manutenção do Livro Diário,
podendo, caso a empresa seja microempresa ou empresa de pequeno porte, que o registro seja feito
no Livro Caixa, atendendo ao mandamento constitucional do tratamento diferenciado a
microempresa e empresa de pequeno porte ­ artigos 170, IX e 179, da CRFB/1988. A não
escrituração regular, além das punições previstas em lei, pode configurar crime de acordo com a
nova legislação falimentar.
5. Empresário individual e Empresa individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI).
6. Microempreendedor Individual (MEI)
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
Bernardo pretende exercer a atividade de comércio de produtos alimentícios orgânicos. Para o exercício
da referida atividade, Bernardo dispõe de R$ 80.000,00 de capital social, e precisa do auxílio de 2
colaboradores. Além disso, estima um faturamento mensal de R$ 10.000,00. Diante desse cenário,
 Bernardo consulta você sobre a possibilidade de exercer tal atividade como Microempreendedor
Individual ou até mesmo constituindo uma EIRELI, questionando quais as características de cada uma
das modalidades.
QUESTÃO OBJETIVA:
(OAB 2011.2 – FGV) Em relação à incapacidade e proibição para o exercício da empresa, assinale a
alternativa correta.
A) Caso a pessoa proibida de exercer a atividade de empresário praticar tal atividade, deverá responder
pelas obrigações contraídas, podendo até ser declarada falida.
B) Aquele que tenha impedimento legal para ser empresário está impedido de ser sócio ou acionista de
uma sociedade empresária;
C) Entre as pessoas impedidas de exercer a empresa está o incapaz, que não poderá exercer tal
atividade.
D) Por se tratar de matéria de ordem pública e considerando que a continuação da empresa interessa a
toda a sociedade, quer em razão da arrecadação de impostos, quer em razão da geração de empregos,
caso a pessoa proibida de exercer a atividade empresarial o faça, poderá requerer a recuperação judicial.
Considerações Adicionais
TEORIA DA EMPRESA E SOCIEDADES ­ CCJ0235
Semana Aula: 4
Sociedade
Tema
Sociedade Empresarial
Palavras­chave
Sociedade; Empresa;
Objetivos
­ Compreender o conceito de estabelecimento empresarial;
­ Reconhecer os atos constitutivos da sociedade;
­ Distinguir os agentes societários;
Estrutura de Conteúdo
1.1. Estabelecimento Empresarial:
O art. 1.142 do Código Civil Brasileiro, o estabelecimento comercial será todo o complexo de bens,
corpóreos (mercadorias, mesas, mobílias, imóveis) ou incorpóreos (nome comercial, marca, patente,
direitos) que possibilitam o desenvolvimento da atividade empresarial.
Ronaldo Sales Cardoso afirma que Os elementos do estabelecimento empresarial são os meios através
dos quais o empresário irá exercer a sua atividade econômica para cumprir a sua finalidade principal, a
obtenção de lucro. Eles são, em última análise, os instrumentos de que dispõe o empresário realizar sua
atividade empresarial. E ainda, considera­se domicílio para o direito empresarial, o local onde o
empresário exerce suas atividades. Há, entretanto, a possibilidade de que o administrador utilize mais
de um estabelecimento empresarial, surgindo, com isto, a ideia de estabelecimento principal, cuja
solução se mostra importante para a fixação do juízo competente para a declaração de falência.
No que se refere a alienação Gustavo Nardelli Borges escreve que Uma série de negócios jurídicos
pode envolver o estabelecimento empresarial, dentre os quais a cessão de sua universalidade de bens,
denominada trespasse, em que um empresário o vende a outro, ficando o adquirente responsável a
partir de então pela condução do negócio. O objeto do trespasse é a universalidade de bens materiais ou
imateriais que formam o estabelecimento, diferindo da venda isolada de um ou outro de seus bens,
porque se está cedendo também o aviamento ou capacidade de gerar lucros, condição indispensável à
caracterização do trespasse. Todavia, nada impede que sejam excluídos da compra e venda alguns dos
bens que compõem o estabelecimento empresarial, desde que isso não inviabilize sua existência e
utilização.
1.2. Ato Constitutivo da Sociedade:
Temos como Atos Constitutivos das Sociedades, o Contrato Social e o Estatuto Social. Como trataremos
neste período das Sociedades Contratuais, estudaremos o Contrato Social. O contrato social é o elemento
constitutivo das normas estabelecidas entre os sócios e o documento que será levado ao Registro Público
de Empresas Mercantis.  Sua elaboração deve obedecer às normas legais, contendo cláusulas que são
essenciais para seu arquivamento na Junta Comercial como, por exemplo, o nome da sociedade,
qualificação dos sócios, indicação da sede, dentre outros. A doutrina estabelece elementos de validade
para o contrato social e os classifica em elementos comuns e elementos específicos.
São elementos do ato constitutivos:
Comuns do Contrato Social e de acordo o artigo 104 do CC:
1. Agente capaz;
2. Objeto Licito;
3. Forma Prescrita ou não Defesa em Lei.
Quanto ao elemento capacidade é importante sinalizar a possibilidade de o menor integrar uma
sociedade desde que as seguintes condições sejam respeitadas: o capital social deve estar totalmente
integralizado e o menor não poderá assumir atos de administração da sociedade. Outra questão diz
respeito à sociedade entre marido e mulher, em que a lei civil admite desde que não sejam casados sob o
regime de comunhão universal ou de separação obrigatória de bens. Artigo 977 do CC.
São elementos específicos do contrato social: 
1. Pluralidade de sócios:  uma sociedade empresária resulta da vontade de, no mínimo, duas
pessoas, que poderão ser pessoas naturais ou pessoas jurídicas;
2. Participação nos resultados;
3. Affectio societatis: diz respeito a disposição que toda pessoa manifesta ao ingressar em uma
sociedade comercial, de lucrar ou suportar prejuízo em decorrência do negócio comum. Sem este
“ânimo”, não haveria a própria conjugação de esforços indispensável à criação e desenvolvimento de
ente coletivo.
4. Capital social: é o valor que os sócios ou acionistas estabelecem para sua empresa no momento
da abertura. É a quantia bruta que é investida, o montante necessário para iniciar as atividades de uma
nova empresa, considerando o tempo em que ela ainda não vai gerar lucro suficiente para se sustentar.
1.3. Capital Social:
De acordo com o Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a
contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos
resultados.
O Capital Social consiste na contribuição dos sócios para a formação de um montante pecuniário
pertencente à pessoa jurídica. Esta contribuição pode se ocorrer em espécie, bens ou créditos. Nestes
dois últimos casos, a responsabilidade por eventuais vícios redibitórios, evicção ou não satisfação do
crédito, recai sobre o sócio que apresentou o respectivo bem ou crédito comoforma de realização do
capital social. Excepcionalmente, temos a contribuição em forma de serviços, caso único previsto no
Novo Código Civil, quando dispõe o legislador a respeito das sociedades simples.
A finalidade do capital social é oferecer garantia aos credores. Na realidade, apesar de integrar o
patrimônio da sociedade, em conjunto com outros bens, o capital social não se confunde com este. Isso
ocorre porque o capital social é estático enquanto que o patrimônio é dinâmico. São três os princípios
que regem o capital social: intangibilidade, veracidade e unicidade. No primeiro deles, o capital social
mostra­se intangível, ou seja, não é um capital para ser utilizado como capital de giro. A veracidade
determina que deva haver uma transparência entre o montante declarado no contrato social e o valor
real existente do capital social. O último princípio perpetua que cada sociedade apresenta um único
capital social.
O capital social poderá ser modificado e, isso, não contraria o princípio da intangibilidade. Com efeito, a
alteração só ocorre por provocação dos sócios, em procedimento assemblear anterior. A modificação
poderá ser para o aumento ou para a redução do capital social, neste último caso, é necessária a
notificação dos credores para que possam se manifestar a respeito. A notificação é necessária porque
sendo o capital social uma garantia para os credores, devem esses tomar ciência que tal garantia está
sendo reduzida. A não notificação aos credores acarreta a possibilidade do seu pedido de falência (Lei
11.101/2005).
1.4. Agentes Societários
A Natureza Jurídica dos sócios é discutida na doutrina e, sustentada por alguns como sendo um direito de
propriedade do sócio sobre a sociedade que ele integra. Outros afirmam que ser sócio é um direito de
crédito sobre a sociedade, por ter contribuído na formação do capital social. A doutrina majoritária
inclina­se para a formação de um regime jurídico próprio entre sócio/sociedade com regras específicas
que delimitam direitos e deveres peculiares.
 São Direitos dos Sócios: A participação nos lucros, assumir a função de sócio administrador, fiscalizar os
administradores das sociedades, terem acesso aos dados contábeis e o direito de retirada.
São Obrigações dos Sócios: Integralizar o Capital Social, participar das perdas, respeitas as cláusulas
pactuadas no Contrato Social, prestar contas quando assumir a função de sócio administrador.
Ocorre a resolução do sócio perante a sociedade de quatro formas distintas, a saber: pela morte do sócio;
de forma voluntária; cessão de suas quotas a terceiros ou exclusão (obrigatória).
Pode ocorrer a exclusão, nos casos de: sócio remisso; falta grave via ação judicial; incapacidade
superveniente via ação judicial; justa causa, para sociedades limitadas ou por via administrativa, desde
que haja previsão contrato social ou pela penhora das quotas, art. 655 do CPC.
A terminologia técnica usada para a desclassificação é resolução de um sócio perante a sociedade, já que
o vocábulo ?resolução? consiste na quebra do pacto estabelecido no contrato social por um dos sócios.
A Administração da Sociedade:
A importância do estudo dos administradores das sociedades, antes da vigência do Código Civil de 2002,
conhecidos como sócios gerentes, ocorre pelo fato de ser o agente responsável em corporificar a vontade
da sociedade assumindo assim pessoalmente a responsabilidade pessoal pelos atos realizados. Distinguir
sua atuação como gestor, norteada pela autonomia de vontade versus a submissão às normas sociais,
compõe no contexto societário, extrema relevância no aspecto da responsabilidade pessoal pelos atos do
administrador da sociedade.
A Administração Societária encontra­se regulada no CC do artigo 1010 a 1021. O artigo 1061 do CC nos
trouxe uma inovação: A de Administradores não sócios nas sociedades limitadas. Neste caso, esta
designação dependerá da aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não tiver sido
integralizado, ou de 2/3 no mínimo, após a sua integralização.
No ensinamento de Maria Elci Moreira Galvão a responsabilidade civil do administrador está
contextualizada em quatro situações:
1) O administrador pratica ato regular de gestão, aqui pratica o entendimento de que a sociedade
responde sozinha, sem direito de regresso contra o administrador, Pois os preconceitos decorrentes
dos atos regulares de gestão do serão sempee imputados à pessoa jurídica administrada
2) O administrador pratica ato regular ou irregular de gestão, antes de averbado o ato de nomeado:
Quando o nomeado pelo meio de outro documento que é contrato contrato social, o administrador É
uma obrigação de providenciar, o quanto antes, um averbação o do nome do produto sem Registro de
Empresas Mercantis se a sociedade para empresário, ou no Registro Civil das Pessoas Jurídicas para
Uma sociedade simples. Enquanto isso, o administrador responde com seus bens pessoais em
solidariedade com uma sociedade (artigo 1.012). 
3) O administrador pratica ato de gestão além dos limites expressos pelo contrato. Será sempre
necessário analisar o contrato da sociedade, para verificar a extensão dos poderes de
administrador. Uma sociedade e os súditos que podem ser administrados podem se beneficiar em
detrimento da boa de terceiros. A sociedade responde perante terceiros, e mais uma vez, contas de
contas com o administrador que extrapolou os poderes; (Art. 1.015, Parágrafo único, inciso I, II e
III). 
4) O administrador que idade com culpa ou dolo sem desempenho de suas funções. Todo o
administrador da sociedade, querido, é um de nossos clientes, passa um ser responsável pelos atos que
praticam, podendo ser responsabilizado pessoalmente por todos os atos que causem danos à
sociedade. (Artigo 1.016). DIREITO EMPRESARIAL
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO:
Quatro amigos de infância, após ganharem uma bolada na Mega Sena, decidiram abrir um negócio. Para
tanto, procuraram a Dra. Lúcia Guimarães, advogada no ramo do direito societário, para obter todas as
informações sobre esta nova empreitada. Desejam os sócios que esta sociedade tenha como objeto social
a venda de motocicletas, e a mesma empresa uma sociedade limitada. Como não entendem nada de
administração, desejam colocar como administrador, o padrinho de um deles, que não vai integrar o
quadro associativo. Diante disto, responda: Existe uma possibilidade de determinada pessoa que é um
documento ocupa o cargo de administrador em uma sociedade limitada?
QUESTÃO OBJETIVA:
1) (FMP/2014/Juiz/MT) A responsabilidade dos administradores na sociedade limitada:
a)  é objetiva;
b) é subjetiva, mas depende da prova do dolo;
c) é subjetiva bastando a culpa;
d) é objetiva, mas limitada ao valor do capital integralizado;
e)  é subjetiva, mas limitada ao valor do capital integralizado;
2) (FCC/2012/Juiz do Trabalho/20º Região ­ SE) O administrador de uma companhia:
a) sempre responde subsidiariamente pelas obrigações que contraiu em nome da sociedade em
virtude de atos de gestão, independentemente de culpa ou dolo;
b) somente será responsável pelas obrigações que contrair em nome da sociedade, em virtude
de ato regular de gestão, se agiu com violação de lei ou do estatuto;
c) responde civilmente pelo prejuízos que causar, quando proceder, dentro de suas atribuições
ou poderes, com dolo, mas não responderá se obrar apenas com culpa;
d) é solidariamente responsável pelos atos ilícitos cometidos por outros administradores, mesmo
que dissidente, eximindo­se, apenas, se convocar assembleia geral para dar ciência do que souber;
e) não é pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em nome da sociedade e em
virtude de ato regular de gestão.
Considerações Adicionais
TEORIA DA EMPRESA E SOCIEDADES ­ CCJ0235
Semana Aula: 5
Sociedade e Personalidade Jurídica
Tema
Sociedade: personalidade jurídica e efeitos. Desconsideração da personalidade jurídica;
Palavras­chave
Personalidade Jurídica; Sociedade; Desconsideração;

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