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PORTFÓLIO 2019 Universidade Federal de Sergipe Centro de Ciências Exatas e Tecnologia Departamento de Química - DQJ Isabela Torres Oliveira Colégio Estadual Atheneu Sergipense Diretor: Daniel Mauro Souza Lemos Professora: Márcia Andrade São Cristóvão – SE Março de 2019 Portfólio Estágio Supervisionado em ensino de Química II Discente: Isabela Torres Oliveira Matrícula: 201310032527 Instituição Concedente: Colégio Estadual Atheneu Sergipense Diretor: Daniel Mauro Souza Lemos Endereço: Largo Graccho Cardoso, s/n, Bairro São José Estágio supervisionado realizado entre os meses de dezembro de 2018 e janeiro de 2019 no Colégio Estadual Atheneu Sergipense pela discente Isabela Torres. INTRODUÇÃO O Estágio Supervisionado foi realizado no Colégio Estadual Atheneu Sergipense, no qual foram realizadas 10 horas de monitoria e 10 horas de atividade diferenciada. A seguir serão apresentados os aportes teóricos utilizados para realização do estágio, as atividades realizadas na monitoria e a atividade diferenciada. Todas as atividades foram realizadas com as turmas de terceiro ano do ensino médio e acompanhada da professora de química das turmas. Dos estudos teóricos da disciplina Estágio Supervisionado em Ensino de Química II Estudos mostram a importância do estágio supervisionado para uma boa formação do docente. Hoje se sabe que nas universidades a docência fica, na sua maioria, em segundo lugar, onde se valorizam primeiro as pesquisas científicas tanto na graduação como na pós-graduação. Sendo que a base de todas as profissões é o professor. Mas como melhorar a educação se não se tem incentivo? Segundo a autora Menga Lüdke, deve-se ter uma reforma no currículo que até então não se superam os limites, não se renova. Deve haver incentivo para pesquisas na área do ensino. A política, a ciência e o emocional devem andar entrelaçadas com a pedagógica. O professor deve buscar a implantação de práticas interdisciplinares, entre outros fatores (LÜDKE, 2019). O estágio supervisionado nos permite pôr em prática tudo o que se foi desenvolvido durante a graduação e ter um contato inicial com a educação básica. Conhecer a escola, as práticas escolares, ter uma participação ativa não só em sala de aula, mas também com toda a comunidade escolar, participar de monitorias, atividades diferenciadas e a regência faz com que o estagiário analise de forma mais crítica tanto a sua prática como as atuais condições da educação básica, contribuindo assim, para a sua formação, formação dos futuros professores e pela educação. Outro fator de extrema importância durante o estágio é o diário de bordo, onde o estagiário deixa registrado tudo o que se foi vivenciado e realizado. Com este se pode saber a posição do estagiário diante da realidade do ensino básico, os dilemas que foram vivenciados e para guia-los como enfrentar os obstáculos (GONÇALVES, FERNANDES, et al., 2008). Atividade de Monitoria Período entre os dias 10/12/2018 e 08/01/2019 A atividade de monitoria foi realizada nas turmas de terceiro ano do ensino médio. Foram cumpridas dez horas de atividade, onde destas, seis horas, foram destinadas para a realização de um experimento no laboratório de química sobre calorimetria, no qual os alunos mediram o valor energético liberado por alguns carboidratos e lipídios. Os experimentos foram realizados no dia 10 e no dia 14 de dezembro. As alunas do estágio desenvolveram um roteiro experimental que pôde ser usado pelos alunos, onde os mesmo ao final do experimento responderam a algumas questões nos resultados e discussões. As quatro horas restantes foram destinadas a revisões e resolução de uma lista de exercício sobre Bioquímica, também elaborada pelas alunas do estágio. As revisões foram realizadas em sala de aula com a presença da professora nos dia 03, 07 e 08 de janeiro de 2019. Foto 1 - Experimento dobre calorimetria Foto 2 - Revisão sobre Bioquímica DISCUSSÃO TEÓRICA - ATIVIDADE DE INTERVENÇÃO A atividade de intervenção realizada foi um debate em sala de aula sobre o uso dos agrotóxicos, quais as vantagens e desvantagens e como reduzir os impactos causados pelo uso inadequado. A discussão de aspectos sociocientificos (ASC) em sala de aula por meio de debates como processo argumentativo aumenta a comunicação entre alunos-professor e alunos-alunos onde o professor como mediador ao abordar ASC deve trazer à tona a “(re)significação da função social do ensino de ciências” (SANTOS e MORTIMER, 2009), para a formação de um cidadão ativo. O debate em sala de aula pode contribuir para a construção do conhecimento científico e para o pensamento crítico do cidadão, que terá uma participação ativa na sociedade podendo argumentar não só sobre a ciência, mas também sobre outros aspectos (ALTARUGIO, DINIZ e LOCATELLI, 2010) trazendo autonomia na tomada de decisões. O tema em questão foi o uso de agrotóxicos que hoje está presente em boa parte das alimentações consumidos pela população. Dos elementos químicos, 11 podem estar presentes nos agrotóxicos, alguns deles são o carbono (C), bromo (Br), Cloro (Cl), enxofre (S), fósforo (P), hidrogênio (H), nitrogênio (N) e oxigênio (O) onde apresentam características específicas de cada agrotóxico (BRAIBANTE e ZAPPE, 2012). Ao utilizar o tema agrotóxico pode-se contextualizar conteúdos da química como a polaridade, a solubilidade e as funções orgânicas, além de trazer questões sóciocientificas e também ambientais auxiliando assim no desenvolvimento da cidadania. Foto 3 – Debate sobre o uso dos agrotóxicos Foto 4 - Debate sobre o uso dos agrotóxicos Atividade do Campos de Estágio - Intervenção Período entre os dias 7 e 11 de janeiro de 2019 A atividade escolhida inicialmente foi um juri debate, porém por questões de tempo e demanda das turmas foi realizado um debate com aspéctos sociocientificos onde o tema trabalhado foi o uso dos agrotóxicos. O tempo para a realização da atividade foi de duas horas por turmas, aplicamos nas cinco turmas do terceiro ano, totalizando assim dez horas de atividade. Cada turma foi dividida em dois grupos, um a favor do uso dos agrotóxicos e o outro grupo contra. Inicialmente foi lança uma situação problema no qual um “casal de agricultor, Maria e José, que utilizavam agrotóxicos estavam passando por problemas, pois o senhor José estava com câncer de garganta. A produção foi reduzida, logo a renda também foi reduzida porque os mesmo não tinham empregados e somente a Maria estava cuidando da lavoura. Os mesmos suspeitavam que o que ocasionou o câncer foi o agrotóxico, mas não tinham certeza. Mesmo assim eles não podiam deixar de usar uma vez que tinham que fornecer a mercadoria semanalmente. Maria não utilizava EPIs e não tinha um conhecimento aprofundado sobre os agrotóxicos, apenas que „faziam mal‟.” Foi passado para os alunos uma artigo cujo o título é “A química dos agrotóxicos” como suporte teórico para ajudar na construção do conhecimento acerca dos agrotóxicos e também na argumentação no momento do debate. Foi liberado também o uso de smartphones para pesquisas dentro da sala de aula que também ajudassem nas argumentações. O debate foi dividido em três momentos onde o primeiro era a apresentação do problema, o segundo a construção do conhecimento e o terceiro foi o debate como a aplicação do conhecimento. Foi feita a análise da situação- problema, aplicando os conhecimentos científicos que foram construídos a partir da leitura do artigo científico, pesquisas e debate com as mediadoras (estagiárias). Além disso foram analisadas as relaçõesentre conhecimento científico e suas implicação no mundo. Experiências - 3º ano A No dia 08/01 iniciamos a atividade de intervenção na turma 3º A. Ao explicar aos estudantes como seria a atividade deixamos bem claro que os mesmos que deveriam debater sobre o assunto e para isto ter argumentos. Foi dado aos alunos 20 minutos para leitura do artigo e mais 10 minutos para pesquisas no celular acerca do assunto. Na mesma aula a turma foi dividida em dois grupos, um contra e outro a favor do uso dos agrotóxicos e em seguida explicamos o problema inicial. Retornamos a turma no dia 10/01 para o debate. Durante o debate o grupo a favor dos agrotóxicos utilizava o termo “defensivo agrícola”, já o grupo contra utilizava veneno. Um dos alunos a favor comparou os uso dos agrotóxicos com o uso dos remédios, afirmando que o que os tornam diferentes um do outro é a dosagem. A todo o momento intervíamos no debate fazendo com que os alunos utilizassem termos químicos em suas falas. As intervenções eram feitas por meio de perguntas, ou rebatendo o que os alunos falavam a respeito. Como solução para o problema o grupo a favor apresentou o BPC – Benefício de Prestação Continuada que é um programa do governo federal, a utilização de EPIs, rotação de culturas, entre outros. O grupo contra sugeriu que recorressem a prefeitura para tentar receber algum tipo de benefício e a utilização e EPIs. Após o termino do debate foi sugerido a realização de um texto pequeno como conclusão do debate. Dentre os alunos que participaram apenas cinco realizaram o texto colocando o que concluíram com debate e as soluções citadas para o problema Experiências - 3º ano B No dia 10/01 foi realizada a atividade de intervenção na turma 3ºB. Antes de começar a descrever a atividade, ressalto que os(as) debatedores(as) sumiram na segunda aula alegando ter ido a uma reunião, o que atrasou a atividade e fez que o final do debate não fosse tão proveitoso nesta turma. O primeiro momento da atividade foi igual em todas as turmas: 20 minutos para leitura do artigo e pesquisa na internet sobre o assunto, separação dos dois grupos, um contra e outro a favor do uso dos agrotóxicos e a apresentação do problema inicial. Nesta turma durante o debate alguns alunos disseram que a causa do câncer foi devido ao nível de toxidade do agrotóxico utilizado, que nesse caso foi faixa vermelha e a forma como o seu José utilizou. Algumas dúvidas surgiram no decorrer do debate e a partir destas dúvidas, fez-se uma discussão sobre o que seria um composto orgânico, inorgânico e bioinorgânico. Alguns alunos associavam os agrotóxicos, cuja composição da maioria é orgânico, com produtos naturais, os mesmo tinha a concepção de que os agrotóxicos eram derivados de produtos naturais. Foram realizados no total dez textos pelos alunos abordado os aspectos positivos e negativos sobre o uso dos agrotóxicos. O debate sobre plantação de alimentos orgânicos também foi feito onde o grupo a favor com argumento contra o cultivo de produtos livres de agrotóxicos, ressaltou que o alto preço desses produtos é devido a necessidade de mais atenção, se tornando um desafio na hora tanto do cultivo como no envio da carga e a venda, sendo assim não valeria a pena para os agricultores. Foi necessário dar o intervalo dos alunos, porém após o intervalo os mesmos que estavam participando não retornaram. Devido a demora dos alunos para retornar e os demais que estavam na sala não querer participar fomos direto para a conclusão. Como solução eles falaram sobre a utilização dos EPI‟s, a utilização de agrotóxicos com níveis de toxidade mais baixos, utilização de nicotina como substituinte dos agrotóxicos convencionais utilizados até então e que a família fosse pedir auxílio ao governo. Experiências - 3º ano C A turma do 3º C foi muito desafiadora, pois as meninas confundiram alguns termos, o que foi bastante desafiador para nós estagiárias. Os desafios dessa turma estão relacionados aos termos e concepções químicas utilizados pelas participantes. Um exemplo foi o uso da palavra “partícula” para um composto apolar e “substâncias tóxicas como o éter”. Foram discutidos alguns conteúdos de orgânica por meio de perguntas como: “o que caracteriza um composto orgânico?”, “o que seria um alimento orgânico?”. Também foi abordado o assunto polaridade para fins de ajuda-las na organização do conhecimento. O termo “veneno” foi muito citado pelas mesma. As alunas focaram no manuseio e a quantidade utilizada alegando que “não é o agrotóxico, é a forma que usa”. O grupo a favor apresentou como solução o uso de equipamentos de proteção ter cuidados com o manuseio O grupo contra sugeriu a utilização de repelentes naturais. A turma tinha maios ou menos 15 alunas e foram recebidos 5 textos com o feedback. Experiências - 3º ano D Os estudantes do 3º D foram bastante participativos porém na produção textual foram os que menos contribuíram. O grupo contra os agrotóxicos trouxe alguns aspectos químicos, como a insolubilidade de alguns em agua e solubilidade em substâncias orgânicas fazendo com que gere um maior acúmulo e a questão se não serem biodegradáveis. Como soluções propuseram a redução do uso e o uso dos equipamentos de proteção “sem EPI não rola”, O grupo a favor argumentou sobre o fato da família não ter um certo entendimento e informações necessárias para manuseio dos agrotóxicos, que isso pode ter prejudica-los. Mas que ao utilizar o agrotóxico de forma correta e com todos os equipamentos necessários não teriam problemas. Como solução sugeriram o mesmo que o grupo contra. Foram quatro textos realizados pela turma onde abordaram alguns conteúdos químicos como solubilidade e polaridade, alguns falaram pontos positivos e negativos e sobre a necessidade de mais informações sobre o uso dos agrotóxicos pelos agricultores, utilização de equipamento de proteção e auxílios do Banco do Nordeste. Experiências - 3º ano E Muitos doa alunos da turma não quiseram participar. Resolveram interagir quase no final da atividade. Foi usado a palavra “veneno” para os agrotóxicos pelos participantes. O grupo contra falou sobre as doenças que uso inadequado dos agrotóxicos poderiam causar. Trouxeram como soluções biopesticidas, uso de equipamentos de proteção e auxílios do governo. O grupo a favor afirmou que uma das vantagens da utilização dos agrotóxicos era a produção em alta escala, pois “quanto maior for a população maior deverá ser a demanda de alimentos”. Também falaram sobre os alimentos orgânicos que pelo fato de estragarem mais rápidos não viam vantagens e que os biopesticidas não protegiam tão bem os alimentos. Como soluções eles falaram sobre a utilização de equipamentos adequados, programa do gover federal chamado PAA – Programad de Aquisição de Alimentos (possui duas finalidades básicas: promover o acesso à alimentação e incentivar a agricultura familiar). Infelizmente nesta turma não teve produção de texto pois ela foi a primeira que aplicamos a atividade de intervenção e como já fora citado, tivemos que adaptar a atividade. CONCLUSÃO Nem todos os alunos presentes na sala de aula participaram do debate, pois disseram já estar passados na disciplina e estavam preocupados com a elaboração de um trabalho que seria apresentado no mesmo mês. Por meio do artigo apresentado e das pesquisas realizadas pelos alunos sobre o tema em questão, aqueles que participaram do debate conseguiram argumentar e encontrar soluções para o problema inicial, abandonando, na sua maioria, as concepções alternativas sobre o tema abordado e construindoassim o conhecimento científico levando então ao pensamento crítico. Avaliação final da professora O estágio foi realizado em atendimento às determinações constantes do Plano de Estágio Supervisionado II para o curso de Licenciatura em Química. No qual foi abordado o tema Bioquímica através de revisões e aulas experimentais, onde foi verificado a energia de alguns alimentos por meio de um calorímetro caseiro. Como também foi feito atividade de intervenção com jogo didático sobre o uso de agrotóxico. As atividades foram realizadas no Centro de Excelência Atheneu Sergipense, com turmas da 3ª série do ensino médio, nas quais as alunas Isabela Torres e Sônia desempenharam suas atividades com responsabilidade, presteza, comprometimento e domínio dos conteúdos. Bibliografia ALTARUGIO, M. H.; DINIZ, M. L.; LOCATELLI, S. W. O Debate com Estratégia em Aulas de Química. Química Nova na Escola, v. 32, fevereiro 2010. BRAIBANTE, M. E. F.; ZAPPE, J. A. A Química dos Agrotóxicos. Química Nova na Escola, v. 34, p. 10-15, fevereiro 2012. GONÇALVES, F. P. et al. O diário de aula coletivo no estágio da licenciatura em química: dilemas e seus enfrentamentos. Química Nova na Escola, novembro 2008. LÜDKE, M. Universidade, escola de educação básica e o problema do estágio na formação de professores. REVISTA BRASILEIRA DE PESQUISA SOBRE FORMAÇÃO DOCENTE , Belo HORIZONTE , v. 01, p. 95-108, 2019. SANTOS, W. L. P. D.; MORTIMER, E. F. Abordagem de aspectos sociocientíficos em aulas de ciências: possibilidades e limitações. Investigações em Ensino de Ciências, v. 14, p. 191-218, 2009.
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