Buscar

Consciência Negra

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Maria Imaculada
Consciência Negra
Consciência Negra Pra Quê?
Em algum momento da sua vida sendo usuário de redes sociais você deve ter se deparado
com aquele cartaz de dizeres capciosos: “não precisamos de um dia de consciência negra,
mas de 365 dias de consciência humana”. Sob um ponto de vista simplista talvez você
tenha pensado que aquilo fazia sentido, certo? Ora, uma vez que todas as raças se
unissem em prol do bem geral, não seria necessário colorizar a tal consciência.
Gabriela Moura Do Insecta
Shoes
O mito da democracia racial foi derrubado há tempos. Mas, antes de erguemos a
bandeira da “diversidade” só pra fazer bonito pro nosso próprio ego, vamos tentar
compreender o que isso representa de verdade. O Brasil viveu séculos de escravidão –
mais precisamente, 358 anos -, um período marcado por violências que deixaram suas
marcas até hoje. Você consegue contar quantas gerações existiram neste período?
O pós-abolição não veio acompanhado de ações sociais para a inserção dos então
recém-libertos na sociedade. A realidade foi: políticas de embranquecimento da
população, sob alegações que taxavam os negros de seres primitivos, menos
inteligentes e mais propensos a doenças e pouca ou quase nenhuma preocupação em
revisar a sociedade que, até então, vivia com tranquilidade um sistema onde servidão
forçada era algo natural, aceitável ou mesmo incentivada, fomentada pelo status que a
posse de escravos oferecia aos seus senhores. E isso falando apenas do básico do
cenário catastrófico ao quais os negros foram submetidos.Ou seja, uma vez “livres”
(assim, com muitas aspas), os escravos tinham todo um mundo a ser desbravado ao
lado de suas famílias, finalmente gozando de todos os direitos sociais que, por três
séculos, foram negados. Tudo ficaria bem a partir de agora, né?
Não, exatamente. As questões sociais enfrentadas, principalmente pelos mais pobres,
estão todas interligadas. Desde um sistema educacional defasado, até as já sabidas
deficiências do sistema penal, passando por um mercado de trabalho pouco inclusivo e
o funil propositalmente imposto no acesso ao ensino superior. Não é possível querer
melhorar um sem olhar para o outro. É por isso que tantas áreas de conhecimento são
envolvidas na racionalização de meios para diminuir o abismo entre negros e brancos
no Brasil.Você já fez o teste de verificar quantos negros existem em seu círculo social,
faculdade ou trabalho?
Então, proponha a si mesmo esse exercício diário. Os negros representam 53% da
população brasileira, mas são a minoria em espaços considerados “bons” e maioria em
espaços considerados marginalizados. Dica: resista a tentação de resumir tudo a
meritocracia. Vá além.O Dia da Consciência Negra vem para trazer à luz estas
questões com uma proposta: largamos o conceito de culpa e abracemos o conceito de
responsabilidade. Não é ético, tampouco responsável, que se abra mão de repensar as
estratégias de enfrentamento ao racismo estrutural e a violência contra a
população."Aaaah, mas isso é segregação”.Essa é outra falácia comum na oposição
dos debates raciais. Mas vamos refletir a matemática básica: se ao branco não é
negado o direito da existência, se o branco não tem sua humanidade questionada, se
ser branco é considerado o “normal e padrão” social, e, de acordo com a nossa
realidade, foi criada uma hierarquia social ao longo da história, o que há de
segregacionista na luta pelos direitos de quem está na base dessa pirâmide?
Questionar uma sociedade racista nunca significou prejudicar pessoas não-negras. O
racismo é uma arma tão mortal e aceita, a ponto de os privilégios concedidos por
séculos aos brancos serem vistos como direitos inquestionáveis, e a políticas que visam
estender esses direitos aos negros são vistos como privilégios – alô, onde está o
privilégio em ser o povo que mais morre violentamente ou o que menos ganha dinheiro?
atividades
(Entregar em folha separada) mínimo de 20 linhas
Após leitura e reflexão do texto, escreva uma dissertação sobre a importância da
criação do Dia da Consciência Negra.

Continue navegando