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A EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE E O MERCADO DE TRABALHO otima

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A EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE E O MERCADO DE TRABALHO 
Marcos Roberto de OLIVEIRA1 
Thiago Lopes da SILVA2 
João Carlos de Campos FEITAL3 
 
Resumo 
A presença do profissional contábil é cada vez mais imprescindível para a sociedade e para as 
organizações, assim a idéia do profissional que somente preenchia guias e agilizava seu pagamento 
deve ser deixada para trás. Assim, hoje, a principal característica desta profissão será o crescimento 
aplicado no desenvolvimento humano e social. Por isso o contador deve estar qualificado para 
acompanhar as mudanças e se adaptar às novas realidades. No futuro, a contabilidade continuará sendo 
o principal meio de controle empresarial e, segundo especialistas, faltam profissionais qualificados no 
mercado de trabalho para a execução de várias tarefas, desde a escrituração até a auditoria. Com esse 
novo perfil de profissional, o mercado será ampliado, e a remuneração tenderá a crescer. 
 
Palavras-chave: profissional contábil; carreira; contabilidade; mercado de trabalho. 
 
Introdução 
Pode-se dizer que o contador do futuro deve estar sempre preocupado, lendo e 
aperfeiçoando-se sempre, porque a contabilidade, por ser uma ciência, está em constante 
modificação, e quem não se atualizar perderá sua posição para profissionais de outras áreas. 
A contabilidade oferece subsídios necessários para as tomadas de decisões, portanto os 
profissionais devem acompanhar a evolução, pois as informações, hoje, ganharam muita 
velocidade com os avanços tecnológicos. 
 
O fim do curso de graduação, por si só, não garante o sucesso profissional. 
Muito pelo contrário, é o início de uma longa caminhada, que tem como 
pressuposto básico a educação continuada. Afinal as empresas estão 
procurando profissionais cada vez mais especializados, que possuam uma 
visão generalista e sejam capazes de conectar fatos, acontecimentos em 
várias áreas e ajudar as empresas na consecução dos seus objetivos 
(Carvalho 2002, p.10). 
 
História da Contabilidade 
A história da contabilidade é tão antiga quanto a própria história da civilização. Está 
ligada às primeiras manifestações humanas da necessidade social e interpretação dos fatos 
 
1 Especialista em Administração Financeira pela UNISO, Sorocaba/SP; Professor Universitário no CEUNSP 
2 Especialista em Administração de Empresas pela FGV; Professor Universitário no CEUNSP 
3 Mestre em Administração pela UNIMEP, Piracicaba/SP, Professor Universitário no CEUNSP e FATEC 
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ocorridos com o intuito material de que o homem sempre dispôs para alcançar os fins 
propostos. 
Alguns historiadores relatam que os primeiros sinais da existência de contas surgiram 
a aproximadamente 4.000 A. C. Entretanto, antes disto, o homem primitivo, ao inventariar o 
número de instrumentos de caça e pesca disponível, ao contar seus rebanhos, já estava 
praticando uma forma rudimentar de contabilidade. 
 
Alguns pesquisadores afirmam que o início das práticas relacionadas com o 
controle das contas data mais de mil anos antes de Cristo. Para outros, tais 
preocupações são tão velhas quanto a humanidade. Para mensurar, avaliar, e 
controlar seus bens pessoais desde os tempos remotos, os reis, faraós, 
comerciantes, agricultores, etc, utilizavam técnicas de registros, o que pode 
ser entendido como o início da contabilidade como hoje é conhecida. 
(Oliveira e Nagatsuka 2000, p. 19). 
 
Com o desenvolvimento cultural, social e econômico, foi que a contabilidade passou a 
evoluir. No período do Renascimento Cultural, surge a figura do Frei Luca Bartolomeo de 
Pacioli, considerado um dos mais estudiosos da época, e que consagrou-se como uma das 
maiores mentes de seu tempo, e tornou-se conhecido como “pai da contabilidade”. 
Chegando à história recente, constata-se mais do que nunca a importância da 
contabilidade e das informações geradas pela mesma. Nos últimos séculos, ocorreu uma 
grande evolução das técnicas contábeis: O surgimento da auditoria, o desenvolvimento da 
contabilidade de custos, e o aumento da importância da contabilidade como ferramenta 
gerencial, estas são algumas das inovações que surgiram nos novos tempos, trazidas pela 
propagação da escola americana. 
 
Origem da Contabilidade 
A contabilidade se originou com a necessidade de registros do comércio. Indícios 
apontam que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio não 
era exclusiva destes, já sendo praticadas nas principais cidades da antiguidade. 
 
[...] É claro que a contabilidade teve evolução relativamente lenta até o 
aparecimento da moeda. Na época da troca pura e simples de mercadorias, 
os negociantes anotavam as obrigações, os direitos e os bens perante 
terceiros, porem, obviamente, tratava-se de um mero elenco de inventário 
físico, sem avaliação monetária (Sergio 1997, p. 30). 
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A prática de troca e venda dos comerciantes semíticos exigia o acompanhamento das 
variações de seus bens. As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros ou 
relatórios sobre o fato. Mas na Babilônia as cobranças de impostos, já se faziam com escritas, 
embora rudimentares. Relatos evidenciam que escriba egípcio contabilizou os negócios 
efetuados pelo governo de seu país no ano 2000 A.C. 
 À medida que o homem começava a aumentar seus bens, preocupava-lhe saber quanto 
poderiam render e qual a forma mais simples de aumentá-los, pois quando já em maior 
volume estas informações não eram de fácil memorização, necessitando de registros. 
Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim de que 
pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc. 
Com a aparição das primeiras administrações particulares, surge a necessidade de 
controle, que não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se pudesse prestar 
conta da coisa administrada. 
É bom lembrar que, naquele tempo, não havia o crédito, ou seja, as compras, vendas e 
trocas eram à vista. Mais tarde, como prova de dívida ou quitação, eram utilizados ramos de 
árvore. O desenvolvimento do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever), no Egito, antigo 
facilitou o registro de informações sobre negócios. 
Conforme as operações econômicas foram se tornando mais complexas, o seu controle 
refinou-se. Na República Romana (200 A.C.) nos registros governamentais já eram utilizadas 
as receitas de caixa, que eram classificadas como rendas e lucros, e as despesas 
compreendidas nos itens salários, perdas e diversões. 
Durante o período medieval, os governos locais e a Igreja introduziram diversas 
inovações na contabilidade. Mas é somente na Itália que surge o termo Contabilitá. 
 
Evolução da Contabilidade 
A evolução da contabilidade ocorreu de acordo com as necessidades e tendências do 
mundo. Assim, a evolução contábil se resume em quatro etapas. 
No mundo antigo a contabilidade surge com as primeiras civilizações e vai até 1202 da 
Era Cristã. A contabilidade empírica, praticada pelo homem antigo, já tinha como objeto o 
patrimônio, representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos. 
 A contabilidade do mundo medieval, período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, 
foi um período importante tanto na história do mundo, quanto na história da contabilidade. 
Foi quando a indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sistema de 
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mineração e metalurgia. Com isso surge o livro caixa, que recebia registros de recebimentos e 
pagamentos em dinheiro, era utilizado de forma rudimentar o débito e o crédito. 
A contabilidade do mundo moderno, período que vai de 1494 até 1840, é considerada 
a fase da pré-ciência. Para se estabelecer umcontrole das inúmeras riquezas, que o novo 
mundo representava, a contabilidade tornou-se uma necessidade. A introdução da técnica 
contábil nos negócios privados foi uma contribuição de comerciante italianos do sec. XII. 
Quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade das Partidas 
Dobradas) de Frei Luca Pacioli, publicado em 1494, enfatizando que a teoria contábil do 
débito e do crédito corresponde a teoria dos números positivos e negativos, obra que 
contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano. Pacioli 
apesar de ser considerado o pai da contabilidade, não foi o criador das partidas dobradas, o 
método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o século XIV. 
E finalmente com a contabilidade do mundo científico, que se inicia em 1840 e 
continua até os dias de hoje. A teoria contábil avançou de acordo com as novas necessidades 
que se apresentaram, mas foi nos EUA que a contabilidade evoluiu para a prática. A maioria 
dos autores da época preocupou-se mais em mostrar a contabilidade como uma ciência, do 
que comprovar as idéias que surgiam. Era consistida na difusão idealista, sem pesquisas. 
Muitas das teorias não tinham aplicação e o uso exagerado das partidas dobradas dificultava a 
flexibilidade necessária. Com a criação de grandes empresas, como as multinacionais ou 
transnacionais, por exemplo, onde são requeridos grandes capitais, e com um grande número 
de acionistas, foi à primeira causa da utilização das teorias e práticas contábeis, pois 
permitiam a correta interpretação das informações, por qualquer acionista ou outro 
interessado, em qualquer parte do mundo. 
 
O conjunto de esforços e aprimoramento fez a ciência contábil evoluir na 
época clássica de “logos” (lógica e ciência), conforme (Apud - Masi 1971), 
sendo depois considerada uma “rationandi scientia” (ciência racional) no 
estudo de suas contas, nas aplicações de orientação aos empreendimentos de 
capital público e privado; no auxilio governamental e privado nas trapezas 
de acordo com D’ Áuria (1959) – tal como eram chamados os bancos na 
Grécia antiga – e nas famílias que também escrituravam e praticavam os 
registros contábeis (Silva 2007, p.6). 
 
A evolução da contabilidade mostra que a cultura deriva quase que inteiramente de 
outras culturas e que a contabilidade não é apenas uma consequência da evolução do homem 
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e, sim, o alicerce, por que foi a partir do sistema de contas, que o homem organizou-se 
deixando de ser primitivo e passando a raciocinar de maneira organizada. Podendo-se afirmar 
que um sistema de contabilidade não falta nem mesmo na mais rudimentar das organizações. 
 
A Contabilidade no Brasil 
No Brasil, a vinda da Família Real portuguesa incrementou a atividade colonial, 
exigindo um melhor aparato fiscal, já que houve um aumento dos gastos públicos e também 
das rendas dos Estados. Com isso constitui-se o Erágio Régio ou o Tesouro Nacional e 
Público, juntamente com o Banco do Brasil (1808). Neste mesmo ano, foi realizada a primeira 
referência oficial à escrituração e relatórios contábeis, elaborada pelo Príncipe Regente D. 
João VI, conforme dispõe o texto da Carta: 
 
Para o método de Escrituração e fórmulas de Contabilidade de minha real 
fazenda não fique arbitrário a maneira de pensar de cada um dos contadores 
gerais, que sou servido criarem para o referido Erário: - ordeno que a 
escrituração seja mercantil por partidas, por ser a única seguida pelas nações 
mais civilizadas, assim pela sua brevidade, para o manejo de grandes somas 
como por ser mais clara e a que menos lugar dá a erros e subterfúgios, onde 
se esconde a malícia e a fraude dos prevaricadores. (D. João VI, carta) 
 
Somente profissionais que estudassem aulas de comércio, poderiam realizar o 
processo de escrituração das contas, sendo que essas aulas realizadas no Brasil eram 
originárias de Portugal, e preparavam os empregados do comércio para o exame na Junta 
Comercial. 
No Brasil, a contabilidade teve influência tanto da escola italiana quanto da americana, 
sendo que a primeira foi a que influenciou inicialmente o país, porém foi na segunda que o 
Brasil baseou-se para formação da Lei das Sociedades por Ações, que ocorreu a partir da 
Resolução nº 220 e da circular nº 179 do BC e para a implantação do ensino acadêmico. 
A Escola de Comércio Álvares Penteado, criada em 1902, foi a primeira escola 
especializada no ensino da contabilidade. Nesta instituição, professores de grandes nomes, 
como Francisco D’Auria, Frederico Herrmann Júnior, Coriolano Martins, abriram portas para 
a pesquisa contábil. Segundo Iudícibus (1997), D’Auria teve o mérito de ser o mais 
“brasileiro” dos autores famosos da época, no sentido de que conseguiu formar o que se 
poderia chamar de embrião de uma autêntica escola brasileira, mas foi na Faculdade de 
Ciências Econômicas e Administrativas da USP, fundada em 1946, que o Brasil ganhou seu 
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primeiro núcleo efetivo, contribuindo com o surgimento dos escritores da literatura contábil 
nacional. 
Hoje, a contabilidade brasileira apresenta-se em uma situação contraditória, onde a 
qualidade das normas contábeis é superior à qualidade atual dos profissionais da área, 
principalmente agora com o surgimento da nova Lei das Sociedades Anônimas (S.A.). Tal 
fato se deve, em parte, a expansão do número de Universidades pelo país, sendo a maioria 
privada, algumas com cursos de baixa qualidade. Porém, pode-se constatar que, por outro 
lado, existem contadores de grande qualificação. 
 
O surgimento das normas internacionais de contabilidade 
O primeiro modelo de Lei das Sociedades Anônimas, o Decreto-lei nº 2.627, de 1940, 
foi o que mais se aproximou dos moldes europeus e dava mais ênfase aos donos das empresas, 
onde não obtinha tanta preocupação com a transparência contábil e com a clareza da 
informação. 
O surgimento da Lei nº 6.404/76, visava o modelo da Lei das Sociedades por Ações 
mais próximas do norte-americano, com esta lei vários avanços foram observados. A principal 
característica era o acionista brasileiro e o mercado de capitais no Brasil. 
 
A nova legislação da Contabilidade brasileira traz a necessária modernidade 
para a profissão, com benefícios diretos para as empresas e a sociedade que a 
antiga Lei, 9.295, de 1946, já não contemplava. Atualmente, surgem, a cada 
dia, novas imposições de controles contábeis, seja pelo extremo dinamismo 
da economia globalizada, seja pela evolução da sociedade, que se volta para 
questões sociais e de manutenção da vida no Planeta, onde a Contabilidade 
precisa estar presente fazendo registros, controles e fornecendo informações 
estratégicas para a tomada de decisão. Comenta Juarez Domingues Carneiro, 
presidente do Conselho Federal de Contabilidade. 
 
Com as freqüentes evoluções no cenário econômico, principalmente com o aumento 
do poder de investimento das empresas multinacionais, houve a necessidade de uma 
padronização dos procedimentos e normas contábeis, para proporcionar aos usuários mais 
transparência e confiabilidade. 
Assim surge a Lei nº 11.638/07 e, em seguida a Lei nº 11.941/09, onde se visa um 
modelo de lei societária internacional. Os profissionais de contabilidade das empresas, 
independente do tipo societário, se depararam com um enorme desafio por conta de suas 
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exigências, já que a mesma exige uma escrituração e elaboração das demonstrações contábeis 
de acordo com os princípios internacionais. 
Os primeiros países a firmar acordo com a Junta Internacional de Normas Contábeis 
(IASB) foram os Estados Unidos e a China, seguido pelo Brasil. A adesão á padronização das 
normas, abre o mercado brasileiro aos investidores internacionais,além de tornar o mercado 
de capitais e o sistema financeiro brasileiro mais transparente e reduzindo o Risco país. 
A harmonização das normas contábeis e a divulgação das informações financeiras são 
um processo de extrema importância e altamente necessário para uma Economia globalizada, 
facilitando assim a transmissão das informações contábeis para as empresas que operam em 
diversos países. 
Essa nova lei faz com que a contabilidade seja baseada mais em princípios do que em 
regras. É lógico que vai haver conflitos porque há os aspectos jurídicos e contábeis, mas em 
relação às mudanças, elas já estão ocorrendo e irão ocorrer ainda mais. Embora alguns digam 
que as normas são apenas para as empresas de grande porte, a aplicação deve ser feita por 
todas as empresas, pois as mudanças são necessárias. As novas demonstrações contábeis no 
Brasil vão estar em condições de serem analisadas, da mesma forma que os países que estão 
ou já implantaram as normas internacionais. 
As regulamentações contábeis estão percorrendo caminhos ao redor do mundo, a fim 
de facilitar o processo de comunicação da contabilidade, trazendo consigo um elenco 
competente de princípios. As Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS) tem a 
vantagem de buscar uma solução que não beneficie uma única economia, mas que melhor 
reflita as necessidades do maior número de países. O IASB, responsável pela emissão das 
normas contábeis, possui uma estrutura multidisciplinar e um processo de emissão de normas, 
que permite a todos os interessados o poder de participar na definição desse conjunto de 
normas. Assim, facilitará as relações comerciais e financeiras entre os países, de modo que 
venha a desenvolver o crescimento dos investimentos estrangeiros e a formação de blocos 
econômicos viabilizando a comparação das informações. 
A alta qualidade das normas contábeis serve de base para a divulgação e análise das 
informações sobre a situação patrimonial e financeira, permitindo a comparação com outras 
empresas e facilitando o entendimento por parte dos usuários. 
Desta forma, uma nova safra da literatura, pesquisas, estudos contábeis deverão 
permear o mundo da contabilidade, norteando os profissionais contábeis para uma 
contabilidade mais globalizada. 
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O Contador 
O contador é o profissional que trabalha com a área financeira, econômica e 
patrimonial de uma ou mais organizações. É responsável pela elaboração das demonstrações 
contábeis e pelo estudo dos elementos que compõem o patrimônio das empresas. 
O bacharel em ciências contábeis pode atuar em diversas áreas, segundo Marion 
(2009, 29), “aquele que optar pelo curso de Contabilidade terá inúmeras alternativas, entre as 
quais: contador, auditor, controller, analista financeiro, perito contábil, consultor contábil, 
professor de contabilidade, pesquisador contábil”. 
Hoje, a função básica do contador é produzir informações úteis aos usuários da 
contabilidade para a tomada de decisão, por isso, cada número e informação têm seu 
significado, tudo é importante, pois cada dado avaliado traduz a representatividade dos 
negócios da empresa. 
É muito importante que o profissional contábil exerça a profissão com ética e 
honestidade, pois possui acessos a muitas informações, sendo algumas sigilosas, por isso é 
ocupado pelo contador um cargo de confiança e respeito dentro da organização. 
 
O Profissional Contábil e seu desenvolvimento 
Antigamente o profissional que exercia a contabilidade era chamado de guarda-livros, 
e sua principal função era a escrituração dos livros mercantis. Era conhecido também como 
um funcionário indireto do governo, pois era responsável em efetuar cálculos de impostos e 
preenchimentos de guias. 
A história do profissional contábil teve um desenvolvimento lento e foi, em 1930, a 
regulamentação à ordem dos contadores do Brasil, e, em 1931, sendo a primeira profissão 
regulamentada no país, o Governo Provisório estabeleceu o registro obrigatório dos guarda-
livros e contadores na Superintendência do Ensino Comercial. 
A expressão guarda-livros desapareceu com o tempo, dando lugar à expressão 
contador, que ganhou mais status perante a sociedade. Nos dias de hoje, a profissão do 
contador é de extrema importância podendo ser comparada com a de um médico, pois é este 
profissional que irá cuidar da “saúde” da empresa, sendo indispensável a presença do 
profissional contábil dentro de uma organização. 
O atual ambiente operacional das empresas, caracterizado por uma grande 
concorrência, tem exigido que os contadores estejam em constante evolução, ampliando suas 
habilidades pessoais, entendimento do negócio e participando ativamente no processo de 
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gestão para atender de forma eficaz as demandas desse novo ambiente, definindo assim o 
novo perfil do profissional contábil. 
O novo perfil do contador é de uma pessoa que reúne conhecimentos técnicos e sociais 
em função do vasto mercado que tem a sua disposição. Com isso, sabe-se que a melhor 
remuneração está ligada à qualidade dos serviços prestados e essa qualidade só será alcançada 
com dedicação aos estudos e uma essencial base teórica e técnica, e uma integração com a 
empresa no seu todo. 
O contador deve passar de um simples profissional, deixando a postura de quem 
executa o trabalho de forma mecânica, muito parecida com uma linha de produção, deixando 
de manter seus conhecimentos somente na área em que atua, passando assim a ser um 
contador “aplicado”, empenhando-se para analisar a empresa extraindo as melhores 
informações para auxiliar os empresários de forma correta, estar sempre atualizando seu 
currículo em busca de saber quais são as novas técnicas e conceitos contábeis, pois estão em 
constante mudanças e procurar se relacionar com outras áreas como administração, economia, 
direito etc. 
O mesmo se deve para os profissionais que executam o trabalho contábil das empresas 
em seus escritórios, pois mesmo não estando fisicamente dentro da empresa, devem dar o 
auxílio necessário aos empresários, principalmente aos proprietários das micro e pequenas 
empresas, a crescerem, estruturarem-se e a solidificar seus empreendimentos. 
 
[...] O profissional contábil gerencia todo o sistema de informação, os bancos 
de dados que propiciam tomadas de decisões tanto dos usuários internos 
como externos. Toda sociedade espera transparência dos Informes 
Contábeis, resultados não só de competência profissional, mas, 
simultaneamente, de postura ética. (Marion 2009, p.29.) 
 
Hoje, os contadores gerenciais já atuam mais tempo como um consultor interno ou 
como um analista de negócios dentro das organizações, pois entendem a lógica das contas e o 
que elas fornecem de informações, para que se tomem as decisões. Essa mudança só foi 
possível com os avanços tecnológicos da informática, possibilitando que os contadores 
fiquem liberados de alguns trabalhos rotineiro, passando a ter mais tempo para analisar e 
interpretar as informações contábeis. 
Também com esses avanços os contadores passaram a ter um banco de dados para 
armazenar todas as informações financeiras, capaz de emitir relatórios que podem abranger o 
passado, o presente e o futuro da empresa. 
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É importante que o contador se preocupe com a utilidade, transparência, e objetividade 
das demonstrações contábeis, pois com base nelas os gestores tomam suas decisões para a 
prosperidade da empresa. 
Fica claro que o contador de hoje não pode mais apenas efetuar as escriturações 
contábeis ou o famoso débito e crédito, deve o profissional ter uma visão gerencial, 
ampliando seu conhecimento contábil para que possa dar o suporte necessário às empresas e 
praticando o seu marketing pessoal. 
O profissionalde contabilidade deve ter em mente que a valorização de seu trabalho se 
fundamenta, essencialmente, na capacidade técnica, na experiência prática, no comportamento 
ético e na responsabilidade social. 
 
A Importância da Ética para o Profissional Contábil 
A profissão contábil é uma das mais antigas, passando ao longo do tempo por muitas 
mudanças nos procedimentos e fatos contábeis. Devido a esta evolução, o profissional passou 
a ser de extrema importância no desenvolvimento das organizações, portanto, a fraude 
também passou a ser mais freqüente, resultando assim o fracasso de muitos empresários. 
Afinal, o papel do contabilista é de combater essa “doença”, que afeta, infelizmente a classe 
contábil. 
Hoje, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relação ás questões éticas 
pode ser o seu diferencial no mercado. A ética profissional insiste na conduta do contabilista 
de modo a acrescentar algo a ele, enquanto ser humano e a sociedade. 
O contador deve cumprir o código de ética do profissional contábil, a fim de estimular 
a execução da lei e, sobretudo conscientizar o profissional no que tange a integridade, 
honestidade e ética, que são os princípios a serem seguidos pelos contadores, sobretudo 
garantindo a transparência nos procedimentos contábeis e zelando pela moralidade da classe. 
Para acabar com o suborno que tanto preocupa a classe contábil, o CFC aprovou a Lei 
803/96, Art. 1º diz categoricamente: “Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar 
a forma pela qual se devem conduzir os contabilistas, quando no exercício profissional.” 
O código de ética propôs ao contador os procedimentos corretos do exercício da 
profissão, a fim de transparecer a idoneidade do profissional e, também do patrimônio da 
organização. Na lei citada acima existem dois pilares fundamentais que consolidam a ética, 
que são os princípios que dizem respeito à idoneidade do profissional e as regras, referindo-se 
à disciplina que o contador deve ter perante o cliente e também para a sociedade em geral. 
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O profissional nunca deve abrir mão dos princípios e dessas regras, pois é necessário 
desenvolver uma boa estratégia para garantir a manutenção da ética. 
A ética profissional deve também substituir o egoísmo, o individualismo e a 
competição entre os profissionais por um comportamento amigo e solidário, pois é a única 
maneira de um crescimento individual e coletivo. 
Para se ter uma sociedade mais justa, humana e menos discriminatória, os 
profissionais devem ser capazes de pensar e de criar valores, e não de serem manipulados e 
modelados, por isso o código de ética profissional assumi um compromisso de vida, 
enfrentando todas as práticas tradicionais e inadequadas. 
 
Hoje, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relação às questões 
éticas pode ser a diferença entre o seu sucesso e o seu fracasso. Basta um 
deslize, uma escorregadela, e pronto. A imagem do profissional ganha, no 
mercado, a mancha vermelha da desconfiança. (Jacomino 2000, p.28) 
 
A ética está relacionada à opção entre o bem e o mal, por isso cabe ao profissional 
saber de suas escolhas e atitudes, pois cada uma reflete numa conseqüência que pode ser o 
diferencial do profissional no mercado de trabalho. 
 
A Formação do Profissional Contábil 
O aumento significativo na oferta dos cursos de nível superior no Brasil, a implantação 
de novas formas de avaliá-los e a demanda das organizações por profissionais aptos a operar 
instrumentos de gestão cada vez mais sofisticados exigem dos bacharelandos em Ciências 
Contábeis a busca por novos conhecimentos. 
Tais exigências ocorrem em função do desempenho esperado do profissional contábil 
para o futuro da sociedade, principalmente por ser a contabilidade um valioso instrumento 
para se medir o conflito existente entre os principais grupos de agentes econômicos: governos, 
empresas e investidores. 
A busca pela formação acadêmica em Ciências Contábeis começa com o ingresso do 
estudante em um curso universitário após a conclusão do ensino médio, o curso tem duração 
de quatro anos, abrangendo aproximadamente 3000 horas-aula. 
Para obter o diploma de contador, com todos os privilégios atribuídos à profissão os 
órgãos de classe impõem uma rigorosa bateria de exames. Após conquistar o diploma 
universitário, o CFC determina que o bacharel seja submetido a realizar um exame de 
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suficiência do conhecimento adquirido. Ao ser aprovado o estudante estará habilitado para o 
exercício da profissão nas áreas de especialização, como perito contador, auditor de 
companhias fechadas, contabilidade financeira, gerencial ou pública, assessoria tributária. 
Para os profissionais que desejam atuar na área de auditoria de empresas abertas ou 
instituições financeiras a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) exige que seja realizado 
exames adicionais de conhecimento específico, que são elaborados pelo CFC. Não é exigido 
estágio prático profissional anterior em empresa de auditoria independente ou instituição 
financeira. 
O Brasil concede total responsabilidade ao contador em troca de um baixo nível de 
educação contábil, aceitando como pré-requisito o conhecimento básico adquirido no curso de 
graduação, sem avaliar a qualidade variável das faculdades de contabilidade, além de intitular 
de contador o profissional responsável por assinar balanços. 
 
[...] o profissional preparado para escrituração da contabilidade está com 
seus dias contados. Os estudantes que agora estão ingressando em uma 
faculdade de Ciências Contábeis devem ser preparados para interpretar, 
entender, analisar os Relatórios Contábeis, tirar conclusões úteis para 
assessorar as tomadas de decisão. (Marion 2009, p. 18) 
 
É importante que o ensino das Ciências Contábeis evolua de forma intensa vistas à 
formação de profissionais, competentes e qualificados acompanhando o desenvolvimento 
dessa ciência. 
O destaque no ensino que consiste no repasse do conhecimento do professor ao aluno, 
a carência de estímulos pela busca por novos conhecimentos, o distanciamento cada vez 
maior entre as novas necessidades da profissão contábil e o ensino universitário, assim como 
alguns problemas evidenciados na formação pedagógica de muitos professores, são 
indicadores da necessidade por adaptações no ensino aplicado nos cursos de Ciências 
Contábeis. 
Através de todo o trabalho e das condições do desenvolvimento histórico e cultural do 
País, a docência, enquanto atividade tradicional da relação entre professor e aluno surge como 
mediadores para investigar discussões, reflexões ou nova pratica no contexto da universidade, 
especificamente no curso de Ciências Contábeis. 
Entretanto, a qualidade dos cursos de formação em Ciências Contábeis consiste em 
uma excelente reprodução técnica. É necessário buscar o crescimento no preparo do docente, 
transformando-o em um educador responsável. Educador é um profissional responsável por 
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mudanças, transformação de comportamento e base para o desenvolvimento do potencial 
intelectual, efetivo e moral de cada indivíduo. 
Talvez se atribua a culpa do processo a falta de comprometimento político a que foi 
submetido, porém, não se pode deixar que esse fato justifique a acomodação de muitos 
profissionais. 
É fundamental que o docente se conscientize da importância das necessidades futuras 
no processo educacional, onde os educadores são responsáveis por preparar o futuro 
doutrinário e metodológico do ensino. 
O grande crescimento do mercado de trabalho é inevitável e isso exige que os 
profissionais comprometidos busquem se adequar a essa nova realidade. 
 
Exame de Suficiência 
As modificações no ambiente de trabalho doprofissional contábil variam 
constantemente devido as mudanças decorrentes dos órgãos reguladores, globalização, 
tecnologia de informações e comunicação. Sua atuação não se limita a fornecer informações a 
credores e investidores, mas no atendimento aos usuários de informações financeiras e não-
financeiras. Um aspecto à destacar é a complexidade das organizações e suas transações que 
buscam profissionais cada vez mais eficientes para satisfazer as novas exigências. 
Devido às diversas mudanças na economia e nas organizações que a demanda por 
novos conhecimentos está se tornando muito13frequente entre os profissionais da classe 
contábil. 
A atuação no mercado de trabalho dos contabilistas cresceu muito nos últimos anos, o 
que significa uma quantidade significativa de profissionais entrando em um mercado exigente 
e competitivo. 
Com o passar dos anos, vêm ocorrendo muitas mudanças na esfera do conhecimento 
técnico e especializado, estão sendo analisadas várias maneiras de avaliação, para que se 
possa mensurar a capacidade de um profissional atuar no mercado de trabalho. As provas dos 
exames de suficiência vêm executar um papel importante no controle da qualidade do trabalho 
efetuado pelo profissional do âmbito contábil. 
O exame de suficiência está previsto no Estatuto dos Conselhos de Contabilidade, que 
foi aprovado no ano de 1998, é tido como obrigatório para a graduação que deseje ter o 
registro no CRC e inserir-se na profissão contábil, e o projeto de Lei foi aprovado pelo 
Congresso Nacional, porém vetado pelo presidente em 2005. Dentre diversas alterações e 
14 
 
resoluções está de volta o exame de suficiência com a aprovação da nova Lei de Regência da 
Contabilidade Lei nº. 12.249 de 11 de Junho de 2010. 
Exame de suficiência: “É a prova de equalização destinada a comprovar a obtenção de 
conhecimentos médio, consoantes os conteúdos programáticos desenvolvidos no curso de 
bacharelado em ciências contábeis e no curso técnico em contabilidade.” (Resolução CFC Nº. 
853/99 – Art. 2º.). 
 
 “O Exame de Suficiência é fundamental para os profissionais da 
Contabilidade, porque vai garantir a excelência na qualidade técnica dos 
serviços contábeis, compatíveis com o atual momento socioeconômico 
brasileiro e mundial, especialmente neste momento em que estamos 
buscando a adequação das Normas Brasileiras de Contabilidade aos Padrões 
Internacionais”,declara Maria Clara Cavalcante Bugarim, vice-presidente de 
Desenvolvimento Profissional e Institucional do CFC e presidente da 
Academia Brasileira de Ciências Contábeis. 
 
Com esta nova imposição, veio outra novidade, só poderão fazer o Exame aqueles que 
concluíram curso superior em Ciências Contábeis ou cursando o último ano, o que exclui na 
prática os cursos técnicos em contabilidade. O exame de suficiência será realizado em todo o 
país, duas vezes por ano, uma no primeiro trimestre e outra no último. 
O exame de suficiência é um instrumento fundamental para impulsionar a 
modernização das instituições de ensino e dos currículos dos cursos de Ciências Contábeis e 
de Técnico em Contabilidade. A conseqüência imediata dessa mudança será a formação de 
profissionais com bases mais sólidas, onde por meio dessa avaliação será possível detectar se 
os concluintes dos cursos obtiveram conhecimentos mínimos necessários para enfrentar o 
mercado de trabalho, ou seja, um grande dilema quando estes alunos mergulham no campo 
profissional. 
A responsabilidade por uma graduação de boa qualidade não é só do aluno, mas é 
também das universidades que têm decepcionado na hora de cumprir o seu papel de 
educadora e preparadora de profissionais eficientes, fato este que levanta dúvidas quanto ao 
nível de qualidade do aluno e do corpo docente, sendo assim, esse exame de suficiência será 
essencial para provar a eficiência do curso de graduação e do próprio estudante. 
Tamanhas preocupações, ficam as seguintes questões: Os cursos de graduações em 
ciências contábeis são suficientes para preparar um profissional para o mercado de trabalho? 
Que tipo de profissional esta sendo habilitado? Em uma economia globalizada e tecnológica, 
15 
 
o profissional contábil deve considerar assumir grandes desafios e oportunidades. Será que os 
profissionais contábeis estão atendendo as necessidades do mercado? 
O exame de suficiência foi criado para a comprovação da absorção de conhecimentos 
básicos para o exercício da profissão contábil, portanto, conforme pesquisa feita pelo CFC, os 
profissionais não estão totalmente prontos para esse desafio. 
Portanto, compreende-se que optar por um mecanismo como o exame de suficiência 
só vai valorizar e favorecer a profissão, e consequentemente a classe contábil e a 
contabilidade em prol da sociedade. 
 
Educação Continuada 
Muito se fala da educação continuada em fatores positivos e negativos, mas não é um 
conceito novo, nos últimos anos vem ganhando especial atenção, tendo em vista as 
transformações do trabalho e da sociedade. 
A educação continuada é aquela que se realiza ao longo da vida, continuamente, é 
inerente ao desenvolvimento da pessoa humana e relaciona-se com a idéia de construção do 
ser humano. Representa o conceito de que “nunca é cedo ou tarde demais para se aprender”, 
uma filosofia que tem sido adotada por uma vasta gama de organizações diferentes. 
As pessoas podem e devem estar abertas a novas idéias, decisões, habilidades ou 
comportamentos, aproveitando oportunidades de aprendizado em todas as idades e em 
numerosos contextos, como no trabalho, em casa e através de atividades de lazer, não apenas 
através de canais formais tais como escolas e universidades. 
Uma das estratégias mais importantes para os profissionais manterem sua 
empregabilidade e empresas potencializarem sua competitividade. Embora o conhecimento de 
uma tecnologia, ferramenta ou prática em desuso nunca seja totalmente perdido, acompanhar 
as mudanças constantes do cenário exige esforços contínuos. No ambiente corporativo, a 
educação continuada ocorre de várias formas e a todos os instantes. Reuniões, instruções e 
trocas de experiências entre colaboradores são processos típicos de educação continuada, 
mesmo que, muitas vezes, não sigam um planejamento com objetivo específico. 
O profissional contábil deve engrenar na faculdade com a consciência de que precisa 
continuar o trabalho de construção do conhecimento. Como ocorrem mudanças a toda 
velocidade, quem quiser se destacar e tiver respaldo para desempenhar um bom papel, não 
deve jamais cair na estagnação. 
16 
 
 Buscar melhoria através de conhecimentos técnicos e desenvolvimentos constantes 
são pontos de suma importância para o sucesso profissional. É necessário que o contador 
esteja periodicamente se atualizando, e aprofundando os conhecimentos. O mais importante é 
que o profissional nunca abandone o aprendizado, e tenha sempre em mente que continuar 
estudando é agregar valor a si mesmo, como profissional e como pessoa. 
 
A influência dos Avanços Tecnológicos na Formação do Profissional Contábil 
Com a evolução da contabilidade e por sua utilização como ferramenta de gestão, 
tornou-se necessário coletar, analisar e fornecer informações com maior qualidade e agilidade. 
Os usuários da contabilidade necessitam de muitas informações praticamente em tempo real, 
pois o mundo está cada vez mais competitivo e globalizado, onde não se pode perder tempo 
para se tomar as decisões. Surge então a informática como uma parceira muito importante da 
profissão contábil, pois tarefas que levavam muito tempo a serem executadas, hoje são feitas a 
prazo de minutos. O processo de escrituraçãocontábil que era manual foi substituído pelo 
mecânico e em seguida, pelo eletrônico. 
 
A informática é capaz de disponibilizar um conjunto de tecnologias para 
atender vários usuários entre eles a contabilidade. A contabilidade deve ter 
habilidade para montar dados que admita a obtenção das informações objeto 
do seu trabalho. (Vasconcellos 1997, p. 26) 
 
Do mesmo modo em que o uso da informática é imprescindível em todos os 
seguimentos da sociedade, a contabilidade se tornou uma área de trabalho que não vive mais 
sem a ajuda dos computadores. 
Os Sistemas Integrados, ou seja, um software aplicativo possibilita que a empresa 
compartilhe dados, uniformizem processos, produzam e utilizem informações em tempo real. 
São módulos integrados com toda a empresa, como departamento fiscal, financeiro, 
trabalhista, vendas, compras, etc., que estão interligados com a contabilidade e que tem a 
função de atender às necessidades de informações para apoio à tomada de decisão. 
Com relação aos informativos que devem ser elaborados periodicamente, tais como o 
SINTEGRA, o CAGED, a SEFIP, a DIRF, a DACON, a DCTF e demais obrigações, também 
é possível importá-los nos softwares adequados, fornecidos pelos órgãos competentes e 
posteriormente enviá-los via internet. 
17 
 
O governo brasileiro, através da Receita Federal, implantou mais um avanço na 
informatização no ano de 2007, o Sistema Público de Escrituração Fiscal Digital (SPED), 
dividido em três partes o SPED Contábil, SPED Fiscal e a Nota Fiscal Eletrônica, que consta 
na modernização do sistema atual do cumprimento das obrigações acessórias transmitidas 
pelas empresas, dessa forma os livros contábeis, tais como, livro diário, razão, balancetes, 
balanços entre outros serão substituídos por arquivos digitais on-line. 
Além de todas essas tarefas, a tecnologia vem aumentando o horizonte da utilização da 
contabilidade, pois permite uma ampliação significativa na qualidade, na quantidade e na 
forma de comunicação, sendo possível obter rápidas informações sobre todos os setores, 
atividades, funcionários e tudo o que esteja relacionado com a administração da empresa. 
Porém, não bastaria apenas obter tantas informações de maneira tão rápida e eficaz 
sem repassá-las aos usuários interessados, dessa forma, os recursos de comunicação, como 
fax, internet, entre outros, são extremamente úteis e utilizados pela contabilidade e seus 
profissionais. Nos dias atuais, por exemplo, os investidores do outro lado do mundo, acessam 
informações sobre a empresa que desejam investir através de segundos, pela internet, por 
vídeo conferências, entre outros recursos. 
Com toda essa tecnologia, pode parecer que o profissional contábil, não é mais tão 
importante dentro da organização, porém não é bem assim, nenhum equipamento ou sistema é 
capaz de substituir o ser humano e seu conhecimento. A informática, apenas processa dados 
em função das necessidades definidas no sistema contábil, mas para que todos os sistemas 
funcionem corretamente é indispensável à presença do profissional dentro da empresa, pois só 
ele possui o conhecimento e as técnicas contábeis, tendo toda a responsabilidade para que as 
operações sejam processadas de forma correta, em tempo hábil e em conformidade com as 
normas e princípios contábeis. O contador se tornou um gerenciador de informações. 
Devido toda esta tecnologia, o contador dedica-se mais a leitura pertinente da 
contabilidade e executa um trabalho mais seguro e preciso em um intervalo de tempo menor, 
sendo assim, é inquestionável a maior valorização do profissional contábil. 
 
Considerações Finais 
 Diante de todas as afirmações expostas, ressaltamos a importância da contabilidade 
como ciência humana, e da necessidade de sua evolução perante uma sociedade moderna e 
competitiva, onde a cada nova geração de contadores, novos desafios surgem e o 
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comprometimento do profissional da área contábil na gestão dos negócios, torna-se cada vez 
mais necessário. 
 O tempo gira, a sociedade caminha, o Homem luta contra os desafios da nova 
sociedade, e os contadores registram a História e colaboram no direcionamento da economia e 
finanças do mundo. 
 
Referências Bibliográficas 
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tecnologias. Disponivel em http://www.meuartigo.brasilescola.com/informatica/adequacao-
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setor, 2010. Disponível em http://agenciabrasil.ebc.com.br/arquivo/node/378125. Acesso em 
31 jun. 2010. 
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2009. 
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Ciência Contábil. Revista do Conselho Regional do Estado de São Paulo. São Paulo, n.01, 
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