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© A principal função do sistema reprodutor feminino (SRF) é a produção dos gametas femininos (ovócitos), outras funções incluem: recepção de gametas masculinos para fertilização, formação de ambiente adequado a fertilização e ao desenvolvimento (parcial ou completo) do feto e a nutrição do recém-nascido no caso dos mamíferos. As unidades estruturais do SRF em mamíferos são: ovários, trato genital (tubas uterinas, útero e colo uterino - cérvix - vagina e genitália externa) e mamas. OVÁRIOS Os ovários estão envolvidos, principalmente, com a produção de gametas femininos (ovócitos ou oócitos). Além disso, há a secreção de estrógenos e progesterona, a regulação do crescimento pós-natal dos órgãos reprodutivos (estrogênio) e o desenvolvimento de características sexuais secundarias. Os ovários são delimitados externamente por uma capsula de tecido conjuntivo (túnica albugínea), internamente se dividem em córtex e medula (mas não há separação bem definida entre os dois). No córtex observamos os folículos em desenvolvimento, enquanto que na medula se encontra o estroma sustentação e o hilo onde entram e saem os vasos sanguíneos. A medula apresenta tecido conjuntivo com células intersticiais, nervos, assim como vasos linfáticos e sanguíneos que entram no ovário pelo hilo. O epitélio que reveste o ovário - com uma só camada - varia de cubico a pavimento, apoiado sobre uma lamina de tecido conjuntivo subjacente. As células estromais ovarianas e corticais dão suporte para maturação mensal dos folículos no intervalo que vai da puberdade a menopausa. A fase de maturação de cada ciclo ovariano ocorre a cada 28 ou 30 dias. Nesse ciclo se inicia o processo de maturação, que resulta na ovulação, isto é, a liberação de um ovócito nas trompas, a fim de que ocorra uma possível fertilização. Não havendo a fertilização há o desmonte de toda estrutura formada na parede uterina, sob a forma de menstruação. O ciclo ovariano é concomitante om o ciclo uterino, e se divide em três fases: folicular ou foliculogênese, em que ocorre a maturação dos folículos para formação de um ovócito. Este será liberado na fase ovulatória, enquanto na fase lútea é marcada pela produção de hormônios para sustentação do ovócito. Caso haja fertilização, a fase lútea e prologada, caso não, há o início da fase menstrual. © As mulheres já nascem com seus ovários preenchidos por folículos, que contém os ovócitos primários (formados a partir da proliferação e divisão de ovogônias) parados nessa etapa da maturação e envoltos por células do córtex ovariano, denominadas células foliculares ou granulosas. A junção dos ovócitos com essas células foliculares nos estágios iniciais da maturação é denominada de folículo primordial. E a partir da puberdade os folículos entram em maturação, diferenciando-se ainda mais. A atividades proliferativa das células granulosas é induzida pela ativina, uma molécula de sinalização produzida pelo ovócito primário. Ocorrem modificação as células do entorno, granulosas, de modo que as células deixam de ser pavimentosas para assumir um formato cuboide cubico. Elas proliferam, formando múltiplas camadas de células que vão envolver o ovócito (folículo secundário). A progressão continua para o estágio antral inicial, em que há formação de um espaço entre as células e o ovócito, até dar origem ao folículo antral. Neste, o ovócito está separado das células granulosas por um espaço ainda maior repleto de liquido folicular, bem como há diferenciação das células ovarianas que estão na camada mais externa, gerando a teca interna e a externa. Posteriormente, o folículo e o antro aumentam, resultando em um folículo pré-ovulatorio, com uma única camada de células envolvendo o ovócito e uma camada de células que criam uma parede que delimita o folículo, as chamadas células murais. A partir daí, começa a fase ovulatória, em decorrência do rompimento do folículo e liberação do ovócito nas trompas. Folículo primordial: formado por epitélio simples pavimentoso rodeando o ovócito, e ambos rodeados por uma membrana basal separando o do estroma ovariano. Folículo primário (unilaminar): a camada única de células transforma-se em simples cuboide, Uma lamina basal separa as células granulosas do estroma do ovário. Tem início a formação da zona pelúcida (membrana que separa o ovócito das células granulosas, e apresenta acumulo de glicoproteínas). Folículo secundário (multilaminar): as células granulosas proliferam, formando um epitélio cubico estratificado. A zona pelúcida é bem visível, é composta por três glicoproteínas ZP-1, ZP-2 e ZP-3, envolvidas na fertilização (adesão do espermatozoide). As células foliculares continuam se comunicando com o ovócito através de projeções emitidas pelas células granulosas que atravessam a zona pelúcida e se encostam na membrana o ovócito, Folículo secundário multilaminar tardio: as células estromais envolvem os folículos, formando duas camadas: a teca interna, vascularizada e próxima a lamina basal, que dá apoio as células granulosas do folículo, e a teca iinterna, uma camada celular e fibrosas continua com o estroma do ovário. Foliculo pré-antral (ou antral inicial): pequenos espaços intercelulares aparecem entre as células granulosas (corpos Calli-Exner), contendo fluido folicular, que tem origem nos vasos sanguíneos da teca interna. Posteriormente, há o extravasamento dessa fluido, que se acumula e se ‘’une’’. Folículo antral: os corpos Call-Exner se aglutinam em um único espaço, denominado antro. Nessa fase, as células granulosas, estimuladas pelo FSH, sintetizam e secretam ativamente estrógenos. © Folículo pré-ovulatorio (de Graaf): o antro alcança seu tamanho máximo. Nessa etapa, o fluido separa as células granulosas em três regiões especificas: a cumulus oophorus, que ancora o ovocóito na parede do folículo, as células granulosas murais, que revestem a parede do folículo, e a corona radiada (ou radiata) uma camada de células granulosas firmemente ancoradas na zona pelúcida. A zona pelúcida é penetrada por processo citoplasmáticos das células granulosas da corona radiata, que entram em contato com as microvilosidades da membrana plasmática do ovócito primário. Essa comunicação célula-célula coordena o crescimento do ovócito primário, bem como sua progressão no ciclo celular. As células granulosas secretam: inibidor de maturação dos ovócitos (OMI), que impede a progressão da prófase I meiótica antes dos picos de FSH e LH da ovulação, fator de células-tronco (SCF) que se liga ao receptor c-kit do ovócito, estimulando seu crescimento e sobrevivência. O pico de estrogênio (estradiol) leva a produção de GnRH que induz o pico de LH, que resulta na ovulação. As células da teca produzem progesterina, que será essencial para preparação do útero para sustentação do feto, posteriormente. Na alça de regulação negativa as células foliculares produzem inibina reduzindo a liberação de FSH. A degeneração folicular (atresia) garante que folículos viáveis, contendo ovócitos da melhor qualidade para a fertilização, estejam disponíveis. Além disso, um grande número de folículos em crescimento auxilia na esteroidogênese, contribuindo para a função endócrina do ovário que prepara o endométrio para a implantação. O que sobra do folículo, após o rompimento deste, da origem ao corpo lúteo, que tem como função a produção de progesterona, induzindo as modificações uterinas necessárias para o processo de nidação (implantação)e manutenção embrionária nos primeiros dias. Sem gestação, depois de 14 dias há degeneração do corpo lúteo e a menstruação. Pouco antes da ovulação o ovócito progride no ciclo celular e retorna a meiose. O complexo ciclina B-Cdc2 constitui o fator de promoção a maturação (MPF) que desencadeia a desagregação do envelope nuclear do ovócito, um evento conhecido como rompimento da vesícula germinativa.A ação do MPF conduz ao amadurecimento do ovócito secundário e à liberação do primeiro corpo polar, a partir disso © temos o ovócito secundário com apenas um cromossomo duplicado (ainda não totalmente haploide), a conversão total a célula haploide ocorre na fertilização. Imediatamente após a entrada do espermatozoide ocorrerá o segundo ciclo de meiose, resultando em apenas uma cromátide única de cada conjunto de cromossomos se fundindo com pro núcleo do espermatozoide, para dar origem a uma célula fertilizada 2N. A ovulação se inicia pelo pico de LH, com formação do estigma. O processo começa com a aproximação do folículo da superfície do ovário, com associação a túnica albugínea. Proteases digerem a região de contato do folículo com o epitélio de superfície do ovário, formando uma passagem - estigma - que possibilita a passagem para as tubas uterinas (trompas). Sem delongas, se inicia a reconstituição do epitélio ovariano, oriundas das células tronco epiteliais, bem como se inicia a formação do corpo lúteo pela proliferação das células da teca interna e granulosas murais. Caso haja fertilização o corpo lúteo é mantido pela produção de gonadotrofina coriônica das células do epiblasto, e mantem a produção de progesterona para manutenção fetal. Se não houver gestação, o corpo lúteo começa a se degenerar e torna-se corpo albicans, uma estrutura cosntituida de tecido conjuntivo cicatricial. Em virtude do rompimento de vasos, temos hemorragias pela projeção dos vasos sanguíneos, formando um corpo hemorrágico. As celas granulosas e da teca se modificam, produzindo mais progesterona e menos estrogênio, a progesterona impede contrações uterinas anormais que poderiam causar aborto espontâneo. As células da teca captam colesterol da circulação, e em resposta ao LH, o converte em androstenediona, que é transformada em estradiol pelas células granulosas a partir da enzima aromatase. Tubas uterinas As tubas uterinas, ou trompas de Falópio, se dividem em quatro regiões anatômicas: infundíbulo, ampola e istmo e a intramural. A fertilização ocorre, efetivamente, na ampola. A parede uterina é composta por três camadas: mucosa (epitélio cilíndrico simples e lamina própria de tecido conjuntivo frouxo com algumas células musculares lisas), muscular (formada por musculo liso, com uma camada interna circular em espiral e uma externa longitudinal) que auxilia na contração e movimentação peristáltica que transporta o ovócito ao útero) e serosa (epitélio cubico simples associado a tecido conjuntivo frouxo - a camada visceral do peritônio). Existem células secretoras que liberam uma substância que reveste a superfície das trompas e nutre o ovócito. O lúmen das tubas uterinas se estreita conforme nos aproximamos do útero, onde penetra no corno do útero. úTERO A parede do corpo do útero e composta por três camadas: endométrio, miométrio e perimétrio, entretanto, não são camadas super bem definidas. O miométrio tem três camadas de musculo liso mal definidas, a camada central é espessa com fibras musculares circulares e vasos sanguíneos abundantes (stratum vasculare). As camadas externa e interna contem fibras musculares longitudinalmente ou obliquamente dispostas - força de contração uterina. A espessura da camada muscular uterina tem relação direta com a função desse órgão no suporte ao desenvolvimento do feto e na expulsão do bebê na hora do parto. © Endométrio: composto por epitélio colunar simples, associado a glândulas endometriais tubulares simples e a lamina própria. O endométrio se divide em estrato funcional e basal. O último é permanente, participando da renovação epitelial, e o extrato funcional é o que descama durante a menstruação. Miométrio: é uma extensa camada muscular com vasos sanguíneos calibrosos trazendo sangue para endométrio (ramo da artéria uterina que dá origem as artérias arqueadas que emitem ramos que se direcionam para o endométrio). O ramo radial penetra no endométrio e da origem as artérias retas (nutrição do extrato basal) e espiralada (extrato funcional) e ramos dessa percorrem todo esse extrato perfundindo as glândulas uterinas. A camada superficial é bastante vascularizada, e observamos no miométrio a formação de plexos arteriais e venosos Perimétrio: é localizado externamente e é composto por mesotélio e tecido conjuntivo, a qual em determinadas porções do órgão, apresenta-se como uma adventícia, sem revestimento de mesotélio. O ciclo uterino é concomitante ao ciclo ovariano, de modo que a fase proliferativa uterina coincide com a fase folicular ovariana. Nessa fase, há a reconstrução do extrato funcional do endométrio com aumento progressivo da espessura deste e proliferação das glândulas uterinas. Na fase lútea ovariano se inicia a fase secretora uterina, em que o endométrio atinge sua maior espessura e glândulas uterinas se tornam maiores e começam a secretar substancias essenciais para nutrição e viabilidade do embrião. Na fase isquêmica se dão os eventos que contribuem para uma nova menstruação, como a descamação do endométrio pela degeneração do extrato funcional (a partir da redução dos níveis de progesterona pela degradação do corpo lúteo), que em uma nova fase proliferativa será resposto pelo extrato basal. Cérvix uterina A cérvix uterina é a porção tubular que separa o corpo do útero da vagina. Apresenta uma porção mais interna, endocérvix, e outra mais externa, ectocérvix. O endocérvix exibe epitélio cilíndrico simples e o ectocervix se comunica com a vagina, havendo uma transição abrupta do tipo de tecido epitelial, que © se torna estratificado pavimentoso. Regiões de transformação abrupta de epitélio são suscetíveis a formação de tumores por conta da metaplasia celular, dessa forma, em mulheres infectados por HPV é comum câncer de colo de útero. VAGINA A vagina é o órgão que acomoda o pênis no momento da cópula e também por onde se dá a saída do feto durante o parto, sendo então a parte do sistema reprodutor feminino que tem conexão com o meio externo. O epitélio vaginal é estratificado pavimentoso, resistindo mais fortemente ao atrito. A mucosa vaginal é úmida, em virtude do muco secretado pelas glândulas endometrias, cervicais e vestibulares maiores de Bartholin (lubrificação no ato sexual) que se abrem na vaginal. A camada muscular é constituída por fibras musculares lisas, além de uma adventícia de tecido conjuntivo denso rico em fibras elásticas, responsáveis pela elasticidade da vagina. Na genitália externa observamos epitélio estratificado pavimentoso queratinizado com anexos cutâneos (pelos), também se observa a presença do clitóris constituído de tecido erétil cavernoso e elevada quantidade de terminações nervosas. Esse epitélio é apoiado em tecido conjuntivo denso fibroso com presença de corpúsculos sensoriais e feixes de células musculares lisas. Há uma concentração maior de melanócitos na porção basal da genitália externa, deixando-a a mais pigmentada e tal pigmentação é influenciada pelos hormônios. MAMAS As mamas são glândulas tubuloacinosas responsáveis pela produção de leite para a nutrição do bebê. A glândula mamária é delimitada por uma cápsula de tecido conjuntivo denso, e internamente é formada por epitélio de secreção - túbulos e ácinos de células cuboides envolvidos por células mioepiteliais - ductos excretores de epitélio cúbico simples ou colunar e tecido conjuntivo frouxo entre as porções secretoras. Nela podemos observar tecido adiposo e conjuntivo subcutâneo de suporte as estruturas mamárias. © A estrutura histológica das glândulas mamárias varia de acordo com o estado fisiológico, durante a gestação como resultado da atuação hormonal, haverá um intenso crescimento dos alvéolos (ácinos) secretores. No fim da lactação, ocorre a involução da glândula com redução na porção secretora, restandoapenas o epitélio dos dutos e um aumento proporcional de tecido conjuntivo e adiposo. Durante as 40 semanas há pregação da mama para lactação, e o desenvolvimento dos ácinos se dá pelos brotos terminais, assim como pela ampliação dos lúmens dos ductos e redução do tecido conjuntivo. As glândulas lactantes se conectam através de ductos que se abrem na aréola liberando a secreção. Está é liberada por exocitose ou por vesículas (secreção apócrina). A região mais dilatada dos túbulos secretos é o seio galactóforo, enquanto a aréola delimita a papila mamária. Glândulas sebáceas provem lubrificação durante a amamentação, uma vez que a pele do mamilo está sujeita a agressão. O musculo liso no mamilo facilita a pega do bebê, pois ele auxilia na ereção deste. A sucção do bebê no mamilo estimula a secreção de ocitocina pela neurohipófise, estimulando a contração do leite em direção aos ductos lactíferos. No desmame há redução da sucção e da regulação hipotalâmica-hipofisária, retornando para o estado de repouso, portanto, há a apoptose das células produtoras de leite, resultando na regressão dos alvéolos
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