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CONCEITO DE POVO (...) é o vínculo do indivíduo ao Estado através da nacionalidade ou cidadania. (...) (BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, Malheiros Editores, 26° edição, página 72) (...) é o conjunto de pessoas que fazem parte de um Estado – é seu elemento humano. O povo está unido ao Estado pelo vínculo jurídico da nacionalidade. (MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional, Editora Atlas, 35° edição, página 239) CONCEITO DE POPULAÇÃO Todas as pessoas presentes no território do Estado, num determinado momento, inclusive estrangeiros e apátridas, fazem parte da população. É por conseguinte a população sob esse aspecto um dado essencialmente quantitativo, que independe de qualquer laço jurídico de sujeição ao poder estatal. (BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, Malheiros Editores, 26° edição, página 72) (...) é o conjunto de habitantes de um território, de um país, de uma região, de uma cidade. Esse conceito é mais extenso que o anterior – povo -, pois engloba os nacionais e os estrangeiros, desde que habitantes de um mesmo território. (MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional, Editora Atlas, 35° edição, página 239) EQUIVALÊNCIA ENTRE POVO E POPULAÇÃO Não há que se falar em equivalência entre esses dois conceitos, visto que a população é o conjunto de pessoas em uma mesma base territorial, ainda que apenas em trânsito. Enquanto a pessoa estiver em determinado território ela fará parte daquela população. Não há exigência de nenhum tipo de vínculo entre as pessoas para que se forme o conceito de população. É apenas um conceito demográfico e estatístico. Ao contrário, o povo, são pessoas ligadas juridicamente ao Estado, pela nacionalidade ou cidadania. Fazem parte do povo de um determinado Estado inclusive os que se acham fora dele, pois continuam presos a um determinado sistema de poder ou ordenamento normativo. Esse vínculo jurídico cria direitos e obrigações aos cidadãos. Do ponto de vista sociológico, o povo de um determinado Estado compreende os vivos, os mortos, as gerações presentes e as passadas, assim, transcende o momento da contemporaneidade de sua existência. EQUIVALÊNCIA ENTRE NAÇÃO E ESTADO Os conceitos de Nação e Estado são distintos entre si. Por Nação entende-se um grupo de indivíduos unidos por laços naturais, históricos e psicológicos. Por laços naturais entende-se o território, a raça, e língua. A tradição, os costumes as leis e a religião estão relacionados aos fatores históricos; e o sentimento de consciência nacional, de pertencimento, tem a ver com os laços psicológicos. Embora ainda utilizados, os conceitos de raça, linguagem e religião vêm sendo refutados por cientistas e sociólogos. Sabe-se que todos os povos tiveram misturas étnicas, seja na história recente os nos períodos da história dos quais não se tem registro, logo, não se pode dizer que exista alguma “raça pura”. No caso da religião, o catolicismo, por exemplo, está difundido por todo o globo terrestre, mas nem todos os católicos formam uma nação. A língua também não é fator determinante. Na Suécia, por exemplo, fala-se italiano, francês e inglês, mas não por isso os suecos deixam de formar uma nação. O conceito de Nação está relacionado a vários fatores, que combinados entre si, a formam. É, sobretudo, de ordem moral, cultural e psicológica. O Estado é a organização jurídica da Nação. São responsáveis pela administração do território, criando um conjunto de instituições públicas, como o governo, as escolas, hospitais, etc. O Estado tem o propósito de atender aos interesses da Nação, porém não é imprescindível para que ela exista. A Nação pode existir ainda que fora do reconhecimento jurídico de um Estado, bem como em contraste com a vontade deles. Pode-se citar os judeus como exemplo, que sobreviveram como uma Nação, apesar de politicamente destruídos como Estado e mesmo sendo perseguidos por outros Estados. DISTINÇÃO DOUTRINÁRIA ENTRE POVO E CIDADÃO Conceito de cidadão: (...) cidadão é o nacional (brasileiro nato ou naturalizado) no gozo dos direitos políticos e participantes da vida do Estado. (MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional, Editora Atlas, 35° edição, página 240) Conceito de povo (...) é o conjunto de pessoas que fazem parte de um Estado – é seu elemento humano. O povo está unido ao Estado pelo vínculo jurídico da nacionalidade. (MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional, Editora Atlas, 35° edição, página 239) Conforme demonstrado pelo jurista Alexandre de Moraes, o conceito de cidadão está ligado a sua capacidade de exercer os direitos políticos, podendo participar da escolha de um mandatário, bem como também poder ser escolhido por meio do voto dos outros cidadãos. Participam do Estado conforme as previsões constitucionais, como, por exemplo, no tocante a legitimidade para propor ação popular, prevista em seu art.5 ° inciso LXXIII da CF. Aos cidadãos também é permitido, na forma e nos casos previstos na constituição, a iniciativa para proposição de leis, conforme art. 61. Compõem também a justiça de paz remunerada, conforme art. 98 inciso II. A ideia de povo está ligada a um sentido mais amplo, é toda pessoa que está vinculada juridicamente a um Estado, pela nacionalidade. Pode-se dizer que todo cidadão é também pertencente a um povo, mas nem toda pessoa de um povo é um cidadão perante o Estado. BIBLIOGRAFIA MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional, Editora Atlas, 35° edição FERREIRA MENDES, Gilmar. GONET BRANCO, Paulo Gustavo. Curso de Direito Constitucional, Editora Saraiva, 7° edição) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm acesso em 03/05/2020 às 15H00 https://tempodepolitica.com.br/estado-pais-ou-nacao/ acesso em 05/05/2020 às 12h54
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